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LOCAL<br />

O Jornal do Estado já havia consultado alguns juristas quanto a zona azul<br />

que alegaram que a taxa era ilegal e imoral<br />

Zona Azul é suspensa mas cobrança continua<br />

Da redação<br />

jornaldoestado@gmail.com<br />

Nesta segunda-feira (28),<br />

por determinação judicial, o<br />

processo licitatório, que tornaria<br />

a Zona Azul uma concessão<br />

pública, foi suspenso.<br />

A administração do estacionamento<br />

rotativo é terceirizada,<br />

mas um projeto de lei, aprovado<br />

em setembro pela Câmara<br />

Municipal, passaria o serviço<br />

para a iniciativa privada<br />

por um período de 10 anos.<br />

A decisão de interromper<br />

a licitação da Zona Azul foi tomada<br />

pelo juiz da 1ª Vara Cível<br />

da cidade, Gilberto Benedito,<br />

depois que o vereador Hamilton<br />

Magalhães (PTB) entrou<br />

com um mandado de segurança,<br />

questionando a constitucionalidade<br />

da votação do<br />

projeto. Segundo o mandado,<br />

a proposta tramitou em dois<br />

turnos no mesmo dia, o que<br />

teria impedido a existência de<br />

debate em torno do assunto.<br />

O serviço de cobrança<br />

continua mesmo com a licitação<br />

suspensa, uma vez que o<br />

contrato com a atual prestadora<br />

só termina em março de 2017.<br />

Desde sua implantação<br />

a zona azul é questionada.<br />

A população reclama que os<br />

pontos de vendas são poucos.<br />

Já os comerciantes sentem<br />

dificuldades para voltarem<br />

o troco, pois muitos clientes<br />

chegam com uma nota de R$<br />

20 ou de R$ 50 para pagar um<br />

estacionamento de R$ 2. Diante<br />

disto, preferiram abrir<br />

mão da venda dos tickets.<br />

Outro problema é quanto<br />

ao horário. A Zona Azul tem<br />

início a partir das 8h. Dificilmente<br />

são encontrados estabelecimentos<br />

de venda de tickets<br />

abertos antes das 9h. Então<br />

o usuário que não pode aguardar<br />

a abertura dos pontos,<br />

deixa o carro sujeito à multa.<br />

O Jornal do Estado<br />

já havia consultado diversos<br />

juristas especializados<br />

em defesa do consumidor<br />

sobre a atual cobrança.<br />

O advogado Edson Donizeti<br />

Ramos de Oliveira opinou<br />

que vê com muita irresignação<br />

a anunciada cobrança<br />

de R$20 que é, a partir de 14<br />

julho, imposta como sanção<br />

ao pagamento postergado<br />

do serviço de Zona Azul na<br />

cidade. “Primeiro, porque a<br />

questão, seus fundamentos e<br />

suas razões, como de costume,<br />

não foram devidamente<br />

apresentados à população;<br />

em segundo, por agredir o<br />

consumidor na forma que lhe<br />

é mais prejudicial, a cobrança<br />

de valores, e, finalmente, por<br />

não haver contraprestação ao<br />

pagamento, a cobrança não<br />

representa qualquer serviço<br />

público prestado ou colocado<br />

à disposição da população o<br />

que, a meu ver, destaca a ilegitimidade<br />

da cobrança e, por<br />

isso mesmo, a responsabilidade<br />

do município em promover,<br />

nos termos do artigo 42,<br />

parágrafo único da Lei 8.078\9<br />

0 - Código de Defesa do Consumidor<br />

-, a devolução em<br />

dobro daqueles que, por ventura,<br />

efetivarem tal pagamento”,<br />

argumenta o especialista.<br />

Também o advogado João<br />

Batista Rosa Junior, igualmente<br />

especializado em Defesa do<br />

Consumidor, pensa da mesma<br />

maneira. Para o jurista a cobraça<br />

é “ilegal e imoral”.<br />

Segundo ele, “a chamada<br />

Zona Azul justifica-se pela<br />

necessidade de garantir a rotatividade<br />

de vagas na via<br />

pública, democratizando o uso<br />

do espaço público, o que está<br />

previsto no Código Civil, sendo<br />

permitida a concessão de tal<br />

serviço à iniciativa privada,<br />

mediante licitação, conforme<br />

o artigo 175 da Constituição<br />

Federal e nos termos da Lei nº<br />

8.987/95.”<br />

O advogado comenta<br />

que a legislação municipal que<br />

cria o estacionamento rotativo<br />

pago não se classifica como<br />

legislação de trânsito, já que<br />

é da competência privativa da<br />

União legislar sobre trânsito e<br />

transportes, (nos termos do<br />

artigo 22, inciso XI, da Constituição<br />

Federal), “mas possui<br />

natureza jurídica estritamente<br />

administrativa, equivalente à<br />

cobrança de donos de bancas<br />

de jornais ou de comércio ambulante<br />

pela utilização de trecho<br />

da calçada, por exemplo,<br />

ou seja, no caso da Zona Azul,<br />

o condutor que ali estaciona<br />

está privando outro de fazê-<br />

-lo, estando, assim, presente<br />

a necessidade de rotatividade<br />

de vagas e cobrando-se pelo<br />

uso temporário e particular do<br />

espaço público”<br />

O jurista Júnior Rosa recomenda<br />

ainda que seria de<br />

“bom alvitre que antes de colocar<br />

tal disposição em prática<br />

e enfrentar uma enxurrada de<br />

recursos, com grande chance<br />

de sucesso, que a municipalidade<br />

adequasse toda a norma<br />

à legalidade e encontrasse outras<br />

formas de impedir a burla<br />

à rotatividade, como alega<br />

existir, o que seria mais fácil<br />

aumentando, por exemplo, o<br />

número de agentes de trânsito<br />

que são os que têm competência<br />

para aplicar as multas”.<br />

Jornal do Estado,<br />

POUSO ALEGRE, 02 A 04 DE DEZEMBRO DE 2016<br />

Tarifa para transporte<br />

coletivo é reajustada<br />

Da redação<br />

jornaldoestado@gmail.com<br />

Nesta quinta-feira (01), o<br />

valor da tarifa do transporte<br />

coletivo do município teve um<br />

reajuste. O decreto municipal,<br />

assinado na segunda-feira<br />

(28), autorizou o aumento, as<br />

passagens em torno de 7%.<br />

Pelo acordo com a Secretaria<br />

Municipal de Trânsito,<br />

a tarifa passará de R$ 3 para<br />

R$ 3,20. Já a tarifa rural, que<br />

atualmente é de R$ 4, será de<br />

R$ 4,50 para pagamento em dinheiro<br />

e de R$ 4,20 para quem<br />

usa o cartão-recarregável.<br />

De acordo com a Princesa<br />

do Sul e a Prefeitura, o<br />

aumento é inferior à inflação<br />

acumulada nos últimos 12<br />

meses, que ficou em 8,74%.<br />

O decreto que autorizou o<br />

reajuste foi assinado pelo<br />

prefeito na segunda-feira (28).<br />

Mesmo com o rejuste,<br />

a tarifa praticada na cidade é<br />

a menor da região, pelo menos<br />

para transporte urbano.<br />

Em Poços de Caldas (MG) e<br />

3<br />

Varginha (MG), a passagem<br />

custa R$ 3,30. Em Itajubá (MG),<br />

o bilhete sai por R$ 3,50. Em<br />

Passos, a tarifa sai por R$ 3,60.<br />

Segundo o coordenador<br />

operacional da concessionária<br />

do transporte público<br />

de Pouso Alegre, André Luís<br />

da Silva, o reajuste poderia<br />

ter sido maior, mas o percentual<br />

aplicado foi definido<br />

junto à prefeitura como o<br />

mais adequado para o momento.<br />

O coordenador ainda<br />

garantiu que a empresa<br />

busca melhorar o serviço.<br />

“Todos os ônibus passam<br />

por manutenção corretiva<br />

e preventiva”, afirma Silva.<br />

“A empresa tem investido em<br />

estudos para oferecer melhorias”,<br />

disse, apontando que a<br />

prefeitura precisaria melhorar<br />

a estrutura das estradas rurais<br />

e criar corredores exclusivos<br />

para os ônibus na zona urbana.<br />

Em nota, a Secretaria<br />

Municipal de Transporte e<br />

Trânsito garantiu que faz a<br />

manutenção dos mais de 1,7<br />

mil km de estradas rurais e<br />

que a criação de faixas exclusivas<br />

depende de estudo<br />

Laudo encaminhado ao MP aponta irregularidades na Dique II<br />

Da redação<br />

jornaldoestado@gmail.com<br />

O prefeito eleito Rafael<br />

Simões, depois de denúncia<br />

recebida sobre as condições<br />

dos supostos riscos no<br />

sistema de proteção contra<br />

Usuários ainda precisam pagar a taxa de R$2 mesmo com a licitação suspensa<br />

Dique II - Foto Reprodução EPTV<br />

enchentes na Dique II no bairro<br />

São Geraldo, pediu que um<br />

engenheiro averiguasse possíveis<br />

irregularidades no local.<br />

Nesta segunda-feira,<br />

(28) com base em laudos<br />

técnicos que mostram que<br />

a comporta possui sérios<br />

problemas estruturais e não<br />

aguentaria o volume das<br />

águas, a equipe de transição<br />

notificou o atual prefeito.<br />

Já na terça-feira, (29), Rafael<br />

Simões também entregou<br />

documentos ao Ministério<br />

Público para que providências<br />

urgentes sejam tomadas.<br />

“Não adianta depois da<br />

tragédia informar à população.<br />

Precisamos apurar as<br />

responsabilidades e tomar<br />

medidas preventivas agora.<br />

Não há mais tempo a perder.<br />

Estamos no período das chuvas”,<br />

sinaliza Rafael Simões.<br />

Para fazer o laudo técnico,<br />

o engenheiro civil Argeu<br />

Quintanilha de Carvalho<br />

Júnior vistoriou as instalações<br />

da casa de bombas do sistema<br />

de proteção contra cheias do<br />

Dique II, no bairro São Geraldo,<br />

e constatou uma situação<br />

deplorável de abandono das<br />

instalações, que agrava ainda<br />

mais o problema. “Segundo a<br />

empresa responsável, a comporta<br />

projetada e especificada<br />

é pesada (aproximadamente<br />

2.500 kg) e robusta o suficiente<br />

para suportar os esforços<br />

impostos pelo sistema de<br />

bombeamento. Porém, verificamos<br />

que a comporta hoje<br />

instalada é totalmente inadequada<br />

para a função da qual<br />

foi concebida. O equipamento<br />

que se encontra instalado é<br />

feito em chapa de aço carbono<br />

de ¼ de espessura, parece<br />

ter sido fabricado em fundo<br />

de quintal e já se mostrou<br />

ineficiente nas cheias de<br />

2013 e 2016”, aponta o engenheiro<br />

Argeu Quintanilha.<br />

O secretário de Obras,<br />

Welington Serra admitiu os<br />

riscos na estrutura do local,<br />

nesta quarta-feira (30).<br />

Segundo ele, a comporta da<br />

barragem precisa ser substituída.<br />

“Ela, do jeito que está<br />

NOTA ESCLARECEDORA<br />

O Jornal do Estado comunica que desde o dia 21 de novembro<br />

de 2016, Eduardo Gusmão Guimarães foi desligado de<br />

suas atividades e não faz mais parte da equipe do jornal.<br />

aí, não aguenta realmente. Ela<br />

tem que ser feita uma nova<br />

comporta com reforço. Nós<br />

já estamos providenciando<br />

isso e já está sendo feito. Isso<br />

deve dar mais uma semana,<br />

dez dias”, disse o secretário.<br />

A barragem<br />

O Dique 2 é parte de<br />

um sistema de contenção de<br />

enchentes e foi inaugurado<br />

em maio de 2014, quando a<br />

avenida construída sobre a<br />

barragem, a Avenida Vereador<br />

Hebert de Campos ou Dique<br />

2, ficou pronta. Desde então,<br />

a infraestrutura da avenida<br />

passou por várias reformas.<br />

Problemas graves<br />

O sistema dispõe hoje<br />

de um único conjunto motobomba<br />

para o esgotamento<br />

da bacia e todo o sistema<br />

elétrico necessita de revisão<br />

e reposição de quadros e<br />

chaves de comando para o<br />

funcionamento. Além das irregularidades<br />

técnicas, o<br />

engenheiro apontou uma<br />

situação de absoluto abandono<br />

das instalações, que<br />

resulta em risco eminente<br />

de rompimento do dique.<br />

Em janeiro de 2013,<br />

uma enchente de pequena<br />

magnitude, inundou a bacia<br />

de acumulação, ameaçando<br />

população do bairro São Geraldo.<br />

Em 2016, a comporta da<br />

bacia, além de ter recebido<br />

remendos com material de<br />

sucata, precisou ser suportada<br />

por duas máquinas retroescavadeiras.<br />

Em meio à<br />

inundação, as máquinas foram<br />

posicionadas com seus braços<br />

sustentando a comporta<br />

para evitar o rompimento,<br />

que teria permitido que o rio<br />

invadisse a bacia com consequências<br />

gravíssimas para a<br />

população do São Geraldo.

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