Novembro/2016 - Referência Florestal 180
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PRÊMIO
REFERÊNCIA
Conheça os vencedores de 2016
INTERNACIONAL
Finnmetko fecha
calendário florestal
54 ENTREVISTA
Elizabeth Carvalhaes, da
Coalizão Brasil Clima
Energia da
floresta
Brasil e o mundo voltam os
olhos para biomassa florestal
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SUMÁRIO
ANUNCIANTES
DA EDIÇÃO
Agroceres ................................................................... 68
Bruno Industrial ......................................................... 57
36
Carrocerias Bachiega .............................................. 61
D’Antonio Equipamentos ..................................... 63
Denis Cimaf ................................................................... 04
46
Dinagro ........................................................................... 02
Exte ................................................................................... 17
FMC Florestas .............................................................. 09
H Fort ................................................................................ 13
54
Himev .............................................................................. 63
J de Souza ........................................................................ 51
John Deere .................................................................... 11
Editorial
Cartas
Bastidores
Coluna Ivan Tomaselli
Notas
Alta e Baixa
Biomassa
Aplicação
Frases
Entrevista
Principal
Silvicultura
Confraternização
Colheita
Evento
Prêmio REFERÊNCIA
Internacional
Artigo
Agenda
Espaço Aberto
08
10
12
14
16
22
24
26
28
30
36
42
44
46
48
52
54
58
64
66
Komatsu ......................................................................... 15
Mill Indústrias .............................................................. 27
Minusa Forest .............................................................. 07
Morbark ........................................................................ 29
Oregon ............................................................................ 67
Planalto Picadores .................................................... 41
Rotobec .......................................................................... 21
Timber Forest .............................................................. 19
TMO ................................................................................. 25
Unicentro ...................................................................... 45
Wood Mizer .................................................................. 23
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de poder de força da máquina e
reduz o consumo de combustível
Desempenho
Melhora a capacidade de
carregamento e a estabilidade
da máquina
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EDITORIAL
Ano XVIII - Edição n.º 180 - Novembro 2016
Year XVIII - Edition n.º 180 - November 2016
08 www.referenciaflorestal.com.br
O picador Morbark sendo
alimentado por um forwarder
Komatsu Forest ilustra a capa
desta edição, que trata do
crescimento da biomassa florestal
COMBUSTÍVEL DO FUTURO
O mundo já projeta para o futuro próximo uma matriz energética limpa. A resolução
vem da simples constatação que as fontes fósseis são finitas e altamente
poluentes. O conceito ganhou força nos últimos anos com o aumento da temperatura
no planeta, fenômeno com reflexos catastróficos para a população global. Não
é de hoje que a biomassa florestal - material renovável - vem sendo utilizada para
a geração de energia, porém é recente a força que ela adquiriu como uma das mais
importantes fontes de combustível limpo. Atualmente, no Brasil, o bagaço da cana-
-de-açúcar é a biomassa mais usada para gerar energia, o produto vindo das florestas
está em segundo lugar. Como mostra a reportagem de capa da edição, em menos de
25 anos as posições irão se inverter e a florestal será o principal combustível entre
as biomassas. Isso é muito positivo para o segmento que tem a oportunidade de
diversificar a produção, fazer o multiuso da floresta e ocupar um espaço de destaque
para que o Brasil atinja as metas estabelecidas na CPO21 (Conferência do Clima), em
Paris, para limitar o aquecimento global. Assunto que também é tratado na entrevista
com Elizabeth Carvalhaes, presidente executiva da Ibá (Indústria Brasileira de
Árvores) e também porta-voz da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Tenha
um excelente leitura e nos conte o que achou da edição!
FUEL OF THE FUTURE
The world already designs a clean energy matrix for the near future. The resolution comes
from the simple observation that fossil sources are finite and highly polluting. The concept has
gained momentum in recent years with rising global temperatures, a phenomenon with catastrophic
effects on the global population. It is not new that forest biomass - renewable material
- has been used for the generation of energy, but the strength it has acquired as one of the most
important sources of clean fuel is recent. Currently, in Brazil, sugarcane is the biomass most
used to generate energy, the product coming from the forests is in second place. As the cover
story of the issue shows that in less than 25 years the positions will reverse and the forest will be
the main fuel among the biomass. This is very positive for the sector that has the opportunity to
diversify production, take advantage of several products generated from the forest and occupy
a prominent space in Brazil to achieve the goals set at the CPO21 (Climate Conference), in Paris,
to limit global warming. This issue is also dealt with in the interview with Elizabeth Carvalhaes,
executive president of Ibá (Brazilian Tree Industry) and also a spokeswoman for Coalizão Brasil
Clima, Florestas e Agricultura. Have a great reading and tell us what you think about the issue!
EXPEDIENTE
JOTA COMUNICAÇÃO
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fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
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Colunista
Ivan Tomaselli
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Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em
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agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself
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Proteção contra
Percevejo-bronzeado e Vespa-da-galha
CARTAS
PRAGAS À VISTA
Capa da Edição 179 da
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,
mês de outubro de 2016
Por Jorge Cardoso de Almeida - Palmas (TO)
Muito legal a reportagem sobre pragas florestais da
edição de outubro. Precisamos de muita informação sobre
este tema para conseguir combater e não ter prejuízo.
NÚMEROS
Por Jorge Fragoso de Mello -
Marília (SP)
Gosto de acompanhar a
coluna de Ivan Tomaselli
pelas tendências e estudos
de mercado que ele aborda.
Esta é a primeira seção da
revista que leio. Abraço a
todos.
FICA A DICA
Por Fábio Martins - Arapoti (PR)
Gostaria de sugerir uma reportagem sobre manutenção
de máquinas florestais. É um assunto que tratamos
diariamente e surgem muitas dúvidas.
Imagem: reprodução
MANEJO FLORESTAL
Por Carla Bianchini de Paula - Belém (PA)
Quero parabenizar a REVISTA REFERÊNCIA pelas
reportagens sobre manejo florestal sustentável. É uma
atividade difícil e cercada de muito preconceito ainda,
mesmo sendo o melhor jeito de preservar a floresta
nativa.
Foto: divulgação Foto: divulgação
CONTEÚDO
Por Natanael de Lima Kaikovsk - Lages (SC)
Parabéns a toda equipe da REFERÊNCIA FLORESTAL pelas
matérias sobre de genética e plantio de eucalipto. Sou
engenheiro florestal e sempre é bom ficar por dentro das
novidades.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.
E-mails, críticas e
sugestões podem ser
enviados para redação
revistareferencia@revistareferencia.com.br
Mande sua opinião sobre a Revista do
Setor Florestal ou a respeito de reportagem
produzida pelo veículo.
10
www.referenciaflorestal.com.br
JOHN DEERE FLORESTAL
COM UM PÉ NA FLORESTA
E OUTRO, NO FUTURO.
Nosso caminho foi longo e temos muito orgulho de cada
passo dado. Principalmente por contarmos com clientes
tão importantes ao nosso lado, em toda essa trajetória.
Hoje, os resultados falam por nós: somos uma grande
rede florestal, com especialistas capacitados em todo
o país. Ou seja, estamos preparados para continuar com
a sua parceria, nessa caminhada, por muitos e muitos anos.
BASTIDORES
CHARGE
Charge: Francis Ortolan
REVISTA
LANÇAMENTO OFICIAL
A equipe da REFERÊNCIA FLORESTAL
foi a Indaiatuba (SP) para acompanhar o
lançamento do Capture 400 EC, defensivo
florestal para eucalipto produzido pela FMC
Agricultural Solutions, no dia 5 de outubro.
DIA DE CAMPO
Participamos do evento organizado pela
Denis Cimaf para conhecer uma operação
de trituração de resíduos florestais no póscolheita,
em Arapoti (PR).
CODORNADA
Viajamos a Ponte Alta do Norte (SC) para
conversar com o idealizador do evento,
Fabio Calomeno, que reúne na cidade a nata
do setor florestal em dezembro.
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
Rafael Macedo e Joseane Knop do
GRUPO JOTA ao lado de Paulo César
Oliveira,Venilton Faraco Rossetto, Fábio
Marques, Paulo César e Bianca Franco
Schrepel, da equipe FMC no Brasil
Grupo de profissionais
da área de silvicultura de
instituições de pesquisa e
empresas que participou do
dia de campo
Fabio Calomeno, diretor da NP
Transportes e Biomassa, Joseane Knop,
diretora de Negócios da GRUPO JOTA, e
Pedro Bartoski Jr., diretor executivo do
GRUPO JOTA
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www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA
Foto: divulgação
Ivan Tomaselli
Diretor-presidente da Stcp
Engenharia de Projetos Ltda
Contato: itomaselli@stcp.com.br
PREÇOS GLOBAIS DE MADEIRA:
SOMOS COMPETITIVOS?
Brasil está entre os países com valores de toras mais baixos do mundo
É
interessante notar que o preço médio global de madeira
em tora teve pouca variação nos últimos 25 anos. Informações
publicadas no Wood Resource Quarterly, e
que considera a média de preços de madeira para processo de
regiões responsáveis pelo fornecimento de 85 a 90% do volume
global, indicam que os preços atuais são basicamente os mesmos
praticados no início dos anos 90. Isto se aplica tanto para toras
de coníferas como de folhosas.
Existe, no entanto, uma grande diferença em preços de toras
entre as regiões. Para ilustrar, apresenta-se nas figuras abaixo
os preços de madeiras para processo, de coníferas e folhosas,
praticados em países selecionados.
PREÇOS DE MADEIRA EM TORAS PARA
PROCESSO EM PAÍSES SELECIONADOS
Fonte: Wood Resources (Julho 2016)
140
120
100
80
60
40
20
0
RÚSSIA
BRASIL
CONÍFERAS
US$/t seca
CHILE
AUSTRÁLIA
CANADÁ
NOVA ZELÂNDIA
EUA - SUL
ALEMANHA
FINLÂNDIA
Os menores preços de madeira em tora para processo de
coníferas são os praticados na Rússia, Brasil e Chile. Por outro
lado, os preços mais altos são os da Alemanha e da Finlândia. As
diferenças são muito significantes, por exemplo o preço de toras
na Finlândia é cerca de três vezes maior que os preços russos.
A diferença de preços de toras de folhosas para processo
entre os países também é acentuada. Rússia, Brasil e Indonésia
praticam os menores valores, enquanto os preços de países da
Europa (França, Espanha e Alemanha) são muito mais altos.
Os preços de tora no Brasil reduziram-se nos últimos anos
e isto tem colaborado para melhorar a competitividade do país
no mercado internacional de produtos florestais, especialmente
no caso da celulose. O resultado tem sido um crescimento
expressivo da indústria de celulose brasileira, e atualmente o
Brasil é o terceiro maior produtor mundial.
No caso de madeira para serrados e compensados, quando
as toras de maior diâmetro são necessárias, a diferença de
preços entre os países também existe, mas é menos acentuada.
Como resultado, o crescimento destes segmentos industriais
no Brasil tem sido menos vigoroso e são menos capitalizados.
O reduzido preço da madeira em toras no Brasil é basicamente
resultado da alta produtividade das plantações florestais. O
menor custo da madeira tem compensado o alto custo de logística,
elevados juros, instabilidade cambial e outras ineficiências.
Novos ganhos em produtividade das florestas serão mais difíceis
e, para manter a competitividade no mercado internacional,
serão necessárias ações para atuar sobre os outros fatores que
criam custos adicionais na cadeia de produção.
120
100
80
60
40
20
0
RÚSSIA
BRASIL
FOLHOSAS
US$/t seca
INDONÉSIA
CANADÁ
USA - SUL
AUSTRÁLIA
FRANÇA
ESPANHA
ALEMANHA
Novos ganhos em produtividade
das florestas serão mais difíceis e, para
manter a competitividade no mercado
internacional, serão necessárias ações para
atuar sobre os outros fatores que criam
custos adicionais na cadeia de produção
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8 RODAS
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NOTAS
SUZANO
COMPRA 75 MIL
HECTARES NO
MARANHÃO
Foto: divulgação
A Suzano Papel e Celulose anunciou a aquisição
de 75 mil ha (hectares) de terras nos Estados do Maranhão
e de Tocantins. A área possui aproximadamente
40 mil ha agricultáveis, além de florestas plantadas.
Com a aquisição, a Suzano garante que o abastecimento
da Unidade de Imperatriz (MA) seja feito integralmente
a partir de madeira própria (85%) e parceiros
em fomento (15%), a partir do próximo ciclo. A transação,
avaliada em US$ 245 milhões, tem como objetivos
aumentar o abastecimento de madeira da fábrica de
Imperatriz para fazer frente à expansão da produção de celulose no local, reduzir o raio médio das florestas que abastecem
a unidade e assegurar maior competitividade no custo de madeira local. Anunciada no ano passado, a expansão da
Unidade Imperatriz, desta forma, será sustentada em um melhor mix de abastecimento florestal, com redução de custos
de fornecimento e capex florestal.
SETOR FLORESTAL É O 2° NO
PIB DE SANTA CATARINA
Hoje o setor florestal catarinense representa o 2° lugar
no PIB (Produto Interno Bruto) do Estado. Em muitos
municípios, o segmento é responsável por boa parta da
geração de empregos e renda. Um exemplo é a cidade de
Caçador (SC), no meio oeste. De acordo com o Anuário
Estatístico de Base Florestal para o Estado de Santa Catarina
2016, publicado pela ACR (Associação Catarinense
de Empresas Florestais), Caçador é a cidade que mais
emprega mão de obra através do setor florestal, entre
os municípios catarinenses. São cerca de 7 mil pessoas
trabalhando diretamente neste ramo. A grande maioria
atua na indústria madeireira; depois vem os segmentos
de celulose e papel, móveis de madeira e silvicultura.
Foto: divulgação
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NOTAS
MANEJO CAI E
PLANTIO SOBE
Foto:divulgação
O valor da produção da extração vegetal e
da silvicultura no país em 2015 atingiu R$ 18,4
bilhões, total inferior aos R$ 19,2 bilhões de 2014.
A informação consta da pesquisa Pevs (Produção
da Extração Vegetal e Silvicultura) 2015, que o
Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
divulgou no dia 27 de outubro com os números
relativos às atividades ligadas ao setor florestal.
A silvicultura respondeu por 74,3% da produção
total, o equivalente a R$ 13,7 bilhões; enquanto os
que estão ligados diretamente à extração vegetal
(coleta de produtos em matas e florestas nativas)
participaram com 25,7% (R$ 4,7 bilhões). Apesar de registrar uma ligeira queda no faturamento em relação a 2015, quando
os produtos florestais acusaram valor da produção de R$ 19,2 bilhões, o setor florestal, em especial a produção obtida em
florestas plantadas, vem, segundo o instituto, assumindo, nos últimos anos, posição de destaque no cenário nacional.
SUCESSO DA
TECA EM
RONDÔNIA
Nos primeiros nove meses deste ano – janeiro
a setembro – foram movimentados na economia de
Rondônia US$ 14,125 milhões, o que equivale a R$
44 milhões, com a comercialização de pouco mais de
27 mil m³ (metros cúbicos) de teca, madeira preferida
de diversos produtores das regiões Central e Sul
do Estado, que estão se dedicando ao plantio florestal.
De acordo com a Sedam (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental), o valor poderia ser bem maior, não
fosse a forte estiagem do rio Madeira. “Isso fez com que fosse reduzido o número de barcaças e, consequentemente, a
quantidade de toneladas destinadas à exportação”, disse o coordenador estadual do projeto Floresta Plantada, engenheiro
florestal Edgar Menezes Cardoso.
Foto: divulgação
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CABEÇOTES HARVESTER
4000B
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com acumuladores maiores, o que melhora
a medição do comprimento e do diâmetro.
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Log Max 7000C é um cabeçote processador
desenvolvido para trabalho em corte
raso. Este cabeçote combina alta potência
com alta velocidade, o que faz com que
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NOTAS
CURSO DE
MANEJO
FLORESTAL
Foto:divulgação
O município de Sinop (MT) foi sede do
8º curso de Manejo Florestal Sustentável de
Florestas Nativas. As atividades incluíram
apresentação da gestão Florestal do Estado de
Mato Grosso, debate sobre o Plano Operacional
Anual – Inventário Floresta, vistorias em manejo
florestal, parcelas permanentes e relatórios do
manejo de florestas nativas, além dos debates
referentes às equações de volume para segunda
Unidade de Produção Anual. A capacitação encerrou com a apresentação do panorama nacional do manejo florestal, do Sinaflor
(Sistema Nacional de Controle da Origem de Produtos Florestais), pesquisas e inovações na área. O evento foi realizado
pela Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) em parceria com o Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do
Norte do Estado de Mato Grosso) e Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso).
O total de 80 pessoas entre engenheiros, estudantes da área, empreendedores florestais, gestores municipais e instituições
parceiras participaram da capacitação.
SOBE PARA 14% IMPOSTO DE
IMPORTAÇÃO DA BORRACHA NATURAL
A alíquota de importação de borracha natural foi elevada
de 4% para 14%, com vigência de um ano, conforme decisão
tomada pela Camex (Câmara de Comércio Exterior). A mudança
atende reivindicação da CNA (Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil), encaminhada ao governo, em junho do
ano passado. Uma das justificativas da CNA para a alteração é
o alto custo dos encargos trabalhistas enfrentados pela heveicultura
brasileira em relação aos competidores internacionais,
casos da Malásia, Tailândia, Vietnã, Índia e China. No entender
da CNA, a elevação do imposto de importação para borracha
natural poderá trazer duas consequências relevantes: reorganização
da cadeia produtiva da borracha natural no Brasil e o
reinício das discussões técnicas capazes de levar à elaboração
de um novo Plano de Desenvolvimento da Heveicultura, no decorrer
dos próximos 12 meses.
Foto: divulgação
20
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ALTA E BAIXA
EQUIPAMENTOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO
A Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) recebeu R$ 46 mil em equipamentos com o software de
última geração do setor da base florestal. A doação foi de dois equipamentos de GPS Juno Geração 5 que
irão contribuir com os trabalhos das Coordenadorias de Reflorestamento e de Recursos Florestais. Os
equipamentos foram doados pela Arefloresta (Associação de Reflorestadores de Mato Grosso) e o
Cipem (Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso). O objetivo
da parceria das entidades com a pasta do Governo de Mato Grosso é buscar uma maior
agilidade e eficiência na prestação de serviços nos setores de reflorestamento e recursos
florestais.
ALTA
BALANÇA COMERCIAL FLORESTAL TEM SUPERÁVIT DE 5,4%
O saldo da balança comercial do setor brasileiro de árvores plantadas atingiu US$ 4,9 bilhões de janeiro
a setembro de 2016, alta de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 4,6 bilhões),
mostra levantamento da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). No acumulado de 2016 o setor manteve o
valor exportado estável em relação ao mesmo período de 2015 (US$ 5,7 bilhões); a celulose contribuiu
positivamente com US$ 4,1 bilhões (+1,3%), os painéis de madeira com US$ 177 milhões (+24,6%) e o
papel com US$ 1,4 milhão (-6,4%). Já o volume exportado foi superior em relação ao mesmo período de
2015: celulose com 9,6 milhões t (toneladas) (+13,5%), papel com 1,6 milhão t (+4,7%) e os painéis de
madeira com 734 mil m³ (metros cúbicos) (+66,8%).
VALOR DA PRODUÇÃO FLORESTAL CAI EM 2015
Se o segmento vendeu mais do que importou de uma lado, de outro o valor da produção da extração vegetal
e da silvicultura no país em 2015 atingiu R$ 18,4 bilhões, total inferior aos R$ 19,2 bilhões de 2014.
A informação consta da pesquisa Pevs (Produção da Extração Vegetal e Silvicultura) 2015, realizada pelo
o Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números indicam que, dos R$ 18,4 bilhões, a
silvicultura, atividade diretamente ligada à regeneração e plantio de florestas, respondeu por 74,3% da
produção, o equivalente a R$ 13,7 bilhões; enquanto os que estão ligados diretamente à extração vegetal
participaram com 25,7% (R$ 4,7 bilhões).
BAIXA
FUMAÇA NO AR
As emissões brutas de gases do efeito estufa no Brasil cresceram 3,5% em 2015 em relação
a 2014, segundo o mais recente balanço feito pelo Observatório do Clima – rede que reúne
40 organizações da sociedade civil. De acordo com o Seeg (Sistema de Estimativa de Emissão de
Gases de Efeito Estufa), o país emitiu 1,927 bilhão de t (tonelada) de CO2 no ano passado, contra
1,861 bilhão de t em 2014. O desmatamento foi, segundo o estudo, o principal responsável pelo aumento,
o que contrariou a tendência de queda no lançamento de poluentes, esperada em um ano de
recessão, com retração de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto).
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BIOMASSA
AUSTRÁLIA INVESTE
NO PELLET NEGRO
Foto: divulgação
U
m estudo de viabilidade desenvolvido pela empresa de
capital privado New Forests, na Austrália, busca transformar
restos de madeira em combustível renovável através
de uma usina de pelletização negra. A ideia é construir a usina no
município de Tamar Valley, na Tasmânia. Calculado em cinco milhões
de dólares, o investimento feito para a realização do estudo
busca encontrar uma oportunidade de utilizar os pellets de biomassa
na alimentação das caldeiras das indústrias, podendo assim
substituir o uso do carvão, combustível fóssil. Os pellets produzidos
na cor preta serão capazes de entrar nas usinas de energia
existentes sem precisar fazer qualquer modificação. A ideia inicial
dos empresários é importar o produto para o Japão, onde existem
várias usinas de energia. Se o estudo for aprovado, a News Forest
irá fornecer o plantio florestal 100% certificado de fibra longa para
abastecer a usina de pellet.
CONSUMO DE PELLETS DA UE
AUMENTA 7,8%
A
UE (União Europeia) consumiu 7,8% a
mais de pellets de madeira em 2015 do
que em 2014, totalizando 20,3 milhões
t (toneladas) do produto, segundo o relatório
anual da Aebiom (Associação Europeia de Biomassa).
O aumento vai contra a tendência global
de estagnação ou queda de demanda, embora
os pellets de madeira ainda representem apenas
6% da biomassa sólida utilizada na UE. Os
países consumidores conseguiram suprir 70% do
consumo de pellets aumentando a produção. O
déficit de suprimento é principalmente proveniente
da América do Norte. A Aebiom divulgou
que a Comissão Europeia pretende introduzir
critérios de sustentabilidade para a biomassa
após 2020, que terão impacto crítico em todo o
setor e na capacidade da Europa para se tonar líder mundial em energias renováveis. A entidade lembrou que tanto as
áreas florestais como os volumes produzidos pelos países da UE estão crescendo.
Foto: divulgação
24
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mercado florestal sua nova linha
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APLICAÇÃO
QUANTO É?
O
Instituto Escolhas disponibilizou
a plataforma digital
Quantoé? plantar floresta
que ajuda estimar o valor necessário
para recuperar a área de floresta nas
propriedades rurais brasileiras e o retorno
econômico que essa floresta poderia
gerar. Nela, a pessoa seleciona no mapa
a macrorregião onde está a área a ser recuperada, insere o tamanho em hectares e a plataforma propõe oito modelos de
recuperação de floresta para que o interessado escolha, dependendo do grau de degradação da área e sua finalidade (área
de preservação permanente, reserva legal ou somente florestamento), com ou sem intenção de retorno financeiro. A plataforma,
que pode ser acessada pelo site www.quantoefloresta.escolhas.org, permite que o proprietário calcule o valor do
que precisa investir combinando diferentes modelos de recuperação de florestas, com porções variadas de cada um desses
modelos, estimando o valor para cada uma dessas combinações.
Imagem: repprodução
CONSULTA
PÚBLICA
SOBRE A
PERMETRINA
Foto: arquivo
U
ma das normas a serem
seguidas para obtenção
da certificação no sistema
FSC (Conselho de Manejo Florestal)
é sua política de químicos, que restringe
o uso de determinados produtos
em plantações, entre eles a
permetrina. Apesar desta restrição,
o produto é devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ibama e Anvisa. De acordo
com o Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), há que se considerar que a permetrina é imóvel nos solos e
é aplicada de forma localizada, dentro dos ninhos de saúvas. A impossibilidade de uso deste inseticida causará prejuízos
incalculáveis ao setor, acarretando inclusive na perda da certificação FSC. Frente a este cenário, o Pccf (Programa
Cooperativo sobre Certificação Florestal) do Ipef lançou a consulta pública que tem por objetivo identificar as impressões
que os vários segmentos da sociedade têm com relação ao uso do inseticida em áreas florestais certificadas pelo
FSC. A consulta está disponível até o dia 7 de dezembro no endereço www.ipef.br/pccf/consulta_fsc2016.asp
26
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FRASES
Todos temos
um futuro
preferido, em
que minimizamos
ameaças e
valorizamos as
oportunidades,
contudo, temos
que buscar na
realidade, um
futuro plausível
Ganhamos escala para ganhar produtividade, mas
hoje para mantermos essa escala o custo desse
investimento em equipamentos não corresponde
da mesma forma. Por isso, não temos receio em
adiar o projeto, mas queremos garantir os melhores
contratos, com as melhores condições possíveis
José Carlos Grubisich, CEO da Eldorado Brasil
Infelizmente são dois absurdos (crise hídrica e a
desertificação) que vêm surgindo e ganhando força
até mesmo em esferas judiciais. Sem dúvida este tipo
de ação impacta a produção de madeira em florestas
plantadas. Há casos em que os juízes liberam o
licenciamento ambiental, mas proíbem o plantio
O advogado Igor Saulo Assunção, especialista em Direito Ambiental, alerta
que municípios, principalmente no Espírito Santo e Bahia, são bombardeados
com informações falsas sobre os impactos de plantios florestais
Marcelo Castelli, CEO da
Fibria Celulose
Realizou-se um trabalho intenso para a área,
que decrescia por falta de legislação. Projeto de
lei foi elaborado e aguarda votação na Assembleia.
Ele será o marco legal das florestas plantadas,
trazendo no conteúdo a simplificação de
procedimentos para licenciamentos e a adequação
da legislação estadual à federal
Secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul,
Ernani Polo, sobre o esforço do governo para criar um ambiente favorável à
retomada do crescimento do segmento no Estado
Foto: divulgação
Não quero a tranca que foi colocada em 2010,
nem porta escancarada. O que defendo é o
olho mágico, para que possamos ver quem está
querendo comprar terras no Brasil e avaliar se o
projeto atende ao interesse do nosso país
Walter Lídio Nunes, presidente da Celulose Riograndense, avaliando a
retomada da liberação de compra de terras por estrangeiros
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poda de árvores, picagem de resíduos florestais ou picagem
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similares. Oferece ainda uma grande variedade de
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ENTREVISTA
Foto: divulgação
Elizabeth de Carvalhaes
LOCAL DE NASCIMENTO
Rio de Janeiro (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
ATIVIDADE/ ACTIVITY:
Presidente-executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), organização integrante da Coalizão, e do Icfpa (International Council of
Forest & Paper Associations)
Executive President of the Brazilian Tree Industry (Ibá), organization representative for the Brazilian Coalition on Climate, Forests
and Agriculture (Coalizão Brasil) and the International Council of Forest & Paper Associations (Icfpa)
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:
Bacharelado em Letras pela USP (Universidade de São Paulo) e Phd em Língua e Literatura Alemã pela Universidade
de Viena - Áustria - (Ph.D.)
BA (Letters), University of São Paulo (USP); PhD in German Language and Literature, University of Vienna, Austria
O
segmento florestal tem chance de tomar a frente na corrida
pela manutenção da temperatura global. A intenção
é evitar que a média mundial aumente mais que 2°C
(Graus Celsius) e se possível fique abaixo de 1,5°C. Esta é uma das
resoluções da COP21 (Conferência do Clima), realizada em Paris
no ano passado, e que, a partir deste mês, entra oficialmente em
vigor. O Brasil se comprometeu com uma série de medidas, entre
elas obter a participação de 18% de biocombustíveis na matriz
energética até 2030 e alcançar 23% de participação de energias
renováveis (além da hídrica) na bioeletricidade. Este cenário abre
portas e oportunidades para o segmento florestal. Conversamos
com Elizabeth de Carvalhaes, presidente-executiva da Ibá e uma
das porta-vozes da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura,
um movimento multisetorial que trata de questões relacionadas
às mudanças climáticas com vistas à economia verde. Acompanhe
as perspectivas da dirigente sobre as oportunidades que se abrem
ao setor florestal diante a este imenso desafio.
O refresco da floresta
The refreshment of the forest
T
he forest segment has a chance to take the lead in the race
for maintaining the global temperature. The intention is to
prevent the world average increasing more than 2°C and
if possible staying below 1.5°C. This is one of the resolutions of
the COP21 (Climate Conference), held in Paris last year, and that,
starting this month, officially enters into force. Brazil committed
itself to a series of measures, amongst them, biofuels obtaining
an 18% share of the energy matrix by 2030 and reach a 23% share
of renewable energies (apart from water) of bioelectricity. This
scenario opens doors and opportunities for the forest segment.
We spoke with Elizabeth de Carvalhaes, Executive President of the
Brazilian Tree Industry (Ibá), and representative for the Brazilian
Coalition on Climate, Forests and Agriculture (Coalizão Brasil), a
multisector movement that deals with issues related to climate
change with a view to the green economy. Accompany the
Executive’s perspective on the opportunities in the Forestry Sector
on this immense challenge.
30
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Como foi formada a Coalizão e o que motivou o surgimento da
entidade?
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura foi formada pela
união multissetorial de associações empresariais, empresas, organizações
da sociedade civil, entidades que lideram o agronegócio,
representantes do meio acadêmico, organizações civis da área
de meio ambiente e clima e indivíduos para promover e propor
políticas públicas, ações, mecanismos e incentivos financeiros e
econômicos para o estímulo à agricultura, pecuária e economia de
base florestal que impulsionem o Brasil para o protagonismo global
da economia sustentável de baixo caborno, gerando prosperidade
para todos com inclusão social, geração de emprego e renda. Até o
final de 2014, todas essas forças, pouco dialogavam. Neste sentido,
a Coalizão veio unir os setores para tratar das questões decorrentes
das mudanças climáticas sob a ótica de uma nova economia,
baseada na baixa emissão de gases do GEE (efeito estufa). Hoje,
a Coalizão possui mais de 150 membros. A Coalizão se propõe a
contribuir com o governo brasileiro, promover o diálogo aberto
com diferentes entidades e empresas, articular e facilitar ações,
identificar os entraves e busca soluções para a implementação,
estabelecer alianças de cooperação internacional, de forma a
viabilizar a economia de baixo carbono, acompanhar a evolução
dos processos, além de comunicar ideias e resultados à sociedade.
Acredita na consolidação da economia de baixo carbono no
Brasil? Quanto tempo deve levar?
A economia de baixo carbono já é uma realidade no Brasil. O país
tem grande relevância no cenário global, por suas características
naturais e seu potencial econômico, mas que precisa ser potencializada,
principalmente, após a definição das metas assumidas
pelo país no Acordo do Clima. Este é um compromisso inadiável e
o Brasil tem um cenário positivo para liderar esta nova economia
que preconiza a mitigação e a adaptação aos crescentes desafios
do clima, com competitividade, produtividade, inclusão social,
geração de renda e empregos, conservação de florestas e preservação
da biodiversidade. Os compromissos determinados pelo país
no Acordo do Clima possuem diversas metas como a redução das
emissões dos GEE em 37% até 2025, e em 43% até 2030, em relação
a 2005; recuperação de 15 milhões de ha (hectares) de pastagem
degradada; a restauração e reflorestamento de 12 milhões de ha
de florestas até 2030, para fins múltiplos; incentivar a integração
de culturas, florestas e pecuária em 5 milhões de hectares, reforçar
e fazer cumprir a implementação do Código Florestal; desmatamento
ilegal zero na Amazônia em 2030; aumentar a quota de
biocombustíveis sustentáveis no cabaz energético brasileiro para
cerca de 18% até 2030; setor de energia: alcançar 45% de energias
renováveis no cabaz energético até 2030.
Qual o modelo econômico almejado pela Coalizão, em especial
para o setor florestal?
Os desafios para o clima apontam para um novo modelo de desenvolvimento,
baseado na economia de baixo carbono. A Coalizão
trabalha em propostas e objetivos concretos para viabilizar tais
How was the Brazilian Coalition on Climate, Forests and Agriculture
(Coalizão Brasil) formed and what motivated the emergence
of the entity?
The Brazilian Coalition on Climate, Forests and Agriculture (Coalizão
Brasil) was formed through a multisector union of business
class associations, companies, civil society organizations, leading
agribusiness entities, representatives of academia, public
environmental and climatic organizations, and individuals to
promote and propose public policies, actions, financial and economic
mechanisms, and incentives to stimulate the agriculture,
livestock and forest-based economies to stimulate an increased
global role of Brazil within a sustainable low carbon economy,
generating prosperity for everyone with social inclusion, employment
and income generation. By the end of 2014, with all these
forces, there had been little dialogue. In this sense, the Coalizão
Brasil was formed to bring together the Sectors to address the
issues arising from climate change from the perspective of a new
economy, based on the low Greenhouse Gas emissions (greenhouse
effect). Today, the coalition has more than 150 members.
The Coalizão Brasil aims to contribute, along with the Brazilian
Government, to promote open dialogue with different entities
and companies, articulate and facilitate actions, identify obstacles
and solutions to the implementation and establishment of
international cooperation alliances, in order to stimulate creating
a low-carbon economy, to monitor the evolution of the processes,
in addition to communicate ideas and results to society.
Do you believe in the consolidation of a low carbon economy in
Brazil? How long should it take?
A low-carbon economy is already a reality in Brazil. The Country
already plays a relevant role on the global scenario, due to
its natural features and its economic potential, but its performance
needs to be improved, especially after the definition of
the goals undertaken by the Country in the Climate Agreement.
This commitment cannot be put off and Brazil has a positive
role in dealing with this new economy that calls for mitigating
and adapting to the increasing challenges of the climate, with
competitiveness, productivity, social inclusion, income and employment
generation, forest conservation, and biodiversity preservation.
The commitments made by the Country through the
Climate Agreement include many goals, such as the reduction
of Greenhouse Gas emission levels by 37% by 2025, and 43% by
2030, when compared to 2005 levels; recuperation of 15 million
hectares of degraded pasture; the recuperation and reforestation
of 12 million hectares of forest by 2030, for multiple purpose
management; stimulate the integration of 5 million hectares of
crops, forests and livestock, strengthening and enforcing the implementation
of the Forest Code; elimination of illegal deforestation
in the Amazon by 2030; increase the share of sustainable
biofuels in the Brazilian energy mix to about 18% by 2030; and
the Energy Sector to reach a 45% level of renewable energies in
the energy mix to 2030.
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
31
ENTREVISTA
mudanças, reais e positivas para o país. Separadas em três frentes
elementares - agropecuária, florestas e energia – estas propostas
abrangem ações como o incremento ao uso de biocombustíveis, a
criação de mecanismos de valoração do carbono, o cumprimento
do Código Florestal, o fomento à economia da floresta tropical,
o impulso a programas de restauração e reflorestamento em
larga escala, adoção às práticas de baixa emissão de carbono na
agricultura em larga escala e cooperação internacional. Para que
o Brasil siga na direção de um futuro sustentável para todos, é
fundamental, no curto e médio prazo, atuar em algumas frentes
como: o incremento dos produtos florestais, por meio de manejo
florestal sustentável, evitando as pressões por desmatamento e
degradação florestal; a retomada e a expansão da produção em
escala de biocombustíveis e bioeletricidade que permitirá maior
participação da energia renovável na matriz energética; a criação e
ampliação de mecanismos de valoração do carbono e pagamentos
por serviços ecossistêmicos, contribuindo para preservar florestas
e promover benefícios sociais e econômicos para comunidades que
vivem em seu entorno; o impulso em programas de restauração
e reflorestamento em larga escala, por meio da criação de uma
plataforma para monitorar fatores críticos, da formatação de um
programa de desenvolvimento tecnológico de silvicultura tropical
e do incentivo à qualificação de agentes da cadeia da restauração
e, finalmente, colocar em prática o Código Florestal que, aliado a
um processo contínuo de inovação tecnológica do setor agrícola,
permitirá que o Brasil se torne um grande produtor mundial sustentável
e competitivo de alimentos.
Existem exemplos no Brasil ou fora do país que apontem a viabilidade
da economia de baixo carbono?
O Brasil já pode ser considerado uma referência na economia de
baixo carbono. Neste sentido, o setor de árvores plantadas, importante
elo para garantir o suprimento de matéria-prima associada
à economia de baixo carbono, é um exemplo a ser seguido. Com
uma área total de 7,8 milhões de ha e responsável por 91% de
toda a madeira produzida para fins industriais no País; a indústria
de árvores plantadas é o setor que apresenta o maior potencial
de contribuição para a construção de uma economia verde, especialmente
por sua capacidade de absorção de carbono. Em 2015,
o setor foi responsável pelo estoque de 1,7 bilhão de t (toneladas)
de CO2. Por meio da expansão das florestas plantadas e restauração
de áreas degradadas previamente pela ação do homem, o Brasil
tem a oportunidade de eliminar o desmatamento ilegal ao mesmo
tempo em que aumenta os estoques de carbono. Além disso, as
atividades produtivas de base florestal, apoiadas em manejo e
plantio sustentáveis, tem potencial para fabricar mais de cinco
mil produtos e subprodutos, inclusive a biomassa para geração de
energia mais limpa do que aquela proveniente de fontes fósseis.
E quando o assunto é proteção, o Brasil é um exemplo mundial.
O setor de árvores plantadas protege 5,43 milhões de ha de áreas
naturais na forma de Áreas de Preservação Permanente, Reserva
Legal e Reservas Particulares de Patrimônio Natural.
What is the economic model sought by the Coalizão Brasil, in
particular as to the Forestry Sector?
The challenges for climate point to a new development model,
based on a low-carbon economy. The Coalizão Brasil is working
on concrete proposals and objectives to make such changes real
and positive for the Country. Separated into three basic frontsagriculture,
forestry and energy – these proposals cover actions
such as increasing the use of biofuels, creation of mechanisms
for carbon valuation, compliance with the Forest Code, stimulation
of the tropical forest economy, impulses to recuperation
and reforestation programs on a large scale, adoption of lowcarbon
practices in large-scale agriculture, and international cooperation.
For Brazil to follow in the direction of a sustainable
future for all, it is crucial, in the short and medium term, to act
on several fronts, such as: the development of forest products,
through sustainable forest management, avoiding the pressures
for deforestation and forest degradation; the resumption and
expansion of large scale biofuels and bioelectricity production
that will lead to greater participation of renewable energy in the
energy matrix; the creation and expansion of mechanisms for
carbon valuation and payments for ecosystem services, helping
to preserve forests and promote social and economic benefits
for communities living in these environments; impulses for recuperation
and reforestation programs on a large scale, through
the creation of a platform to monitor critical factors, formatting
of a program of technological development of tropical forestry
and encouraging qualified agents within the recuperation chain
and, finally, put the Forest Code into practice, combined with a
continuous process of technological innovation within the Agricultural
Sector, leading Brazil to become a major world producer
of sustainable and competitive foods.
Are there examples in Brazil or abroad that point out the viability
of a low carbon economy?
Brazil can already be considered a reference for a low-carbon
economy. In this sense, the Planted Forest Sector, a vital link to
ensure the supply of raw material associated with a low-carbon
economy, is an example to be followed. With a total area of 7.8
million hectares and responsible for 91% of all timber produced
for industrial purposes in the Country; the Planted Forest Sector
is the sector that presents the greatest potential for contribution
to the building of a green economy, especially for its ability
to absorb carbon. In 2015, the Sector was responsible for storing
1.7 billion tons of CO2. Through the expansion of the planted
forests and recuperation of the areas previously degraded by
the action of man, Brazil has the opportunity to eliminate illegal
deforestation while increasing carbon stocks. In addition, forestbased
production activities, supported by sustainable management
and cultivation, have the potential to produce more than
5 thousand products and by-products, including biomass for the
generation of a cleaner energy than that from fossil sources. And
when it comes to protection, Brazil is an example. The Planted
32
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Como o governo brasileiro está tratando a questão? A Coalizão
observa apoio real, além do Programa ABC?
O governo brasileiro tem feito seu papel de protagonista na
economia de baixo carbono. O Brasil foi um dos primeiros países
a ratificar o acordo do clima, transformando suas intenções em
compromissos legais. Mas este foi apenas o primeiro passo. Até
2019, o governo terá que trabalhar na regulamentação destas metas,
para, a partir de 2020, iniciar a década onde os compromissos
deverão ser cumpridos.
Acredita que as Indc (Contribuições Nacionalmente Determinadas
Pretendidas) apresentada pelo Brasil seja viável? O que está
sendo feito para que seja alcançada?
A Colizão junto com agentes econômicos, líderes mundiais e
representantes da sociedade civil contribuiu para a definição
e aprovação das propostas que definiram os compromissos do
Brasil, considerando a sua viabilidade. A partir daí, a Coalizão
tem como objetivo criar as condições favoráveis para que estes
compromissos sejam de fato implementados. No setor de bioenergia,
o Brasil se comprometeu, até 2030, a ter a participação de
18% de biocombustíveis na matriz energética e alcançar 23% de
participação de energias renováveis (além da hídrica) na bioeletricidade.
Para atingir esta meta é fundamental criar uma política
pública de incentivo de longo prazo, diferenciar a carga tributária
em níveis adequados para valorizar o biocombustível, elaborar
um plano de ação para cooperação internacional e desenvolver
uma estratégia para a padronização global de biocombustíveis. Já
na área de bioeletricidade, é necessário instituir um programa de
contratação de leilões diferenciados por fonte e por regiões, sanar
os obstáculos de conexão da bioeletricidade à rede distribuidora,
entre outros fatores que podem alavancar a energia renovável.
Quando o tema é restauração e reflorestamento, é preciso atuar
com programas em larga escala, por meio da criação de uma
plataforma para monitorar fatores críticos, da formatação de um
programa de desenvolvimento tecnológico de silvicultura tropical
e do incentivo à qualificação de agentes da cadeia da restauração.
O Brasil tem 170 milhões de ha de pastagens degradadas e, neste
sentido, as florestas de árvores plantadas tem grande potencial
para reflorestar estas áreas. Recentemente, a Coalizão encomendou
estudos que analisam vantagens competitivas para o Brasil na
economia de baixa emissão de carbono, a partir de oportunidades
na recuperação de florestas e na agropecuária. Em um destes
estudos, o Instituto Escolhas analisou o cálculo de custos para a
recuperação de 12 milhões de ha de florestas. De acordo com o
Forest Sector protects 5.43 million hectares of natural areas in
the form of Permanent Preservation Areas, Legal Reserves and
Private Natural Heritage Reserves.
How is the Brazilian Government dealing with the issue? Is the
Coalizão Brasil seeing any real support, over and above the
ABC Program?
The Brazilian Government has taken on the role of leading the
low-carbon economy. Brazil was one of the first countries to
ratify the Climate Agreement, turning their intentions into legal
commitments. But, this was only the first step. By 2019, the Government
will have to work on regulating these goals, so that,
starting in 2020, the decade can begin ready to fulfil all commitments.
Do you believe that the Intended Nationally Determined Contributions
(Indc) submitted by Brazil to be viable? What is being
done that they are achieved?
The Coalizão Brasil, along with economic agents, world leaders
and civil society representatives contributed to the definition and
approval of the proposals that have defined the Brazilian commitments,
considering their feasibility. From there, the Coalizão
Brasil aims to create favorable conditions so that these commitments
are indeed implemented. In the Bioenergy Sector, Brazil
undertook that by 2030, biofuels will have an 18% share in the
energy matrix and reach a 23% share of renewable energies
(apart from hydro) of bioelectricity. To achieve this goal, it is essential
to create a long-term incentive public policy, differentiate
the tax burden at adequate levels to stimulate biofuel production,
devise a plan of action for international cooperation, and
develop a strategy for the global standardization of biofuels.
In the area of bioelectricity, it is necessary to establish a program
of carrying out differentiated auctions by source and by
region, and to address obstacles of bioelectricity connection to
the distributor network, amongst other factors that can leverage
renewable energy. When the theme is recuperation and reforestation,
we must act with large-scale programs by creating a
platform to monitor critical factors, by formatting of a program
of technological development of tropical forestry and by providing
incentives to qualified agents in the recuperation chain.
Brazil has 170 million hectares of degraded pastures and, in
this sense, planted forests have a large potential for reforesting
these areas. Recently, the Coalizão Brasil commissioned studies
to analyze the competitive advantages for Brazil in a low- carbon
"A economia de baixo carbono
já é uma realidade no Brasil"
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
33
ENTREVISTA
Instituto Escolhas, esta recuperação pode acontecer conforme
a combinação dos modelos, com ênfase na regeneração natural
ou na implantação de sistemas florestais, com plantio parcial ou
total de mudas e sementes. Outros fatores influenciadores são a
escolha e a biodiversidade das espécies, as técnicas agroflorestais
e os arranjos produtivos empregados.
O movimento possui algumas análises sobre a viabilidade de
se multiplicar por dez a área de manejo florestal rastreada no
Brasil, entre outras. Qual é o número atual e de que maneira
isso seria possível?
A Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura encomendou três
estudos de impacto econômico, que delineiam cenários para implementação
da economia de baixo carbono do Brasil. Um deles trata
em decuplicação (tornar dez vezes maior) a área de manejo florestal
sustentável, análise encomendada junto ao Gvces (Centro de
Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas). Como
resultado final do estudo, a decuplicação pretendida renderia ao
país, em 2030, a produção de 21 milhões m³ (metros cúbicos) de
tora, obtidos por Manejo Florestal Sustentável. Significa gerar, R$
6,3 bilhões de receita para o setor (em valores de 2015); 170 mil
empregos diretos e indiretos; aumento de 5% para 20% do recorte
produzido para exportação; R$ 4,8 bilhões de impostos e mitigação
de 435 milhões de toneladas de CO2.
Quanto às florestas energéticas, elas são um caminho para o
suprimento sustentável de energia? O país está dando condições
para que sejam viáveis economicamente, por meio dos leilões
e outras ações?
A FAO projeta que a demanda por madeira para uso industrial e
geração de energia terá um acréscimo de 40% nos próximos 35
anos. É das árvores plantadas para fins industriais que podemos
fabricar a biomassa para geração de energia mais limpa e renovável
do que aquela proveniente de fontes fósseis. Graças às florestas
plantadas de pinus e eucalipto, a indústria siderúrgica brasileira é
a única no mundo a produzir aço verde a partir do carvão vegetal;
o setor de papel e celulose é praticamente 100% autossuficiente
em energia, utilizando o resíduo do processo produtivo para a
emission economy, starting with the opportunities from forest
recuperation and agriculture. In one of these studies, Instituto
Escolhas reviewed the cost calculation for the recuperation of 12
million hectares of forests. According to Instituto Escolhas, this
recovery could be carried out through a combination of models,
with emphasis on natural regeneration or the implantation
of forest systems, with partial or complete planting of seedlings
and seeds. Other influencing factors include the choice and the
biodiversity of species, agroforestry techniques and productive
employee arrangements.
The movement has made several analyses on the feasibility of
multiplying by ten the forest management area covered in Brazil,
amongst others. What are the numbers and how would this
be possible?
Coalizão Brasil has had three economic impact studies carried
out, that outline scenarios for implementation of a low-carbon
economy for Brazil. One of them is for a ten times larger area
under sustainable forest management, analysis commissioned
from Center for Studies on Sustainability at the Fundação Getulio
Vargas (Gvces). As a final result of the study, the desired ten
times effect, by 2030, would yield the Country with the production
of 21 million m³ of timber logs obtained from Sustainable
Forest Management. This signifies generating R$ 6.3 billion of
revenue for the Sector (in 2015 values); 170,000 direct and indirect
jobs; an increase of 5% to 20% in harvest produced for
export; R$ 4.8 billion of taxes and mitigation of 435 million tons
of CO2.
As for energy forests, are they a way for the sustainable supply
of energy? Is the Country providing sufficient conditions in order
that this is economically viable, through auctions and other
actions?
FAO projects that the demand for timber for industrial and power
generation will increase by 40% over the next 35 years. This by
trees planted for industrial purposes that can be used as biomass
for clean and renewable energy generation rather than using
fossil sources. Thanks to pine and eucalyptus planted forests, the
"Por meio da expansão das florestas plantadas e
restauração de áreas degradadas previamente pela ação
do homem, o Brasil tem a oportunidade de eliminar o
desmatamento ilegal ao mesmo tempo em que aumenta
os estoques de carbono"
34
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"Um dos grandes desafios para mitigar os efeitos
das mudanças climáticas é como remunerar projetos
sustentáveis que ajudem a cumprir esses objetivos. Uma
das alternativas são os Green Bonds"
geração de energia e, em muitas unidades, exporta energia para
o grid; e as empresas de painéis de madeira também utilizam a
biomassa como fonte de energia para seus processos produtivos. A
Empresa de Pesquisa Energética estima que até 2020, a produção
de energia a partir de biomassa florestal deve chegar a 22 TWh
(terrawatts-hora), o equivalente a quase 25% de toda a produção
de Itaipu em 2015, e, até 2050, pode atingir 70 TWh. A demanda de
madeira para bioleletricidade projetada para os próximos quatro
anos está amparada, basicamente, nos empreendimentos que
já comercializaram energia de biomassa florestal nos leilões do
setor elétrico. No total, estão previstos 70 milhões de m3 (metros
cúbicos), aproximadamente todo o volume que é destinado hoje
no país para a fabricação de papel e celulose, madeira e carvão
vegetal. Pela projeção da EPE, o Brasil tem potencial para dobrar
seus plantios florestais nas próximas décadas, alcançando 15 milhões
de hectares, dos quais 3,8 milhões de ha seriam destinados
à produção de energia.
Como as empresas de base florestal podem se beneficiar dos
green bonds?
Um dos grandes desafios para mitigar os efeitos das mudanças
climáticas é como remunerar projetos sustentáveis que ajudem a
cumprir esses objetivos. Uma das alternativas são os Green Bonds,
títulos de dívida que determinam que os recursos captados sejam
aplicados em projetos ambientalmente sustentáveis. Ao realizar
operações com os Green Bonds, além de contribuir para a construção
da economia verde, entregando à sociedade benefícios
socioambientais, as empresas habilitadas ganham potencial para
ampliar a base de potenciais investidores e gestores de ativos,
aumentar o seu raiting, além de ganho de imagem e reputação
corporativa. Os Green Bonds possuem spread reduzido e uma alta
demanda no mercado, porém é necessário ainda estabelecer o
mercado de Green Bonds no Brasil, criando mecanismos para que
os títulos corporativos ganhem competitividade perante os títulos
públicos, tanto em incentivos fiscais como em taxas competitivas.
Apenas como ilustração, uma estimativa realizada pela organização
inglesa Climate Bonds Initiative, prevê que esses papéis movimentem
Us$ 100 trilhões.
Brazilian steel industry is the only one in the world to produce
green steel from charcoal; the Pulp and Paper Sector is practically
100% self-sufficient in energy, using the residue from the
manufacturing process for power generation and, in many units,
exports energy to the grid; and wood panel manufacturing companies
also use biomass as an energy source for their production
processes. The Empresa de Pesquisa Energética estimates that
by 2020, the production of energy from forest biomass should
reach 22 TWh, the equivalent of almost 25% of all Itaipu production
in 2015, and by 2050, could reach 70 TWh. The demand
for timber for bioelectricity projected for the next four years is
based, basically, on enterprises that have sold energy from forest
biomass in Electricity Sector auctions. In total, 70 million cubic
meters are foreseen, where, today, almost all the volume produced
in the Country, is destined for the manufacture of pulp
and paper, lumber and charcoal. According to EPE projections,
Brazil has the potential to double its forest plantation area in the
next decades, reaching 15 million hectares, of which 3.8 million
hectares would be intended for energy production.
Can forest-based companies benefit from Green Bonds?
One of the greatest challenges to mitigate the effects of climate
change is how to compensate sustainable projects that help
meet these goals. One of the alternatives is the Green Bond, a
debt security that determines that the funds raised will be invested
in environmentally sustainable projects. To perform operations
with Green Bonds, in addition to contributing to the construction
of a green economy, delivering environmental benefits
to society, issuing companies gain the potential to broaden the
base of potential investors and asset managers, an increase in
their ratings, plus benefits as to image and corporate reputation.
Green Bonds have a lower spread and high market demand, but
it is still necessary to establish a market for Green Bonds in Brazil,
creating mechanisms for corporate bonds to gain competitiveness
in the face of government bonds, both in tax incentives as
to competitive rates. Just as an illustration, the English organization
Climate Bonds Initiative estimates this market to be $100
trillion.
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
35
PRINCIPAL
ENERGIA VERDE
E LIMPA
Fotos: divulgação
36
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BIOMASSA FLORESTAL VAI
SUPERAR BAGAÇO DE CANA NA
CORRIDA POR COMBUSTÍVEIS
SUSTENTÁVEIS
Bagaço da cana ainda é a
biomassa mais utilizada
para geração de energia
A
estimativa da EPE (Empresa de Pesquisa Energética)
é que a demanda por energia no Brasil vai triplicar
até 2050. A tendência mundial mostra que
as fontes menos poluentes vão dominar neste cenário, com
supremacia da biomassa florestal frente a outros materiais
como o bagaço de cana-de-açúcar, atualmente a principal
matéria-prima para geração de energia da categoria. Especialistas
do setor mostram que o Brasil tem tudo para ser
o líder mundial. É importante, no entanto, planejamento
quanto à logística, diversificar espécies, modelos de aproveitamento
e regiões.
O consumo de energia elétrica no país crescerá 4,3%,
em média, nos próximos dez anos, segundo estudo da
EPE, até atingir a impressionante demanda prevista para
2050 - 1.624 Twh (terawatt-hora). Outro estudo, este em
nível mundial, reforça que as fontes renováveis vão superar
os combustíveis fósseis na demanda e também em
investimentos recebidos. A edição 2016 do estudo Energy
Outlook, feito pela Bnef (Bloomberg New Energy Finance),
prevê investimento de US$ 7,8 trilhões em fontes como eólica,
solar e biomassa até 2040, superior ao montante destinado
às energias fósseis.
No Brasil, a biomassa é responsável por abastecer 10%
de toda matriz energética. Porém, o bagaço da cana-de-
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
37
PRINCIPAL
-açúcar, com 10.961.941 Kw (quilowatts), ou seja 80%, é o
principal insumo, enquanto a floresta, com 2.779.647 Kw,
ocupa um distante segundo lugar, abocanhando 20% do
total gerado por biomassa, segundo dados da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica). Mas agora a boa notícia:
o combustível vindo das florestas vai ultrapassar o rejeito
da cana até 2040, segundo projeções da da EPE, quando
as florestas energéticas serão a principal fonte de biomassa
energética.
De acordo com o levantamento da Abib (Associação
Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável),
o Brasil tem potencial total de geração de biomassa
florestal e industrial (transformação madeireira) superior a
85 milhões de m³ (metros cúbicos). “Somando com lenha e
carvão, esse número sobe para mais de 157 milhões de m³”,
completa Celso Oliveira, diretor da entidade.
Os valores pagos pelo mercado e estimados nos leilões
do governo também começaram a ficar mais atrativos. Recentemente
a Ccee (Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica ) estipulou o valor do PLD (Preço de Liquidação das
Diferenças), que serve de indicador para comercialização
da energia elétrica no mercado spot, em R$ 213,29 o MWh
(megawatt hora). Trata-se de um número que flutua bastante,
mas este valor apresentado em outubro é bastante
animador.
TOMADA LIGADA À FLORESTA
Segundo o levantamento mais recente da Ibá (Indústria
Brasileira de Árvores), o Brasil alcançou a marca de 7,8 milhões
de ha (hectares) em florestas plantadas. Deste total,
em torno 14% destinou-se à produção energética. O Balanço
Energético Nacional 2016 – com ano base 2015 - mostra
que 42% da energia consumida no Brasil vem de fontes renováveis.
Neste universo, a lenha e o carvão vegetal contribuíram
com 8,2%, ocupando a terceira colocação, atrás da
cana (17%) e da hidráulica (11,3%).
Victor Hugo Pereira Moutinho, mestre em Ciência e Tecnologia
da Madeira e doutor em Recursos Florestais, acredita
ser importante potencializar o que temos nas mãos e
mostra caminhos. “Primeiramente, é preciso de políticas
públicas direcionadas ao setor florestal de uma forma geral,
não somente em termos de investimentos, mas também
Madeira processada será
o principal combustível
renovável em menos de 30
anos no Brasil
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Principal cultura
plantada no Brasil,
eucalipto é a
espécie mais usada
para geração de
energia
de tecnologia e desenvolvimento de informações”, indica.
Atualmente o setor de plantadas está em franca expansão
para os Estados da região norte e nordeste, devido ao menor
custo da terra. “Esta é a maior vantagem destas novas
fronteiras florestais, mas é preciso ter atenção, pois as espécies
já consolidadas nas regiões sul e sudeste podem não
ter o mesmo comportamento nestes novos sítios,”, alerta
Victor. Ele recomenda novos estudos para caracterizar os
materiais e verificar a resposta às mudanças edafoclimáticas
da região.
NATIVAS SÃO OPÇÃO
As principais espécies plantadas no Brasil são o eucalipto
(72%) e o pinus (22%). Para geração de energia, o eucalipto
mantém essa supremacia, apesar de outras variedades
também mostrarem aptidão para o mesmo uso. Entre elas
estão a acácia-negra (Acacia mearnsii), restrita ao no Rio
Grande do Sul, Acacia mangium, na região norte e a própria
seringueira (Hevea brasiliensis) no centro-oeste e outras.
Por isso, a diversificação de espécies florestais também
tem que ser melhor estudada. “Diversas espécies amazônicas
possuem alto crescimento e densidade condizente para
fins energéticos em um ambiente de alta competitividade,
que é a floresta nativa. Imagine então se as adaptarmos a
ambiente favorável, como seria o crescimento.” Para delimitar
as espécies mais apropriadas seria preciso estruturar
um programa de melhoramento das espécies nativas com
potencial energético, o que levaria algumas décadas para
gerar resultados palpáveis para indústria, porém ainda dentro
do panorama até 2050. “Como atalho, temos a Estação
Experimental de Curuá-Una, um projeto desenvolvido no
Pará na década de 70/80, onde hoje temos plantios em
diferentes tratamentos de mais de 30 espécies nativas da
Amazônia com aproximadamente 32 anos de plantio”, ressalta
o especialista. Entretanto, o projeto está abandonado
há mais de 15 anos. “A Ufop (Universidade Federal do Oeste
do Pará) poderia assumir a estação junto com diversas
parceiras para realizar tais estudos e gerar resultados mais
rápidos, mas falta recursos”, sugere.
Ele também aponta vantagens em aproveitar toda a
árvore, incluindo raiz e toco. “O aproveitamento é sempre
bem vindo para maximizar a utilização de quaisquer
matéria-prima, principalmente a madeira, onde há um histórico
de baixo rendimento.” Para exemplificar, ele afirma
que para cada m3 de madeira retirada em plano de manejo
florestal na Amazônia, por exemplo, fica na floresta algo
em torno de 0,5 m³, tocos acima de 20 cm (centímetros)
de diâmetro que podem ser utilizado tanto para energia e
outros fins.
Somente no Estado do Pará foram colhidos legalmente
em 2015 cerca de 400 milhões m³ de madeira das florestas
nativas. Adotando média da densidade dessas madeiras
para 500 kg/m³, temos um potencial de 100 milhões t (toneladas)
de resíduos para serem utilizados em diferentes
fins energéticos. Porém, nem todo esse montante pode ser
viável do ponto de vista econômico. É importante avaliar
custo operacional e logística.
AÇO VERDE
A madeira por si só é um combustível de boa qualidade,
porém quando é transformada em produto bioenergético
ganha em poder calorífico e rendimento. “A madeira pode
ser utilizada na forma in natura como lenha, cavacos de
madeira ou serragem, todos com 4.500 Kcal.Kg-1 (quilocaloria
por quilograma), como material densificado: briquetes
(4.537 Kg/cal) ou pellets (acima de 4.648 Kcal) ou na
forma de carvão vegetal (7.500 Kcal.Kg-1)”, detalha Victor.
Isto depende muito da tecnologia de conversão empregada.
“A madeira quando usada na forma natural converte
muito pouco do potencial energético (5%)”, avalia. Quando
o material passa por processos mais elaborados, pode-se
chegar a 35% de rendimento. “Já o carvão vegetal tem uma
eficiência energética entre 40 a 80%, assim como os pellets
e briquetes.”
Por isso a indústria siderúrgica utiliza o carvão como
principal combustível. Cada vez mais o material vegetal
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
39
PRINCIPAL
vem ocupando espaço em detrimento ao mineral. É o caso
da Aperam BioEnergia que fornece carvão à siderúrgica do
mesmo grupo. Instalada no Vale do Jequitinhonha, em Minas
Gerais, a empresa produz e comercializa carvão vegetal,
madeira, mudas e sementes a partir de florestas renováveis
de eucalipto. Os plantios são realizados em chapadas nos
municípios mineiros de Itamarandiba, Capelinha, Veredinha,
Turmalina e Minas Novas.
A empresa administra um patrimônio florestal que
produz cerca de 9 milhões de mudas ao ano. “A colheita, a
carga e descarga do forno, o transporte, entre outras fases
da carbonização da madeira são totalmente mecanizadas,
utilizando os mais avançados equipamentos do segmento
florestal”, garante Edimar de Melo Cardoso, diretor de operações.
Ele explica que para alcançar a eficiência energética
adequada, o carvão vegetal deve possuir alta resistência
mecânica, obtida por meio da carbonização controlada sob
baixa temperatura, garantindo a síntese máxima de carbono
sem degradação do carvão, com excelentes resultados
de rendimento gravimétrico. “Para chegar esse padrão, a
Aperam BioEnergia vem investindo em novas tecnologias,
como as plantas de produção automatizadas com curvas
padrões de carbonização e, processo de secagem forçada
da madeira. Essas tecnologias garantem a qualidade do produto
e estabilidade no processo”, assegura.
A produção na floresta alcança a colheita anual de 2,2
milhões m³ de madeira, o que gera 430 mil t de carvão vegetal
também ao ano. A produção é destinada à Aperam
South America, produtora de aço inox e aços elétricos especiais,
cuja planta industrial está sediada em Timóteo (MG).
“Pelo fato de todo o ciclo energético da empresa ser sustentável,
dizemos que no fim da linha de produção temos
um aço verde, que é destinado à indústria do transporte, da
construção, de linha branca, de utilidades domésticas, do
agronegócio, do setor energético, à decoração entre diversas
outras aplicações.”
O solo dessa região se caracteriza por ser de baixa qualidade.
Com técnicas de conservação e manejo, como por
exemplo o cultivo mínimo e ciclagem dos nutrientes, houve
aumento na matéria orgânica do solo após anos consecutivos
de plantio. A empresa trabalha com um ciclo de floresta
de 14 anos, dividido em dois cortes. Portanto, a cada
sete anos é colhida a madeira e transformada em carvão.
Uma vez completado o ciclo, a floresta é substituída por um
novo plantio sempre por meio de mudas clonais e com utilização
de novos cultivares. “Temos represas próprias, com
todos os licenciamentos necessários, para acumular água
de chuva. São elas que fornecem 100% da água necessária
ao plantio e manutenção de nossas florestas renováveis. A
empresa mantém um programa arrojado de melhoramento
florestal”, detalha Edimar.
Biomassa produzida na
floresta pode diminuir
custos com logística
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PELLETS PELO MUNDO
Embora atualmente (outubro/2016), esse preço esteja em US$ 117,94
por t, nível mínimo da série histórica iniciada em maio de 2009, a expectativa
é de aumento significativo nos próximos anos. O preço máximo de
US$185,00/t foi alcançado em outubro de 2011 e novamente em julho de
2014. Dependendo das políticas relativas a mudanças climáticas dos vários
países importadores, em outubro de 2018 os preços poderão oscilar entre
US$151/t (pior cenário), US$165/t (médio) e US$179/t (melhor cenário).
Hoje os principais importadores são os países da União Europeia, mas espera-se
que, por volta de 2021, esse mercado irá se estabilizar. Após essa
data acredita-se que o crescimento da demanda venha dos Estados Unidos,
Canadá e de países asiáticos, especialmente Japão e Coreia do Sul. O
relatório estima que o crescimento anual entre 2010 e 2025 será de 3,16
milhões de t ao ano, atingindo um consumo de cerca de 52 milhões de t no
final desse período.
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possuem rodados tandem, são rebocados por trator, pá
carregadeira ou escavadeiras, com isso facilita o manejo
dentro da floresta. São equipados com rotores de facas
segmentadas ou facas inteiras, vindo ao encontro das
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SILVICULTURA
MAIS ÁREA
PARA PLANTAR
TRITURADOR FLORESTAL POSSIBILITA USAR 100%
DO TALHÃO PARA O REPLANTIO
Fotos: REFERÊNCIA
N
ão perder nada da área para o replantio. Essa foi
a principal razão para uma grande empresa do
setor florestal iniciar o processo de trituração de
resíduos. Além de livrar-se das pilhas de galhos que se acumulavam,
o procedimento pós-colheita também permite
mecanizar processos de silvicultura, aumentar a segurança
e eficiência dos trabalhos manuais. Acompanhamos o dia
de campo na área localizada em Arapoti (PR), em que participaram
representantes de diversas empresas florestais
com áreas na região para aprender mais sobre a intervenção.
Partindo de Curitiba (PR) o percurso não demora três
horas. O talhão visitado era de fácil acesso, às margens da
PR-239, não foi preciso nem enfrentar estrada de chão.
A área era plana e foi ocupada com plantio de pinus. De
acordo com o coordenador de silvicultura, o procedimento
padrão adotado anteriormente era o enleiramento dos resíduos
da colheita. Eles eram arrastados por skidder e depositados
nas entrelinhas. Apesar da escolha do lugar, a mistura
de galhos e folhas inviabilizava o plantio de parte da área.
Para resolver este problema, há três meses, a empresa
passou a utilizar o conjunto composto por um feller buncher
John Deere 643L como máquina base e cabeçote Denis
Cimaf DAF 225e para triturar as sobras da coolheita. O uso
do triturador permitiu aproveitar 100% da área. Além disso,
ampliou o uso de tratores agrícolas para a aplicação de
herbicidas e preparo do solo e ainda melhorou as condições
de trabalho dos funcionários que fazem as operações ma-
42
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Área totalmente limpa após a trituração dos resíduos
A trituração de resíduo libera 100% da área para o
replantio e permite mecanização da silvicultura
nuais, que encontram um terreno bem mais amigável para
caminharem.
A máquina trabalha em dois turnos, em breve será implementado
o terceiro. O consumo de combustível do triturador
é de 23l/h (litros por hora). As 31 facas do cabeçote
são trocadas a cada 158 horas, procedimento que leva em
torno de uma hora. Essas ferramentas são afiadas a cada
troca de turno, algo que ocorre a cada seis horas. A afiação
é uma intervenção rápida, não toma mais do que 15 minutos.
Quando a equipe da Denis Cimaf fez a entrega técnica
do equipamento também forneceu um gabarito que serve
como base do ângulo que as facas devem ser afiadas. Segundo
o encarregado da operação, a disponibilidade mecânica
do equipamento, contando todas as paradas, é de
80%. Já os custos totais, levando em conta salário dos operadores,
gasto com óleo diesel e manutenções ficou em R$
780/ha (hectare).
“É interessante perceber, como as empresas florestais
estão olhando as operações de preparação de solo para
plantio não mais como uma atividade isolada, e sim como
um processo que irá trazer ganhos a todas as etapas da formação
de uma floresta de alto rendimento”, avalia Everson
Della Giustina, supervisor de silvicultura da Klabin, participante
do evento.
Para ele, a solução apresentada pela Denis Cimaf, acoplando
o implemento a um feller de pneus, proporciona
agilidade na trituração do resíduo pós-colheita. “O rendimento
médio atingido pela empresa que obervamos de 2,6
ha/hora é bastante satisfatório, considerando a operação
em 100% do talhão nos resíduos da colheita do sistema CTL
(Cut to Length)”, frisa.
Everson pondera que o modelo operacional observado
durante o dia de campo também pode ser aplicado nas
áreas cultivadas pela Klabin. “Porém, hoje a nossa intenção
principal é a trituração do resíduo da colheita do sistema
Full Tree (árvores inteiras), que fica depositado na bordadura
do talhão.” De acordo com o supervisor de silvicultura, a
unidade da Klabin de Santa Catarina inciará, ainda este ano,
a operação com o triturador da Denis Cimaf acoplado a uma
escavadeira hidráulica de 20 t (toneladas).
Afiação das 31 facas do cabeçote leva somente 15 minutos
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
43
CONFRATERNIZAÇÃO
PROFISSIONAIS
FLORESTAIS
TÊM
ENCONTRO
MARCADO
NO DIA 8 DE DEZEMBRO, EM
PONTE ALTA DO NORTE, ACONTECE
O JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO
QUE REÚNE GRANDE PÚBLICO
LIGADO AO PLANTIO, COLHEITA E
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS PARA
FLORESTA
Foto: MJA Fotografias/Jaison Lopes
T
udo pronto para a festa que fecha o calendário de
eventos do setor florestal de 2016. A tradicional codornada,
promovida pela NP Transportes e Biomassa,
acontece nos dia 8 de dezembro em Ponte Alta do Norte
(SC), cidade próxima a Lages (SC). A confraternização é a mais
democrática possível porque proporciona o encontro de operadores
e mecânicos de equipamentos florestais, diretores
de grandes fabricantes de máquinas e equipamentos, além
de profissionais, empresários e diretores de companhias do
ramo florestal. Outro ponto importante da festa é o cunho social.
Os participantes são incentivados a doar brinquedos, que
são distribuídos pelo Papai Noel a crianças carentes da região.
Está é a 11ª edição do jantar que proporciona espaço
para uma pequena exposição de equipamentos para colheita,
transporte florestal e biomassa. Ano passado a confraternização
atraiu 500 participantes e trouxe visitantes de diversas regiões
do país. Muitas empresas aproveitam o momento para
consolidar o relacionamento com clientes em um ambiente
descontraído e focar nos produtos que são carro-chefe. Em
2015, o pátio do local do evento abrigou harvesters, forwarders,
feller-buncher, cabeçotes de diversos portes e implementos
para o transporte de biomassa.
A motivação central da festa é mesmo a ação social, algo
que o evento carrega desde as primeiras edições. “A ideia surgiu
para proporcionamos um pouco de felicidade para crianças
que precisam de atenção, principalmente na época de Natal
e o evento foi crescendo”, aponta Fabio Calomeno, diretor
da NP Transportes e Biomassa. Em 2015, mais de mil crianças
foram presenteadas.
Já o prato servido é a estrela da festa. As codornas são
preparadas por uma equipe profissional que tempera e assa
as aves na brasa. Serão preparadas em torno de 2.200 refeições
para saciar o apetite dos convidados. Acompanhe tudo o
que vai acontecer durante o evento deste ano na reportagem
de cobertura que a REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL vai preparar
e que será publicada na primeira edição de 2017.
44
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SOLUÇÕES COMPLETAS
na colheita de madeira
SELEÇÃO DE OPERADORES
DE MÁQUINAS FLORESTAIS
Seleção de pessoas com perfil para o
cargo de operador de máquinas
florestais, com base nas competências:
comportamento, técnica de trabalho e
habilidade motora.
CAPACITAÇÃO DE OPERADORES
DE MÁQUINAS FLORESTAIS
Treinamentos de Formação
Módulo I – Parte teórica
Módulo II – Simulador de realidade virtual
Módulo III – Prática de campo
Treinamentos de Aperfeiçoamento
Módulo I – Parte teórica
Módulo II – Simulador de realidade virtual
Módulo III – Prática de campo
CONSULTORIA ESPECIALIZADA
• Estudo de tempos e movimentos
• Diagnóstico de operações florestais
• Desenvolvimento e análises de
sistemas de colheita da madeira
• Desenvolvimento de modelos de
planejamento operacional
• Elaboração de manuais de
procedimentos operacionais
CAPACITAÇÃO DE OPERADORES
EM TODAS AS MARCAS E MODELOS
DE EQUIPAMENTOS FLORESTAIS:
Harvester, Feller Buncher, Skidder,
Forwarder, Garra Traçadora,
Carregador Florestal, Máquinas
de Pátio
PARANÁ
CENFOR - CENTRO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES FLORESTAIS
Universidade Estadual do Centro-Oeste - Rodovia PR-153, km 7, Riozinho - Irati - PR
Fone: 42 3421-3093 - cenfor@irati.unicentro.br
COLHEITA
MADEIRA
MORRO
ACIMA
EQUIPAMENTOS COM MANUTENÇÃO EM DIA E
OPERADORES CAPACITADOS ALCANÇAM GRANDE
PRODUTIVIDADE MESMO NA COLHEITA FLORESTAL EM
TERRENOS ÍNGRIMES
Fotos: Vanessa Wolff Santana Dos Santos
O treinamento realizado pela Oregon foi direcionado
para uso, manutenção e limpeza do conjunto de corte da
motosserra e da máquina processadora. Foram treinadas
14 pessoas entre operadores de motosserra e de slasher,
responsáveis pela manutenção (afiação, rebitagem das correntes)
e o supervisor de colheita. Pela manhã os profissionais
da Berneck receberam orientações na oficina. À tarde
todos foram a campo para observar como a colheita era
realizada e fazer os ajustes necessários para melhorar ainda
mais o trato com os equipamentos.
"Uma boa manutenção gera economia, por isso é importante
esse trabalho técnico", avaliou Aurio Pinto de Oliveira,
supervisor florestal da operação. “As principais orientações
para os operadores de motosserra foram as usuais,
porém muito importantes”, apontou Fabiano Ribeiro, especialista
técnico de treinamento da Oregon. Entre elas estão:
girar o sabre para evitar o desgaste em somente um dos
lados, realizar a troca de corrente a cada três horas e a rebitagem
correta para que essa parte não se rompa precoce-
A
cidade de Cerro Azul (PR) fica no coração do Vale
do Ribeira - região que compreende o sul de São
Paulo e leste do Paraná - recheada de vales e morros.
Mesmo com este tipo de relevo, a atividade florestal
se desenvolveu muito bem naquele local com equipes de
colheita que adquiriram sistemas apurados para alcançar
árvores de difícil acesso. Em outubro, uma equipe com
técnicos da Oregon e da distribuídora da marca Nordtech
promoveram um curso de atualização para profissionais da
Berneck, que trabalham na extração de árvores de pinus
plantadas há 12 anos.
A Fazenda Tarumã tem 3 mil ha (hectares) plantados
com pinus. A operação Full Tree (árvores inteiras) funciona
em um turno de oito horas. Para realizar a colheita, o
operador de motosserra derruba as árvores com 12 anos e
outro realiza a desgalha. A árvore é presa ao cabo puxado
por uma torre que sobe os troncos até o topo do morro. Os
feixes de madeira são puxados por um skidder até o slasher
que processa as toras.
46
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mente. “O indicado é utilizar para uma coroa dois sabres e
quatro correntes”, completa Fabiano. Além dessas dicas, os
operadores foram instruídos na melhoria da afiação da corrente,
por meio de uso de acessórios e da fixação do afiador
na altura correta para melhorar a ergonomia.
O experiente afiador José Maria Schefer aprendeu novas
técnicas e aprovou o curso que serviu de reciclagem
para o profissional. “Estou aqui há 15 anos e esse treinamento
me trouxe novos conhecimentos”, afirmou. Ele absorveu
que o ângulo correto na afiação faz a diferença para
a durabilidade e produtividade da motosserra, como explicou
Clair Meneguelli, gerente técnico da Nordtech.
Outro ponto destacado durante o curso foi a importância
de rebaixar a guia após a afiação. “Toda corrente tem
um número estampado na guia de profundidade de cada
cortador, esse número significa a altura da ponta de ataque
da placa superior do cortador com a guia de profundidade,
sempre que for feita afiação tem que controlar essa altura
com um acessório chamado calibrador de guia. Se a ponta
da guia de profundidade aparecer entre o canal do calibrador,
deve-se rebaixá-la com uma lima plana.”
Terreno íngrime exige operação ajustada com cabo
aéreo, skidder, motosserra e slasher
O transporte dos feixes de madeira é realizado por
skidder
MADEIRA QUE SOBE
A colheita em áreas declivosas traz algumas dificuldades.
Por isso o treinamento focou em manter o conjunto de
corte das motosserras e do slasher tinindo, o que aumenta
produtividade e segurança da operação. Os trabalhos contam
com operadores acostumados com o serviço. Aristeu
da Cruz, que maneja uma motosserra, desgalha até 600 árvores
por dia.
Para manter, e quem sabe ampliar esse número, a indicação
de Fabiano foi quanto à afiação da corrente. Quando
o operador diz que está saindo fubá da motosserra, porque
a serragem sai em forma de pó, quer dizer que a corrente
está mal afiada. “Quando o equipamento está bem afiado,
os resíduos do corte são grossos, por isso aquelas dicas que
passamos ao afiador são essenciais quando à máquina vai
para o campo”, detalha Fabiano, da Oregon.
Quando as toras chegam ao slasher, mesmo com os
elogios dos profissionais à corrente Oregon, os técnicos
insistiram na troca da corrente a cada três horas. Assim, a
máquina produz mais, tem menor consumo de combustível
e o motor é menos exigido. A lubrificação também é um
componente importante para o sucesso de todo o processo.
“Indicamos a troca do óleo lubrificante utilizado por
um com maior viscosidade, com no mínimo 90 cst (centistokes).”
Este foi o 10º treinamento realizado pela Oregon
em florestas manejadas pela Berneck, fechando o ciclo de
ações para esse ano.
Fotos: REFERÊNCIA
Técnico orienta afiador (ao centro) a maneira correta de
realizar a manutenção da corrente da motosserra
Madeira previamente desgalhada, é processada pelo slasher
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
47
EVENTO
CAPTURE 400 EC
REFORÇA LINHA
DE DEFENSIVOS FMC
Fotos: REFERÊNCIA
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EVENTO QUE MARCOU O
LANÇAMENTO OFICIAL
DO INSETICIDA MOSTROU
SOLUÇÕES INTEGRADAS
PARA COMBATE A
PRAGAS DO EUCALIPTO
O
evento organizado pela FMC Agricultural Solutions,
realizado nos dias 5 e 6 de outubro, em
Indaiatuba (SP), para o lançamento oficial do
inseticida-acaricida para eucalipto Capture 400 EC, reuniu
especialistas nos segmentos de pragas florestais e profissionais
do segmento. Nos últimos dez anos o ataque das
ameaças exóticas cresceu no Brasil assim como os prejuízos
que causam às florestas plantadas. Estima-se que ao
todo 600 mil ha (hectares) de plantios com eucalipto sejam
atacados todos os anos por insetos.
A intenção do encontro, que contou com a participação
de 50 profissionais, era ser mais do que um palco para
o lançamento do novo produto, mas, principalmente, um
fórum de debate sobre o assunto pragas florestais. Foram
apresentados números e ocorrências das principais ameaças,
detalhes da biologia dos insetos, perfil dos ataques,
modelos de prevenção, aplicação dos produtos e ainda
houve espaço para os convidados interagirem com a equipe
da FMC no Brasil.
“A FMC é uma das maiores empresas de defensivos
agrícolas do Brasil. No ramo de floresta, particularmente,
entramos há quatro anos e já temos um terço dos mercados
em que atuamos”, comemora Paulo César Oliveira,
diretor de novos negócios da FMC. Em relação à rápida
aprovação do Capture pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, que levou somente um ano e
meio quando o usual são pelo menos quatro, Paulo credita
parte do sucesso ao próprio setor florestal. “Foi um
anseio do segmento e tivemos muito apoio da Ibá (Indústria
Brasileira de Árvores) e de entidades como o Ipef
(Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) por meio do
Protef (Programa Cooperativo em Proteção Florestal), que
mostraram aos órgãos competentes a importância de contar
com um defensivo para pragas que estavam causando
enormes impactos econômicos negativos”, avalia.
SOLUÇÃO INTEGRADA
O novo produto tem registro para a vespa-da-galha,
percevejo-bronzeado e será homologado para outras pragas
importantes nos próximos anos. O diretor de novos
negócios da FMC ressalta que o Capture 400 EC faz parte
de um conjunto de soluções que a empresa leva ao se-
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
49
EVENTO
Fábio Marques detalhou todas as soluções desenvolvidas pela
FMC para a proteção de plantios com eucalipto
tor. Paulo César lembra que a empresa possui mais quatro
produtos, entre eles uma formulação biológica para
combater a lagarta. “O biológico e o químicos são complementares.”
Ainda dentro do conceito de solução integrada, um
grande destaque é o Centro de Inovação, em Campinas
(SP). O Brasil foi escolhido para abrigar uma das quatro
estruturas implementadas pela FMC ao redor do mundo
para desenvolver e aprimorar produtos e tecnologias com
a participação dos clientes. “Os consumidores podem
acessar o centro, propor ideias novas e nos comunicar de
demandas que verificamos a viabilidade de desenvolvê-
-las”, aponta Paulo César.
O responsável pelo evento, Fábio Marques, gestor de
Contas e Desenvolvimento Florestal, ficou satisfeito com
o sucesso da iniciativa. “O número de pessoas foi representativo,
as principais empresas de plantio do Brasil marcaram
presença”, informou. Ele comenta que o objetivo
era que os participantes saíssem bem informados. “Não
queríamos que fosse um evento para ficar falando das
especificações do Capture. Observamos que há interesse
de realizarmos reuniões técnicas com assuntos propostos
pelos profissionais da floresta. Temos a intenção de
realizar esse tipo de encontro futuramente”, apontou. Ele
também ressaltou o desempenho da FMC no segmento
florestal.
percebemos um ataque muito grande de diversas pragas
em diferentes localidades em que a Suzano possui áreas
plantadas”, reconheceu Fabian Bruzon, gerente executivo
de Operações Florestais da Suzano Papel e Celulose em
São Paulo. O Estado em que o profissional atua sofreu
com o gonipterus, em especial na região de Itararé. “Passamos
a monitorar as áreas, fazer o controle biológico,
criamos procedimentos internos e parcerias com universidades”,
aponta.
A empresa registrou também ocorrências de percevejo
e vespa-da-galha em algumas regiões e na Bahia sofreu
com a lagarta desfolhadora. “Dentro da Suzano o nível
de infestação está de 5 a 8% de toda a base plantada.”
Para minimizar e prevenir os estragos, o gerente executivo
de tecnologia florestal da empresa, José Luiz Stape, está
estruturando uma área nova com padrões para identificação,
monitoramento, ações preventivas e de combate
às pragas. Os resultados já apareceram. Somente com o
controle biológico liberado ao longo do ano a empresa diminuiu
40% o nível de infestação.
Fabian aprovou o lançamento do Capture 400 EC.
“Tendo um produto aprovado é muito bom para o setor
porque é uma alternativa para o controle imediato, tudo
que nós tínhamos até agora demorava para agir. Assim ganhamos
dias, e dias, pelo que vimos nas apresentações,
fazem muita diferença”, avalia.
ELAS ESTÃO AQUI
Entre as palestras que mais chamaram atenção esteve
a feita pelo professor doutor em Entomologia Carlos
CONTRA-ATAQUE
As empresas florestais notaram que as pragas estão
causando sérios prejuízos. “No histórico de cinco anos
O economista Felippe Serigati apontou recuperação
econômica do Brasil
50
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Wilcken, um alerta ao mostrar a dimensão do problema.
O palestrante elencou as principais pragas do eucalipto.
Além das formigas cortadeiras, que atacam diversas culturas,
estão incluídas o besouro-amarelo, lagartas desfolhadoras,
psilídeo-de-concha, percevejo-bronzeado (a mais
importante desde 2008) e a vespa-da-galha. De acordo
com os cálculos do professor, perdem-se 10% dos plantios
de eucalipto no Brasil por taque de pragas.
A velocidade com que alguns insetos se reproduzem
é assustadora, o que dificulta o trabalho de diagnóstico.
A lagarta desfolhadora, com ocorrência em diversos Estados,
é um exemplo. “Assim que deixa o estágio de pupa,
a lagarta já copula e na mesma noite deposita os ovos”,
descreve Wilcken. Essa praga infestou 110 mil ha na Bahia,
ano passado.
Em seguida, três colaboradores da FMC abordaram
diferentes temas. Adriano Roland, gerente de Inseticidas
e Nematicidas detalhou as propriedades do Capture 400
EC. o conceito de solução integrada empregada pela empresa
no controle e proteção a pragas. Em seguida, Fábio
Marques, gestor de Contas e Desenvolvimento Florestal,
expôs o portfólio da empresa para proteção da eucaliptocultura.
“O Capture vem reforçar nosso time que já
continha o Spotlight, Solara 500, Savana, Warrent e DiPel.
Além desses, em breve vamos lançar mais quatro moléculas
para o eucalipto que estão em fase de registro junto ao
Ministério da Agricultura e Abastecimento.” O gerente de
Desenvolvimento de Formulação para América do Sul, Rodrigo
Marques, mostrou atividades executadas no Centro
de Inovação da FMC no Brasil. “A estrutura, com 1.300 m²
(metros quadrados), foi inaugurada em 2014 para auxiliar
produtores de toda a América Latina.”
Para finalizar o evento, Rudolf Woch, diretor técnico
do Grupo Apoiotec abordou os modelos e sistemas de dispersão
dos defensivos. Apontou critérios para a escolha
da tecnologia a ser utilizada na aplicação e produtos que
podem auxiliar a maximizar a ação dos agrotóxicos. A última
palestra, proferida pelo economista Felippe Serigati,
abordou a macroeconomia brasileira. Ele mostrou porque
chegamos ao fundo do poço e quanto tempo iremos levar
para nos recuperarmos. “Sou um economista otimista, a
aprovação do teto para os gastos públicos foi um grande
passo, no próximo ano vamos sentir as melhoras que vão
se consolidar em 2020.”
Equipamentos Florestais
PRÊMIO REFERÊNCIA
GRUPO JOTA
PREMIA OS
DESTAQUES
DO ANO
NA 14ª EDIÇÃO, PRÊMIO
REFERÊNCIA RECONHECE 10
NOMES QUE CONTRIBUÍRAM PARA
O DESENVOLVIMENTO DO SETOR
DE BASE FLORESTAL EM 2016
É
inegável que 2016 foi um ano de mudanças, da
mesma forma que está cada vez mais claro que a
história é feita, sobretudo, por pessoas. Sendo assim,
destacam-se aquelas que buscam fazer o melhor e são
elas que recebem o PRÊMIO REFERÊNCIA, realizado pelo
GRUPO JOTA. Neste ano, o evento de entrega dos troféus
ocorre no dia 21 de novembro, em Curitiba (PR).
O PRÊMIO REFERÊNCIA chega a 14ª edição homenageando
pessoas e iniciativas que contribuíram para o avanço
dos setores florestal, industrial madeireiro, produtos acabados,
biomassa e celulose e papel. Reconhecer aqueles que
se sobressaem em setores tão competitivos é fundamental
para continuar avançando. Premiar práticas inovadoras
gera um combustível para que a cadeia produtiva continue
inovando e crescendo e, por tudo isso, o Prêmio Referência
se consolida como um momento especial, uma oportunidade
única para incentivar aqueles que fazem a diferença no
Brasil seguirem contribuindo para nosso desenvolvimento.
No geral, o setor florestal esteve entre as atividades
que menos sentiram os sintomas da crise, mesmo quando
a situação estava na fase mais aguda. Este ano, o cenário
mostrou melhoras e o otimismo passou a ser um sentimento
mais comum entre os empresários. Podemos considerar
que 2016 foi um ano de preparação para a retomada, mas
que já mostrou resultados positivos.
Nesse ambiente mais favorável, a avaliação fria dos
números fica em segundo plano. De acordo com o estudo
da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), o segmento obteve
leve crescimento em relação ao ano passado, com destaque
para celulose. Porém, o que realmente conta é o comprometimento
do setor com o avanço sustentável, meio
ambiente e sociedade. Esses são, exatamente, os valores
levados em conta na escolha dos 10 destaques do ano pelo
PRÊMIO REFERÊNCIA.
BRASIL É EXEMPLO
Com uma área de 7,8 milhões de ha (hectares) de árvores
plantadas, o setor de base florestal é responsável por
91% de toda a madeira produzida para fins industriais no
país e um dos que apresenta maior potencial de contribuição
para a construção da economia verde. Tema que ganhou
ainda mais força depois da COP21 (21ª Conferência
do Clima), realizada em dezembro do ano passado em Paris
(França).
Para cada ha plantado com árvores para fins industriais,
outro 0.7 ha é destinado à preservação. Quase 14% dos 50
milhões de ha de habitat naturais preservados no Brasil fora
de unidades de conservação são de responsabilidade da indústria
de árvores plantadas.
No Brasil, 5,5 milhões de ha com plantios de árvores
são certificados na modalidade manejo florestal. Essas certificações
são atribuídas por organizações independentes,
52
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Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: Fabio Ortolan
O PRÊMIO REFERÊNCIA
é concedido pelo
GRUPO JOTA aos 10
destaques do ano
Manejo florestal
sustentável é o caminho
que eleva a relação do
homem com a floresta
como o FSC (Forest Stewardship Council) e Pefc (Programme
for the Endorsement of Forest Certification Schemes),
representado no Brasil pelo Cerflor (Programa Nacional de
Certificação Florestal).
Como complemento à geração de matéria-prima florestal
está o manejo sustentável. A atividade respeita preceitos
rígidos de controle ambiental para levar ao consumidor
madeiras de alto valor agregado oriundas da floresta Amazônica.
Os padrões são ainda mais elevados em florestas
públicas geridas em sistema de concessão. Somente pessoas
e empresas compromissadas com as boas práticas e
conhecedoras do ramo reúnem condições de trabalhar
com tamanha rigidez nos processos de inventario, extração,
transporte e beneficiamento dessa valiosa matéria-prima.
Para completar a relação da atividade florestal não podemos
esquecer do envolvimento com a sociedade. São
ações que elevam a escolaridade, profissionalização, oferecem
oportunidades, debatem melhorias e ações conjuntas
com comunidades próximas às empresas florestais o que
aproxima pessoas de quem realiza a atividade.
Por isso, a REFERÊNCIA FLORESTAL sente orgulho em
ser o grande canal de comunicação do setor e acredita que
exaltar pessoas e empresas que trabalham em prol do segmento
de base florestal é uma responsabilidade que a publicação
carrega com muito orgulho. Não perca a cobertura
completa do evento na edição de dezembro!
Setor florestal representa
a atividade industrial mais
comprometida com o meio
ambiente e sociedade
CONFIRA A LISTA COM OS 10 PREMIADOS:
Abpm (Associação Brasileira de Preservadores de Madeira)
Divisão Florestal da WestRock
Famossul - Portas e Componentes
Guararapes Painéis S/A
Madeflona Industrial Madeireira Ltda
Manoel Marchetti Ind. e Com. Ltda
Moldurarte
Mundo Vermeer
NP Transportes e Biomassa
Projeto Puma - Klabin
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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INTERNACIONAL
FINLÂNDIA
MOSTRA PORQUE
É REFERÊNCIA EM
Foto: REFERÊNCIA
FLORESTA
Fotos: Niina Fu e REFERÊNCIA
54
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FINNMETKO ATRAIU 35 MIL VISITANTES
QUE ACOMPANHARAM O QUE HÁ DE MAIS
MODERNO EM COLHEITA, TRANSPORTE E
PROCESSAMENTO DE MADEIRA
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
55
INTERNACIONAL
U
ma das feiras mais importantes do mundo para
o setor florestal trouxe apresentações de máquinas
e equipamentos para as diversas etapas
da produção na floresta. A Finnmetko ocupou 250 ha
(hectares), localizados na região finlandesa de Jyväskylä,
a capital madeireira do país no início de setembro.
O grande mote do evento foi a redução no consumo
de combustível e o aumento da disponibilidade mecânica
das máquinas florestais. A tendência mundial é
reflexo das crises que se abateram na Europa em todos
os setores, mas em especial ao florestal que apresentou
queda. Participaram desta 16ª edição do evento finlandês,
400 expositores e 35 mil visitantes.
"Nosso objetivo é crescer e nos transformarmos na
principal feira de maquinário florestal da Escandinávia",
disse o diretor da Finnmetko, Erkki Eilavaara. O responsável
pela feira assegurou que está muito contente com
os resultados obtidos nesta edição do evento, "já que,
além de gerar muitos negócios, aumentou significativamente
a quantidade de visitantes estrangeiros, provenientes
da América Latina, EUA (Estados Unidos da
América), China e dos demais países da Europa."
O executivo considera que a Finlândia é um mercado
muito atrativo para a realização de uma feira de máquinas
de porte internacional porque o país é um dos
principais players mundiais da indústria florestal. Segundo
ele, além de existir muita tradição, foi consolidado
um cluster com produtores e fornecedores de equipamentos,
tecnologia e maquinários. "O setor florestal é
também uma das principais atividades econômicas da
Finlândia, representando aproximadamente 20% das receitas
das exportações anuais", comentou.
DA FINLÂNDIA PARA AMÉRICA LATINA
Sem dúvidas a estrela do evento foi a finlandesa
Ponsse, que transformou a feira em uma grande festa.
A “anfitriã” convidou clientes de diferentes continentes
não apenas para conhecer as últimas inovações, mas
também para desfrutar do momento. "Depois de trabalhar
duro, tem que relaxar", disse Jussi Hentunen, diretor
da área de produtos. O executivo revelou que a América
Latina se converteu em um dos principais mercados
da companhia, "já que nossos harvesters trabalham
muito bem tanto nos declives dos Andes, graças as oito
rodas que dispõem, como nas plantações de eucaliptos
no Uruguai ou Brasil", explicou. Hentunen destacou que
a empresa desenvolveu o cabeçote H77 especialmente
desenhado para a colheita de eucaliptos. Também revelou
que Ponsse vai abrir um novo centro de serviço técnico
no Uruguai, em fevereiro de 2017. A sede brasileira
da Ponsse no Brasil fica em em Mogi das Cruzes (SP),
e a empresa tem presença no sul do país por meio da
Timber Forest.
Já a Logset, fabricante de harvesters, forwarders e
cabeçotes com sede na cidade de Koivulahti, marcou
presença com diversos equipamentos. Entre eles um
harvester híbrido, nos modelos 10H e 12H GTE Hybrid.
De acordo com a empresa, como também utiliza energia
O espaço Ponsse foi um dos mais concorridos
e repletos de atração
56
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elétrica ele é muito mais econômico e menos poluente
que os equipamentos tradicionais. Além disso, o sistema
hibrido tem capacidade de, em apenas um microsegundo,
entregar até 510 hp (cavalos de potência) e
desenvolver um torque de 2.000 Nm (Newton-metro). A
marca é representada no Brasil pela Minusa Forest, localizada
em Lages (SC).
A produtora de máquinas e implementos Nisula
Forest, representada pela TMO Forest de Caçador (SC),
fez bonito durante o evento realizado na terra natal da
marca. A empresa colocou em operação toda a gama de
cabeçotes harvesters. Quem compareceu à Finnmetko
pôde ver em ação os modelos para desbaste 325H e
425H e os multiuso 425C, 500H e 500C. Outro destaque
foi a combinação de forwarder e harvester. A mesma
máquina abate a árvore, processa as toras e tem caixa
de carga para levar o material até a beira do talhão.
A companhia finlandesa Heinola Sawmill Machinery
foi uma das representantes do segmento de biomassa
florestal. Durante os três dias de evento triturou e picou
toras de todos os tamanhos em seus picadores. Com
mais de 100 anos de experiência no processamento e
transformação da madeira, os representantes da companhia
têm a certeza que bioenergia é o futuro. Neste
sentido, Juha Ropilo, diretor de vendas, explicou que a
Finlândia é pioneira na utilização de biomassa florestal
com fins energéticos. "Aproximadamente 20% de toda
a energia em nosso país provém da bioenergia. Por isto,
onde mais além da Finlândia pode-se fabricar picadores
de madeira tão competitivos?", questiona.
Heinola Sawmill Machinery desenvolve ainda linhas
completas de serrarias. "Nossa tecnologia para serrarias
foi comprada por Arauco, no Chile, razão pela qual tanto
esse país, como a América Latina, em geral, se converteram
em mercados-chave para nossas vendas, seja de
serrarias como de picadores", aponta.
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para pequenos
silvicultores
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ARTIGO
CHOQUE TÉRMICO
NA SUPERAÇÃO
DA DORMÊNCIA DE
DIÁSPOROS DE TECTONA
GRANDIS L. F.
Fotos: arquivo
RÔMULLO QUIRINO DE SOUZA FERREIRA; MARÍLIA OLIVEIRA
CAMARGO; MANOEL RIBEIRO DE SOUZA JÚNIOR; PRISCILA BEZERRA
DE SOUZA; LUCICLEIA MOREIRA OLIVEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS E AMBIENTAIS DA UFT
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS)
O
objetivo deste trabalho foi testar tratamentos pré-
-germinativos para superar dormência de diásporos
de Tectona grandis L. f. O experimento foi conduzido
no Laboratório de Sementes e no viveiro da UFT - Campus
de Gurupi. A coleta dos diásporos foi realizada em seis árvores
matrizes presentes no sistema agroflorestal. Os tratamentos
testados foram: (T1) diásporos intactos; (T2) aquecimento dos
diásporos em estufa a 80°C (Graus Celsius) por 12 h (horas),
sem imersão em água; (T3) aquecimento dos diásporos em
estufa a 80°C por 12 h, seguido de imersão em água por 6
h; (T4) aquecimento dos diásporos em estufa a 80°C por 12
h, seguido de imersão em água por 8 h; (T5) aquecimento
dos diásporos em estufa a 80°C por 12 h, seguido de imersão
em água por 10 h; (T6) embebição por 16 h dos diásporos à
noite e aquecimento ao sol por 8h durante o dia, seguido de
embebição no final por 24 h; (T7) embebição por 16 h dos
diásporos à noite e aquecimento ao sol por 8 h, por três dias,
e embebição no final por 24h. Foi avaliada a emergência de
plântulas, índice de velocidade de emergência, comprimento
e biomassa. As médias foram submetidas à análise de variância
e comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Conclui-se que o tratamento (T2) proporcionou os melhores
resultados de porcentagem e índice de velocidade de emergência,
mas ainda proporcionou baixos valores, necessitando
novos estudos com essa espécie.
INTRODUÇÃO
Dentre os mais variados sistemas de produção o setor
florestal sempre teve recursos para a confecção de objetos e
materiais de consumo, importantes para o ser humano, como:
material para construção civil, indústria moveleira, indústria
naval, siderurgia, papel e celulose e produtos não madeireiros,
tais como óleos essenciais, frutos, taninos dentre outros
[1].
O setor florestal sempre busca novas alternativas de renda
como a domesticação de novas espécies que tendem a ter
alto valor econômico agregado. Mesmo tendo como característica
ciclos de cultivo longos, tornando esta atividade um
investimento a longo prazo, podem gerar grandes lucros aos
investidores, e para isto necessita-se de espécies que apresentem
madeira de qualidade. Neste contexto os produtores
de madeiras vêm pesquisando e observando diversas espécies
de alto valor comercial para desenvolver seus plantios,
Tectona grandis L. f é uma das espécies que vem se destacan-
58
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do em diversas regiões do mundo.
Tectona grandis L. f., popularmente conhecida por teca,
é uma espécie florestal originária das florestas tropicais de
monção do sudeste da Ásia (Índia, Myanmar, Tailândia e Laos)
que foi introduzida na região norte do Brasil em 1994 para
cumprir a reposição florestal obrigatória em atendimento à
legislação ambiental [2].
É uma das espécies mais utilizadas na composição de projetos
de reflorestamento devido ao baixo rendimento que é
observado pelos produtores quando se utiliza espécies nativas.
Essa espécie se comporta de forma rústica em plantios
puros, consorciados e em sistemas produtivos integrados com
a presença de animais de médio e pequeno porte. Tolera vários
climas, porém se desenvolve melhor em condições tropicais
moderadamente úmidas e quentes, apresentando um
maior rendimento e incremento volumétrico em regiões onde
a precipitação anual fica entre 1250 mm e 3750 mm ano, temperatura
mínima de 13°C e máxima de 43°C, e uma estação
biologicamente seca de três meses[3].
Os plantios dessa espécie estão concentrados nas regiões
Norte e Centro – Oeste do Brasil, com destaque para os Estados
de Roraima, Pará e Mato Grosso, e tem como finalidade
a produção de madeira em tora já que traz maiores retornos
econômicos. Devido as consideráveis propriedades tecnológicas
e o ciclo de cultivo longo a mesma é caracterizada como
espécie de uso nobre, sendo atualmente responsável por
0,4% da produção total de madeira em tora do Brasil, e seus
plantios ocupam uma área de 67,329 ha em todo o território
nacional [4].
Uma das principais limitações para a produção de mudas
de Tectona grandis L. f. é a sua germinação lenta e irregular
devido à dormência mecânica imposta pelas partes do fruto,
pois as sementes estão inseridas dentro de frutos com endocarpo
e mesocarpo com alta resistência à entrada de água.
Devido a este fator apresenta germinação desuniforme com
período variando de 10 a 90 dias, e baixas porcentagens de
germinação são verificadas em campo com valores variando
de 25 a 35%. Sendo assim, percebe-se a necessidade de pesquisas
relacionadas à produção de mudas, visando maior eficiência
e economia na produção das mudas propiciando atender
de forma adequada o mercado crescente e promissor [5].
A dormência é um fenômeno intrínseco da semente,
funcionando como um mecanismo natural de resistência a
fatores adversos do ambiente, podendo manifestar-se de
três formas: dormência imposta pelo tegumento, dormência
embrionária e dormência devido ao desequilíbrio entre as
substâncias promotoras e inibidoras de germinação [6]. Já o
processo germinativo compreende uma sequência de eventos
fisiológicos, influenciado por fatores internos e externos, podendo
estes atuar por si ou em interação. Os fatores internos
são os reguladores e substâncias inibidoras não hormonais,
enquanto que os externos são: umidade, temperatura, luz e
oxigênio, tais fatores limitam a germinação das sementes, especialmente
para os viveiristas que precisam produzir mudas
em larga escala e com tamanho uniforme [7].
Resultados de pesquisas têm apontado que altas temperaturas,
escarificação dos frutos, imersão em ácido sulfúrico,
mantê-las por 24 horas sob água corrente ou imersão em
Novembro de 2016 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
59
ARTIGO
água seguido de secagem natural são fatores decisivos para
a superação de dormência dos diásporos de Tectona grandis
L. f. [8, 9,10, 11, 12]. No entanto, os atuais procedimentos de
superação de dormência dos diásporos da Tectona grandis L.f.
se caracterizam pelo baixo rendimento operacional e menor
praticidade, encontrando-se, atualmente, grande dificuldade
quanto à metodologia mais adequada para a superação da
dormência das unidades de dispersão dessa espécie [13].
Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo testar
tratamentos pré-germinativos para superar a dormência
de diásporos de Tectona grandis L. f. a fim de verificar a viabilidade
dos mesmos e identificar o mais efetivo na promoção da
germinação tendo em vista a produção de mudas uniformes
e de qualidade.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes
e no viveiro de mudas da Universidade Federal do Tocantins
- Campus de Gurupi. A coleta dos diásporos foi realizada manualmente
com auxílio de podão no mês de agosto de 2014
em seis árvores matrizes de Tectona grandis L. f. presentes no
sistema agroflorestal da Universidade Federal do Tocantins –
Campus Gurupi, sob as respectivas coordenadas geográficas
UTM 0712591 e 8701124. Posteriormente os diásporos foram
acondicionados em sacos de papel e levados para o Laboratório
de Análise de Sementes, onde foram beneficiados e submetidos
a tratamentos pré-germinativos para a superação da
dormência (Tabela 1).
Após a realização dos tratamentos pré-germinativos os diásporos
foram levados para o viveiro de mudas do Campus de
Gurupi-UFT para a instalação do experimento. A semeadura
foi realizada a uma profundidade de 2 cm (centímetros) em
bandejas plásticas, perfuradas no fundo, contendo o substrato
areia, previamente peneirando, lavado e esterilizado em
autoclave a 120°C por uma hora, para manter o substrato
úmido foram realizadas regas diárias. Para a semeadura foram
utilizados 100 diásporos por tratamento, sendo subdividido
em quatro repetições de 25 diásporos cada.
Para avaliar a qualidade fisiológica das sementes utilizaram-se
os seguintes testes: emergência de plântulas, IVE (índice
de velocidade de emergência), comprimento e biomassa
seca de plântulas como descritos a seguir:
Emergência de plântulas - o critério adotado para efetuar
a contagem de emergência de plântulas foi quando os cotilédones
apresentavam-se acima do substrato até os 63 dias
quando houve a estabilização, sendo os resultados expressos
em porcentagem. O IVE foi realizado juntamente com o teste
de emergência, onde foram feitas contagens diárias tomando
como critério os cotilédones que se apresentavam acima do
substrato.
O IVE foi realizado juntamente com o teste de emergência,
onde foram feitas contagens diárias tomando como critério os
cotilédones que se apresentavam acima do substrato, sendo
os resultados calculados pela fórmula proposta por [14].IVE
= (G1/N1) + (G2/N2) +... + (Gn/Nn); em que G1, G2 ... Gn representam
os números de plântulas emergidas na primeira,
segunda, até a última contagem; e N1, N2... N os números de
semanas desde a primeira, a segunda, até a última contagem.
Tabela 1 - Descrição dos tratamentos
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
Diásporos intactos (testemunha).
Aquecimento dos diásporos em estufa a 80°C por 12 h, sem imersão
em água.
Aquecimento dos diásporos em estufa a 80°C por 12 h, seguido de
imersão em água por 6 h.
Aquecimento dos diásporos em estufa a 80°C por 12 h, seguido de
imersão em água por 8 h.
Aquecimento dos diásporos em estufa a 80°C por 12 h, seguido de
imersão em água por 10 h.
Embebição por 16 h dos diásporos durante a noite e aquecimento ao sol por
8h durante dia, por um dia, seguido de embebição no final por 24 h.
Embebição por 16 h dos diásporos durante a noite e aquecimento ao sol
por 8 h durante o dia, por três dias, seguido de embebição no final por 24h.
60
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Finalizado o teste de emergência, as plântulas foram retiradas
das bandejas, sendo o material separado por repetição
de acordo com cada tratamento,em seguida foram levadas
para o laboratório de sementes para determinação do comprimento
total com auxílio de réguamilimétrica [15].
Biomassa seca das plântulas – após a medição das plântulas
de cada tratamento as mesmas foram colocadas em sacos
de papel para posterior secagem em estufa com circulação
forçada de ar regulada, a 65°C onde permaneceram até atingir
peso constante. Após este período, as amostras foram resfriadas
e pesadas em balança de precisão de 0,001 g [15].
Para as avaliações de todos os testes de vigor foi considerada
uma plântula por unidade de dispersão devido a cada
fruto conter de uma a quatro sementes viáveis, portanto para
cada diásporo foi considerado apenas um indivíduo.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado
perfazendo sete tratamentos compostos de quatro repetições
cada. Os dados expressos em percentagens foram previamente
transformados em arscen (raiz x/100). As médias
foram submetidas à análise de variância e posteriormente
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tratamento pré-germinativo baseado no aquecimento
em estufa a 80°C por 12 horas sem imersão em água
proporcionou a maior porcentagem de emergência
de plântulas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se notar que o tratamento pré-germinativo (T2) baseado
no aquecimento em estufa a 80°C por 12 horas sem
imersão em água proporcionou a maior porcentagem de
emergência de plântulas (35%) quando comparado aos demais
tratamentos, proporcionando também o maior índice de
velocidade de emergência (0,281). Por outro lado, os tratamentos
pré-germinativos (T3, T4 e T5) em que os diásporos
foram aquecidos a 80°C por 12 horas e seguidos por embebição
em água com alternância de tempo (6, 8, e 10 horas,
respectivamente) proporcionaram redução na expressão do
vigor.
Mas esses valores ainda são considerados baixos quando
ARTIGO
a finalidade é a produção de mudas em larga escala, o que demanda
o uso de maior quantidade de fruto-semente gerando,
assim, um custo adicional para o produtor, por isso é esperado
que o tratamento pré-germinativo proporcione maior porcentagem
e velocidade de emergência das plântulas com vistas à
obtenção de mudas uniformes.
Comparando os resultados deste estudo com o realizado
por [11] observa-se que há controvérsias, pois ao utilizar o
mesmo tratamento pré-germinativo (aquecimento do diásporo
em estufa a 80°C por 12 horas, seguido de imersão em água
corrente por seis horas) os referidos autores constataram a
melhor expressão do índice de velocidade de germinação
(1,58) e porcentagem de germinação (78%), enquanto nessa
pesquisa a porcentagem de plântulas emersas após a germinação
foi apenas 27%.
Por outro lado, [16] ao avaliar o potencial de germinação
de teca pós - colheita e aos 120 dias após o armazenamento
constatou que a viabilidade dos diásporos, não tratados, reduziu
de 58 para 28% com o período de estocagem, cujos resultados
também diferem do presente estudo quando se trata da
capacidade de germinação após a colheita. Evidenciando com
isso a divergência de resultados entres os autores citados. A
provável explicação para a variabilidade de resultados entre
os diferentes autores se justifica pela desuniformidade quanto
ao tamanho dos frutos, quantidade de sementes por fruto
e, ainda, a viabilidade dos mesmos. Podendo ser confirmado
A quebra da dormência da semente de teca ainda
precisa ser melhor estuda para alcançar resultados
mais significativos
pelo estudo realizado em Mato grosso por [23] com três lotes
de Tectona grandis L. f onde se constatou variabilidade quanto
às características físicas dos frutos, exemplificados pelo
peso de mil 0,681±0,032kg; número de frutos por quilograma
1.471±72; e dos frutos que não apresentaram emergência
em que 69,6% não continha qualquer semente enquanto as
demais apresentaram uma, duas ou três sementes por fruto.
Tais resultados indicam que a baixa emergência verificada no
presente estudo esteja relacionada tanto com a presença de
dormência quanto a possibilidade de ocorrência de diásporos
sem sementes e,ainda, sementes inviáveis.
Nos ensaios realizados por [13] foi verificado que o calor
de 80°C, temperatura obtida em um solarizador que simulava
a estufa, proporcionou a germinação de 66% dos diásporos,
cujo tratamento é similar ao testado neste estudo, porém o
resultado foi inferior (35%), novamente mostrando a discordância
de resultados entre os autores.
Resultados de pesquisa de [17] têm mostrado que o uso
de estufa a 80°C tem proporcionado resultado satisfatório,
obtendo-se porcentagem de germinação de 78%, pois os
autores argumentam que a alternância de temperatura tem
efeito benéfico na resposta fisiológica das sementes que estão
inseridas dentro do fruto, sendo essa técnica importante para
o enfraquecimento do mesocarpo e endocarpo, cujas estruturas
são barreiras mecânicas que limitam a germinação. No
presente trabalho foi utilizada a mesma técnica, no entanto,
o resultado foi inferior. Provavelmente fatores como a qualidade
dos frutos coletados possa ter interferido nos valores
verificados, uma vez que na amostra de diásporos podem
apresentar unidades com diferentes épocas de maturação
fisiológica, no entanto não foi encontrado relatos na literatura
quanto à influência da maturação sobre a germinação de
frutos-sementes de teca.
Ainda segundo [11]o fator limitante para a produção de
mudas de teca é a presença de endocarpo e mesocarpo duro
de alta resistência revestindo a semente, por isso, a germinação
se dá naturalmente de forma lenta e irregular, o que
caracteriza um tipo de dormência. Portanto, o melhor procedimento
para superar a dormência é aquele que promova a
redução da resistência mecânica sem afetar a viabilidade das
sementes [18]. E adicionalmente, segundo [23] outro fator
que contribui para a baixa porcentagem de emergência em
sementes dessa espécie é a ausência de sementes no fruto.
Os tratamentos T6 e T7 consistiram de embebição, aquecimento
e nova embebição com a finalidade de causar o choque
térmico para promover aceleração da germinação, mas
os resultados mostram que não surtiram efeito já que os valores
foram estatisticamente semelhantes aos diásporos não
tratados (T1). Apesar de não ter proporcionado o resultado
esperado, a embebição em água e posterior secagem ao ar
livre constituem a opção mais prática e segura para peque-
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Disco de corte para Feller
nos produtores florestais, além de ser um método simples, de
baixo custo e eficaz para promover uma germinação rápida e
uniforme [19]. O Tratamento 7 (embebição por 16 h dos diásporos
durante a noite e aquecimento ao sol por 8 h durante
o dia, por três dias, seguido de embebição no final por 24h),
técnica recomendada por [20] também foi testada neste estudo
mas os resultados mostram que não houve efeito devido
aos baixos valores obtidos para a velocidade e porcentagem
de emergência de plântulas. Ainda segundo o autor, quando
o fruto-semente é de qualidade essa técnica possibilita o
início da germinação em poucos dias, mas algumas unidades
podem demorar meses para germinar. Isso sugere que, provavelmente,
os diásporos utilizados tenham baixa viabilidade,
apesar de não ter sido feito teste que pudesse confirmar essa
suposição.
Com relação às variáveis comprimento e biomassa seca
de plântulas observou-se que o melhor e pior resultado foram
observados em T1 e T7, respectivamente, ressaltando que em
T1 os diásporos não foram submetidos a nenhum tratamento,
enquanto para os demais tratamentos (T2, T3, T4, T5 e
T6) não houve diferença estatística. Nota-se que as plântulas
oriundas do tratamento T1 apresentaram em média o maior
o comprimento e consequentemente a maior quantidade de
biomassa acumulada, o qual pode ser explicado provavelmente
pela maior quantidade de material de reserva presente nas
sementes. No entanto, o tratamento T2 foi o que proporcionou
maior porcentagem e índice de velocidade de emergência,
assim, supõem-se que embora tenha germinado mais sementes,
estas originaram em média plântulas menores e com
menos biomassa.
Os testes de vigor comprimento e massa seca de plântulas
são comumente utilizados na avaliação das plântulas, sendo
assim, sementes mais vigorosas possuem maior taxa de crescimento
em função da maior capacidade de transformação e
suprimento das reservas dos tecidos de armazenamento pelo
eixo embrionário, enquanto a determinação da biomassa seca
é outra forma de avaliar o crescimento das plântulas através
da matéria seca acumulada nos tecidos [21, 22]. Tais resultados
sugerem que a germinação natural possibilita o desenvolvimento
de plântulas mais vigorosas, mas em contrapartida o
número de plântulas emersas é reduzido.
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CONCLUSÃO
O tratamento que proporcionou os melhores resultados
de porcentagem e índice de velocidade de emergência foi
aquele baseado no aquecimento dos diásporos em estufa a
80°C por 12 h, sem imersão em água (T2), mas ainda proporcionou
baixos valores, necessitando novos estudos com essa
espécie. Os testes de comprimento e biomassa seca de plântulas
indicam que as plântulas mais vigorosas são obtidas sem
o tratamento dos diásporos.
Indústria e Comércio de Máquinas
AGENDA
NOVEMBRO 2016
NOVEMBER 2016
ABRIL 2017
APRIL 2017
Fórum Nacional de Carvão Vegetal e do Fórum de
Energia da Biomassa Florestal
8 e 9
Belo Horizonte (MG)
I Seminário Regional Sobre o Mercado Florestal
Paranaense
11
Arapoti (PR)
http://offers.forest2market.com/brasil-seminario-1-
landing
Agroecol 2016
16 a 19
Dourados (MS)
www.cpao.embrapa.br/agroecol2016
MARÇO 2017
MARCH 2017
Três Lagoas Florestal
28 a 30
Três Lagoas (MS)
www.treslagoasflorestal.com.br
DESTAQUE
XI Feira da Floresta
4 a 6
Gramado (RS)
www.feiradafloresta.com.br
II Seminário sobre Sanidade Florestal
18 e 19
Belo Horizonte (MG)
www.sif.org.br
MAIO 2017
MAY 2017
Ligna
22 a 26
Hanover - Alemanha
www.ligna.de
JUNHO 2017
JUNE 2017
Elmia Wood
7 a 10
Jönköping – Suécia
www.elmia.se
II Seminário sobre Prevenção e Controle de Incêndios
Florestais
I SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE O MERCADO
FLORESTAL PARANAENSE
11 de novembro
Arapoti (PR)
http://offers.forest2market.com/brasil-seminario-1-landing
No dia 11 de novembro, acontece o primeiro evento de uma
série programada pelos Seminários Regionais sobre o Mercado
Florestal Paranaense. O encontro inaugural será realizado em
Arapoti (PR) e trará informações sobre o mercado na região
nordeste do Paraná, abrangendo os municípios de Jaguariaíva, Arapoti,
Telêmaco Borba, entre outros, incluindo também cidades
da região sul de São Paulo que compõem esse mercado.
Imagem: reprodução
64
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ESPAÇO ABERTO
METROLOGIA E AS
FÁBRICAS DO FUTURO
Foto: divulgação
Por Juliano Moraes
Mestre em Engenharia de Produção pela Unesp (Universidade Estadual Paulista)
A
tualmente a metrologia, definida como ciência da medição,
é uma das áreas do conhecimento científico com
maior aplicabilidade nos meios industriais, presente em
inúmeros processos de tomada de decisão. Por representar um
dos mais importantes instrumentos de desenvolvimento tecnológico,
oferece grande contribuição para o aumento da competitividade
na indústria.
Com a chegada da chamada Internet das Coisas e o crescimento
da automatização, um novo cenário se desenha dentro
das fábricas em todo o mundo. A indústria 4.0 promete revolucionar
as linhas de montagem e gerar produtos inovadores e
customizados já em um futuro próximo, com robôs cada vez mais
colaborativos no processo.
Diante deste cenário, novas tecnologias de medição surgem
com a missão de reduzir os tempos de análise e aumentar a precisão
dos resultados. Exemplo de inovação são os sistemas de
medição integrados a linhas de produção (medição in line), que
geram vantagens operacionais como a oportunidade de realizar o
diagnóstico dimensional da peça logo após a fabricação.
Para a adoção desta e outras tecnologias, a tendência é que
aumente a demanda por pessoas com alta qualificação no mercado
porque logo o metrologista passará a ter uma função muito
mais analítica do que operacional, o que certamente impulsionará
a produtividade, de modo a minimizar erros e aumentar a
qualidade.
Quem quiser garantir espaço nas fábricas do futuro deverá
buscar o aperfeiçoamento de suas competências para desenvolver
mais habilidades. Este profissional mais do que nunca precisará
estar aberto a mudanças, ter flexibilidade para se adaptar a
novas funções e se habituar a uma aprendizagem multidisciplinar
e contínua.
Embora ainda um pouco distante do Brasil, esta nova aprendizagem
ainda será ditada por uma maior cooperação entre as
autopeças e montadoras, organizações que já possuem uma expressiva
interdependência e devem desenvolver um relacionamento
mais próximo do que somente relações comerciais, em
razão da necessidade do desenvolvimento em conjunto das tecnologias.
Esses e outros assuntos serão debatidos por especialistas durante
o Simpósio SAE Brasil de Metrologia 2016, que será realizado
na Meritor, em Resende (RJ), dia 30 de novembro. Este é um
convite para deixar um pouco de lado a rotina pesada, olhar para
frente e se preparar para a competitividade da nossa indústria,
que demanda rapidez com qualidade.
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contidas no rótulo, na bula e na receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização
do produto por menores de idade. Consulte sempre um engenheiro agrônomo. Venda sob receituário agronômico.