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Revista Fiesta

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Herman José<br />

“Sempre tive uma<br />

grande ligação às<br />

gerações mais novas”<br />

Ator, humorista e entertainer,<br />

é considerado por<br />

muitos como o «pai» do humor<br />

contemporâneo em Portugal. Herman<br />

José passou pela última vez<br />

pela Madeira, no âmbito do ‘ Fórum<br />

Madeira Humour Fest’, onde apresentou<br />

temas e personagens reconhecidos<br />

do seu percurso artístico.<br />

Aos 62 anos, Herman José mantém<br />

as gargalhadas infantis, o deslumbramento<br />

perante os outros e a disciplina<br />

de trabalho. Tendo começado<br />

a carreira em 1975, era para estudar<br />

Engenharia na Alemanha mas devido<br />

a Nicolau Breyner, enveredou pelo<br />

espetáculo. Nascido a 19 de Março de<br />

1954 em Lisboa, tem dupla nacionalidade<br />

portuguesa e alemã. É filho único<br />

do casal Hermann Ludwing Krippahl<br />

(alemão e espanhol) e Maria Odette<br />

Antunes Valadas (portuguesa). Aos quatro<br />

anos protagonizava os filmes do pai,<br />

que conciliava a sua atividade no comércio<br />

de mármores com a de cineasta amador.<br />

Aos cinco, entrou para o jardim de infância<br />

da Escola Alemã de Lisboa. Era um aluno<br />

brilhante em todas as vertentes artísticas, protagonizando<br />

todos os saraus escolares. Comprou,<br />

na adolescência, a sua primeira viola-baixo, uma<br />

Höfner em segunda mão. Através da música, viria<br />

a abraçar a carreira artística. Por volta dos 18 anos,<br />

tem as primeiras aparições na televisão, num programa<br />

juvenil onde surge como baixista de um trio chamado<br />

Soft. Em 1972, a PIDE fizera-lhe um ultimato:<br />

ou se naturalizava português e cumpria o serviço militar,<br />

ou escolhia a cidadania alemã e seria expulso<br />

do País. Herman José optou pela nacionalidade alemã<br />

e inscreveu-se na Escola Superior de Televisão e<br />

Cinema de Munique, que nunca chegaria a frequentar.<br />

Com o 25 de Abril de 1974, acaba por permanecer<br />

em Portugal. Estreia-se como ator no Teatro ABC,<br />

com a peça Uma no Cravo, Outra na Ditadura. Descoberto<br />

por Nicolau Breyner, é levado por este ator e<br />

pelo administrador da RTP João Soares Louro, a estrear-se<br />

como ator na televisão, em 1975. As suas participações<br />

na rábula Sr. Feliz e Sr. Contente, inserida no<br />

programa Nicolau no país das maravilhas, tornam-no<br />

famoso. A música mantém-se uma constante na sua<br />

vida. Em 1977, lança Saca o Saca-Rolhas no programa<br />

televisivo ‘A Feira’, cujas vendas alcançam o Disco<br />

de Ouro. Seguem-se outros sucessos musicais, onde<br />

mistura anedotas com improviso, recriações de personagens<br />

suas e muita música. Em 1980, lança o single<br />

A Canção do Beijinho que é novamente galardão<br />

de Ouro. Com o personagem Tony Silva, conquista o<br />

grande público. Em 1982 começa a apresentar na Rádio<br />

Comercial o programa “A Flor do Éter”. Em 1983<br />

leva ao Festival RTP da Canção o tema A Cor do Teu<br />

Baton que fica em 2.º lugar. Em Outubro de 1983 tem<br />

o seu primeiro programa de humor com O Tal Canal<br />

que permite a quase unanimidade à volta do seu humor,<br />

num dos seus mais profícuos trabalhos. A sua<br />

equipa regressa em Hermanias (1984), consolidando<br />

algumas das suas personagens mais marcantes, como<br />

o cronista de futebol José Estebes, e criando outras como<br />

o cantor popular Serafim Saudade, o comentador<br />

Doutor Pinóquio e o câmara / censor José Cortes. Em<br />

1985, participa no Concurso “1,2,3”. No programa Humor<br />

de Perdição (1987), cria a personagem Maximiana,<br />

e é confrontado com a suspensão do mesmo por<br />

parte do Conselho de Administração da RTP, na sequência<br />

da sua entrevista histórica à Rainha Santa Isabel<br />

que o lado mais conservador do poder considerou<br />

como um atentado aos valores históricos. Nesse mesmo<br />

ano, estreia-se no cinema em O Querido Lilás, de<br />

Artur Semedo, e é recrutado pelo Emídio Rangel, para<br />

fazer crónicas diárias na TSF, com as quais obteve<br />

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