Agosto/2016 - Referência Florestal 177
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36<br />
BEM NUTRIDO<br />
Solos corrigidos na<br />
medida certa<br />
PRAGA ANIMAL<br />
Javalis causam<br />
prejuízos<br />
54 ENTREVISTA<br />
Gleyson Araújo de Jesus,<br />
presidente da Aspex<br />
Livre das formigas<br />
Manejo integrado elimina riscos com a praga
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 76<br />
Bruno Industrial ......................................................... 51<br />
36<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 41<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 69<br />
Denis Cimaf ................................................................... 11<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
42<br />
Dipil .................................................................................. 63<br />
Exte ................................................................................... 25<br />
FMC Florestas .............................................................. 07<br />
H Fort ................................................................................ 19<br />
54<br />
Himev .............................................................................. 71<br />
J de Souza ........................................................................ 49<br />
John Deere .................................................................... 09<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Aplicação<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Especial<br />
Transporte<br />
Pragas<br />
Colheita<br />
Visita<br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
06<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
32<br />
36<br />
42<br />
48<br />
54<br />
60<br />
64<br />
66<br />
72<br />
74<br />
Liebherr Brasil ............................................................. 17<br />
Lubeco ............................................................................ 69<br />
Mill Indústrias .............................................................. 29<br />
Minusa Forest .............................................................. 05<br />
Oregon ............................................................................ 75<br />
PenzSaur ........................................................................ 57<br />
Planflora ........................................................................ 53<br />
Rossin .............................................................................. 59<br />
Sergomel ....................................................................... 21<br />
Timber Forest .............................................................. 30<br />
TMO ................................................................................. 23<br />
Volvo do Brasil .............................................................. 13<br />
Wood Mizer .................................................................. 27<br />
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EDITORIAL<br />
Ano XVIII - Edição n.º <strong>177</strong> - <strong>Agosto</strong> <strong>2016</strong><br />
Year XVIII - Edition n.º <strong>177</strong> - August <strong>2016</strong><br />
Ilustra a capa desta edição uma<br />
composição de imagens com<br />
destaque para as iscas formicidas<br />
produzidas e comercializadas<br />
pela Dinagro<br />
DE PAI PARA FILHO<br />
O cuidado com o início de tudo é primordial para que a base do negócio<br />
florestal seja bem solidificada. Esse início, é claro, refere-se ao solo e manejo de<br />
pragas, que normalmente afetam o plantio no momento em que está mais frágil,<br />
sem descartar os males que podem destruir comercialmente uma floresta<br />
já estabelecida. É como cuidar de um filho, os pais vão entender, tem que nutri-lo<br />
e protegê-lo das enfermidades para vê-lo crescer forte. Nas páginas desta<br />
edição o leitor encontra detalhes de nutrição do solo, tendências do manejo<br />
mecanizado das formigas cortadeiras e conhece um pouco mais sobre a espécie<br />
animal exótica que vem dando muita dor de cabeça aos silvicultores: o javali e<br />
a subespécie javaporco. Essa publicação também confere a oportunidade de<br />
saber um pouco mais sobre empresas que estão há anos no setor florestal e<br />
tecnologias que vão chegar ao mercado brasileiro em breve. Tenha uma ótima<br />
leitura e parabéns a todos os pais neste mês especial!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
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Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Fernanda Domingues<br />
Fernanda Maier<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Colaboreadores / Colaborators<br />
Fotógrafos: Mauricio de Paula<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Monica Kirchner - Coordenação<br />
Alessandra Reich<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
FROM FATHER TO SON<br />
Being careful with everything at the beginning is paramount to a well solidified forest<br />
business base. When I speak of the beginning, I'm referring to soil and pest management,<br />
which typically affect planting at the most fragile moment, without neglecting the dangers<br />
that can destroy an already commercially established forest. It's like taking care of<br />
a child, parents will understand, you have to nurture it and protect it from illness to see<br />
it grow stronger. In the pages of this issue, the reader will find details about soil nutrition,<br />
trends in leaf-cutter ant mechanized management, and a little more about the exotic<br />
animal species that have been leading to headaches for forest producers: the wild boar<br />
and the feral pig subspecies. This publication also provides the opportunity to know a<br />
little more about companies that have made-up the Forest Sector for years and the technologies<br />
that will reach the market soon. Have a pleasant read and congratulations to all<br />
fathers in this special month!<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
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to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
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CARTAS<br />
INCENTIVO<br />
Capa da Edição 176 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de julho de <strong>2016</strong><br />
Por Fabiano Caetano - Barra Mansa (RJ)<br />
Infelizmente o crescimento da atividade florestal no país<br />
encontra-se ameaçado pelo pequeno investimento na<br />
formação de florestas. Seria proveitoso fazer uma matéria<br />
incentivando tal ato.<br />
INFORMAÇÃO<br />
Por Josian Munhoz Santa - Cruz do Rio Pardo (SP)<br />
Foto: divulgação<br />
O Brasil apresenta grande competitividade no mercado<br />
florestal, é imprescindível estar bem informado, a revista<br />
traz esse conhecimento. Parabéns aos redatores e núcleo<br />
de diagramação.<br />
SEM TORAS<br />
Por Leonardo Siqueira -<br />
Xanxerê (SC)<br />
Foto: divulgação<br />
As invasões de terra em áreas<br />
produtivas são uma vergonha.<br />
Parabéns à REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
por abordar o tema mais uma vez.<br />
Espero que reportagens como esta<br />
tenham algum efeito sobre as autoridades.<br />
Imagem: divulgação<br />
LIMPEZA DE ÁREA<br />
Por Carlo Klipper - Mineiros (GO)<br />
Gostei da reportagem sobre rebaixamento de tocos e<br />
limpeza de área. Nós da área de silvicultura precisamos<br />
estar atentos ao que há de novo para melhorar a<br />
produtividade na implantação das florestas.<br />
NOVOS CLONES<br />
Por Delcio Pereira - Belo Horizonte (MG)<br />
Gostei da reportagem "Evolução Acelerada", publicada<br />
no mês de junho, sobre a tecnologia que reduz o tempo<br />
para a formação de novos clones. Esse tipo de avanço tem<br />
potencial de economizar milhões a empresas.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
RECEPÇÃO<br />
Acompanhamos uma operação<br />
de colheita e baldeio para a<br />
produção da reportagem que<br />
conta um pouco sobre a FB<br />
<strong>Florestal</strong> Barra. A recepção de<br />
toda a equipe foi perfeita.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Alex de Bitencourt Gomes,<br />
coordenador da Timber Forest<br />
em Guaíba, Rafael Macedo,<br />
editor do GRUPO JOTA, Amir<br />
Luiz Tonin e Celestino Munari,<br />
sócios da FB <strong>Florestal</strong>, Claumar<br />
Baldissera, coordenador de<br />
vendas da Timber e Dário<br />
Camargo Vieira, operador de<br />
harvester<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Amir Luiz Tonin e<br />
Celestino Munari, sócios<br />
da FB <strong>Florestal</strong>, Claumar<br />
Baldissera, coordenador<br />
de vendas da Timber, Alex<br />
de Bitencourt Gomes,<br />
coordenador da Timber<br />
em Guaíba e Elisandro<br />
Pawlowiski operador de<br />
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COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
O DESENVOLVIMENTO DO SETOR<br />
FLORESTAL EM SANTA CATARINA<br />
Não basta ter apenas vocação para o negócio, tem que criar condições<br />
para que se desenvolva<br />
P<br />
ara desenvolver o setor florestal não basta apenas ter<br />
florestas, sejam elas nativas ou plantadas. Existem<br />
diversos exemplos de regiões e países com extensas<br />
áreas florestais onde, no entanto, a contribuição das florestas<br />
para a melhoria das condições econômicas e sociais é<br />
irrelevante.<br />
As florestas produzem madeira, principal matéria-prima<br />
para a indústria florestal, mas somente isto não é suficiente.<br />
O modelo de desenvolvimento bem sucedido para o setor<br />
florestal deve considerar, além da oferta de madeira, uma<br />
estrutura otimizada de colheita e transporte para atender à<br />
demanda de uma indústria eficiente, capaz de transformar a<br />
madeira em produtos competitivos para o mercado.<br />
Um exemplo já mencionado nesta coluna no passado é o<br />
caso do Estado de Mato Grosso do Sul, onde plantações de<br />
alta produtividade são a base para o suprimento de madeira<br />
de uma indústria eficiente. O programa de desenvolvimento<br />
do Mato Grosso do Sul, desenvolvido pela Stcp, serviu para<br />
orientar os esforços visando orientar e impulsionar o crescimento<br />
do setor florestal.<br />
Santa Catarina é um outro exemplo de desenvolvimento<br />
do setor florestal, e o modelo adotado tem diferenças. Em<br />
Santa Catarina o setor florestal tem uma longa história, e<br />
adotou um modelo integrado de desenvolvimento, envolveu<br />
a cultura florestal envolvendo pequenos produtores rurais, e<br />
foi capaz de estabelecer uma estrutura industrial diversificada<br />
e de valor agregado.<br />
Em Santa Catarina as florestas nativas, principalmente<br />
araucária, foram por muito tempo a única fonte de matéria-prima<br />
para a indústria florestal. A indústria cresceu, diversificou<br />
e investiu na agregação de valor, incluindo móveis e outros<br />
produtos.<br />
Nas últimas décadas, o suprimento da indústria florestal<br />
de Santa Catarina passou a ser principalmente de madeira de<br />
florestas plantadas. Existem no Estado 650 mil ha (hectares)<br />
de florestas plantadas de alta produtividade, principalmente<br />
EVOLUÇÃO DO VALOR BRUTO DE PRODUÇÃO DA<br />
INDÚSTRIA FLORESTAL DE SANTA CATARINA<br />
VBP (R$ bilhões)<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
2007<br />
2008<br />
2009<br />
de pinus (80%) e eucalipto. Estas plantações atendem cerca<br />
de 3,3 unidades industriais.<br />
A evolução do VBP (Valor Bruto de Produção) da indústria<br />
florestal de Santa Catarina, que é mostrado na figura. Apesar da<br />
crise recente, o VBP da indústria florestal catarinense atingiu,<br />
em 2014, um valor de R$12,8 bilhões, o equivalente a 9% do<br />
VBP do setor florestal nacional.<br />
No intervalo de tempo de 2007 a 2014, o segmento de<br />
celulose e papel, seguindo uma tendência nacional, se destacou<br />
como o mais dinâmico, e cresceu em média 9% ao ano. Os<br />
demais segmentos também tiveram um bom desempenho. O<br />
segmento de produtos de madeira (serrados, lâminas, painéis<br />
de madeira e outros produtos), e ainda o segmento de móveis/<br />
produtos de valor agregado, cresceram em média 7,9% ao ano.<br />
O sucesso do modelo de desenvolvimento florestal de<br />
Santa Catarina é resultado de muitos anos de investimentos<br />
privados na implantação de florestas de alta produtividade<br />
e ainda investimentos no estabelecimento de uma indústria<br />
competitiva. O setor florestal de Santa Catarina é organizado,<br />
dinâmico, e está disposto a investir de forma permanente em<br />
tecnologia, capacitação e inovação. Estas são algumas das<br />
particularidades que têm impulsionado o desenvolvimento<br />
do setor florestal em Santa Catarina.<br />
2010<br />
2011<br />
2012<br />
2013<br />
2014<br />
Celulose e papel Produtos de madeira Móveis<br />
O setor florestal de Santa Catarina é organizado, dinâmico, e está disposto<br />
a investir de forma permanente em tecnologia, capacitação e inovação<br />
12<br />
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NOTAS<br />
SISTEMA<br />
INTEGRADO<br />
GERA LUCROS<br />
Foto: divulgação<br />
O retorno do investimento feito pelos produtores<br />
que adotam sistemas integrados de produção<br />
como a integração Ilpf (lavoura-pecuária-floresta)<br />
é maior do que aqueles que utilizam apenas a lavoura<br />
ou pecuária. O resultado foi identificado na<br />
Embrapa Agrossilvipastoril por meio da avaliação de<br />
quatro Unidades de <strong>Referência</strong> Tecnológica e Econômica<br />
em Mato Grosso. Na Fazenda Dona Isabina, em<br />
Santa Carmem (MT), por exemplo, para cada um real<br />
investido pelo proprietário no sistema integrado, no<br />
período de 2005 a 2012, o lucro foi de R$ 0,53. Já a<br />
fazenda modal da região, com agricultura exclusiva, nesse mesmo período teve um prejuízo de R$ 0,31 por real investido. De<br />
acordo com a Embrapa, os dados avaliados mostram que a Ilpf tem todas as condições de ser lucrativa, mas também reforçam<br />
a necessidade de planejamento e organização para tomar as decisões mais corretas no momento certo.<br />
INCÊNDIO<br />
FLORESTAL É CRIME<br />
Começou em junho a Campanha de Prevenção Contra Incêndios<br />
Florestais, realizada pela Cenibra. A conscientização é<br />
a melhor estratégia contra o incêndio florestal. Neste sentido,<br />
a empresa promoveu uma série de palestras educacionais para<br />
prevenção e combate a incêndios nas comunidades. Além disso,<br />
intensificou a divulgação do 0800 por meio de materiais informativos<br />
distribuídos a partir desta semana. Após receber a ligação, uma<br />
equipe da Cenibra verifica a veracidade das informações e toma as<br />
devidas providências. Uma prática comum na zona rural, o uso do<br />
fogo (queimada) para limpeza do solo, pasto ou plantação, deve<br />
respeitar os critérios determinados por lei, sem comprometer a<br />
terra e os recursos naturais. Contudo, a Lei número 9.605 /98,<br />
em seu artigo 41 tipifica como crime contra a flora, a conduta de<br />
provocar incêndio em mata ou floresta com pena de reclusão,<br />
de dois a quatro anos, e multa. Se o crime é culposo, a pena é de<br />
detenção de seis meses a um ano, além de multa.<br />
Foto: divulgação<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MERCADO<br />
DE EUCALIPTO<br />
EM SÃO PAULO<br />
Foto: divulgação<br />
O IEA (Instituto de Economia Agrícola), vinculado à Secretaria<br />
de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, realiza mensalmente<br />
o levantamento dos preços do eucalipto comercializado<br />
no Estado. De acordo com a pesquisa mais recente, depois de<br />
uma queda em maio, o mês de junho retomou o mesmo padrão<br />
que vem sendo observado há muito tempo. As perdas de valor<br />
real dos produtos madeireiros aparentemente diminuíram, mas,<br />
mesmo assim, a atividade continua complicada nas regiões de<br />
custo maior, menor produtividade ou demanda insuficiente. As<br />
cotações de eucalipto para venda ficaram em: R$ 41,73/m³ (metro<br />
cúbico) para biomassa, R$ 41,10 para processo, R$ 61,75 para<br />
tratamento e R$ 119,29 para serraria.<br />
EMBATE SOBRE MANEJO FLORESTAL<br />
Uma reportagem publicada na seção virtual<br />
do Estado de São Paulo sobre sustentabilidade,<br />
no dia 13 de julho atacou as concessões<br />
florestais e foi contestada pelo SFB (Serviço<br />
<strong>Florestal</strong> Brasileiro). De acordo com o texto,<br />
a exploração madeireira legal por meio de<br />
concessões de florestas é considerada hoje,<br />
uma das melhores estratégias para conter<br />
o desmatamento, mas um novo estudo que<br />
analisou projetos já existentes na Amazônia<br />
lançou um alerta: as espécies de árvores mais<br />
nobres podem estar sendo afetadas a ponto<br />
de chegaram perto de desaparecer em algumas<br />
regiões. “Uma vez retirado um número<br />
grande de indivíduos de espécies como cedro<br />
brasileiro, ipê e pau-rosa, eles não voltam a<br />
crescer a níveis comerciais e podem sumir completamente”. Em nota, o SFB rebateu diversas afirmações do texto, mostrou<br />
que o manejo florestal não é exclusividade de áreas em concessão e destacou que a retirada de indivíduos é criteriosa e<br />
abre espaço para que a floresta se desenvolva.<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
15
NOTAS<br />
MODELO DE<br />
FLORESTAS<br />
PLANTADAS<br />
Foto: divulgação<br />
A Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) apresentou<br />
as práticas do setor no manejo sustentável de<br />
plantações florestais no evento promovido pela<br />
Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, em<br />
Roma, em junho, durante a XXIII sessão do Comitê<br />
<strong>Florestal</strong> da FAO (Organização das Nações Unidas<br />
para Alimentação e Agricultura). A presidente-<br />
-executiva, Elizabeth de Carvalhaes, ressaltou que<br />
o grande diferencial do modelo brasileiro é a proteção de áreas naturais. Em 2015, para cada ha (hectare) plantado com árvores<br />
para fins industriais, outro 0,7 ha de mata nativa foi destinado à conservação. O potencial de armazenamento e captura<br />
de carbono da atmosfera pelas árvores plantadas produtivas e sua contribuição para a mitigação dos efeitos das mudanças<br />
climáticas e na construção da chamada economia de baixo carbono também foram tema da apresentação. Em 2015, os 7,8<br />
milhões de ha de árvores plantadas foram responsáveis pelo estoque de 1,7 bilhão de toneladas de CO2.<br />
MUDANÇAS<br />
NAS REGRAS<br />
Projeto de lei do governo do Estado do Rio Grande do Sul pretende<br />
estimular o investimento na silvicultura, cuja produção vem<br />
caindo nos últimos anos. A área destinada às florestas plantadas<br />
reduziu 21% em oito anos, passando de 748 mil para 590 mil ha<br />
(hectares), segundo levantamento do Comitê da Indústria de Base<br />
<strong>Florestal</strong> e Moveleira da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio<br />
Grande do Sul). Entre as justificativas dos produtores estão a burocracia<br />
e a falta de incentivos à cultura. Elaborado pelas secretarias<br />
da Agricultura e do Meio Ambiente, após oito anos e 16<br />
reuniões técnicas, o projeto de lei n° 145/<strong>2016</strong> está em análise<br />
na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa.<br />
Entre os objetivos estão a facilitação do cadastro, estabelecimento<br />
de regras mais claras e objetivas e a criação de ambiente propício<br />
ao investimento por parte de empresas e produtores.<br />
Foto: divulgação<br />
16<br />
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NOTAS<br />
MADEIRA<br />
NOS TRILHOS<br />
Foto: divulgação<br />
A Fibria firmou parceria com a empresa de logística<br />
VLI para transportar, por meio de ferrovia, a madeira<br />
adquirida de produtores da região de Sete Lagoas<br />
(MG). A iniciativa permitirá retirar cerca de 100<br />
caminhões por dia das estradas que ligam Minas Gerais<br />
ao Espírito Santo. A empresa está investindo R$<br />
6 milhões na reforma e adaptação de 214 vagões de<br />
trem que serão utilizados para o transporte de cerca<br />
de 2 milhões de m³ (metros cúbicos) de madeira nos<br />
próximos cinco anos. Os primeiros 131 vagões reformados<br />
já entraram em operação e o restante estará<br />
pronto até o final de agosto. Atualmente, o modal<br />
ferroviário representa 5% do transporte de madeira<br />
para a fábrica da Fibria. Com o novo contrato, esse<br />
percentual aumentará para 7%.<br />
SEM<br />
CRISE<br />
A V edição do Fórum Sustentabilidade e Governança vem com a<br />
missão de responder a seguinte questão: é possível ser sustentável em<br />
tempos de crise? Para isso o evento, que acontece nos dias 23 e 24 de<br />
agosto em Curitiba (PR), contará com a participação de 18 profissionais<br />
que ao longo dos dois dias vão apresentar painéis e realizar palestras<br />
transmitindo suas experiências e trocando ideias. Ao final do fórum<br />
haverá um debate síntese do evento. Assim como em todos os anos, o<br />
público interessado engloba executivos de empresas privadas e dirigentes<br />
de instituições governamentais, do terceiro setor, de organizações<br />
associativas setoriais e de instituições públicas. O evento é realizado<br />
pela Stcp Engenharia de Projetos e Milano Consultoria e Planejamento.<br />
Imagem: divulgação<br />
18<br />
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NOTAS<br />
CHILE ENFRENTA<br />
SECAS E<br />
DESERTIFICAÇÃO<br />
Foto: divulgação<br />
A seca já afeta 72% do território chileno, enquanto o fenômeno<br />
da desertificação atinge 21,7% das terras do país, de acordo<br />
com um relatório oficial. A desertificação dos solos compromete<br />
hoje cerca de 16,3 milhões de ha (hectares). O risco de degradação<br />
da terra em nível nacional alcançaria 79,1% da superfície, segundo<br />
o Programa de Ação Nacional de Luta Contra a Desertificação,<br />
elaborado pela Conaf (Corporação Nacional <strong>Florestal</strong>). Esse<br />
total corresponde a 59,8 milhões de ha, com mais de 12 milhões<br />
de pessoas afetadas. Esse é um problema que está preocupando os produtores florestais, que observam áreas com potencial<br />
de utilização diminuindo, o que inviabiliza a expansão da silvicultura.<br />
DRONES NA<br />
SILVICULTURA<br />
Sempre atenta às novidades do mercado, a Duratex<br />
investe constantemente em inovação e tecnologia a<br />
favor do meio ambiente e dos negócios. Recentemente,<br />
a companhia passou a utilizar drones para monitorar<br />
suas plantações de eucalipto. O equipamento é capaz<br />
de voar a até 200 m (metros) de altura e a mais de 50<br />
km/h (quilômetros por hora), captando imagens em alta<br />
resolução das unidades da empresa. “Com os drones,<br />
é possível avaliar de forma mais rápida e efetiva a qualidade<br />
de nossas florestas”, explica Mário Piazon Neto,<br />
engenheiro florestal da área de Qualidade.<br />
A tecnologia já está sendo aplicada em todas as<br />
unidades florestais da Duratex que estão situadas nos<br />
Estados de São Paulo e Minas Gerais e, em breve, deve<br />
ser utilizada também na unidade do Rio Grande do Sul,<br />
em Taquari.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
20<br />
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ALTA E BAIXA<br />
VENDAS EXTERNAS<br />
O saldo da balança comercial do setor brasileiro de árvores plantadas totalizou US$ 3,3 bilhões no primeiro<br />
semestre de <strong>2016</strong>, uma alta de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita de exportações<br />
de celulose, painéis de madeira e papel totalizou US$ 3,8 bilhões, crescimento de 3,8% na<br />
comparação com o mesmo período de 2015, quando o total foi de US$ 3,7 bilhões. De acordo com<br />
a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), as exportações de celulose brasileira continuam crescendo,<br />
com destaque para a China, que passou a ser o principal destino do insumo neste primeiro<br />
semestre.<br />
ALTA<br />
VALOR À FLORESTA<br />
Com a missão de contribuir para a promoção, a transferência de tecnologia, a inovação, a competitividade<br />
e a sustentabilidade das indústrias dos setores madeireiro e moveleiro da região amazônica, foi<br />
inaugurado o Instituto Senai de Tecnologia Madeira e Móveis Carlos Takashi Sasai, localizado no setor<br />
industrial de Rio Branco. O grande foco da instituição é atender as empresas que têm como principal<br />
matéria-prima a madeira tropical maciça de manejo florestal sustentável de florestas nativas. Entre os<br />
serviços que o instituto irá oferecer estão cursos de educação profissional, além da formação inicial e<br />
continuada em todas as áreas de atendimento da unidade.<br />
DESEMPREGO<br />
A taxa de desemprego no país ficou em 11,3% no trimestre encerrado em junho deste ano. Segundo a<br />
pesquisa, o contingente de desocupados chegou a 11,6 milhões de pessoas, 4,5% (ou 497 mil pessoas) a<br />
mais do que o trimestre encerrado em março e 38,7% (ou 3,2 milhões de pessoas) a mais do que no trimestre<br />
encerrado em junho de 2015. Na comparação com junho de 2015, seis grupamentos de atividades<br />
ficaram estáveis, enquanto quatro tiveram queda do rendimento: agricultura, pecuária, produção florestal,<br />
pesca e aquicultura (-5,9%). Os dados foram divulgados pelo Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e<br />
Estatística).<br />
BAIXA<br />
DESINFORMAÇÃO<br />
O mundo dispõe do conhecimento e da tecnologia necessários para conduzir de maneira<br />
sustentável as florestas temperadas, mas não ocorre o mesmo com as tropicais, afirmou o<br />
diretor-geral adjunto da FAO (Organização da Nações Unidas para Alimentação e Agricultura),<br />
René Castro. "Não temos nem o mesmo conhecimento e nem a experiência suficientemente sistematizada<br />
de como conduzi-las", garantiu o responsável, que reconheceu algumas experiências de<br />
êxito e outras muitas que fracassaram.<br />
22<br />
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BIOENERGIA EM<br />
CRESCIMENTO<br />
Foto: arquivo<br />
A<br />
potência outorgada pela Aneel (Agência<br />
Nacional de Energia Elétrica) na matriz<br />
elétrica do Brasil indica que a biomassa é<br />
responsável por 8,83% do total nacional, o equivalente<br />
a 14.019.781 KW (quilowatts). Das fontes de<br />
biomassa, o bagaço da cana-de-açúcar representa<br />
78,2% e o setor florestal vem em segundo lugar<br />
nessa lista, com 20% do total. A participação da<br />
biomassa na matriz elétrica brasileira poderia ser<br />
bem maior, mas vale destacar a importância dessas<br />
fontes de energia no contexto ambiental. Números<br />
elaborados pela Unica (União da Indústria<br />
de Cana de Açúcar) em junho de <strong>2016</strong>, a partir de<br />
dados da Aneel, mostram que a biomassa aparece em terceiro lugar na lista, atrás das fontes fósseis que representam<br />
17,25% da matriz elétrica total. A fonte hídrica se mantém na liderança com 66,95%. O combustível limpo vem crescendo<br />
na participação, em agosto de 2015 a fonte biomassa bateu seu recorde histórico de geração mensal para a rede,<br />
chegando a representar 8% do consumo nacional de eletricidade naquele mês. Por isso há boas perspectivas para os<br />
próximos anos.<br />
MAIS ENERGIA<br />
EM RONDÔNIA<br />
A<br />
Secretaria de Estado do Desenvolvimento<br />
Ambiental de Rondônia está empenhada<br />
em conseguir aval da comunidade e dos<br />
órgãos ambientais para iniciar a construção de duas<br />
termoelétricas movidas à biomassa. Em julho, o órgão<br />
realizou audiências públicas nos locais onde devem<br />
ser instaladas as usinas, no município de Itapuã<br />
do Oeste e no Distrito de Nova Mutum Paraná/Porto<br />
Velho. O objetivo das audiências foi a apresentação e<br />
discussão dos estudos ambientais. Quando prontas,<br />
as unidades de geração, de propriedade da empresa<br />
Rondon Pellets, terão potência para produzir 30 MW<br />
(megawatts) cada. Toda a energia produzida deverá<br />
ser incorporada ao sistema nacional integrado.<br />
Foto: divulgação<br />
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SOBRE CÓDIGO<br />
FLORESTAL<br />
Q<br />
uem busca entender melhor o Código<br />
<strong>Florestal</strong> pode acessar o hotsite<br />
lançado pela Embrapa (Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que<br />
traz todas as informações sobre o tema. Na<br />
página, o internauta encontra as definições<br />
de área de preservação permanente, reserva<br />
legal e de cadastro ambiental rural, todos<br />
conceitos usados na lei. Além de informações<br />
para facilitar o entendimento do Código <strong>Florestal</strong>, o hotsite (www.embrapa.br/codigo-florestal) traz conteúdos técnicos<br />
para a recuperação de áreas rurais e sugestões de boas práticas agrícolas que contribuam com o desenvolvimento sustentável<br />
nos diferentes biomas.<br />
Imagem: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
OLÉO DE<br />
PINUS<br />
U<br />
m projeto conduzido por<br />
pesquisadores chilenos concluiu<br />
que o óleo extraído<br />
das sementes do Pinus radiata fornece<br />
propriedades importantes para<br />
saúde, atuando como moderador de<br />
apetite e insulina. Segundo os responsáveis<br />
pelo estudo, o produto não é<br />
um medicamento, mas um alimento<br />
com propriedades farmacológicas. A<br />
intenção é que possa auxiliar no combate<br />
à obesidade e na prevenção da<br />
diabetes. A pesquisa tambem aponta<br />
que a comercialização do óleo em forma de capsulas é viável econômicamente e pode ter a partcipação de comunidades<br />
que vivem próximas às florestas.<br />
26<br />
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FRASES<br />
Somos o único<br />
país no mundo<br />
com quase 62% de<br />
vegetação nativa<br />
intacta, é preciso<br />
agregar esse<br />
selo à produção<br />
nacional, dizer ao<br />
mundo que temos<br />
qualidade com<br />
sustentabilidade<br />
A agricultura comercial não pode continuar<br />
crescendo às custas das florestas e dos recursos<br />
naturais da América Latina<br />
Jorge Meza, oficial florestal da FAO (Organização das Nações Unidas para a<br />
Alimentação e a Agricultura), ao comentar que 70% da exploração predatória de<br />
florestas na América Latina nos anos 2000 a 2010 foi feita pela agricultura comercial<br />
Agora é a vez da mecanização da silvicultura, já<br />
que a mão de obra será cada vez mais escassa<br />
Diretor presidente da Duratex, Antonio Joaquim de Oliveira, sobre a fase em<br />
que se encontra o negócio florestal<br />
Ministro da Agricultura em<br />
exercício, Eumar Novacki,<br />
afirmando que o país deve<br />
trabalhar mais o marketing<br />
verde<br />
Ou deixamos como está no Código <strong>Florestal</strong>,<br />
ou decidimos o prazo (para os proprietários se<br />
adequarem) a partir de quando o Estado<br />
implantar o PRA<br />
Deputado federal Josué Bengston, sobre o período que o produtor rural tem<br />
para adequar passivos por meio do PRA (Programa de Regularização Ambiental),<br />
lembrando que apenas oito dos 27 Estados implementaram o programa até agora<br />
Elas (as ações contra o Código <strong>Florestal</strong>)<br />
defendem a aplicação, no Brasil, do chamado<br />
Princípio da Proibição do Retrocesso. Isso significa<br />
que qualquer lei que, no entendimento do Ministério<br />
Público, trouxer um retrocesso ambiental será<br />
declarada inconstitucional<br />
Foto: divulgação<br />
Marcos Saes, especialista em Direito Ambiental, sobre as Adin (ações diretas<br />
de inconstitucionalidade) que questionam o Código <strong>Florestal</strong> Brasileiro,<br />
previstas para serem julgadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em<br />
setembro<br />
28<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: Heber Marçal<br />
Gleyson Araújo de Jesus<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
Eunápolis (BA) - 08/08/1978<br />
Eunápolis (BA) - August 8, 1978<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Produtor <strong>Florestal</strong> e Presidente Executivo Aspex<br />
Bachelor of Information Systems, Technician in Business Administration<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Bacharel Sistema de Informação, Técnico em Administração de Empresas<br />
Forest Producer and Executive President of the Association of Eucalyptus Producers in the Extreme South of Bahia<br />
Associativismo é o caminho<br />
Association is the way<br />
A<br />
demanda por madeira de floresta plantada para abastecer<br />
uma grande indústria de celulose no extremo sul<br />
da Bahia favoreceu o empreendedorismo de diversos<br />
silvicultores. Os produtores se organizaram e há 10 anos formaram<br />
a Aspex (Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul<br />
da Bahia). A entidade congrega mais de 90 associados, que juntos<br />
plantaram 17 mil ha (hectares). Com apoio tecnológico e parceria,<br />
eles alcançaram a produtividade média no crescimento florestal<br />
de 45 m³/ha.ano (metros cúbicos por hectare ao ano), para ciclos<br />
médios de 6,5 anos. Conversamos com o presidente da entidade,<br />
Gleyson Araújo de Jesus, para saber mais sobre a relação com<br />
a principal consumidora da matéria-prima que produzem e da<br />
intenção de diversificar o mercado, algo que já vem ocorrendo.<br />
T<br />
he demand for timber from planted forests to supply a<br />
large pulp producer in the extreme south of the State of<br />
Bahia favored the entrepreneurship of several forest producers.<br />
The producers organized themselves about 10 years ago<br />
to create the Association of Eucalyptus Producers in the Extreme<br />
South of Bahia (Aspex), which brings together more than 90<br />
members who planted 17 thousand hectares (ha) of forest. With<br />
technological support and partnership, they achieved a forest<br />
growth productivity of 45 m ³/ha.year (cubic meters per hectare<br />
per year), in a 6.5 year cycle on average. We talked with the President<br />
of the entity, Gleyson Araújo de Jesus, to learn more about<br />
the relationship with the main consumer of the raw material that<br />
the members produce and the intentions to diversify the market,<br />
something that is already occurring.<br />
32<br />
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Quais são os principais compradores da madeira?<br />
Os produtores florestais associados a Aspex estão vinculados<br />
ao programa produtor florestal de uma empresa de celulose de<br />
nossa região, nossa grande parceira, que assim como muitos de<br />
nossos associados acredita e fomenta o desenvolvimento de<br />
diversificação e do uso múltiplo da madeira. Exemplo disto são<br />
empresas de tratamento de eucalipto e unidades de processamento<br />
de madeira para construção civil e embalagens.<br />
Nos programas de fomento, normalmente, parte da madeira<br />
fica com o produtor. De que maneira os silvicultores estão manejando<br />
essas árvores, ciclo longo para serraria ou ciclo curto<br />
mesmo? Existem compradores?<br />
Temos a possibilidade, pautado em acordo comercial, de negociar<br />
um percentual da produção para outros mercados. Contudo, em<br />
nossa região, em função dos mercados estarem em desenvolvimento,<br />
a grande maioria dos produtores maneja para a produção<br />
de celulose. A exemplo da busca por diversificação e oportunizar<br />
negócios, realizaremos nos dias 31 de agosto a 02 de setembro<br />
um grande evento do setor florestal em nossa região o “Aspex<br />
Bahia <strong>Florestal</strong>”, com o intuito de promover amostras, network,<br />
conhecimento e negócios.<br />
Como está a relação dos fornecedores e consumidores, principalmente<br />
no que diz respeito ao preço da madeira?<br />
O fato de termos 100% de nossa madeira certificada com manejo<br />
florestal sustentável, nos traz a um patamar diferenciado e<br />
com precificação garantida dentro dos nossos contratos. Existe<br />
aumento da procura de nosso produto florestal entre demais<br />
mercados nacionais e internacionais.<br />
Como está a viabilidade econômica destes programas de fomento?<br />
Estamos inseridos em um programa de incentivo florestal e, com<br />
base nesses termos, a condição é permanecer na atividade em<br />
pleno cumprimento aos rigorosos princípios e critérios das normas<br />
de certificação de manejo florestal. Nesse contexto a Aspex<br />
é detentora e gestora dos certificados, sendo interlocutora dos<br />
interesses dos seus associados junto à empresa incentivadora.<br />
Essas empresas estabelecem padrões para os produtores<br />
Who are the main timber buyers?<br />
The forest producers associated with Aspex are linked to the forest<br />
outgrower program of a pulp producer in our Region, our<br />
main partner, who, like many of our members, believes in and<br />
promotes the development and diversification for the multiple<br />
use of timber. Examples of this are eucalyptus treatment companies<br />
and timber processing units for building construction<br />
and packaging.<br />
In outgrower programs, normally part of the timber remains<br />
with the producer. In what way are the forest producers managing<br />
their forests, long cycle for sawmill or just short cycle?<br />
Are there are buyers?<br />
We have the possibility, based on sales agreements to negotiate<br />
the sale of a percentage of production with other markets.<br />
However, in our Region, in function of the markets still being in<br />
the development stage, the vast majority of producers manage<br />
their forests for pulp production. As an example of the search<br />
for diversification and enhancing business, from August 31 to<br />
September 2, we are holding a big event for the Forest Sector<br />
in our Region, Aspex Bahia <strong>Florestal</strong>, with the aim of promoting<br />
samples, networking, sharing knowledge and creating business.<br />
What is the relationship between suppliers and consumers,<br />
especially as regards to the timber price?<br />
The fact that 100% of our timber is certified using sustainable<br />
forestry management puts us at a differentiated level and with<br />
pricing guaranteed in our contracts. There is an increasing demand<br />
for our forest products in other national and international<br />
markets.<br />
How is the economic viability of these outproducer programs?<br />
We operate within a forest incentive program, and based on<br />
that, we have the condition to remain in full compliance with<br />
the most rigorous activity principles and criteria of forest management<br />
certification standards. In this context, Aspex is the<br />
certification holder and manager, speaking as to the interests of<br />
its members with the outsourcer company.<br />
Do these companies set standards for the outgrower to follow<br />
(relative to timber quality, working conditions ...)?<br />
“O fato de termos 100% de nossa madeira certificada<br />
com manejo florestal sustentável nos traz a um patamar<br />
diferenciado e com precificação garantida dentro dos<br />
nossos contratos”<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
33
ENTREVISTA<br />
seguirem?<br />
Felizmente dentro do programa de incentivo florestal do qual fazemos<br />
parte, recebemos a transferência de técnicas e tecnologias<br />
por parte da nossa principal parceira e compradora, assim como<br />
das empresas prestadoras de serviços que partilham do plano<br />
de manejo integrado, a fim de promover os melhores resultados<br />
não focados somente no econômico, mas no ambiental e social.<br />
Como está estabelecida a Apex atualmente?<br />
A entidade comemora 10 anos e no evento Aspex Bahia <strong>Florestal</strong>,<br />
será realizada uma solenidade que registra essa data de muita<br />
expressão para nossa associação que tem uma base de plantio<br />
de seus associados na ordem de mais de 17 mil ha, distribuídos<br />
em mais de 10 municípios de nossa região sul da Bahia, congregando<br />
mais de 90 produtores florestais que em um processo de<br />
melhoria constante, são possuidores de dupla certificação de<br />
manejo florestal.<br />
Por que houve a necessidade de criar uma associação voltada<br />
para atender esses produtores?<br />
A fim de lidar com as questões de organização da produção de<br />
madeira para celulose, sem se descuidar das interferências sócio-<br />
-ambientais, políticas e econômicas, defendendo os interesses<br />
dos produtos florestais que passaram a integrar a grande família<br />
Aspex. Acreditamos no associativismo e para tanto buscamos<br />
promover o crescimento das pessoas, o entendimento com a<br />
sociedade.<br />
Quais são as principais dificuldades dos plantadores florestais<br />
na região?<br />
O produtor florestal tem as grandes dificuldades comuns aos<br />
produtores rurais. Entre elas estão as variações climáticas, a<br />
necessidade de agregar entidades para um manejo unificado, a<br />
construção de novos mercados, a qualificação da mão de obra,<br />
a busca constante para redução de despesas, mais eficiência e<br />
eficácia na realização de atividades. Também existe o esforço para<br />
fazer-se presente ocupando cadeiras nas instituições diversas que<br />
são de influência para nosso setor.<br />
De que maneira a associação procura auxiliá-los nesses de-<br />
Fortunately, within the forest incentive program of which we<br />
are a part, we receive the transfer of techniques and technologies<br />
on the part of our main partner and buyer, as do the service<br />
providers who share in the integrated management plan, in order<br />
to promote the best results not only focused on savings but<br />
also on the environmental and social aspects.<br />
What is the current Apex framework?<br />
The organization was created 10 years ago, and at Aspex Bahia<br />
<strong>Florestal</strong>, we will celebrate this very important date for our association<br />
that has a member forest base that represents more<br />
than 17 thousand ha of planted forest, distributed throughout<br />
more than 10 municipalities in the Southern Region of Bahia.<br />
The Association brings together more than 90 forest producers,<br />
who in a process of constant improvement and are holders of<br />
double forest management certification.<br />
Why was there a need to create an association aimed at meeting<br />
the needs of these producers?<br />
In order to deal with the organizational issues of pulp timber<br />
production, without neglecting the social and environmental,<br />
economic and political interferences, and to defend the interests<br />
of those forest producers who have joined the large Aspex family.<br />
We believe in association seeking to promote both personal<br />
development and societal understanding.<br />
What are the main difficulties for forest planters in the Region?<br />
The forest producer has the same difficulties common to all rural<br />
producers. Amongst them are the climatic variations, the<br />
need to bring together entities for a unified management, the<br />
building of new markets, worker training, the constant search<br />
for reduced costs, and more efficiency and effectiveness in carrying<br />
out activities. There is also the effort to have a presence,<br />
by occupying positions in the different institutions that influence<br />
our Sector.<br />
In what way does the Association seek to assist the producers<br />
to meet these challenges?<br />
“Nossa associação tem uma base de plantio de seus<br />
associados na ordem de mais de 17 mil ha, distribuídos<br />
em mais de 10 municípios de nossa região sul da Bahia,<br />
congregando mais de 90 produtores florestais”<br />
34<br />
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safios?<br />
A Aspex busca, por meio de sua diretoria e conselho deliberativo<br />
extremamente atuantes, promover a realização de assembleias<br />
periódicas, estabelecer parcerias com sindicatos para promoção<br />
de capacitações e treinamentos, realiza atendimentos sobre<br />
demanda ao produtor, sendo um canal de comunicação entre o<br />
mesmos e seus parceiros, contando com as diversas assessorias<br />
que dispõem. Atenta para as questões legais, sociais e ambientais,<br />
sendo representativa junto aos municípios, Estado e federação<br />
atuando de maneira transparente e firme no cumprimento dos<br />
objetivos.<br />
Qual o nível de mecanização dos associados, tanto na colheita<br />
quanto na silvicultura?<br />
O nível de mecanização é alto, com produtores que dispõem de<br />
máquinas e insumos de ponta para o processo de tratos culturais<br />
por meio da contratação de empresas prestadoras de serviço.<br />
Porém, o processo de corte, baldeio e transporte ainda é realizado<br />
pela compradora que possui grande expertise e parque de<br />
máquinas ajustada para sua demanda de produção.<br />
Como a entidade mostra caminhos para alcançar um modelo<br />
produtivo que traga retorno financeiro a quem planta madeira?<br />
O que está posto é seguir um bom plano de manejo com planejamento<br />
estratégico, atendimento às normas de certificação de<br />
manejo florestal integrado, profissionalizando nosso associado<br />
para o objetivo fim da produção: saber o que produzir (qual<br />
melhor espécie, clone), o quanto, para quando, enfim buscar<br />
fazer gestão do seu negócio.<br />
Qual sua estimativa de crescimento nas áreas plantadas para<br />
a região nos próximos anos? Haverá demanda?<br />
Acreditamos na melhoria da economia de modo geral retirando<br />
da palavra crise o “s” e lendo tão somente crie. Promover a<br />
diversificação de mercado florestal, reforçar o incentivo ao produtor<br />
pela empresa âncora e apoiar a expansão das unidades<br />
de produção de celulose, nos faz pensar na real possibilidade<br />
de aumento em cerca de 50% das áreas de plantio. Certamente<br />
haverá demanda e estaremos prontos como associação para<br />
enfrentar desafios e agregar novos produtores.<br />
Through its extremely active Board of Directors and Deliberative<br />
Council, Aspex seeks to promote the holding of periodic<br />
meetings, establish partnerships with the trade union system<br />
for the promotion of skills and training, respond to producer demands,<br />
and be a communication channel between producers<br />
and their partners, maintaining contact with the various partner<br />
specialists. Attentive to the legal, social and environmental<br />
issues, we seek to represent members with the municipalities,<br />
States and Federation acting transparently and in compliance<br />
with the goals.<br />
What is the mechanization level of members, both as to forestry<br />
and harvesting?<br />
The mechanization level is high, with producers using state-ofthe-art<br />
machinery and inputs for forestry practices through the<br />
hiring of service providers. However, the felling, handling and<br />
transport processes are still carried out by the buyer who has<br />
expertise and machinery adjusted to its productive needs.<br />
How does the entity demonstrate the ways to achieve a productive<br />
model that provides a financial return to those who<br />
plant the forests?<br />
What we recommend is following a good management plan<br />
with strategic planning, meeting the certification standards of<br />
integrated forest management, and member professionalization<br />
with the objective of end production: knowing what to produce<br />
(what is the best species or clone), how much and when,<br />
and in the end searching for the way to best manage their business.<br />
What is your estimate for the growth of planted areas in the<br />
Region over the coming years? Will there be demand?<br />
We believe in the improvement of the overall economy through<br />
the use of creativity. Promoting the diversification of the forest<br />
market, strengthening the incentives to producers by the<br />
sponsoring company, and supporting the expansion of the pulp<br />
production units, leads us to believe in the real possibility of an<br />
about 50% increase in planted areas. Certainly there will be demand,<br />
and we will be ready as an association to take on the<br />
challenges facing our members and adding new producers.<br />
“Existe a real possibilidade de aumento em cerca de<br />
50% das áreas de plantio. Certamente haverá demanda<br />
e estaremos prontos como associação para enfrentar<br />
desafios e agregar novos produtores”<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35
PRINCIPAL<br />
Foto: divulgação<br />
Com<br />
tudo<br />
em<br />
baixo<br />
Fotos: divulgação<br />
36<br />
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O SOLO TEM ELEMENTOS<br />
IMPORTANTES QUE AS<br />
ÁRVORES PRECISAM<br />
PARA SE DESENVOLVER<br />
COM INFLUÊNCIA<br />
DIRETA NO INCREMENTO<br />
FLORESTAL, O<br />
DESAFIO É NUTRI-LO<br />
DE FORMA PRECISA E<br />
INDIVIDUALIZADA<br />
É<br />
difícil apontar qual o elemento mais importante na<br />
silvicultura. Existe o material genético a ser plantado,<br />
que deve ter alta qualidade, o clima – o qual não<br />
temos qualquer controle – também tem que ser considerado<br />
porque interfere no desenvolvimento dos indivíduos, mas<br />
sem dúvida nenhuma o solo está no top 3 em importância.<br />
Ele tem impacto direto no crescimento da floresta e é dele,<br />
em grande parte, a responsabilidade pela sustentabilidade<br />
da atividade. Porém, saber precisamente se ele reúne todos<br />
os elementos que as mudas precisam e na quantidade adequada<br />
não é tarefa simples.<br />
Por outro lado é (quase) sempre possível corrigi-lo, até<br />
por isso, para muitos não existe solo ruim, apenas mal manejado.<br />
O segredo está na análise cada vez mais precisa e<br />
individualizada.<br />
A capacidade produtiva de florestas plantadas, em grande<br />
parte, dependente do solo em que crescem. Porém, variações<br />
na paisagem (relevo, altitude, regime hídrico, por exemplo)<br />
ou decorrentes do manejo do solo (arações sucessivas,<br />
queima de resíduos, plantio direto, dentre outros) podem<br />
afetar o desempenho de espécies florestais de maneira positiva<br />
ou negativa. “Desta forma, o acesso ao conhecimento de<br />
atributos físicos, químicos e biológicos do solo podem ajudar<br />
produtores, empresas e tomadores de decisão na avaliação<br />
da sua qualidade, especialmente quanto à sustentabilidade<br />
de funções ecossistêmicas da floresta em longo prazo, como<br />
a conservação do solo e da água, a regulação do clima e o<br />
próprio sequestro de carbono”, avalia Fabiano de C. Balieiro,<br />
pesquisador da Embrapa Solos.<br />
A sustentabilidade da atividade florestal está relacionada<br />
diretamente à conservação da qualidade do solo, conceito<br />
que surgiu no final do século passado, que ampliou a simples<br />
avaliação da aptidão e fertilidade para uma visão mais ampla<br />
do funcionamento do solo dentro dos limites do ecossistema<br />
manejado ou natural. “Ou seja, por meio do conhecimento<br />
de propriedades ou atributos indicadores e processos relacionados<br />
a funções importantes desempenhadas pelos solos<br />
pode-se inferir sobre a saúde do solo, ou seja, sua qualidade”,<br />
completa Guilherme M. Chaer, pesquisador da Embrapa Agrobiologia.<br />
As pesquisas vêm avançando muito a partir dessa visão<br />
mais ampla, especialmente na análise integrada desses indicadores<br />
por meio de técnicas de estatística multivariada ou<br />
de modelos de cálculo de índices de qualidade. “No entanto,<br />
desafios de ordem operacional (analítica, especialmente) e de<br />
interpretação permanecem, pois em ecossistemas florestais<br />
os valores ideais de atributos do solo usados para quantificar<br />
a performance de funções do solo podem variar espacial e<br />
temporalmente”, pondera Guilherme M. Chaer.<br />
Entre as novas ferramentas promissoras na avaliação da<br />
qualidade do solo no Brasil estão as análises de atributos microbiológicos,<br />
como avaliações que quantificam a atividade e<br />
a biomassa microbiana do solo. “Esses atributos são bastante<br />
sensíveis à alterações no manejo do solo em comparação à<br />
maioria dos atributos químicos e físicos. Dessa forma, o monitoramento<br />
da biomassa microbiana e de indicadores de sua<br />
atividade no solo podem, por exemplo, antecipar uma perda<br />
ou ganho de carbono antes que isso se concretize ao longo<br />
de vários anos sob um dado uso e manejo do solo”, explica<br />
Guilherme Chaer.<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
37
Foto: REFERÊNCIA<br />
PRINCIPAL<br />
Solo é<br />
responsável pela<br />
sustentabilidade<br />
da atividade,<br />
por isso deve ser<br />
cuidadosamente<br />
manejado<br />
OLHAR CLÍNICO<br />
Para conferir um diagnóstico preciso sobre a situação do<br />
solo, laboratórios vêm se adaptando para que as análises microbiológicas<br />
sejam incorporadas na rotina de avaliações de<br />
atributos químicos e físicos. Outra evolução são as tabelas<br />
de interpretação de alguns atributos microbiológicos que<br />
estão sendo desenvolvidas e deverão nortear programas de<br />
avaliação da qualidade do solo. “Em breve, produtores e empresas,<br />
ao enviarem amostras para fertilidade do solo, por exemplo,<br />
poderão também se beneficiar da informação de atributos<br />
microbiológicos que, em conjunto aos demais, poderão<br />
ser usados para calcular índices de qualidade de funções<br />
específicas do solo, como por exemplo, as relacionadas à capacidade<br />
dos solos de reter e prover água para as plantas, de<br />
ciclar nutrientes ou de sequestrar carbono”, apontam os pesquisadores.<br />
A biologia molecular tem um grande papel nesses<br />
avanços. “Ela tem permitido interpretar mais facilmente e de<br />
forma mais sensível a diversidade estrutural e funcional dos<br />
microrganismos no solo”, destaca o pesquisador da Embrapa<br />
Florestas, Itamar Bognola.<br />
De acordo com os especialistas, o desenvolvimento dos<br />
IQS (Índices de Qualidade do Solo) pode ter grande aplicação<br />
na área florestal. O IQS baseia-se em modelos matemáticos<br />
que relacionam atributos-indicadores (medidos diretamente<br />
no campo ou a partir de amostras) a funções relevantes que<br />
o solo desempenha. “É essencial para uso do IQS, porém, que<br />
os atributos medidos sejam sensíveis ao manejo; de mensuração<br />
fácil e barata; relevantes entre os sítios e no tempo; sejam<br />
adaptáveis a situações específicas e com relação íntima a<br />
funções importantes do solo”, recomenda Guilherme Chaer.<br />
Um detalhe importante é que a habilidade do pesquisador em<br />
entender o comportamento dinâmico dos processos do solo<br />
e sua relação com os indicadores aumenta o sucesso de uso<br />
desse método e de sua adaptação a diversas situações.<br />
Esquema das relações entre funções do solo e indicadores de qualidade do solo<br />
Funções<br />
do Solo<br />
Promover o<br />
crescimento<br />
das raízes<br />
Receber,<br />
armazenar e<br />
suprir água<br />
Armazenar,<br />
suprir e ciclar<br />
nutrientes<br />
Promover as<br />
trocas<br />
gasosas<br />
Promover<br />
a atividade<br />
biológica<br />
Atributos da<br />
qualidade do solo<br />
Qualidade<br />
Química<br />
Qualidade<br />
Física<br />
Qualidade<br />
Biológica<br />
Indicadores de<br />
Qualidade do solo<br />
Teor de P.N<br />
MOS<br />
P-orgânico<br />
CTC<br />
pH<br />
Temperatura<br />
Densidade<br />
Porosidade<br />
Agregação<br />
Retenção H2O<br />
Biodiversidade<br />
Ativ. enzimas do solo<br />
C e N da biomassa<br />
Quociente metabólico<br />
Tx. mineralização de N<br />
38<br />
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Indicadores microbiológicos usados na avaliação da qualidade de solos florestais<br />
Indicador Reação Atividade indicadora/função<br />
C-Biomassa microbiana Inúmeras reações Ciclagem e reserva de nutrientes<br />
Respiração basal Oxidação microbiana da matéria orgânica Decomposição e mineralização da MOS<br />
qCO2* Eficiência no uso do C para biossíntese Estresse ambiental<br />
Β-glucosidade Hidrólise da celobiose Ciclagem do C<br />
Fosfatase Liberação de PO4- Ciclagem do P<br />
Arilsulfatase Liberação de SO4= Ciclagem do S<br />
FDA** Atividade de hidrolases em geral Atividade enzimática<br />
Celulase Hidrólise da celulose Ciclagem do C<br />
Urease Hidrólise da ureia Ciclagem do N<br />
Indicadores microbiológicos usados na avaliação da qualidade de solos florestais<br />
SOPA DE LETRINHAS<br />
Quando o pesquisador da Embrapa Solos diz que o responsável<br />
pela análise tem que entender do assunto ele fala<br />
sério. Lembra das aulas de química, tabela periódica e tal?<br />
Pois é, dominar o assunto é imprescindível. Veja o porquê:<br />
“os elementos necessários para o crescimento vegetal e fechamento<br />
de seu ciclo, são chamados de essenciais, pois não<br />
há um mais ou menos importante que outro”, detalha Guilherme,<br />
da Embrapa Agrobiologia. A existência de apenas um<br />
elemento em quantidade no solo aquém da exigência da planta,<br />
restringirá o crescimento dela.<br />
A classificação dos nutrientes essenciais se relaciona com<br />
a quantidade absorvida pelas plantas. Os macronutrientes (N,<br />
P, K, Ca, Mg e S) são aqueles exigidos em maior quantidade e<br />
os micronutrientes (Zn, B, Mn, Fe, Cu, Cl, Mo, Ni) em menor.<br />
Porém, determinados solos podem não prover quantidades<br />
suficientes desses elementos para o perfeito desenvolvimento<br />
ou produtividade esperada. Daí o produtor deve lançar mão<br />
de estratégias de correção e adubação para as deficiências ou<br />
mesmo equilibrar nutrientes. Por isso é necessário conhecer<br />
as necessidades nutricionais da espécie. “A escolha do adubo<br />
- que leva em consideração sua eficiência e valor econômico<br />
- deve ser também avaliada, pois resultados diferenciados na<br />
resposta das culturas podem ser obtidos em decorrência da<br />
fonte de nutriente usada”, alerta o pesquisador da Embrapa<br />
Solos, Paulo César Teixeira. No Brasil, o fósforo e o potássio<br />
são macronutrientes absolutamente fundamentais para que<br />
Terrenos com declive merecem mais<br />
atenção pela ação da chuva<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
PRINCIPAL<br />
Tabela periódica do solo<br />
N - Nitrogênio<br />
P -Fósforo<br />
K - Potássio<br />
Ca - Cálcio<br />
Mg - Magnésio<br />
S - Enxofre<br />
Zn - Zinco<br />
B - Boro<br />
Mn - Manganês<br />
Fe - Ferro<br />
Cu -Cobre<br />
Cl - Cloro<br />
Mo - Molibdênio<br />
Ni - Níquel<br />
se consiga manter a produtividade dos plantios de eucalipto<br />
em altos níveis. “Quanto aos micronutrientes, o boro é o elemento<br />
que apresenta níveis mais limitantes nos solos florestais”,<br />
aponta o pesquisador Itamar, da Embrapa Florestas.<br />
A ocorrência da deficiência de boro se intensifica à medida<br />
que os reflorestamentos avançam para áreas de cerrado,<br />
onde o regime de chuvas é caracterizado por período prolongado<br />
de déficit hídrico.<br />
O consumo de adubos é responsável por uma parcela considerável<br />
dos custos de implantação da cultura. Para a cultura<br />
do eucalipto, por exemplo, os custos podem variar de 15%-<br />
30% a depender dos preços dos fertilizantes. Porém, o retorno<br />
em aumento de produtividade fica entre 20% a 40%, especialmente<br />
em sítios de qualidade inferior. Um dos estudos<br />
mais completos sobre a resposta do eucalipto à adubação, irrigação<br />
e uniformidade do plantio, baseado em experimentos<br />
localizados em diversas regiões, concluiu que a ausência da<br />
adubação reduziu em 28% o IMA (Incremento Médio Anual)<br />
da cultura, comparativamente às práticas tradicionais usadas<br />
pelas empresas florestais. "Apesar de variações entre sítios<br />
terem ocorrido, de um modo geral, a elevação das doses de<br />
adubos ao eucalipto (para níveis além do tradicional) não se<br />
reverteu em ganhos significativos de produtividade, o que nos<br />
leva a concluir que as prescrições de fertilizantes tem alcançado<br />
elevada eficiência de uso desses insumos." O estudo foi<br />
realizado por José Luiz Stape e colaboradores e publicada em<br />
2010.<br />
A baixa exigência nutricional de essências florestais como<br />
eucalipto, pinus e algumas acácias, por exemplo, bem como a<br />
tolerância à acidez do solo e aos níveis de Al (alumínio) trocável<br />
fazem com que produtores negligenciem a correção ou as<br />
exigências em Ca e Mg das plantas. Por outro lado, as grandes<br />
empresas do setor preferem não correr o risco de ter a produtividade<br />
afetada, recomendando doses seguras de adubos e<br />
Restrição de<br />
água tem grande<br />
impacto negativo<br />
no solo<br />
corretivos. “Vale comentar que a produtividade do eucalipto<br />
pode ser afetada negativamente em função da matocompetição,<br />
seca, e efeitos decorrentes da adubação mal feita.”<br />
Alguns métodos básicos de correção do solo podem<br />
ajudar bastante. O primeiro generaliza as doses entre 300 kg e<br />
500 kg (quilogramas) de Ca, baseadas nas exportações médias<br />
de Ca e Mg pelo tronco. “O insumo recomendado é o calcário<br />
dolomítico de forma a corrigir o Mg indiretamente, por isso<br />
a dose desse insumo pode variar de 1.500 a 2.500 kg ha-1<br />
(quilogramas por hectare)”, explica Paulo César Teixeira, pesquisador<br />
da Embrapa Solos. Outros métodos, como o baseado<br />
na elevação da saturação por bases ou na correção do Al e das<br />
exigências do Ca e Mg da cultura também podem ser usados.<br />
O problema é que muitas empresas e produtores florestais<br />
aplicam formulações fixas de adubos NPK, mesmo após a coleta<br />
de amostras de solos e respectivas análises em laboratórios.<br />
“De nada adianta uma coleta e respectiva análise serem<br />
bem feitas se vai utilizar apenas uma formulação corretiva e<br />
de fertilização para todas as áreas da empresa florestal”, pondera<br />
Itamar Bognola. Para ele, as empresas deveria coletar<br />
amostras de solos por unidades de manejo operacionais e/ou<br />
por classes de solos e daí recomendarem, a partir dos resultados<br />
de análises laboratoriais, a adubação mais adequada para<br />
cada ambiente de forma diferenciada. “Assim a possibilidade<br />
de sucesso é bem maior, com retornos financeiros e ambientais<br />
muito mais efetivos.”<br />
SOLOS INCLINADOS<br />
A expansão das florestas plantadas também tem ocorrido<br />
em áreas declivosas. Nessas condições a adubação tem que<br />
ser cuidadosamente planejada, porque terrenos dobrados<br />
permitem que os fluxos de energia e água sejam maiores ou<br />
menores. "Especialmente durante as operações de preparo<br />
Foto: divulgação<br />
40<br />
www.referenciaflorestal.com.br
do solo e de colheita, então, deve-se tomar precauções para<br />
diminuir os riscos de potencializar processos erosivos e o assoreamento<br />
de recursos hídricos", pondera o pesquisador Fabiano<br />
Balieiro.<br />
Várias práticas e recomendações podem ser feitas para<br />
conservação de solos em terrenos declivosos, como: manter a<br />
cobertura no local ou resíduos da rotação anterior para proteger<br />
o solo da exposição direta dos raios solares e do impacto<br />
das gotas de chuva; realizar adaptações em equipamentos de<br />
colheita para o melhor rendimento da operação de preparo e<br />
qualidade do serviço, mitigando efeitos nocivos ao solo; abolir<br />
o uso do fogo como prática de limpeza do terreno e controle<br />
de ervas daninhas; estimular o cultivo mínimo para formação<br />
de camada amortecedora de processos erosivos, melhorando<br />
a infiltração de água e a atividade microbiana do solo; preterir<br />
o método de abertura de covas para plantio das mudas (solos<br />
com mais de 35% de declividade) em detrimento à abertura<br />
de sulcos (subsolador) em linhas de plantio; não preparar o<br />
solo nas épocas das chuvas mais intensas e interrompê-la a<br />
cada 20 m (metros); fazer a correção e adubação mais próxima<br />
do ideal permitindo maior sobrevivência das mudas e um<br />
rápido recobrimento do solo pelas plantas.<br />
Uma das práticas que gera debates é a de nunca realizar<br />
o preparo do solo no sentido morro abaixo, o que potencializa<br />
processos erosivos. “Embora algumas empresas tenham<br />
preparado áreas para plantio de eucalipto no sentido morro<br />
abaixo, realizando o processo fora da época de maior intensidade<br />
das chuvas, com sulcamento intermitente e sob sistema<br />
de cultivo mínimo, perdas de água e solo podem ser intensificadas<br />
nessas condições de terreno e preparo.”<br />
ÁGUA FAZ BEM<br />
Estudos recentes têm mostrado que o fator água pode<br />
ser mais restritivo à produtividade do eucalipto que a própria<br />
fertilidade do solo. Logo, a estratificação da paisagem em<br />
pedoambientes (porções da paisagem sob um mesmo tipo de<br />
solo) distintos deve ser feita devido às variações nos atributos<br />
do solo e o regime hídrico que determinam a expectativa<br />
de produção de biomassa daquela área. A otimização na<br />
aplicação de insumos pode ser alcançada também com uso<br />
da agricultura de precisão. A partir do conhecimento da distribuição<br />
espacial dos atributos do solo e da produtividade da<br />
cultura é possível aplicar adubos de forma localizada e variada.<br />
“O conhecimento da interação genótipo e ambiente tornase<br />
componente importante do sistema.”<br />
É preferível garantir a produção, investindo em análise<br />
de solo, em insumos para correção de deficiências e recomendações<br />
seguras, do que obter baixos níveis de produtividade.<br />
“Com essas premissas atendidas e a consulta a técnicos<br />
habilitados certamente retorno em produção e em qualidade<br />
do solo serão maiores que tal investimento financeiro realizado”,<br />
apontam os pesquisadores da Embrapa.
ESPECIAL<br />
MANEJO DE<br />
FORMIGAS<br />
CORTADEIRAS:<br />
MONITORAMENTO<br />
E APLICAÇÃO<br />
MECANIZADA DE<br />
ISCA FORMICIDA<br />
POR<br />
MARIA FERNANDA S. SIMÕES<br />
ENGENHEIRA FLORESTAL MSC E<br />
CONSULTORA TÉCNICO COMERCIAL DA DINAGRO<br />
THAÍS LOPES<br />
ENGENHEIRA FLORESTAL MSC E<br />
CONSULTORA TÉCNICO COMERCIAL DA DINAGRO<br />
42<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: Dinagro<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
43
ESPECIAL<br />
A<br />
s formigas cortadeiras dos gêneros Atta (saúvas)<br />
e Acromyrmex (quenquéns) são responsáveis<br />
por danos econômicos expressivos em plantios<br />
florestais e requerem controles anuais com demanda de<br />
produto químico, mão de obra e tecnologia de aplicação.<br />
Para elucidar o prejuízo causado pelas cortadeiras,<br />
Mantragolo et al. (2010) simulou artificialmente a desfolha<br />
de eucalipto e verificou que a remoção total das folhas<br />
por uma vez na fase inicial de desenvolvimento resultou<br />
em perdas de 18,9% no crescimento em diâmetro e 12%<br />
na altura com perdas significativas em volume total de<br />
37,9%. No tratamento com três desfolhas, a redução em<br />
volume total chegou a 79,7%.<br />
Visando minimizar os danos causados por formigas<br />
cortadeiras, reduzir os custos do controle e o uso de inseticidas<br />
nas áreas, empresas do setor florestal empregam<br />
a filosofia do manejo integrado de formigas cortadeiras.<br />
Dentro desse conceito o monitoramento exerce papel primordial<br />
e fundamenta-se em planos de amostragem que<br />
representem com precisão a infestação de formigas cortadeiras<br />
(densidade populacional) a partir da distribuição<br />
espacial dos ninhos nos talhões de eucalipto. A estimativa<br />
da densidade populacional de formigas cortadeiras em<br />
florestas cultivadas pode ser feita por diferentes técnicas<br />
de amostragem: pior foco, parcelas fixas, quadrantes,<br />
amostragem sequencial, transectos ou geoestatístico.<br />
AS FORMIGAS CORTADEIRAS TÊM ALTO POTENCIAL<br />
DESTRUTIVO NOS PLANTIOS FLORESTAIS, PODENDO<br />
REDUZIR DRASTICAMENTE A PRODUTIVIDADE<br />
Foto: divulgação<br />
Imagens: Dinagro<br />
44<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: Dinagro<br />
FORMIGAS CORTADEIRAS SÃO CAPAZES<br />
DE DIZIMAR PLANTIOS FLORESTAIS<br />
Os programas de monitoramento cobrem de 5% a<br />
10% da área do talhão com erro amostral de 10% a 30% e<br />
95% de confiabilidade (Zanetti, 2007). Os levantamentos<br />
são realizados anualmente em todos os talhões (unidade<br />
de manejo florestal) para florestas com idade acima de<br />
12 meses, previamente à época de controle de formigas<br />
cortadeiras.<br />
Durante a coleta de dados na parcela, que pode ser<br />
realizada com auxílio de GPS, o monitor marca cada ninho<br />
encontrado, determina a espécie, o tamanho do ninho em<br />
metros quadrados, os danos aparentes ao redor do ninho<br />
marcado, a altura do sub-bosque entre outras informações.<br />
Esses dados serão computados e processados em<br />
softwares específicos que irão determinar a necessidade<br />
de controle, a quantidade estimada de formicida a ser utilizada,<br />
o período de avaliação dos resultados e a reentrada<br />
para novas avaliações. A necessidade de controle é fundamentada<br />
na porcentagem do plano amostral e no nível de<br />
dano econômico determinado para a região.<br />
A administração operacional do sistema de monitoramento<br />
pode ser realizada pela própria empresa ou por<br />
empresa contratada. As informações geradas pelo monitoramento<br />
são utilizadas, pela empresa florestal, como<br />
ferramenta para gerenciar e fomentar a tomada de decisão,<br />
determinar as áreas críticas, selecionar os procedimentos<br />
de combate (manual, mecanizado), avaliar a eficiência<br />
e qualidade das operações, entre outros.<br />
Para se obter um controle de formigas cortadeiras<br />
com qualidade, eficiência e de menor impacto ambiental<br />
é necessária avaliação constante, pelas empresas reflorestadoras,<br />
das formas de aplicação de isca granulada.<br />
MECANIZAÇÃO<br />
A ausência de mão de obra disponível para realização<br />
do controle de formigas cortadeiras no campo em algumas<br />
regiões brasileiras e a necessidade de buscar métodos<br />
de controle cada vez mais eficientes implicou na<br />
busca de alternativas ao controle manual destas pragas<br />
florestais por parte das reflorestadoras.<br />
A aplicação mecanizada de isca formicida é uma des-<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
45
ESPECIAL<br />
sas alternativas, porém ainda é recente e pouco se conhece<br />
sobre o desempenho operacional dos aplicadores<br />
tratorizados, capacidade operacional, espaçamento ideal<br />
de distribuição de isca dentro do talhão e qualidade da<br />
distribuição. Todos esses fatores interferem diretamente<br />
no custo da produção e na efetividade do controle (Reis<br />
et al., 2015). A realização constante de manutenção dos<br />
equipamentos, acessórios e a calibração do aplicador para<br />
se evitar desperdícios ou subdosagens de isca formicida<br />
são outros fatores importantes e diretamente relacionados<br />
à efetividade do controle.<br />
Há alguns anos pesquisas vem sendo desenvolvidas<br />
com o intuito de definir uma metodologia de controle mecanizado<br />
eficiente e com bom rendimento operacional.<br />
Alguns gestores adotam a malha operacional de distribuição<br />
da isca baseando-se no nível de infestação de ninhos<br />
apontado pelo monitoramento. Importante salientar, no<br />
entanto, que a quantidade de isca de 1 kg.ha-¹ (quilograma<br />
por hectare) é a menor dose economicamente viável<br />
O MONITORAMENTO<br />
TEM PAPEL<br />
FUNDAMENTAL<br />
PARA O MANEJO<br />
DAS FORMIGAS<br />
CORTADEIRAS<br />
Foto: Combate Foto: Combate<br />
que pode ser aplicada de forma sistemática mecanizada<br />
(Reis et al., 2009).<br />
Atualmente, a tecnologia empregada na operação<br />
mecanizada consiste em uma máquina base (trator agrícola<br />
ou outro equipamento) com um dosador de isca mecanizado<br />
acoplado (isqueira). Este equipamento permite<br />
que a distribuição da isca granulada seja de forma intermitente,<br />
contínua ou conjugada conforme planejamento<br />
da empresa. A distribuição da isca (distância entre pontos)<br />
pode ser regulada por um temporizador, sensor de ponto<br />
instalado na roda traseira do trator ou software instalado<br />
na máquina. O uso de software tem a vantagem de registrar<br />
os ninhos através do GPS, o que permite realizar a<br />
avaliação de eficiência do controle de formigas, ou seja,<br />
verificar a atividade ou não dos ninhos marcados ou parte<br />
deles após 120 dias da aplicação.<br />
A aplicação mecanizada começou a ser realizada de<br />
forma sistemática nas fases de implantação, reforma e<br />
pré-plantio da cultura do eucalipto porém, hoje vem sendo<br />
empregada em todas as fases de formação da floresta,<br />
ou seja, na implantação, pré-plantio, fase de manutenção<br />
e pré-corte. Com muitos pontos positivos, a atividade<br />
mecanizada ainda é questionada quanto à sua eficiência.<br />
A MECANIZAÇÃO PARA A APLICAÇÃO DOS DEFENSIVOS<br />
É UMA TENDÊNCIA QUE VEM SE AMPLIANDO<br />
46<br />
www.referenciaflorestal.com.br
APLICAÇÃO DA ISCA FORMICIDA<br />
EM OLHEIROS ATIVOS<br />
No entanto, alguns pesquisadores apontaram bons resultados<br />
neste sentido. Reis et al. (2015) verificaram que, a<br />
aplicação sistemática mecanizada proporciona carregamento<br />
semelhante no controle manual e mecanizado e<br />
ainda, oferece qualidade de distribuição da isca formicida<br />
para controle de ninhos de até 1 m² (metro quadrado).<br />
Em alguns casos tem-se notado que a aplicação mecanizada<br />
de isca formicida apresenta resultados satisfatórios<br />
de controle e, ainda rendimentos operacionais maiores<br />
que os da aplicação manual.<br />
Os rendimentos operacionais dependem do tipo de<br />
equipamento, das condições das áreas (topografia, sub-<br />
-bosque e densidade do plantio), do custo da operação<br />
(mão de obra mecanizada + manutenção do equipamento<br />
+ insumo), entre outros fatores.<br />
Em termos de custos, a relação comparativa entre o<br />
sistema mecanizado e manual pode se alterar ano a ano.<br />
A aplicação mecanizada é diretamente influenciada pelo<br />
custo da mão de obra mecanizada e pelo preço do insumo.<br />
No entanto, apesar de ainda existirem muitos pontos<br />
de melhoria neste tipo de controle, a tendência é que<br />
muito em breve esta tecnologia esteja disseminada e seja<br />
tão ou mais precisa que a manual, conferindo segurança<br />
na aplicação, eficiência e alto rendimento operacional.<br />
É imprescindível que os tomadores de decisões das<br />
empresas que optam pelo controle mecanizado de formigas<br />
cortadeiras estejam atentos aos equipamentos que<br />
possuem ou pretendem adquirir e às metodologias de<br />
aplicações empregadas, além disso é necessário que haja<br />
acompanhamento frequente dos resultados da operação<br />
de forma a alterar o que for preciso e garantir o sucesso<br />
da atividade.<br />
REFERÊNCIAS<br />
Matrangolo, C.A.R.; Castro; R.V.O.; Della Lucia, T.MC.;<br />
Della Lucia, R.M.; Mendes, A.F.M.; Costa, J.M.F.N.; Leite,<br />
H.G. Crescimento de eucalipto sob efeito de desfolhamento<br />
artificial. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.<br />
45, n. 9, p. 952-957, 2010.<br />
Zanetti, R. Monitoramento de formigas cortadeiras<br />
(Hymenoptera: Formicidae) em florestas cultivadas. Biológico,<br />
São Paulo, v. 69, suplemento 2, p.129-131, 2007.<br />
Reis, M. A.; Zanetti, R.; Fernandes, B. V. Controle sistemático<br />
mecanizado de formigas cortadeiras com isca<br />
granulada em eucaliptais em fase de manutenção. In: XIX<br />
Simpósio de Mirmecologia, 19, 2009, Ouro Preto. Anais...<br />
Ouro Preto, 2009.<br />
Reis, M.A., et al. Aplicação sistemática mecanizada de<br />
isca formicida granulada em eucaliptais em fase de manutenção.<br />
Revista Cerne, v.21, n.3, p. 423-428, 2015.<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
47
TRANSPORTE<br />
MENOS<br />
PESO<br />
+<br />
MADEIRA<br />
LINHA DE IMPLEMENTOS<br />
RODOVIÁRIOS DA SERGOMEL<br />
EQUIPAMENTOS COM<br />
METAIS LEVES AUMENTA<br />
A COMPETITIVIDADE NAS<br />
ESTRADAS E OBEDECE A LEI<br />
DA BALANÇA<br />
48<br />
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+<br />
Q<br />
uem trabalha com madeira sabe que o transporte<br />
da matéria-prima é crucial para a viabilidade econômica<br />
da operação. No Brasil, o modal rodoviário<br />
é o modelo majoritário de movimentação de cargas. Um dos<br />
itens que têm impacto direto nesta logística é o peso do conjunto<br />
que transporta a madeira, estabelecido pela Lei da Balança<br />
e rigorosamente fiscalizado nas estradas. A saída para<br />
transportar mais carga e não exceder os limites de pesagem é<br />
utilizar materiais mais leves e resistentes nos reboques.<br />
“Com 41 anos de tradição em transporte, a Sergomel,<br />
inova e entra com sua excelência no setor florestal, mostrando<br />
um equipamento altamente resistente e leve”, ressalta<br />
Oswaldo Gomes, proprietário da empresa. “Fabricado para<br />
atender as especificações de cada cliente, o Tritem <strong>Florestal</strong><br />
linha leve foi desenvolvido a partir de toda experiência que a<br />
empresa possui no setor canavieiro”. Os equipamentos pro-
+<br />
TRANSPORTE<br />
+<br />
Materiais mais leves<br />
no implemento<br />
permitem carregar<br />
mais madeira<br />
50<br />
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duzidos com este material são utilizados desde 2005, quando<br />
a indústria canavieira sentiu a necessidade de adequação à<br />
legislação vigente.<br />
No Decreto 4.771 de 29/05/2003, o Contran (Conselho<br />
Nacional de Trânsito) publicou a Resolução nº 258. De acordo<br />
com o terceiro artigo, nenhum veículo ou combinação de<br />
veículos poderá transitar com PBT (Peso Bruto Total) ou Pbtc<br />
(Peso Bruto Total Combinado) com peso por eixo superior ao<br />
fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima<br />
de tração da unidade tratora.<br />
“Desta forma, os equipamentos da Linha Leve Sergomel,<br />
além de serem altamente resistentes, têm leveza que proporciona<br />
economia de combustível, menor desgaste nos pneus,<br />
motor com maior vida útil, entre outros benefícios secundários<br />
à redução de peso do equipamento.”<br />
Localizada no município de Sertãozinho (SP), a empresa<br />
atende não somente ao mercado da região, mas também em<br />
todo Brasil, além de exportar equipamentos para vários países.<br />
“A Sergomel vai até o cliente, entende as necessidades e<br />
elabora da melhor forma seu projeto. Conta com um parque<br />
+<br />
industrial moderno, o que possibilita a prestação de serviços<br />
de qualidade, vendas de peças para reposição, além de um<br />
pós-venda ágil e eficiente”, resume Oswaldo.<br />
NENHUM VEÍCULO OU<br />
COMBINAÇÃO DE VEÍCULOS<br />
PODERÁ TRANSITAR COM PBT<br />
OU COM PBTC COM PESO POR<br />
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+<br />
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Veículos<br />
e<br />
conjuntos devem<br />
transitar com<br />
PBT ou Pbtc<br />
dentro do limite<br />
estabelecido pelo<br />
Contran<br />
52<br />
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Linha Leve:<br />
·Fueiros: Desenvolvido e produzido para o mercado<br />
brasileiro, os fueiros são fabricados com aço de alta<br />
resistência e, portanto, são mais leves, com maior resistência<br />
e capacidade de carga. Mesmo com o aumento<br />
da capacidade de carga, os fueiros têm como característica,<br />
baixa manutenção, proporcionando assim um<br />
excelente desempenho na operação.<br />
·Suspensão: Com uma grande absorção de torções<br />
e impactos, a suspensão a ar, evita ainda mais a transferência<br />
de trepidações ao chassi e consequentemente<br />
maior proteção à carga e ao veículo. Desta forma, optar<br />
por este tipo de suspensão trará muitos benefícios,<br />
além da estabilidade, como o baixo custo da manutenção,<br />
maior vida útil na estrutura do veículo, elementos<br />
de desgaste de fácil reposição, entre outros.<br />
·Chassi: O chassi rebaixado proporciona o maior<br />
volume da caixa de carga, pois os fueiros dianteiros ficam<br />
embutidos no chassi e já os fueiros traseiros, ficam<br />
postos sobre o chassi na região do rebaixo, de forma que<br />
mantenha o alinhamento da carga em toda a extensão<br />
do equipamento e assim transportando maior quantidade<br />
carga útil.<br />
·Rodas alumínio: Elas são mais leves que a de aço,<br />
promovendo menor resistência ao movimento do veículo.<br />
Chegam a ser mais de 50% mais leves comparadas às<br />
rodas de aço. Essa diminuição proporciona redução no<br />
consumo de combustível, aumenta a vida útil de freios e<br />
amortecedores e resulta em desgaste menor dos pneus.<br />
·Pneu single: Os pneus single são encontrados<br />
apenas em equipamentos com suspensão pneumática.<br />
A vantagem dos pneus single são muitas, a começar pela<br />
aquisição e inventário, onde utiliza-se a metade de uma<br />
composição dupla; economia de combustível, devido à<br />
menor área em contato com o piso, diminuindo<br />
+<br />
a resistência<br />
ao rolamento; menor tara comparada a um rodado<br />
duplo, proporcionando maior carga útil e consequentemente<br />
melhor rentabilidade nos negócios.
PRAGAS<br />
54<br />
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PRAGA<br />
COM<br />
QUATRO<br />
PATAS<br />
JAVALIS E JAVAPORCOS VÊM CAUSANDO<br />
PREJUÍZOS A PLANTIOS AGRÍCOLAS E<br />
FLORESTAIS, O ABATE É AUTORIZADO<br />
MEDIANTE LICENÇA DO IBAMA<br />
Fotos: divulgação<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
55
PRAGAS<br />
U<br />
m animal vêm causando prejuízos ao plantio<br />
florestal e agricultura, principalmente no sul e<br />
sudeste do país. Porém, o javali e a subespécie<br />
javaporco já alcançaram 15 Estados. Esses animais se reproduzem<br />
com imensa velocidade, competem por água,<br />
alimentos e têm um apetite devastador. Desde 2013 está<br />
legalizada a caça para fins de manejo, mas o assunto ainda<br />
gera polêmica. O certo é que se tornou uma praga<br />
que precisa ser controlada.<br />
O javali (Sus scrofa) é um tipo de porco selvagem,<br />
originário da Europa, Ásia e norte da África. Ele foi introduzido<br />
em diversas regiões do mundo como animal de<br />
criação para consumo. Há registros da entrada do javali<br />
no Brasil, de forma clandestina, no final da década de<br />
80. Mais tarde, em 1996, foram realizadas importações<br />
do animal vindas da Europa e Canadá para criadouros<br />
em São Paulo e Rio Grande do Sul. Em 1998, em consequência<br />
da falta de uma regulamentação adequada para<br />
a criação em cativeiro e do aumento na ocorrência de<br />
fugas ou solturas, foi proibida a abertura de novos criadouros<br />
no país.<br />
Mas a medida não impediu que os espécimes exóticos<br />
se proliferassem e cruzassem com o porco doméstico<br />
originando o javaporco. Essa subespécie pode chegar<br />
a 250 Kg (quilos) e alcançar 1,30 m (metro) de comprimento,<br />
ultrapassando os javalis que atingem no máximo<br />
80 Kg. “Os animais preferem ficar perto de nascentes,<br />
brejos e banhados porque são muito dependentes de<br />
água, já que, ao contrário do que se pensa, os porcos<br />
não suam”, informa Felipe Pedrosa, pesquisador da<br />
Unesp (Universidade Estadual Paulista).<br />
Eles não possuem restrições alimentares e apesar de<br />
preferirem os cultivos agrícolas, os javalis e javaporcos<br />
estão atacando plantios florestais principalmente no Paraná<br />
e Santa Catarina. Mas também existem ocorrências<br />
em outros Estados. A Iucn (União Internacional para a<br />
Conservação da Natureza) coloca o javali entre as 100<br />
piores espécies invasoras do mundo.<br />
A GESTAÇÃO DO<br />
JAVALI DURA DE 112 A<br />
130 DIAS E PODE OCORRER<br />
DUAS VEZES AO ANO. NASCEM<br />
ENTRE 4 A 12 FILHOTES POR NINHADA.<br />
ELES PREFEREM VIVER NAS MATAS, ONDE<br />
SE ABRIGAM DO CALOR. ALIMENTA-SE<br />
DE FRUTOS, RAÍZES, INVERTEBRADOS E ATÉ<br />
ANIMAIS MORTOS. NA AGRICULTURA PREFEREM<br />
O MILHO, CANA, MANDIOCA E TUBÉRCULOS<br />
EM GERAL, MAS NÃO DISPENSAM<br />
NENHUM TIPO DE ALIMENTO<br />
56<br />
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Controle<br />
Depois de verificar o crescimento da praga, que vem<br />
causando grandes prejuízos a agricultores, o Ibama (Instituto<br />
Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais<br />
Renováveis) autorizou o abate do animal em todo o<br />
território nacional. Os produtores rurais que desejarem<br />
se cadastrar devem obedecer diversas normas. O javaporco<br />
ou javali abatidos não podem ser transportados<br />
de um lugar para outro, a carne do animal também não<br />
deve ser consumida, nem comercializada.<br />
O número de caçadores cadastrados no Ibama está<br />
em torno de 12 mil. Desde 2013, foi registrado o abate<br />
de 4.600 javalis. Porém, de acordo com o órgão, o<br />
controle do animal é dificultado pela rapidez com que<br />
o javali se reproduz. “Uma fêmea pode ter duas gestações<br />
por ano e ter até 12 filhotes por vez”, aponta o<br />
coordenador-geral de Autorização de Uso e Gestão de<br />
Fauna e Recursos Pesqueiros, João Pessoa Riograndense<br />
Moreira Júnior.<br />
MUDAS COM POUCO TEMPO NO CAMPO SERVEM DE<br />
ALIMENTO PARA ESSES ANIMAIS
PRAGAS<br />
OS JAVALIS (FOTO) E JAVAPORCOS HABITAM LOCAIS ÚMIDOS PARA<br />
CONTROLAR A TEMPERATURA CORPORAL, JÁ QUE NÃO SUAM<br />
“Como esses animais exóticos não têm predador<br />
natural, essa foi a solução mais eficaz encontrada até<br />
agora”, garante. Mas como os bichos têm seu charme<br />
e ganham a simpatia do público, o assunto tem, por vezes,<br />
um viés ideológico. De um lado os proprietários de<br />
terras, interessados em salvar a produção, acreditam ser<br />
muito complicado o modelo adotado pelo Ibama para<br />
a realização do cadastro. Como a finalidade é o controle<br />
populacional, e não o manejo sustentável, não existe<br />
limite de animais abatidos, e o controle pode ser feito<br />
durante todo o ano.<br />
“Recebemos críticas que o nosso processo é burocrático,<br />
para isso estamos tentando implementar o sistema<br />
online para controle de espécies exóticas invasoras,<br />
desenvolvido com a Embrapa em conjunto com o Ibama,<br />
para que esse processo possa ser agilizado”, reconhece<br />
João Pessoa. Ele se refere à série de procedimentos que<br />
os caçadores devem realizar para obter e manter a licença,<br />
muitos deles possíveis somente pela internet, o<br />
que dificulta o acesso para quem mora no campo ou a<br />
exigência, em alguns Estados, do comparecimento do<br />
interessado em unidades do órgão, algumas muito distantes<br />
da moradia do solicitante.<br />
Do outro lado há quem defenda outras maneiras<br />
de controle e condene o abate. Recentemente uma<br />
reportagem no programa Fantástico, que vai ao ar aos<br />
domingos pela TV Globo, colocou mais lenha na fogueira.<br />
A essência da reportagem foram flagrantes e vídeos<br />
postados na internet por caçadores que poderiam ser<br />
configurados como maus tratos tanto ao javali quanto<br />
aos cachorros usados na caça. De acordo com a reportagem<br />
as alternativas seriam cercas, armadilhas e até envenenamento.<br />
Todas ineficazes e as duas últimas muito<br />
perigosas a outros animais que compartilham o mesmo<br />
habitat dos verdadeiros alvos.<br />
Segundo o representante do Ibama, no mundo inteiro,<br />
mesmo nos países onde o javali é nativo, a caça é<br />
autorizada. “Essa mensagem é importante porque senão<br />
parece que o Brasil não conseguiu controlar a espécie<br />
e está autorizando o uso de arma de fogo”, argumenta<br />
João Pessoa. Ele aponta que o órgão busca outras formas<br />
para complementar o controle do animal.<br />
58<br />
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LICENÇA<br />
Os interessados em realizar o controle do javali e<br />
do javaporco devem acessar a página na internet<br />
www.ibama.gov.br e inscrever-se previamente no CTF<br />
(Cadastro Técnico Federal) de Atividades Potencialmente<br />
Poluidoras e/ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais, na categoria<br />
Uso de Recursos Naturais, descrição manejo de fauna exótica invasora.<br />
O Certificado de Regularidade tem validade de apenas 90 dias, devendo ser<br />
reimpresso a cada três meses. É necessário declarar onde irá atuar e conferir<br />
se a região está liberada para o manejo.<br />
Caso o manejador utilize arma de fogo para a atividade é necessário obter<br />
autorização para o uso de arma de fogo junto ao Exército. É possível ainda realizar a<br />
captura dos animais utilizando armadilha. Esse modelo também precisa ser declarado<br />
no momento da solicitação da licença.<br />
Vale ressaltar que a autorização é exclusiva para o abate de javali e javaporco.<br />
A caça das espécies nativas queixada e cateto, porcos do mato parecidos<br />
com os primos exóticos, é vedada por lei. Quem for flagrado perseguindo,<br />
caçando ou capturando esses animais da fauna brasileira pode ser<br />
preso por até um ano, além de receber multa.<br />
EM JULHO DE <strong>2016</strong> completamos<br />
UTMs (Usinas para Tratamento de<br />
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COLHEITA<br />
CORTE<br />
AFINADO<br />
SPEEDCUT: TECNOLOGIA DESENVOLVIDA<br />
PELA OREGON FACILITA A DERRUBADA DAS<br />
ÁRVORES PARA O OPERADOR E AUMENTA A<br />
PRODUTIVIDADE NA COLHEITA MANUAL<br />
Fotos: Oregon<br />
U<br />
ma ferramenta mais leve, produtiva, fácil de<br />
trabalhar e ao final do dia o operador se sente<br />
muito mais inteiro, esse foi o objetivo da<br />
Oregon no desenvolvimento do sistema que alia corrente<br />
e sabre de perfil estreito para motosserra, batizado<br />
de SpeedCut. A partir de setembro essa nova tecnologia<br />
chega ao mercado nacional e os brasileiros poderão<br />
sentir a diferença em usar um equipamento que praticamente<br />
desliza pela madeira.<br />
O serviço no campo não é para qualquer um. Tem<br />
que ter vontade, aguentar trabalho duro e dar conta do<br />
recado. Quem colhe floresta no braço sabe que a ferramenta<br />
que tem nas mãos faz toda a diferença. Ela reflete<br />
diretamente na qualidade de vida do operador e<br />
na produtividade. O sistema SpeedCut, da Oregon, foi<br />
desenvolvido para facilitar esse tipo de trabalho. É um<br />
sistema composto por uma barra e uma corrente, ambas<br />
de corte estreito, o que torna o processo de derrubada<br />
60<br />
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das árvores muito mais rápido e com menor esforço. É<br />
como cortar um belo pedaço de carne usando uma faca<br />
super afiada, ela desliza e não briga com a comida. Falando<br />
em fio, esse é um dos pontos fortes do sistema.<br />
“O fio de corte é mais durável e a própria afiação é mais<br />
fácil de executar, porque o cortador da corrente possui<br />
um perfil que se adapta melhor ao perfil da lima”, destaca<br />
Marcio Fregonese, representante técnico da Oregon<br />
para a América do Sul.<br />
CASAL PERFEITO<br />
Para conferir mais produtividade ao conjunto, a barra<br />
está 20% mais leve em comparação ao modelo tradicional.<br />
“Para o operador, isto significa maior controle e<br />
menos cansaço no final do dia”, aponta Marcio. De acordo<br />
com a Oregon, na fabricação das barras é empregada<br />
tecnologia proveniente da indústria aeronáutica para<br />
fixação de componentes, o que proporciona mais resistência.<br />
A ponta da barra está totalmente remodelada,<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
61
COLHEITA<br />
possui novos componentes e materiais que a tornam<br />
mais resistente e durável.<br />
De acordo com a empresa, a performance ideal da<br />
nova tecnologia é alcançada com o conjunto formado<br />
pela corrente 95TXL aliada ao sabre de perfil estreito.<br />
“A corrente 95TXL, com passo .325” (polegadas) e calibre<br />
de 1,3 mm (milímetros), traz um exclusivo e patenteado<br />
sistema de lubrificação, o qual denominamos<br />
Lubritec”, destaca o representante técnico da Oregon.<br />
Os elos de tração, elos de emenda, rebites da corrente<br />
e os trilhos da barra são melhor lubrificados, assim a<br />
corrente desliza muito fácil pelo sabre, diminui o atrito,<br />
melhora a eficiência do conjunto e, consequentemente,<br />
o rendimento do operador, sem contar que o desgaste<br />
do conjunto de corte é menor, ou seja, dura mais tempo<br />
como se fosse nova.<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
O projeto levou três anos até que a tecnologia<br />
SpeedCut estivesse totalmente pronta. O sistema foi<br />
desenvolvido para motosserras com até 55 cc (cilindradas).<br />
“Vale ressaltar que este sistema requer menos<br />
potência da máquina, se comparado a uma corrente<br />
tradicional com as mesmas especificações, o que significa<br />
menos consumo de combustível”. A vantagem da<br />
novidade é que ela se adapta a praticamente todas as<br />
motosserras existentes no mercado. Isso quer dizer que<br />
não é preciso comprar um novo equipamento, basta<br />
encaixar o conjunto de corte SpeedCut que a motosserra<br />
já ganhará em performance. Além disso, a corrente<br />
mais fina pode ser utilizada por sabres estreitos que já<br />
são tradicionalmente comercializados pela Oregon. Claro<br />
que o conjunto ideal é formado com as duas partes,<br />
corrente e barra de perfil estreito.<br />
MANUTENÇÃO<br />
Para manter o sabre e corrente do sistema<br />
SpeedCut em bom funcionamento basta empregar os<br />
mesmos cuidados usados nos conjuntos de corte tradicionais.<br />
As recomendações resumidamente são: limpeza,<br />
lubrificação, tensionamento e afiação. Estes quatro<br />
pontos-chaves na manutenção vão garantir o máximo<br />
de desempenho e durabilidade do conjunto de corte,<br />
além de aumentar a segurança do operador por estar<br />
com o equipamento em dia.<br />
“No caso da corrente 95TXL, trabalhamos para que<br />
sua afiação seja ainda mais fácil”, considera Marcio.<br />
Para isso, além do próprio design, que já ajuda, nas placas<br />
superior e lateral do cortador foram inseridos mais<br />
indicadores que facilitam o posicionamento perfeito da<br />
lima. “Seguindo essas orientações e utilizando a novidade<br />
da Oregon, os operadores vão chegar em casa mais<br />
descansados e o serviço na floresta vai ter sido muito<br />
mais produtivo”, garante Marcio Fregonese.<br />
O SISTEMA<br />
SPEEDCUT É<br />
COMPOSTO PELA<br />
CORRENTE E<br />
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adequada das embalagens vazias.<br />
ATENÇÃO<br />
Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente.<br />
Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo,<br />
na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual.<br />
Nunca permita a utilização do produto por menores de idade.
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star presente diariamente no campo e acompanhar de<br />
perto o desempenho de máquinas e operadores. Esses<br />
são alguns dos segredos da <strong>Florestal</strong> Barra, prestadora<br />
de serviços de colheita florestal, localizada em Butiá (RS). A RE-<br />
FERÊNCIA FLORESTAL acompanhou um dia da agitada rotina no<br />
escritório, oficina e na floresta para entender porque a empresa<br />
faz tanto sucesso nesses 25 anos de existência.<br />
O início de tudo foi dia 5 de agosto de 1991. A então fabricante<br />
de celulose Riocell decidiu terceirizar os processos envolvendo<br />
a colheita de madeira. Na época, Lauro José Tonin e Celestino<br />
Munari que eram funcionários da empresa sentiram que<br />
era hora de abrir o próprio negócio e abraçar essa oportunidade.<br />
“Iniciamos com 30 funcionários, fazendo atividade de descasque<br />
semi-mecanizado com volume mensal de 20 mil m³<br />
(metros cúbicos)", recorda Celestino, diretor administrativo e<br />
financeiro. Naquela época as árvores eram derrubadas com motosserra<br />
e descascadas por um equipamento VK. Dois anos mais<br />
tarde, Amir Luiz Tonin ingressou na FB para completar o trio de<br />
sócios.<br />
A partir daí a tecnologia empregada no campo foi evoluindo.<br />
Primeiro no baldeio e em 2001 foi adquirido o primeiro harvester.<br />
No ano seguinte todas as operações passaram a ser mecanizadas.<br />
Desde então os números só aumentaram, tanto de funcio-<br />
nários, agora são 170 ao todo, como de volume, 210 mil m³ ao<br />
mês, colhidos para abastecer os dois clientes Cmpc Celulose Rio<br />
Grandense e Duratex. Para tanto, são usados 20 harvesters, 12<br />
forwarders e estruturas de oficinas divididos em cinco módulos.<br />
As unidades de colheita estão localizadas nas imediações de<br />
Butiá e na cidade de São Gabriel (RS), onde a empresa instalou<br />
uma filial. Completando a estrutura, a FB possui ainda a oficina<br />
central com estoque de peças, além da sede administrativa.<br />
“Sempre vamos buscar novidades e aprimoramento em feiras<br />
nacionais e internacionais, hoje temos a melhor tecnologia de<br />
colheita”, garante Lauro, diretor de manutenção e suprimento<br />
de peças.<br />
A empresa possui uma frota de fazer inveja, com grandes<br />
marcas internacionais. Em 2014, quando a FB montou a unidade<br />
de São Gabriel, era preciso ampliar o número de cabeçotes<br />
harvester. Os diretores decidiram então optar por 10 Log Max<br />
E6. “Foi assim que iniciamos a parceria com a Timber Forest<br />
(revendedora dos equipamentos). O atendimento foi decisivo,<br />
porque sempre falo que o melhor equipamento é a pós-venda”,<br />
garante Celestino. Depois disso, a empresa comprou mais dois<br />
implementos para colheita e mais recentemente um forwarder<br />
BuffaloKing da Ponsse, também representada pela Timber no Rio<br />
Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.<br />
64<br />
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BOTA E CAPACETE<br />
No final da conversa no escritório já foi possível observar que<br />
Amir, diretor de colheita, queria mesmo era ir para o campo. Pegamos<br />
os equipamentos e colocamos o pé na estrada. No caminho<br />
ele detalhou como faz o micro planejamento para a colheita.<br />
As áreas são estipuladas pelos clientes e são levados em conta<br />
o VMI (Volume Médio Individual), para determinar as metas e<br />
muitos outros detalhes, até em que época do ano é preferível<br />
trabalhar em determinada frente.<br />
“No inverno chove muito aqui no Rio Grande do Sul, então<br />
evitamos terrenos baixos porque há possibilidade de atolamento.<br />
Por outro lado quando a madeira está mais úmida o descasque<br />
fica mais fácil”, explica Amir. Para a Cmpc a madeira tem que<br />
ser descascada, mas a Duratex aproveita a biomassa da casca<br />
para geração de energia.<br />
Gostar do que faz é o segredo dos sócios. Amir garante que o<br />
sucesso da empresa se deve à gestão presencial. “Somos muito<br />
presentes nas áreas em que trabalhamos. Assim conseguimos<br />
ajustar as operações e controlar os desperdícios”, revela. Enquanto<br />
ele coloca olho clínico no que se passa na floresta, Celestino<br />
é o homem dos números. Cabe a ele saber tudo sobre a<br />
produtividade. Enquanto o suporte de peças e manutenção dos<br />
equipamentos - que não podem ficar parados - fica a cargo de<br />
Lauro.<br />
“Temos um sistema de gestão apurado no qual podemos<br />
analisar e controlar as necessidades da empresa ”, detalha Celestino.<br />
A FB também possui um programa de substituição de seus<br />
equipamentos, assim mantém a frota impecável. São 30 mil horas<br />
para forwarders e 20 mil para os harvesters. Depois disso os<br />
equipamentos são substituídos por novos. Com esse modelo de<br />
gestão a FB mantém alto nível tecnológico no campo e consegue<br />
atender com excelência os clientes que possui.<br />
Os sócios Lauro, Celestino e Amir em frente a sede da FB, em Butiá (RS)<br />
Conjunto harvester com máquina base Volvo e cabeçote Log Max E6<br />
Forwarder BuffaloKing com 18 toneladas no baldeio de toras de eucalipto<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
65
ARTIGO<br />
IMPACTOS<br />
AMBIENTAIS<br />
DE FOMENTO<br />
FLORESTAL:<br />
APLICAÇÃO<br />
DE MÉTODOS<br />
ESTATÍSTICOS<br />
ERLON BARBOSA VALDETARO<br />
DOUTOR EM CIÊNCIA FLORESTAL PELO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL, UFV<br />
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA) - EVALDETARO@YAHOO.COM<br />
ELIAS SILVA<br />
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL, UFV - ESHAMIR@UFV.BR<br />
66<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: arquivo<br />
É<br />
cada vez maior a necessidade de avaliação de<br />
impactos ambientais, visando ao entendimento<br />
de como o ambiente pode ser modificado pela<br />
implantação ou atualização de determinado empreendimento<br />
e, assim, propor ações que minimizem os impactos<br />
ambientais de caráter negativo e potencialize<br />
aqueles de caráter positivo. Assim, programas de fomento<br />
florestal também têm o potencial de gerar impactos<br />
ambientais positivos e negativos para o meio ambiente,<br />
notadamente pelo fato de promoverem alterações no<br />
uso do solo.<br />
Nesse sentido, tomada à decisão de se avaliar os<br />
impactos ambientais de um determinado empreendimento,<br />
por exemplo, no setor florestal, existem várias<br />
metodologias para realização do estudo.<br />
Alguns autores listam como principais métodos de<br />
avaliação de impactos ambientais os procedimentos espontâneos<br />
(ad hoc), as listagens de controle e verifica-<br />
ção (check-list), os modelos de simulação, as redes de<br />
interação, a sobreposição de mapas (overlays) e as matrizes<br />
de interação. Destacam as matrizes de interação,<br />
exatamente pelo seu apelo didático, haja vista se constituírem<br />
em figura bidimensional, em que se correlacionam<br />
ações impactantes (linhas) e fatores ambientais<br />
(colunas), a fim de se identificar os impactos ambientais<br />
sob os prismas qualitativo e quantitativo (Silva, 1999).<br />
A avaliação quantitativa dos impactos ambientais<br />
ocorre pela adaptação numérica da matriz de interação<br />
onde estão avaliados, qualitativamente, todos os impactos<br />
ambientais causados pelas ações impactantes. Assim<br />
sendo, utiliza-se de um critério numérico para a avaliação<br />
dos impactos ambientais identificados. De acordo<br />
com a magnitude ou importância dos impactos, atribui-<br />
-se uma pontuação para caracterizar as alterações do<br />
parâmetro ambiental em estudo, dentro de uma escala<br />
de zero a cinco adotando-se o sinal (+) para impactos<br />
<strong>Agosto</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
67
ARTIGO<br />
positivos e o sinal (-) para os impactos negativos. A caracterização<br />
fica, assim, definida: 0 (nenhum impacto);<br />
1 ou -1 (impacto desprezível); 2 ou -2 (baixo grau de impacto);<br />
3 ou -3 (médio grau de impacto); 4 ou -4 (alto<br />
grau de impacto); e 5 ou -5 (muito alto grau de impacto)<br />
(Silva, 1994; Silva, 1999).<br />
De sua parte, a avaliação qualitativa de impactos<br />
ambientais gera uma gama de dados categorizados, com<br />
duas ou três alternativas de respostas para cada critério<br />
avaliado. Como exemplo, temos o critério de valor com<br />
duas respostas, positivo e negativo, enquanto o critério<br />
de espaço oferece até três alternativas de resposta, local,<br />
regional ou estratégico (Silva, 1994).<br />
Em sintonia com o exposto, o objetivo geral deste<br />
estudo foi avaliar a aplicabilidade do teste de qui-quadrado<br />
(χ²) e da lógica neuro-fuzzy na avaliação de impactos<br />
ambientais de um programa de fomento florestal<br />
executado na região de influência do Polo Moveleiro de<br />
Ubá, na Zona da Mata mineira, a partir de matrizes de<br />
interação.<br />
SÍNTESE METODOLÓGICA<br />
O estudo foi realizado com dados extraídos de matrizes<br />
de interação de avaliação quali-quantitativa de<br />
impactos ambientais de Valdetaro (2011). As referidas<br />
matrizes abarcaram três fases sequenciais: implantação,<br />
manutenção e colheita e transporte.<br />
Para o teste do qui-quadrado:<br />
Conforme Agresti (1990), Karl Pearson, idealizador<br />
do teste em 1900, introduziu a seguinte fórmula para<br />
medir as possíveis discrepâncias entre proporções observadas<br />
e esperadas:<br />
n<br />
i=1<br />
(<br />
e i<br />
n<br />
X²=∑ [<br />
o i<br />
-e<br />
(<br />
i<br />
ei<br />
)]<br />
i=1<br />
em quem:<br />
oi = frequência observada para a i-ésima variável,<br />
ei = frequência esperada para i-ésima variável.<br />
n = número de variáveis analisadas.<br />
2<br />
Todos os dados foram previamente organizados em<br />
quadros de contingência, evidenciando o número de dados<br />
observados, os esperados e os totais (exemplo no<br />
Quadro 2). Essas tabelas são usadas para registrar observações<br />
independentes de duas ou mais variáveis aleatórias,<br />
normalmente qualitativas (Elwen e BES, 2004).<br />
As frequências observadas foram obtidas diretamente<br />
dos dados das amostras e, a partir delas, calcularam-se<br />
as frequências esperadas.<br />
As frequências esperadas (nij) para cada classe foram<br />
calculadas a partir da seguinte fórmula, considerando<br />
os dados organizados nas tabelas de contingência.<br />
Totalmarginaldalinha(n. 1<br />
)x totalmarginaldacoluna( │1.)<br />
Totalgeral(n..)<br />
em que:<br />
nij = frequência esperada da variável na i-ésima linha<br />
e j-ésima coluna.<br />
Os dados extraídos das matrizes de interação quantitativas<br />
foram organizados em planilhas eletrônicas, com<br />
auxílio do software Microsoft Excel, versão 2010; aqueles<br />
oriundos da matriz qualitativa foram transformados<br />
em variáveis numéricas nominais, recebendo a numeração<br />
entre 1 e 3, conforme o número de alternativas de<br />
entrada dos critérios avaliados (1).<br />
Quadro 1 - Variáveis nominais associadas à avaliação<br />
dos critérios utilizados para caracterizar os impactos<br />
ambientais encontrados.<br />
Critério<br />
Meio<br />
Valor<br />
Ordem<br />
Espaço<br />
Tempo<br />
Dinâmica<br />
Plástica<br />
n<br />
n ij<br />
=<br />
Avaliação<br />
Variável nominal<br />
Físico 1<br />
Biótico 2<br />
Antrópico 3<br />
Positivo 1<br />
Negativo 2<br />
Direto 1<br />
Indireto 2<br />
Local 1<br />
Regional 2<br />
Estratégico 3<br />
Curto Prazo 1<br />
Médio Prazo 2<br />
Longo Prazo 3<br />
Temporário 1<br />
Ciclico 2<br />
Permanente 3<br />
Reversível 1<br />
Irreversível 2<br />
68<br />
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Disco de corte para Feller<br />
Neste estudo foram testadas duas hipóteses:<br />
Hipótese nula (H0): As frequências observadas não<br />
diferem das frequências esperadas. Verifica-se que não<br />
existe diferença entre as frequências (contagens) dos<br />
grupos, assim, não há associação entre os grupos; em<br />
síntese: a qualificação e a quantificação dos impactos<br />
ambientais analisados são independentes.<br />
Hipótese alternativa (H’): As frequências observadas<br />
são diferentes das frequências esperadas. Nesse caso,<br />
há associação entre os grupos, ou seja, a qualificação e<br />
a quantificação dos impactos ambientais analisados não<br />
são independentes, pois uma variável interfere no resultado<br />
da outra.<br />
As análises foram realizadas no software IBM SPSS<br />
Statistics 22.<br />
PARA A LÓGICA NEURO-FUZZY:<br />
Um conjunto fuzzy é definido como algo sem uma<br />
fronteira bem definida, sendo gradual a transição entre<br />
pertencer ou não ao conjunto (Jang & Sun, 1995). Sob<br />
essa lógica, contrariando o que é preconizado na teoria<br />
clássica dos conjuntos, cada elemento possui um valor<br />
de pertencimento ao conjunto que varia entre 0 e 1, seguindo<br />
uma distribuição contínua apropriada (função de<br />
pertinência) (Zadeh, 1965).<br />
O modelo neuro-fuzzy deste estudo, baseado no<br />
processo de inferência de Takagi-Sugeno, foi desenvolvido<br />
utilizando três funções de pertinência para o critério<br />
de meio (físico, biótico e antrópico), duas para o critério<br />
de valor (positivo e negativo), duas para o critério de ordem<br />
(direto e indireto), três para o critério de espaço (local,<br />
regional e estratégico), três para o critério de tempo<br />
(curto prazo, médio prazo e longo prazo), três para o critério<br />
de dinâmica (temporário, cíclico e permanente) e<br />
duas para o critério de Plástica (reversível e irreversível).<br />
Foi utilizada a Função de Pertinência de Gauss e a<br />
classificação de cada variável de entrada foi feita com<br />
base nos valores máximos e mínimos dos dados.<br />
O grau de pertinência varia de 0 a 1 no eixo vertical.<br />
No eixo horizontal, a partir do ponto de inflexão de<br />
cada curva, a classificação do critério analisado resulta<br />
no intervalo entre 0,5 a 1,5 para o físico, 1,5 a 2,5 para o<br />
biótico e 2,5 a 3,5 para o antrópico.<br />
Parte dos resultados apresentados para a estimativa<br />
do valor do grau de impacto foi expressa na forma de<br />
gráficos de superfície (veja exemplo na Figura 1).<br />
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ARTIGO<br />
RESULTADOS E BREVE DISCUSSÃO:<br />
Na sequência, a título de exemplo, mostra-se um<br />
quadro de contingência (Quadro 2) e um gráfico de superfície<br />
(Figura 1) para demonstrar de forma inequívoca<br />
a possibilidade de aplicar o teste do qui-quadrado e da<br />
lógica neuro-fuzzy para tratar matrizes de interação, no<br />
caso de um programa de fomento florestal.<br />
Informação<br />
Desprezível<br />
Baixo Grau<br />
Médio Grau<br />
Grau de impacto<br />
Alto Grau<br />
Muito alto Grau<br />
TOTAL<br />
Meio<br />
Físico Biótico Antrópico<br />
TOTAL<br />
Observado 67 72 17 156<br />
Esperado 56,7 64,6 34,6 156,0<br />
Observado 62 69 44 175<br />
Esperado 63,6 72,5 38,8 175,0<br />
Observado 20 34 27 81<br />
Esperado 29,5 33,6 18,0 81,0<br />
Observado 18 19 12 49<br />
Esperado 17,8 20,3 10,9 49,0<br />
Observado 5 2 5 12<br />
Esperado 4,4 5,0 2,7 12,0<br />
Observado 172 196 105 473<br />
Esperado 172,0 196,0 105,0 473,0<br />
2<br />
Grau de impacto<br />
1,5<br />
1<br />
Físico<br />
0,5<br />
1<br />
1,5<br />
Meio<br />
2<br />
Biótico<br />
2,5<br />
Antrópico<br />
3<br />
2<br />
Negativo<br />
1,8<br />
1,6<br />
1,4<br />
Valor<br />
1,2<br />
1<br />
Positivo<br />
Figura 1 - Gráfico de superfície combinando os critérios de meio e valor dos impactos ambientais, com a distribuição dos<br />
mesmos em seu grau de impacto<br />
70<br />
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CONCLUSÕES:<br />
- As variáveis qualitativas (critérios de avaliação de<br />
impactos) exercem influência nas variáveis quantitativas<br />
(grau de impacto), ou seja, existe associação entre as<br />
mesmas.<br />
- Os quadros de contingência montados para o teste<br />
do qui-quadrado se mostraram adequados para sintetizar<br />
os resultados das matrizes de interação de impactos<br />
ambientais, podendo ser utilizados em audiências públicas<br />
como forma de exposição dos resultados.<br />
- É possível estimar o grau de impacto ambiental a<br />
partir dos dados qualitativos com o uso do sistema neuro-fuzzy<br />
e emprego do método de grid partition.<br />
- Com os sistemas neuro-fuzzy é possível construir<br />
gráficos de superfície que sintetizam informações contidas<br />
nas matrizes de interação, tornando-se aptos a serem<br />
incluídos em estudos de impactos ambientais, bem<br />
como em audiências públicas como forma de exposição<br />
dos resultados.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<br />
Agresti, A. Categorical data analysis. Gainesville; Wiley,<br />
1990. 558 p.<br />
Elwen, S. H.; BES, P. B. Environmental factors influencing<br />
the distribution of southern right whales (Eubalaena<br />
australis) on the south coast of South Africa II: within<br />
bay distribution. Marine Mammal Science, v. 20, n. 3, p.<br />
583-601, 2004.<br />
Jang, J. S. R.; SUN, C. T. Neuro-fuzzy modeling and<br />
control. Proceedings of the Ieee, v. 83, n. 3, p. 378-406,<br />
1995.<br />
Matlab, Fuzzy Logic Toolbox R2015a, User´s Guide,<br />
2015.<br />
Silva, E. Avaliação qualitativa de impactos ambientais<br />
do reflorestamento no Brasil. 1994, 309 p. Tese<br />
(Doutorado em Ciência <strong>Florestal</strong>) – Universidade Federal<br />
de Viçosa, Viçosa – MG, 1994.<br />
SILVA, E. Técnicas de avaliação de impactos ambientais.<br />
Viçosa, MG: CPT, 1999. 181 p. (Vídeo curso, 199).<br />
Valdetaro, E. B. Avaliação qualiquantitativa de impactos<br />
ambientais de um programa de fomento florestal,<br />
na Zona da Mata Mineira. 2011. 203p. Dissertação<br />
(Mestrado em Ciência <strong>Florestal</strong>) – Universidade Federal<br />
de Viçosa, Viçosa – MG, 2011.<br />
Zadeh, L. A. Fuzzy sets. Information and control, v. 8,<br />
n. 3, p. 338-353, 1965.<br />
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A IMPORTÂNCIA<br />
DA CULTURA<br />
ORGANIZACIONAL<br />
Foto: divulgação<br />
Por Sílvio Luiz Johann<br />
Professor do Isae/FGV e consultor organizacional<br />
E<br />
xistem diversas abordagens explicativas sobre a<br />
composição da cultura organizacional, como as vertentes<br />
clássicas da Antropologia e da Sociologia. No<br />
entanto, prefiro a abordagem atualizada derivada da Psicologia<br />
Social, na qual a cultura de uma empresa é uma espécie<br />
de personalidade coletiva. Dentro desse viés podemos<br />
não somente entender a personalidade coletiva – a cultura<br />
– da empresa, mas também acessar seu inconsciente.<br />
A cultura de uma empresa – sua personalidade coletiva<br />
– recebe forte influência de alguns aspectos-chave, como<br />
o seu sonho de fundação e a atuação das pessoas que, ao<br />
longo do tempo, transferiram à organização seus exemplos<br />
de atuação e seus valores de conduta. Esses fatores passam<br />
a fazer parte da biografia da empresa que deve ser convenientemente<br />
modelada para gerar orgulho das pessoas<br />
em integrar a companhia. Quando a cultura da empresa se<br />
consolida, ela costuma conter tanto aspectos conscientes<br />
quanto nuances inconscientes. Esses últimos formam o que<br />
podemos denominar de inconsciente coletivo da cultura.<br />
Geralmente, o inconsciente coletivo comporta aspectos<br />
que as pessoas não costumam perceber como existentes<br />
no jeito de ser da empresa, mas que, logicamente, são prejudiciais<br />
à gestão de negócios da organização.<br />
O contrato psicológico é um acordo subjetivo, implícito,<br />
não formalizado, mas tem valor – ou força – superior ao<br />
contrato tradicional de trabalho. Ele exige dos empregados<br />
uma decodificação da cultura da empresa e, muito especialmente,<br />
a materialização de uma prova de amor dentro dessa<br />
mesma cultura, que podem ser os resultados positivos<br />
e a dedicação. Porém, em determinadas empresas ainda<br />
prevalecem provas de amor descontextualizadas e distanciadas<br />
no tempo, como, por exemplo: manda quem pode<br />
obedece quem tem juízo. Quando o contrato psicológico<br />
encontra-se defasado, tende a não suportar a materialização<br />
do propósito estratégico (visão de futuro da empresa).<br />
É para evitar esse tipo de problema que surge o gerenciamento<br />
planejado da cultura organizacional, que tem por<br />
objetivo possibilitar que a ação das pessoas seja dirigida<br />
para a obtenção de resultados efetivos e consiga atingir, de<br />
forma continuada, níveis elevados de desempenho quanto<br />
a sua razão de existir, a seus propósitos centrais e à satisfação<br />
das necessidades e das expectativas dos seus vários<br />
públicos.<br />
Recentemente, desenvolvi um estudo junto a 65 empresas<br />
que compõem o seleto grupo das maiores e melhores<br />
organizações que atuam no Brasil. Foram encontrados<br />
algum tipo de mecanismo, utilizado para o gerenciamento<br />
da cultura organizacional, em todas elas. Trata-se de estimular<br />
o sentimento de orgulho em integrar a empresa e,<br />
mesmo, a percepção de o funcionário sentir-se pertencente<br />
a algo maior, que é a própria organização ao qual ele encontra-se<br />
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