Dezembro/2015 - Celulose e Papel 23
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Rui Brandt, do Sinpacel (PR), fala sobre cenários da indústria no Brasil<br />
Queimadas<br />
Matéria-prima<br />
protegida<br />
Abtcp <strong>2015</strong><br />
Congresso internacional<br />
e exposição<br />
Indústria 4.0<br />
Como o avanço tecnológico<br />
está ajudando na produção<br />
Industry 4.0<br />
Industry 4.0<br />
How advances in technology<br />
are helping in production
S U M Á R I O<br />
50 Especial<br />
Patrimônio protegido<br />
Protecting assets<br />
16 Principal<br />
Indústria 4.0<br />
Industry 4.0<br />
60 Feira<br />
Mercado concentrado<br />
Market concentration<br />
04 Sumário<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Novidades<br />
26 Avanços e tecnologia<br />
Com a ajuda da química e da física<br />
With the help of chemistry and physics<br />
30 Artigo<br />
Nanocelulose<br />
Nanocellulose<br />
68 Entrevista<br />
Rui Gerson Brandt<br />
74 Calendário<br />
04
A ORIGEM<br />
DAS SUAS<br />
SOLUÇÕES<br />
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E D I T O R I A L<br />
REFERÊNCIA<br />
<strong>Celulose</strong> & <strong>Papel</strong><br />
Novidades à vista<br />
Realidades conflitantes pairam sobre a indústria<br />
brasileira. A crise econômica direciona o empresário<br />
para retenção de despesas, diminuição de investimentos<br />
e corte de gastos. A evolução nos parques<br />
fabris, no entanto, trouxe à tona uma nova revolução<br />
industrial, chamada de Indústria 4.0. A tecnologia<br />
de sensores, transmissão instantânea de dados e<br />
armazenamento de informações em espaço virtual<br />
está possibilitando um salto na linha de produção. E<br />
ela já chegou na indústria de papel e celulose. Porém,<br />
não são produtos baratos. E como quem não<br />
se atualiza é ultrapassado, tudo indica que uma seleção<br />
natural, onde só os fortes sobrevivem está por<br />
vir. Nosso entrevistado desta edição, o presidente<br />
do Sinpacel (Sindicato das Indústrias de <strong>Papel</strong> e <strong>Celulose</strong><br />
do Paraná) alerta para essa questão. Segundo<br />
Rui Gerson Brandt, falta suporte governamental<br />
para que as empresas atualizem seus equipamentos.<br />
Nos países mais industrializados do globo isso<br />
é diferente. Na Áustria por exemplo, existem vários<br />
incentivos do governo, de acordo com o CEO da<br />
IBS, Marc Kaddoura. Enquanto isso, os empresários<br />
brasileiros enfrentam as dificuldades. Projetando<br />
investimentos futuros com esperança que 2016 já<br />
aponte novos horizontes. Boa leitura!<br />
REFERÊNCIA <strong>Celulose</strong> & <strong>Papel</strong><br />
News in sight<br />
Conflicting realities hang over Brazilian industry. The<br />
economic crisis drives the businessman to hold back on<br />
expenditures, reducing investment and cutting spending.<br />
Developments in industrial parks, however, has led to what<br />
might be called a new industrial revolution, called Industry<br />
4.0. Sensor technology, instant data transmission, and information<br />
storage in virtual space, is making a leap on the<br />
production line possible. And it has now arrived in the Pulp<br />
and Paper Sector. However, they are expensive products.<br />
And as those that have not modernized are behind the times,<br />
this leads to a natural selection, where only the strong<br />
can survive what is to come.<br />
Our interviewee in this issue is the Sinpacel President<br />
(State of Parana Syndicate of Paper, Pulp and Wood Pulp for<br />
Paper and Paper Artifacts and Cardboard Producers) who<br />
alerts the industry as to this topic. According to Rui Gerson<br />
Brandt, there is a lack of government support for companies<br />
to update their equipment. In most industrialized countries<br />
of the world, it is different. In Austria for example, there<br />
are various government incentives, according to Marc Kaddoura,<br />
Chief Executive of IBS. Meanwhile, Brazilian entrepreneurs<br />
are facing difficulties. Projecting future investments<br />
with hope is already pointing out new horizons for 2016.<br />
Pleasant reading!<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director: Fábio Alexandre Machado (fabiomachado@revistareferencia.com.br) • Diretor Executivo / Executive Director:<br />
Pedro Bartoski Jr (bartoski@revistareferencia.com.br) • Diretora de Negócios / Business Director: Joseane Knop (joseane@jotacomunicacao.com.br)<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA EDITORA<br />
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06<br />
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e independente, dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços<br />
em celulose e papel, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
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AQUECEDOR DE<br />
ÓLEO TÉRMICO<br />
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS<br />
• Temperatura de saída do óleo: até 310ºC<br />
• Diferencial de temperatura (Δt): 20 até 40 ºC<br />
• Baixo custo operacional<br />
• Execução de base civil simples, com a mínima<br />
intervenção da instalação mecânica<br />
Gerando energia para o mundo.<br />
CAPACIDADES OPERACIONAIS<br />
• 1 Gcal/h a 10,0 Gcal/h<br />
PRINCIPAIS VANTAGENS DO FLUIDO<br />
TÉRMICO<br />
• O projeto HBFT tem o diferencial de ser desenvolvido<br />
para a queima de biomassa. Cada combustível a ser<br />
utilizado, é previamente analisado para se determinar<br />
o melhor sistema de queima e a sua viabilidade de<br />
utilização<br />
• A sua grelha é fabricada sem a utilização de ligas<br />
especiais para alta temperatura. Como a grelha está<br />
integrada ao circuito, a mesma é refrigerada pelo óleo<br />
do circuito o que dispensa a instalação de um<br />
conjunto de bombas independentes para a<br />
refrigeração da grelha e outro para o Aquecedor<br />
• Fabricado inteiramente em paredes membranadas<br />
proporcionando grande rigidez estrutural ao conjunto<br />
• Fornalha com paredes membranadas em toda sua<br />
extensão, sem aplicação de refratários<br />
COMBUSTÍVEIS<br />
• Com alternativas de biomassa, lenha em toras,<br />
combustíveis líquidos ou gasosos em uma única<br />
instalação<br />
CONDIÇÕES OPERACIONAIS<br />
• Teor de CO : abaixo de 1000 ppm<br />
• Teor de CO2 : 14 %<br />
• Temperatura dos gases na saída do aquecedor:<br />
~350 ºC<br />
• Temperatura dos gases após pré-aquecedor de ar :<br />
~250 ºC<br />
• Temperatura do ar aquecido : ~210 ºC<br />
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C A R T A S<br />
Capa da Edição 22 da<br />
Revista CELULOSE & PAPEL<br />
Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />
INCREMENTO<br />
Por Douglas Carvalho - Recife (PE)<br />
Sou professor e a Revista CELULOSE&PAPEL é uma ótima ferramenta para incrementar<br />
as aulas. São informações em texto e imagens, impressas com boa qualidade gráfica.<br />
ENTREVISTA<br />
Por Aline Silva - Florianópolis (SC)<br />
Muito interessante a entrevista com a diretora do FSC Brasil, Fabíola Zerbini. É bom<br />
saber que além do selo verde existe um conceito e uma política ambiental a ser seguida<br />
para obtenção do certificado.<br />
TECNOLOGIA<br />
Por Rubens Oliveira - Ortigueira (PR)<br />
Gosto muito da Revista CELULOSE&PAPEL. As novidades em relação à tecnologia são<br />
importantes para melhorarmos nossos processos de produção.<br />
FEIRAS<br />
Por Jefferson Thomaz - São Paulo (SP)<br />
Olá, parabéns pela Revista. Muito útil a sessão Calendário. As informações ajudam a<br />
atualizarmos nossa agenda e a serguir os eventos.<br />
Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL.<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
08
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N O V I D A D E S<br />
Financiamento<br />
Horizonte 2<br />
A Fibria informou a estruturação de todo<br />
o financiamento para o Projeto Horizonte 2,<br />
que ampliará a capacidade de produção de<br />
sua Unidade de Três Lagoas (MS). O investimento<br />
total foi revisado para R$ 8,7 bilhões,<br />
equivalente a cerca de US$ 2,2 bilhões, uma<br />
redução do Capex (investimento de capital)<br />
inicial de US$ 2,5 bilhões. Segundo o diretor<br />
de Finanças e Relações com Investidores da Fibria,<br />
Guilherme Cavalcanti, a combinação de<br />
financiamento e capital próprio permitiu que a companhia chegasse a um custo médio de 2% ao ano, em dólar.<br />
A solução financeira para o projeto irá melhorar a qualidade de crédito da companhia, reduzindo o juro médio<br />
de 3,3% para 2,8%, com vencimento e prazos mais longos. Cerca de 30% do volume total do financiamento – o<br />
equivalente a R$ 2,6 bilhões – virão da forte geração de caixa da Fibria, que vem registrando recordes operacionais<br />
consistentes. O Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) poderá financiar R$ 1,7<br />
bilhão, caso o projeto, em fase de análise, venha a ser aprovado, o que representa cerca de 20% do total.<br />
A Fibria tem ainda um financiamento de R$ 1 bilhão enquadrado no projeto da Sudeco (Superintendência<br />
do Desenvolvimento do Centro-Oeste) do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste. O enquadramento saiu<br />
em outubro e a expectativa é de conclusão da operação até o final de dezembro. No mercado externo, a Fibria<br />
acessou duas linhas, que somam US$ 700 milhões.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Soluções 360 graus<br />
O Grupo Tequaly está oferecendo ao mercado o conceito<br />
Soluções 360 graus. O gerente técnico comercial<br />
da empresa, Arcidio Luiz Mazim (foto), explica que isso<br />
engloba uma gama de serviços, que normalmente são<br />
prestados por diferentes fornecedores. “Englobamos a<br />
parte de tecnologia para fabricação, manutenção e montagem.<br />
Hoje, o cliente contrata a tecnologia, a fabricação<br />
e a montagem de empresas diferentes. Além disso, precisa<br />
de um gerenciamento para essas três frentes. Nós oferecemos<br />
os quatro vieses. Se o cliente precisa de um sistema<br />
de evaporação nós temos a tecnologia, fabricamos,<br />
montamos e fazemos o gerenciamento desse projeto.”<br />
10
Foto: divulgação<br />
Medidor<br />
portátil<br />
O mesmo equipamento que faz a medição das<br />
características da matéria-prima utilizada na produção<br />
de celulose pode ser utilizado para aferir<br />
a biomassa que aquece as caldeiras. Este é um<br />
dos destaques da Marrari Automação, empresa<br />
de Curitiba (PR) que está há 25 anos no mercado.<br />
“Fornecemos equipamentos para medição de<br />
volume e umidade de materiais a granel”, explica<br />
Celso Martini, diretor da empresa. “A grande<br />
novidade é o medidor de umidade e densidade<br />
portátil. O mesmo equipamento, voltado para a<br />
indústria de celulose, mede a umidade a densidade<br />
aparente, a densidade básica e o poder calorífico<br />
do material”, explica o diretor. O M75-D,<br />
por exemplo, é um medidor portátil de umidade e<br />
densidade que reúne em um único instrumento a<br />
medição desses parâmetros em materiais granulados<br />
ou particulados. Os dados são essenciais para<br />
caracterizar cavacos de madeira utilizados na produção<br />
de celulose ou na avaliação da capacidade<br />
de produção de energia de biomassa entre outros<br />
usos. Entre as vantagens do equipamento está a<br />
simplicidade na operação e rapidez.<br />
Livro técnico<br />
A Editora da UFV (Universidade Federal<br />
de Viçosa) lançou o livro Branqueamento<br />
de Polpa Celulósica – Da Produção da Polpa<br />
Marrom ao Produto Acabado. A publicação<br />
é de autoria de Jorge Luiz Colodette<br />
e Fernando José Borges Gomes e tem 816<br />
páginas. A obra cobre com a devida profundidade<br />
a operação de branqueamento<br />
de polpa celulósica, com foco na fibra do<br />
eucalipto. Foi preparada por renomados<br />
professores, pesquisadores, pós-doutores<br />
e profissionais da indústria nacional, abordando<br />
aspectos teóricos e práticos do<br />
processo industrial da produção de polpa<br />
celulósica branqueada. A obra vem tornar<br />
público o grande conhecimento nacional<br />
sobre o branqueamento de polpa Kraft de<br />
eucalipto. Na atualidade, mais de 100 milhões<br />
de t (toneladas) de polpa celulósica<br />
são branqueadas anualmente, representando<br />
mais de 50% de toda a polpa produzida<br />
no mundo. Uma pequena fração<br />
desse montante provém de processos mecânicos<br />
de polpação e de fibras recicladas,<br />
sendo a maior parte da polpa branqueada<br />
produzida na atualidade derivada do<br />
processo químico de polpação kraft. A intenção<br />
do livro é contribuir com os meios<br />
técnico-científicos e com a indústria brasileira<br />
de celulose e papel para o avanço<br />
da ciência de branqueamento de polpa<br />
celulósica.<br />
Imagem: divulgação<br />
11
N O V I D A D E S<br />
Nova fábrica<br />
no sul do país<br />
Santa Catarina vai receber uma nova fábrica de celulose.<br />
O empreendimento está projetado para acontecer<br />
no norte do Estado, na cidade de Major Vieira. Um<br />
grupo de empresários apresentou ao secretário de<br />
Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável,<br />
Carlos Chiodini, o projeto de construção<br />
avaliado em quase R$15 milhões. “Vamos contribuir<br />
na implantação com incentivos fiscais, é<br />
uma região que estamos olhando de forma diferente<br />
para aumentar a economia e tenho certeza<br />
que a empresa vai gerar renda, empregos e valor<br />
agregado para Santa Catarina”, relata o secretário.<br />
Com a expectativa de abrir as portas no início de<br />
2017, a empresa MR terá aproximadamente 2 mil<br />
m² (metros quadrados) de área construída e produzirá<br />
inicialmente 30 t (toneladas) de papel por dia, para<br />
atender o sul do país. Segundo o empresário Silvestre Mijeski,<br />
em um prazo de 10 anos a empresa deve gerar cerca de<br />
250 empregos diretos.<br />
Imagem: reprodução<br />
Foto: divulgação<br />
Eficiência como<br />
diferencial<br />
Atendendo vários nichos de mercado a Icavi (Indústrias<br />
de Caldeiras do Vale do Itajaí), é fornecedora<br />
também de fabricantes de celulose e papel. De<br />
acordo com Guilherme Adriano, do departamento<br />
de vendas da empresa, apesar do mercado estar em<br />
baixa por causa da crise econômica este é um momento<br />
de investir. “Precisamos investir e trabalhar<br />
para estar cada vez mais presentes no mercado. Temos vendido muito bem nos últimos três anos”, lembra ele.<br />
Guilherme conta que a empresa aposta em qualidade como diferencial de mercado. “Fornecemos um equipamento<br />
muito eficiente. Focamos na redução de custo e nosso equipamento, mesmo não tendo o melhor preço no<br />
momento da cotação, tem um payback rápido. É um produto eficiente e trabalha com uma gama grande de combustíveis.<br />
Nossos equipamentos são capazes de queimar tanto o combustível muito úmido quanto o muito seco.<br />
Essa flexibilidade faz com que estejamos em praticamente todas as regiões do país”, comemora.<br />
12
N O V I D A D E S<br />
Foto: divulgação<br />
Anatec e<br />
GRUPO JOTA<br />
Fundada em 27 de julho de 1987 a Anatec<br />
(Associação Nacional de Editores de Publicações)<br />
surgiu com o principal objetivo de<br />
congregar editores de publicações em todo o<br />
país. Ao longo dos anos ganhou corpo e passou<br />
a coordenar, completar e apoiar a ação de<br />
seus associados na defesa da livre iniciativa,<br />
da liberdade de imprensa e de propaganda,<br />
promovendo o fortalecimento do setor de publicações.<br />
Tempo e experiência possibilitou<br />
oferecer aperfeiçoamento técnico e profissional<br />
a todos que exercem atividades em publicações<br />
de caráter informativo e que se utilizam<br />
de quaisquer meios para sua divulgação<br />
mediante a realização de cursos, seminários,<br />
palestras, conferências, simpósios, congressos<br />
e outros eventos de natureza educativa, cultural,<br />
técnica ou científica. Hoje a Anatec exerce<br />
diversas atividades voltadas ao desenvolvimento<br />
do setor de publicações e ao fortalecimento<br />
da associação. Durante o XLVIII Congresso e<br />
Exposição da Abtcp, o presidente Executivo<br />
da Anatec, Pedro Renato Eckersdorff, visitou o<br />
estande da Revista <strong>Celulose</strong>&<strong>Papel</strong> e foi recebido<br />
pelo diretor comercial da GRUPO JOTA,<br />
Fábio Alexandre Machado.<br />
Desastre<br />
ambiental<br />
O desastre ocorrido na barragem da mineradora<br />
Samarco, em Mariana (MG) refletiu em diversas<br />
áreas. A fabricante de celulose Cenibra teve que<br />
suspender a produção das duas linhas da fábrica na<br />
cidade de Belo Oriente (MG). Lama e detritos liberados<br />
com o rompimento da barragem alcançaram<br />
a área próxima ao local de captação de água da Samarco.<br />
Em nota a empresa informou que não havia<br />
previsão para restabelecer as operações. “Alternativas<br />
para minimizar os impactos para a empresa e<br />
empregados estão em andamento”, diz um trecho<br />
do comunicado. A fábrica da Cenibra tem capacidade<br />
de produção de 1,2 milhão de t (toneladas) de<br />
celulose por ano. Esse volume representa cerca de<br />
4% da capacidade mundial de produção do insumo<br />
de fibra curta. O desastre deixou seis mortos e dezenove<br />
pessoas ainda estão desparecidas. Cidades a<br />
mais de 300 quilômetros de distância tiveram cortes<br />
no fornecimento de água potável. A Fibria, que capta<br />
água da região para sua fábrica em Aracruz, no<br />
Espírito Santo, está usando reservatórios próprios.<br />
Foto: Agência Brasil<br />
14
P R I N C I P A L<br />
INDÚSTRIA<br />
4.0<br />
16
A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL<br />
QUE ESTÁ TRANSFORMANDO<br />
O MODO DE PRODUÇÃO DE<br />
CELULOSE E PAPEL<br />
Industry<br />
4.0<br />
THE NEW INDUSTRIAL REVOLUTION IS<br />
TRANSFORMING THE PRODUCTION<br />
MODE OF PULP AND PAPER<br />
MANUFACTURING<br />
17
P R I N C I P A L<br />
No século XVIII as melhorias de<br />
James Watt para a máquina a<br />
vapor deram inicio à Primeira<br />
Revolução Industrial. Ele não inventou<br />
a máquina a vapor, porém<br />
fez inovações que aumentaram a<br />
produtividade da indústria têxtil, o que iniciou a<br />
mecanização. A Segunda Revolução Industrial é<br />
marcada pela introdução da energia elétrica nas<br />
linhas de montagem. O modelo T, aplicado por<br />
Henry Ford a partir de 1913, resultou em grande<br />
aumento de produção. A inovação se transformou<br />
em tendência e pouco tempo depois outras<br />
indústrias manufatureiras estavam usando as linhas<br />
de montagem para aumentar a eficiência e<br />
produtividade.<br />
I<br />
n the 18th century, the improvements<br />
James Watt made in the steam engine<br />
led to the First Industrial Revolution.<br />
He didn’t invent the steam engine, but<br />
made innovations that increased productivity<br />
in the textile industry, which resulted<br />
in mechanization. The Second Industrial Revolution<br />
was marked by the introduction of<br />
electric power in the assembly line. The Model<br />
T, built by Henry Ford starting 1913, led to<br />
production in mass resulting in large increases<br />
in production. The innovation became a trend<br />
and shortly after, other manufacturing industries<br />
were using the assembly line to increase<br />
efficiency and productivity.<br />
In the 70’s, when the computer was in-<br />
1750<br />
1860 1940 2000<br />
1 a 2 a 3 a 4 a<br />
Revolução<br />
Industrial<br />
Revolução<br />
Industrial<br />
Revolução<br />
Industrial<br />
Revolução<br />
Industrial<br />
Melhorias nas<br />
máquinas a<br />
vapor<br />
Otimização<br />
energética<br />
nas linhas de<br />
produção<br />
Novos tipos<br />
de tecnologia<br />
Sensores<br />
superinteligentes,<br />
capacidade de<br />
armazenamento e<br />
leitura de dados<br />
18
19
20<br />
P R I N C I P A L
“É necessário que a tecnologia disponível hoje<br />
no mercado proporcione o máximo de ganhos em<br />
produtividade e competitividade, e de maneira<br />
interligada, usando o melhor do mundo real e do<br />
mundo virtual a esse favor. Temos que otimizar<br />
processos de produção por meio de simulações,<br />
por exemplo”<br />
José Borges Frias,<br />
Executivo da Siemens do Brasil<br />
Foto: CELULOSE&PAPEL<br />
21
22<br />
P R I N C I P A L
“A Revolução Industrial 4.0 faz referência à<br />
internet das coisas. É um pouco da tecnologia<br />
da digitalização e da comunicação, quando as<br />
máquinas vão se autogerenciar”<br />
Flávio Silva,<br />
Presidente da Voith Paper na América do Sul<br />
Foto: CELULOSE&PAPEL
24<br />
P R I N C I P A L
NOS PAÍSES QUE ESTÃO A FRENTE DO<br />
PROCESSO, NOVAMENTE EUA, ALEMANHA<br />
E OUTRAS NAÇÕES EUROPEIAS, O<br />
ESTUDANTE É ESTIMULADO DESDE CEDO A<br />
CONVIVER, INTERAGIR E GERAR INOVAÇÕES<br />
TECNOLÓGICAS<br />
Foto: DEsoftware<br />
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de sistemas de controle (SDCD) e correlacionar múltiplas variáveis mesmo<br />
de diferentes áreas.<br />
Savcor Ltda.<br />
Av. Dr. João Guilhermino, 261, cj. 152, Centro<br />
São José dos Campos | SP<br />
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A V A N Ç O S E T E C N O L O G I A<br />
Com a ajuda da<br />
química e da<br />
física<br />
Durante o XLVIII Congresso e Exposição da Abtcp percorremos os corredores<br />
da feira e conversamos com os principais expositores. Diversas<br />
tecnologias estão à disposição no mercado. Com focos variados,<br />
que passam pelo aumento de produção, redução no consumo de<br />
energia, maior segurança para operadores, menor impacto ao meio<br />
ambiente e melhor qualidade do produto final, as novidades estão<br />
aí. Confira algumas delas.<br />
With the help of<br />
chemistry and physics<br />
D<br />
uring the 48th Abtcp Congress and Exhibition, we wandered through the halls of the<br />
Fair and talked with major exhibitors. Various different technologies are available on<br />
the market, with varying focuses, from the increase in production, to the reduction<br />
of energy consumption, greater safety for operators, less impact on the environment<br />
and better quality of the final product. The new technologies are here. Check out some of them.<br />
26
Tratamento enzimático<br />
A Nutrenzi Soluções Ambientais desenvolveu<br />
um tratamento enzimático que possibilita<br />
a desagregação de fibras no processo de preparação<br />
e limpeza de máquinas na indústria de<br />
papel e celulose. O gerente de representações<br />
da empresa, Jeferson Leite Oliveira, explica<br />
que em função da crise energética e da falta<br />
de água esta linha de produtos está ganhando<br />
destaque, principalmente no setor de papel e<br />
celulose. Jeferson conta que durante o processo<br />
com o refinador, quando as fibras são tratadas<br />
e ganham mais resistência e alinhamento, são<br />
utilizados muitos produtos químicos e a tecnologia<br />
com enzimas é muito cara. Na prática o<br />
processo dá maior velocidade à máquina, gera<br />
maior retenção e drenagem da água. Segundo o<br />
gerente da empresa, testes físicos comprovaram<br />
um incremento na resistência do papel. “Nossa<br />
solução permite economia de energia em até<br />
25%, maior produtividade e um produto final<br />
com muito mais qualidade”, conclui ele.<br />
Enzyme<br />
treatment<br />
Nutrenzi Soluções Ambientais has developed an<br />
enzyme treatment for the pulp and paper industry<br />
that breaks down fibers in the preparation process<br />
and is used in the cleaning of machines. Jeferson Leite<br />
Oliveira, Manager of Representatives for the Company,<br />
explains that due to the energy crisis and the lack of<br />
water, this line of products is gaining prominence, especially<br />
in the Pulp and Paper Sector. Jeferson says that<br />
during the refining process, when the fibers are treated<br />
and gain more strength and are aligned, many chemicals<br />
are used and enzyme technology is very expensive.<br />
In practice, the process leads to greater speed, generates<br />
better water drainage and greater reuse. According<br />
to the Company Manager, physical tests prove there is<br />
an increase in paper resistance. “Our solution enables<br />
energy savings of up to 25%, higher productivity and a<br />
final product with more quality,” he concludes.<br />
Foto: CELULOSE&PAPEL<br />
27
A V A N Ç O S E T E C N O L O G I A<br />
Torque controlado<br />
A Hytorc, empresa de sistemas de torque<br />
controlado, está trabalhando fortemente no<br />
mercado brasileiro com a arruela chamada<br />
Washer. De acordo com a empresa, ao inserir<br />
a peça no sistema de parafusamento é possível<br />
eliminar o braço de reação para ancoragem e a<br />
chave de backup, que tem como função segurar<br />
a porca do outro lado do estojo. “A grande<br />
vantagem está em aumentar a velocidade da<br />
operação ao mesmo tempo em que há ganho<br />
de segurança laboral, devido ao operador não<br />
precisar do ponto de ancoragem. Isto elimina<br />
os riscos de esmagamento de dedos, por<br />
exemplo.”<br />
Oito meses após o lançamento da peça no<br />
mercado a aceitação já é grande. Empresas de<br />
grande porte como Gerdau, Siemens, Alstom,<br />
GE, que utilizavam a tecnologia de braço de<br />
reação, substituíram pelo torque controlado<br />
com o Washer. “Serve para qualquer segmento<br />
que utilize torque controlado, desde uma turbina<br />
até um simples flange.”<br />
A Hytorc está em mais de 80 países e conta<br />
com mais de 300 patentes registradas.<br />
Controlled Ttorque<br />
Hytorc, a company that produces torque controlled<br />
systems, is working heavily in the Brazilian market with a<br />
washer. According to the Company, the piece is used in<br />
the tightening system, eliminating the reaction arm used<br />
for anchoring and backup key, the function of which is to<br />
secure the tightened nut on the other side of the casing.<br />
“The big advantage is to increase the speed of operation<br />
with an improvement in worker safety, as the operator<br />
does not need to check the anchor point. This eliminates<br />
the risk of crushing fingers, for example.”<br />
Eight months after the launch of the piece on the market,<br />
acceptance is already big. Large companies, such as<br />
Gerdau, Siemens, Alstom, GE, which used to use the reaction<br />
arm technology, have replaced it by the controlled<br />
torque washer. “It serves any segment that uses controlled<br />
torque, from a turbine to a single flange.” Hytorc operates<br />
in more than 80 countries and has more than 300<br />
registered patents.<br />
Foto: CELULOSE&PAPEL<br />
28
COMUNICAÇÃO<br />
REVISTAS<br />
VÍDEO<br />
WEBSITES<br />
MARKETING<br />
TV<br />
PRODUÇÕES<br />
INTERNET<br />
EVENTOS<br />
PUBLICIDADE<br />
www.jotacom.com.br<br />
contato@jotacom.com.br<br />
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A R T I G O<br />
NANOCELULOSE DE<br />
ELEVADA CRISTALINIDADE<br />
EXTRAÍDA DA FIBRA DO<br />
BAGAÇO DE MANDIOCA<br />
HIGH CRYSTALLINITY NANOCELLULOSE<br />
EXTRACTED FROM CASSAVA BAGASSE FIBER<br />
Foto: divulgação<br />
30
Ana Paula Travalini<br />
Departamento de Engenharia de<br />
Alimentos da Uepg (Universidade<br />
Estadual de Ponta Grossa)<br />
Ivo Mottin Demiate<br />
Departamento de Engenharia de<br />
Alimentos da Uepg (Universidade<br />
Estadual de Ponta Grossa)<br />
Eduardo Prestes<br />
Departamento de Engenharia de<br />
Materiais da Uepg (Universidade<br />
Estadual de Ponta Grossa)<br />
Luis Antônio Pinheiro<br />
Departamento de Engenharia de<br />
Materiais da Uepg (Universidade<br />
Estadual de Ponta Grossa)<br />
31
32<br />
A R T I G O
33
34<br />
A R T I G O
IC = 1 - ——— x 100<br />
I (am)<br />
IC = 1 - ——— x 100<br />
I (200)<br />
I (am)<br />
I (200)<br />
35
A R T I G O<br />
Tabela 1. Caracterização fibrosa da Fbm e da Fbmb<br />
COMPONENTE (%-p) FBM FBMB<br />
FDN 61,5 ± 0,53 93,8 ± 2,80<br />
FDA 63,1 ± 0,69 94,1 ± 0,50<br />
<strong>Celulose</strong> 51,5 ± 2,80 90,6 ± 0,75<br />
Lignina 11,6 ± 2,11 3,5 ± 0,34<br />
36
Figura 1. Aspecto visual da FBM (a), CMC (b) e Fbmb (c)<br />
37
A R T I G O<br />
3200<br />
1720<br />
1550<br />
Absorbância (u.a.)<br />
1244<br />
c<br />
b<br />
1061<br />
897<br />
a<br />
Figura 2. Espectro de Ftir da<br />
FBM (a), Fbmb (b) e CMC (c)<br />
4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400<br />
38
Figura 3. Suspensões de Cnc-Cmc (a) e Cnc-Fbmb (b)<br />
22<br />
CNC-CMC<br />
CNC-FBMB<br />
Intensidade (%)<br />
0<br />
10<br />
100 1000 10000<br />
Tamanho (nm)<br />
Figura 4. Distribuição de tamanho<br />
de partículas contadas de nanocristais<br />
de celulose para as suspensões<br />
de Cnc-Cmc e Cnc-Fbmb<br />
39
A R T I G O<br />
Intensidade relativa (u.a.)<br />
(a)<br />
FBM<br />
FBMB<br />
CNC-FBMB<br />
Intensidade relativa (u.a.)<br />
(b)<br />
CMC<br />
CNC-CMC<br />
10 15 20 25 30<br />
2-Theta (°)<br />
10 15 20 25 30<br />
2-Theta (°)<br />
Figura 5. Difratograma de raios X para a Fbm, Fbmb, Cnc-Fbmb (a), Cmc e Cnc-Cmc (b).<br />
40
Tabela 2. Índice de cristalinidade das fibras celulósicas.<br />
FIBRA CELULÓSICA IC (%)<br />
FBM 49,3<br />
FBMB 74,2<br />
CMC 81,0<br />
CNC-CMC 78,7<br />
CNC-FBMB 84,1<br />
41
42<br />
A R T I G O
GUINDASTES COM CAPACIDADE<br />
DE ATÉ 220 TONELADAS<br />
IÇAMENTOS ATÉ 100m de ALTURA
A R T I G O<br />
(a)<br />
100<br />
(b)<br />
0,0<br />
Perda de massa (%)<br />
0<br />
50<br />
CMC<br />
CNC-CMC<br />
200 350 500 600<br />
Temperatura (°C)<br />
Taxa de perda de massa (%/min)<br />
-2,5<br />
50<br />
CMC<br />
CNC-CMC<br />
200 350 500 600<br />
Temperatura (°C)<br />
(c)<br />
100<br />
(d)<br />
0,0<br />
Perda de massa (%)<br />
0<br />
50<br />
FBMB<br />
CNC-FBMB<br />
200 350 500 600<br />
Temperatura (°C)<br />
Taxa de perda de massa (%/min)<br />
-2,0<br />
50<br />
FBMB<br />
CNC-FBMB<br />
200 350 500 600<br />
Temperatura (°C)<br />
Figura 6. Perda de massa e taxa de perda de massa para a Cmc, Cnc-Cmc, Fbmb e Cnc-Fbmb<br />
44
A R T I G O<br />
Figura 7. Imagem de Mev da Cmc<br />
500x (a), Cnc-Cmc 1200x (b), Fbmb<br />
1000x (c), Cnc-Fbmb 1500x (d) e<br />
Cnc-Fbmb 4800x (e)<br />
46
Produtos para indústria de<br />
celulose e madeira<br />
• Facas para corte de papel<br />
• Facas planas<br />
• Facas circulares<br />
• Contra-Facas<br />
• Placas de desgaste<br />
• Grampos de fixação de facas<br />
• Suportes para os mais variados<br />
tipos de picadores de madeira<br />
INFASUL FACAS INDUSTRIAIS LTDA.<br />
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48<br />
A R T I G O
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Rehman, N.; De Miranda, M. I. G.; Rosa, S. M.; Pimentel, D. M.;<br />
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Rosa, S. M.; Rehman, N.; De Miranda, M. I. G.; Nachtigall, S.<br />
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Belgacem, M. N.; Dufresne, A. Cassava bagasse cellulose nanofibrils<br />
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tapioca-film. Chemistry and Materials Research, v. 3, n. 13, p. 79-87,<br />
2013.<br />
49
E S P E C I A L<br />
Foto: Lotus R<br />
50
INCÊNDIOS SÃO UMA AMEAÇA ÀS FLORESTAS<br />
PLANTADAS. EMPRESAS DO SETOR DE<br />
CELULOSE E PAPEL INVESTEM EM ESTRATÉGIAS<br />
E TREINAMENTOS PARA PROTEGER A PRINCIPAL<br />
MATÉRIA-PRIMA<br />
PROTECTING<br />
ASSETS<br />
FIRES ARE A THREAT TO PLANTED FORESTS.<br />
COMPANIES IN THE PULP AND PAPER SECTOR<br />
ARE INVESTING IN STRATEGIES AND TRAINING<br />
TO PROTECT THEIR PRINCIPAL RAW MATERIAL<br />
Foto: divulgação<br />
51
E S P E C I A L<br />
Foto: Cameron Strandberg<br />
52
53
E S P E C I A L<br />
Foto: divulgação<br />
54
Foto: divulgação<br />
55
E S P E C I A L<br />
Foto: divulgação<br />
56
E S P E C I A L<br />
From the analysis of the indicators from<br />
58
Foto: Valter Campanato
F E I R A<br />
Fotos: CELULOSE&PAPEL<br />
MERCADO<br />
CONCENTRADO<br />
NOVIDADES, TROCA DE CONHECIMENTO E<br />
NETWORK DURANTE TRÊS DIAS DE FEIRA E<br />
CONGRESSO<br />
MARKET CONCENTRATION<br />
NEW EQUIPMENT, KNOWLEDGE EXCHANGE AND NETWORKING DURING A<br />
THREE-DAY TRADE FAIR AND CONGRESS<br />
60
OXLVIII Congresso e Exposição<br />
Internacional de <strong>Celulose</strong> e<br />
<strong>Papel</strong>, promovido pela Abtcp<br />
(Associação Brasileira Técnica<br />
de <strong>Celulose</strong> e <strong>Papel</strong>), terminou,<br />
segundo os organizadores,<br />
com uma perspectiva otimista para o próximo<br />
ano. Responsável por um superávit de R$<br />
60 bilhões em 2014, o setor espera contribuir<br />
para a retomada do crescimento econômico do<br />
Brasil. Foram três dias de evento (de 6 a 8 de<br />
outubro), realizado no Transamerica Expo Center,<br />
sob o tema: Inovação e Competitividade.<br />
“Consideramos que nosso evento foi muito positivo,<br />
pois conseguimos mostrar o lado técnico<br />
da Abtcp, que é muito forte na realização do<br />
congresso e na valorização das pessoas, na capacitação<br />
técnica delas, o que pôde ser visto nas<br />
sessões técnicas e temáticas, além da participação<br />
de renomados técnicos do setor e dos presidentes<br />
de grandes empresas”, comenta Darcio<br />
Berni, diretor executivo da Abtcp. O executivo<br />
lembra também da solenidade de abertura que<br />
contou com a presença de autoridades federais<br />
e estaduais.<br />
T<br />
he 48th International Pulp and Paper<br />
Conference and Exhibition promoted by<br />
the Brazilian Technical Pulp and Paper<br />
Association (Abtcp), ended, as the organizers<br />
expected, with an optimistic outlook for next<br />
year. Responsible for a R$ 60 billion trade surplus<br />
in 2014, the Sector is hoping to contribute to the<br />
resumption of economic growth in Brazil. The three<br />
day event (from October6 to 8) was held at the<br />
Transamerica Expo Center, with the theme “Innovation<br />
and Competitiveness”. “We believe that our<br />
event was very successful, because we were able to<br />
show Abtcp’s technical side, which is very strong, in<br />
holding the Congress and in providing value for participants<br />
with technical information, which could<br />
be gained from the technical and thematic sessions,<br />
besides participation by well-known industry technicians<br />
and Presidents of large companies” says<br />
Darcio Berni, Executive Director of Abtcp. The Executive<br />
Director also reminded us of the opening ceremony<br />
attended by Federal and State authorities.<br />
61
F E I R A<br />
“AJUDAMOS A INDÚSTRIA DE PAPEL E<br />
CELULOSE A ECONOMIZAR DINHEIRO, COM<br />
MENOS PRODUTOS QUÍMICOS, MENOS<br />
ENERGIA E AUMENTANDO A CAPACIDADE<br />
PRODUTIVA”<br />
MARC KADDOURA,<br />
CEO DA IBS<br />
EXPOSITORES<br />
Para muitos expositores o ponto alto do<br />
evento é a rede de trabalho que é construída<br />
durante os dias de feira. Abílio Antonio Franco,<br />
diretor da IBS Brasil, conta que a empresa participa<br />
desde a primeira edição. “Minha primeira<br />
experiência na Abtcp foi em 2010, desde então<br />
tivemos a participação intensificada dentro da<br />
feira. Diria que o ponto alto de um evento desse<br />
porte é o networking. Não esperamos sair daqui<br />
com grandes negócios. Felizmente, ao longo<br />
dos anos acabamos fechando negócio durante<br />
o evento. Muitos clientes vêm e percebem que<br />
estamos aqui com novas tecnologias. O retorno<br />
vem na sequência.”<br />
Para o CEO da IBS, o austríaco Marc Kaddoura,<br />
a expectativa é que a situação econômica<br />
do Brasil estabilize. “Estamos acompanhando as<br />
informações de mercado e acreditamos que a<br />
situação econômica vai estabilizar. Esperamos<br />
que quando a crise financeira acabar poderemos<br />
fazer novos negócios no Brasil.”<br />
O CEO conta que na Áustria muitas fábricas<br />
recebem apoio do governo, principalmente na<br />
área de exportação. “A Áustria é um país que<br />
desenvolve muita engenharia industrial. A taxa<br />
de exportação da IBS está em torno de 90%,<br />
EXHIBITORS<br />
For many exhibitors, the highlight of the event<br />
was the networking that was established during the<br />
Fair. Abílio Antonio Franco, Director of IBS Brasil that<br />
has participated ever since the Fair began, says “My<br />
first experience at Abtcp was in 2010, since then<br />
we have intensified our participation within the Fair.<br />
I would say that the high point of an event of this<br />
size is networking. We don’t expect to leave here<br />
with many big deals. Fortunately, over the years, we<br />
have closed business deals during the event. Many<br />
customers come and realize that we are here with<br />
new technologies. The return comes afterwards.”<br />
For Austrian Marc Kaddoura, Chief Executive<br />
Officer of IBS, the expectation is that Brazil’s economic<br />
situation will stabilize. “We are closely following<br />
market information and we believe that the<br />
economic situation will stabilize. We hope that<br />
when the financial crisis is over, we can do new business<br />
in Brazil.”<br />
The IBS CEO says that in Austria many factories<br />
receive support from the Government, mainly in the<br />
area of export. “Austria is a country that develops a<br />
lot of industrial engineering. IBS exports about 90%<br />
of what it produces, not only because it has government<br />
support, but also because we have good high<br />
technology products. We help the pulp and paper<br />
62
industry to save money using fewer chemicals, less<br />
energy and increasing productive capacity. At the<br />
same time, it is possible to protect and conserve the<br />
environment. This is our philosophy as to how to do<br />
things,” he explains.<br />
“TEMOS UM PORTFÓLIO COM MAIS DE 50<br />
TURBINAS DENTRO DO SETOR DE PAPEL E<br />
CELULOSE, PARA INDÚSTRIAS BRASILEIRAS<br />
E DO EXTERIOR. SÃO MAIS DE 40 PAÍSES<br />
ATENDIDOS PELA TGM FORA DO BRASIL”<br />
CARLOS PALETTA,<br />
GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE<br />
NEGÓCIO DA TGM<br />
DIVERSIFICATION IS THE WORD<br />
Initially, TGM was a company that began meeting<br />
the needs of only the Sugar-ethanol Sector.<br />
Soon, it became a supplier to other segments, and<br />
today, in addition to pulp and paper, it serves the<br />
food, metallurgy and petrochemical industries.<br />
“Here, we are demonstrating what we’ve been<br />
doing for the past 20 years, within the sectors in<br />
which we operate,” explains Carlos Paletta, Business<br />
Development Manager for the Company. He<br />
says, the Company has become more active in the<br />
Pulp and Paper Sector over the past 10 years. “It<br />
is an important sector for the economy and for us<br />
too, just in the diversification of our range of servi-<br />
63
F E I R A<br />
não apenas por termos o apoio governamental,<br />
mas sim também porque temos bons produtos, de<br />
alta tecnologia. Ajudamos a indústria de papel e<br />
celulose a economizar dinheiro, com menos produtos<br />
químicos, menos energia e aumentando a<br />
capacidade produtiva. Ao mesmo tempo é possível<br />
proteger e conservar o meio ambiente. Essa é<br />
a nossa filosofia quanto à forma de como fazer”,<br />
explicou ele.<br />
DIVERSIFICAR É A PALAVRA<br />
Inicialmente a TGM era uma empresa que<br />
atendia só o setor sucroalcooleiro. Logo passou a<br />
ser fornecedor de outros segmentos e hoje, além<br />
de papel e celulose, atua nas áreas alimentícia,<br />
siderurgia e indústria petroquímica. “Procuramos<br />
divulgar aqui o que a gente vem fazendo nos últimos<br />
20 anos, dentro dos setores nos quais atuamos”,<br />
explica o gerente de desenvolvimento de<br />
negócio, Carlos Paletta. Ele conta que para o setor<br />
de papel e celulose a atuação ficou mais intensa ao<br />
longo dos últimos 10 anos. “É um setor importante<br />
para a economia e para nós também, justamente<br />
por diversificar nossa gama de atendimento. Temos<br />
um portfólio com mais de 50 turbinas dentro<br />
do setor de papel e celulose, para indústrias brasileiras<br />
e do exterior. São mais de 40 países atendidos<br />
pela TGM fora do Brasil. O setor de papel e<br />
celulose, por incrível que pareça, é um setor que<br />
está aquecido hoje. Há vários projetos para novas<br />
unidades, ampliação e modernização de unidades<br />
antigas. Isso nos dá uma perspectiva muito boa e<br />
nós temos equipamentos para atender as expectativas<br />
desses clientes”, afirma ele.<br />
Com mais de 20 anos de mercado a PSN presta<br />
serviços de montagem e manutenção em praticamente<br />
todos os setores da indústria. Os serviços<br />
que oferece estão em algumas das principais empresas<br />
de papel e celulose do Brasil como Eldorado,<br />
Suzano e Rigesa. A especialidade está em manutenção<br />
de caldeiras, precipitadores, digestores<br />
e na parte de classificação. “As fábricas de papel<br />
fazem as paradas anuais e nós participamos com<br />
a manutenção em qualquer unidade da fábrica e<br />
em todo o território nacional”, conta Jair José de<br />
“AS FÁBRICAS DE PAPEL FAZEM<br />
AS PARADAS ANUAIS E NÓS<br />
PARTICIPAMOS COM A MANUTENÇÃO<br />
EM QUALQUER UNIDADE DA<br />
FÁBRICA E EM TODO O TERRITÓRIO<br />
NACIONAL”<br />
JAIR JOSÉ DE SOUZA (ESQUERDA),<br />
DIRETOR COMERCIAL DA PSN<br />
ces. We have a portfolio of more than 50 turbines<br />
installed within the Pulp and Paper Sector, in Brazil<br />
and abroad. TGM serves over 40 countries as well<br />
as Brazil. Today, oddly enough, the Pulp and Paper<br />
Sector is a sector that is heating up. There are various<br />
projects for new units, expansion and modernization<br />
of old units. This provides us with a very<br />
good perspective and we have the equipment to<br />
meet the expectations of those customers,” he says.<br />
With more than 20 years in the market, PSN is<br />
an installation and maintenance service provider for<br />
virtually all industrial sectors. In Brazil, the services<br />
it offers are to some of the major pulp and paper<br />
companies, such as Eldorado, Suzano and Rigesa.<br />
The specialty of the Company is in boiler, precipitator,<br />
digester, and classifier maintenance. “Paper<br />
mills take annual downtime and we participate with<br />
64
Souza, diretor comercial da empresa.<br />
Esta foi a 10ª participação da PSN na feira<br />
da Abtcp que, segundo Jair, vem diminuindo a<br />
cada ano. “Com a crise de 2008 a feira encolheu,<br />
tanto que mudou de pavilhão. Desde que<br />
participamos esta é a edição em que ela está<br />
menor. Além do momento econômico, a feira<br />
é muito cara para as empresas. O metro quadrado,<br />
a montagem, tudo é muito caro”, observa<br />
ele. Segundo o diretor comercial a sugestão<br />
dos expositores é que a feira seja realizada a<br />
cada dois anos. “Nós, participantes e expositores,<br />
sugerimos aos organizadores desde 2010<br />
que realizem a exposição a cada dois anos. Ano<br />
que vem será em outro local, no Expo Center<br />
Norte e em 2017 haverá somente o congresso.<br />
Finalmente nos atenderam, mas acho que tarde<br />
demais. Há um movimento muito grande de<br />
expositores que não irão participar no ano que<br />
vem. Nós da PSN ainda não definimos nossa<br />
participação”, afirma ele.<br />
Já o gerente comercial da Brunnschweiler<br />
para a América Latina, Marcelo Boarin, foi mais<br />
O SETOR FOI<br />
RESPONSÁVEL POR<br />
UM SUPERÁVIT DE R$<br />
60 BILHÕES EM 2014<br />
E ESPERA CONTRIBUIR<br />
PARA A RETOMADA<br />
DO CRESCIMENTO<br />
ECONÔMICO DO<br />
BRASIL<br />
65
F E I R A<br />
otimista. Para ele, que participa do encontro da<br />
Abtcp desde a fundação da Brunnschweiler em<br />
1996, o movimento surpreendeu. “Achávamos<br />
que a demanda e que a participação dos nossos<br />
parceiros do setor fosse menor, mas nos surpreendeu<br />
positivamente”, conta Marcelo. Ele lembra<br />
que a parte técnica e os congressos também tiveram<br />
conteúdo de alto nível, o que colaborou para<br />
atrair o público do setor. “A Abtcp está fazendo um<br />
trabalho forte em relação a produtores de papel e<br />
celulose, que antigamente não existia. Tudo isso<br />
tem gerado bons frutos, apesar da situação econômica<br />
do país. Acreditamos que o dólar dará uma<br />
compensação para quem é fabricante nacional de<br />
máquinas, assim como nós, com equipamentos<br />
100% fabricados no Brasil.”<br />
Entre os serviços e produtos que se destacaram<br />
na feira o gerente comercial cita um trabalho para<br />
recuperação de energia. “Fazemos estudos, individualmente<br />
em cada máquina, para detectar ponthe<br />
maintenance of any unit in the mill and throughout<br />
Brazil,” says Jair José de Souza, Sales Director<br />
for the Company.<br />
This was the tenth time PSN has participated<br />
at Abtcp, according to Jair, and it has been getting<br />
smaller each year. “With the 2008 crisis, the Fair has<br />
shrunk so much that it moved to a smaller pavilion.<br />
Since we began to participate, this is the smallest.<br />
Besides the economic moment, participating in the<br />
Fair has become very expensive for many companies.<br />
A square meter, assembly, everything is very<br />
expensive,” he says. According to the Sales Director,<br />
exhibitors are suggesting that the fair be held<br />
every two years. “Since 2010, we, participants and<br />
exhibitors, have been suggesting to organizers that<br />
the exhibition be carried out every two years. Next<br />
year, it will be held in a different location, at Expo<br />
Center Norte and, in 2017, there will be only the<br />
Congress. Finally answered, but I think it’s too late.<br />
There is a very large movement by exhibitors not to<br />
O XLVIII CONGRESSO E EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE<br />
CELULOSE E PAPEL, PROMOVIDO PELA ABTCP (ASSOCIAÇÃO<br />
BRASILEIRA TÉCNICA DE CELULOSE E PAPEL), TERMINOU<br />
COM UMA PERSPECTIVA OTIMISTA PARA O PRÓXIMO ANO<br />
66
“A ABTCP ESTÁ FAZENDO UM TRABALHO FORTE<br />
EM RELAÇÃO A PRODUTORES DE PAPEL E<br />
CELULOSE, QUE ANTIGAMENTE NÃO EXISTIA.<br />
TUDO ISSO TEM GERADO BONS FRUTOS”<br />
MARCELO BOARIN,<br />
GERENTE COMERCIAL DA BRUNNSCHWEILER<br />
PARA A AMÉRICA LATINA<br />
tos de recuperação de energia. Mostramos para<br />
nossos clientes onde é possível ganhar, utilizando<br />
determinados equipamentos. Isso vale não<br />
só para máquinas de papel tissue, mas também<br />
para máquinas de papel plano. Temos percebido<br />
que o retorno deste investimento, tanto para<br />
clientes médios como grandes, está sendo um<br />
diferencial”, comemora ele.<br />
participate in the Fair next year. We at PSN have not<br />
yet defined our participation,” he states.<br />
Marcelo Boarin, Sales Manager for Brunnschweiler<br />
in Latin America, is more optimistic. For<br />
him, who has participated in Abtcp meeting since<br />
the founding of Brunnschweiler in 1996, the movement<br />
is surprising. “We found that the demand and<br />
participation of our industry partners was smaller,<br />
but that surprised us positively,” says Marcelo. He<br />
recalls that the technical part including the congresses<br />
had high-level content, which contributed in attracting<br />
the public. “Abtcp, which formerly did not<br />
exist, is doing good work in support of pulp and paper<br />
producers. All this has generated good results,<br />
despite the economic situation in the Country. We<br />
believe that the dollar will compensate those who<br />
are domestic machine manufacturers, just like us,<br />
with equipment 100% manufactured in Brazil.”<br />
Amongst the services and products that stood<br />
out at the Fair, the Sales Manager cites work for<br />
energy recovery. “We carry out studies on each machine,<br />
individually, to detect points of energy recovery.<br />
We show our customers where they can save<br />
using certain equipment. That occurs not only for<br />
tissue machines, but also for plain paper machines.<br />
We have noticed that the return on this investment,<br />
both for average customers as well as large customers,<br />
is a differentiator,” he commemorates.<br />
67
E N T R E V I S T A<br />
Sobra<br />
qualidade<br />
falta<br />
incentivo<br />
Foto: divulgação<br />
Rui Gerson Brandt<br />
Excess quality, lack<br />
of incentives<br />
Presidente do Sinpacel (Sindicato das Indústrias de <strong>Papel</strong>, <strong>Celulose</strong> e Pasta de<br />
Madeira para <strong>Papel</strong> e Artefatos de <strong>Papel</strong> e <strong>Papel</strong>ão do Estado do Paraná)<br />
President of Sinpacel (State of Parana Syndicate of Paper, Pulp and Wood Pulp for<br />
Paper and Paper Artifacts and Cardboard Producers)<br />
68
69
E N T R E V I S T A<br />
O Brasil se diferencia<br />
por ser o maior produtor<br />
de celulose de fibra curta<br />
branqueada<br />
70
Já existem pesquisas e utilização<br />
da celulose para a fabricação de<br />
tecidos para a indústria<br />
de biocombustíveis<br />
71
E N T R E V I S T A<br />
Existe uma burocracia<br />
demasiada. O governo também<br />
deveria revisar a política de<br />
incentivos para a aquisição de<br />
máquinas e equipamentos<br />
72
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