Outubro/2016 - Referência Industrial 179
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ENTREVISTA - Aida Cristina Becker, coordenadora da Comissão Nacional, defende a norma NR-12
I N D U S T R I A L
Madeira
de A a Z
Estudo Setorial da Abimci
apresenta panorama do
setor industrial e revela
oportunidades para
as empresas
Timber
from A to Z
Abimci Sectorial Study provides an overview of
the sector revealing business opportunities
Mercado – Efetivação do novo governo torna ambiente mais favorável para negócios
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
SUMÁRIO
SUMÁRIO
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO
30
Abimci 21
Affemaq 23
Baukus 07
Contraco 53
DRV Ferramentas 11
46
52
Engecass 19
Giacomelli 29
04 Editorial
06 Cartas
Gottert do Brasil 57
H. Bremer 09
Indumec 67
Gaidzinski 51
Mill Indústrias 68
Montana Química 02
MSM Química 13
Planeta Industrial 61
Razi Máquinas 49
Salvador 39
Siempelkamp 05
SKH 61
Vantec 15
Wood Mizer 17
08 Bastidores
10 Coluna Flavio C. Geraldo
12 Notas
18 Aplicação
20 Alta e Baixa
22 Frases
24 Entrevista
28 Coluna Abimci Paulo Pupo
30 Principal Uma indústria forte
36 Construção Civil
40 Marcenaria
46 Especial Agora é para valer
52 Madeira Tratada
54 Química na Madeira
58 Evento
62 Artigo
64 Agenda
66 Espaço Aberto
OUTUBRO | 03
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
EDITORIAL
Ano XVIII - Edição n.º 179 - Outubro 2016
Year XVIII - Edition n.º 179 - October 2016
Estampa a capa desta edição
o estudo setorial da Abimci,
focado no meio industrial
SONHE GRANDE
Jorge Paulo Lemann, o brasileiro mais rico do mundo
com uma fortuna estimada em US$ 38,7 bilhões espalhada
pelos mais diversos setores do país, certa vez disse que
“sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho”.
Tal frase sintetiza a trajetória de Lemann e, por conseguinte,
manda um recado a boa parte dos leitores da REFERÊNCIA
INDUSTRIAL: nossas ambições podem ser irreais, contanto
que nos mantenham no rumo do sucesso e abram caminho
para desenvolver nosso pleno potencial.
Nas páginas dessa edição, nossos assinantes encontrarão
histórias de empresas que buscam otimizar seus gastos com
eficiência energética, redução no tempo de secagem de
madeira e acreditam que, passado o período de turbulência
econômica e política, o Brasil aporta novamente no cais do
crescimento, em direção a um futuro que priorize o investimento
na indústria, um dos alicerces da geração de empregos
e renda deste país. Uma excelente leitura a todos!
DREAM BIG
Jorge Paulo Lemann, the richest Brazilian in the world, with
a fortune estimated at US$ 38.7 billion, divided amongst the
most diverse sectors in the Country, once said that “dreaming
big and dreaming little leads to the same work”. This phrase summarizes
Lemann’s trajectory and, therefore, sends a message to
the readers of REFERÊNCIA INDUSTRIAL: our ambitions may
seem unreal, but as long as we stay on the course of success,
we will create a way to develop our full potential.
In the pages of this Issue, our subscribers will find stories
of companies that seek to optimize their spending on energy
efficiency and reduce wood drying times, and believe that
overcoming the period of economic and political turmoil, Brazil
will once again open the door to growth towards a future that
prioritizes investment in the industry, one of the foundations for
the generation of jobs and income in this Country. To everyone,
pleasant reading!
EXPEDIENTE
JOTA COMUNICAÇÃO
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
Diretora de Negócios / Business Director
Joseane Knop
joseane@jotacomunicacao.com.br
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0800 600 2038
Veículo filiado a:
JOTA EDITORA
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Rafael Macedo - Editor
editor@revistareferencia.com.br
Bruno Raphael Müller
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Colunista / Columnist
Flavio C. Geraldo
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Colaboradores / Colaborators
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Tradução / Translation
John Wood Moore
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Monica Kirchner - Coordenação
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida
aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de
pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais, ONG’s, entidades de
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
CARTAS
Capa da Edição 178 da
Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL,
mês de setembro de 2016
Avanço da marcenaria
Construção sustentável
Por Henrique
Almeida dos Santos –
Ubá (MG)
Por Celso Schroder –
Campinas (SP)
Impressionante ver
como a marcenaria
avançou nos últimos
tempos. A grande tendência
para os próximos
anos é mesmo a
automatização.
Foto: divulgação
Estou surpreso, positivamente,
que há tantas
possibilidades para
o uso da madeira na
construção civil. Quem
diria que ela poderia
substituir o concreto?
Imagem: divulgação
Normas da madeira
Prioridade industrial
Por Paulo Pontes –
Três Barras (SC)
Acredito que iniciativas
como o Qualitrat
só beneficiam o setor
de madeira tratada.
É necessária adesão
a isso!
Foto: REFERÊNCIA
Por Alfredo Andrade –
Bento Gonçalves (RS)
Investimentos no setor
industrial sempre foram
a base para o reestabelecimento
de qualquer
economia. Torço para
que os políticos deste
país percebam isso.
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião
é fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.
revistareferencia@revistareferencia.com.br
Foto: REFERÊNCIA
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E-mails, críticas e sugestões podem ser
enviados para redação ou siga:
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
BASTIDORES
Conrado Zepf (Jatobá
Madeiras), Ricardo Uchôa
(engenheiro industrial da
Marrari Automação), Bruno
Raphael Muller (jornalista
do GRUPO JOTA), Joaquim
Almeida (gerente comercial
da Marrari Automação) e
Vilson Pereira (Scancom)
SECAGEM DE MADEIRA
A REFERÊNCIA INDUSTRIAL esteve presente no campus do
Jardim Botânico da Ufpr (Universidade Federal do Paraná), para
conferir de perto o III Curso de Gerenciamento de Secagem da
Madeira, ministrado pela Marrari Automação.
Foto: REFERÊNCIA
Os engenheiros Juan
Costa Paoli (CPM
Suporte) e Antonio
Sergio Beraldo (Marrari
Automação)
Foto: REFERÊNCIA
ACADÊMICOS DA MADEIRA
Durante dois dias do curso, os professores e engenheiros
Juan Costa Paoli (CPM Suporte) e Antonio Sergio Beraldo (Marrari
Automação) foram responsáveis por passar as melhores formas
de gerenciar a madeira durante o período de secagem.
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Gerando energia para o mundo.
LANÇAMENTO
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
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Flavio C. Geraldo
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PAPAGAIO COME MILHO, PERIQUITO LEVA A FAMA
Apesar de ser um inseto xilófago, o cupim não merece a fama de vilão que o STF afirmou
D
urante a posse da ministra Cármen Lúcia para
a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal),
ocorrida no último dia 12 de setembro, o
ministro Celso de Mello fez interessante analogia a respeito
da corrupção e deterioração da madeira. Talvez
uma chamada do inconsciente, de quem já passou por
um problema com a utilização indevida da madeira. Na
cerimônia, em alusão a uma citação de tempos atrás
relacionada à corrupção, o decano da Corte relembra,
em seu discurso, que “a moral é o cerne da pátria e a
corrupção é o cupim da República”. Tem conceitos de
tecnologia de madeiras por aí! Primeiramente, houve
clara menção ao cerne que, ao contrário do alburno,
geralmente é a porção da madeira mais resistente
à deterioração. Assim, o coitado do cupim aparece
como o vilão, agente da corrupção, aquele que corrói
as porções mais vulneráveis da república, ops, da madeira.
Não deixa de ser verdade: é um inseto xilófago
que come madeira muito vorazmente, trabalhando
às escondidas e quando se percebe é tarde demais,
a madeira atacada por ele terá que ser substituída.
Primeiramente, a injustiça embutida nessa comparação
vem do fato que não foram os cupins que
invadiram os territórios ocupados pelo homem. Pelo
contrário, eles estavam em perfeito equilíbrio com a
natureza há milênios quando, quase que de repente
considerando o tempo biológico, eles viram seus ambientes
sendo degradados e ocupados por construções
com a utilização incorreta de muitos materiais, em
especial a madeira.
Outra injustiça: a comparação desse inocente
inseto com o agente corruptor. Trata-se de um inseto
social, que vive em uma sociedade cuja organização
chega a ser considerada perfeita, rígida divisão de tarefas
pelos grupos de indivíduos, chamados de castas,
sem mordomias, distribuição perfeita dos recursos
que obtêm pelo trabalho. Além disso, alcançam mui-
to sucesso na perpetuação da espécie, possuem alta
capacidade de reprodução, não destroem o ambiente
em que vivem e são considerados como sendo um dos
melhores recicladores da natureza. E o pobre cupim
levando fama de vilão, sendo injustamente comparado
aos agentes da corrupção. Estes sim, ocupam os
ambientes objetivando benefícios próprios, de forma
extremamente apetitosa, em detrimento de outras
parcelas da sociedade em que vivem.
A outra injustiça: o cupim busca alimento dentro
do seu ambiente sem fazer distinção de fronteiras,
nível das propriedades ou classe social. Simplesmente,
como bons apreciadores de material celulósico, agem
pela lei do menor esforço, ou seja, onde há disponibilidade
de madeira apreciável para satisfazer a sua dieta
alimentar eles vão em frente.
Aí reside um fato interessante: se esse banquete
estivesse devidamente protegido, ou seja, a madeira
em questão devidamente tratada em consonância com
os requisitos das normas brasileiras, sem problemas,
ele iria buscar alternativas. Neste ponto, o conservacionista
vai dizer que estaremos matando o pobre
bichinho de fome. Nada disso, esse pobre bichinho tem
a incrível capacidade de fazer o controle populacional
dentro de suas colônias em função da disponibilidade
de alimento, de forma que nenhum indivíduo irá sofrer
pela falta do mesmo. Mesmo assim, a primeira decisão
ao encontrar madeiras não apropriadas para o consumo,
ou seja, devidamente tratadas, será a busca de
fontes alternativas de natureza celulósica.
Ficam os ensinamentos dos versos de uma velha
marchinha de carnaval que dizia mais ou menos assim:
“Cadê o toucinho que estava aqui? O rato comeu.
Cadê esse rato que eu não vi? O gato comeu. Cadê a
vergonha que Deus lhe deu? Você perdeu. O culpado
não fui eu. Eu não me calo, pois malandro não reclama,
papagaio come milho, periquito leva a fama.”
O pobre cupim levando fama de vilão, sendo injustamente
comparado aos agentes da corrupção
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
NOTAS
Foto: divulgação
Razi marca
presença na
Expojuína
A XXIII edição da Expojuína, em Juína (MT), foi de celebração
e fechamento de negócios. A Razi e a Alca Máquinas
marcaram presença, com Eduardo Rechenberg
(diretor da Alca) e Sergio Amorim (gerente comercial da
Razi). Durante o evento, foi negociada a venda de uma
plaina moldureira Style da Razi, que já ganhou destaque
nas páginas da edição 176 de REFERÊNCIA INDUSTRIAL
como reportagem de capa sobre o custo benefício dos
produtos chineses em relação a marcas estrangeiras já
consolidadas. A plaina foi adquirida por Gilberto Cezimbra,
diretor da MGM Agroflorestal, de Colniza (MT).
Material
do futuro
Um ciclo de palestras da WWF-Brasil no CasaPark Shopping,
em Brasília (DF), promoveu em setembro o uso sustentável
da madeira na construção. Com o tema “Madeira
na Construção: Material do Futuro”, o primeiro encontro
mostrou as possibilidades de uso sustentável da madeira e
como esta atitude ajuda na conservação da Amazônia e na
diminuição dos prejuízos, causados pelas mudanças climáticas.
Em outubro, será a vez de debater o tema “Madeira Tropical
e Desenvolvimento Sustentável”, nos dias 26 e 27. A
visita técnica será no Clube do Congresso de Brasília. Para
fechar a programação, nos dias 25 e 26 de novembro, estará
em pauta a “Alta tecnologia em Madeira” e será realizada
uma visita ao Parque de Exposições da Granja do Torto, que
tem como destaque o uso da madeira laminada colada.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Olimpíada da
sustentabilidade
A proposta da organização das Olimpíadas do Rio 2016 foi inspirar
mudanças e estimular a responsabilidade ambiental e social. Para promover
o tema, diversos projetos de sustentabilidade foram pensados e uma
das premissas adotada pelo comitê organizador foi contratar apenas fornecedores
com certificação da cadeia de custódia da madeira. O objetivo
disso era assegurar o manejo sustentável e também a sustentabilidade
em todo o processo produtivo: desde a extração da madeira, passando
pela transformação em produto e chegando até o consumidor final.
Na Vila Olímpica, foram instaladas 80 mil camas e 40 mil armários.
Além disso, foram montados 485 pódios para os medalhistas, tudo produzido
com madeira certificada. Para garantir essa certificação, o comitê
trabalhou em parceria com o FSC (Forest Stewardship Council), que emite
o selo aos produtos de origem florestal.
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Foto: divulgação
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
NOTAS
Aporte
moveleiro
A RGE (Rio Grande Energia) investiu R$ 2,6
milhões no primeiro semestre de 2016 no fortalecimento
da capacidade da rede elétrica de Bento
Gonçalves. O recurso foi empregado para a modernização,
expansão e manutenção do sistema
de distribuição e para atender à demanda da indústria
moveleira local.
Com o objetivo de reforçar a segurança do
sistema e a robustez no abastecimento para os
próximos anos, a RGE investiu R$ 410 mil no aumento
de capacidade da subestação, que é fonte
de energia para a cidade e realizou adequações
nas redes de distribuição para o consumidor final.
MDF ou MDP?
Na hora de escolher os itens que farão parte do projeto de
uma casa ou apartamento, muitas pessoas ficam em dúvida
sobre a escolha do material que deverá compor o mobiliário e
como ele reagirá com o passar dos anos. Duas matérias-primas
usadas normalmente são o MDF e o MDP, painéis de madeira
que demonstram diversas particularidades. Embora sejam muito
parecidos visualmente, cada um possui características que os
diferem.
“Os dois materiais são bons, bonitos e apresentam benefícios.
O MDF é amplamente conhecido pela durabilidade e resistência.
Já o MDP apresenta melhor custo benefício, por isso,
vem ganhando espaço e torna-se uma opção competitiva em relação
às matérias-primas similares”, explica Bruno Garcia Athayde,
arquiteto da Simonetto, empresa de móveis planejados.
Imagem: divulgação
Foto: divulgação
Madeira 3D
é tendência
As portas e os painéis em madeira 3D estão sendo cada vez
mais utilizados na decoração. A praticidade e a personalidade do material
proporcionam bastante aceitação dos clientes, que percebem
um ótimo custo-benefício. Além desse tipo de material ser mais prático,
ele proporciona profundidade e aconchego ao ambiente.
O recurso pode ser inserido em paredes de salas de estar ou de
home theater para ajudar, por exemplo, na acústica do ambiente. Mas
pode ser utilizado em quaisquer outros cômodos, como sala de jantar,
quartos e espaço gourmet. Além do aconchego da madeira, este tipo
de revestimento proporciona personalidade, impacto e dinamismo ao
ambiente.
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
NOTAS
Exportações de
máquinas crescem
As exportações de máquinas e equipamentos cresceram
24,7% no fim de agosto, em relação ao mesmo
mês do ano anterior, totalizando US$ 696 milhões. No
acumulado do ano, o setor voltou a registrar crescimento
em relação a 2015 (2,4%), segundo dados da Abimaq
(Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos). Já
as importações apresentaram queda de 24,6% na comparação
com agosto do ano passado e caíram 22,1% em
relação ao mês de julho deste ano. A retração total é de
18,1%, no acumulado do ano.
Foto: divulgação
Elevação do
Reintegra
Diversos dirigentes de entidades empresariais solicitaram
no início do mês, durante reunião com os ministros Henrique
Meirelles, da Fazenda e Marcos Pereira, do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio Exterior e Serviços a elevação da alíquota
do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores
Tributários para as Empresas Exportadoras) para 5% no ano
que vem. Atualmente em 0,1%, a alíquota subirá para 2% em
2017.
“Nosso pleito já é antigo, mas é a primeira vez para este
novo governo considerar a questão de trazer competitividade
para a indústria nacional”, disse José Velloso, presidente
executivo da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos). O Ministério da Fazenda não descartou avaliar
um estudo apresentado pelos empresários com as justificativas
para a elevação da alíquota.
Foto: divulgacão
Novidade para marceneiros
A ANI (Associação Nacional dos Inventores) desenvolveu uma invenção voltada
aos marceneiros: o kit de furadeira manual para furos em ângulos, a fim de
facilitar o uso do equipamento por profissionais e adeptos do “faça você mesmo”.
Segundo o inventor Antônio Ramos, a inspiração surgiu devido à dificuldade
em fazer furos retos e em ângulos. “Nem todos podem adquirir um dos
produtos similares que hoje temos no mercado devido ao seu preço, também
não é vantajoso investir um bom dinheiro nesses produtos por eles serem voltado
apenas para profissionais”, justificou ele.
Foto: divulgacão
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
APLICAÇÃO
BANHEIRO
AMADEIRADO
O
estilo rústico traz a sensação de aconchego e tranquilidade, graças ao grande uso de materiais como
madeira, tecidos macios, texturas e materiais naturais que aumentam nosso grau de relaxamento e familiaridade
com o espaço. Por causa de todas essas características, é uma ótima escolha para locais
como os banheiros, que possuem uma tendência natural a serem mais frios devido ao fato de possuírem muitos
azulejos, cerâmicas e mármores, entre outros itens. Para quem gosta deste
estilo, mas não pode gastar muito, nem quer fazer bagunça com reformas
exaustivas, indica-se produtos rústicos e naturais para decorar o ambiente.
É o caso das bancadas, cubas de apoio
e prateleiras aéreas, feitas de jatobá,
teca e pinus, respectivamente.
Fotos:divulgação
MADEIRA
PARALÍMPICA
A
caixa das medalhas paralímpicas utilizado
na Rio 2016 é 100% de produção nacional.
A madeira freijó, típica do Brasil
e proeminente no Acre, Rondônia e Maranhão, foi
enviada para Portugal e transformada em caixa no
município de Proença-a-Nova. Foram dois anos
de trabalho pela empresa Ambinti D’interni para
ir ao encontro daquilo que o Comitê Olímpico pretendia:
uma pedra orgânica, semelhante a uma
concha.
Trata-se de uma imitação de uma pedra de
forma orgânica, sem textura como as localizadas
no fundo de lagos e cachoeiras. Ao todo são 5.280
caixas, que foram entregues aos medalhistas de
ouro, prata e bronze durante o maior evento do
ano no país, reforçando a madeira como protagonista
no cenário nacional.
Foto: divulgação
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MELHORE A EFICIÊNCIA NA QUEIMA
Do combustível
Com os Equipamentos
ENGECASS
Caldeira Flamotubular
Grelha Móvel
CAPACIDADE DE
GERAÇÃO DE
VAPOR
pressão de
trabalho
tipo de
vapor
• Grelhado
De
3.000 a
40.000 kgv/h
até
30 bar(g)
saturado ou
super aquecido
• Aquecedores de Fluido Térmico
• Caldeiras Aquatubulares
• Caldeiras Flamotubulares
• Geradores de Gás Quente
• Secadores de Madeira
- Geração de vapor ou água quente para
utilização em processos industriais;
- Plantas de geração e cogeração de energia;
- O melhor rendimento em combustíveis de
baixo poder calorífico.
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
ALTA E BAIXA
ALTA
LOBBY MUNDIAL
O Habitat, programa da ONU (Organização das Nações Unidas) reuniu em Curitiba, com o apoio
da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) e Unitar (Instituto das Nações Unidas para Treinamento
e Pesquisa), especialistas e gestores para debater o papel de empresas de construção
civil na busca pelo desenvolvimento sustentável. O consenso foi geral: será preciso pensar na
evolução da construção de prédios, e nesse caso a madeira será definitivamente protagonista.
REAÇÃO INDUSTRIAL
O Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou no início de setembro os primeiros dados acerca do segundo
semestre na indústria. No comparativo entre julho e junho, a atividade industrial registrou um acréscimo de 0,1%, além
de uma alta significativa na produção de bens de consumo duráveis, como móveis: 3,3% em relação ao mês anterior. A
análise é positiva e mostra sinais de reação da economia.
CHAPAS PUXAM QUEDA
Em um relatório anual sobre o ano anterior, a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) apontou que a produção de madeira
reconstituída em 2015 foi de 7,5 milhões m³ (metros cúbicos). Apesar do número expressivo, ele representou uma
queda de 6,3% em relação a 2014. As produções de MDF, MDP e chapas de fibras foram as que puxaram a queda, com
diminuição de 0,8%, 14,9% e 0,4%, respectivamente.
BAIXA
COMÉRCIO NEGATIVO
De acordo com os dados da pesquisa mensal de comércio do Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), com recuo de 12,4% no volume de vendas em relação a julho de 2015, a
atividade de móveis e eletrodomésticos exerceu o maior impacto negativo na formação da taxa
global do varejo, acumulando nos primeiros sete meses do ano taxa de -14,4% e nos últimos
12 meses, de -15,8%. Especificamente móveis, a queda em julho chegou a 12,8%, acumulando
recuo de 12,5% nos primeiros sete meses deste ano e 16,4% nos últimos 12 meses.
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A VOZ
DA INDÚSTRIA
DA MADEIRA
BRASILEIRA
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Representatividade
Uma associação que prioriza a representatividade,
a defesa de interesses do setor, o acesso a
informações e a melhoria da qualidade dos
produtos.
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
FRASES
Com o cenário político mais claro,
é hora de alcançar consensos para
decidir, com firmeza e determinação,
o que precisa ser feito para deixarmos
a crise no passado e retomarmos o
crescimento econômico
Foto: divulgação
Robson Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da
Indústria), enaltecendo a capacidade da indústria brasileira de reagir
positivamente no segundo semestre deste ano
A CNI concordou com a NR-12, as indústrias tiveram prazo para
se adequar e houve financiamento do Bndes (Banco Nacional de
Desenvolvimento) para compra de maquinário. Esse pedido de
flexibilização é total oportunismo
Ronaldo Fleury, procurador-geral do Ministério do Trabalho, criticando as propostas de flexibilização das leis
trabalhistas do governo do Presidente da República, Michel Temer
Por meio da gestão da paisagem, as empresas do setor garantem
a provisão de importantes serviços ambientais, como a regulação do
fluxo hídrico, a manutenção de corredores ecológicos e o estoque de
dióxido de carbono
Elizabeth de Carvalhaes, presidente-executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), elogiando a indústria
madeireira e florestal em seu trabalho para proteger mais de 5,5 milhões de ha (hectares) de áreas naturais
O ajuste fiscal é a mãe de todas as
reformas: o governo deve controlar
seus gastos, eliminar os desperdícios e
combater a corrupção. O equilíbrio fiscal
deve ser feito sem aumento de impostos.
Os brasileiros não admitem aumento
Foto: Agência Brasil
Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), ao comentar os anseios do setor para o governo
Temer, agora consolidado após o fim do processo de impeachment
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
ENTREVISTA
AIDA CRISTINA
BECKER
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
EDUCATION:
Bacharelado em Engenharia Mecânica e Segurança no Trabalho
Bachelor in Mechanical Engineering and Labour Security
CARGO
PROFESSION:
Auditora fiscal e coordenadora da Cntt da NR-12 (Comissão
Nacional Tripartite Temática da Norma Regulamentadora Nº 12)
Auditor and Coordinator for the National Tripartite Thematic
Committee for Regulatory Standard nº 12 (NR-12 Cntt)
Foto: divulgação
Porquê a NR-12 é necessária
Why NR-12 is required
T
ema polêmico e muitas vezes de difícil compreensão
dentro do setor industrial, a implementação
da NR-12, publicada em 2010, tem gerado debates
acalorados entre o Ministério do Trabalho e a CNI (Confederação
Nacional da Indústria), por meio da imprensa. A
discussão ganhou ainda mais força quando o procurador-
-geral do Ministério, Ronaldo Fleury, considerou como
“oportunismo” a ideia da CNI de flexibilizar a norma junto
ao governo de Michel Temer, na esteira da reforma da CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho), que deve ocorrer em
2017. Para esclarecer e debater tais questões, a REFERÊNCIA
INDUSTRIAL conversou com Aida Cristina Becker, auditora
fiscal e coordenadora da Cntt da NR-12.
A
controversial theme and often difficult to understand
within the Industrial Sector, the implementation
of for Regulatory Standard nº 12 (NR-12),
published in 2010, has generated heated debate between the
Ministry of Labor and the National Industrial Confederation
(CNI) through the press. The debate has gained even more
strength when Ronaldo Fleury, Attorney-General of the Ministry,
considered as "opportunism" the CNI idea for the Government
of Michel Temer to ease the standard in the wake
of the reform of the Consolidation of Labor Laws (CLT), which
should occur in 2017. To clarify and discuss these issues, RE-
FERÊNCIA Industrial spoke with Aida Cristina Becker, Auditor
and Coordinator for the National Tripartite Thematic Committee
for Regulatory Standard nº 12 (NR-12 Cntt).
24 |
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A partir de que momento o Ministério do Trabalho sentiu
a necessidade da NR-12? Como surgiu a Cntt (Comissão
Nacional Tripartite Temática da Norma Regulamentadora)?
A CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) , desde 1943, já
determinava que as partes móveis de quaisquer máquinas ou
acessórios (inclusive correias e eixos de transmissão), quanto
ao alcance dos trabalhadores, deveriam ser protegidas por
dispositivos de segurança que os garantissem suficientemente
contra qualquer acidente. Entretanto, chegamos à década de
70 com uma taxa de mortalidade por acidentes do trabalho de
30 óbitos a cada 100 mil trabalhadores segurados, colocando
o Brasil no topo da sinistralidade laboral. Em 1997, devido às
convenções coletivas ratificadas pelo Brasil junto à OIT (Organização
Internacional do Trabalho), em diversos aspectos de
segurança e saúde no trabalho, a CLT foi alterada ampliando os
artigos do capítulo V que trata sobre o tema. Na sequência, em
1978, estes artigos foram regulamentados por meio da Portaria
3214/78, onde foram criadas 28 normas regulamentadoras,
sendo a NR-12 dedicada às máquinas e equipamentos.
A redação da NR-12 de 1978, entre outros dispositivos,
determinava que as máquinas e os equipamentos deveriam
ser dotados de dispositivos de partida, parada e outros que se
fizessem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho,
especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.
Corroborando os dados acidentários, o Anuário Estatístico
da Previdência Social do ano 2000 informa que as lesões com
maior incidência foram o ferimento do punho e da mão dos
trabalhadores que somaram 111,5 mil acidentes, o equivalente a
32,4% do total de acidentes verificados e segue afirmando que
se trata de acidentes, na sua maioria, provocados por máquinas,
em grande parte notoriamente obsoletas, como demonstra
o trabalho de René Mendes e colaboradores, elaborado por
solicitação da Secretaria de Previdência Social do Ministério
do Trabalho e Previdência Social.
Neste cenário, restava a necessidade urgente de atualização
da NR-12, incorporando os avanços tecnológicos existentes
em relação à segurança de máquinas e harmonizando
o regulamento brasileiro ao contexto normativo nacional e
internacional, pois as Convenções Coletivas buscando avanços
em nível estadual geravam uma situação na qual trabalhadores
de determinados estados estavam “mais protegidos” do que
de outros estados, criando assimetrias incompatíveis com os
princípios constitucionais.
Hoje, acredita que as condições de trabalho no Brasil
são ideais?
Apesar de uma boa legislação de segurança e saúde no
Brasil e de seu aprimoramento por meio do processo tripartite,
especialmente no segmento de máquinas, as condições de
trabalho estão longe das condições ideais. Temos um parque
fabril composto por muitas máquinas antigas e obsoletas, falta
de informação e formação sobre o tema e especialmente a falta
de políticas públicas integradas para incentivo da renovação e
adequação de máquinas, vigilância na importação de máquinas
inseguras e implementação de programas de avaliação da
conformidade para máquinas e componentes de segurança,
contribuem para dificuldade na implementação da NR-12 e na
melhoria da segurança nos ambientes de trabalho.
When did the Ministry of Labor feel the need for Regulatory
Standard nº 12 (NR-12)? How did the National
Tripartite Thematic Committee for Regulatory Standard
(Cntt) come about?
Starting in 1943, the Consolidation of Labor Laws (CLT)
determined that workers should be protected by safety devices
that sufficiently ensure against any accident caused
by the moving parts of any machines or accessories (including
belts and drive shafts) that are within the reach of the
worker. However, in the 70’s, the mortality rate had reached
30 deadly accidents for every 100 thousand insured workers,
putting Brazil on top of the worker accident list, worldwide.
In 1977, due to Collective Bargaining Protocols ratified by
Brazil with the International Labor Organization (ILO), as
to various aspects of worker safety and health, the CLT was
amended to expand the articles of Chapter V that dealt with
the topic. As a result, in 1978, these articles were regulated
by Ordinance 3214/78, where 28 Regulatory Standards were
created, including NR-12 dedicated to “Machinery and Equipment”.
NR-12, as written in 1978, amongst other requirements,
determined that machinery and equipment should be equipped
with start/stop devices, as well as others considered necessary
to prevent industrial accidents, especially regarding
the risk of accidental activation.
Corroborating the accident data, the 2000 Statistical Social
Security Yearbook reported that the lesions with highest
incidence rate were worker fist and hand injuries, totaling
111.5 thousand accidents, the equivalent to 32.4% of total
accidents reported, and it further stated that these accidents
were mostly caused by machines, largely notoriously obsolete,
as noted in the work by René Mendes and collaborators,
prepared at the request of the Secretary of Social Security of
the Ministry of Labor and Social Security.
Under this scenario, there remained an urgent need to
update NR-12, incorporating the existing technological advances
in relation to machinery safety and harmonizing the
Brazilian regulation in a national and international regulatory
context. This was because the Collective Bargaining Protocols
required changes at a State level because they were
generating situations where workers in certain States were
“more protected” than in other States, creating imbalances
that were incompatible with constitutional principles.
Today, do you believe that working conditions in Brazil
are ideal?
Despite good worker safety and health legislation in Brazil
and improvements through the tripartite process, especially
in the machinery segment, working conditions are far
from ideal. We have an industrial park composed of old and
obsolete machinery, and with a lack of information and training
on the theme and, especially, a lack of integrated public
policies providing incentives for the renewal and adaptation
of machines, monitoring the import of unsafe machinery and
implementation of conformity assessment programs for machines
and safety components, which all contribute to difficulty
in the implementation of NR-12, and the improvement
of safety conditions in work environments.
OUTUBRO | 25
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
ENTREVISTA
Que pontos apontaria como cruciais na NR-12, que
mudaram o panorama da segurança nas empresas para os
funcionários?
A NR-12 em sua construção tripartite procurou trazer a informação
já consagrada em segurança de máquinas ao alcance
de toda a sociedade, em seu conteúdo estão os fundamentos
basilares e que podem ser aplicados pelos micro e pequenos
empresários que muitas vezes não tem informação suficiente
e empregam com dificuldade seus recursos em máquinas que
poderiam estar oferecendo riscos aos trabalhadores. De posse
das informações básicas de segurança estes empresários podem
passar a observar e exigir máquinas adequadamente seguras
valorizando assim o seu investimento. Da mesma forma que
adequações de máquinas ficam facilitadas com as informações
constantes nos diversos anexos da NR-12. Todas estas condições
podem ser acompanhadas pela representação dos trabalhadores
se refletindo em condições de trabalho mais seguras.
Como coordenadora da NR-12, o que aponta de benefícios
gerados pela norma?
A NR-12 foi publicada em 2010, portanto já se passaram
quase seis anos após a sua criação. Acredito que o maior legado
da NR-12 é a difusão do conhecimento sobre proteção de máquinas.
A NR-12 tem conceitos que estão na literatura técnica
há mais de 100 anos, outros remontam à década de 70 e que, se
empregados, evitariam milhares de acidentes mutilantes. Além
do parque fabril obsoleto, ficamos por diversas décadas incorporando
máquinas novas que não correspondiam ao estado
da técnica da época de sua fabricação, isto é, máquinas novas
com concepção obsoleta sob o ponto de vista da segurança,
aumentando cada vez mais o volume de máquinas obsoletas
e perigosas.
Com a informação trazida pela NR-12, empregadores, trabalhadores,
fabricantes e técnicos passaram a se familiarizar com
a boa técnica e hoje os conceitos técnicos presentes na NR-12,
Precisamos de um
setor industrial e uma
sociedade ética e
madura, sonegar
informações não é opção
para enfrentar e superar
qualquer problema
What are the crucial points in NR-12 that have changed
the landscape of worker safety in industrial companies?
NR-12 in its tripartite construction sought to bring the
information already consecrated in machinery safety within
the reach of all Society. It contains the basic fundamentals
of what could be carried out by micro and small entrepreneurs,
who often do not have enough information and who
have difficulty adapting machinery resources, which could
be offering risks to workers. In possession of this basic safety
information, these entrepreneurs can begin to observe
the Standard and require adequately safe machines, thus
valuing their investment. In the same way, machinery adaptations
are made easier with the information contained in
the various annexes to NR-12. All these conditions may be
monitored by worker representatives as they reflect on safer
working conditions.
As NR-12 Coordinator, what are the benefits generated
by the standard?
NR-12 was published in 2010, so it's been almost six years
since its creation. I believe that the greatest legacy of NR-
12 is the dissemination of knowledge about machinery protection.
NR-12 has concepts that have been recorded in the
technical literature for more than 100 years, others date back
to the late 70’s and that, if employed, would prevent thousands
of mutilating accidents. In addition to the industrial
park, for several decades the regulation has remained obsolete,
incorporating “new” machines that did not correspond
to the state-of- the-art at the time of its manufacture, i.e.
new machines with obsolete design from the point of view
of safety, increasing the volume of obsolete and dangerous
machines.
With the information contained in NR-12, employers,
workers, manufacturers and technicians began to familiarize
themselves with good working techniques and the technical
concepts today presented in NR-12, which are mostly the
same concepts as expressed in international technical standards,
are consolidated, where each actor increasingly tends
to see a machine not only within its productive characteristics,
but also within its safety aspects in all its uses.
Many complain that, to meet the standard, it is necessary
to completely renovate the whole industrial park.
Do you agree with this statement?
In our Country, the purpose of economic order is to ensure
dignity to all, under the dictates of social justice, observing,
amongst other things the principle of the social function of
property – Article 170, Paragraph III of the Federal Constitution
of 1988 – in this way, it is up to the entrepreneur to
handle the risks involved in any economic activity, whether
it is harmful to the environment or to the worker. The legal
determination that machines are appropriate and have the
devices required to prevent accidents at work has existed since
1943. The need for adaptation is going to depend on how
much has become outdated over the last seven decades.
26 |
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que são majoritariamente os mesmos conceitos expressos nas
normas técnicas internacionais, estão consolidados e cada um
dos atores tende cada vez mais a observar uma máquina não
apenas com suas características produtivas, mas também em
seus aspectos de segurança em todas as suas fases de utilização.
Muitos reclamam que, para se adequar à norma, é necessário
revisar praticamente todo o parque fabril. Você
concorda com esta afirmação?
No nosso país a finalidade da ordem econômica é assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observando, dentre outros o princípio da função social da propriedade
- artigo 170, inciso III da CF (Constituição Federal) de
1988 - nesta senda, cabe ao empreendedor gerir os riscos da
atividade econômica, sejam eles nocivos para o meio ambiente
ou para os trabalhadores. A determinação legal que as máquinas
sejam adequadas e possuam dispositivos para evitar acidentes
de trabalho existe desde 1943. A necessidade de adequação vai
depender do quanto ficou defasada nas últimas sete décadas.
Existe algum pensamento em prol de um subsídio para
as empresas que se adequarem à NR-12, como forma de
incentivo?
Existem algumas linhas de financiamento, inclusive com
juro zero, como no caso do estado de São Paulo, para renovação
de máquinas do segmento de panificação. Acredito
serem fundamentais políticas públicas com financiamento para
aquisição de máquinas seguras ou adequação de máquinas,
com um estudo adequado de perfil para que os que realmente
necessitem deste crédito possam ter acesso, que também leve
a um trabalho para a retirada definitiva de circulação daquelas
máquinas que vierem a ser descartadas.
Muito tem se falado nos jornais sobre a possibilidade de
flexibilização da NR-12, em um possível acordo costurado
pela CNI e o governo de Michel Temer. Acredita que isso seria
benéfico para o setor industrial?
A redação original e todas as alterações da NR-12 foram
debatidas e aprovadas pela CNI, portanto parece um conflito
técnico e ético que a mesma entidade que debate e valida o
trabalho em um fórum legitimo, vá buscar outro meio para
desconstituir este mesmo trabalho.
Muitas empresas relutam em reportar acidentes que
ocorrem dentro dos locais de trabalho, por receio do efeito
previdenciário. Que tipo de atitude pode ser tomada, para
evitar este tipo de situação?
Acredito que a única forma de evitar os diversos custos
decorrentes dos acidentes do trabalho é investir na prevenção.
Precisamos de um setor industrial e uma sociedade ética
e madura, sonegar informações não é opção para enfrentar e
superar qualquer problema.
Temos um parque fabril
composto por muitas
máquinas antigas e
obsoletas, falta de
informação e formação
sobre o tema
Is there thought about subsidies for companies to
adapt themselves to NR-12, as an incentive?
There are a several lines of financing, including with
zero-interest, as in the case of the State of São Paulo, for
equipment renewal in the baking segment. As I've mentioned
previously, I believe there should be fundamental public policies
for financing the acquisition of safe machines or making
machinery adaptations, with proper studies being carried out
so that those who really need this credit can have access to
it. This also includes the definitive disposal of those machines
that are to be discarded.
Much has been said in the media about the possibility
of the easing of NR-12 requirements, in a possible deal
being tailored by the CNI and the Government of Michel
Temer. Do you believe that this would be beneficial for the
Industrial Sector?
The original rendition and all changes of NR-12 have
been discussed and approved by CNI, so it would appear to be
a technical and ethical conflict that the same entity that debates
and validates the work in a legitimate forum, is looking
at another way to undo this work.
Many companies are reluctant to report the accidents
that occur within the workplace for fear of the social security
effect. What attitude can be taken, to avoid this
kind of situation?
I believe that the only way to avoid the various costs
of industrial accidents is to invest in prevention. We need
an ethical and mature Industrial Sector and Society, where
withholding information is not an option to confronting and
overcoming any problem.
OUTUBRO | 27
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
COLUNA ABIMCI
Paulo Pupo
Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de
Madeira Processada Mecanicamente
Contato: abimci@abimci.com.br
Foto: divulgação
ACORDO DE PARIS: O PAPEL DO SETOR DE BASE FLORESTAL
Como o Brasil pode contribuir para cumprir sua parte na regulamentação do clima
P
resenciamos a história acontecer diariamente, embora
muitas vezes só nos daremos contas disso no futuro.
Em setembro, o Brasil deu um passo importante
para contribuir com a mitigação das mudanças climáticas: o
país, terceiro maior grande emissor de carbono, ratificou o
documento, que no ano passado, já havia sido aprovado por
197 países que participaram da COP 21 (Conferência do Clima
de Paris). O compromisso dos países signatários é manter o
aumento da temperatura média global em menos de 2°C
(Graus Celsius) acima dos níveis pré-industriais, e fazer um
esforço para ir além: limitar a elevação da temperatura a 1,5°C.
Mas como o setor de base florestal, incluindo a indústria
madeireira, pode contribuir para que o Brasil cumpra a sua
parte? Com 7,8 milhões ha (hectares) de plantios florestais,
o setor já é responsável pelo estoque de cerca de 1,7 bilhão t
(tonelada) de carbono. É este setor que dá origem à matéria-
-prima para as nossas indústrias, que contribui para a proteção
direta das florestas e ecossistemas através de RL (Reserva
Legal), APP (Áreas de Proteção Permanente) e Rppn (Reservas
Particulares do Patrimônio Natural). Regula o clima, melhora
a qualidade do ar, conserva recursos hídricos, protege o solo
contra erosão, conserva a fauna silvestre, reduz o impacto
sobre as florestas nativas através das florestas plantadas,
reduz o desmatamento ilegal e é fonte de biodiversidade e
biotecnologia.
Ainda no que diz respeito à base florestal, um tema que
deveria estar melhor mais bem posicionado no radar das
prioridades do governo brasileiro são as concessões florestais,
pois segundo a ONU (Organização das Nações Unidas)
para a FAO (Alimentação e a Agricultura) elas têm potencial
para trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais à
sociedade como um todo. Ainda de acordo com a FAO, as
concessões são importantes ferramentas de governança para
o aproveitamento e manejo das florestas públicas em muitos
países tropicais.
Entre os compromissos assumidos pelo Brasil estão o de
reduzir, até 2025, 37,5% das emissões em comparação aos dados
de 2005, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de
florestas, promover o uso de bioenergia sustentável e alcançar
uma participação estimada de 45% de energias renováveis
na matriz energética até 2030. Para tanto, serão necessárias
políticas públicas e planejamento em médio e longo prazo.
Incentivos para o setor produtivo investir no uso de energias
limpas podem ser uma das formas para cumprir parte das
metas. Vale ressaltar que boa parte da indústria madeireira
já processa seus resíduos na geração de energia, além da geração
por meio de pequenas centrais hidroelétricas, que tem
de se desenvolvido de forma importante no Brasil.
Outro tema que precisa ser incluído na agenda pública
diz respeito à forma como estamos construindo as cidades.
Pesquisas e teses de doutorados revelam que o uso da madeira
plantada na construção civil pode ser uma ótima estratégia
para mitigar a emissão de CO2. Os estudos mostram que se
fosse duplicada a quantidade do que é construído hoje utilizando
a madeira de floresta plantada, seria possível diminuir
entre 13 e 22% a emissão do gás carbônico. Mais um motivo
pelo qual o setor madeireiro, que tem colocado em prática
uma série de ações capitaneadas pela Abimci, defende a
consolidação do sistema construtivo wood frame no Brasil,
principalmente as tentativas de quebramos alguns paradigmas
culturais e políticos em relação a esse método construtivo
inovador e sustentável de casas de madeira. Muitos países já
estão atentos a isso. É o caso de Alemanha, França, Japão
e Rússia, que vêm incentivando o emprego da madeira por
questões ambientais, como a mitigação das emissões de
CO2 e diminuição do consumo de energia na construção civil.
O Brasil vive um momento de despertar para o tema
sustentabilidade. Ainda há muito discurso e poucas ações
práticas quando se trata de um planejamento macro, que
inclua o poder público. Por parte da iniciativa privada, porém,
a necessidade de manter custos enxutos (por conta do custo-
-Brasil), a responsabilidade com o ambiente e as pessoas
envolvidas com os negócios e, no caso do setor madeireiro,
o respeito com a sua fonte essencial que é a floresta, já fazem
parte da rotina e dos ideais de sustentabilidade das empresas.
O país pode sim ser uma referência para o mundo dentro
do Acordo de Paris. O setor produtivo, em especial o setor de
base florestal já está fazendo sua parte em várias ações e está
preparado para contribuir com todo esse processo. Precisamos
para isso planejamento, trabalho sério e ação prática por
partes dos governantes. Caso contrário, viraremos atletas de
reuniões e de discussões intermináveis!
O país pode sim ser uma referência para o mundo dentro
do Acordo de Paris
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL
PRINCIPAL
UMA INDÚSTRIA
FORTE
Fotos: divulgação
ESTUDO SETORIAL LANÇADO PELA ABIMCI REVELA QUE FABRICANTES
DE PRODUTOS DE MADEIRA ESTÃO MAIS PREPARADOS PARA ENFRENTAR
AS CRISES, APESAR DAS TURBULÊNCIAS ECONÔMICAS E POLÍTICAS NO
MERCADO INTERNO
30 |
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esenvolvimento de produtos e busca de novos mercados
estrangeiros, ações para ampliação do consumo
D
interno, investimentos em qualidade e otimização
de custos. As estratégias da indústria de madeira para superar
a recente crise econômica e política pela qual o Brasil passa
aparecem no mais recente Estudo Setorial lançado pela Abimci
(Associação Brasileira da indústria de Madeira Processada
Mecanicamente). As informações quantitativas e qualitativas
não deixam dúvida: o setor madeireiro não ficou imune à crise
interna que, em alguns segmentos, ainda enfrentou queda de
preços no mercado internacional, mas soube fazer das adversidades
o impulso para dar o fôlego necessário da sustentabilidade
nos negócios.
“Os dados atualizados do Estudo Setorial revelam que
a indústria da madeira no Brasil está se desenvolvendo de
forma competente e consolidada, nos principais mercados do
mundo, estratégias que a colocam novamente em uma posição
de destaque. Somado a isso, os esforços da Abimci, outras
instituições e profissionais do setor para ampliar o consumo
interno de madeira começam a surtir efeito e podem gerar
oportunidades de longo prazo para essa indústria”, afirma o
presidente da Abimci, José Carlos Januário.
Entre as informações de destaque apresentadas pelo documento
estão os indicadores socioeconômicos que mostram a
relevância do setor de base florestal-industrial para a geração
de receitas, criação direta e indireta de postos de trabalho, exportações
e no saldo da balança comercial nacional. Até o ano
passado, cerca de 57% (369 mil em 2015) dos empregos diretos
e formais do setor florestal brasileiro estavam na indústria madeireira
e de móveis. “O potencial de empregabilidade desse
segmento é grande e gera impactos positivos na economia,
porque tende a fixar a mão de obra no interior do país e em
cidades menores, que precisam de setor produtivo fortalecido
para levar renda para as comunidades”, avalia Januário.
Estimativas para 2016 indicam que o nível de emprego do
setor florestal será equiparado ao do ano de 2009, quando se
contabilizaram 642 mil postos de trabalhos diretos e formais.
A maior concentração de empresas produtoras e consumidoras
de madeira serrada, lâminas e de compensado de florestas
plantadas no Brasil está principalmente na região sul do Brasil.
O maior destaque é o Estado do Paraná.
A maior concentração de empresas produtoras e consumidoras de
madeira serrada, lâminas e de compensados de florestas plantadas
no Brasil está principalmente na região sul do país
A STRONG
INDUSTRY
A SECTOR STUDY PUBLISHED BY THE BRAZILIAN
ASSOCIATION FOR THE MECHANICALLY
PROCESSED TIMBER INDUSTRY REVEALS THAT
FOREST PRODUCT MANUFACTURERS ARE
MORE PREPARED TO FACE CRISES, DESPITE ANY
ECONOMIC AND POLITICAL TURMOIL IN THE
DOMESTIC MARKET
roduct development, seeking new markets abroad,
actions for expansion of domestic consumption,
P
investments in quality, and cost optimization: these
are strategies that the forest product industry is undertaking
in order to overcome the economic and political crisis which
Brazil is currently going through, and are outlined in the most
recent Sector Study released by the Brazilian Association for
the Mechanically Processed Timber Industry (Abimci). The
quantitative and qualitative information leave no doubt: the
forest product industry was not immune to the internal crisis,
where several segments faced falling prices in the international
market, but knew how to make use of these adversities in providing
the impulse to give the breath needed for sustainability
in business.
“The current data presented in the Sector Study reveal that
the forest product industry in Brazil is developing along the
right lines and becoming consolidated in major world markets,
strategies that, once again, lead it to obtaining a prominent
position, worldwide. In addition, the efforts of Abimci, and
other institutions and professionals in the Sector to expand
domestic consumption of forest products are beginning to
take effect and can lead to long-term opportunities for this
industry,” says José Carlos Januário, President of Abimci.
Amongst the most notable information presented by the
document are the socioeconomic indicators that demonstrate
the relevance of the Forest Product Sector as to the generation
of income, direct and indirect creation of jobs, and exports and
the national trade balance. Up to last year, about 57% (369
thousand in 2015) of direct and formal jobs in the Brazilian
Forest Sector was in the forest product and furniture industry.
“The employability potential in this segment is large and
generates positive impacts on the economy, because it tends
to fix the labor force in the Country’s interior and smaller towns,
that need a strengthened productive sector to provide
more income to the communities involved,” analyzes Abimci
President Januário.
The solid wood industry represents 20% of the forest
product industry GNP and 93% of the number of companies.
OUTUBRO | 31
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
PRINCIPAL
A Abimci vem atuando junto a órgãos externos e ao governo
brasileiro para fortalecer a presença no exterior
Foto: Salvaro
LOBBY PARA A EXPORTAÇÃO DE MADEIRA
Atuar para que as exportações brasileiras dos produtos de
madeira cresçam de forma sustentável e perene nos principais
mercados consumidores é uma das missões que fazem parte da
rotina da Abimci. Para isso, a entidade tem atuado em frentes
como a da representatividade internacional através de acordos
de cooperação e troca de informações.
“Em mais de 40 anos de história, a entidade se consolidou
In addition, it generates 57% of the jobs in the productive
chain and is responsible for 21% of exports. With low import
content, the solid wood industry was responsible for a US$ 2
billion trade balance in 2015.
Forecasts for 2016 indicate that the level of employment in
the Forest Product Sector will be the same as for 2009, over 640
thousand direct and formal jobs. The largest concentration of
Brazilian producers and consumers of sawnwood, plywood and
Indicadores Socioeconômicos do Setor Florestal e da Indústria de Madeira
2015
Setor Florestal
Participação da Indústria de Madeira Sólida
Valor bruto da produção
R$ 70,3 Bi R$ 13,9 Bi
20%
Número de empresas
166,258
155,419 empresas
93%
Geração de empregos
648,710
368,970 empregos
57%
Exportações
us$ 10,3 Bi
us$ 2,14 Bi
21%
Importações
us$ 1,4 Bi
us$ 61,5 Mi
4%
Balança comercial
us$ 8,9 Bi
us$ 2,08 Bi
23%
Setor florestal
Indústria madeira sólida
Notas: (i) setor florestal contempla florestas nativas + plantadas; (ii) as exportações da
indústria de madeira sólida incluem dados de exportações de móveis de madeira
Fonte: IBÁ (2016), Ibpt (2016), Mdic (2016), MET (2016), Banco de Dados Stcp (2016).
32 |
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como a voz do setor industrial madeireiro no exterior e esse
posicionamento tem se fortalecido com uma presença cada
vez mais intensa nas principais agendas internacionais”, avalia
o superintende da associação, Paulo Pupo. No campo político,
a entidade tem atuado junto ao governo e órgãos financiadores
para aperfeiçoar os mecanismos de financiamento ao processo
produtivo.
Outra ação adotada na tentativa de melhorar as condições
das empresas que têm o mercado internacional como
um dos destinos para seus produtos é encontrar soluções para
os problemas de logística e infraestrutura. “Da promoção de
encontros, que possibilitem a troca de informações e do diálogo
entre as autoridades portuárias e os empresários, passando
pela realização de eventos que promovam discussões em torno
desse tema, a Associação tem sido protagonista desse debate
e continuará atuando para desenvolver melhores logística e
infraestrutura, que atendam as necessidades do setor.
Leia a seguir um resumo das principais perspectivas e
análises para cada um dos principais produtos apresentados
pelo documento:
MADEIRA SERRADA DE PINUS
A desaceleração da economia brasileira associada principalmente
à desvalorização cambial entre 2014 e 2015 impactou
positivamente no aumento do volume de exportação da madeira
serrada de pinus – passando de 741 mil metros cúbicos em
2011 para mais de 1,3 milhão em 2015. Com a queda no consumo
interno, os níveis de exportação desse produto voltaram a
crescer, chegando aos patamares de 2006 e 2007.
ESTIMATIVAS PARA 2016
INDICAM QUE O NÍVEL DE
EMPREGO DO SETOR FLORESTAL
SERÁ EQUIPARADO AO DO
ANO DE 2009, QUANDO SE
CONTABILIZARAM 642 MIL
POSTOS DE TRABALHOS DIRETOS
E FORMAIS
MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS
Em 2006, eram produzidos 14,6 milhões de metros cúbicos
de madeira serrada de folhosas. No ano passado, esse volume
foi de 2,7 milhões. O valor de comercialização pelo Brasil tamveneer
from planted forests is mainly in the Southern Region
of Brazil. Most notably, the State of Paraná.
LOBBY FOR FOREST PRODUCT EXPORTS
Acting so that Brazilian forest product exports grow sustainably
and continuously in the main consumer markets, is
one of the Abimci missions. For that, the entity has acted as
representative on international fronts through cooperation
agreements and information exchanges.
“With a history of more than 40 years, the entity has
become consolidated as the voice of the forest product
industry abroad and this position has been strengthened
with an increasingly intense presence in major international
agendas,” says Paulo Pupo, Supervisor of the Association. In
the political field, the entity has worked with the Government
and financing agencies to improve funding mechanisms for
the productive process.
Another action being taken in an attempt to improve
the conditions of the companies that have the international
market as one of the destinations for their products is finding
solutions to logistics and infrastructure problems. “Promoting
meetings, which allow the exchange of information
and dialogue between port authorities and entrepreneurs,
through events that promote discussions around this theme,
the Association has been a protagonist in this debate and will
continue working to develop better logistics and infrastructure
to meet the needs of the Sector.
The following is a summary of the main perspectives
and analysis for each of the main products discussed in the
document:
A desaceleração da economia brasileira associada
principalmente à desvalorização cambial entre 2014 e
2015 impactou positivamente no aumento do volume de
exportação da madeira serrada de pinus
Foto: Berneck
PINE SAWNWOOD
The deceleration of the Brazilian economy, associated
with the exchange rate devaluation between 2014 and 2015,
has impacted positively on increasing the export volume of
pine sawnwood – increasing to more than 1.3 million cubic
meters in 2015 from 741,000 in 2011. With the fall in domestic
OUTUBRO | 33
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
PRINCIPAL
Em 2015 foram produzidos 8,1 milhões de portas de madeira no Brasil,
sendo 4,95 milhões de unidades referentes a kit-portas prontas
bém despencou, registrando uma queda de 70% entre 2006 e
2015. Além disso, o uso de outras espécies ou produtos substitutos
acentuou ainda mais a queda na produção e consumo
no mercado brasileiro. Uma das saídas encontradas por esse
segmento tem sido o uso do eucalipto. Um dos principais polos
de produção de madeira serrada de eucalipto está na região
de Telêmaco Borba, no Paraná. Neste polo, que compreende
a região de Sengés, Jaguariaíva, Imbaú e Reserva, há diversas
serrarias que utilizam o eucalipto como matéria-prima na produção
de madeira serrada para os segmentos de embalagens,
construção civil e móveis.
COMPENSADOS DE PINUS
Um dos principais produtos da pauta de exportações da
indústria da madeira, o compensado de pinus tem registrado
uma evolução de produção em todo mundo na última década.
Em 2015 foram produzidos 82,1 milhões de metros cúbicos,
mantendo os mesmos patamares dos dois anos anteriores. O
principal player internacional nesse segmento é a China, que em
2014 participou com 30% nas exportações mundiais. Já o Brasil,
quarto maior produtor mundial, foi responsável por 16% das
vendas internacionais no ano passado. Os principais destinos
das vendas internacionais brasileiras foram os EUA (Estados
Unidos da América) e o Reino Unido em 2015. As importações
norte-americanas cresceram, entre 2010 e 2015, de 3% para
17%, puxadas pela recuperação do mercado imobiliário.
COMPENSADO DE FOLHOSAS
No Brasil, uma das grandes apostas dos produtores de
compensado tropical está no paricá, uma espécie nativa da
Amazônia que está sendo cultivada principalmente nos Estados
do Pará, e em menor escala no Maranhão e Tocantins. Esta
espécie é amplamente utilizada na indústria do compensado
devido às propriedades físico-mecânicas adequadas a esta
aplicação, aliadas ao seu rápido crescimento. Em uma das
iniciativas recentes da Abimci, foi lançado o Catálogo Técnico
e Promocional do Paricá com o intuito de informar e ofertar
consumption, product exports have grown, reaching 2006
and 2007 levels.
TROPICAL SAWNWOOD
In 2006, 14.6 million cubic meters of tropical sawnwood
were produced. Last year, this volume was only 2.7 million.
The Brazilian export value also plummeted, registering a 70%
fall between 2006 and 2015. In addition, the use of other
species or substitutes accentuated the fall in production and
consumption in the Brazilian market. One of the solutions
found for this segment has been the use of eucalyptus. One
of the main eucalyptus sawnwwod producing centers is in the
Telemaco Borba Region in the State of Parana. This producing
center comprises the Sengés, Jaguariaíva, Imbaú and Reserva
municipalities, where there are many sawmills using eucalyptus
as a raw material for the production of sawnwood for use in
the packaging, building construction and furniture segments.
PINE PLYWOOD
One of the forest product industry’s main exports, worldwide
pine plywood production has increased over the last
decade. In 2015, 82.1 million cubic meters were produced,
maintaining the same level as that of the previous two years.
The main international player in this segment is China,
which in 2014 had a 30% share of global exports. Brazil, the
world's fourth largest producer, was responsible for 16% of
international sales last year. In 2015, the main destinations
for Brazilian international pine plywood sales were the United
States and the United Kingdom. The US imports grew to 17%
from 3%, between 2010 and 2015, driven by the recovery of
the housing market.
TROPICAL PLYWOOD
In Brazil, one of the major bets by producers of tropical
plywood is in the use of Paricá, a species native to the Amazon
Region being cultivated mainly in the State of Pará, and to a
lesser extent in the States of Maranhão and Tocantins. This
34 |
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ao mercado consumidor soluções e novas oportunidades para
esse produto madeireiro. A expectativa é, além de posicionar o
compensado de paricá no mercado nacional, destinar o produto
para a exportação. O volume total de compensado de folhosas
exportado pelo Brasil se estabilizou nos últimos anos, após
queda de 22% a.a. na última década.
PORTAS
Um dos segmentos que mais evoluiu tecnicamente e em
padronização, o setor de portas de madeira brasileiro, que
tem como foco principal o mercado interno, tem passado por
mudanças significativas nos últimos dez anos e pode aproveitar
tendências importantes que se apresentam tanto no comércio
mundial quanto nacional. Estudos internacionais especializados
estimam que a demanda global por portas cresça em torno de
6% a.a. até 2020. Embora a maior parte das importações esteja
pulverizada entre diversos países, cinco deles concentram
acima de 40% do total mundial. Os maiores importadores de
portas de madeira são os EUA e o Reino Unido com 27% do
total em 2015, seguidos por Japão, Noruega e Alemanha. Em
2015 foram produzidos 8,1 milhões de portas de madeira no
Brasil, sendo 4,95 milhões de unidades referentes a kit-portas
prontas, que acompanham batentes e ferragens, somados a
3,15 milhões unidades de folhas de portas.
MOLDURAS
Em 2015, as exportações mundiais de molduras de madeira
totalizaram US$ 1,7 bilhão. Com Chile e Brasil liderando esse
comércio ao participarem com 16% e 12%, respectivamente, do
total mundial. Os EUA importaram quase a metade do volume
total de molduras em 2015 (44%), com importante participação
do Brasil e possibilidade de crescimento nesse mercado, já que
há expectativas de aumento das importações por parte dos
americanos, por estarem em torno de 30% abaixo do período
da pré-crise.
PISOS SÓLIDOS DE MADEIRA
A produção de pisos de madeira no Brasil vem decrescendo
nos últimos anos a taxa de 8,1% ao ano, influenciada pela mudança
de comportamento no consumo nacional, com preferência
pelo piso cerâmico. A produção que era de 19,4 milhões de
metros cúbicos em 2006, chegou a 9,1 milhões no ano passado.
E apesar da significativa evolução das exportações mundiais
entre 2006 e 2015 - de US$ 5,1 bilhões para US$ 11,2 bilhões,
representando um crescimento médio anual de 9,1% - o Brasil
participa timidamente desse comércio, com queda desde 2009
no volume enviado para o exterior. De 480 mil toneladas em
2006 para 219 mil toneladas no ano passado.
species is widely used in the plywood industry due to its physical-mechanical
properties being suitable for this application,
combined with its rapid growth. As one of its recent initiatives,
Abimci published a Paricá Technical and Promotional Catalog
in order to inform and offer the consumer market solutions as
to the new opportunities for this timber product. It is expected,
in addition to positioning Paricá plywood in the domestic market,
the product will be destined for export. The total volume
of tropical plywood sheet exported by Brazil has stabilized in
recent years, after a fall of 22% per year in the last decade.
DOORS
One of the most evolved segments, both technically and
as to standardization, is the Brazilian wood door segment,
which has as its main focus the domestic market, which has
gone through significant changes over the last ten years and
has taken advantage of important trends that are present in
both world and domestic trade. Specialized international studies
estimate that global demand for doors will grow around
6% per year until 2020. Although the majority of imports are
spread out amongst several countries, five account for more
than 40% of the world's total. The largest importers of wood
doors are the United States and the United Kingdom representing
27% of the total in 2015, followed by Japan, Norway
and Germany. In 2015, 8.1 million wood doors were produced
in Brazil, of which 4.95 million were ready to be installed door
kits, including door frames and hardware, and 3.15 million
were door panels.
MOLDINGS
In 2015, global exports of wood moldings amounted to
US$ 1.7 billion. With Chile and Brazil having leading shares,
participating with 16% and 12%, respectively, of the world's
total. In 2015, the United States accounted for nearly half
of the total volume of imported moldings (44%), with Brazil
supplying a significant portion and, with the forecast growth
in this market, there are expectations of increased imports on
the part of the American market, because they are still around
30% below pre-crisis levels.
SOLID WOOD FLOORS
The production of solid wood floors in Brazil has been
falling in recent years at the rate of 8.1% per year, influenced
by the change in behavior in domestic consumption, with a
preference for ceramic floors. Last year, production was just
9.1 million down from 19.4 million m3 in 2006.
And despite the significant growth in global exports – US$
11.2 billion from US$ 5.1 billion – between 2006 and 2015,
representing an average annual growth of 9.1%, Brazil has a
very timid participation in this trade, with a fall in the volume
exported to 219,000 mt last year from 480,000 mt in 2006,
continuing a trend started in 2009.
OUTUBRO | 35
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
CONSTRUÇÃO CIVIL
WOOD FRAME
GANHA FORÇA NO
MERCADO INTERNO
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ESTUDO SETORIAL DA ABIMCI MOSTRA
QUE HÁ ESPAÇO PARA O USO DA MADEIRA
NA CONSTRUÇÃO CIVIL; NORMATIZAÇÃO
DO WOODFRAME É UM DOS MOTIVOS
PARA ESSE MOVIMENTO POSITIVO
Tecverde construiu
o primeiro prédio
em wood frame
no Brasil este ano,
um marco para o
desenvolvimento do
sistema construtivo
no país
Foto: Tecverde
Foto: Tecverde
U
ma das tendências que aparece no Estudo
Setorial da Abimci é a possibilidade de
crescimento do consumo de madeira no
mercado interno. E as razões são muitas: o trabalho
que vem sendo realizado para desenvolver a norma
técnica para o sistema construtivo wood frame, um
movimento intenso de entidades, profissionais e
empresas para promover o uso da madeira na construção
civil, a necessidade de se encontrar soluções
sustentáveis, rápidas de serem executadas e que
atendam às normas de desempenho da construção,
e o déficit habitacional brasileiro que, segundo
dados do Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), já supera os 5,8 milhões de residências.
“Com a publicação da norma técnica do wood
frame, abrem-se oportunidades para os produtores
de madeira serrada de pinus, por exemplo, que podem
ser fornecedores para esse sistema, além de
poderem agregar valor a vários segmentos madei-
OUTUBRO | 37
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
CONSTRUÇÃO CIVIL
reiros”, afirma o presidente da Abimci, José Carlos
Januário. Atrelado a esse movimento setorial, os
dados que monitoram a atividade industrial indicam
um arrefecimento da crise econômica brasileira e
contribuem para a melhora do otimismo.
Os últimos índices divulgados pela CNI (Confederação
Nacional da Indústria) mostram que, até
agosto de 2016, cinco dos noves indicadores apresentam
desempenho mensal positivo. Produção,
horas trabalhadas e faturamento registraram crescimento
no mês de junho. A quantidade exportada de
manufaturados cresceu 4,7% em julho. Em agosto,
após 28 meses, o Icei (Índice de Confiança do Empresário
Industrial) alcançou 51,5 pontos, valor acima da
linha divisória de 50 pontos, que separa confiança
e falta de confiança. “Dentro de uma perspectiva
realista, com as mudanças políticas e econômicas
em curso, o Brasil certamente avançará, de forma
contínua e sem sobressaltos, gerando oportunidades
reais de negócios para a indústria da madeira”,
completa José Carlos Januário.
“DENTRO DE UMA
PERSPECTIVA
REALISTA, O BRASIL
CERTAMENTE
AVANÇARÁ,
GERANDO
OPORTUNIDADES
REAIS DE NEGÓCIOS
PARA A INDÚSTRIA DA
MADEIRA”
POTENCIAL FLORESTAL
Com 12% da área mundial de florestas, figurando
na segunda posição em extensão florestal,
atrás da Rússia que detém 20%, o Brasil possui
485,8 milhões de hectares de florestas nativas e
outros 7,8 milhões de ha (hectares) com florestas
plantadas. Do total de área com florestas nativas
no Brasil, apenas 13% se constitui como florestas
de produção madeireira.
O grande destaque das áreas florestais brasileiras
fica com a floresta plantada, já que os maiores
índices de investimento, produtividade, geração de
emprego e renda estão centrados, principalmente,
na indústria produtora e consumidora de florestas
plantadas. Elas são fontes diretas de matéria-prima
para a indústria florestal-madeireira nacional. Nas
últimas décadas, as principais fontes de suprimento
de madeira para a indústria de base florestal do
Brasil têm sido os plantios de eucalipto e pinus, os
quais embora ocupem apenas 1,6% da área total
com florestas no país, responderam em 2015 por
91% da produção nacional de madeira em tora.
“O potencial da cadeia florestal-madeireira é
Foto: REFERÊNCIA
Foto: divulgação
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Foto: divulgação
enorme no Brasil. O que falta são políticas públicas
de médio e longo prazo, que priorizem o avanço da
área plantada, atraiam investimentos internacionais.
Para isso, precisamos de segurança jurídica,
acesso a crédito e infraestruturas adequadas para o
desenvolvimento do setor produtivo”, conclui José
Carlos Januário.
“NAS ÚLTIMAS
DÉCADAS, AS
PRINCIPAIS FONTES
DE SUPRIMENTO
DE MADEIRA PARA
A INDÚSTRIA DE
BASE FLORESTAL DO
BRASIL TÊM SIDO
OS PLANTIOS DE
EUCALIPTO E PINUS,
QUE RESPONDERAM
EM 2015 POR 91%
DA PRODUÇÃO
NACIONAL DE
MADEIRA EM TORA”
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
MARCENARIA
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PRATAS
DA CASA
ALUNOS DO DO SENAI PARANAENSE SÃO SÃO PREMIADOS POR POR INOVAÇÃO EM
EM DESIGN DE MÓVEIS DURANTE O VII 7º CONGRESSO MOVELEIRO, EM
EM CURITIBA
Fotos: divulgação
OUTUBRO | 41
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
MARCENARIA
O
s trabalhos de alunos do curso Técnico em
Design de Móveis do Senai-PR (Serviço Nacional
de Aprendizagem da Indústria do Paraná)
foram premiados como os melhores, em um projeto
voltado à inovação na área. Eles foram os escolhidos
entre 18 trabalhos que participaram da iniciativa, que
é vinculada a avaliação no curso técnico. A premiação
ocorreu em setembro, durante o VII Congresso Moveleiro,
promovido pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado
do Paraná), em Curitiba (PR).
Todos os projetos premiados atenderam a uma demanda
solicitada e foram feitos para terem várias utilidades
dentro de uma residência. Os estudantes realizaram
pesquisas de mercado e participaram de uma banca em
que membros da empresa e do Senai selecionaram os
três melhores trabalhos. Durante um semestre, os alunos
tiveram que desenvolver o projeto de acordo com uma
metodologia específica e o desenvolvimento desse trabalho
teve o acompanhamento dos professores do curso.
O primeiro lugar ficou com a estudante Cristina da Silva
Simão, 22 anos, que planejou um nicho para paredes
com mesa acoplada. "Com ele, a pessoa pode retirar a
mesa do nicho e usar para ler, apoiar o computador ou
até mesmo para comer", disse a designer. A ideia surgiu
"COM ESTE MÓVEL, A PESSOA
PODE RETIRAR A MESA DO NICHO
E USAR PARA LER, APOIAR O
COMPUTADOR OU ATÉ MESMO
PARA COMER"
DESIGNER CRISTINA SIMÃO,
VENCEDORA DA PREMIAÇÃO QUE
OCORREU DURANTE O CONGRESSO
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a partir de apartamentos pequenos, que têm como
principais problemas a necessidade de armazenamento
funcional de objetos.
Na opinião do professor Anderson Alex Trierveiler,
coordenador do curso Técnico em Design de Móveis,
que funciona no Campus da Indústria, em Curitiba, "para
o curso é muito importante e interessante esse tipo de
projeto, pois coloca os alunos em contato direto com a
indústria."
Anualmente, o Senai no Paraná realiza, em parceria
com a Escola Técnica de Stuttgart, da Alemanha, o
Projeto de Móveis. Como oportunidade para o Senai na
atualização técnica e o aperfeiçoamento dos docentes e
alunos, a partir do contato com novas técnicas e tecnologias,
mais a promoção de intercâmbio cultural, o projeto
realizado entre julho e agosto de 2016 na unidade do Senai
em São José dos Pinhais resultou em um atendimento
a um cliente (simulado) que desejava mobiliar a sala de
sua residência, com móveis únicos.
Três alunos do Senai Paraná e dois professores das
unidades de São José dos Pinhais e União da Vitória,
além de cinco estudantes alemães e dois professores da
Alemanha, estiveram envolvidos no projeto, mostrando
a possibilidade da troca de experiência e conhecimento
O objetivo do Congresso
Moveleiro deste ano foi
fomentar a cadeia produtiva
nacional por meio de ações de
capacitação
OUTUBRO | 43
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
MARCENARIA
entre os estudantes e docentes envolvidos. O projeto
neste ano seguiu a temática da marcenaria fina.
CONGRESSO MOVELEIRO REPENSA O
SETOR DURANTE A CRISE
O congresso ampliou a discussão sobre o atual cenário
enfrentado pelo setor no país - a indústria moveleira
foi uma das mais impactadas com a crise brasileira. As
dificuldades enfrentadas hoje estão ligadas diretamente
à redução do poder de compra da população e à expectativa
de investimentos por parte dos consumidores. A
possibilidade do estabelecimento e fortalecimento de
conexões entre empresas e fornecedores de insumos,
bens e serviços, além de outros atores ligados à movelaria
nacional e internacional foi o grande trunfo da programação,
que contou com presidentes de sindicatos, designers
e especialistas internacionais do setor.
Mais de 1.400 participantes se propuseram a separar
dois dias para repensar a forma e reinventar o mercado
de móveis. O objetivo do Congresso Moveleiro deste ano
foi fomentar a cadeia produtiva nacional por meio de
ações de capacitação (workshop, palestras e exposições)
Presidente do Sima, de Arapongas
(PR), Irineu Munhoz palestra durante
o VII Congresso Moveleiro
xx
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e negócios. “Em paralelo, o objetivo é também pautar
o comportamento e a tendência de consumo, em consequência
do enfrentado atualmente pelo setor, diante
da crise econômica nacional”, pontua Nilson Violato,
coordenador técnico do evento. De acordo com dados
do Ministério do Trabalho e Emprego de 2014, o Paraná
ocupa a segunda colocação em geração de empregos
e o terceiro posto em números de estabelecimentos se
comparado ao segmento nacional.
“EM PARALELO, O OBJETIVO
É TAMBÉM PAUTAR O
COMPORTAMENTO E A
TENDÊNCIA DE CONSUMO,
EM CONSEQUÊNCIA DO
ENFRENTADO ATUALMENTE
PELO SETOR, DIANTE DA CRISE
ECONÔMICA NACIONAL”
NILSON VIOLATO,
COORDENADOR TÉCNICO DO EVENTO
OUTUBRO | 45
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
ESPECIAL
AGORA É
PARA VALER
COM A EFETIVAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DE
MICHEL TEMER, AUMENTO DA CONFIANÇA DO
EMPRESARIADO E O ANÚNCIO DE REFORMAS
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS PARA OS
PRÓXIMOS MESES, HÁ MOTIVOS PARA ACREDITAR
QUE O PAÍS COMEÇA A SE REALINHAR
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Foto: Agência Brasil
U
ma mudança de ambição. Assim pode ser definida
a nova gestão ministerial e da Presidência
da República, após a efetivação de Michel
Temer como o responsável por liderar o país rumo à saída
de uma crise econômica histórica. Em pouco mais de
três meses, o novo governo reconstruiu sua postura na
política externa, recebendo elogios até mesmo do secretário
do Tesouro norte-americano, Jacob Lew. Agora
cabe o Presidente de fato cumprir o discurso, ou seja,
cortar gastos do governo, diminuir custos da iniciativa
privada e reestabelecer o ambiente favorável ao crescimento
econômico.
“Há desafios no caminho à frente, mas entendemos
que as reformas estruturais tomadas e os caminhos que
estão criando são os corretos para o retorno do crescimento
no Brasil”, afirmou Jacob durante visita ao país
para encontro com Temer e o Ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, em setembro.
A nova posição executiva, obviamente, não passou
despercebida aos olhos do restante da comunidade in-
ternacional. Em sua primeira viagem pós-Impeachment,
Temer fechou negócios na China que devem injetar, em
curto prazo, R$ 15 bilhões na economia brasileira a partir
da venda de aviões e acordos na área de siderurgia
e agricultura. Não obstante, o FMI (Fundo Monetário
Internacional) elogiou, através de um comunicado oficial,
as atitudes tomadas para conter a crise fiscal que
se alastra pelos Estados da União com o crescente endividamento
das contas públicas. “O foco do governo
no controle do crescimento das despesas fiscais é um
imperativo e é bem-vindo”, afirmou a diretora-gerente
do banco, Christine Lagarde, reiterando a necessidade
do país de promover a reforma previdenciária, um dos
principais assuntos discutidos em Brasília neste ano.
Já no seu primeiro discurso na ONU (Organização
das Nações Unidas), Michel Temer fez questão de frisar
que o impeachment de Dilma Rousseff transcorreu
com absoluto respeito à constituição de 1988, o que,
na visão de especialistas, gerou aumento na confiança
tanto de possíveis investidores quanto do empresariado
OUTUBRO | 47
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
ESPECIAL
Foto: Agência Brasil
Michel Temer e José Serra, Ministro das Relações Exteriores, se reúnem com Joe Biden, vice-presidente
dos EUA; relação deve ser estreitada com incentivos à exportação e abertura de licitações a estrangeiros
brasileiro. “Nossa tarefa, agora, é retomar o crescimento
econômico e restituir aos trabalhadores brasileiros
milhões de empregos perdidos”, afirmou o presidente,
durante sua fala. O resultado foi imediato: o ICI (Índice
de Confiança da Indústria) subiu 2,1 pontos em setembro
ante agosto, passando de 86,1 para 88,2 pontos - o
maior nível desde meados de 2014 - conforme apontou
a FGV (Fundação Getulio Vargas).
“O setor produtivo defende uma atuação por parte
do governo focada no ajuste fiscal de longo prazo”, define
Paulo Pupo, superintendente da Abimci (Associação
Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente).
“No que diz respeito a formas de estimular o
crescimento econômico, ações como consolidar iniciativas
que atraiam a participação do setor privado para a
área de infraestrutura, eliminar obstáculos regulatórios
que afetam os investimentos e a operação das empresas,
além de criar mecanismos para a consolidação das
exportações por meio de uma política cambial, facilitação
de comércio, acordos comerciais e ajuste da alíquota
do Reintegra (Regime Especial de Reintegração
de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras)
[já foi anunciada sua elevação para 2%, em 2017], são
algumas das medidas esperadas pela indústria.”
No campo trabalhista, a Abimci acredita ser necessário
assegurar a segurança jurídica nas relações de
trabalho, ressaltando a urgência das reformas trabalhistas,
que devem ser realizadas em 2017 e não devem
ser vistas como inimiga dos trabalhadores, uma vez que
também deve ser fator de geração de novos postos de
trabalho. “A regulamentação da terceirização permitirá
às empresas escolher o que terceirizar, de acordo com a
Foto: Agência Brasil
COM OS ALIADOS RENAN
CALHEIROS E RODRIGO
MAIA NA PRESIDÊNCIA DO
SENADO E DA CÂMARA,
RESPECTIVAMENTE,
TEMER CONSEGUE UMA
HARMONIA POLÍTICA
EM BRASÍLIA QUE DILMA
JAMAIS TEVE
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DADOS DE MAR/10 A SET/16, DESSAZONALIZADOS
120
110
100
90
80
70
60
Fonte: Fundação Getúlio Vargas
mar/10
set/10
mar/11
set/11
mar/12
set/12
mar/13
set/13
mar/14
set/14
mar/15
set/15
mar/16
set/16
Após discurso de Temer na ONU e anúncio de reformas trabalhistas e
previdenciárias, ICI atingiu seu maior nível desde a metade de 2014
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
ESPECIAL
Reformas trabalhistas devem ser feitas sem prejudicar os direitos dos trabalhadores, defendem
governo e empresários
Foto: divulgação
sua estratégia de negócio, mas assegurando o cumprimento
dos direitos trabalhistas”, afirma Pupo.
Outra medida defendida pela CNI (Confederação
Nacional da Indústria), Abimaq (Associação Brasileira e
boa parte do setor moveleiro é a suspensão provisória
da NR (norma regulamentadora) 12, até que seja adequada
à realidade da indústria nacional, criticada por
ser onerosa devido à necessidade de adaptação de praticamente
todo o campo fabril. “Da forma como está, a
NR 12 é inexequível e inviável”, definiu Robson Braga,
presidente da CNI, em agosto.
Para Bernardo Fajardo, pesquisador e especialista
da FGV em Administração Pública e de Empresas, a
fuga de capital externo foi vital para a depreciação do
Real no restante do mundo nos últimos dois anos, e o
incentivo às exportações deve ser essencial para a revitalização
da moeda no quatro trimestre de 2016 e início
de 2017. “O principal a ser buscado são as reformas, que
não há alternativa; precisam ser feitas”, diz ele. “Este é
o primeiro passo para recuperar credibilidade. A redução
da meta do superávit primário pode também ser
um ponto positivo neste aspecto, pois estabelece clareza
em relação ao que o país pode alcançar neste ano
recessivo. De concreto, as atitudes do novo governo
têm transmitido aos agentes econômicos que a nova
gestão é séria e está tentando mudar as bases do Brasil,
acabando com qualquer dúvida em relação à política
financeira.”
“A REGULAMENTAÇÃO DA
TERCEIRIZAÇÃO PERMITIRÁ
ÀS EMPRESAS ESCOLHER
O QUE TERCEIRIZAR,
MAS ASSEGURANDO
O CUMPRIMENTO DOS
DIREITOS TRABALHISTAS”
PAULO PUPO,
SUPERINTENDENTE DA ABIMCI
Foto: Agência Fiep
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"O INCENTIVO ÀS
EXPORTAÇÕES JÁ
AUMENTARAM NO
NORDESTE E
CENTRO-OESTE"
JOSÉ SERRA,
MINISTRO DAS RELAÇÕES
EXTERIORES
Foto: divulgação
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
MADEIRA TRATADA
ALTERNATIVA
PARA AS
CIDADES
MADEIRA TRATADA VIRA TENDÊNCIA PARA UTILIZAÇÃO EM
PRAÇAS PÚBLICAS, COMO EM TANGARÁ DA SERRA (MT)
Fotos: divulgação
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É
possível oferecer inovação, sustentabilidade e
durabilidade por um preço baixo, quando o assunto
são obras públicas? Se depender da equipe
que reformou a Praça da Bíblia, em Tangará da Serra
(MT), a resposta é sim.
Ao custo de apenas R$ 650 mil, arquitetos e urbanistas
da cidade transformaram o local em sinônimo de modernidade:
pontos de ônibus, bancos, pergolados, postes
e até mesmo lixeiras foram construídas com madeira de
eucalipto tratada. A cerimônia de reinauguração aconteceu
com a presença de autoridades municipais e público
em geral em junho deste ano. Como a mão de obra utilizada
foi totalmente da região, o local se tornou querido
pelos moradores em pouco espaço de tempo.
“No meu ponto de vista a madeira é insubstituível”,
conta a arquiteta Iluska Dias, secretária de infraestrutura
da cidade e uma das responsáveis pelo projeto. “A utilidade
dessa matéria-prima vem desde a base da obra até
o acabamento final. Proporciona beleza, durabilidade,
conforto térmico e acústico, além de ser fonte renovável.
E a madeira tratada não é protagonista apenas na Praça
da Bíblia, aqui em Tangará: já vem sendo empregada na
confecção dos abrigos de passageiros do transporte coletivo
na cidade, mobiliários de outros locais e nossa intenção
é expandir ainda mais esta utilização.”
A forma de tratamento dada à madeira utilizada é
tradicional: após o descascamento e pré-secagem ao ar
livre, é submetida a um processo industrial de tratamento
por célula cheia a vácuo-pressão em autoclave com
preservante CCA (Arseniato de Cobre Cromatado). “Após
a montagem dos mobiliários é feito o acabamento com
stain natural UV”, detalha a equipe da prefeitura.
Muito se fala da qualidade renovável, sustentável e
até estética da utilização da madeira na construção civil.
Na maioria das vezes, há um consenso geral: é uma área
que só tende a crescer, ultrapassando o concreto nos próximos
anos. “O uso da madeira está em notável desenvolvimento,
muito por conta da crescente necessidade
de gerar eficiência, economia e sustentabilidade pensando
nas gerações futuras”, reflete Iluska. “Devemos, cada
vez mais, implementar formas de exploração consciente
da natureza diminuindo o impacto ambiental. O eucalipto
tratado vem de encontro com essa expectativa, pois
apresenta uma padronização que facilita o trabalho de
maneira versátil, contribuindo com a estática da obra.”
A espécie de eucalipto escolhida para a obra foi a Eucalyptus
citriodora, cultivada em reflorestamentos. “Somente
o mobiliário de eucalipto tratado foi terceirizado
por se tratar de mão de obra especializada”, relembra
Iluska. “Como o eucalipto já vem sendo empregado em
nossa cidade, a aceitação da sua utilização na Praça foi
muito boa.”
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
QUÍMICA NA MADEIRA
A MUDANÇA
CLIMÁTICA
GLOBAL E A
PRESERVAÇÃO
DE MADEIRAS
Fotos: divulgação
54 |
www.referenciaindustrial.com.br
ENTENDA A IMPORTÂNCIA
DO TRATAMENTO
PRESERVATIVO PARA A
FIXAÇÃO DE CARBONO NA
MADEIRA
O
químico, médico, matemático e inventor inglês
James Lovelock verificou que o oxigênio existente
na atmosfera, pela sua elevada reatividade,
deveria ser quase totalmente absorvido, inviabilizando
a vida na Terra. Entretanto, sua concentração permanece
constante, em torno de 21%. O mesmo pode-se dizer em
relação à temperatura média do planeta, que se mantém
constante na faixa de 15 a 35°C (Graus Celsius) há milhões
de anos.
Esses acontecimentos levaram Lovelock a postular que
a superfície terrestre se comporta como um organismo dotado
de autorregulação e deu a essa teoria o nome de Gaia
ou Gê, a Mãe Terra. Sem embargo de todos os seus esforços,
a Mãe Terra não deve estar nem um pouco satisfeita com o
comportamento de seus inquilinos, que de maneira irresponsável,
tudo têm feito no sentido de comprometer sua
função homeostática. E esse tipo de ação teve início, não
por mero acaso, nos primeiros anos da Revolução Industrial,
com o lançamento crescente dos gases de efeito estufa que
capturam parte da energia solar refletida pela Terra, impedindo
o seu retorno ao espaço, retendo-a, o que faz com que
a superfície terrestre e a dos oceanos se aqueçam.
Dentre esses gases, ganham destaque o dióxido de carbono,
o óxido nitroso, o metano, os hidrofluorocarbonetos
e outros, sendo o primeiro deles o mais difundido na atmosfera.
Cabe ressaltar que o efeito estufa em si não é danoso,
sendo até necessário para a manutenção da vida no planeta.
A sua exacerbação, principalmente como decorrência das
atividades humanas (ação antrópica), é que tem sido motivo
de preocupação, a ele atribuídas, e que podem ser constatadas
pelas pessoas dotadas do mínimo senso de observação.
Tais fatos fizeram com que organismos internacionais,
como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a WMO
(Organização Meteorológica Mundial), criassem o Ipcc (Pai-
OUTUBRO | 55
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
QUÍMICA NA MADEIRA
Há que se contar com o que se dispõe
no momento, que é colaborar com os
ecossistemas terrestres
nel Intergovernamental sobre as Mudanças de Clima), que
congrega pesquisadores dos países membros da ONU, encarregados
do estudo, monitoramento do aquecimento global
e das mudanças climáticas. Esses pesquisadores, em sua
grande maioria, defendem a contribuição das atividades humanas
na elevação da temperatura do planeta, embora essa
postura não constitua um parecer unânime da comunidade
científica.
Assim, a prevalecer a opinião da maioria, é preciso que
se faça algo urgente para minimizar esses fatores, que serão
de vital importância para as gerações futuras. Resta ao ser
humano continuar e ampliar seus esforços para a diminuição
do uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo), cuja queima
é a grande responsável pela emissão dos gases e cujo
principal componente, o CO2, segundo a Energy International
Agency, em 2011 bateu seu próprio recorde em quantidade
emitida, atingindo a cifra de 316 gtc (gigatoneladas de
carbono).
Há que se contar com o que se dispõe no momento, que
é colaborar com os ecossistemas terrestres no processo de
absorção do CO2, por meio da fotossíntese, que pode ser
6 CO 2
+ 12 H 2
O C 6
H 12
O 6
+ 6 H 2
O + 6 O 2
Energia luminosa Clorofila
Uma peça de madeira de
reflorestamento, preservada de
acordo com as técnicas vigentes,
pode ter sua vida média duplicada
expressa através da seguinte equação:
Cabe salientar que esse processo de estocagem de CO2
na forma de madeira, na realidade trata-se de uma moratória,
porque após ter cumprido a sua vida como material
utilizável pelo homem, esse CO2 será devolvido para o meio
ambiente por meio dos organismos recicladores: micro-organismos
e insetos. Por se tratar de uma moratória, avulta
o grande papel representado pela preservação de madeiras,
pois, por exemplo, uma peça de madeira de reflorestamento
preservada de acordo com as técnicas vigentes pode ter
sua vida média duplicada. O diagrama que se segue facilita a
56 |
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Não tratado
CO2
C CO2
CO2
C
CO2
CO2 CO2
C C CO2
CO2 CO2 CO2 CO2
CO2 emitido como resultado da degradação
Tratado
C
C C
C
C
C
C
C
C C C C
C
C
Carbono fixo na madeira
compreensão do que foi dito.
O teor de carbono numa madeira com densidade relativa
0,53 (como, por exemplo, o Pinus caribeae) é de 50%, o
que corresponde a 265 kg/m³ (quilogramas por metro cúbico).
Logo, o tratamento preservativo ajuda a fixação de carbono
na madeira, o que põe em destaque a responsabilidade
de cada usina de preservação de madeira sobre a qualidade
de sua produção, bem como o dos órgãos que devem ou deveriam
exercer uma fiscalização responsável.
Por Ennio Lepage, pesquisador
e consultor técnico da Montana
Química
e-mail: elepage@montana.com.br
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EVENTO
ACADÊMICOS
DA SECAGEM
Fotos: Marrari Automação
58 |
www.referenciaindustrial.com.br
MARRARI DESENVOLVE CURSO
VOLTADO A GERENCIAMENTO DE
MADEIRA COM PARTICIPAÇÃO DE
PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS E
ENGENHEIROS DA
EMPRESA,
UNINDO PRÁTICA
À TEORIA
A
união de duas práticas que podem existir em perfeita
harmonia. Assim pode ser definida a 3ª edição
do Curso de Gerenciamento de Secagem da
Madeira, organizado pela Marrari Automação em parceria
com a Ufpr (Universidade Federal do Paraná), que ocorreu
entre os dias 14 e 16 de setembro em Curitiba (PR). Como
mote principal, os três dias do curso priorizaram a atenção
às práticas mais indicadas com uso de equipamentos, logística
e procedimentos para o melhor resultado durante a
secagem da matéria-prima. Para ministrar o curso, foram
convidados os professores Dr. Ricardo Jorge Klitzke (Ufpr),
Ricardo Uchôa (Marrari), Juan Costa Paoli (CPM Suporte),
Antonio Sergio Beraldo (Marrari), Elisa Pizzaia Goltz (Marrari)
e Dr. Ivan Venson (Ufpr), todos referência quanto o assunto
é gerenciamento de estufas, temperaturas e logística
operacional.
Durante a apresentação, o engenheiro industrial Juan
Costa Paoli destrinchou questões de equipamento (estufas
e caldeiras) e técnicas de ajuste (curva de secagem, cases de
sucesso na área e análises de qualidade). “Uma marca registrada
do ecopower, como um todo: suavidade nas ações e
comandos. Por isso é bom colocar essa suavidade, também,
em todo o restante. Uma válvula proporcional e um damper
proporcional”, destacou ele, durante interação com outro
professor do evento, Antonio Sergio Beraldo.
O Ecopower, carro-chefe da Marrari e que foi mencionado
como sinônimo de boa gestão de sistemas durante o curso,
é um dos mais avançados para controle de secagem de
madeira disponível no mercado. Além do controle de cada
secador, o equipamento gerencia e otimiza a energia utilizada
no processo, reduzindo bastante o consumo de energia
térmica e elétrica, em relação aos sistemas tradicionais.
Com avançadas rotinas de controle e recursos inovadores,
garante elevada qualidade na secagem e a redução de defei-
OUTUBRO | 59
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
EVENTO
tos e do tempo do processo, conforme informou a empresa.
A plataforma operacional garante a geração de dados operacionais
e gerenciais em tempo real com acesso local ou
via internet, gerando curvas de secagem com até 25 fases,
além da seleção automática dos sensores de temperatura e
umidade para controle, para secagem de pinus ou eucalipto.
Para Maycon Luiz Xavier, participante do evento e encarregado
da secagem na Temasa, em Caçador (SC), o curso
é de enorme importância, dado fato de reunir os maiores
profissionais no mesmo setor para a troca de informações.
“Pelo fato da secagem ser um dos processos mais importantes
e custosos da empresa, tudo que puder fazer para reduzir
custos se torna essencial”, opina ele, que fez questão de ressaltar
a evolução do trabalho com a parceria com a Marrari.
“Faz uns dois anos que começamos com a Marrari na nossa
empresa. Antes tocávamos duas caldeiras, agora tocamos
só uma, uma otimização em redução de custos que estimo
em pelo menos 20%. Só nisso, já tivemos um resultado muito
grande, virando referência em secagem de madeira para
a Ikea, um cliente nosso que tem atuação mundial. É uma
conquista bem grande para nossa parceria.”
Já na visão de Adriano Rodrigues, engenheiro florestal
na área de secagem da Edentec em Buri (SP), o Ecopower
“Com a Marrari
como parceira,
viramos
referência em
secagem de
madeira para a
Ikea, um cliente
nosso que
tem atuação
mundial”
Maycon Luiz Xavier,
da Temasa (SC)
dispensa comentários, assim como a iniciativa da Marrari
de juntar as práticas acadêmicas às empíricas. “O objetivo
pelo qual nós colocamos foi apenas redução de consumo
de combustível, nada mais. Mas além da redução no consumo,
aumentamos muito a qualidade da secagem”, exalta
ele, surpreso pelo resultado em curto prazo. “Para nós,
o próprio equipamento se pagou em muito pouco tempo,
justamente pela sua polivalência. É um sistema que não dá
nenhuma dor de cabeça. Você acaba administrando melhor
seu tempo com ele. Estamos até considerando colocar mais
um, na nossa quarta estufa”. Taxativo, ele define como crucial
o desenvolvimento de cursos como o de secagem: “o
conhecimento empírico precisa coexistir com o teórico para
criar uma perfeita harmonia, a fim de aplicar no seu trabalho.
Hoje, produzimos 2 mil m³ (metros cúbicos) de madeira
seca, por mês. Se seguirmos nessa toada bem sucedida, esperamos,
em breve, chegar a 3.500 m³.”
Clovis Jung, supervisor de secagem no Grupo Ipumirim,
cujo foco é a secagem exclusiva de madeira pinus, disse que
o período de testes com o Ecopower foi de sucesso. “Ainda
Os professores Juan Costa Paoli e Antonio Sergio Beraldo, que
ministraram dois dos três dias de curso
“O
conhecimento
empírico
precisa coexistir
com o teórico
para criar
uma perfeita
harmonia, a fim
de aplicar no seu
trabalho”
Adriano Rodrigues,
da Edentec (SP)
Professor Dr. Ricardo Jorge Klitzke deu início ao curso falando sobre
as propriedades fundamentais do processo de secagem
60 |
www.referenciaindustrial.com.br
estamos habituando ele ao nosso sistema, porém a qualidade
já melhorou consideravelmente. É questão de ajustar
os tempos de secagem para unir o útil ao agradável”, explica
ele, que trabalha com matéria-prima a partir de 30 anos
de idade. As secagens são feitas em estufas, convencional
para a produção de molduras e batentes. “Dentro da nossa
área, diminuímos o número de trincas e teor de tensão. A
redução chegou a 40% nesses casos”, calcula.
“Dentro da
nossa área,
diminuímos o
números de
trincas e teor
de tensão. A
redução chegou
a 40% nesses
casos”
Clovis Jung,
do Grupo Ipumirim
O efeito é sentido mesmo nas empresas de grande
renome, como confirma Ivandro Lorenzi, supervisor de
produção na Tramontina. “Trabalhamos com as principais
espécies de eucalipto: aligna, grandis e o citrodoro. Atualmente,
nós trabalhamos no processo de usinagem de
1.800 m³/mês, com o processo de secagem totalmente interno.
Estamos em busca de novas soluções, recentemente
montamos essa parceria com a Marrari onde viemos
alcançando números bastante satisfatórios. Reduzimos
nosso tempo de secagem e também nosso índice de perda,
que foi bastante otimizado. Em nível do tempo de secagem,
diminuímos o tempo em cerca de 20%.”
“Reduzimos
nosso tempo
de secagem e
também nosso
índice de perda,
que foi bastante
otimizado. Em
nível do tempo
de secagem,
diminuímos o
tempo em cerca
de 20%”
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EUROPA
ENTENDA AS REGULAMENTAÇÕES
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CONTINENTE
Fotos: www.skh.nl
A
entrada e comercialização de produtos madeireiros
na Europa exige alguns certificados. Quando
uma empresa brasileira deseja exportar seu produto
madeireiro para a Europa, ela deverá cumprir com um conjunto
de regras e regulamentações para poder comercializá-
-lo no mercado internacional da União Europeia, satisfazer
seus clientes e agregar valor ao seu produto.
A União Europeia apresenta várias leis obrigatórias que
devem ser atendidas para a comercialização de alguns grupos
de produtos específicos. Os grupos de produtos à base de
madeira e para a construção civil são dois destes grupos. As
duas leis mais importantes e que possuem maior impacto na
comercialização de seus produtos são o Eutr (Regulamento
Europeu de Madeira) e a CPR (Construction Products Regulation).
O EUTR
É o regulamento que define as obrigações das empresas
para exportação de produtos madeireiros ao mercado europeu:
a) A lei proíbe a comercialização no mercado europeu de
madeiras extraídas ilegalmente e seus produtos derivados;
b) obriga os importadores europeus ao exercício da “due
SKH – Instituto de certificação de madeira com mais de 65
anos de experiência em certificação de empresas madeireiras
e produtos derivados de madeira
diligence”, que tem como objetivo avaliar o risco da aquisição
da madeira ou dos produtos madeireiros, alto ou baixo, de
um determinado fornecedor ou carga de produtos embarcado;
c) uma vez no mercado europeu, os produtos de madeira
podem ser vendidos ou transformados antes de chegar ao
consumidor final. Para facilitar a rastreabilidade dos produtos
de madeira, os importadores, nesta parte da cadeia de
abastecimento identificados por regulamento como comerciantes,
têm a obrigação de manter registros de seus fornecedores
e clientes.
Quando o produtor brasileiro desejar exportar o seu produto
de madeira para a Europa, ele deverá responder às perguntas
e confirmar informações por meio de documentos a
seu cliente ou ao importador. Alguns desses documentos são
o estatuto jurídico da empresa e os documentos que comprovam
a origem da madeira utilizada para o processamento
e produção dos produtos a exportar. O Eutr exige o fornecimento
de documentos dos procedimentos de aquisição da
matéria-prima e produção dos produtos, a fim de comprovar
62 |
www.referenciaindustrial.com.br
o atendimento a Eutr e ao processo "due diligence" solicitado
por seu cliente. Não existe um sistema de certificação baseado
no Eutr, portanto, um certificado de Eutr ou algo semelhante
não existe.
Assim, para diminuir os riscos associados à origem da
madeira, é necessário reunir todos os documentos pertinentes
e enviá-los para o seu cliente com cada embarque de produto.
Outra possibilidade é obter a certificação FSC (Forest
Stewardship Council) ou Pefc (Programme for the Endorsement
of Forest Certification), que facilitam o processo de
comprovação da origem da matéria-prima e pode ser uma
solução satisfatória para o seu cliente, ou para o comprador
europeu do seu produto.
O CPR
Este é o regulamento fundamental para a obtenção da
certificação CE para produtos da construção civil e com esta
certificação os produtos à base de madeira podem ser comercializados
no mercado europeu da construção civil.
O CPR reconhece cinco sistemas de avaliação e verificação
da regularidade de desempenho (Acvp), que são conhecidos
pelos códigos: 4, 3, 2+, 1 e 1+.
O sistema 4 não requer o envolvimento de um NB (organismo
de certificação notificado), o sistema 3 requer apenas
o envolvimento de um NB uma única vez; e os sistemas, 2+, 1
e 1+ exigem certificação em diferentes graus de intensidade
ou envolvimento do NB.
Exemplos de produtos que são exportados para a União
Europeia e que precisam ter a certificação CE são os painéis
de: compensado, madeira serrada (fibra curta e fibra longa),
madeira estrutural laminada, aglomerado e MDF.
CERTIFICAÇÕES VOLUNTÁRIAS
Existe uma ampla gama de certificados voluntários em
todo o mundo. Dependendo do continente ou país para o
qual se deseja exportar, em todos e para cada um deles haverá
a necessidade de atender às normas e regulamentos
específicos do país.
Além de certificados de qualidade do produto, existem
certificados que garantem que a origem da madeira é sustentável
ou apresenta padrões de responsabilidade socioambiental
desejáveis. As certificações voluntárias FSC e Pefc são
as mais conhecidas e compartilham destes princípios. Em resumo,
existem 3 tipos de regulamentos ou certificados que o
produtor brasileiro deverá atender, caso queira exportar seu
produto à Europa:
1) Os regulamentos europeus obrigatórios; 2) certificados
voluntários de qualidade do produto (requisitos mínimos); 3)
certificados voluntários de manejo de produção da matéria-
-prima.
Todos estes três tipos de certificados podem oferecer
vantagens em relações a seus competidores, tanto no mercado
interno brasileiro quanto no mercado externo. A certificação
é o modo mais eficiente de assegurar a padronização da
qualidade de uma produção e de seus produtos, aumentando
a confiança da sua marca junto a seus clientes e a certeza de
satisfação dos seus consumidores.
Não só as madeiras provenientes de
florestas naturais devem atender ao
EUTR, mas também as madeiras oriundas
de plantações comerciais
Todos os produtos à base de madeira a
serem utilizados na construção civil ou
em pontes na Europa devem atender a
padrões harmonizados e precisam ser
certificados CE
Para maiores detalhes e esclarecimentos sobre
estes mercados e certificações, entre em contato
através do e-mail skhbrasil@skh.nl
OUTUBRO | 63
REFERÊNCIA INDUSTRIAL
AGENDA
OUTUBRO 2016
Prowood
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NOVEMBRO 2016
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1 a 4
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Fimma
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Sustentável
4 a 7
São Paulo (SP)
MARÇO 2017
ABRIL 2017
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econômicas, sociais e culturais do Vale do Taquari.
Engloba agronegócio, comércio, serviço, transportes
rodoviários, rodadas de negócios, estrutura de lazer, grade
de shows artísticos e culturais. É vista como o maior evento
com foco multisetorial do interior do Rio Grande do Sul, referência
para o lançamento de novos produtos e realização
de negócios.
Imagem: reprodução
64 |
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AINDA POUCO EXPLORADA
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m segmento polêmico está no financiamento
coletivo de empréstimos diretos a pessoas, ou
empresas para que quitem suas dívidas, alinhem
seu fluxo de caixa ou simplesmente façam novos investimentos
no negócio, sem a intermediação bancária ou dos
agentes tradicionais.
Com a adesão em massa dos novos meios de análise
de crédito e risco (credit score) de mercado, as análises de
informações e de potencial de pagamento tornaram-se
muito mais acessíveis. Além disso, as pessoas e empresas
possuem acesso a um volume assustador de informação
esclarecedora, de maneira que podem optar por buscar no
mercado outras formas de financiamento de suas dívidas
ou projetos sem terem que se curvar as exigências cada vez
mais rígidas dos sistemas financeiros tradicionais.
Novamente, no Brasil, ainda é um setor muito pouco
explorado, basicamente, a meu ver, pela prematuridade dos
instrumentos de análise de crédito (ainda esparsos e deficitários
em relação a outros países), bem como pelos entraves
legais e burocráticos para esse tipo de operação interna de
empréstimos. Os juros praticados no Brasil, igualmente, são
outro limitador para esse tipo de financiamento. Mas muito
em breve teremos notícias de um formato próspero nesse
ramo de atividade. Uma das mais respeitadas consultorias
do mundo, a Kpmg (Klynveld, Peat, Marwick e Goerdeler)
já começa a se manifestar sobre determinados pontos do
crowdfunding internacional, justamente por observar seu
potencial de afetar os meios tradicionais de empréstimo e
circulação de riqueza a partir dos juros.
Uma delas já circula na internet, não sobre campanhas
desse tipo por aqui, mas sobre a preocupação do tradicional
sistema bancário com a forca desse tipo de atividade coletiva.
O Santander já iniciou movimentos para fechar parcerias
com grandes sites de empréstimo coletivo no exterior, em
um claro movimento de respeito pela concorrência: afinal,
subestimar o poder das multidões pode ser muito arriscado
para o meio como os bancos atualmente se relacionam com
seus clientes. Não podemos esquecer que, movimentos
nesse sentido certamente irão despertar a atenção do Banco
Central no sentido de regulamentar potenciais players desse
segmento.
Esse tipo de financiamento coletivo de endividamento
ou de investimentos, apesar do risco, apresenta taxas de
retorno muito mais interessantes, especialmente pela diluição
do risco global, em detrimento do rateio do resultado
operacional esperado.
Some-se a isso que pequenas empresas e pessoas
físicas endividadas não são um alvo de interesse bancário.
E mais: dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) mostram que, no Brasil, somos apenas 50 milhões
de pessoas com conta bancária. Os outros 53 milhões ainda
utilizam unicamente dinheiro para todas as suas transações
financeiras, ou seja, um vasto campo de ação e crescimento
de mercado, se for bem explorado.
Atrelado a isso, surge um pujante e próspero setor de
análise pré-operacional dos projetos apresentados, uma
verdadeira due dilligence sobre o caso, com fins de analisar
a viabilidade, garantias, capacidade de pagamento, liquidez
entre outras.
Os profissionais atrelados aos sites que atuam nesse
ramo de financiamento são altamente gabaritados e possuem
faro para situações potencialmente problemáticas. Até
por isso, uma das características principais de sites desse tipo
é que praticamente todas as campanhas só podem ir ao ar
após a análise e aval dessa equipe. Sem isso, não há sequer
a divulgação da campanha para evitar o risco de um fracasso
financeiro deplorável aos olhos do mercado.
Foto: divulgação
Por Vinicius Maximiliano Carneiro
Advogado e escritor, com MBA em Direito Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas
e Especialista em Direito Eletrônico pela PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica).
É autor do livro: Dinheiro na Multidão.
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