Outubro/2016 - Referência Florestal 179
Visitantes - Grupo Jota Comunicação
Visitantes - Grupo Jota Comunicação
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
46<br />
CADERNO<br />
EMPRESARIAL<br />
71 anos de Agroceres<br />
TERRAS PARA<br />
ESTRANGEIROS<br />
Lei deve regular o tema52 ENTREVISTA<br />
Justine Leigh-Bell, diretora<br />
do Climate Bonds Initiative<br />
Pragas ao ataque<br />
Saiba como proteger sua floresta<br />
Pests to attack<br />
Learn how to protect your forest
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 76<br />
Bruno Industrial ......................................................... 45<br />
34<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 61<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 71<br />
Denis Cimaf ................................................................... 09<br />
46<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
Ecoserra ......................................................................... 65<br />
Exte ................................................................................... 19<br />
FMC Florestas .............................................................. 33<br />
52<br />
H Fort ................................................................................ 13<br />
Himev .............................................................................. 57<br />
J de Souza ........................................................................ 43<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Aplicação<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Silvicultura<br />
Caderno Empresarial<br />
Especial<br />
Evento<br />
Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
06<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
34<br />
40<br />
46<br />
52<br />
58<br />
62<br />
66<br />
72<br />
74<br />
John Deere .................................................................... 07<br />
Liebherr Brasil ............................................................ 11<br />
Lubeco ............................................................................ 71<br />
Mill Indústrias .............................................................. 27<br />
Minusa Forest .............................................................. 05<br />
Oregon ............................................................................ 75<br />
Penz Saur ........................................................................ 55<br />
Rossin .............................................................................. 69<br />
Rotobec .......................................................................... 21<br />
Sergomel ....................................................................... 25<br />
TMO ................................................................................. 23<br />
04 www.referenciaflorestal.com.br
www.minusa.com.br<br />
Transformando<br />
tecnologia<br />
em resultado<br />
Harvester Heads<br />
Robustez, Leveza,<br />
Velocidade e Precisão<br />
S I MPL Y BE T TER<br />
Entre em contato:<br />
Fone: (49) 3226 1000<br />
florestal@minusa.com.br
EDITORIAL<br />
Ano XVIII - Edição n.º <strong>179</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Year XVIII - Edition n.º <strong>179</strong> - October <strong>2016</strong><br />
06 www.referenciaflorestal.com.br<br />
A floresta protegida ilustra o<br />
lançamento do Capture 400<br />
EC, um inseticida e acaricida<br />
produzido pela FMC, que acaba<br />
de ser homologado para uso<br />
florestal<br />
TERRA À VISTA<br />
A famosa frase do marinheiro: Terra à vista; gritada da nau portuguesa quando<br />
avistou o Brasil ainda ecoa em nosso subconsciente. A história conta que há 516<br />
desembarcavam em solo brasileiro os primeiros estrangeiros. Naquele tempo eles<br />
tomaram grandes áreas de assalto, sem perguntar nada aos habitantes locais. Muita<br />
coisa mudou de lá para cá e mais recentemente nós entendemos que estrangeiros<br />
não deveriam mais possuir terras aqui. A decisão tomada pela AGU (Advocacia-Geral<br />
da União), em 2010, que pareceu uma vingança aos primeiros portugueses, afastou<br />
investimentos vindos de fora que estão fazendo falta. A reportagem especial desta<br />
edição conta em que pé está o movimento para estabelecer regras claras que balizem<br />
a compra de terras por empresas e grupos de fora do Brasil, algo importante<br />
para a expansão do segmento de base florestal. Outro assunto imperdível ilustra<br />
a capa desta edição. As pragas exóticas fincaram as patas no Brasil e estão causando<br />
muito estrago, principalmente nas florestas plantadas de eucalipto. Conheça um<br />
pouco mais sobre elas e principalmente sobre os métodos de combate. Não perca<br />
ainda a matéria sobre manejo florestal sustentável, veja os pontos positivos e benefícios<br />
da prática para as espécies nativas, e também que a opinião de dois pesquisadores<br />
sobre o que pode evoluir. Esperamos que tenha o mesmo prazer em ler a edição<br />
deste mês como tivemos em produzi-la. Ótima leitura!<br />
LAND HO!<br />
The famous phrase of “Land Ho” that the Portuguese sailor cried out from his ship when<br />
he spotted Brazil still echoes in our subconscious. The story goes that the first foreigners who<br />
landed on Brazilian soil numbered 516. At that time, they took over large areas by assault, without<br />
asking the local inhabitants. A lot has changed from then to now and more recently we understand<br />
that foreigners can no longer own more land. The decision, taken by the Solicitor-General<br />
(AGU), in 2010, that seemed like revenge on the first Portuguese settlers, has driven away<br />
needed foreign investment. The special story in this issue outlines where this stands as to the<br />
movement to establish clear rules that could lead to land purchases by companies and groups<br />
based outside Brazil, something important for the expansion of the forestry based segment.<br />
Another important subject illustrates the cover of this Issue. Exotic pests are becoming more<br />
common in Brazil and are beginning to cause much damage, especially for planted eucalyptus<br />
forests. Learn a little more about them, especially about the methods for combatting them. Also<br />
don’t miss the story about sustainable forestry management, and get to see the strengths and<br />
benefits of the practice for native species, and also the opinion of two research scientists about<br />
what could evolve. We hope you have the same pleasure in reading this month's issue as we did<br />
in producing it. Pleasant reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Fernanda Domingues<br />
Fernanda Maier<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Colaboreadores / Colaborators<br />
Fotógrafos: Mauricio de Paula e Valterci Santos<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Monica Kirchner - Coordenação<br />
Alessandra Reich<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
CARTAS<br />
PRAGAS<br />
Capa da Edição 178 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de setembro de <strong>2016</strong><br />
Por Nelson Henrique Perez - Araranguá (SC)<br />
Achei interessante a reportagem da última edição da<br />
REFERÊNCIA FLORESTAL sobre pragas florestais. Acredito<br />
que o assunto renda mais matérias.<br />
SHOW DE BOLA<br />
Por Vitório Guimarães da Silva - Betim (MG)<br />
Foto: Alexandre Mehl Lunz<br />
Superinteressante a reportagem sobre as startups, acho<br />
bem legal trazer novidades em tecnologia e de iniciativas<br />
jovens. A matéria foi show.<br />
PLANTANDO ÁRVORES<br />
Por Sandra Mauro Fiorenti - Itabela (BA)<br />
Muito importante uma revista que incentiva o plantio de<br />
árvores e o manejo florestal. A REFERÊNCIA FLORESTAL é<br />
excelente!<br />
Foto: divulgação<br />
Imagem: reprodução<br />
COMPETITIVIDADE<br />
Por Maurício Vale - Uberlândia (MG)<br />
O mercado florestal necessita de alta produtividade e<br />
uma logística eficiente. Continuem com reportagens sobre<br />
esses temas. Parabéns!<br />
ECONOMIA VERDE<br />
Por Antônio Miguel Amorim - Três Lagoas (MS)<br />
O setor florestal vem crescendo muito na região. Agora<br />
com a questão do clima, os governos e as pessoas vão dar<br />
mais atenção à economia verde. Isso será muito positivo<br />
para quem trabalha com floresta.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
Tenha o Melhor em<br />
Trituração de Resíduos.<br />
Liberte sua área para novos plantios.<br />
DENIS CIMAF, equipamento certo para<br />
trituração de resíduos.<br />
DENISCIMAF.com<br />
+55 19 3802.2742
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
PESQUISA<br />
Para produzir a reportagem<br />
principal desta edição sobre<br />
pragas florestais visitamos a<br />
Unesp (Universidade Estadual<br />
Paulista) em Botucatu (SP),<br />
onde conhecemos o laboratório<br />
de pesquisa da universidade.<br />
A nossa visita foi guiada por<br />
Natália Medeiros de Souza,<br />
mestre em Agronomia-<br />
Proteção de Plantas<br />
Simone Velozo, doutoranda<br />
do curso de Agronomia-<br />
Proteção de Plantas<br />
Foto: REFEREÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
10<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Viva o Progresso.<br />
Manipuladores de materiais Liebherr<br />
Máxima eficiência através de tecnologias orientadas para o futuro<br />
Concebidos para o máximo de produtividade<br />
Componentes de alta qualidade manufaturados pela própria Liebherr<br />
Posto de trabalho ergonômico e organizado para constante alto desempenho<br />
www.liebherr.com.br<br />
info.lbr@liebherr.com<br />
www.facebook.com/LiebherrConstruction
COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
INVENTÁRIO FLORESTAL: QUAL O<br />
PROPÓSITO?<br />
Levantamento de dados da floresta possibilita avaliar o recurso<br />
de forma estratégica<br />
N<br />
o dia 21 de setembro passado, como parte da comemoração<br />
do Dia da Árvore, o Curso de Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong> da Ufpr (Universidade Federal do Paraná)<br />
promoveu um evento para discutir a aplicação do inventário<br />
florestal. Na oportunidade, a Stcp Engenharia de Projetos recebeu<br />
o Prêmio Floresta <strong>2016</strong> na Categoria Empresas, pela relevante<br />
contribuição para o desenvolvimento florestal Brasileiro.<br />
A Stcp já inventariou mais de 4 milhões de ha (hectares)<br />
de florestas plantadas, o que envolveu a medição de cerca<br />
de 500 mil amostras. Além disto, a Stcp inventariou cerca de<br />
80 milhões de ha de florestas nativas, e preparou 70 planos<br />
de manejo de unidades de conservação com uma área de 25<br />
milhões de ha. Estes inventários e planos foram realizados<br />
tanto no Brasil como em outros países.<br />
A experiência ganha pela Stcp nestas atividades de inventário<br />
foi enorme. Uma das lições aprendidas é que o inventário<br />
florestal não deve ser considerado simplesmente um processo<br />
repetitivo de mensuração de árvores para estimar o volume<br />
de uma floresta. Ele deve ser planejado e conduzido com base<br />
na informação que é necessária, para atender um objetivo<br />
pré-definido. As principais categorias de inventário florestal<br />
são apresentadas, de forma simplificada, abaixo.<br />
O inventário estratégico, como por exemplo um inventário<br />
florestal nacional, tem como objetivo apoiar as políticas<br />
florestais e ambientais de um país ou de uma região. Ele é<br />
conduzido a cada 5 ou 10 anos, e informações geradas são<br />
menos detalhadas. Um inventário estratégico pode ser utilizado<br />
para decidir sobre a implementação de medidas de<br />
proteção a determinadas espécies, para criar áreas ou reservas<br />
ambientais, para atrair investimentos industriais, para definir<br />
um plano de desenvolvimento nacional ou regional, e outras<br />
ações estratégicas. Raramente este tipo de inventário define<br />
a forma de manejo florestal.<br />
O inventário empresarial, por sua vez, tem objetivos diferentes.<br />
Pode ser o caso de um inventário contínuo, que visa<br />
gerar informações para estimar a disponibilidade de madeira<br />
no médio e longo prazo (prognose de produção), o que é importante<br />
para planejar o suprimento futuro de madeira para<br />
a indústria. Este mesmo inventário pode servir de base para<br />
o manejo das florestas (decisão sobre desbastes, adubação<br />
ou outros tratos silviculturais), ou para valoração dos ativos.<br />
Trata-se de um inventário com maior grau de precisão que o<br />
inventário estratégico e é conduzido em intervalos de tempo<br />
mais curtos (normalmente a cada 2 ou 3 anos), dependendo<br />
do incremento e ciclo da floresta.<br />
Ainda dentro da categoria de inventário empresarial existe<br />
o inventário com propósito mais específico, como é o caso do<br />
inventário pré-corte. Este é um inventário de alta precisão<br />
conduzido com o objetivo de obter informação de volume de<br />
áreas menores, e que serão submetidas ao corte. A informação<br />
serve de base, por exemplo, para remuneração de terceiros<br />
envolvidos na colheita, transporte e outras atividades, e para<br />
a alocação de recursos. Inventários deste tipo podem servir<br />
ainda para outros propósitos específicos, como para apoiar no<br />
desenvolvimento de programas de pesquisa ou de proteção<br />
ambiental.<br />
A experiência indica que o inventário florestal é uma<br />
fonte de informação importante. No entanto, como é uma<br />
atividade que demanda muitos recursos, e por isto pode ser<br />
oneroso, deve ser adequadamente planejado e conduzido de<br />
forma que venha a gerar os conhecimentos que atendam as<br />
demandas específicas.<br />
O inventário florestal pode ser oneroso, deve ser adequadamente<br />
planejado e conduzido de forma que venha a gerar os conhecimentos que<br />
atendam as demandas específicas<br />
12<br />
www.referenciaflorestal.com.br
´
NOTAS<br />
DIVISÃO FLORESTAL<br />
WESTROCK<br />
COMPLETA 60<br />
ANOS<br />
Foto: arquivo<br />
A Rigesa, que agora é WestRock, empresa fruto da fusão entre<br />
RockTenn e MWV, comemora os 60 anos de sua divisão florestal<br />
com a implantação do primeiro pomar clonal de sementes de pinus<br />
de terceira geração do país, resultado de mais de seis décadas de<br />
investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para espécies<br />
florestais. O alto grau de investimento em pesquisa, iniciado<br />
em 1956, mesmo ano em que iniciaram as operações florestais<br />
no Brasil, é o que garante os altos índices de produtividade obtidos<br />
em campo. Em solo brasileiro, a operação WestRock é verticalizada.<br />
Parte da madeira produzida de forma sustentável na divisão<br />
florestal segue para uma fábrica de papel, em Três Barras (SC) e, de<br />
lá, para quatro fábricas de embalagens espalhadas pelo país.<br />
COTA PARA<br />
MULHERES<br />
A Comissão de Trabalho, de Administração<br />
e Serviço Público da Câmara dos Deputados<br />
aprovou o Projeto de Lei 1397/15, do deputado<br />
Angelim (PT-AC), que obriga empresas que exploram<br />
concessões florestais a manter no mínimo<br />
5% de mulheres no quadro de empregados. A<br />
comprovação do cumprimento da cota será feita<br />
pela apresentação do Caged (Cadastro Geral de<br />
Empregados e Desempregados) ou certidão de órgão competente. A empresa que não cumprir o requisito poderá ter o<br />
contrato de concessão cancelado. A deputada Erika Kokay (foto) do PT-DF, defendeu o mérito da proposta argumentado que<br />
assegura condições igualitárias frente a uma situação com desigualdade histórica. "A igualdade de oportunidades e as ações<br />
afirmativas garantem direitos", afirmou. A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões<br />
de finanças e tributação; e de constituição e justiça e de cidadania. O texto já foi aprovado pela comissão de agricultura,<br />
pecuária, abastecimento e desenvolvimento rural em setembro de 2015.<br />
Foto: divulgação<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ASSISTÊNCIA<br />
TÉCNICA<br />
Foto: divulgação<br />
O projeto ABC Cerrado, do Senar/MS (Serviço<br />
Nacional de Aprendizagem Rural) iniciou em<br />
setembro a terceira etapa de execução das atividades,<br />
após realização de seminários de sensibilização<br />
e capacitação dos produtores rurais<br />
interessados em aderir à iniciativa. O objetivo é<br />
utilizar tecnologias em sistemas produtivos que<br />
diminuam a emissão de gases com efeito estufa<br />
na atmosfera. No total, mais de 400 pessoas participaram<br />
de qualificações sobre Reforma de Pastagens, Plantio Direto, Florestas Plantadas e ILPF (Integração Lavoura,<br />
Pecuária e Floresta). A partir de agora, os concluintes que somaram 220 produtores receberão durante 18 meses de<br />
Assistência Técnica e Gerencial focada nas diretrizes do projeto ABC Cerrado, idealizado em parceria com o Mapa (Ministério<br />
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Embrapa e Banco Mundial. O foco da iniciativa é a conscientização<br />
e capacitação, seguida de assistência técnica que auxiliará os participantes a implantarem sistemas produtivos que têm<br />
como meta estimular a sustentabilidade e rentabilidade da atividade rural.<br />
SEXTA-FEIRA<br />
DE FSC<br />
No dia 30 de setembro, escritórios do FSC<br />
(Forest Stewardship Council), certificadoras, certificados,<br />
membros e parceiros realizaram uma série<br />
de eventos pelo mundo para celebrar e aumentar a<br />
conscientização sobre o manejo florestal responsável<br />
e o papel do FSC. A ação fez parte da iniciativa<br />
global FSC Friday, evento que começou no Reino<br />
Unido, em 2008, e desde então vem crescendo a<br />
cada ano. Segundo o FSC Brasil, o país possui 6,176<br />
milhões de ha (hectares) certificados na modalidade<br />
de manejo florestal e envolve 110 operações de<br />
manejo, entre áreas de florestas nativas e plantadas.<br />
O Brasil ocupa o sexto lugar no ranking total<br />
do sistema FSC.<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
15
NOTAS<br />
FAO INCENTIVA<br />
CONCESSÕES<br />
FLORESTAIS<br />
Foto:divulgação<br />
Concessões florestais bem administradas que<br />
incorporem a gestão sustentável podem ser importantes<br />
para a conquista dos Objetivos do Desenvolvimento<br />
Sustentável, afirmou a FAO (Organização das<br />
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) em<br />
documento. Para a entidade, as concessões florestais<br />
são importantes ferramentas de governança para o<br />
aproveitamento e manejo das florestas públicas em<br />
muitos países tropicais. Segundo a FAO, globalmente,<br />
76% das florestas são públicas, e houve um aumento<br />
da proporção de florestas públicas administradas por<br />
entidades privadas: de 3% em 1990 a 15% em 2010. Segundo os relatórios regionais, em nove países selecionados da África,<br />
América Latina e Sudeste Asiático há atualmente ao menos 122 milhões de hectares de florestas tropicais sob concessões<br />
florestais, cobrindo 14% das florestas públicas nos países estudados.<br />
DIA DA<br />
ÁRVORE<br />
Para celebrar o Dia<br />
da Árvore, comemorado<br />
no dia 21 de setembro,<br />
a Klabin lançou o hotsite<br />
Árvores do Brasil (www.<br />
klabin.com.br/arvoresdobrasil),<br />
com imagens,<br />
informações e curiosidades<br />
sobre 25 espécies<br />
brasileiras, das quais 16<br />
representam as principais árvores presentes nos municípios em que a companhia mantém as unidades industriais. O site<br />
também apresenta um quiz com perguntas e dicas para o internauta conhecer algumas espécies e descobrir qual é a mais<br />
adequada para se plantar e cultivar em casa, de acordo com o perfil de cada pessoa.<br />
Imagem: divulgação<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
EXPORTAÇÕES<br />
AUMENTAM<br />
Foto: divulgação<br />
A queda no consumo interno fez com que as<br />
indústrias do setor de árvores plantadas buscassem<br />
o mercado externo para escoar a produção<br />
e manter o crescimento no ano. Na comparação<br />
do acumulado de janeiro a agosto de <strong>2016</strong> com<br />
o mesmo período ano passado, o volume de exportação<br />
de celulose superou a marca de 8,4 milhões<br />
de t (toneladas) (+13,6%), o de painéis de<br />
madeiras atingiu a marca de 644 mil m 3 (metros<br />
cúbicos) (+65,6%) e o de papel foi acima de 1,4<br />
milhão de t (+5,0%). No mercado de celulose, a<br />
China foi o país com a maior contribuição para o crescimento da receita de exportação até agosto, com aproximadamente<br />
US$ 1,35 bilhão (+19%) e 37% de participação. Para o setor de painéis de madeira, o continente americano continua<br />
sendo o mais atraente. A América Latina responde por uma fatia de 53,5%, com US$ 83 milhões e a América do Norte<br />
por 25,2%, com US$ 39 milhões. O segmento de papel também continua focando suas vendas externas para a América<br />
Latina que deteve 58,0% das exportações, com US$ 725 milhões, seguido pela Europa, com 12,2%, equivalentes a US$<br />
153 milhões, e América do Norte com 10,1%, ficando na terceira posição com US$ 126 milhões.<br />
INCÊNDIOS FLORESTAIS<br />
AUMENTAM EM 40%<br />
No primeiro semestre deste ano, o número de focos de<br />
incêndios florestais subiu 40% em relação ao mesmo período<br />
do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Inpe (Instituto<br />
Nacional de Pesquisas Espaciais). Até 21 de setembro,<br />
foram identificados 120.896 focos. A estiagem prolongada dos<br />
últimos dois anos, provocada pelo fenômeno El Niño, caracterizado<br />
pelo aquecimento anormal das águas superficiais do<br />
Oceano Pacífico, deixou a vegetação mais suscetível a incêndios.<br />
Um solo com baixa concentração de água faz com que a<br />
vegetação fique cada vez mais seca e morra, transformando-se<br />
em combustível para as chamas. Entretanto, mais de 90% dos<br />
incêndios têm ação humana. O Ibama e o ICMBio (Instituto<br />
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) orientam<br />
produtores rurais sobre as melhores práticas de preparo da<br />
terra e fazem a fiscalização em áreas com possíveis queimadas<br />
criminosas.<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
17
NOTAS<br />
SETOR FLORESTAL<br />
DO PARÁ PEDE<br />
SOCORRO<br />
Foto:divulgação<br />
Queda na exportação, na geração de emprego e dificuldades<br />
com órgãos fiscalizadores federais foram algumas das<br />
questões mencionadas por representantes de federações,<br />
associações e empresários do setor madeireiro em reunião<br />
com o governador Simão Jatene (foto), realizada no dia<br />
22 de setembro. De acordo com a Aimex (Associação das<br />
Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará),<br />
o setor madeireiro se desenvolveu e aprimorou as práticas ambientais, sendo um dos setores que geram emprego e renda<br />
alinhados à política estadual de verticalização da produção. O presidente da Aimex, Roberto Pupo, informou que em 2007 o<br />
setor gerava 200 mil empregos e que em 2015 esse número diminuiu para 50 mil postos de trabalho. As exportações também<br />
sofreram queda, saindo de US$ 800 milhões (2007), para US$ 140 milhões, em 2015. “Nós estamos passando por uma crise<br />
muito grande”, destacou Pupo, que também apontou a fiscalização como um dos entraves do setor.<br />
IPEF E<br />
UNICENTRO<br />
FIRMAM<br />
PARCERIA<br />
O campus Irati da Unicentro (Universidade<br />
Estadual do Centro-Oeste) e o Ipef<br />
(Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais)<br />
firmaram um convênio para que alunos e<br />
professores da universidade participem dos programas cooperativos do Ipef, no desenvolvimento de pesquisas e treinamento<br />
dos estudantes via estágio. O professor do Departamento de Engenharia <strong>Florestal</strong>, Evandro Tambarussi, vinha já<br />
trabalhando em parceria com o Ipef dentro do Programa Cooperativo de Melhoramento. “O projeto visa, principalmente,<br />
conservar a base genética e avançar na geração do melhoramento do Eucalyptus viminalis, que é um tipo de eucalipto”,<br />
acrescenta Afonso. Para o diretor do campus de Irati, o entusiasmo demonstrado por professores da Unicentro deixa<br />
evidente a importância deste convênio e a certeza de que vai gerar excelentes frutos. “Do ponto de vista político, essa<br />
aproximação da Unicentro com o Ipef é um marco importante para a projeção de seu jovem curso de Engenharia <strong>Florestal</strong>,<br />
colocando-o em destaque no cenário nacional e, inclusive, internacional”, avalia.<br />
Foto: divulgação<br />
18<br />
www.referenciaflorestal.com.br
CARGA SEGURA<br />
NÓS INVENTAMOS O CONCEITO<br />
TECNOLOGIA<br />
EUROPEIA<br />
SOMOS A MAIOR<br />
FABRICANTE MUNDIAL<br />
DE FUEIROS<br />
PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO<br />
SEGURO E RACIONAL DA MADEIRA<br />
REPRESENTANTE EXCLUSIVA EXTE NO BRASIL<br />
Aceitamos<br />
cartão BNDES<br />
ALAMEDA MERCÚRIO, 98<br />
AMERICAN PARK - INDAIATUBA/SP<br />
+55 (19) 3935.1970 / (19) 3935.2031<br />
EMEX@EMEXBRASIL.COM.BR | WWW.EXTE.SE<br />
WWW.EMEXBRASIL.COM.BR
ALTA E BAIXA<br />
ACORDO MUNDIAL<br />
A Indonésia e a UE (União Europeia) realizaram o primeiro acordo mundial dentro da Flegt (sigla em inglês<br />
para Implementação da Legislação <strong>Florestal</strong>, Governança e Comércio). De acordo com a FAO, a iniciativa<br />
foi um dos grandes compromissos na luta contra o comércio ilegal de madeira. A Flegt certifica que os<br />
carregamentos de madeira saídos do país asiático para os membros do continente europeu estão de<br />
acordo com a legislação da Indonésia quanto à colheita, transporte, processamento e comércio.<br />
Um terço da madeira tropical exportada pela Indonésia abastece países da UE.<br />
ALTA<br />
ACEIROS AJUDAM A EVITAR INCÊNDIOS FLORESTAIS<br />
A reportagem exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 24 de setembro mostrou o trabalho dos<br />
brigadistas do IcmBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) na preparação de<br />
aceiros para evitar incêndios florestais. A matéria enfoca o trabalho realizado no Parque Nacional das<br />
Emas, em Goiás. Nesta época do ano, o IcmBio mantém mais de mil brigadistas em dezenas de unidades<br />
de conservação federais em todo o país, principalmente nos parques e reservas localizados nas regiões<br />
em que o tempo seco e a baixa umidade do ar favorecem o surgimento de incêndios florestais. Para<br />
fazer os aceiros, os brigadistas usam o fogo controlado. Eles lançam as chamas na vegetação seca, em<br />
uma estreita faixa de terra em torno da unidade e apagam o fogo logo em seguida. A parte queimada<br />
funciona, então, como uma barreira natural contra incêndios.<br />
BESOURO DA CASCA ATACA FLORESTAS NA BULGÁRIA<br />
Florestas de pinus da Bulgária, plantadas em volta de montanhas para combater a erosão do solo, estão<br />
sendo vítimas do besouro. A praga se alimenta das árvores enfraquecidas pelo clima excessivamente<br />
quente de plantios muito densos. Mais de 7.000 ha (hectares) de florestas no país dos Balcãs morreram<br />
devido aos ataques em agosto, área três vezes maior do que em anos anteriores. A solução no longo prazo<br />
está em deixar que as espécies com folhas largas, dominantes em altitudes mais baixas, floresçam novamente.<br />
Depois que as coníferas forem retiradas, as mudas de carvalho, faia e freixo, que não fazem parte<br />
do cardápio dos besouros, vão tomar o lugar dos pinus.<br />
BAIXA<br />
EXPORTAÇÕES DO SETOR FLORESTAL CHILENO EM QUEDA<br />
As exportações do setor florestal do Chile totalizaram US$ 2,555 milhões no primeiro semestre,<br />
queda de 4,3% em relação ao mesmo período de 2015, representando 8,5% do total<br />
de embarques no país. A celulose continua a ser o principal produto de exportação, com uma<br />
quota de 47,4%, seguido pelos embarques de madeira (43,6%) e papel e papelão (9%). A China foi<br />
o principal mercado de destino das exportações florestais chilenas, concentrando metade dos embarques<br />
no primeiro semestre.<br />
20<br />
www.referenciaflorestal.com.br
EQUIPAMENTOS ROBUSTOS PARA MANUSEIO DE MATERIAIS<br />
NOVAS GARRAS TRAÇADORAS HEAVY DUTY<br />
PARA MÁQUINAS DE 35 + TONS<br />
PRODUTIVIDADE, ROBUSTEZ E DISPONIBILIDADE<br />
MECÂNICA DE PADRÃO INTERNACIONAL<br />
www.rotobec.com<br />
(41) 8852-5999/3287-2835<br />
rotobecdobrasil@rotobec.com
BIOMASSA<br />
BIOMASSA<br />
DE SOBRA<br />
Foto: divulgação<br />
A<br />
nualmente, sobram 200 mil ha (hectares) de eucalipto<br />
plantados para investimento em Mato<br />
Grosso do Sul. Para utilizar essa floresta e as<br />
sobras vindas das indústrias, o governo do Estado e a<br />
Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores<br />
e Consumidores de Florestas Plantadas) têm incentivado<br />
empresários a investir na geração de energia a partir da<br />
biomassa. Os resultados começam a aparecer e já são 13<br />
projetos consolidados de termelétricas do tipo. São cerca<br />
de R$ 200 milhões do Fdco (Fundo de Desenvolvimento do<br />
Centro-Oeste) para empreendimentos voltados à geração<br />
de energia. Conforme o secretário da Semade (Secretaria<br />
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Jaime<br />
Verruck, aos investidores foram apresentados às áreas disponíveis<br />
e aos produtores de eucalipto, para que fossem<br />
feitos os contratos.<br />
MENOS<br />
INCENTIVO<br />
N<br />
ovas usinas eólicas e de geração<br />
a partir de biomassa poderão sofrer<br />
redução de isenção de custos<br />
atualmente concedida pelo governo a investidores.<br />
A medida faz parte do esforço da<br />
nova equipe do Ministério de Minas e Energia<br />
para diminuir o peso dos subsídios que hoje<br />
são pagos pelos consumidores nas contas de<br />
luz. O corte nos incentivos pode ser viabilizado<br />
por meio de uma emenda incluída na MP<br />
(Medida Provisória) 735/<strong>2016</strong>, que está em<br />
tramitação, o que teria como efeito uma elevação<br />
nos custos para a construção de novos<br />
empreendimentos dessas fontes de energia.<br />
Segundo texto da MP aprovado em comissão mista do Congresso, agora na Câmara dos Deputados, as usinas eólicas e a<br />
biomasssa teriam a partir de janeiro de 2017 um corte nos descontos garantidos em custos de transmissão e distribuição<br />
de energia, que seriam limitados a um período de cinco anos após o início da operação dos parques. Atualmente o desconto<br />
nesses custos pelo uso da rede não tem prazo determinado.<br />
Foto: divulgação<br />
22<br />
www.referenciaflorestal.com.br
GARRA TRAÇADORA FG-60TR<br />
A TMO Forest usou toda a experiência que<br />
possui no setor florestal para trazer ao<br />
mercado mais um implemento robusto e de<br />
alta produtividade. Testada e aprovada!<br />
www.tmo.com.br tmo@tmo.com.br<br />
www.facebook.com/ciaolsen<br />
Cia Olsen de Tratores Agro Industrial<br />
Caçador - SC 49 3561-6000<br />
SEU PARCEIRO FLORESTAL
APLICAÇÃO<br />
PLÂNTULAS E<br />
SEMENTES DA<br />
MATA ATLÂNTICA<br />
O<br />
Ipef (Instituto de Pesquisas<br />
Florestais) acaba de lançar o<br />
Guia de Plântulas e Sementes<br />
da Mata Atlântica do Estado de São Paulo.<br />
O objetivo é que a publicação sirva<br />
como material de referência para estudantes<br />
e pesquisadores que trabalham<br />
nas áreas de morfologia de plantas, taxonomia,<br />
botânica, ecologia de espécies arbóreas, produção de mudas, manejo, recursos florestais, entre outras. Este guia<br />
apresenta descrições biométricas de sementes e propágulos, caracterização e acompanhamento do desenvolvimento da<br />
germinação até o estágio de plântula, além de imagens ilustrativas de frutos, das sementes, etapas de germinação e indivíduos<br />
juvenis de 62 espécies vegetais arbóreas da Mata Atlântica, com ocorrência no Estado.<br />
Imagem: reprodução<br />
BIFE ZERO<br />
CARBONO<br />
Foto: Katia Tapejara<br />
A<br />
Carne Neutra acaba<br />
de chegar ao mercado<br />
com o conceito<br />
da criação de gado em áreas<br />
de pastagem consorciadas<br />
com árvores, o sistema silvipastoril.<br />
As árvores plantadas<br />
no sistema são capazes de<br />
neutralizar uma das principais<br />
fontes de emissões do agronegócio,<br />
ou seja, a emissão<br />
do gás metano proveniente<br />
do processo de digestão do gado. O sombreamento das árvores melhora, ainda, o conforto térmico e o bem-estar<br />
do gado, tendo consequência direta no aumento da produtividade dos animais. A iniciativa esta sendo estimulada<br />
pelo Projeto Pecuária Neutra, criado para facilitar a troca de conhecimentos e a multiplicação dessa iniciativa para<br />
outros produtores de carne ou de leite. Para saber mais sobre o projeto acesse www.pecuarianeutra.com.br.<br />
24<br />
www.referenciaflorestal.com.br
FRASES<br />
Esperamos que<br />
seja fortalecido<br />
o diálogo com o<br />
Governo Federal<br />
no sentido de<br />
alinhar as práticas<br />
de controle<br />
regulatório no<br />
setor florestal,<br />
que é uma das<br />
indústrias mais<br />
estratégicas<br />
da economia<br />
paraense<br />
José Conrado Santos, presidente<br />
da Fiepa (Federação das Indústrias<br />
do Estado do Pará), argumentando<br />
que é preciso consenso para que<br />
a produção florestal no Pará seja<br />
retomada<br />
Nossa Câmara deve estar sintonizada com a<br />
agrossilvicultura neste momento em que se fala na<br />
aplicação do Plano ABC paulista<br />
Laércio Couto, presidente da Câmara Setorial de Produtos Florestais da Secretaria<br />
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, sobre a iniciativa do Estado<br />
que incentiva a Ilpf (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta)<br />
Estímulos ao plantio de araucária para finalidades<br />
econômicas é um trabalho paralelo, que pode ser<br />
admitido, mas que é secundário em relação a ações<br />
diretas de conservação de áreas naturais<br />
Clóvis Borges, executivo da Spvs (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e<br />
Educação Ambiental) sobre as prioridades para a recuperação das florestas e<br />
araucária que estão quase sumindo do Paraná<br />
Conseguimos enxergar como o mercado pode<br />
se reinventar, quais são as novas potencialidades<br />
e, ao mesmo tempo, o que já fazemos e que temos<br />
espaço para continuar fazendo, e o que podemos<br />
melhorar. Daqui para frente, o setor precisa<br />
continuar percebendo as vantagens, detectar aquilo<br />
que é desvantagem, e realmente buscar maximizar<br />
o uso da madeira de pinus<br />
José Mauro Moreira, pesquisador da Embrapa Florestas, elencando algumas das<br />
conclusões do Workshop de pinus realizado em Curitiba (PR), no mês de setembro<br />
É uma janela que se abre para que o Brasil<br />
se coloque como um dos poucos países com<br />
capacidade de gerar emprego e renda, tendo a<br />
questão da sustentabilidade e a economia de baixo<br />
carbono como foco estratégico<br />
Foto: divulgação<br />
Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico<br />
de Mato Grosso do Sul, sobre o acordo do Clima do qual o Brasil é signatário<br />
26<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Justine Leigh-Bell<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
África do Sul<br />
South Africa<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Diretora de marketing e desenvolvimento da Climate Bonds Initiative<br />
Director, Market Development at Climate Bonds Initiative<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Mestre em Ciências em Economia e Política do Meio Ambiente pelo Imperial College London (Reino Unido) e bacharel em Ecologia<br />
e Evolução Biológica pela University of Tennessee (Estados Unidos da América)<br />
Imperial College London, UK | MSc, Environmental Economics and Policy<br />
University of Tennessee, Knoxville, USA | BSc – Ecology and Evolutionary Biology<br />
O<br />
Brasil confirmou oficialmente, em setembro, o compromisso<br />
com as diretrizes definidas durante a COP21 (XXI<br />
Conferência das Partes), em Paris, que estabeleceu um<br />
novo acordo do clima. A intenção central é limitar o aumento da<br />
temperatura média global em em até 2 o C (Graus Celsius). Para<br />
que isso seja viável, entre as metas brasileiras está a ampliação do<br />
plantio de florestas. O ato de endossar a resolução, além do caráter<br />
ambiental, fortaleceu ainda mais o mercado de ações verdes<br />
no país. Esses títulos, chamados de green bonds, são parecidos<br />
com as ações comuns, mas eles devem ter, obrigatoriamente,<br />
lastros com inciativas ou projetos que causam impacto positivo<br />
ao meio ambiente. Conversamos com Justine Leigh-Bell, diretora<br />
de marketing e desenvolvimento da Climate Bonds Initiative, uma<br />
organização não governamental que auxilia empresas e empresários<br />
a identificar ações que se enquadram no mercado verde e<br />
certificá-las como green bonds. Na entrevista, ela mostra como há<br />
bastante campo a ser explorado pelas empresas florestais nesse<br />
sentido, inclusive em APP (Áreas de Preservação Permanente) e<br />
de RL (Reserva Legal).<br />
Ações verdes<br />
Green securities<br />
I<br />
n September, Brazil officially confirmed commitment to the<br />
guidelines set out during the 21st Conference of the Parties<br />
(COP21) in Paris, which established a new climate agreement.<br />
The main intention is to limit the average global temperature increase<br />
to 2° C. For this to be feasible, amongst the Brazilian goals<br />
is expansion in the planting of new forests. The act of endorsing<br />
this resolution, in addition to an environmental character, strengthened<br />
even more the market for green bonds in the Country.<br />
These securities, called green bonds, are similar to normal debt<br />
instruments, but, obligatorily, they are backed by initiatives or projects<br />
that have a positive impact on the environment. We talked<br />
with Justine Leigh-Bell, Director of Marketing and Development<br />
of the Climate Bonds Initiative, a non-governmental organization<br />
that assists businesses and entrepreneurs to identify certain debt<br />
securities that can be included in the Green Securities Market and<br />
certifies them as green bonds. In the interview, she shows that<br />
there is still much still to be explored by forest companies in this<br />
sense, inclusively as to Permanent Preservation Areas (APP) and<br />
Legal Reserves (RL).<br />
28<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Poderia explicar como funciona o mercado de green bonds?<br />
O mercado de green bonds é praticamente idêntico ao mercado<br />
de ações tradicional. Um emissor, seja ele um banco de<br />
desenvolvimento, corporativo ou municipal, recebe capital dos<br />
investidores e em retorno concorda em pagar um cupom (taxa<br />
de juros) por um determinado número de anos. Ao chegar no<br />
ponto de maturidade, o montante total inicialmente investido<br />
é devolvido ao investidor. Normalmente, o emissor usa o capital<br />
receitas) para investir em infraestrutura que irá gerar uma renda<br />
constante ao longo do prazo do vínculo, permitindo repagar<br />
as parcelas de cupom e o capital de volta no vencimento. A<br />
única diferença entre o mercado padrão e o mercado de green<br />
bonds é que o uso de rendimentos de títulos verdes devem ser<br />
investidos em ativos ambientalmente corretos. A grande maioria<br />
dos green bonds são obrigações de empresas regulares e têm<br />
exatamente os mesmos riscos de crédito das ações básicas. Isso<br />
ocorre porque a maioria dos títulos verdes são apoiados pelo<br />
balanço do emitente e não pelos projetos submetidos. Além<br />
disso, muitos green bonds são emitidos para refinanciar ativos<br />
existentes, de modo que os investidores não assumem riscos<br />
na construção de investimentos. Isto é muito semelhante aos<br />
títulos tradicionais que também são, muitas vezes, emitidos<br />
para refinanciar ativos existentes.<br />
Poderia explicar o processo que as empresas devem seguir<br />
para receber o selo de green bonds?<br />
Vários caminhos diferentes podem ser tomados para a obtenção<br />
do selo. Os emitentes podem autorrotular seus títulos<br />
como verdes ou procurar um segundo outorgante, ou seja<br />
alguém que tem vínculo com empresa, (muitas vezes contra<br />
os princípios voluntários dos green bond). A abordagem mais<br />
robusta é ganhar verificação de um organismo externo como<br />
o Sistema de Certificação Climate Bonds, administrado pela<br />
Climate Bonds Standards Board. Nós coordenamos grupos de<br />
experts que estabelecem critérios específicos para cada setor<br />
determinar quais ativos podem ser financiados pelo Climate<br />
Bonds. Os emitentes devem, em seguida, realizar a verificação<br />
por organismo externo que suas ações estão em conformidade<br />
com esses critérios e abrangem o Climate Bonds Standard, antes<br />
que eles possam usar o selo de certificação.<br />
Quais são os benefícios para essas empresas?<br />
Emissores têm relatado que o rótulo verde tem atraído maior<br />
diversidade de investidores do que com os títulos simples, esses<br />
investidores tendem a apresentar mais fidelidade, retornando<br />
para emissões futuras. Há também indicações de que, por<br />
meio do processo de emissão de títulos verdes, as empresas<br />
começam a alinhar o comportamento financeiro com seus objetivos<br />
de ESG (sigla em inglês para sustentabilidade ambiental,<br />
responsabilidade social e governança corporativa), fortalecendo<br />
sua reputação nestas áreas. Além disso, quando as empresas<br />
participam desses projetos, despesas com infraestrutura e de<br />
capital envolvendo fatores benéficos ao meio ambiente, clima e<br />
Could you explain how the green bond market works?<br />
The green bond market is almost identical to the standard<br />
bond market. An issuer, be they a development bank, corporate<br />
or municipality, receives capital from investors and<br />
in return agrees to pay a coupon (interest) for a set number<br />
of years. At this maturity point, the full amount originally invested<br />
is returned to the investor. Typically, the issuer uses the<br />
capital (use of proceeds) to invest in infrastructure that will<br />
generate a steady income over the term of the bond, allowing<br />
it to repay both the coupon instalments and the capital<br />
back at maturity. The only difference between this standard<br />
market and the green bond market is that the use of proceeds<br />
of green bonds must be invested in environmentally friendly<br />
assets. The vast majority of green bonds are regular corporate<br />
bonds and have exactly the same credit risks as regular vanilla<br />
bonds from the same issuer. This is because most green bonds<br />
are backed by the balance sheet of the issuer and not by the<br />
underlying projects. In addition, many green bonds are issued<br />
to refinance existing assets so that investors do not take on<br />
construction risks - this is very similar to regular bonds which<br />
are also often issued to refinance existing assets.<br />
Could you explain the process the companies have to do to<br />
receive a green bond label?<br />
Several different avenues can be taken for green labelling.<br />
Issuers can self-label their bonds as green or they can seek<br />
a second party assessment of the bond’s green credentials<br />
(often against the voluntary Green Bond Principles). A more<br />
robust approach is to gain verification against a third party<br />
standard such as the Climate Bonds Certification Scheme, administered<br />
by the Climate Bonds Standards Board. We at the<br />
Climate Bonds secretariat convene groups of experts (technical<br />
working groups) who set criteria specific to each sector<br />
determining which assets can be funded by Climate Bonds.<br />
Issuers must then undertake third part verification that their<br />
bond complies with both these criteria and the overarching<br />
Climate Bonds Standard, before they can use the Certified Climate<br />
Bond label.<br />
What about the benefits to these companies?<br />
Issuers have reported that green labelling has attracted a<br />
greater diversity of investors than previous vanilla bond issuances,<br />
these investors tend to exhibit increased ‘stickiness’,<br />
returning for future issuances. There are also indications that<br />
through the process of issuing green bonds companies begin<br />
to align financial behaviour with their ESG and sustainability<br />
goals, strengthening their reputation in these areas. Additionally,<br />
by taking steps in project, infrastructure and capital<br />
expenditure to account for future environmental, climate and<br />
carbon factors, companies are hedging against future risks.<br />
What is the main goal?<br />
The ultimate goal is to realign the $100 trillion bond market<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
29
ENTREVISTA<br />
de carbono, estão se resguardando de riscos ambientais futuros.<br />
Qual é o principal objetivo do green bond? Como esse mecanismo<br />
vai auxiliar na tentativa de diminuir o aquecimento global?<br />
O grande objetivo é realocar US$ 100 trilhões do mercado de<br />
ações ligados a ativos de carbono, que contribuem para as alterações<br />
climáticas, para uma nova geração de empreendimentos<br />
de infraestrutura de baixo carbono, necessários para nos manter<br />
dentro da meta global de 2 o C de aquecimento. O acordo de Paris<br />
na COP21 demonstrou o compromisso governamental para<br />
implementar planos nacionais verdes de investimento e gerar<br />
demanda ao investidor global de ativos com vistas ao clima.<br />
Green bonds são uma ponte eficaz entre a oferta e demanda,<br />
acelerando a transição para uma economia de baixo carbono.<br />
De que maneira os governos estão colocando isso em prática?<br />
Governos do mundo todo estão reconhecendo os benefícios de<br />
incubar um mercado nacional de green bonds próspero. Londres<br />
está trabalhando para estabelecer-se como um centro financeiro<br />
verde, algo que faz parte da política interna do país. Os governos<br />
chinês e indiano estão tomado uma série de medidas regulatórias,<br />
entre outros passos, para aumentar as oportunidades<br />
de financiamentos verdes. A Câmara do G20, em Hangzhou fez<br />
uma série de recomendações para o crescimento dos mercados<br />
financeiros verdes. A França anunciou que vai emitir bilhões<br />
de dólares em títulos verdes nacionais em 2017. O Estado de<br />
Victoria, na Austrália, emitiu o seu primeiro green bond e vários<br />
bancos nacionais e internacionais de desenvolvimento também<br />
estão emitindo títulos verdes. Na América Latina, os governos<br />
estão apoiando diversas iniciativas no México, Colômbia, Chile<br />
e vários outros países. O Indc (sigla em inglês para contribuição<br />
pretendida nacionalmente determinada) brasileiro mostra<br />
seu compromisso com a transição para uma baixa emissão de<br />
carbono e uma economia resistente às alterações climáticas,<br />
promovendo o desenvolvimento da baixa emissão de carbono<br />
na agricultura, reduzindo o uso da terra e a recuperação de áreas<br />
degradadas por meio das florestas plantadas. Recentemente, o<br />
Senado brasileiro aprovou o acordo de Paris, o que demonstra<br />
o compromisso do país com a ação climática.<br />
Como este mercado está operando? Qual volume monetário<br />
ele mobiliza por ano?<br />
away from the carbon intensive assets which have contributed<br />
to climate change and into a new generation of low-carbon<br />
infrastructure developments needed to keep us to within the<br />
global target of 2 degrees of warming. The Paris Agreement at<br />
COP21 demonstrated both government commitment to implementing<br />
national green investment plans (generating supply)<br />
and global investor demand for climate friendly investments.<br />
Green bonds are an effective bridge between this supply and<br />
demand, speeding up the transition to a low carbon economy.<br />
Are the governments really participating?<br />
Governments around the world are recognising the benefits of<br />
incubating a thriving national green bond market. London is<br />
working to establish itself as a green financial centre as part of<br />
government policy, the Chinese and Indian governments have<br />
taken a number of regulatory and other steps to increase opportunities<br />
for green finance and the G20 Summit in Hangzhou<br />
made a number of recommendation to grow green finance<br />
markets. France has announced they will issue billions in national<br />
green bonds during 2017, the State of Victoria in Australia<br />
has issued its first green bond and various national and<br />
international development banks are also issuing green bonds.<br />
In Latin America, governments are supporting various initiatives<br />
in Mexico, Colombia, Chile and several other countries.<br />
The Brazilian INDC shows its commitment towards the transition<br />
to a low-carbon and climate-resilient economy, promoting<br />
and development the Low Carbon Emission Agriculture, reducing<br />
the land-use or recovering degraded areas through plantation<br />
forests in Brazil.<br />
Recently, the Brazilian Senate approved the Paris Agreement<br />
climate deal, demonstrating the country’s commitment to climate<br />
action.<br />
Is it working? How much money is it mobilizing per year?<br />
Green bonds are becoming synonymous with green finance<br />
just as the latter is entering into the mainstream. Evidence of<br />
this can be seen in the recent G20 Communique, which specifically<br />
called on governments to support the development of<br />
local green bond markets. The first labelled green bond was<br />
issued in 2007 by the European Investment Bank. In 2013 outstanding<br />
issuance stood at $9.5 billion, jumping to 41.8 billion<br />
last year. We estimate issuance could reach $100 billion this<br />
"O rótulo verde tem atraído maior diversidade de<br />
investidores do que com os títulos simples, esses<br />
investidores tendem a apresentar mais fidelidade,<br />
retornando para emissões futuras<br />
30<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Os títulos verdes estão se tornando sinônimo de economia<br />
verde na medida que ela passa a se popularizar. Evidência disso<br />
pode ser vista no recente comunicado do G20, que especificamente<br />
apelou aos governos a apoiarem o desenvolvimento<br />
de mercados de títulos verdes locais. O primeiro green bond,<br />
assim intitulado, foi emitido em 2007 pelo Banco Europeu de<br />
Investimento. Em 2013, houve a emissão de US$ 9,5 bilhões,<br />
saltando para US$ 41,8 bilhões no ano passado. A estimativa é<br />
que as emissões alcancem US$ 100 bilhões este ano e cheguem<br />
a US$ 1 trilhão até 2020.<br />
De que maneira o setor florestal pode participar deste mercado?<br />
Quais benefícios ele pode alcançar?<br />
O Brasil é um dos principais exportadores de produtos de papel<br />
e celulose e este setor também tem um papel importante na<br />
promoção do armazenamento de carbono, ajudando o país<br />
a alcançar os seus objetivos no Indc. Há também um grande<br />
esforço da indústria para garantir a recuperação de áreas<br />
degradadas com o uso de florestas plantadas no Brasil. Um<br />
exemplo é a recuperação da Mata Atlântica: 40 mil ha (hectares)<br />
recuperados em 2015. Esta indústria também está bem<br />
posicionada para enfrentar a mudança climática porque possui<br />
certificações verdes, como FSC, que são cada mais relevantes.<br />
Os títulos verdes podem ajudar a direcionar uma quantidade<br />
significativa de capital para investimentos necessários a atender<br />
as metas do Indc brasileiro.<br />
A indústria de celulose está promovendo grandes investimentos<br />
no Brasil, o que inclui plantio florestal. Estas ações se<br />
encaixam no modelo de green bonds?<br />
A Suzano Papel e Celulose (uma das maiores produtores de papel<br />
e celulose no Brasil) já demonstrou que o título verde pode<br />
alcançar sucesso nesse segmento. Se os recursos do vínculo<br />
estão sendo investidos na indústria de celulose e infraestrutura<br />
florestal, que permite que as indústrias tenham impacto<br />
ambiental positivo, esses investimentos podem ser incluídos<br />
no mercado de títulos verdes.<br />
A lei brasileira diz que uma pessoa ou empresa que plante<br />
floresta precisa reservar parte da área como RL, além das APPs.<br />
O que se aplica ao manejo florestal. Isso significa que grandes<br />
empresas possuem imensas áreas que não podem ser explora-<br />
year and $1trillion by 2020.<br />
How can the forestry sector in Brazil participate in this market?<br />
Which benefits can green bonds bring to this sector?<br />
Brazil is one of the major exporters of pulp and paper products<br />
and this sector also has an important role in fostering carbon<br />
storage, helping the country to achieve its INDC targets.<br />
There is also a large industry effort to ensure the recovery of<br />
degraded areas through plantation forests in Brazil. An example<br />
is the recovery of the Atlantic Forest: 40,000 hectares<br />
recovered in 2015. This industry is also well placed to address<br />
climate change as green certifications, such as FSC, become<br />
more prevalent. Green bonds could help in shifting a significant<br />
amount of capital towards the investments required to<br />
meet these Indc’s achievements.<br />
The pulp industries are doing great investments in Brazil at<br />
the moment, that includes forests plantation. This kind of investment<br />
may be included in green bond market?<br />
Suzano Papel e Celulose have already demonstrated that a<br />
green bond in this sector can be successful. If the proceeds of<br />
the bond are being invested in pulp industry and forestry infrastructure<br />
that allows those industries to have a positive environmental<br />
impact, then those investments can be included in<br />
the green bond market.<br />
The Brazilian law says the company that plants forest must<br />
preserve part of it So, big companies have large areas that<br />
can´t be touched. Is this is potential market for green bonds?<br />
Forest conservation obviously has a positive environmental<br />
impact so they would be eligible for green bond issuance. The<br />
missing link is finding a way to generate an income from this<br />
conservation.<br />
Researchs that improve trees growing using genetic development<br />
for economic uses can apply to be a green bond initiative?<br />
At present we still examining this issue in detail and so have no<br />
comment to make at this point.<br />
How the Climate Bonds Initiative works?<br />
The Climate Bonds Initiative is an international, investor-<br />
"Em 2013, houve a emissão (green bonds) de US$ 9,5<br />
bilhões, saltando para US$ 41,8 bilhões no ano passado. A<br />
estimativa é que as emissões alcancem US$ 100 bilhões este<br />
ano e cheguem a US$ 1 trilhão até 2020"<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
31
ENTREVISTA<br />
das por meio de colheita, somente produtos não madeireiros.<br />
Isso pode ser usado de alguma maneira no mercado verde?<br />
Conservação de florestas tem, obviamente, um impacto positivo<br />
no meio ambiente, portanto ela pode ser elegível para a emissão<br />
de um green bond. O pulo do gato é encontrar uma maneira de<br />
gerar riqueza nessas áreas de conservação.<br />
Pesquisas em genética que melhoram o crescimento florestal<br />
podem se encaixar nesse mercado?<br />
Neste momento estamos estudando este assunto detalhadamente<br />
e por enquanto ainda não podemos afirmar ao certo.<br />
Como a Climate Bonds Initiative opera?<br />
A Climate Bonds Initiative é uma organização internacional com<br />
foco no investido sem fins lucrativos. É a única organização no<br />
mundo que trabalha exclusivamente em mobilizar US$ 100<br />
trilhões no mercado financeiro voltado para criar soluções com<br />
vistas à mudança climática. A Climate Bonds Initiative realiza a<br />
defesa, desenvolvimento de políticas e padrões e a realização<br />
de projetos pensados para cada país para ajudar a desenvolver<br />
o financiamento verde e mercados de títulos verdes. Nós também<br />
supervisionamos o programa de Certificação de Ações do<br />
Clima. Isso proporciona aos investidores e emissores de ações<br />
critérios com base científica vindos de fonte externa a essas<br />
companhias para determinar a compatibilidade dos títulos no<br />
mercado do clima.<br />
Como observa o mercado de ações verdes no Brasil? Qual<br />
nosso nível de desenvolvimento?<br />
Já houve duas emissões com rótulos verdes de empresas brasileiras.<br />
A BRF, sediada em São Paulo (SP), emitiu € 500 mil de<br />
obrigações com nota BBB, em maio de 2015, com rendimento de<br />
2,75%. A ação vai financiar projetos destinados a reduzir o consumo<br />
de água e electricidade, ao mesmo tempo em que diminui<br />
as emissões de carbono e produção de resíduos. A Suzano Papel<br />
e Celulose, emitiu suas primeiras ações verdes totalizando US$<br />
500 milhões, em julho de <strong>2016</strong>. Ela recebeu a classificação BB<br />
+ e tem um cupom de 5,75%. Existe um potencial considerável<br />
para mais emissões de títulos verdes, tanto no mercado de ações<br />
já existente como dos nossos instrumentos de financiamento.<br />
Nosso mais recente levantamento do mercado brasileiro (31 de<br />
maio de <strong>2016</strong>) identificou R$ 6 bilhões de títulos alinhados com<br />
o clima em circulação, estes são títulos emitidos por empresas<br />
que obtêm mais de 95% das suas receitas de ativos alinhados<br />
com o clima, mas essas ações não são intitulados como green<br />
bond. Bancos comerciais brasileiros disponibilizaram R$ 153<br />
bilhões em empréstimos para setores da economia de baixo<br />
carbono em 2014, estes empréstimos podem ser vendidos<br />
como títulos verdes, liberando capital para novos investimentos.<br />
focused not-for-profit. It's the only organisation in the world<br />
working solely on mobilizing the $100 trillion bond market for<br />
climate change solutions. The Climate Bonds Initiative undertakes<br />
advocacy, policy development, standards development<br />
and a range of country based projects to help develop green<br />
finance and green bond markets. We also oversee the Climate<br />
Bonds Certification programme. This provides investors and issuers<br />
with science-based third party criteria to determine the<br />
climate compatibility of bonds in the market.<br />
How do you see the green bonds market in Brazil? What are<br />
our status at this point?<br />
There have already been two labelled green bonds from Brazilian<br />
companies. The Sao Paulo-based BRF issued a € 500m (BRL<br />
1.76bn) BBB-rated bond in May 2015, with a coupon of 2.75%.<br />
The bond will fund projects aimed at reducing water and<br />
electricity consumption, while decreasing carbon emissions<br />
and waste production. Suzano Papel e Celulose (one of the<br />
biggest pulp and paper producers in Brazil), issued its debut<br />
green bond for $500m (BRL 1.62bn) in July <strong>2016</strong>. It received a<br />
BB+ rating and has a coupon of 5.75%. There is considerable<br />
potential for further green bond issuance, both from the existing<br />
bond market and from our debt finance instruments. Our<br />
latest state of the Market Brazilian edition identified $1.84bn<br />
(BRL 6bn) of climate-aligned bonds outstanding (as of 31 May<br />
<strong>2016</strong>), these are bonds issued by companies who derive over<br />
95% of their revenue from climate-aligned assets but aren’t<br />
labelled green. Brazilian commercial banks had BRL 153bn<br />
in outstanding loans to low-carbon economy sectors in 2014,<br />
these loans can be packed and sold as green bonds, freeing<br />
up capital to new investments. Our Brazil Edition of the State<br />
of the Market Report in English and Portuguese has further<br />
assessments of where we think green bonds could develop in<br />
Brazil.<br />
"O pulo do gato é<br />
encontrar uma maneira de<br />
gerar riqueza nessas áreas<br />
de conservação (para<br />
classificá-las como green<br />
bond)"<br />
32<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Proteção contra<br />
Percevejo-bronzeado e Vespa-da-galha
PRINCIPAL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A melhor defesa<br />
é o ataque<br />
PARA COMBATER SURTOS DE PRAGAS<br />
EXÓTICAS EM FLORESTAS DE EUCALIPTO O<br />
CONTROLE QUÍMICO É A MEDIDA MAIS EFICAZ,<br />
INDICAM OS ESPECIALISTAS<br />
E<br />
stamos sendo invadidos e é bom estar preparado.<br />
Parece propaganda de guerra, e de certa forma até<br />
é, o inimigo é pequeno, porém letal. Até 2008 os produtores<br />
de eucalipto não tinham muitas preocupações com<br />
pragas, exceção às formigas cortadeiras. Não é que elas não<br />
existiam, há relatos de inimigos da madeira desde a década de<br />
40. O problema é que pragas exóticas - sem inimigos naturais<br />
por aqui - alcançaram as florestas brasileiras. O crescimento<br />
da ocorrência desses insetos está sendo maior que o aumento<br />
das florestas e com surtos cada vez mais frequentes. Como o<br />
melhoramento genético é específico para resistência de pragas<br />
ou doenças, os resultados obtidos para o controle de pragas<br />
é bastante inferior. Para combater as altas infestações, segundo<br />
pesquisadores, a melhor solução são os produtos químicos.<br />
Depois do problema controlado, o produtor pode fazer uso do<br />
manejo biológico.<br />
Por onde elas começaram a entrar no Brasil é conhecido,<br />
mas de que maneira, sempre é um mistério. O fato é que as<br />
pragas atravessaram o oceano e estão por aqui. No caso do eucalipto,<br />
cultura mais plantada no país, os inimigos vêm da terra<br />
natal da espécie, na Austrália. Como esses insetos fazem parte<br />
do ambiente daquele país, praticamente não causam problemas<br />
e em muitas ocasiões são até desconhecidos. Eles só<br />
passam a ser notados quando invadem outros locais que não<br />
possuem predadores naturais.<br />
THE BEST DEFENSE<br />
IS OFFENSE<br />
TO COMBAT EXOTIC PEST OUTBREAKS IN<br />
EUCALYPTUS FORESTS, CHEMICAL CONTROL IS<br />
THE MOST EFFECTIVE MEASURE, SAY THE EXPERTS<br />
W<br />
e are being invaded, and we should be prepared.<br />
This looks like an advertising slogan, and in a way,<br />
it is. The enemy is small but lethal. Until 2008, eucalyptus<br />
producers didn't have much concern about pests, with<br />
the exception of leaf-cutting ants. It's not that they didn't exist,<br />
as there are reports of timber enemies since the 40’s. The problem<br />
is that exotic pests – those without natural enemies in Brazil<br />
– have found Brazilian forests. The growth in the occurrence of<br />
these insects is greater than the growth of the forests and with<br />
increasingly frequent outbreaks. As genetic improvement is specific<br />
to pest or disease resistance, the results obtained for overall<br />
pest control is very low. To combat large infestations, according<br />
to the scientists, the best solutions involve the use of chemicals.<br />
After the problem is under control, the producer can make use<br />
of biological management. Where they began to enter Brazil is<br />
34<br />
www.referenciaflorestal.com.br
De acordo com o professor doutor Carlos Frederico Wilcken,<br />
alguns inimigos do eucalipto são antigos e mesmo assim<br />
causam prejuízos até hoje. “As lagartas desfolhadoras datam<br />
de 1940. Em 1980, se tornou um problema muito sério, principalmente<br />
em Minas Gerais e de lá para cá aconteceram surtos,<br />
como no Sul da Bahia”, destaca.<br />
Porém, desde o ano 2000 as exóticas começaram a entrar<br />
em cena. Em 2003, o psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei)<br />
passou a preocupar. Em 2008, o percevejo-bronzeado<br />
(Thaumastocoris peregrinus) e a vespa-da-galha (Leptocybe invasa)<br />
foram registrados. O percevejo foi migrando da Austrália<br />
para a África do Sul e depois Argentina. Daí do Uruguai ao Rio<br />
Grande do Sul. Ao final de 2013, houve a ressurgência do gorgulho-do-eucalipto<br />
(Gonipterus platensis) na região sul de São<br />
Paulo, praga que era considerada controlada.<br />
PESQUISAS<br />
O Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) conduz<br />
o Protef (Programa Cooperativo sobre Proteção <strong>Florestal</strong>), que<br />
reúne instituições de pesquisa e empresas para estudar e combater<br />
pragas. A área amostrada das 20 companhias participantes<br />
abrange mais de um milhão de ha plantados. Em 2012, só<br />
o percevejo afetou mais de 255 mil ha. No ano passado ficou<br />
perto de 80 mil. “Vale lembrar que trata-se apenas do universo<br />
dos participantes, se extrapolarmos esses dados para os 5,6 miknown,<br />
but how has always been a mystery. The fact is that the<br />
pests have crossed the ocean and are here. In the case of eucalyptus,<br />
the most planted species in the Country, the enemies<br />
come from Australia, the original source of the planted species.<br />
These insects are part of the environment of that Country, and<br />
practically do not cause any problems and, in many cases, are<br />
even unknown. They only become notable when invading other<br />
places that do not have natural predators.<br />
According to Dr. Carlos Wilcken, several eucalyptus enemies<br />
are old and still can cause damage even today. “The defoliating<br />
caterpillar dates from 1940. In the 80’s, it became a serious problem,<br />
especially in Minas Gerais, and from then to now, outbreaks<br />
have occurred in the South of Bahia,” he notes.<br />
However, since 2000, other exotic pests began to appear. In<br />
2003, the red gum lerp psyllid (Glycaspis brimblecombei) began<br />
to become a concern. In 2008, the bronze bug (Thaumastocoris<br />
peregrinus) and the blue gum chalcid (Leptocybe invasa) were recorded.<br />
The bronze bug emigrated from Australia to South Africa<br />
and then to Argentina. From there to Uruguay and then to Rio<br />
Grande do Sul. At the end of 2013, the eucalyptus snout beetle<br />
(Gonipterus platensis) resurged in the southern part of the State<br />
of São Paulo, a pest that had been considered controlled.<br />
RESEARCH<br />
The Institute of Forest Research and Studies (Ipef) manages<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35
PRINCIPAL<br />
lhões de ha, que é a área plantada de eucalipto no Brasil, esse<br />
número seria muito maior”, aponta Wilcken. Foi observado que<br />
de 2010 a 2015, o percevejo-bronzeado causou R$ 1,1 bilhão<br />
em prejuízos nas empresas, considerando as perdas pela diminuição<br />
no incremento de madeira.<br />
CONHECENDO O INIMIGO<br />
Como os números mostram, entre as pragas mais importantes<br />
e com maior poder de destruição em plantios de eucalipto<br />
está o percevejo-bronzeado. Na América do Sul, ele está disperso<br />
no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. “É uma praga que<br />
se adapta a diversos tipos de clima e tem preferência de ataque<br />
em períodos secos”, explica Luís Renato Junqueira, coordenador<br />
executivo do Protef. Entre os sintomas está a mudança de<br />
coloração das folhas que ficam amareladas e perdem a capacidade<br />
de fotossíntese. Assim que isso acontece, o percevejo<br />
muda de área. Depois de um a três meses, as folhas secam e<br />
caem.<br />
Já a vespa-da-galha estava ligada principalmente a ataque<br />
em viveiros, era um problema para a produção de mudas. Mas<br />
a praga ampliou o leque e passou a atacar árvores adultas também.<br />
O inseto não tem restrição a temperatura e clima, apesar<br />
de sentir um pouco a umidade. “Ela está presente em países<br />
do Mediterrâneo e Oriente Médio, ou seja, ambientes bem desafiadores<br />
para insetos e ela consegue se desenvolver muito<br />
bem”, completa Luís Renato.<br />
DIAGNÓSTICO E CONTROLE<br />
A informação sobre os sintomas é o maior aliado dos produtores.<br />
“Vimos isso com o gorgulho-do-eucalipto no Estado<br />
de São Paulo. Eles viam a floresta mudando de cor, mas não associavam<br />
a mudança de cor com a presença do inseto”, afirma<br />
Luís Renato Junqueira. Um modelo bastante eficiente para saber<br />
o grau de ataque são as armadilhas amarelas e a contagem<br />
de insetos nas folhas, no caso do percevejo, por exemplo. “Verificamos<br />
que de 10 a 15 percevejos por armadilha, depois de<br />
PROFESSOR DOUTOR CARLOS FREDERICO WILCKEN ORIENTA<br />
A REALIZAÇÃO DO MANEJO INTEGRADO, COM AGENTES<br />
BIOLÓGICOS E QUÍMICOS PARA O CONTROLE DE PRAGAS<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
TUMORES GERADOS PELOS OVOS DA VESPA-<br />
DA-GALHA DEPOSITADOS NO PECÍOLO DAS<br />
FOLHAS DE EUCALIPTO<br />
the Cooperative Program on Forest Protection (Protef), which<br />
brings together research institutions and companies to study and<br />
combat pests. The sampled area of the 20 participating companies<br />
covers over one million hectares of planted forest. In 2012,<br />
just the bronze bug affected more than 255 thousand ha. Last<br />
year, it was closer to 80 thousand. “It is worthwhile remembering<br />
that this is just the universe of the participants, if you extrapolate<br />
this data to include 5.6 million hectares, which is the area<br />
planted with eucalyptus in Brazil, that number would be much<br />
higher,” points out Wilcken, one of the Protef Coordinators. It<br />
was observed that from 2010 to 2015, the bronze bug caused R$<br />
1.1 billion in losses for companies considering those losses due to<br />
the decrease in timber increment.<br />
KNOWING YOUR ENEMY<br />
As the numbers show, amongst the most important pests<br />
and with greatest destructive power in eucalyptus plantations<br />
is the bronze bug. In South America, it is dispersed throughout<br />
Brazil, Argentina, Chile and Uruguay. “It's a pest that adapts to<br />
different types of climate and has a preference to attack in dry<br />
spells,” explains Luís Renato Junqueira. Amongst the symptoms<br />
is the change in leaf coloring to yellowish losing its ability to<br />
photosynthesize. Once that happens, the bug moves on to a new<br />
area. After one to three months, the leaves wither and fall off.<br />
In the dry season, when the insects attack, the plant grows very<br />
little. In the rainy season, when the tree develops at full force, it<br />
spends part of its energy recuperating its leaves.<br />
When it attacks the seedling, while still in development, the<br />
mortality rate in nurseries is quite high. The blue gum chalcid<br />
causes a tumor in the plant that blocks sap movement. In the<br />
field, problems appear at branch tips, and tree development<br />
slows down. In the warmer regions, the problem is even greater<br />
Foto: divulgação<br />
36<br />
www.referenciaflorestal.com.br
SURTOS DE PERCEVEJO-BRONZEADO<br />
DIMINUEM SENSIVELMENTE O<br />
CRESCIMENTO FLORESTAL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
dois meses, são capazes de reduzir em 14% a produtividade da<br />
floresta”, informa Wilcken. Isso mostra que não precisa de uma<br />
alta infestação para causar prejuízos. O poder destrutivo dessa<br />
praga pode estar ligada à hipótese da sua saliva que é tóxica.<br />
Apesar de não existir material genético altamente resistente<br />
ao ataque dos insetos, existem alguns clones que são ainda<br />
mais suscetíveis. “Existem clones que têm 30 insetos por folha<br />
e apresentam clorose, como o caso do Eucalyptus grandis. Porém,<br />
bastam dois percevejos para causar a desfolha total no<br />
Eucalyptus urograndis”, alerta Wilcken. Outro exemplo citado<br />
pelo professor está relacionado ao psilídeo-de-concha. Em<br />
questão de uma ou duas gerações um clone deixou de ser moderadamente<br />
resistente e passou para suscetível.<br />
CONTROLE<br />
A avaliação do grau de infestação é essencial para optar<br />
pelo método de controle. “Em todos os casos trabalhamos com<br />
a introdução de inimigos naturais. Mas o inimigo natural não se<br />
adapta a todas as regiões. Então tem que ser feito o controle<br />
químico. Na baixa infestação entra o biológico”, orienta o professor<br />
Wilcken.<br />
Existem duas opções de produtos químicos: os que agem<br />
de forma sistêmica e por contato. “Os sistêmicos são uma boa<br />
opção para as pragas sugadoras”, aponta Wilcken. Como o inseto<br />
suga os nutrientes ele também absorve o químico. Mas<br />
algumas pragas exóticas como o psilídeo-de-concha e percevejo-bronzeado<br />
ocorrem durante o período de seca, uma condição<br />
que limita bastante a absorção da planta. “Fizemos muitos<br />
estudos em Minas Gerais, Estado que fica quatro meses sem<br />
chuva, e Mato Grosso do Sul. A umidade relativa é muito baixa,<br />
chega a 15%.” Ficou comprovado que a eficiência dos inseticidas<br />
sistêmicos caiu. “A planta para de fazer fotossíntese e não<br />
absorve o produto. Assim, a umidade tem que passar de 50%”,<br />
destaca.<br />
Já as moléculas que agem por contato não possuem essa<br />
because the reproductive cycle is shorter. After it lays the eggs,<br />
the new insects are born after two or three months, and in colder<br />
regions, it may take more than six months.<br />
DIAGNOSIS AND CONTROL<br />
Information on the symptoms is the biggest ally of producers.<br />
“We saw this with the eucalyptus snout beetle in the State<br />
of São Paulo. They saw the forest changing color, but the color<br />
change was not associated with the presence of the insect,” says<br />
Protef Executive Coordinator Luis Renato.<br />
A very efficient model to measure the degree of attack is the<br />
use of yellow traps and counting the insects on the leaves, in the<br />
case of the bronze bug, for example. “We found that 10 to 15<br />
bronze bugs per trap, after two months, are capable of a 14% reduction<br />
in forest productivity,” states Protef Coordinator Wilcken.<br />
This shows that you don't need a high infestation to cause<br />
damage. The destructive power of this pest could be linked to the<br />
hypothesis that their saliva is toxic.<br />
Although there is no genetic material which is highly resistant<br />
to insect attack, there are some clones that are more susceptible.<br />
“There are clones that can have 30 bugs per leaf and have chlorosis,<br />
as is the case for Eucalyptus grandis. However, it only takes<br />
two bronze bugs per leaf to cause total defoliation in the case<br />
MITO DA CHUVA<br />
ALGUNS PRODUTORES ACREDITAM QUE A CHUVA ELIMINA AS<br />
PRAGAS. ISTO É UM ERRO. EM SE TRATANDO DA VESPA-DA-GALHA,<br />
O INSETO FICA DENTRO DA PLANTA ATÉ ATINGIR A IDADE ADULTA.<br />
JÁ PARA O PERCEVEJO-BRONZEADO AS CHUVAS TÊM DOIS EFEITOS<br />
NOCIVOS À PRAGA, MAS INSUFICIENTES PARA ELIMINÁ-LA POR<br />
COMPLETO. O IMPACTO DAS GOTAS DE CHUVAS PODE MATAR<br />
ALGUNS INDIVÍDUOS. JÁ NOS LOCAIS COM OCORRÊNCIA DE<br />
FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICO A UMIDADE, EM TORNO DE 80%,<br />
FAZ COM QUE ELES SE PROLIFEREM E ATAQUEM OS INSETOS.<br />
PORÉM, É NECESSÁRIO QUE ESSA CONDIÇÃO PERMANEÇA POR<br />
MAIS DE UMA SEMANA. QUANDO A UMIDADE CAI NOVAMENTE O<br />
FUNGO PARA DE AGIR E AS PRAGAS SE REESTABELECEM.<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
37
PRINCIPAL<br />
limitação e podem ser utilizadas em qualquer condição de umidade.<br />
Nessa categoria de produto está o lançamento da FMC<br />
Agricultural Solutions para o setor florestal, o Capture 400 EC.<br />
O produto acaba de receber o registro junto ao Mapa (Ministério<br />
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o percevejo-<br />
-bronzeado e vespa-da-galha. “É o primeiro produto registrado<br />
para essas pragas no Brasil”, garante o gestor de contas e Desenvolvimento<br />
<strong>Florestal</strong>, Fábio Marques.<br />
De acordo com ele, o químico é classificado como um<br />
inseticida-acaricida de terceira geração composto por nova<br />
molécula, que atende à legislação e possui segurança no uso<br />
e conformidade com as auditorias. “Possui rápido controle que<br />
minimiza as perdas em madeira, ação prolongada que diminui a<br />
reentrada na floresta e tem flexibilidade de aplicação, podendo<br />
ser usado no viveiro e no campo”, detalha Fábio.<br />
O Capture 400 EC possui autorização do Mapa para ser aplicado<br />
por via terrestre e aérea. “São aplicadas baixas doses por<br />
ha, com alto rendimento operacional, propiciando agilidade na<br />
aplicação e economia para o produtor”, destaca. A fabricante<br />
FMC possui extensa linha de produtos para controle de pragas,<br />
plantas daninhas e doenças em culturas como soja, milho, algodão,<br />
cana-de-açúcar, arroz, frutas, hortaliças, café, fumo e<br />
floresta plantada. “No mercado florestal temos três inseticidas<br />
(Warrant, Dipel e Capture) e três herbicidas (Solara, Savana e<br />
Spotligth)”, informa Fábio.<br />
A empresa, fundada em 1883, com sede na Filadélfia, EUA<br />
(Estados Unidos da América), conta com mais de 7 mil funcionários<br />
no mundo. Em 2015, a FMC adquiriu a Cheminova e, no<br />
mesmo ano, totalizou uma receita de aproximadamente US$<br />
3,3 bilhões.<br />
DADOS MOSTRARAM QUE O CAPTURE 400 EC APLICADO DE<br />
FORMA PREVENTIVA EM VIVEIRO TEVE EFICIÊNCIA DE CONTROLE<br />
DE 100% DOS ADULTOS DE VESPA-DA-GALHA E EVITOU A<br />
FORMAÇÃO DAS GALHAS NAS MUDAS DE EUCALIPTO<br />
Foto: divulgação<br />
EM IMAGEM APROXIMADA É POSSÍVEL<br />
VER OVOS, NINFA E INDIVÍDUO ADULTO<br />
DO PERCEVEJO-BRONZEADO<br />
of Eucalyptus urograndis” warns Wilcken. Another example cited<br />
by the Coordinator is related the red gum lerp psyllid. In a matter<br />
of one or two generations, a clone that was moderately resistant<br />
became susceptible. “Pests adapt, so permanent plant resistance<br />
is very difficult."<br />
CONTROL<br />
Assessment of the degree of infestation is essential for<br />
choosing the control method. “In all cases, we work with the introduction<br />
of natural enemies. But the natural enemy does not<br />
adapt well to all regions. So chemical control has to be used. For<br />
low infestations biological controls can be used,” orients Protef<br />
Coordinator Wilcken.<br />
There are two options: chemicals that act systemically and<br />
those that act through contact. “The systemic agents are a good<br />
option for sucking pests,” points out Wilcken. As the insect sucks<br />
the nutrients from the trees, he also absorbs the chemicals. But<br />
some exotic pests such as the red gum lerp psyllid and the bronze<br />
bug, the attacks occur during the dry period, a condition that<br />
reduces any absorption by the plant. “We carried out many studies<br />
in the State of Minas Gerais, which has four months without<br />
rain, and in the State of Mato Grosso do Sul, where the relative<br />
humidity is very low and can reach 15%”. There's no doubt that<br />
the efficiency of systemic insecticides is reduced. The plant stops<br />
photosynthesizing and does not absorb the product. The moisture<br />
should be over 50%,” he notes.<br />
The molecules that react by contact do not have this limitation<br />
and may be used under any humidity conditions. In this<br />
product category, FMC Agricultural Solutions launched a product<br />
for the Forest Sector, Capture 400 EC. The product has just<br />
received registration approval from the Ministry of Agriculture,<br />
Livestock and Food Supply (Map) for the combat of the bronze<br />
bug and the blue gum chalcid. “It is the first product registered<br />
for these pests in Brazil,” ensures Fábio Marques, Account and<br />
Forest Development Manager.<br />
According to him, the chemical is classified as a third generation<br />
acaricide insecticide composed of a new molecule, which<br />
meets legislation, can be safely used, and complies with audits.<br />
Foto: divulgação<br />
38<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: divulgação<br />
CUIDANDO DO NEGÓCIO<br />
A Plantar Reflorestamentos tem áreas cultivadas na região<br />
central de Minas Gerais, nos municípios de Curvelo, Felixlândia<br />
e Morada Nova de Minas. Aproximadamente 64% do total de<br />
todo empreendimento nessa região, em torno de 23 mil ha são<br />
áreas efetivas de plantio de eucalipto, implantadas desde a década<br />
de 70. A madeira produzida é destinada para produção de<br />
carvão vegetal, madeira tratada de alto padrão de qualidade e<br />
na geração de ativos florestais. A Plantar conquistou reconhecimento<br />
pela excelência do produto, o Amaru, e pela gestão<br />
sustentável de seus negócios.<br />
De acordo com o diretor florestal, Paulo César Cacau Melo,<br />
as pragas que merecem mais cuidado são as formigas cortadeiras,<br />
cupins, lagartas desfolhadoras, psilídeo-de-concha, vespa-<br />
-da-galha e o percevejo-bronzeado. “Algumas delas estão presentes<br />
o ano todo, como é o caso das formigas cortadeiras e os<br />
cupins, enquanto que as outras pragas são mais problemáticas<br />
no período seco”, explica.<br />
Neste ano, a empresa enfrentou uma grande infestação<br />
de lagarta desfolhadora, causada pela Thyrinteina arnobia. A<br />
área afetada ficou em torno de 4 mil ha em Curvelo e Morada<br />
Nova de Minas. “Além da lagarta, tivemos grande infestação de<br />
percevejo-bronzeado e psilídeo-de-concha em área acima de 8<br />
mil ha”, revela Cacau.<br />
Para conter o estrago, foi contratada uma empresa de<br />
aviação que aplicou um produto biológico a base de Bacillus<br />
thuringiensis. Foram realizadas três aplicações durante o ano,<br />
a Plantar fez aplicações terrestres com o produto Warrant. Por<br />
meio dos dois métodos foi possível minimizar os danos e subjugar<br />
os insetos.<br />
FOLHAS ATACADAS PELO PERCEVEJO-<br />
BRONZEADO MUDAM A COLORAÇÃO E<br />
PERDEM O PODER DE FOTOSSÍNTESE<br />
“It provides a fast control that minimizes timber losses, provides<br />
a prolonged action which diminishes the pest re-entry into the<br />
forest, and has flexibility in application, as well it can be used in<br />
the nursery or in the field,” states Fabio.<br />
Capture 400 EC has Map authorization to be applied by land<br />
and air. “Low doses are applied per ha, with high performance,<br />
providing agility in application and savings for the producer.”<br />
The manufacturer, FMC, has an extensive product line for pest,<br />
weed and disease control for crops such as soybeans, corn, cotton,<br />
sugarcane, rice, fruits, vegetables, coffee, tobacco, and<br />
planted forests. “In the forest market, we have three insecticides<br />
(Warrant, Dipel and Capture) and three herbicides (Solara, Savannah<br />
and Spotlight),” states Fabio.<br />
The Company originated in the United States, founded in<br />
1883, and based in Philadelphia, with more than 7000 employees<br />
worldwide. In 2015, FMC acquired Cheminova and, in the<br />
same year, had an income of approximately US$ 3.3 billion.<br />
TAKING CARE OF BUSINESS<br />
Plantar Reflorestamentos has cultivated areas in the Central<br />
Region of the State of Minas Gerais, in the municipalities of<br />
Curvelo, Felixlândia and Morada Nova de Minas. Approximately<br />
64% of all Company’s business in this region, around 23 thousand<br />
ha, is effectively eucalyptus planted areas, installed in the 70’s.<br />
The timber produced is intended for charcoal and high quality<br />
treated wood production, as well as for the creation of forest assets.<br />
Plantar has won recognition for the excellence of the product<br />
Amaru, and for the sustainable management of its business.<br />
According to Paulo César Cacau Melo, Forestry Director, the<br />
pests that deserve most attention are the leaf-cutting ants, termites,<br />
defoliating caterpillars, red gum lerp psyllids, blue gum<br />
chalcids and bronze bugs. “Some of them are present all year<br />
round, as in the case of leaf-cutting ants and termites, while the<br />
other pests are more problematic in the dry period,” he explains.<br />
This year, the Company faced a big defoliating caterpillar infestation<br />
caused by the Thyrinteina arnobia. The affected area<br />
reached around 4 thousand ha in Curvelo and Morada Nova de<br />
Minas Regions. “In addition to the caterpillar, there was bronze<br />
bug and red gum lerp psyllid infestation over an area of more<br />
than 8 thousand ha,” he reveals. To contain the infestation, an<br />
aviation company was contracted to apply a biological product<br />
based on Bacillus thuringiensis. Three applications were carried<br />
out during the year. To control the bronze bug and the red gum<br />
lerp psyllid, Plantar carried out terrestrial applications with the<br />
product Warrant. Using the two methods, it was possible to minimize<br />
the damage and subdue the insects.<br />
“The use of chemicals, as well as the use of other control<br />
methods, is essential for maintaining the health and productivity<br />
of forests” points out the Forestry Director. Plantar uses chemical<br />
control, prioritizing the use of products with a lesser toxicity and<br />
greater specificity, and in low doses of active ingredients, preferably<br />
in identified and properly classified outbreak locations<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
SILVICULTURA<br />
MAIS<br />
ESPAÇO E<br />
PRODUTIVIDADE<br />
LIMPEZA DE ÁREA NA CMPC CELULOSE<br />
RIO GRANDENSE AMPLIA ESPAÇAMENTO<br />
ENTRE AS ÁRVORES, FAVORECENDO<br />
CRESCIMENTO DAS FLORESTAS E A<br />
MECANIZAÇÃO DA SILVICULTURA<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
Foto: divulgação<br />
40<br />
www.referenciaflorestal.com.br
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
SILVICULTURA<br />
P<br />
ara alcançar níveis mais altos de produtividade no<br />
replantio, as empresas florestais estão investindo<br />
mais na limpeza de área e colhendo bons resultados.<br />
Visitamos uma área da Cmpc Celulose Riograndense,<br />
em Encruzilhada do Sul (RS), para acompanhar o que é<br />
feito por lá para que as florestas atinjam produtividades<br />
de 50 m³/ha.ano (metros cúbicos por hectare ao ano).<br />
A Fazenda Folespar tem 1.960 ha, sendo que metade<br />
de toda esse espaço é de plantio efetivo de eucalipto, o<br />
restante forma a APP (Área de Preservação Permanente) e<br />
RL (Reserva Legal). Como a floresta está se encaminhando<br />
para o segundo ciclo, a empresa adotou o rebaixamento<br />
de tocos para melhorar a produtividade da área plantada<br />
e permitir a mecanização em diversas etapas do preparo<br />
do solo.<br />
“No momento que termina a colheita florestal mecanizada<br />
entramos com as operações de silvicultura: aplicação<br />
de herbicida para eliminar a matocompetição, subsolagem<br />
com trator de esteira ou pneu, o rebaixamento de<br />
toco e combate à formiga”, explica Daniel Wappler, analista<br />
de Operações Florestais de Silvicultura.<br />
No momento que a divisão de colheita florestal libera<br />
a área, o pessoal da silvicultura tem 90 dias para iniciar<br />
as atividades. “Assim, o resíduo já vai estar acamado e as<br />
folhas se soltaram dos galhos, o que facilita o trabalho do<br />
preparo do solo com trator”, detalha Daniel. A derrubada<br />
e processamento das árvores é feita com harvester, os<br />
resíduos ficam espalhados uniformemente pelo talhão.<br />
Nessas áreas, há mais geração de galhos, que podem ser<br />
rebaixados juntamente com os tocos.<br />
O profissional explica que o rebaixamento de toco é<br />
necessário quando existe uma quantidade de resíduos<br />
muito grande ou o espaçamento do plantio anterior é estreito.<br />
“Para o trator trabalhar a condição ideal é três m<br />
(metros) entre tocos, abaixo disso fica complicado, não se<br />
consegue mecanizar as atividades no pós-plantio.” Esse foi<br />
o caso da área situada na fazenda Folespar, pouco espaço<br />
entre as árvores que estavam distribuídas em 2,60 por<br />
2,20 m e com tocos desalinhados. “Agora com 100% dos<br />
tocos rebaixados, vamos abrir para 3,5 m depois da escarificação,<br />
o que deixa tranquilo a entrada das máquinas”,<br />
detalha Daniel.<br />
A limpeza de área na Cmpc - serviço realizado pela JFI<br />
Projetos de Silvicultura - é itinerante entre as sete regiões<br />
da divisão operacional de silvicultura. A ação depende da<br />
disponibilidade das máquinas. No caso da Fazenda Foles-<br />
42<br />
www.referenciaflorestal.com.br
REBAIXADOR DE TOCOS<br />
EM ESCAVADEIRA<br />
PROPORCIONA EM<br />
TERRENOS PEDREGOSOS<br />
MAIS SEGURANÇA<br />
E ECONOMIA EM<br />
COMBUSTÍVEL
SILVICULTURA<br />
par, o rebaixador passou a operar depois que a colheita<br />
havia sido feita há 4 meses. A escolha pelo conjunto foi o<br />
cabeçote DAH-150E, da Denis Cimaf, acoplado em escavadeira<br />
22 t (toneladas). “Escolhemos esse modelo porque<br />
o terreno tem muitas pedras, o braço da escavadeira pode<br />
afastá-las”, conta Daniel. O rebaixador frontal não oferece<br />
essa opção. A inclinação da área também foi outro motivo<br />
da escolha desse conjunto.<br />
Segundo o coordenador de silvicultura, José Baptista,<br />
a Cmpc tem realizado vários testes desde 2011 com inúmeros<br />
equipamentos. Atualmente, a tecnologia que está<br />
mais adequada aos padrões de qualidade e rendimento é<br />
da Denis Cimaf. “Tanto que, os modelos de cabeçotes utilizados<br />
foram premissas básicas utilizadas no escopo para<br />
a contratação de um novo fornecedor de serviço para essa<br />
atividade”, declara.<br />
Após o uso do sistema de limpeza de área, a produtividade<br />
das florestas de segunda geração atingiu produtividades<br />
de 45 m³/ha/ano até 50 m³ (metros cúbicos) sem<br />
casca. Na área visitada, o equipamento alcança 1.8 ha por<br />
máquina em turnos de 12 horas, com parada para manutenção<br />
preventiva. O consumo estimado nas escavadeiras<br />
de 20 t fica em 20 l (litros) por hora.<br />
ROBUSTEZ<br />
De acordo com a fabricante, o cabeçote com facas da<br />
Denis Cimaf é um equipamento de uso industrial, econômico,<br />
extremamente robusto e de baixa manutenção.<br />
“Chega a produzir de 30 a 50% a mais que a concorrência”,<br />
garante Celso Kossaka, diretor de marketing e representante<br />
de vendas na América Latina. Para ele, as vantagens<br />
do cabeçote em escavadeira são a versatilidade, porque<br />
a máquina base pode ser usada para outras operações;<br />
capacidade de vencer terrenos adversos com facilidade<br />
com buracos, valas, inclinações e o alcance da lança; visi-<br />
OS TOCOS SÃO<br />
REBAIXADOS AO NÍVEL DO<br />
SOLO, O QUE PERMITE A<br />
ENTRADA DE TRATORES<br />
QUE REALIZAM A<br />
ADUBAÇÃO E PREPARO<br />
DO SOLO<br />
44<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ilidade superior do operador, o que gera mais segurança<br />
e melhor ergonomia; realização de operações em alvos<br />
pontuais, como tocos ou árvores, além da varredura do<br />
terreno.<br />
Além dessas vantagens, o cabeçote tem menor consumo<br />
de combustível em comparação às máquinas base<br />
frontais da mesma categoria e menor quantidade de facas,<br />
proporcionando economia de elementos de desgaste,<br />
de acordo com a Denis Cimaf. “A vida útil estimada fica<br />
em 12 mil horas, podendo chegar até a 18 mil, segundo<br />
registros das prestadora de serviços PSG”, completa Celso.<br />
O RESÍDUO ACAMADO NO<br />
CAMPO FACILITA O TRABALHO<br />
DO PREPARO DO SOLO COM<br />
TRATOR<br />
PICADORES FLORESTAIS<br />
EFICIÊNCIA, ROBUSTEZ E ALTA PRODUÇÃO<br />
PARA GERAÇÃO DE BIOMASSA<br />
Consulte-nos e conheça nossas soluções<br />
para a produção de biomassa em geral<br />
Alta produtividade operacional<br />
Comando via rádio controle<br />
Com versões: Reboque, Autopropelido e Rodoviário<br />
Baixo custo de manutenção e pós-venda garantida<br />
Produto nacional com financiamento BNDES/FINAME<br />
Rodovia BR 282, km 340 - Campos Novos/SC<br />
(49) 3541.3100 - bruno@bruno.com.br<br />
www.bruno.com.br
CADERNO EMPRESARIAL<br />
71 ANOS<br />
À FRENTE<br />
AGROCERES REVOLUCIONA O MERCADO AO CRIAR<br />
MODELO PARA O MANEJO DE FORMIGAS<br />
Fotos: divulgação<br />
46<br />
www.referenciaflorestal.com.br
D<br />
esde a sua origem tem no DNA a vocação de<br />
pioneirismo em Tecnologias e Inovações da empresa<br />
mãe. Assim é reconhecida a Atta-Kill, empresa<br />
do Grupo Agroceres, pelo mercado e clientes. Criada<br />
para desenvolver produtos com tecnologias no controle de<br />
formigas cortadeiras, tem na sua linha de Iscas Formicidas<br />
Mirex-S o adjetivo de pioneirismo em todas as tecnologias<br />
usadas no campo para o controle das saúvas e quenquéns.<br />
Todo esse know-how vem desde a sua fundação, em 1970<br />
na Agroceres, contemplando mais de 45 anos de experiência<br />
e reconhecimento de mercado.<br />
A história da Atta-Kill faz parte da história da empresa<br />
Agroceres, fundada em 20 de setembro de 1945. A companhia<br />
foi formada pela idealização de seus fundadores em<br />
introduzir a tecnologia de sementes de milho híbrido no<br />
Brasil.<br />
A primeira produção dessa semente inovadora se deu<br />
em Goianá, distrito de Rio Novo (MG). Nessa época a tecnologia<br />
inovadora de semente de milho híbrido era convincente<br />
e os agricultores tinham colheitas entre 20 a 30% maior<br />
do que as sementes selecionadas do paiol.<br />
No início dos anos 70, a empresa diversifica aumentando<br />
sua ação no agronegócio, iniciando atuação em sementes<br />
de hortaliças e em iscas formicidas, passando também<br />
a atuar com sementes de sorgo, pastagens, genética de suínos<br />
e nutrição animal.<br />
Atualmente, direcionada a valores: de Tecnologia & Inovação;<br />
Qualidade; Atendimento presente e capacitado; Resultado<br />
no campo, a Agroceres expandiu fronteiras, lançou<br />
tendências e manteve seu compromisso ao longo destes 71<br />
anos, em levar o melhor em tecnologia e atenção ao produtor<br />
brasileiro tendo sólida participação no agronegócio<br />
nacional com suas linhas de Genética de Suínos, Nutrição<br />
Animal, Sementes de Milho Hibrido e Sorgo e, ainda, no<br />
ramo de produção de Palmitos Pupunha e as Iscas Mirex-S.<br />
A linha de Iscas Formicidas iniciou-se com a inauguração,<br />
em 1970, de uma unidade de produção na cidade de<br />
Matão (SP).<br />
Desde então, desenvolve tecnologias em produtos e<br />
serviços, se destacando em todas as fases desse período<br />
pelo pioneirismo em disponibilizar tecnologias e produtos<br />
para o controle das formigas cortadeiras. Hoje, por meio da<br />
empresa Atta-Kill, empresa 100% do grupo Agroceres, produz<br />
e comercializa a conceituada linha de iscas formicidas<br />
Mirex-S, marca líder de mercado e a mais reconhecida em<br />
tecnologia e qualidade.<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
47
CADERNO EMPRESARIAL<br />
SULFLURAMIDA REVOLUCIONA O<br />
MANEJO DE FORMIGAS<br />
Atta-Kill inovou ao introduzir no mercado a nova<br />
substância menos agressiva ao meio ambiente e à<br />
saúde humana<br />
PERFIL:<br />
EMPRESA: Atta-kill Indústria e Comércio de Defensivos<br />
Agrícolas é uma das empresas pertencentes ao grupo<br />
Agroceres<br />
LOCALIZAÇÃO: Unidade fabril - Araraquara (SP)<br />
Sede Administrativa - Rio Claro (SP)<br />
COLABORADORES: Aproximadamente 60 funcionários<br />
As formigas cortadeiras causam grandes danos a produções<br />
agrícolas e florestais. O controle desses insetos sempre<br />
foi alvo de muita atenção e, começou a ser realizado de<br />
maneira mais técnica em meados dos anos 60, intensificado<br />
com o uso das primeiras iscas formicidas.<br />
Até o final dos anos 80, o princípio ativo usado nestes<br />
produtos eram os clorados, substâncias extremamente tóxicas<br />
que foram proibidas mundialmente a partir de 1985.<br />
Entretanto, face ao impacto da formiga nas produções agrí-<br />
colas no Brasil, esse princípio ativo teve seu uso autorizado<br />
exclusivamente para a formulação de iscas granuladas até<br />
que surgisse uma alternativa eficiente. Algo que aconteceu<br />
com a introdução da sulfluramida pela Atta-kill, no início<br />
dos anos 90.<br />
Os trabalhos com sulfluramida foram iniciados no Brasil<br />
com foco no combate às formigas cortadeiras. Os testes iniciais<br />
se mostraram promissores como alternativa aos antigos<br />
clorados. A nova alternativa foi registrada pela empresa<br />
brasileira em 1993. Com o lançamento da Mirex-S, a primeira<br />
isca formicida à base de sulfluramida, o produto passou<br />
a ser utilizado em toda América Latina. O grande ganho na<br />
época, sem sombra de dúvidas, foi no aspecto ambiental e<br />
na saúde humana.<br />
Primeira Isca<br />
Formicida Mirex<br />
Primeira empresa a disponibilizar a<br />
tecnologia micro-porta-iscas no mercado<br />
e lança a marca Mipis em invólucro de<br />
plástico, para proteção dos pellets de<br />
iscas contra umidades<br />
Lança Mirex-S<br />
a primeira isca<br />
formicida a base<br />
de sulfluramida<br />
Conquista a certificação<br />
ISO 9002/94, 1ª no setor, e<br />
lança o primeiro Mipis Papel:<br />
inovação em micro-porta-isca<br />
degradável<br />
Meados<br />
dos anos<br />
1960<br />
1970 1985 1990 1993 1999 2000<br />
A Agroceres cria a<br />
sua linha de isca<br />
formicida<br />
Agroceres une-se à Fertibrás criando<br />
a Joint Venture Atta-kill para pesquisa<br />
e desenvolvimento das iscas a base de<br />
sulfluramida, um divisor de águas no que<br />
tange a controle das formigas cortadeiras<br />
Cria o primeiro programa<br />
de serviço com tecnologia<br />
para manejo de formigas<br />
cortadeiras dedicado a<br />
reflorestadoras<br />
48<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MAIS DO QUE FORMICIDA<br />
Programa Result vem ao encontro das necessidades<br />
específicas de cada área infestada e inova o manejo<br />
de controle de formigas de maneira personalizada,<br />
visando redução de custos e eficiência<br />
Para a Atta-Kill, antes de mais nada, é sempre importante<br />
atender às necessidades de cada empresa florestal<br />
de maneira individualizada. O que significa, ainda, que em<br />
momentos diferentes o foco do cliente também pode mudar.<br />
Para isso, foi elaborado o Programa Result, que é uma<br />
ferramenta de tecnificação customizada, que se enquadra<br />
nas exigências e procedimentos para o manejo de precisão<br />
de formigas cortadeiras de acordo com a demanda de cada<br />
cliente florestal.<br />
Com o auxílio de técnicos capacitados, que vão a campo,<br />
e software de operação para precisão de recomendação de<br />
controle, é possível elaborar o melhor planejamento para a<br />
operação. Os profissionais realizam o diagnóstico compatível<br />
nas diferentes áreas. Assim, torna-se viável otimizar as<br />
quantidades de produtos, determinar os locais mais críticos<br />
e estipular as doses aplicadas na medida correta em função<br />
do grau de infestação, ou seja, não há desperdício nem subdosagem.<br />
“Os maiores ganhos se encontram na otimização<br />
de recursos, conquistando retorno significativo de custos<br />
de investimento por hectare com a máxima eficiência na<br />
redução das infestações”, destaca o gerente Comercial e de<br />
Marketing, Augusto Tarozzo.<br />
Augusto Tarozzo aponta que as tarefas e ações a serem<br />
implementadas dentro do Programa Result são definidas<br />
com base no alinhamento dos profissionais responsáveis<br />
pelo programa – todos engenheiros florestais - e a empresa<br />
cliente. Análises realizadas periodicamente complementam<br />
o trabalho para aferição dos resultados.<br />
Conquista a certificação ISO<br />
9001:2008 para gestão da<br />
qualidade<br />
A Certificação ISO passa a<br />
ter serviços pós vendas no<br />
seu escopo<br />
Lança o Mirex-S 2, novo produto com<br />
menor concentração de sulfluramida a<br />
0,2% mantendo a melhor eficiência de<br />
controle. Inovação que vem ao encontro<br />
de procedimentos de certificações<br />
2007 2009 2012 2014 2015 <strong>2016</strong><br />
LINHA DO TEMPO<br />
A Agroceres adquire<br />
a parte societária da<br />
Atta-Kill assumindo<br />
100% da empresa<br />
Disponibiliza Mipis<br />
Evolution: uma<br />
evolução na estrutura<br />
protetora do microporta-isca<br />
de papel<br />
Disponibiliza o Programa<br />
Result, que possibilita<br />
o planejamento de<br />
controle adequado,<br />
gerando ganho e<br />
reduzindo infestações<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
49
CADERNO EMPRESARIAL<br />
A EVOLUÇÃO<br />
A Atta-kill busca constantemente alternativas e<br />
melhorias em seus produtos<br />
Ao longo das últimas décadas, desde o surgimento da<br />
sulfluramida a Atta-kill desenvolve pesquisas com sua linha<br />
de produtos Mirex-S: produtos alternativos e melhorias que<br />
envolvem desde diferentes moléculas a diferentes concentrações.<br />
“Depois de muitos estudos é possível verificar conclusões<br />
como faixas ótimas de eficiência”, informa Edson<br />
Dias Gerente de Produção e Qualidade da Atta-kill.<br />
Todos os nossos produtos estão devidamente registrados<br />
no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento<br />
e são indicados para o controle, tanto das<br />
formigas cortadeiras do gênero Atta (saúvas) quanto do<br />
gênero Acromyrmex (quenquéns) em áreas agrícolas, florestas<br />
plantadas e pastagens.<br />
Nas nossas pesquisas sempre buscamos a otimização<br />
dos índices de carregamento e de devolução das iscas.<br />
“Esse aspecto leva a melhor distribuição de iscas em todas<br />
as panelas no formigueiro, conferindo assim a máxima eficiência”,<br />
comenta Edson Dias.<br />
"Buscamos sempre associar a eficiência intrínseca dos<br />
nossos produtos à forma mais eficaz de utilizá-lo pois, dessa<br />
forma, vamos ao encontro das exigências de diminuição do<br />
uso de químicos nas áreas controladas." Esse é, inclusive,<br />
um pressuposto dos critérios ambientais e sociais levados<br />
em consideração pelos organismos de certificação.<br />
GESTÃO BASEADA NA INOVAÇÃO<br />
A Atta-Kill, como empresa do Grupo Agroceres, é administrada<br />
conforme a gestão do grupo em sua diversificada linha de<br />
negócios e tem como diretriz o alinhamento centrado nos quatro<br />
pilares de valores para o mercado: Tecnologia & Inovação, Atendimento,<br />
Qualidade e Resultado ao cliente. Este é o norte que guia<br />
Fernando Antonio Pereira, diretor da linha de negócio, que tem a<br />
responsabilidade de manter o espírito pioneiro e de inovação à<br />
Atta-Kill.<br />
Com uma larga experiência de gestão em mais de 30 anos dedicados<br />
ao Grupo Agroceres, passando pelos cargos de diretor de<br />
negócio a presidente da corporação, o engenheiro agrônomo formado<br />
pela UFV (Universidade Federal de Viçosa) conduz a Atta-Kill<br />
desde 2013.<br />
A ATTA-KILL MOSTROU PIONEIRISMO DESDE OS PRI-<br />
MEIROS PASSOS. ESSA VOCAÇÃO ESTÁ NO DNA DO GRUPO<br />
AGROCERES?<br />
Sempre com a visão de desenvolver tecnologias em produto<br />
para o controle de formigas cortadeiras, a Atta-Kill se alinha com a<br />
diretriz de gestão da Agroceres no que tange pontos de tecnologia<br />
e inovação, atendimento, qualidade e resultado para o cliente.<br />
QUAIS DESAFIOS E CONQUISTAS CONSIDERA AS MAIS<br />
MEMORÁVEIS DA ATTA-KILL?<br />
A conquista do produto sulfluramida pela Atta-kill com pioneirismo,<br />
sem sombra de dúvidas, é o divisor de águas no que tange<br />
o controle de formigas cortadeiras, trazendo maiores e melhores<br />
conhecimentos sobre a praga e seu manejo. Outro desafio é o alinhamento<br />
de serviços com os processos das operações de controle<br />
no campo, conquistando resultados significativos no âmbito<br />
operacional e de aplicação.<br />
QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS PASSOS? O QUE VEM PELA<br />
FRENTE COM O PROGRAMA RESULT?<br />
Temos uma visão e nosso Programa Result está voltado a produtos<br />
e serviços que devem estar apurados com necessidades<br />
diversificadas, alinhadas com aspectos de legislação, certificação<br />
e processos. O resultado é a otimização de custos e recursos<br />
disponíveis respeitando aspectos de política de sustentabilidade<br />
e preocupação ambiental na excelência do controle de formigas<br />
cortadeiras buscando para o presente e o futuro tecnologias operacionais<br />
que tragam essa redução de custos com a melhor otimização<br />
de distribuição de produtos nas áreas.<br />
50<br />
www.referenciaflorestal.com.br
REVISTA<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
A Revista Biomais estreia no mercado<br />
brasileiro com a missão de trazer as<br />
informações mais importantes, relevantes e<br />
atuais sobre biomassa para geração de<br />
energia e fontes renováveis<br />
Atualize suas informações<br />
assinando a REVISTA BIOMAIS!<br />
Central de atendimento<br />
0800 600 2038<br />
pagamentos nos cartões em até 3x sem juros
ESPECIAL<br />
Foto: divulgação<br />
52<br />
www.referenciaflorestal.com.br
VENDE-SE<br />
TERRA<br />
LEI QUE ESTABELECE REGRAS PARA<br />
COMPRA DE ÁREAS FLORESTAIS E<br />
AGRÍCOLAS POR ESTRANGEIROS<br />
DEVERÁ SER DESENGAVETADA,<br />
PORÉM RESTRIÇÕES SEGURAM<br />
EMPOLGAÇÃO DOS INVESTIDORES<br />
D<br />
epois de seis anos impedida, a compra de terras<br />
por estrangeiros poderá ser permitida novamente.<br />
Desde 2010 esse tipo de investimento está<br />
congelado no país após parecer da AGU (Advocacia Geral<br />
da União). A perspectiva da liberação anima investidores e<br />
empresários dos setores agrícola e florestal. Mas os termos<br />
que tratam do projeto de lei para são controversos. Existem<br />
limitações de hectares por empresa e até obrigações ligadas<br />
à reforma agrária. O assunto está sendo debatido entre<br />
entidades empresariais e representantes do legislativo.<br />
A venda de terras a estrangeiros era assunto fora de cogitação<br />
no governo de Dilma Rousseff. A proibição foi uma<br />
herança da era Lula, que chancelou o parecer da AGU. O<br />
argumento do governo na época era que a aquisição direta<br />
feria a soberania nacional. Havia temor que empresas asiáticas<br />
poderiam ser donas de grandes áreas no Brasil para<br />
a produção de alimentos. Em 2012, um projeto de lei foi<br />
apresentado no Congresso modificando a restrição, mas<br />
não andou. E isto teve impactos negativos.<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
53
ESPECIAL<br />
Foto: Carol Carquejeiro<br />
De acordo com o último levantamento realizado pela<br />
Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), foram represados consideráveis<br />
investimentos em negócios no setor de árvores<br />
plantadas de grandes grupos estrangeiros, como japoneses,<br />
norte-americanos e escandinavos, que ficaram parados<br />
desde 2010. “Além dos investimentos diretos no setor florestal,<br />
a indústria perde competitividade, pois as restrições<br />
impactam também os investimentos em mineração, logística<br />
e infraestrutura, o que afetam os mercados de árvores<br />
e os custos de produção”, afirma Elizabeth de Carvalhaes,<br />
presidente executiva da Ibá e presidente do Icfpa (sigla em<br />
inglês para Conselho Internacional de Associações de Floresta<br />
e Papel).<br />
A decisão de restringir a atuação de empresas nacionais<br />
controladas por capital internacional, não só travou novos<br />
investimentos do setor, mas também afetou as operações<br />
das empresas já instaladas, impedindo ampliações e consolidações<br />
que poderiam ocorrer com a entrada de fundos<br />
estrangeiros para investimento direto e produtivo.<br />
“Em 2010 e 2011, a economia brasileira estava bem,<br />
“ALÉM DOS INVESTIMENTOS<br />
DIRETOS NO SETOR<br />
FLORESTAL, A INDÚSTRIA<br />
PERDE COMPETITIVIDADE, POIS<br />
AS RESTRIÇÕES IMPACTAM<br />
TAMBÉM OS INVESTIMENTOS<br />
EM MINERAÇÃO, LOGÍSTICA E<br />
INFRAESTRUTURA, O QUE AFETAM<br />
OS MERCADOS DE ÁRVORES E OS<br />
CUSTOS DE PRODUÇÃO”<br />
com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 7,5%<br />
e 3,9% respectivamente e recordes nos níveis de emprego<br />
com geração de 4,7 milhões postos nos dois anos. Este cenário<br />
passava a falsa impressão ao governo de que a captação<br />
destes recursos não era prioridade e que os investimentos<br />
continuariam independentemente das restrições.”<br />
A presidente da entidade lembra que investimentos no<br />
setor florestal são de longo prazo e as decisões de realização<br />
ou suspensão de aportes possuem um efeito retardado<br />
na economia. “Hoje, não sentimos apenas os efeitos da piora<br />
da economia interna pela contração dos mercados, mas<br />
pela abrupta diminuição do ritmo dos investimentos que,<br />
no caso do capital estrangeiro, passaram a se submeter a<br />
limitações proibitivas desde 2010”, avalia Elizabeth.<br />
BOAS EXPECTATIVAS<br />
As entidades como Ibá e Abag (Associação Brasileira<br />
do Agronegócio) observam com bons olhos o que consideram<br />
ser uma espécie de reabertura de mercado. “Já precisávamos<br />
em 2010, e hoje em dia, com esse cenário (de<br />
crise econômica), a entrada de capital estrangeiro vai ser<br />
fundamental", disse o diretor executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.<br />
De acordo com as representantes do setor florestal e<br />
agrícola, a liberação de venda de terras para empresas com<br />
capital estrangeiro é um importante passo para atrair investimentos<br />
e incentivar a retomada do crescimento do setor<br />
industrial. Entre as associadas da Ibá, por exemplo, estão<br />
diversas companhias multinacionais de grande porte com<br />
investimentos paralisados, tanto em novas unidades como<br />
em ampliação das atuais.<br />
Parlamentares que entendem a necessidade do setor<br />
produtivo se mobilizam para retomar o andamento do projeto<br />
engavetado em 2012, que estabelece regras e autoriza<br />
a compra de terras por estrangeiros. Com base nesse texto,<br />
o deputado federal Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) está<br />
empenhado para dar seguimento ao assunto. “Estamos trabalhando<br />
em um texto substitutivo que autoriza a compra<br />
de terras dentro de certos limites”, disse o deputado, que<br />
coordena a Frente Parlamentar de Silvicultura. O problema<br />
são as regras restritivas que estão em discussão. “A ideia é<br />
que haja um limite de 100 mil ha (hectares) por empresa,<br />
que pode ser ainda alterado para cima”, disse. Fundos soberanos<br />
e ONGs (Organizações não-governamentais), porém,<br />
não poderiam ser compradores.<br />
De acordo com o parlamentar, o governo sugeriu que<br />
fosse incluído no projeto de lei que o investidor adquira<br />
10% adicionais de terras para destinar à reforma agrária. Se<br />
o investidor quiser comprar além do limite de 100 mil ha,<br />
teria de se associar a um grupo nacional – que seria majoritário<br />
no negócio – para essa expansão, como já ocorre hoje.<br />
54<br />
www.referenciaflorestal.com.br
O parlamentar crê que a aprovação da lei poderá destravar<br />
investimentos da ordem de R$ 50 bilhões no país em áreas<br />
agrícolas e florestais.<br />
Apesar de aprovar a iniciativa, entidades e investidores<br />
discordam das restrições no projeto de lei. “Com certeza<br />
estes itens podem interferir no interesse e no volume do<br />
capital estrangeiro”, opina a presidente da Ibá. Ela acredita<br />
que transferir a responsabilidade da reforma agrária para as<br />
empresas produtoras apenas tornará os projetos de investimento<br />
e os produtos produzidos mais caros, resultando em<br />
perda de competitividade no mercado externo. “Se houver<br />
essas condições, muitos investidores deixarão de apostar<br />
no país, prejudicando produtores nacionais e estrangeiros.”<br />
Para a executiva, limitar o tamanho da compra é outro<br />
erro. “Isso é incompatível com os necessários ganhos de<br />
escala para a produção voltada para a exportação, como é<br />
o caso da indústria de base florestal.” Muitas empresas da<br />
associação estão há mais de 40 anos no Brasil e possuem<br />
muito mais de 100 mil ha de terras em seu portfólio. “Essas<br />
empresas ficariam limitadas para crescer e continuar investindo<br />
no Brasil”, completa.<br />
O advogado Aldo De Cresci Neto, especialista em florestas<br />
e secretário executivo da Frente Parlamentar de Silvicultura,<br />
garantiu que o Congresso busca um meio-termo sobre<br />
o tema. Segundo ele, outra possibilidade, que não foi des-<br />
LUIZ CORNACCHIONI,<br />
DIRETOR EXECUTIVO<br />
DA ABAG ACREDITA<br />
QUE PASSOU DA<br />
HORA DE APROVAR<br />
A LEI QUE ESTIPULA<br />
REGRAS CLARAS PARA<br />
COMPRA DE TERRAS POR<br />
ESTRANGEIROS<br />
Foto: Abag
ESPECIAL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Boa parte do capital vindo de fora é responsável pelas expansões nas operações de plantio e colheita florestal<br />
cartada por Cardoso, seria o registro do grupo estrangeiro<br />
na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Esta autarquia,<br />
vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada 1976 com o<br />
objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o<br />
mercado de valores mobiliários no Brasil.<br />
DINHEIRO QUE ENTRA<br />
Empresas focadas na captação de recursos externos<br />
para o fomento de negócios florestais entendem que o<br />
marco legal é indispensável e observam cenários distintos<br />
antes do entendimento da AGU e o momento atual. Para<br />
os grupos que já tinham investimentos no Brasil, o parecer<br />
de 2010 foi apenas um obstáculo temporário para determinar<br />
a forma mais adequada de continuar investindo no país.<br />
Mas como conta Robert Carroll, fundador da Arcterra, empresa<br />
de assessoria de investimentos com foco em ativos<br />
reais, principalmente florestais e agrícolas, as determinações<br />
contrárias afastaram novos investidores. “Considerando<br />
a rede de relacionamento da Arcterra, cerca da metade<br />
dos novos investidores, grupos que nunca tinham investido<br />
no Brasil mas tinham manifestado interesse significativo, foram<br />
desencorajados pela decisão da AGU ou, pelo menos,<br />
optaram por não continuar a estudar o Brasil.” Ele destaca<br />
que existiram outros fatores que contribuíram para a redução<br />
de interesse, principalmente a crise financeira global.<br />
Das transações registradas pela Arcterra, desde 2001,<br />
algo em torno de R$ 9 bilhões, 70% tiveram participação<br />
de grupos estrangeiros, sendo que a maior parte do capital<br />
também veio de fora. Apesar de não apostar em uma enxurrada<br />
de investimentos logo após uma possível decisão<br />
favorável, Robert é otimista na mensagem que o marco legal<br />
vai transmitir ao mercado. O norte-americano com 13<br />
anos de experiência no mercado brasileiro acredita que os<br />
investidores vão se sentir confortáveis quando houver definição<br />
do assunto por meio de legislação. “Ter uma lei clara<br />
é essencial para que investidores globais de alto nível comprometam<br />
capital de longo prazo”, garante Robert.<br />
O executivo só observa com ressalvas as restrições que<br />
estão em discussão para a formulação do texto do projeto<br />
de lei. “Conseguir investir em grande escala e atingir um<br />
equilíbrio apropriado entre risco e retorno são fatores fundamentais<br />
para atrair os maiores investidores internacionais.<br />
Qualquer restrição pode influenciar negativamente<br />
estes critérios, e são passíveis de desencorajar os investidores<br />
que teriam maiores impactos positivos sobre o setor<br />
florestal”, pondera.<br />
56<br />
www.referenciaflorestal.com.br
EMPRESAS FOCADAS NA<br />
CAPTAÇÃO DE RECURSOS<br />
EXTERNOS PARA O<br />
FOMENTO DE NEGÓCIOS<br />
FLORESTAIS ENTENDEM<br />
QUE O MARCO LEGAL É<br />
INDISPENSÁVEL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Com permissão para compra de terras por estrangeiros, investimento<br />
externo poderia chegar a R$ 50 bilhões
EVENTO<br />
PINUS DO<br />
FUTURO<br />
Foto: Embrapa<br />
58<br />
www.referenciaflorestal.com.br
WORKSHOP MOSTRA<br />
MERCADO, TENDÊNCIAS E<br />
PESQUISAS PARA AMPLIAR<br />
A EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE<br />
FLORESTAL DE MÚLTIPLO<br />
USO<br />
Foto: arquivo<br />
A demanda de mercado por pinus é de 16,5 milhões de m³ (metros cúbicos) por ano<br />
C<br />
onhecimento científico e a experiência das empresas<br />
florestais ditaram o passo do IV Workshop<br />
realizado pela Apre (Associação Paranaense de<br />
Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) e a Embrapa Florestas. Neste<br />
ano, o tema principal foi: Manejo para uso múltiplo – a<br />
árvore de pinus do futuro. O evento, realizado em Colombo<br />
(PR), nos dias 14 e 15 de setembro, atraiu mais de 120<br />
participantes. Os debates abordaram as tendências para o<br />
mercado de madeira, formação de florestas de alto rendimento,<br />
importância da pesquisa florestal empresarial e o<br />
estado da arte do melhoramento florestal.<br />
Logo de início, os palestrantes contextualizaram o momento<br />
do mercado e apontaram tendências. A primeira<br />
palestra ficou por conta de João Mancini, engenheiro florestal<br />
e gerente comercial da Valor <strong>Florestal</strong>. Segundo ele,<br />
no momento, o setor ainda enfrenta a crise iniciada em<br />
2008, mas vem se recuperando. Sobre demanda, Mancini<br />
citou que a procura por pinus é de 16,5 milhões de<br />
m³ (metros cúbicos) por ano. Nesse cenário, as indústrias<br />
de madeira sólida representam 51% do volume total da<br />
região, enquanto que papel e celulose representam 32%.<br />
Nas toras, o marketshare é de 60%.<br />
No caso do eucalipto, a demanda é de 8,3 milhões de<br />
m³ por ano, e o principal consumo vem da indústria de<br />
papel e celulose. As indústrias de painéis representam 3%<br />
do consumo. Porém, o gerente comercial destacou que<br />
esse número está aumentando, já que algumas empresas<br />
estão substituindo florestas de pinus por eucalipto.<br />
Felipe Fuck, diretor da Compensados Fuck, também<br />
participou do primeiro bloco do workshop e falou sobre<br />
o mercado para produtos florestais. Ele contou que a<br />
empresa apostou em nova tecnologia de máquinas, para<br />
alcançar diâmetro menor, maior produtividade e melhor<br />
aproveitamento. Outra mudança foi a do uso do sortimento<br />
para produto final.<br />
Sobre o futuro, ele disse que o setor florestal precisa<br />
desenvolver os mercados interno e externo para uso da<br />
madeira de maneira estrutural ou decorativa, por exemplo,<br />
entre outros, tudo que agregue mais valor ao produto.<br />
“Também precisamos pensar em novas espécies, porque<br />
não temos como fugir disso, já que temos que buscar<br />
meios de reduzir custos para sermos mais competitivos.<br />
O manejo é outro ponto que merece atenção, justamente<br />
para avaliar de que forma a utilização da madeira vai<br />
afetar o manejo. A dinâmica do mercado está mudando<br />
e nosso setor depende de influências externas para nos<br />
adaptarmos”, destacou.<br />
MAIS DA FLORESTA<br />
O professor da Ufsc (Universidade Federal de Santa<br />
Catarina), Mário Dobner, falou do desbaste pelo alto –<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
59
EVENTO<br />
uma alternativa para o Pinus taeda. Ele disse que o setor<br />
florestal tem diversificação da produção, e ressaltou que<br />
uma árvore pode gerar vários produtos. Para o manejo<br />
de multiprodutos, existem duas ferramentas: desbaste e<br />
poda. Dentro do desbaste, são duas opções: seletivo por<br />
baixo (o mais utilizado, por ser muito fácil) ou seletivo<br />
pelo alto (algo muito praticado na Europa).<br />
O professor explicou que no desbaste seletivo pelo<br />
alto, faz-se a seleção de árvores potenciais pela dominância,<br />
qualidade e distribuição. Em seguida, remove-se<br />
as árvores concorrentes. “O objetivo do manejo é que as<br />
árvores cresçam de forma positiva, produzindo toras mais<br />
valiosas. O desbaste seletivo pelo alto traz maior potencial<br />
de crescimento diamétrico, maior eficiência no uso<br />
do espaço produtivo e melhores resultados econômicos”,<br />
destacou.<br />
Para justificar essa afirmação, Dobner mostrou detalhes<br />
de um estudo que monitorou florestas em Santa Catarina<br />
ao longo de 30 anos. O levantamento concluiu que<br />
esse tipo de desbaste possibilita dobrar o resultado. “Por<br />
isso, essa pode ser uma alternativa para os produtores”,<br />
concluiu.<br />
Júlio Arce, professor da Ufpr (Universidade Federal do<br />
Paraná), explicou que o manejo é uma forma de fazer a<br />
“TAMBÉM PRECISAMOS<br />
PENSAR EM NOVAS ESPÉCIES,<br />
PORQUE NÃO TEMOS<br />
COMO FUGIR DISSO, JÁ QUE<br />
TEMOS QUE BUSCAR MEIOS<br />
DE REDUZIR CUSTOS PARA<br />
SERMOS MAIS COMPETITIVOS”<br />
FELIPE FUCK,<br />
DIRETOR DA COMPENSADOS FUCK<br />
gestão da floresta para tirar algo a mais dela. Além disso,<br />
ele falou sobre o planejamento, que é fundamental no<br />
setor florestal. “O manejo pode levar a extremos inimagináveis.<br />
A primeira pergunta que devemos fazer é quais<br />
produtos florestais queremos. Pode ser apenas um produto<br />
ou múltiplos produtos; temos muitas opções para escolher<br />
o que plantar, como plantar e como manejar. Mas<br />
uma vez que escolhermos o caminho, a opção para o que<br />
temos que colher já não é tão ampla, então os próximos<br />
15 anos têm que ser muito bem planejados”, salientou.<br />
Foto: Valtecir Santos<br />
Avanços em pesquisas genéticas proporcionaram ganhos de produtividade<br />
acima de 50%<br />
MELHORAMENTO GENÉTICO<br />
Para encerrar o primeiro dia de evento, Antônio Higa,<br />
professor da Ufpr, fez uma palestra sobre: Melhoramento<br />
genético como ferramenta para aumento da produtividade.<br />
Segundo ele, o melhoramento de pinus começou na<br />
década de 1970. Os resultados foram surpreendentes e já<br />
em 2000 foi possível perceber que o material da primeira<br />
geração propiciava ganhos de volume de 50%.<br />
Ele também ressaltou a importância do melhoramento<br />
genético na formação das florestas plantadas que existem<br />
hoje, onde obteve-se um grande salto de produtividade<br />
e qualidade nas florestas, com os programas instalados<br />
desde a década de 70. Higa mostrou também como estávamos<br />
certos no caminho para o futuro, com a utilização<br />
de material genético adequado na formação das florestas.<br />
Na manhã do segundo dia de evento o assunto foi:<br />
Pesquisa – o estado da arte do melhoramento florestal.<br />
Nesse bloco, sete palestrantes apresentaram o atual estágio<br />
do material genético de pinus dentro das suas empresas.<br />
60<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Entre as empresas participantes esteve a ArborGen. O<br />
agrônomo com mestrado em Fitotecnia (Produção Vegetal),<br />
Vinícius Santos, destacou que a empresa acumula 100<br />
anos de experiência em tecnologia florestal, por conta das<br />
empresas que formaram a ArborGen. Hoje, a marca mantém<br />
equipes especializadas nos EUA (Estados Unidos da<br />
América), Nova Zelândia e Brasil, o que garante uma troca<br />
de informações frequente. Nos EUA, a empresa detém<br />
30% do mercado de mudas florestais, o equivalente a 280<br />
milhões de mudas por ano, principalmente Pinus taeda.<br />
Na Nova Zelândia e Austrália, a ArborGen conta com 40%<br />
e 20% dos mercados, respectivamente, o que equivale a<br />
22 milhões de mudas por ano nesses dois países. No Brasil,<br />
a empresa iniciou a operação comercial de eucalipto<br />
em 2013 e a de pinus em 2014. As vendas por aqui atingiram<br />
30 milhões em 2015 e a expectativa para <strong>2016</strong> é<br />
chegar a 50 milhões.<br />
Com relação à árvore de pinus do futuro – tema principal<br />
do workshop – avaliou que ela será altamente produtiva<br />
e terá a maioria das características desejadas pela empresa,<br />
proporcionando florestas mais uniformes. “Outra<br />
coisa importante é se adaptar às características edafoclimáticas<br />
de cada região. Além disso, terá que ser adequadamente<br />
manejada. Também temos que estar preparados<br />
para pragas, doenças e mudanças climáticas”, analisou.<br />
Desbaste e poda fazem parte do processo para aproveitar da melhor maneira<br />
o plantio de pinus<br />
Foto: arquivo
MANEJO FLORESTAL<br />
Foto: divulgação<br />
62<br />
www.referenciaflorestal.com.br
INTERVENÇÃO<br />
CIRÚRGICA<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
PESQUISA APONTA ALTERNATIVAS PARA AMPLIAR A EFICIÊNCIA<br />
DO MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL E DIMINUIR AINDA MAIS A<br />
PEGADA DEIXADA NA MATA<br />
U<br />
ma pesquisa que avaliou 824 locais de manejo<br />
florestal sustentável no Pará mostra que a prática<br />
ainda é a melhor solução para a conservação<br />
e uso econômico com resposnabilidade dos recursos<br />
natuerias amazônicos. Os autores também mostram os<br />
estragos que parte da floresta sofreu causados pela exploração<br />
predatória. Eles ainda levantam um debate interessante<br />
sobre o que pode ser melhorado na prática e<br />
pedem interação da academia, setor produtivo e órgãos<br />
do governo. A REFERÊNCIA FLORESTAL, por ser o principal<br />
veículo de comunicação do segmento, abre espaço para o<br />
assunto. Convidamos o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro)<br />
a participar do debate, mas não obtivemos retorno até o<br />
fechamento da edição.<br />
De acordo com os pesquisadores Vanessa Richardson<br />
e Carlos Peres, da Universidade East Anglia, o manejo flo-<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
63
MANEJO FLORESTAL<br />
restal sustentável é, hoje, o melhor modelo de exploração<br />
sustentável dos recursos naturais na Amazônia a sr seguido.<br />
Um estudo publicado pela dupla em julho, na revista<br />
científica Plos One, mostra os estragos que a floresta sofre<br />
quando é explorada sem controle e também novos critérios<br />
que podem ser absorvidos no manejo de baixo impacto<br />
que podem torná-lo ainda mais eficiente.<br />
A conclusão do trabalho, que levou um ano para ser<br />
finalizado, é que as florestas do leste do Pará, nas fronteiras<br />
mais antigas perto de estradas principais, por exemplo,<br />
foram exploradas à exaustão. “Presumimos que não<br />
existe mais as espécies de alto valor que antigamente lá<br />
existiam”, aponta Vanessa. Ela comentam que há poucos<br />
estudos de longa data sobre o impacto de exploração nas<br />
espécies de madeira mais nobres em grande escala tanto<br />
para a regeneração dessas espécies comerciais, nem na<br />
ecologia das comunidades da flora que restou.<br />
Eles valorizam os recentes avanços nos parâmetros<br />
estabelecidos pelo SFB, mas lembram que são muito recentes<br />
(2015). Por isso a pesquisa mostrou tanto desequilíbrio.<br />
“Os padrões de depleção que vimos no nosso estudo<br />
são consequência de vários tipos de manejo, modelos<br />
históricos não eram tão cuidadosos”, explica.<br />
De acordo com a Instrução Normativa 05/2006 do Ministério<br />
do Meio Ambiente, foram estabelecidos critérios<br />
para balizar a exploração sustentável das florestas nativas.<br />
Entre eles está o diâmetro mínimo de corte: em que apenas<br />
as árvores acima de 50 cm (centímetros) de diâmetro<br />
podem ser colhidas. O prazo de 30 anos é estabelecido<br />
para que as árvores abaixo deste diâmetro continuem sua<br />
trajetória de crescimento para então preencherem os requisitos<br />
de colheita no futuro.<br />
O critério de raridade determina que se mantenha a<br />
Manejo florestal sustentável é o modelo mais indicado para<br />
utilizar recursos naturais da Amazônia com o menor impacto à<br />
floresta<br />
Indivíduos são identificados para que as toras possam ser rastreadas<br />
cada 100 ha (hectares) de floresta pelo menos três árvores<br />
que preencham os requisitos de corte (ou seja, maior<br />
que 50 cm de diâmetro, esteja fora das áreas de preservação<br />
permanente e não sejam porta-sementes). Este<br />
critério protege as espécies que tenham frequência de<br />
ocorrência baixa na floresta. Outro ponto importante é a<br />
manutenção de árvores porta-sementes. Existe a exigência<br />
para que sejam mantidas árvores reprodutivas.<br />
Os produtores florestais que realizam o manejo de<br />
baixo impacto devem estar atentos também para a saúde<br />
genética das árvores porta sementes e com o estado dos<br />
animais responsáveis pela dispersão dessas sementes.<br />
“Muitas árvores de alto valor comercial são dispersadas<br />
por animais, às vezes espécies específicas. Se não estiverem<br />
em populações também saudáveis, a floresta não se<br />
recupera.”<br />
ALTERNATIVAS<br />
Os pesquisadores ressaltam que mesmo sem espécies<br />
nobres para extrair, existe a possibilidade de gerar maior<br />
retorno econômico processando a madeira no local e<br />
agregando valor, ou plantando espécies em áreas já degradadas,<br />
em conjunto com outras ações. “Podemos citar<br />
ainda o retorno pelo carbono armazenado em mecanismos<br />
de financiamentos do Redd+, em produtos florestais<br />
não madeireiros, ou turismo.”<br />
O Redd+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da<br />
Unfccc (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança<br />
do Clima) para recompensar financeiramente países<br />
em desenvolvimento por seus resultados de redução<br />
de emissões de gases de efeito estufa provenientes do<br />
desmatamento e da degradação florestal, considerando o<br />
papel da conservação de estoques de carbono florestal,<br />
manejo sustentável de florestas e aumento de estoques<br />
de carbono florestal.<br />
Carlos sugere também que outras espécies sejam consideradas<br />
para exploração, em especial as de crescimento<br />
mais rápido. Segundo ele, no grupo das mais sensíveis<br />
64<br />
www.referenciaflorestal.com.br
estão cerca de 50, de uma variedade com 5 mil espécies<br />
de árvores na Amazônia. “O governo deveria trazer algumas<br />
cláusulas para proteger as nobres. Poderia aumentar<br />
o leque de opções do madeireiro para não sobrecarregar<br />
tanto as mais sensíveis.”<br />
Os principais agressores da floresta amazônica estão<br />
longe de fazer parte do segmento produtivo que vive do<br />
manejo florestal sustentável. Para diminuir a degradação<br />
das matas nativas, na opinião dos pesquisadores, “primeiramente<br />
é preciso parar com o garimpo, extração ilegal de<br />
madeira, principalmente em territórios indígenas e áreas<br />
protegidas.”<br />
“Outros estudos apontam que devemos alongar o ciclo,<br />
e proibir um segundo corte se as espécies extraídas<br />
não retornarem em densidades saudáveis”, alegam os<br />
autores do estudo. Além da madeira, a Amazônia produz<br />
inúmeras espécies de alto valor cultural e também comercial:<br />
o açaí, vários cipós, remédios, castanha do Brasil, óleos<br />
etc. “Se for manejada com cuidado, a floresta jamais se<br />
tornará um deserto verde”, garante Vanessa.<br />
O estudo fez parte da tese de doutorado da doutora<br />
Vanessa Richardson. Os dados foram extraídos de planos<br />
de manejo autorizados pela Sema (Secretaria do Meio<br />
Ambiente e Sustentabilidade) do Pará e de bases de da-<br />
dos. A cobertura florestal e desmatamento foram obtidas<br />
por meio do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento<br />
na Amazônia Legal por Satélite) e informações<br />
do Ministério do Transporte. Vanessa é brasileira e<br />
completou seus estudos na Inglaterra. Fez mestrado pela<br />
Imperial College London e doutorado na University of East<br />
Anglia sobre a orientação do Carlos Peres em colaboração<br />
com o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da<br />
Amazônia).<br />
A floresta proporciona alternativas econômicas que envolvem<br />
produtos não madeireiros e compensação de carbono<br />
ECOSERRA<br />
- opcional lâminas de 2"1/2 (duas polegadas e meia)<br />
- serra toras de até 80 cm de diâmetro;<br />
- esticador hidráulico;<br />
- sistema de bitolagem rápido;<br />
ECOSERRA Indústrias de Serrarias Ltda.<br />
www.serrariaportatil.com.br<br />
SEES Qd 08 Lt 08 | CEP: 73020-408<br />
Brasília - DF | Tel: (61) 3468-4318<br />
vendas@serrariaportatil.com.br
ARTIGO<br />
ECONOMIA MORAL E<br />
CERTIFICAÇÃO FLORESTAL<br />
ANÁLISE SISTEMÁTICA<br />
DA PERCEPÇÃO DO<br />
Foto: arquivo<br />
CONSUMIDOR FINAL<br />
Fotos: divulgação<br />
O<br />
artigo buscou analisar a percepção do consumidor<br />
final em relação à certificação florestal. A pesquisa<br />
foi realizada através de uma análise sistemática do<br />
tipo integrativa contextualista, na qual foram identificadas informações<br />
acerca do reconhecimento do consumidor final em<br />
relação ao processo de certificação florestal em sete distintos<br />
países. Os resultados evidenciaram que apenas uma pequena<br />
parcela do mercado consumidor tem ciência do processo<br />
de certificação no setor florestal, inclusive em regiões economicamente<br />
desenvolvidas. Conclui-se que um dos possíveis<br />
motivos pelo incremento do número da produção florestal<br />
certificada nos últimos anos seja menos por uma exigência do<br />
mercado consumidor final, e mais por uma garantia de boa<br />
procedência do produto junto aos atores intermediários da<br />
cadeia de valor florestal. Há também a possibilidade da exigência<br />
de certificação, por parte dos agentes intermediários<br />
da cadeia produtiva florestal, figurar como barreira não tarifária.<br />
Ademais, infere-se que o foco das ações de marketing,<br />
para uma melhor eficácia, além de focar suas ações no consumidor<br />
final, no âmbito da certificação florestal, deva também<br />
voltar-se aos agentes intermediários.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O consumo ético tem alcançado nos últimos tempos grande<br />
repercussão junto ao contexto corporativo, notavelmente<br />
no âmbito das ações do marketing socioambiental. Defende-<br />
-se, nesta seara, o imperativo da implementação de responsabilidades<br />
sociais e ambientais no escopo de atuação das organizações.<br />
Tal fato deriva-se, principalmente, pela crescente<br />
demanda de determinados segmentos consumidores.<br />
A emergência do debate relativo aos impactos socioambientais<br />
negativos que as ações antrópicas têm causado ao<br />
meio ambiente criou nichos de mercado exigentes em relação<br />
ao uso comedido e a conservação e preservação dos recursos<br />
ambientais, tanto em relação ao processo produtivo, quanto<br />
às origens da matéria-prima. Essas partes interessadas (consumidores<br />
e intermediários na cadeia produtiva) passaram a<br />
demandar produtos oriundos de processos ambiental e socialmente<br />
sustentáveis.<br />
Nesse contexto, ganha força, no âmbito do marketing de<br />
consumo, os preceitos da corrente da Economia Moral. A Economia<br />
Moral compreende a corrente teórica que busca elucidar<br />
uma nova forma de consumo, ou seja, um contexto em<br />
que a economia de mercado seja percebida menos como uma<br />
forma conspícua e assume seu papel na garantia de determinados<br />
princípios, sejam eles sociais, ambientais e/ou econômicos.<br />
São objetos de estudos, no escopo da Economia Moral,<br />
portanto, as variáveis intervenientes no comportamento econômico<br />
orientadas aos pressupostos éticos e morais na ação<br />
de consumo.<br />
Destarte, a referida corrente teórica, no âmbito do consumo,<br />
incorpora questões inerentes ao consumidor ético<br />
(anticonsumo, auto-reflexividade, consumidor verde, dentre<br />
outras perspectivas), marketing verde, marketing social, anticonsumo<br />
e marketing político.<br />
Dentre todos esses enfoques, as questões relacionadas à<br />
sustentabilidade socioambiental certamente perfazem uma<br />
66<br />
www.referenciaflorestal.com.br
GUSTAVO LEONARDO SIMÃO<br />
DOUTOR EM ADMINISTRAÇÃO PELA UFLA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS)<br />
FABIANO LUIZ DA SILVA<br />
DOUTOR EM CIÊNCIA FLORESTAL PELA UFV (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA)<br />
ANA CLÁUDIA AZEVEDO<br />
DOUTORA EM ADMINISTRAÇÃO PELA USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)<br />
LUIZ MARCELO ANTONIALLI<br />
DOUTOR EM ADMINISTRAÇÃO PELA USP<br />
das temáticas cujas discussões têm sido mais ativas no âmbito<br />
acadêmico e, também no contexto empresarial nos últimos<br />
tempos (Souza & Ribeiro, 2013). Tal enfoque tem alterado<br />
progressivamente a estrutura da cadeia de valor da indústria,<br />
haja vista que as pressões por mudanças comportamentais<br />
ocorrem nos dois extremos, no âmbito das trocas de mercado,<br />
onde o consumidor e o empreendedor investem cada<br />
vez mais nas causas socioambientais, mas também no campo<br />
simbólico.<br />
As organizações, cientes de um nicho de mercado em expansão,<br />
têm investido na produçãosustentável, reduzindo o<br />
desperdício de recursos e otimizando processos produtivos.<br />
Além disto, acredibilidade dos produtos, serviços e processos<br />
disponibilizados, resultantes desse contexto, temsido fator diretamente<br />
relacionado ao aumento de ganhos competitivos<br />
(Gordon, Carrigan & Hastings, 2011). Assim, o segmento de<br />
consumidores “conscientes” às causas socioambientais cada<br />
vez mais tem incorporado maior número de simpatizantes.<br />
A diferenciação socioambiental das organizações consubstancia-se<br />
numa variável a serconsiderada, nessa lógica, no<br />
escopo da estratégia competitiva. A esse respeito, inúmeras<br />
ações práticas surgiram para tais empreendimentos buscarem<br />
ganhos no âmbito desse contexto, tais como: a publicação de<br />
relatórios de gestão sustentável, implantação da Qualidade<br />
Total Ambiental e/ou dos padrões ISO e os processos de certificação,<br />
esses últimos, também denominados de selos verdes.<br />
Todas essas ações, compreendidas como estratégias de marketing,<br />
voltam-se para a criação de um valor superior junto<br />
ao mercado consumidor, à própria marca e ao ambiente orga-<br />
nizacional de maneira geral (Cronin, Smith, Gleim, Ramirez &<br />
Martinez, 2011).<br />
O mercado de produtos florestais, principalmente aquele<br />
situado nas regiões tropicais, com alta concentração de florestas<br />
nativas, como é o caso do Brasil, toma lugar de destaque<br />
em relação a tais mudanças. Bastante associado a práticas de<br />
desmatamento, exploração da mão de obra e desrespeito à<br />
biodiversidade (Carvalho, Soares & Valverde, 2005; Novais,<br />
Mendonça, Marinho, Corti & Ferreira, 2014) os atores organizacionais<br />
desse segmento econômico têm buscado contornar<br />
tal rotulação, a fim de almejar novos mercados. Assim sendo,<br />
a cadeia de valor do setor florestal volta-se, por meio da adesão<br />
aos selos verdes, à busca de uma incorporação de boas<br />
práticas aos seus diversos elos produtivos com vistas a ganhos<br />
superiores, além de incrementar seus níveis competitivos no<br />
contexto interno e externo.<br />
O presente trabalho, de natureza bibliográfica, intentou<br />
verificar a valoração do consumidor final, externada por seu<br />
conhecimento acerca da significação dos selos, oriundos do<br />
processo de certificação, em relação aos produtos florestais.<br />
Não somente a isso, o enfoque também se voltou à identificação<br />
de possíveis distinções no âmbito da percepção de consumidores<br />
em diversas regiões geográficas, notavelmente no intuito<br />
de se comparar regiões economicamente desenvolvidas<br />
em relação àquelas em vias de desenvolvimento.<br />
Mediante a tal objetivação, a questão principal que se<br />
busca responder é: o consumidor final, situado em países desenvolvidos,<br />
tem maior conhecimento acerca dos produtos<br />
florestais certificados em relação àqueles situados em países<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
67
ARTIGO<br />
Certificação parece ser uma demanda mais importante aos agentes<br />
intermediários da cadeia do que ao cliente final<br />
em desenvolvimento? Para cumprir com o objetivo traçado<br />
estruturou-se o presente artigo em quatro partes, além desta<br />
introdução. Na seção 2, realiza-se uma revisão de literatura<br />
que se subdivide em três tópicos inerentes à contextualização<br />
do tema em discussão. Na terceira seção discorre-se sobre os<br />
procedimentos metodológicos empregados. Posteriormente,<br />
na quarta seção, os resultados encontrados são analisados e<br />
discutidos, com destaque para a contraposição da produção<br />
dos produtos florestais certificados e a percepção dos consumidores<br />
finais. Por fim, no último tópico, são apresentadas as<br />
conclusões obtidas.<br />
MÉTODO DE PESQUISA<br />
No tocante à abordagem, esta pesquisa é de natureza<br />
qualitativa. No que concerne ao método de análise, utilizou-<br />
-se da pesquisa documental cuja técnica pautou-se pela análise<br />
sistemática do tipo integrativa contextualista. Nesse sentido,<br />
a característica essencial de uma revisão bibliográfica de<br />
caráter sistemática é analisar, a partir de estudos científicos e/<br />
ou trabalhos técnicos já publicados, os enfoques principais de<br />
tais trabalhos, a fim de se identificar as tendências tratativas<br />
do assunto delimitado em relação a determinado tema (Webster<br />
& Watson, 2002).<br />
Em relação à perspectiva integrativa, Mendes, Silveira<br />
& Galvão (2008, p. 758) afirmam que ela “permite a busca,<br />
a avaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis do<br />
tema, sendo o seu produto final o estado atual do conhecimento<br />
do tema investigado”. Conforme se percebe, a revisão<br />
sistemática integrativa é útil na medida em que possibilita<br />
a realização de uma retratação fiel acerca do tema em discussão,<br />
demarcando as tendências de estudo e apontando<br />
lacunas ainda existentes. Corroborando com esta perspectiva,<br />
Botelho, Cunha & Macedo (2011) afirmam que a revisão<br />
integrativa constitui um método cujo objetivo volta-se a avaliação<br />
crítica e a sumarização dos apontamentos acerca de um<br />
determinado tema.<br />
Sendo assim, para cumprir os objetivos desta pesquisa<br />
optou-se pela seleção de trabalhos acadêmicos junto a três<br />
grandes bases de trabalhos científicos. Tal intento objetivou<br />
focalizar pesquisas acadêmicas nacionais e internacionais, de<br />
forma a identificar as tendências internas e externas, além de<br />
suas aproximações e/ou distanciamentos. As respectivas bases<br />
foram as seguintes: Scielo, ScienceDirect e Google Scholar.<br />
Para a busca nas mencionadas plataformas utilizou-se a<br />
seguinte combinação de termos: “percepção”; “consumidor”;<br />
“certificação florestal”; “preferência”.<br />
Resta salientar que os termos deveriam estar no título,<br />
nas palavras-chaves e/ou no resumo.<br />
Especificamente no âmbito da busca dos trabalhos acadêmicos,<br />
foi realizada a discriminação, num primeiro momento,<br />
das palavras-chave combinadas. Posteriormente, a essa primeira<br />
fase, como forma de validar uma busca mais ampla, tais<br />
termos foram discriminados de maneira separada, observando-se,<br />
um a um, aqueles trabalhos que poderiam ser de interesse<br />
da presente proposta de pesquisa.<br />
Ademais, como forma de evidenciar não somente o enfoque<br />
dado pelo contexto científico, em relação ao problema<br />
proposto, realizou-se uma busca junto com enfoque na identificação<br />
de documentos de cunho técnico, junto aos principais<br />
segmentos de mercado representativos do setor florestal no<br />
contexto brasileiro em relação à existência de indicadores do<br />
mercado consumidor de produtos certificados. Para isso, foram<br />
analisados os documentos alocados nas bases de dados<br />
disponíveis no sistema do CI-Florestas (Centro de Inteligência<br />
em Florestas), ONG’s do segmento florestal, associações representativas<br />
e institutos de pesquisas do setor florestal.<br />
Foram identificados 13 trabalhos técnico/científicos que<br />
continham as informações previamente delimitadas como escopo<br />
de análise do presente trabalho. Destaca-se o fato de<br />
que, para os fins desta pesquisa, foram considerados apenas<br />
aqueles trabalhos acadêmicos e/ou técnicos que discorriam a<br />
respeito da percepção do consumidor final em relação ao conhecimento<br />
de produtos florestais certificados. Dessa forma,<br />
trabalhos cujo foco de análise voltava-se às questões relativas<br />
ao âmbito da valoração financeira dos produtos certificados<br />
(pré-disposição de determinados segmentos de mercado em<br />
despenderem maiores recursos para tais produtos) sem, contudo,<br />
externar os níveis de conhecimento dos entrevistados<br />
em relação à certificação florestal foram desconsiderados.<br />
Há de se ressaltar, por fim, que o espaço temporal considerado<br />
na pesquisa bibliográfica foi definido entre o ano 2000<br />
e 2014. Assim, trabalhos anteriores e posteriores a estas datas<br />
também não foram considerados.<br />
RESULTADOS<br />
O presente tópico externará os principais apontamentos<br />
68<br />
www.referenciaflorestal.com.br
dos trabalhos sistematizados pelos procedimentos metodológicos<br />
utilizados. Não somente a isso, também incorrerá nas<br />
discussões relacionadas aos resultados obtidos de forma a<br />
apontar o possível estado da arte em relação ao contexto da<br />
certificação florestal no âmbito da percepção do consumidor<br />
final. Os produtos florestais certificados e a percepção do consumidor<br />
final.<br />
Em acordo com os apontamentos realizados por Teisl et al.<br />
(2002), quando afirmaram que haviam poucos estudos científicos<br />
cujo objetivo se voltasse a análise das percepções do<br />
consumidor em relação à certificação de produtos florestais,<br />
foi identificado pela busca sistemática um reduzido número<br />
de trabalhos. Conforme se pode perceber, os trabalhos apresentam<br />
estudos de caso realizados em diversos países cujo<br />
enfoque de análise pauta-se tanto para uma abordagem regional,<br />
quanto nacional.<br />
De maneira geral, incluindo-se os países desenvolvidos e<br />
em desenvolvimento, os estudos analisados ressaltam o fato<br />
de que os produtos florestais certificados são conhecidos apenas<br />
por uma pequena parcela dos consumidores. Ademais, os<br />
trabalhos, de maneira geral, tornam possível a inferência que<br />
isso se deve a uma baixa divulgação dos objetivos do processo<br />
de certificação, além do fato de evidenciarem que as percepções<br />
de consumidores situados em regiões economicamente<br />
mais desenvolvidas não são distintas daqueles situados em<br />
alguns países em desenvolvimento.<br />
Cai & Aguilar (2013) afirmam que a intenção de se buscar<br />
a certificação, no âmbito das organizações envolvidas no<br />
processo de beneficiamento dos produtos de origem florestal,<br />
se dá para a obtenção de preços superiores no momento da<br />
comercialização. Por tal percepção, os dispêndios gastos com<br />
o processo de certificação seriam recompensados pela maior<br />
disposição do consumidor final em pagar pela postura sustentável<br />
do produto e de seu beneficiamento.<br />
Por outro lado, Anderson & Hansen (2004) evidenciam,<br />
através de trabalho empírico, que a exposição informacional<br />
direta acerca dos objetivos da certificação florestal em produtos<br />
à venda com ações comparativas de preços superiores<br />
ou não, junto aos consumidores finais, inclusive os que alegaram<br />
desconhecimento de tal processo, não necessariamente<br />
induzia a compra do produto florestal certificado com valoração<br />
financeira superior. Fatos semelhantes foram percebidos<br />
por Jensen, Jakus e English (2004), ao verificarem que mesmo<br />
quando eram informados acerca do processo de certificação,<br />
a maioria dos consumidores se mostravam apoiadores da<br />
causa, mas poucos se dispunham a pagar valores mais elevados<br />
pela aquisição dos produtos certificados no momento da<br />
compra. Mohamed e Ibrahim (2007) também percebeu que<br />
236<br />
www.rossinequipamentos.com.br<br />
UTMs (Usinas para Tratamento de Madeira) Instaladas e<br />
em Operação no Brasil e na América do Sul.<br />
FONE: +55 (16) 3947-1981 ou +55 (16) 99781-6093<br />
Av. Nelson Benedito Machado, 86 - Distrito Industrial II<br />
CEP 14176-110 - Sertãozinho - SP
ARTIGO<br />
nem sempre há uma disposição entre os consumidores de<br />
países desenvolvidos numa valoração financeira superior por<br />
produtos florestais certificados.<br />
Outro fator que pode explicar o motivo pelo qual o número<br />
de projetos e áreas certificadas tem apresentado tendência<br />
ascendente, mesmo em detrimento ao pouco conhecimento<br />
por parte do consumidor final, diz respeito às exigências dos<br />
agentes intermediários da cadeia de valor florestal.<br />
Esse cenário justificaria o fato de diversos autores terem<br />
percebido o fato de que há uma exigência de importadores<br />
intermediários situados em países economicamente desenvolvidos<br />
frente às exportações de países tropicais atuando,<br />
principalmente, como instrumento de barreiras não tarifárias,<br />
conforme externado por Rametsteiner (2001), Jacovine et al.<br />
(2006), Auld et al. (2008), Kordesch (2011) e D’Angelo e Dobyns<br />
(2012).<br />
Ademais, poderia ser uma forma de os atores intermediários<br />
buscarem uma garantia da preservação de sua imagem<br />
organizacional em relação a possíveis casos de ações ilegais<br />
envolvendo os fornecedores de matéria-prima. Assim, por<br />
esta ótica, o foco das ações de marketing, no processo de certificação,<br />
deveria retornar aos consumidores intermediários<br />
(varejistas) e não aos consumidores finais.<br />
Utilizando a esquematização da cadeia de valor do setor<br />
florestal, proposta por Vlosky e Ellis (2003, como citado em<br />
Duery & Vlosky, 2006), é possível inferir que o processo de<br />
certificação florestal é uma demanda institucional que ocorreria<br />
em virtude da ação (requisição) dos agentes. As exigências<br />
à certificação, realizada pelos importadores de produtos<br />
oriundos do setor florestal, junto aos seus fornecedores, em<br />
países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, poderia,<br />
sob este prisma, ser explicada pelo receio das empresas intermediárias<br />
de terem sua imagem envolvida em processos de<br />
desmatamento e degradação ambiental.<br />
Assim sendo, nem sempre o consumidor final pode ser<br />
o agente institucional demandante da certificação florestal,<br />
uma vez que os estudos analisados evidenciam que grande<br />
parcela desse segmento, no âmbito da cadeia produtiva analisada,<br />
desconhece não somente o selo, mas todo o contexto<br />
inerente à certificação. Tal inferência é possível de ser realizada<br />
pelo fato de que grande parte dos produtos oriundos<br />
do setor florestal (móveis, papeis, insumos para a construção<br />
civil, etc.) exportados possuírem, por meio de exigência dos<br />
agentes importadores, algum tipo de constatação de boa procedência<br />
em relação à origem e aos processos, mas ao mesmo<br />
tempo não receberem os chamados valores premium no repasse<br />
ao consumidor final, conforme apontam os estudos de<br />
Humphries, Vlosky e Carter (2001), Hubbard e Bowe (2005),<br />
Owari, Juslin, Rummukainen & Yoshimura (2006), Duery e<br />
Vlosky (2006) e Owari e Sawanobori (2007).<br />
Nessa perspectiva, outra possível constatação alcançada é<br />
a comprovação das inferências de Owari e Sawanabori (2007,<br />
p. 119) em que se afirma o fato de que “[...] a certificação<br />
florestal pode obrigar fornecedores, e não os consumidores<br />
finais, a suportarem o custo do manejo florestal sustentável”.<br />
Assim, de forma conclusiva, quando a exigência de certificação<br />
por parte dos importadores não é imposta, ela pode atuar<br />
de forma tácita, como um critério a ser buscado para ganhos<br />
competitivos das empresas estrangeiras no mercado local,<br />
notavelmente àquelas situadas em países com alta concentração<br />
de florestas nativas. Shoji, Nakao, Ueda, Kakizana e Hirai<br />
(2014)evidenciam que há uma preferência por produtos madeireiros<br />
de origem nacional no mercado japonês, justamente<br />
pelo receio dos consumidores na aquisição de produtos oriundos<br />
de desmatamento.<br />
Nesse sentido, o processo de certificação, conforme anteriormente<br />
mencionado, mesmo não sendo reconhecido pela<br />
maioria dos consumidores, propicia uma dupla oportunidade<br />
a ser observada, a saber: dá garantias aos agentes intermediários<br />
e vai de encontros às necessidades da parcela de consumidores<br />
finais conscientes de seu processo e objetivo, e que,<br />
portanto, requerem tais produtos.<br />
Foto: divulgação<br />
Observa-se aumento na oferta de produtos com alguma certificação<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Conforme já ressaltavam Schuhwerk e Lefkoff-Hagius<br />
70<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Disco de corte para Feller<br />
(1995), a eficácia dos selos ambientais está diretamente relacionada<br />
às preferências dos consumidores. Todavia, percebeu-se,<br />
por meio dos trabalhos sistematizados, que grande<br />
parte dos consumidores finais da cadeia de valor florestal, estejam<br />
eles em países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento,<br />
mesmo cientes e simpatizantes da importância das<br />
responsabilidades socioambientais no âmbito organizacional,<br />
em sua maioria, desconhecem o processo de certificação florestal<br />
e seus selos.<br />
Conclui-se, que a tendência ascendente da certificação,<br />
principalmente nas fases iniciais da cadeia de valor do setor<br />
florestal, possa estar associada a uma possível exigência de<br />
agentes econômicos intermediários. Tal inferência pode ser<br />
justificada, dentre outros fatores, pelo receio desses atores<br />
em terem sua imagem associada a práticas de desmatamento,<br />
exploração de trabalhadores, desrespeito à cultura local da<br />
produção florestal, etc.<br />
Outro fator que foi evidenciado pelo presente trabalho é<br />
que o processo de certificação florestal pode ser um instrumento<br />
de agregação de valor superior, portanto, de ganhos<br />
competitivos, nos mercados consumidores internacionais,<br />
dada a preferência a preferência dos consumidores finais pelos<br />
produtos oriundos de insumos (matéria-prima) locais, certificados<br />
ou não, conforme destacado por Shoji et al. (2014).<br />
Ademais, dado os elevados índices de desconhecimento<br />
por parte do consumidor final acerca do processo de certificação,<br />
nos mais diversos países, mas da predisposição dos<br />
mesmos por produtos ambiental e socialmente sustentáveis,<br />
é imperativo a implementação de campanhas e atividades publicitárias<br />
voltadas à divulgação da significação e dos símbolos<br />
da certificação florestal. Não menos importante é o fato de<br />
que as atividades desenvolvidas pelos profissionais de marketing,<br />
no âmbito da perspectiva do consumo, devem enfatizar<br />
não somente o elo final da cadeia produtiva florestal, mas<br />
também os agentes intermediários, sejam eles importadores,<br />
varejistas e/ou a indústria final.<br />
Destaque deve ser igualmente dado ao fato de que o presente<br />
estudo apresenta algumas limitações. A esse respeito<br />
destaca-se o fato de que, mesmo que a busca sistemática<br />
tenha encontrado estudos cuja unidade de análise tenha se<br />
voltado a grandes mercados importadores do setor florestal,<br />
o número de países analisados não é suficiente para a extrapolação<br />
dos resultados.<br />
Além disso, como os resultados foram obtidos por meio<br />
de pesquisas secundárias, a existência de vieses nas referidas<br />
publicações, e o período temporal da realização das referidas<br />
pesquisas, invariavelmente podem comprometer as inferências<br />
aqui externadas. Há, todavia, dada a incipiência de análises<br />
sistemáticas em relação ao tema discutido, e ao próprio<br />
contexto das abordagens da Economia Moral e do Marketing<br />
Verde, importantes apontamentos para futuras pesquisas.<br />
Av. Marginal Francisco D’Antonio, 337<br />
Água Vermelha - Sertãozinho - SP<br />
Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650<br />
dantonio@dantonio.com.br - www.dantonio.com.br<br />
LUBECO®<br />
2001<br />
LUBRIFICANTE VEGETAL<br />
PARA CORTE DE MADEIRA<br />
HARVESTER SLASHERS MOTOSSERRAS<br />
Desenvolvido para lubrificação de conjuntos<br />
de corte de máquinas Harvester, slashers e<br />
motosserras. Obtido a partir do<br />
reprocessamento de óleos<br />
vegetais, o óleo Lubeco 2001<br />
torna-se ideal para uso no<br />
manejo florestal<br />
100%<br />
BIODEGRADÁVEL<br />
Rua Ladislau Gembaroski, 177 | Araúcaria/Paraná – Brasil<br />
Telefone: (41) 3643-3525<br />
E-mail: lubeco@lubeco.com.br<br />
• Discos de corte com encaixe para<br />
utilização de até 18 ferramentas<br />
• Diâmetro externo e encaixe central<br />
de acordo com o padrão da máquina<br />
Detalhe de encaixe para<br />
ferramentas de 4 lados<br />
• Discos de corte para Feller<br />
conforme modelo ou amostra<br />
• Discos especiais<br />
• Pistões hidráulicos<br />
(fabricação e reforma)<br />
• Usinagem de médio e grande porte<br />
D’Antonio Equipamentos<br />
Mecânicos e Industriais Ltda<br />
www.lubeco.com.br
AGENDA<br />
OUTUBRO <strong>2016</strong><br />
OCTOBER <strong>2016</strong><br />
IX Simpósio Brasileiro de Pós- Graduação em<br />
Ciências Florestais<br />
5 a 7<br />
Guarapari (ES)<br />
www.simposflorestaufes.com<br />
Expo Forestal<br />
12 a 14<br />
Guadalajara - México<br />
www.expoforestal.gob.mx<br />
MBA Manejo <strong>Florestal</strong> de Precisão<br />
18 (data de início)<br />
Ensino à distância<br />
www.manejoflorestal.ufpr.br<br />
XLIX Abtcp<br />
25 a 27<br />
São Paulo (SP)<br />
www.abtcp<strong>2016</strong>.org.br<br />
Workshop Sobre Mensuração do Valor das Florestas<br />
em uma Economia Verde<br />
21<br />
Genebra - Suíça<br />
www.unece.org/forests/valueofforestsgreeneconomy<br />
NOVEMBRO <strong>2016</strong><br />
NOVEMBER <strong>2016</strong><br />
Fórum Nacional de Carvão Vegetal e Fórum<br />
de Energia da Biomassa <strong>Florestal</strong><br />
8 e 9<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
DESTAQUE<br />
EXPO FORESTAL<br />
12 a 14 de outubro<br />
Guadalajara - México<br />
www.expoforestal.gob.mx<br />
A cidade de Guadalajara, no México, é a sede da Expo<br />
Forestal. O mote desta edição é +biodiversidade,<br />
+técnicoliga e +produtividade. O evento, que acontece a<br />
cada dois anos, atrai tomadores de decisão em busca de<br />
equipamentos e serviços florestais de ponta. Vale a pena<br />
conferir a feira que ocorre neste ano entre os dias 12 e 14<br />
de outubro.<br />
Imagem: reprodução<br />
72<br />
www.referenciaflorestal.com.br
COMUNICAÇÃO<br />
REVISTAS<br />
VÍDEO<br />
WEBSITES<br />
MARKETING<br />
TV<br />
PRODUÇÕES<br />
INTERNET<br />
EVENTOS<br />
PUBLICIDADE<br />
www.jotacom.com.br<br />
contato@jotacom.com.br<br />
+55 (41) 3333-1023
ESPAÇO ABERTO<br />
PROFISSIONAIS<br />
DESMOTIVADOS, EMPRESA<br />
QUE NÃO CRESCE. O<br />
SEGREDO PARA VIRAR<br />
O JOGO? INVISTA EM<br />
FELICIDADE!<br />
Foto: divulgação<br />
Por Alexandre Slivnik<br />
autor do livro: O Poder da Atitude<br />
E<br />
xistem organizações que procuram motivar seus colaboradores<br />
apenas com bônus e altos salários e julgam<br />
que eles entregarão a vida pessoal de bandeja por isso.<br />
Pior ainda, oferecem dinheiro enquanto faltam perspectivas<br />
de crescimento, e usam a pressão para fazer com que os colaboradores<br />
deem resultado. Essas organizações correm o<br />
risco de acompanhar uma epidemia de desmotivação, que<br />
gera perda de clientes e baixa lucratividade, sem falar que a<br />
saída de talentos é um prejuízo em si. Contrata-se alguém, investe<br />
em treinamentos, e, depois de um tempo, se o talento<br />
não estiver identificado com a missão da empresa, ele sairá,<br />
e você terá perdido tempo, dinheiro e, em especial, alguém<br />
que poderia ajudar a mudar o rumo da empresa.<br />
Muitas organizações ainda não perceberam que investir<br />
na felicidade de seus colaboradores é estratégico. Segundo<br />
um estudo publicado pela revista inglesa management Today,<br />
pessoas infelizes são 40% menos produtivas enquanto<br />
as felizes são, em geral, mais bem-sucedidas no trabalho e<br />
conseguem alcançar o dobro da produtividade.<br />
O turn over, ou a evasão de talentos, também é outra<br />
consequência, uma vez que quem tem sede de sucesso e felicidade<br />
está saindo das organizações que não os valorizam em<br />
busca do próprio caminho. Os colaboradores entendem a importância<br />
da felicidade e estão dispostos a correr atrás dela,<br />
seja encontrando oportunidades melhores oportunidades,<br />
empreendendo ou mudando radicalmente de vida. Adaptar-<br />
-se a essa nova realidade é fundamental para ser uma organização<br />
de sucesso, reconhecendo talentos e investindo de<br />
forma constante em diferenciais.<br />
Não estou dizendo que os profissionais estão trocando<br />
a remuneração em dinheiro por remuneração em felicidade.<br />
O que quero deixar claro é que o dinheiro sozinho não basta<br />
mais.<br />
Na verdade, as pessoas estão querendo tudo ao mesmo<br />
tempo, e as organizações que não reagirem a isso ficarão para<br />
trás. Os profissionais estão mais exigentes e menos dispostos<br />
a deixar a qualidade de vida de lado, podem dar o sangue<br />
pela empresa, mas querem também prazer, não pensam em<br />
alegria como algo a ser conquistado somente na aposentadoria.<br />
Fica com os melhores profissionais quem oferece um<br />
caminhão completo do baú da felicidade agora.<br />
As pessoas querem trabalhar para alimentar sua sede de<br />
crescer, fazer a diferença, dizer que executam algo bem –feito<br />
e destacar-se profissionalmente. Quando se faz o que se<br />
gosta e aquilo que acredita, os ganhos seguem atraídos pela<br />
nossa energia. Até mesmo pessoas de grande sucesso, que<br />
chegam aos milhões de dólares, podem fracassar e ser infelizes,<br />
se o dinheiro for a única coisa que importa. Felicidade<br />
não é aquilo que se aparenta. Felicidade é aquilo que o move<br />
ao acordar todo dia e colocar amor no que faz. Quem não<br />
está verdadeiramente feliz tem mais dificuldade de fazer o<br />
que é preciso com dedicação.<br />
Pessoas felizes produzem mais e se dedicam mais. Por<br />
isso, é fundamental que as organizações forneçam um ambiente<br />
agradável e acolhedor para seus colaboradores. Portanto,<br />
se lidera um time e ainda não percebeu que a felicidade<br />
das pessoas que trabalham para você é importante para<br />
garantir os resultados esperados, apresse-se! Você pode estar<br />
prestes a perder muito com isso. Talvez ninguém tenha<br />
pedido demissão, talvez seus lucros não estejam afetados,<br />
mais assim esteja pairando no ar um clima de infelicidade.<br />
Essa é uma das maiores ciladas. Talvez as pessoas estejam falando<br />
mal da organização pelas costas, mas não saem porque<br />
precisam do salário e ainda não tem motivação suficiente<br />
para mudar. Ainda não descobriram como encontrar satisfação<br />
no trabalho, estão perdidos. E aqui pode estar a sua<br />
chance de reverter o jogo!<br />
Profissionais de sucesso não são como hamsters que ficam<br />
dando voltas em uma rodinha dentro de uma gaiola. Eles<br />
são pessoas livres, autoconfiantes e preparadas para ser feliz.<br />
Não adianta tentar prendê-los, pois já conhecem o segredo<br />
da fechadura.<br />
74<br />
www.referenciaflorestal.com.br
VOCÊ TEM ORGULHO<br />
DO SEU TRABALHO?<br />
A OREGON® se orgulha de ter as<br />
ferramentas necessárias para<br />
você fazer o trabalho bem feito!<br />
Veja como nos destacamos contra a competição:<br />
www.OregonBrasil.com.br
Quanto mais conhecimento,<br />
menos custo e mais controle<br />
Para Mirex-S, um bom controle de formigas cortadeiras se faz<br />
com gerenciamento total das operações envolvidas em campo.<br />
Inicia-se no diagnóstico preciso, passa pelo acompanhamento<br />
das operações e finaliza nas análises e indicadores de resultado,<br />
considerando-se cada área como situações diferentes.<br />
Com uma equipe experiente em manejo tecnificado de<br />
cortadeiras, RESULT estabelece maior racionalidade operacional,<br />
otimiza recursos, realiza o treinamento das equipes e ainda<br />
monitora os resultados.<br />
Com RESULT, a reflorestadora sempre obtém a eficácia de controle<br />
esperada, com redução de custos e soluções de manejo mais<br />
eficientes.<br />
ATENÇÃO<br />
Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio<br />
ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções<br />
contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os<br />
equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização<br />
do produto por menores de idade.<br />
Leia e siga as instruções do rótulo. Consulte sempre<br />
um engenheiro agrônomo.<br />
Venda sob receituário agronômico.<br />
ESCOLHA TAMBÉM MIPIS EVOLUTION!<br />
Protetor e dosador específico das iscas<br />
formicidas MIREX-S , em papel impermeável.