17.12.2016 Views

Folha

deb34227f9f48e3d1e2e97b8d2436816

deb34227f9f48e3d1e2e97b8d2436816

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2 <strong>Folha</strong><br />

povoitauna.com<br />

Opinião<br />

Cláudio Lisyas<br />

Literatura:<br />

comentário<br />

...<br />

“o afastamento<br />

social entre<br />

o clero e o<br />

povo; o baixo<br />

padrão de<br />

educação dos<br />

padres; a desunião<br />

e acrimônia<br />

entre<br />

os bispos<br />

José Waldemar<br />

Teixeira de Mello<br />

...<br />

Quase<br />

todas as<br />

principais<br />

lideranças<br />

buscaram<br />

um cantinho<br />

na<br />

Arena, que<br />

era o partido<br />

do<br />

Governo<br />

Charge<br />

Em nome de Deus – Parte I<br />

Como o subtítulo mesmo informa<br />

o livro se trata de uma investigação<br />

em torno do assassinato do Papa<br />

João Paulo I. Não é possível falar de<br />

um livro como este de uma só vez,<br />

portanto, mesmo para dar uma visão<br />

geral da obra é preciso mais espaço,<br />

por isso escolhemos dividir os comentários<br />

em partes.<br />

Apenas para fins de informação<br />

o autor não é muito conhecido aqui,<br />

creio eu que poucas pessoas em Itaúna<br />

ouviram falar dele. David Yallop,<br />

apesar de nascido católico é hoje um<br />

agnóstico (aquele que considera os<br />

fenômenos sobrenaturais inacessíveis<br />

à compreensão humana) e este<br />

fato não quer dizer que o mesmo seja ateu. O autor<br />

dessa investigação ficou conhecido após publicar<br />

seu primeiro livro To Encourage the Outhers (Para<br />

encorajar os outros). Livro esse que levou o governo<br />

britânico a reabrir um caso de homicídio encerrado<br />

há vinte anos. Após larga comoção pública e debates<br />

acalorados sobre o que seria até então o maior erro<br />

judiciário da corte Britânica, constatou-se que o réu<br />

era mesmo uma vítima do sistema. A esse sucesso<br />

seguiu-se outro, o do caso de homicídio que pôs fim<br />

a carreira de Roscoe (Fatty) Arbuckle, comediante<br />

famoso do cinema mudo americano, infelizmente,<br />

já falecido, à época que a obra elucidou se tratar de<br />

um erro judiciário da corte americana. Para concluir<br />

essa apresentação David Yallop antes de publicar o<br />

livro “EM NOME DE DEUS” escreveu e publicou o<br />

livro Deliver Us From Evil (Livrai-nos do Mal), esse<br />

livro só foi escrito por causa do desejo de pôr na<br />

cadeia o ESTRIPADOR DE YORKSHIRE, um serial<br />

killer que zombou da polícia britânica por cinco<br />

anos, mas que foi desmascarado e preso graças à<br />

publicação da obra de YALLOP.<br />

EM NOME DE DEUS se ocupa em nos apresentar<br />

o início da trajetória do Papa, a qual o autor intitulou<br />

A ESTRADA PARA ROMA e fala sobre seu nascimento<br />

numa família pobre no norte da Itália. Seu local de<br />

nascimento é conhecido hoje por Canale D’agordo,<br />

que fica na região de Vêneto, província de Belluno.<br />

Filho de mãe católica e pai comunista, combinação<br />

pouco recomendável para se formar um padre,<br />

quanto mais um Papa, que vingou graças a uma mãe<br />

fervorosa que conseguiu convencer o pai de que esta<br />

era a única oportunidade de Albino Luciani estudar<br />

A Arena elegeu o prefeito<br />

e todos os 15 vereadores<br />

As primeiras eleições municipais após a implantação<br />

do bipartidarismo aconteceram em 1970,<br />

quando o prefeito e todos os então quinze vereadores<br />

foram eleitos pela Arena. Antes que alguém<br />

venha dizer que toda unanimidade é burra, convém<br />

explicar que a Arena era um saco de gatos, onde se<br />

misturavam desde trabalhistas e progressistas até<br />

conservadores e burguesões. Havia unanimidade<br />

apenas no interesse de se acomodar sem maiores<br />

preocupações políticas na legenda mais simpática<br />

ao regime de exceção de 1964.<br />

Diga-se de passagem que o bipartidarismo era<br />

uma contradição em termos, pois a ordem era acabar<br />

com os partidos a fim de evitar a sobrevivência<br />

de qualquer das tantas legendas ativas antes do ato<br />

institucional número 2. Pela nova ordem nenhuma<br />

agremiação podia ter em seu nome a palavra partido,<br />

assim, Aliança Renovadora Nacional (Arena)<br />

e Movimento Democrático Brasileiro (MBD). O<br />

PMDB só acrescentou ao seu nome a palavra partido<br />

em ulterior reforma partidária.<br />

Como se disse em crônica anterior, antes do<br />

golpe de 64, havia em Itaúna três correntes políticas<br />

fortes, lideradas cada qual por José de Cerqueira<br />

Lima (Zezé Lima), José Francisco de Freitas (Biscoitão)<br />

e Oscar Dias Correa. Este à distância, como<br />

deputado estadual e depois federal, articulava-se<br />

com Joaquim Penido e Hely Gonçalves de Souza.<br />

Seria natural que corressem para o MDB, a oposição<br />

consentida, os que se opunham ao udenismo<br />

de Oscar Corrêa, mas o fato é que quase todas as<br />

principais lideranças locais buscaram um cantinho<br />

na Arena, tida como o partido dos que passaram<br />

a dar as ordens na República. Zezé Lima morreu<br />

em 64 e, portanto, não chegou a ver a ascensão de<br />

Miguel Augusto nem os rumos que tomaria o seu<br />

Partido Social Democrático (PSD).<br />

O PSD estava na época fora do poder municipal,<br />

com a Prefeitura ocupada por Antônio Dornas de<br />

David Yallop<br />

e desenvolver sua inteligência ímpar<br />

e seu talento natural para estudos e<br />

pesquisas.<br />

Albino é o primeiro filho do segundo<br />

casamento de seu pai (Giovanni)<br />

com Bortola a mãe, quando veio ao<br />

mundo já tinha duas irmãs por parte<br />

de pai e viria a ter mais dois irmãos<br />

por parte de mãe. Tudo conspirava<br />

contra o sacerdócio de Albino, a pobreza<br />

da família, o desemprego, o pai<br />

fora em busca de trabalho, contudo<br />

isso não foi suficiente para afastá-lo<br />

do sacerdócio, tinha uma vocação<br />

prematura, tinha o entusiasmo da<br />

mãe, o apoio do Pároco local Fillipo<br />

Carli e o mais improvável, a garantia<br />

de um socialista irreligioso que ao concordar acerca<br />

do chamado do menino, financiou os primeiros<br />

passos na vida monástica, que naqueles tempos era<br />

dispendiosa e ainda o é.<br />

Incentivado pela mãe, Albino agora com 11 anos,<br />

escreve ao pai que estava a trabalho na França, uma<br />

carta, que mais tarde admitiria ter sido uma das<br />

cartas mais importante de sua vida. O pai demorou<br />

um pouco a responder, mas por fim, enviou-lhe<br />

uma carta dizendo: “Devemos fazer esse sacrifício”.<br />

Assim em 1923, Albino Luciani, com 11 anos, começa<br />

o desafio para ainda uma criança, seguir em frente<br />

em busca de um sonho, o de ser um sacerdote.<br />

A igreja passava por um período turbulento, as<br />

criticas severas do livro AS CINCOS CHAGAS DA<br />

IGREJA escrito por Antônio Rosmini em 1878 ainda<br />

incomodavam e se asseveravam nos cinco males<br />

por ele denunciados: “o afastamento social entre<br />

o clero e o povo; o baixo padrão de educação dos<br />

padres; a desunião e acrimônia entre os bispos; a<br />

dependência de ordenações leigas sobre as autoridades<br />

seculares e o fato da Igreja ter tantos bens e<br />

se achar escravizada à riqueza”.<br />

É nesse ambiente que se dará a formação de<br />

Albino o aspirante a padre. Esta obra se trata de uma<br />

biografia, e como já disse anteriormente, sou eclético<br />

e compro livros que me interessam seja qual for o<br />

assunto. Aqui sei que o assunto é polêmico, mas o<br />

interesse é informar e trazer ao conhecimento um<br />

livro que nos fará pelo menos pensar nos meandros<br />

da política eclesiástica e do que são capazes, os homens,<br />

de fazer “EM NOME DE DEUS”.<br />

Haverá uma continuação... AGUARDE.<br />

Lima, mas exercia forte participação na política local<br />

através de William Leão, João Viana da Fonseca,<br />

Jadir Marinho de Faria, Targino Alves de Sousa,<br />

Thales Santos e outros. Foi a força política deles<br />

que garantiu na Arena a candidatura a prefeito de<br />

Jadir Marinho de Faria, quando o nome que estava<br />

no bolso do colete de Miguel Augusto era o de<br />

Hildebrando Canabrava Rodrigues.<br />

Fez-se acordo segundo o qual Hildebrando teria<br />

garantida a indicação de seu nome como candidato<br />

nas eleições seguintes e, mais, que após Hildebrando<br />

viesse William Leão. O acordo foi honrado em<br />

relação a Hidelbrando, mas falhou em relação a<br />

William, porque a composição do diretório municipal<br />

do partido passou a ter a maioria udenista que<br />

impôs a candidatura de Célio Soares de Oliveira, o<br />

Célio Calambau.<br />

Até 1982, eram da Arena todas as candidaturas<br />

nas eleições majoritárias, disputadas por<br />

candidatos de sublegendas, recurso encontrado<br />

para abrigar no partido do governo as diferentes<br />

correntes egressas dos partidos com origem no<br />

Estado Novo. Em Itaúna, uma das sublegendas foi<br />

encampada pelo grupo de Miguel Augusto. Mas<br />

nem tanto de Miguel Augusto, pois os correligionários<br />

eram mesmo correligionários só na hora de<br />

tirar proveito da poderosa máquina eleitoral que<br />

era a Companhia Industrial Itaunense. Firmou-se<br />

entendimento tácito de que esse grupo apoiaria<br />

sempre a sublegenda que tivesse mais votos nas<br />

convenções partidárias.<br />

Esse arcabouço político ruiu em 1982, quando<br />

pela primeira vez o PMDB organizou três sublegendas<br />

e lançou três candidatos: Francisco Ramalho,<br />

Marcos Elias e Virgílio Gonçalves de Souza.<br />

Francisco Ramalho venceu as eleições e o tempo<br />

veio explicar que as alianças políticas são como as<br />

nuvens no céu: você olha e elas estão de um jeito;<br />

você pisca o olho e elas já estão de outro.<br />

Itaúna | Sábado, 17 de dezembro de 2016 | Edição 1220<br />

Ponta da Caneta<br />

Até que prove<br />

o contrário<br />

As expectativas em torno do governo do prefeito que assume no<br />

próximo dia 1º de janeiro são as maiores possíveis. O fato de ele ter<br />

tido o respaldo das urnas, obtendo 62% dos votos dos itaunenses,<br />

é um desempenho que pode ser traduzido em responsabilidade<br />

dobrada para com os cidadãos e que deverá ser transformada em<br />

atos conscientes, em planejamento do governo para os próximos<br />

48 meses e principalmente na apresentação de um plano de obras<br />

de mobilidade urbana, isso além do enxugamento da máquina e<br />

ordenamento das despesas no sentido de equilibrar as contas do<br />

governo. Acreditamos que o novo prefeito, junto com o vice, tem<br />

plenas condições de programar uma administração que direcione<br />

Itaúna para um futuro rumo à modernidade urbana e que também<br />

busque como foco principal um programa de geração de emprego<br />

e renda com a implantação de novas indústrias de médio e grande<br />

porte.<br />

Temos afirmado ao sermos questionados sobre as expectativas<br />

com o novo governo, que acreditamos nas boas intenções do chefe<br />

do Executivo, e temos mesmo. Mas confessamos também que<br />

estamos apreensivos com a postura<br />

(...)<br />

Nenhum dos<br />

nomes até agora<br />

anunciados<br />

tem nada de<br />

novo a acrescentar<br />

em se<br />

tratando de<br />

novidade administrativa<br />

e política,<br />

pelo contrário,<br />

alguns<br />

deles nos levam<br />

a retroagir ao<br />

século passado<br />

(...)<br />

Renilton<br />

Gonçalves Pacheco<br />

do mesmo ao anunciar a composição<br />

do seu secretariado até aqui. Estamos<br />

com as mesmas opiniões de muitos<br />

formadores de opinião que têm confidenciado<br />

que esperavam uma equipe<br />

mais moderna, arrojada e que traduzisse<br />

modernidade, nova forma de administrar.<br />

Até aqui os nomes não passam<br />

essa sensação, com raras exceções. O<br />

que se vê até aqui é um secretariado<br />

composto com base nos compromissos<br />

políticos de campanha e até mesmo<br />

pessoais. Nenhum dos nomes até<br />

agora anunciados tem nada de novo a<br />

acrescentar em se tratando de novidade<br />

administrativa e política, pelo contrário,<br />

alguns deles nos levam a retroagir<br />

ao século passado, quando a cidade<br />

tinha 40 mil habitantes e se governava<br />

utilizando um megafone e botinas no<br />

então canteiro de obras. Hoje estamos<br />

em um mundo digital e ágil, na era da<br />

terceirização, onde os ordenamentos<br />

precisam de respostas rápidas e objetivas,<br />

com efeitos práticos para os cidadãos.<br />

Temos dúvidas que isso funcione<br />

com os nomes anunciados. Os cargos<br />

de confiança são do prefeito, mas temos o direito de cobrar respostas<br />

rápidas, objetivas e efetivas. Então é esperar pra ver.<br />

Na área da saúde, temos talvez uma das exceções. O secretário<br />

anunciado, sobrinho do prefeito, é jovem, tem formação acadêmica<br />

em gestão pública da saúde e é um bom moço. A família quer<br />

fazer dele o próximo político do clã, então se espera ações concretas,<br />

até porque o prefeito terá nele o seu braço direito para resolver<br />

os problemas crônicos da área da saúde. E os problemas mais<br />

sérios estão concentrados no Hospital Manoel Gonçalves. A dívida<br />

do nosso único nosocômio é hoje da ordem de 6 milhões, chega a<br />

assustar, e a Prefeitura é quem deve criar meios para minimizar e,<br />

em seguida, resolver os problemas financeiros da instituição, pelo<br />

menos é isso que sempre defendeu o prefeito que vai assumir. O<br />

que se espera também na área da saúde é uma completa restruturação<br />

do Pronto Atendimento Municipal, o popular Plantão 24hs,<br />

que funciona no prédio do Hospital. As reclamações são constantes<br />

e os serviços realmente péssimos, é preciso repensar o lugar<br />

e o atendimento.<br />

É fato que é preciso também dar tempo ao novo Chefe do Executivo,<br />

mas uma coisa já está intrigando os formadores de opinião.<br />

Se esperava mudanças, mas essas parecem não vir, pois as<br />

nomeações anunciadas até agora para o primeiro escalão, em sua<br />

maioria, não se traduzem em confiança e muito menos em mudança<br />

de postura, pelo contrário, muito provavelmente teremos<br />

um retrocesso. Está causando espanto também a forma de compor<br />

os cargos de confiança, se esperava que a competência estivesse<br />

acima de tudo, mas o que se vê é o critério político prevalecendo.<br />

Já teve início o pagamento dos favores políticos. A nomeação certa<br />

do então prefeito de Itaguara, Alisson Diego, para diretor-geral do<br />

SAAE, por exemplo, além de pagamento de favores eleitorais, traz<br />

o ranço petista de volta a Itaúna. Só falta agora anunciar o Eugênio<br />

Pinto.<br />

<strong>Folha</strong><br />

povoitauna.com<br />

Tel: (37) 3242-2363<br />

folhapovoitauna@folhapovoitauna.com<br />

Diretor Responsável: Renilton Gonçalves Pacheco<br />

Sociedade Jornalística <strong>Folha</strong> do Povo Itaúna Ltda.<br />

CNPJ: 14.416.984/0001-09<br />

Insc. Est. isenta - Insc. Mun.: 2403711<br />

Rua Ari Barroso, 246 - Centro CEP: 35680-064-<br />

Itaúna/MG<br />

Impresso por: Pemafa Gráfica Editora Ltda.<br />

Av. 1º de Junho, 708 - Centro<br />

Divinópolis - MG<br />

REPUBLICAR<br />

“Representante para todo o Brasil”<br />

O Jornal não é solidário com<br />

conceitos emitidos em matérias<br />

e colunas assinadas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!