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A HISTORIA DO PETRÓLEO NO BRASIL

TECNOLOGIA DO PETRÓLEO

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UNIVERSAL OIL & GAS PETROLEUM COURSE<br />

DELIVERING K<strong>NO</strong>WLEDGE DEVELOPING COMPETENCE<br />

Quality, Planning, Ability, Activation, is Our Performance<br />

HISTÓRICO DA ATIVIDADE OFFSHORE <strong>NO</strong> <strong>BRASIL</strong><br />

A exploração de petróleo em reservatórios situados na área offshore no Brasil iniciou-se em 1968,<br />

na Bacia de Sergipe, campo de Guaricema, situado em lâmina d’água de cerca de 30 metros na<br />

costa do estado de Sergipe, na região Nordeste.Para o desenvolvimento na bacia de Sergipe<br />

aplicaram-se as técnicas convencionais da época para campos de médio portes: plataformas fixas<br />

de aço, cravadas através de estacas, projetadas somente para produção e teste de poços,<br />

interligados por uma rede de dutos multifásicos. Todo o complexo era ligado, também, por duto<br />

multifásico, a uma estação de separação e tratamento de fluidos produzidos localizada em terra.<br />

As primeiras plataformas, principalmente as instaladas nos campos de Guaricema, Caioba,<br />

Camorim e Dourado, eram, com pequenas variações, do tipo padrão de quatro pernas, convés<br />

duplo, guias para até seis poços, sistema de teste de poços e de segurança. A perfuração e a<br />

completação dos poços eram executadas por plataformas auto-elevatórias (Jack-up) posicionadas<br />

junto à plataforma fixa. Posteriormente os projetos foram implementados e a perfuração dos poços<br />

passou a ser feita, também, por sondas moduladas instaladas diretamente no convés superior das<br />

plataformas e assistidas por navios tender.<br />

Nos anos seguintes, com o aumento da atividade, não só na costa de Sergipe, mas também nas de<br />

Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará, a Petrobras decidiu desenvolver projetos próprios de<br />

plataformas que atendessem às características de desenvolvimento dos campos. Este esforço<br />

resultou em 3 projetos de plataformas fixas distintos, conhecidas como plataformas de 1a., 2a. e<br />

3a. famílias.<br />

A plataforma de 1a. família era similar às plataformas fixas iniciais desenhada para ter até 6 poços<br />

de produção e podiam ser instaladas em lâmina d’água de até 60 m; se necessário com um<br />

pequeno módulo para acomodação de pessoal.<br />

A plataforma de 2a. família comportava a produção de até 9 poços, permitia a separação primária<br />

de fluidos produzidos, sistema de transferência de óleo, sistema de teste de poços, sistema de<br />

segurança e um sistema de utilidades. Era uma com acomodações de pessoal.<br />

As plataformas de 3a. família tinham a concepção mais complexa. Permitiam a perfuração e<br />

completação de até 15 poços e as facilidades de produção podiam conter uma planta de processo<br />

completa (teste, separação, tratamento e transferência de fluidos), sistema de compressão de gás,<br />

sistema de recuperação secundária, sistemas de segurança e de utilidades e acomodação de<br />

pessoal. As plataformas de 3a. família tinham concepção apropriada para atuarem como<br />

plataformas centrais.


Em 1975, para o desenvolvimento dos campos de Ubarana e Agulha, no Rio Grande do Norte,<br />

além das plataformas de aço convencionais, decidiu-se pela utilização de plataformas de concreto<br />

gravitacionais, segundo concepção do consórcio franco-brasileiro Mendes Jr. – Campenon Bernard<br />

Foram utilizadas 3 destas plataformas, duas em Ubarana e uma em Agulha. Pela concepção<br />

original, cada plataforma comportava a perfuração e a completação de até 13 poços, separação,<br />

tratamento, armazenamento e transferência de óleo, compressão de gás além dos sistemas de<br />

utilidades, segurança e alojamento de pessoal. As plataformas, em formato de caixa têm um<br />

convés único medindo cerca de 2.500 m2 além de um espaço interno, chamado de "galeria<br />

técnica" para instalação de bombas de transferência, sistema de lastro e tratamento/descarte de<br />

água produzida.<br />

A planta de processo de cada plataforma comportava uma produção de 5.000 m3/dia de óleo e a<br />

capacidade do tanque de armazenamento era de 20.000 m3. A altura total da plataforma era de 25<br />

metros, instalada em locais de lâmina d’água aproximada de 13 metros. São instalações que se<br />

destinavam a operar como plataformas centrais. As plataformas de concreto, que tiveram largo uso<br />

no Mar do Norte, têm uso limitado na área offshore brasileira em pequenas lâminas d’água.<br />

A Bacia de Campos – primeiras descobertas<br />

Até 1977 as atividades de produção offshore no Brasil limitaram-se às áreas do Nordeste brasileiro<br />

em lâminas d’água de até 50 metros.<br />

Em 1974 houve a primeira descoberta de petróleo na Bacia de Campos, atualmente a principal<br />

província petrolífera do Brasil, localizada na parte marítima do estado do Rio de Janeiro, na região<br />

Sudeste do país.<br />

Entretanto, a atividade começou em agosto de 1977, na segunda descoberta, com o campo de<br />

Enchova, em lâmina d’água de 120 metros. Um novo conceito, em termos de explotação, foi<br />

introduzido, denominado Sistema Antecipado de Produção (EPS).<br />

Na 1ª fase deste desenvolvimento a plataforma de perfuração semi-submersível foi equipada com<br />

uma planta de processamento simples. A produção fluía para a superfície através de uma árvore<br />

teste (árvore EZ) suspensa pela plataforma de perfuração, dentro do sistema de prevenção de<br />

blowout (BOP) e do riser. O óleo e o gás eram separados e o gás queimado. O óleo processado<br />

era então transferido através de uma mangueira flutuante para um navio tanque ancorado nas<br />

proximidades, ligado a um sistema de ancoragem de quatro pontos.<br />

Na segunda fase, uma outra semi-submersível, Penrod-72, também parcialmente convertida em<br />

plataforma flutuante de produção, foi usada.<br />

Como na fase inicial, a plataforma era posicionada sobre um poço produtor usando uma árvore de<br />

BOP de superfície, enquanto um segundo poço submarino era colocado em produção através de<br />

uma árvore "molhada", a uma profundidade de água recorde de 189 metros. Da árvore submarina,<br />

a produção fluía para a Penrod-72 através de um sistema flexível livre de linhas de escoamento e<br />

riser, que incluía um umbilical de controle para comunicação entre a árvore e a plataforma. O óleo<br />

processado dos dois poços era transportado através de uma linha de escoamento e riser flexíveis<br />

até uma monobóia ancorada por um sistema de pernas em catenária, Catenary Anchor Leg<br />

Mooring (CALM). Uma segunda linha de escoamento e riser flexíveis era conectada entre a<br />

Penrod-72 e a Sedco-135D, o que proporcionava uma capacidade de produção contínua.


Sedco-135D / SS6<br />

Foi o nascimento do Sistema de Produção Antecipada, capaz de antecipar a produção, e, ao<br />

mesmo tempo, fornecer dados detalhados sobre o reservatório. Estes dados foram então usados<br />

para o projeto do sistema permanente de exploração que, uma vez no local, permitia o emprego<br />

dos EPS em outra área. As vantagens do uso de risers flexíveis foram a acomodação do<br />

movimento das unidades flutuantes e a facilidade de sua instalação. Adicionalmente, os risers e<br />

linhas de fluxo flexíveis eram frequentemente reutilizadas em novos sistemas.<br />

Apesar do fato de que era somente o segundo sistema flutuante de produção no mundo, esse<br />

conceito realmente ganhou força no Brasil. A surpreendente alta segurança e baixo custo indicam<br />

que o EPS era a concepção em águas profundas, pelo menos nesta parte do hemisfério. A partir<br />

de então, e visando principalmente uma antecipação de produção, os sistemas flutuantes foram<br />

largamente empregados na Bacia de Campos.<br />

Um evolução natural deste sistema foi a completa conversão das plataformas semi-submersíveis<br />

de perfuração em unidades flutuantes de produção, que tem sido mundialmente seguido, depois<br />

desta primeira experiência de sucesso.<br />

O campo de Garoupa, primeiro a ser descoberto, também em lâmina d’água de 120 metros,<br />

somente entrou em produção em 1979, juntamente com o de Namorado, este em lâmina d’água de<br />

160 metros. Apesar de se tratar de campos com potencial superior aos campos marítimos do<br />

Nordeste, a utilização de sistema de produção com plataformas fixas e tubulações rígidas não era<br />

economicamente viável por serem isolados e muito distantes do litoral, cerca de 80 km.<br />

Optou-se então pelo conceito de sistema flutuante de produção utilizando navio. A concepção<br />

envolvia tecnologia pioneira e foi um marco na atividade offshore mundial. O sistema compreendia<br />

8 poços de produção com completação seca utilizando câmaras atmosféricas, manifold<br />

atmosférico, navio para processamento da produção atracado a uma torre articulada e navio para<br />

carregamento de óleo atracado a outra torre articulada. Todo o sistema era interligado por<br />

tubulações flexíveis.<br />

A concepção não voltou a ser utilizada pela Petrobras por problemas técnicos e econômicos<br />

particulares do projeto. Contudo, contornados os problemas e eliminados os aspectos pioneiros,<br />

mostrou-se perfeitamente viável. Paralelamente, um programa de implantação de um sistema<br />

definitivo de produção foi desenvolvido. O programa compreendeu o projeto, fabricação, transporte,<br />

instalação e montagem de 7 plataformas fixas de aço, de grande porte, e o projeto, fabricação e<br />

lançamento de aproximadamente de 500 km de dutos rígidos no mar e 500 km em terra, para<br />

escoamento de óleo e gás.


As plataformas do Sistema Definitivo da Bacia de Campos, implantado em 1983, foram instaladas<br />

em lâminas d’água variando entre 110 e 175 metros e concebidas segundo dois tipos principais:<br />

* Plataformas Centrais. Tipo fixa de aço, cravadas por estacas, com 8 pernas, para perfuração e<br />

produção de poços, equipadas com plantas completas de processo da produção, sistema de<br />

tratamento e compressão de gás, sistemas de segurança e utilidades e acomodação de pessoal. A<br />

capacidade de produção dessas plataformas varia de 15.000 a 32.000 m3/dia de óleo (95.000 a<br />

200.000 bpd).Plataformas Satélites. Semelhantes às plataformas centrais, porém a planta de<br />

processo da produção compreendendo apenas um estágio de separação primária de fluidos<br />

produzidos. A capacidade varia de 8.000 a 10.000 m3/dia de óleo (50.000 a 63.000 bpd). Estas<br />

plataformas com concepção semelhante às utilizadas no Mar do Norte, são bastante diversas<br />

daquelas instaladas na região Nordeste do Brasil que têm concepção semelhante às plataformas<br />

do Golfo do México.<br />

Pólo Nordeste<br />

A partir de 1984, a Bacia de Campos começou a mostrar seu completo potencial, com a descoberta<br />

de campos gigantes em águas profundas que, à época, variavam de 300 a mais de 1.000 metros<br />

de lâmina d’água.<br />

Enquanto a Petrobras analisava o desenvolvimento de tecnologia para produzir esses campos, o<br />

desenvolvimento do Pólo Nordeste – abrangendo os campos de Pargo, Carapeba e Vermelho –<br />

era realizado. A partir de 1989, 7 plataformas fixas foram instaladas, todas utilizando bombas<br />

elétricas submersas (ESP).<br />

O desenvolvimento do Pólo Nordeste inclui:<br />

<br />

Instalação de 6 templates;<br />

Perfuração e completação de 120 poços, com ESP;<br />

Instalação de 5 plataformas satélites de produção e 1 sistema central com duas plataformas<br />

geminadas, uma para a planta de processo e outra para utilidades (Pargo 1A e Pargo 1B);<br />

Lançamento de 70 km de linhas de escoamento e 50 km de cabos elétricos de força<br />

submarinos.


Águas Profundas<br />

Em 1984, o campo de Albacora foi descoberto seguido por: Marimbá (1985), Marlim (1985), Marlim<br />

Sul (1987), Marlim Leste (1987), Barracuda (1989), Caratinga (1989) e Roncador (1996). Esses<br />

campos estão situados em lâminas d’água superiores a 300 metros (profundidades limite para o<br />

uso de mergulhadores na instalação, operação e manutenção) e demandaram o desenvolvimento<br />

de tecnologia pioneira para serem postos em produção.<br />

O campo de Marimbá, localizado em lâminas d’água que variam entre 350 e 650 metros, pode ser<br />

considerado um verdadeiro laboratório onde a tecnologia de produção em águas profundas so<br />

sistema flutuante de produção com semi-submersível, foi testada e colocada em produção.<br />

Instalado em 1986, o sistema consiste de uma plataforma<br />

semi-submersível (P-15) situada em lâmina d’água de 243<br />

metros que recebe e processa a produção de 11 poços com<br />

completação submarina. Um dos poços desse sistema, o 1-<br />

RJS-24 estabeleceu o recorde mundial de completação<br />

submarina em abril de 1985 a 385 metros. Em 1988, o 3-RJS-<br />

376 entrou em produção em lâmina d’água de 492 metros,<br />

estabelecendo novo recorde mundial.<br />

O campo de Albacora ocupa uma área de 115 km2 em lâmina<br />

d’água de 230 a 1.000 metros; suas reservas totalizam 600 milhões de barris. Seu<br />

desenvolvimento foi dividido em três fases. Cada fase foi usada para fornecer informações, testar<br />

novos conceitos, e permitir fluxo de caixa inicial para financiar as fases seguintes:<br />

<br />

<br />

<br />

Fase 1 (Sistema Piloto/1987). Este sistema compreendeu 6 poços conectados a um<br />

manifold submarino, produzindo para uma Unidade Flutuante de Produção, Armazenagem e<br />

Descarregamento (FPSO-PP Moraes) e monobóia CALM, numa configuração de Single<br />

Buoy Storage (SBS – rigidamente conectada ao navio tanque), ancorados a 230 metros de<br />

lâmina d’água. Os transbordos de óleo foram conduzidos através da monobóia SBS para um<br />

navio tanque ligado a uma segunda monobóia. A profundidade de água dos poços<br />

submarinos variava de 252 a 335 metros. A monobóia SBS usada nesse sistema<br />

estabeleceu novo recorde mundial naquela época.<br />

Fase 1A (1990). Outros 11 poços e um segundo manifold submarino foram adicionados ao<br />

Sistema Piloto, totalizando 17 poços de produção. A lâmina d’água máxima para os poços<br />

de produção atingiu 450 metros. Uma segunda monobóia foi adicionada a fim de evitar<br />

interrupção na produção durante as mudanças de navio tanque.<br />

Fase 2 (1996). Abrange 46 novos poços escoando através de 5 manifolds para dois<br />

sistemas flutuantes de produção (P-25, semi-submersível, e P-31, FPSO), cada um com


100.000 bpd de capacidade de processamento. O óleo é exportado por monobóia e o gás<br />

por gasoduto.<br />

O sistema abrange 63 poços (57 de produção e 6 de injeção), 7 manifolds submarinos e deverá<br />

produzir 170.000 bpd de óleo e 4,5 milhões de m3/dia de gás.<br />

O campo de Marlim ocupa uma área de 132 km2 em lâmina d’água (LDA) variando de 650 a 1.050<br />

metros. Sua produção foi iniciada em 1991 através de um pré-piloto usando uma sonda de<br />

perfuração adaptada (P-13) ancorada em lâmina d’água de 625 metros, com 2 poços em produção,<br />

em 721 e 752 metros de LDA e um monobóia para armazenamento de óleo.<br />

Capacity. Effectiveness, enthusiasm<br />

O sistema piloto foi instalado em 1992 para substituir o sistema pré-piloto descrito acima. Ele<br />

compreendia 10 poços submarinos interligados através de risers flexíveis à semi-submersível P-<br />

20, ancorada em 600 metros de LDA. O óleo era escoado para duas monobóias e o gás<br />

exportado através de gasoduto Albacora-Garoupa, já existente.<br />

Devido à complexidade do projeto, o desenvolvimento foi dividido em 2 fases, cada uma delas<br />

composta de 5 módulos. Na 1ª Fase compreende os módulos 1 e 2 e a Fase II, em implantação, os<br />

módulos 3,4 e 5.<br />

A Fase I de Marlim compreende 2 sistemas flutuantes de produção, baseados em plataformas<br />

semi-submersíveis (P-18 e P-19), com autonomia de processo, injeção de água, escoamento de<br />

óleo para a Estação de Tratamento de óleo em Cabiúnas e do gás para a plataforma PNA-1. Cada<br />

plataforma tem a capacidade de procesar 100.000 bpd de óleo e 4,2 milhões m3/dia de gás, além<br />

de sistema de injeção para 20.000 m3/dia.<br />

A Fase II, em implantação, compreende a intalação de 4 unidades adicionais de produção, sendo 1<br />

semi-submersível e 3 FPSO, além de uma plataforma de apoio. Até o momento já foram instaladas<br />

2 unidades de produção (1 semi-submersível e 1 FPSO) e a de apoio. No total, o campo irá<br />

abranger 94 poços de produção e 51 de injeção e produzir 511.000 bpd de óleo e 5,9 milhões de<br />

m3/dia de gás, 2002.<br />

No bloco de Marlim Sul foi instalado, em 1997, um sistema de produção antecipada composto pela<br />

unidade FPSO-II, em lâmina d’água de 1.420 metros, interligada a 1 poço produtor, a 1.709 metros<br />

de lâmina d’água. À época, este poço estabeleceu o recorde mundial de lâmina d’água para<br />

completação submarina.<br />

O desenvolvimento do bloco será feito em 2 módulos. O módulo I consistirá de semi-submersível<br />

(P-40, antiga DB-100) atualmente em conversão, que será ancorada em lâmina d’água de 1.080<br />

metros e atingirá uma produção de 150.000 bpd de óleo e 6 milhões de m3/dia de gás, no ano


2000. Essa produção será exportada através de uma unidade de estocagem e transbordo (FSO),<br />

também sendo convetida (P-38).<br />

O módulo irá abranger 1 ou 2 unidades de produção, dependendo do desempenho do sistema de<br />

produção antecipada.<br />

Para o bloco de Marlim Leste, está prevista conexão de um poço daquela área a alguma das<br />

unidades instaladas no complexo de Marlim para levantamento de dados para o futuro<br />

desenvolvimento.<br />

Os campos de Barracuda e Caratinga estão localizados a sudoeste de Marlim em lâmina d’água<br />

variando de 600 a 1.300 metros. Seu desenvolvimento consiste de 3 fases: Sistema de Produção<br />

Antecipada, Sistema Definitivo de Barracuda e Sistema Definitivo de Caratinga.<br />

O Sistema de Produção Antecipada começou a produzir em 1997 através do FPSO P-34 em<br />

lâmina d’água de 785 metros. Deverá operar até a entrada do sistema definitivo.<br />

O Sistema Definitivo de Barracuda deverá entrar em produção em 2001 e será composto de uma<br />

unidade de completação seca (P-41), ancorada em lâmina d’água de 815 metros, ligada a um<br />

FPSO (P-43), ancorada a 785 metros por um Sistema de Ancoragem de Complacência<br />

Diferenciada (Dicas). Deverão integrar o sistema 24 poços produtores e 17 injetores. A produção<br />

deverá atingir 175.000 bpd e 2,7 milhões de m3/dia de gás.<br />

O Sistema Definitivo de Caratinga será composto de 1 FPSO (P-48) ancorado a 1.040 metros de<br />

LDA a ser instalado em 2002. O sistema compreenderá 13 poços produtores e 11 injetores, com<br />

uma produção de 100.000 bpd e 1,4 milhão m3/dia de gás.<br />

A produção desses 2 sistemas será exportada através das plataformas fixas PNA-1 (gás) e PNA-2<br />

(óleo).<br />

Os recordes<br />

Em função dessas descobertas em águas profundas e da<br />

necessidade de suprir a demanda do País, a Petrobras veio<br />

estabelecendo sucessivos recordes de profundidade de poço<br />

em produção.<br />

O atual ocorreu em janeiro de 1999, quando entrou em<br />

produção o EPS de Roncador, campo situado na parte norte<br />

da Bacia de Campos, com uma área de 132 km2 e lâmina<br />

d’água entre 1.500 e 2.000 metros.<br />

Esse sistema, vem produzindo mais de 20.000 bpd, é composto pelo navio Seillean, um FPSO de<br />

posicionamento dinâmico, localizado diretamente sobre o poço produtor em lâmina d’água de 1.853<br />

metros, ligado à árvore de natal, instalada pelo próprio navio, por um riser vertical rígido pioneiro no<br />

mundo, sendo que ambos foram especialmente projetados para profundidades de até 2.000<br />

metros.<br />

Além de tais recordes, cabe destacar o fato de ser o único FPSO de posicionamento dinâmico em<br />

uso no mundo e a unidade desse tipo operando na maior lâmina d’água.<br />

Esse sistema irá operar até o final de 1999, quando será substituído pelo sistema definitivo<br />

composto pela unidade semi-submersível Spirit of Columbus (P-36), atualmente sendo convertida<br />

para unidade de produção no Canadá, que repassará a produção de 21 poços para um FSO (P-47<br />

– convertida a partir do navio Eastern Strength); a unidade de produção será ancorada a 1.360


metros de LDA e o FSO a 815 metros. O sistema deverá atingir um pico de produção de 180.000<br />

bpd em 2002.<br />

Novas tendências de completação<br />

Ao longo desses mais de 30 anos, a Petrobras fez uso intensivo do conceito "equipamentos<br />

submarinos de completação + unidade flutuante de produção" nas atividades offshore. Os<br />

principais fatores que a levaram a essa opção foram:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

As características dos reservatórios e as condições ambientais relativamente brandas<br />

encontrados na Bacia de Campos;<br />

A possibilidade de instalação de sistemas de produção antecipada para servir como<br />

laboratórios em escala para os sistemas definitivos, para realizar testes de poços e para<br />

permitir o desenvolvimento em fases dos grandes campos;<br />

A diminuição do risco e o melhor fluxo de caixa, já que a receita obtida em uma fase do<br />

desenvovimento participa do financiamento das seguintes;<br />

A maior rapidez obtida no desenvolvimento dos campos;<br />

As parcerias e cooperações estabelecidas com os fornecedores de equipamentos, o que<br />

possibilita a melhoria contínua dos mesmos e o relacionamento a longo prazo;<br />

A confiabilidade e rentabilidade desses sistemas, comprovadas na prática.<br />

Todavia, as características dos fluidos encontrados em campos de águas ultra-profundas (lâmina<br />

d’água superior a 1.000 metros) estão levando a uma mudança na abordagem da questão,<br />

favorecendo a adoção de unidades de completação seca (UCS). Muitos desses campos<br />

apresentam óleo pesado variando de 15 a 20 oAPI que, combinado com as baixas temperaturas<br />

predominantes nestas profundidades, resulta em problema de escoamento.<br />

Por esses motivos, a tendência ao uso de UCS tem aumentado ultimamente, já que essas<br />

unidades :<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Propiciam melhores condições térmicas ao escoamento, antecipando a produção;<br />

Minimizam os problemas com a formação de depósitos de hidratos e parafinas devido à<br />

temperatura de escoamento mais elevada;<br />

Reduzem os custos operacionais com intervenções;<br />

Apresentam ações mais rápidas e econômicas para otimização e controle da produção;<br />

A evolução da tecnologia de perfuração, permitindo a drenagem de uma grande área a partir<br />

de um único cluster através de poços de grande angulação e afastamento em arenitos não<br />

consolidados e folhelhos instáveis.<br />

Conclui-se que em mais de 30 anos de atividades offshore, a produção no mar tornou-se vital para<br />

o Brasil, passando a responder por cerca de 80% do total produzido no país no início de 1999, ou<br />

seja: cerca de 1 milhão de bpd provenientes de 74 plataformas fixas e 23 flutuantes. Nesse<br />

período, a Petrobras instalou, ainda, mais de 300 árvores de natal submarinas, 40 manifolds<br />

submarinos e 5.000 km de linhas flexíveis, rígidas e umbilicais de conttrole.<br />

A partir das descobertas iniciadas em 1974, a Bacia de Campos assumiu a posição de principal<br />

província petrolífera do país. Nessa área existem hoje 37 campos produzindo cerca de 880.000<br />

bpd de óleo (76% da produção nacional) e 15 milhões m3/dia de gás (47%) através de 14 unidades<br />

fixas e 22 flutuantes.<br />

Cabe destacar a contribuição dos campos em águas profundas e ultra-profundas (em LDA acima<br />

de 400 metros) que, hoje, respondem por cerca de 50% da produção nacional.


Espera-se aumento significativo nas atividades nos próximos anos, com a instalação de 12 novas<br />

unidades flutuantes de produção e mais de 180 árvores de natal, 6 manifolds e 1.900 km de linhas<br />

e umbilicais.

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