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Dezembro/2016 - Referência Florestal 181

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50<br />

CONVERSA DA<br />

FLORESTA<br />

Árvores são capazes de interagir<br />

62<br />

MUDANÇAS<br />

CLIMÁTICAS<br />

ENTREVISTA<br />

Ações começam a sair do papel<br />

Jonas Perutti, diretor<br />

da Madeflona<br />

Produtividade<br />

a toda prova<br />

Novidades da Komatsu Forest<br />

possibilitam mecanização<br />

em áreas acidentadas<br />

Productivity full<br />

steam ahead<br />

News from Komatsu Forest enables<br />

the use of mechanization on rough terrain


SUMÁRIO<br />

ANUNCIANTES<br />

DA EDIÇÃO<br />

Agroceres ................................................................... 84<br />

Bruno Industrial ......................................................... 53<br />

38<br />

Carrocerias Bachiega .............................................. 55<br />

Denis Cimaf ................................................................... 09<br />

Dinagro ........................................................................... 02<br />

Exte ................................................................................... 11<br />

56<br />

Faculdade Faef ............................................................ 47<br />

Ferro Extra ..................................................................... 27<br />

FMC Florestas .............................................................. 07<br />

H Fort ................................................................................ 13<br />

62<br />

Himev .............................................................................. 59<br />

J de Souza ........................................................................ 61<br />

Komatsu ......................................................................... 37<br />

Editorial<br />

Cartas<br />

Bastidores<br />

Coluna Ivan Tomaselli<br />

Notas<br />

Alta e Baixa<br />

Biomassa<br />

Aplicação<br />

Frases<br />

Entrevista<br />

Principal<br />

Silvicultura<br />

Pesquisa<br />

Mercado<br />

Especial<br />

Prêmio <strong>Referência</strong><br />

Artigo<br />

Agenda<br />

Espaço Aberto<br />

06<br />

08<br />

10<br />

12<br />

14<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

30<br />

38<br />

44<br />

50<br />

56<br />

62<br />

68<br />

76<br />

80<br />

82<br />

Librelato ......................................................................... 29<br />

Liebherr Brasil ............................................................ 19<br />

Lubeco ............................................................................ 79<br />

Mill Indústrias .............................................................. 35<br />

Minusa Forest .............................................................. 05<br />

Oregon ............................................................................ 83<br />

Penz Saur ........................................................................ 65<br />

Rossin .............................................................................. 49<br />

Rotobec .......................................................................... 23<br />

Sergomel ....................................................................... 21<br />

Timber Forest .............................................................. 25<br />

TMO ................................................................................. 33<br />

Ventura Máquinas .................................................... 67<br />

04 www.referenciaflorestal.com.br


Um novo ano está começando.<br />

Temos certeza de que juntos<br />

sempre seremos mais fortes<br />

Vamos brindar o<br />

cinquentenário<br />

da Minusa.<br />

Boas festas<br />

e muito sucesso<br />

em 2017<br />

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Entre em contato: (49) 3226-1000 | florestal@minusa.com.br


EDITORIAL<br />

Ano XVIII - Edição n.º <strong>181</strong> - <strong>Dezembro</strong> <strong>2016</strong><br />

Year XVIII - Edition n.º <strong>181</strong> - December <strong>2016</strong><br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA COMUNICAÇÃO<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Diretora de Negócios / Business Director<br />

Joseane Knop<br />

joseane@jotacomunicacao.com.br<br />

06 www.referenciaflorestal.com.br<br />

O grande lançamento da Komatsu<br />

Forest, harvester 931XC, estampa<br />

a capa desta edição<br />

PARABÉNS, VOCÊS MERECEM!<br />

É sempre uma enorme satisfação produzir a última edição do ano. Nela, sem<br />

sombra de dúvidas, está uma das ações mais importantes da REFERÊNCIA FLORES-<br />

TAL: a cobertura do evento que marca o PRÊMIO REFERÊNCIA. Na noite de entrega<br />

dos troféus aos 10 destaques do ano, temos a convicção que cumprimos nosso papel<br />

como o principal veículo de comunicação do setor. Naquela noite em especial, em<br />

que damos voz ao esforço e conquistas de empresas, entidades e pessoas ligadas<br />

ao segmento, podemos observar a satisfação dos premiados pelo reconhecimento<br />

e divulgação do trabalhado realizado. Não é fácil alcançar êxito nesta atividade. Tem<br />

que entender do assunto, cumprir exigências que só são feitas para quem atua no<br />

setor de base florestal e não são cobradas de nenhuma outra indústria. Apesar de<br />

lutar contra preconceitos e burocracias sem fim, sabemos que para atuar nesse<br />

meio tem que ter muita paixão e respeito pela floresta, algo que poucos realmente<br />

têm. É com essa certeza que desejamos um excelente fim de <strong>2016</strong> para você Leitor<br />

que nos acompanha, nos cobra e prestigia ao longo do ano. Você faz parte dessas<br />

conquistas que tanto exaltamos. Tenha uma ótima leitura e se prepare porque em<br />

2017 tem muito mais!<br />

CONGRATULATIONS, YOU DESERVE IT!<br />

It's always with great satisfaction that we produce the last issue of the year. This year,<br />

without a shadow of a doubt, one of the most important acts taken by REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong>,<br />

was the presentation of the PRÊMIO REFERÊNCIA, fully covered in this issue. With this year’s<br />

award presented to ten prominent winners, we are convinced that we have fulfilled our role as<br />

the primary media vehicle in the industry. That night in particular, during which we gave voice<br />

to the efforts and achievements made by companies, organizations and people connected to<br />

the segment, we could observe the satisfaction of the award winners in the recognition and<br />

dissemination of their work. It is not easy to achieve success in this activity. You have to understand<br />

the subject and meet requirements that are only met by those who operate within<br />

the Forest-Based Sector and have no connection with any other industry. As well as having to<br />

separate out prejudice and endless bureaucracy, we know that to operate our field, one has to<br />

have a lot of passion and respect for the forest, something that few actually have. It is with this<br />

certainty that we wish an excellent end of <strong>2016</strong> to you, the reader, who have accompanied and<br />

honored us throughout the year, while making sure we have fulfilled your needs. You are part of<br />

our achievements and that we appreciate so much. Enjoyable reading and get ready for 2017,<br />

because there is more!<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Fernanda Domingues<br />

Fernanda Maier<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Colaboreadores / Colaborators<br />

Fotógrafos: Marcos Mancinni e Mauricio de Paula<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Monica Kirchner - Coordenação<br />

Alessandra Reich<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.


Proteção contra<br />

Percevejo-bronzeado e Vespa-da-galha


CARTAS<br />

ENTREVISTA<br />

FUTURO<br />

Capa da Edição 180 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de novembro de <strong>2016</strong><br />

Por Maria Verônica -<br />

Taubaté (SP)<br />

Sempre bom ouvir a<br />

opinião de Elizabeth<br />

Carvalhaes, uma das<br />

referências da área.<br />

Continuem concedendo a<br />

palavra aqueles que realmente fazem a<br />

diferença para o setor florestal.<br />

Foto: divulgação<br />

Por José Miyazawa - São Paulo (SP)<br />

Excelente reportagem sobre o papel da biomassa florestal<br />

na corrida por combustíveis sustentáveis. Parabéns a toda<br />

equipe.<br />

INTERNACIONAL<br />

Por Fernando Carvalho - Porto Alegre (RS)<br />

Ótima cobertura da Finnmetko, sempre com as melhores<br />

novidades e o que há de mais moderno para toda a cadeia<br />

produtiva da madeira.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: Niina Fu<br />

NOVIDADES<br />

Por Laís Rossi -<br />

Maringá (PR)<br />

Gostaria de<br />

parabenizá-los pela<br />

sessão Notas. Sempre<br />

com as melhores<br />

novidades do setor de<br />

forma curta e direta!<br />

SUGESTÃO<br />

Por Elisa Alvarez - Manaus (AM)<br />

Seria ótimo ler uma reportagem sobre o CAR, seus<br />

desdobramentos e consequências para 2017. Parabéns<br />

pela Revista!<br />

Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

E-mails, críticas e<br />

sugestões podem ser<br />

enviados para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista do<br />

Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />

produzida pelo veículo.<br />

08 www.referenciaflorestal.com.br


Tenha o Melhor em<br />

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BASTIDORES<br />

CHARGE<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

REVISTA<br />

APRIMORAMENTO EMPRESARIAL<br />

Grandes empresários florestais<br />

perceberam a importância de<br />

se atualizarem e aprimorarem<br />

a maneira com que enxergam o<br />

próprio empreendimento. Durante<br />

a entrega dos troféus do PRÊMIO<br />

REFERÊNCIA <strong>2016</strong>, os convidados<br />

puderam conhecer a metodologia<br />

utilizada pela MBM Business School.<br />

Foto: Marcos Mancinni<br />

Lilian Spaulonci, diretora<br />

comercial da MBM Business<br />

School Curitiba, e Freddy<br />

Rangel, diretor regional<br />

CHUVA DE CAVACO<br />

Acompanhamos o dia de campo<br />

organizado pela Roman, que<br />

representa a linha Tree Care<br />

Products da Morbark no Brasil, em<br />

parceria com a Komatsu Forest que<br />

comercializa os picadores florestais<br />

da linha industrial da marca. Tenha<br />

um gostinho da reportagem que<br />

será publicada na primeira edição de<br />

2017 da REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Participantes da<br />

demonstração do<br />

picador Morbark MR20<br />

10<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Emex Brasil & ExTe<br />

desejam a todos um<br />

Feliz Natal e Feliz 2017<br />

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COLUNA<br />

Foto: divulgação<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

GERENCIAMENTO<br />

DE PROJETOS<br />

O planejamento e execução de inciativas diferenciadas para a solução de um<br />

problema requerem dedicação exclusiva e equipe especializada<br />

P<br />

rojetos fazem parte de um processo de mudanças que<br />

ocorrem diariamente. Criar um projeto e gerenciar<br />

sua implantação fazem parte da rotina de empresas,<br />

organizações e também pessoas. Um projeto pode ser definido<br />

para atender o objetivo de um indivíduo, por exemplo, para sair<br />

de férias ou para comprar um imóvel. No caso de empresas os<br />

projetos são geralmente mais complexos, como estabelecer<br />

uma nova unidade industrial ou introduzir mudanças no processo<br />

para ganhar produtividade e competitividade.<br />

O projeto é um esforço temporário para criar um produto<br />

ou serviço único, diferente daqueles oferecidos pela rotina<br />

de uma organização. O projeto é implementado com base<br />

em uma proposta, preparada para resolver um problema.<br />

A proposta de projeto deve buscar a melhor solução para<br />

resolver o problema.<br />

Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos,<br />

habilidades, ferramentas e técnicas para implementar<br />

o projeto. O gerenciamento envolve todo o ciclo de vida de<br />

um projeto, que inicia com a identificação do problema e a<br />

formulação da proposta de projeto, passa pelo planejamento<br />

e pela implementação que deve ser controlada e monitorada,<br />

e termina com uma fase de encerramento quando o produto<br />

é entregue e as lições aprendidas identificadas.<br />

As decisões tomadas durante o gerenciamento são, em<br />

grande parte, baseadas em um alto grau de subjetividade, e<br />

por isto muitos consideram o processo de gerenciamento mais<br />

arte do que ciência.<br />

O trinômio fundamental de gerenciamento de projetos é<br />

mostrado na figura. Um projeto é implementado com sucesso<br />

quando os prazos definidos são cumpridos, dentro do custo<br />

estabelecido e com a qualidade desejada.<br />

TRINÔMIO FUNDAMENTAL DE<br />

GERENCIAMENTO DE PROJETOS<br />

PRAZO<br />

QUALIDADE<br />

CUSTO<br />

As empresas, em geral, não possuem equipes especializadas<br />

na preparação de uma proposta de projeto e na sua<br />

implementação. As equipes das empresas estão quase sempre<br />

envolvidas em um ambiente funcional, são responsáveis pela<br />

manutenção de processos e rotinas fundamentais a sobrevivência<br />

da organização.<br />

Por este motivo quando existe a necessidade de implementação<br />

de mudanças (solução de um problema), é frequente a<br />

contratação de empresas especializadas (ou consultores). O<br />

conhecimento acumulado e a experiência adquirida na solução<br />

de problemas similares são importantes na seleção da empresa<br />

a ser envolvida.<br />

Estes e outros aspectos são tratados no livro recém-lançado<br />

“Gerenciamento de Projetos- Conhecimentos e Habilidades”.<br />

A publicação de minha autoria, em conjunto com o colega<br />

Joésio D.P. Siqueira, é baseado em literatura especializada e<br />

ainda na experiência acumulada como consultores e gestores<br />

da Stcp Engenharia de Projetos nos últimos 35 anos. Esperamos<br />

que este livro sirva de suporte para nossos clientes e amigos<br />

na implementação de projetos.<br />

O projeto é um esforço temporário para criar um<br />

produto ou serviço único, diferente daqueles oferecidos<br />

pela rotina de uma organização<br />

12<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

20 ANOS<br />

NO BRASIL<br />

Foto: divulgação<br />

A John Deere <strong>Florestal</strong> completa duas<br />

décadas de atuação no mercado brasileiro<br />

e celebra sua parceria de sucesso com os<br />

clientes. “Temos uma sólida estratégia de<br />

longo prazo para o Brasil, com confiança no<br />

desenvolvimento socioeconômico do país.<br />

Tudo isso passa pela valorização do setor<br />

florestal, que gera uma robusta movimentação<br />

econômica e ainda preserva e respeita<br />

o meio ambiente, ou seja, um segmento<br />

importante para a sociedade”, diz Roberto Marques, diretor de Vendas da John Deere Construção e <strong>Florestal</strong>. Em 1999<br />

a John Deere adquiriu a norte americana Timberjack (empresa criada em 1940) e somou a experiência e liderança no<br />

segmento da Timberjack com a expertise de inovação e alta tecnologia da marca John Deere. “A expectativa é que, nos<br />

próximos anos, a gente consiga aumentar ainda mais a tecnologia embarcada, para que haja mais automação no processo,<br />

de forma que o usuário possa acompanhar em tempo real onde a máquina está, o quanto está produzindo e sua<br />

necessidade de manutenção, tal como o comando de um carro de alta performance, como vemos hoje na Fórmula 1”,<br />

cita Thiago Cibim, gerente geral de operações da divisão florestal da John Deere.<br />

PRODUÇÃO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Mais de 110 técnicos, representantes de órgãos públicos<br />

e entidades empresariais participaram do treinamento<br />

do programa Ambiente <strong>Florestal</strong> Sustentável, destinado<br />

para o público do sul e extremo sul da Bahia. Voltado para<br />

multiplicadores, o treinamento do programa - lançado pela<br />

Adab (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia) e a Abaf<br />

(Associação Baiana das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) - foi<br />

realizado, em Teixeira de Freitas (BA). O diretor executivo da<br />

Abaf, Wilson Andrade, explica que este programa é uma ampliação do Pfclp (Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta<br />

Parda), lançado pelas duas entidades no início do ano, visando o monitoramento e controle da lagarta parda na região. Além de<br />

um amplo programa de comunicação, foi montada e orientada uma equipe de três engenheiros (agrônomos e florestais) que<br />

vem trabalhando com uma estrutura formada por veículos, equipamentos audiovisuais e material informativo. Após intenso<br />

trabalho em 10 meses, o Pfclp percorreu mais de 60 mil km (quilômetros), realizou cerca de 90 treinamentos, instruindo e<br />

orientando mais de 3 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região.<br />

Foto: divulgação<br />

14<br />

www.referenciaflorestal.com.br


PROTEÇÃO<br />

EM TRIPLO<br />

cevejo-bronzeado e Vespa-da-galha<br />

ontra<br />

Foto: divulgação<br />

As novidades da FMC Agrícola só aumentam.<br />

No dia 16 de novembro, a empresa apresentou<br />

o Capture 400 EC, grande lançamento do ano no<br />

combate ao percevejo-bronzeado e vespa-da-<br />

-galha, pragas que atacam o eucalipto, na cidade<br />

de Três Lagoas (MS). O evento reuniu representantes<br />

de importantes empresas florestais da região,<br />

profissionais da área de silvicultura, técnicos<br />

e consultores florestais. O encontro também foi palco do anúncio de mais dois produtos para o uso em eucaliptos, que<br />

acabam de ter os registros homologados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: o Hero e o Mustang<br />

350 EC. Tratam-se de dois inseticidas piretroides para o controle da vespa-da-galha. Ambos podem ser aplicados no<br />

viveiro e campo por via aérea ou terrestre. A diferença está na composição. O Mustang possui somente Zeta-Cipermetrina<br />

na concentração de 350 g/l (gramas por litro). O Hero é uma união de zeta-cipermetrina, em menor concentração<br />

(200 g/l) e Bifentrina 180 g/l. Eles são indicados conforme o grau de infestação e segundo condições da floresta e clima<br />

que favorecem uma composição sobre a outra. Estes produtos juntam-se ao Dipil SC, um inseticida biológico que vem<br />

sendo usado há tempos para proteção do eucalipto e outras culturas.<br />

CONCESSÃO<br />

DA FLONA DO<br />

CAXIUANÃ<br />

O SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) assinou contratos<br />

de concessão permitindo o manejo florestal sustentável<br />

em três UMF (unidades de manejo florestal) na Floresta<br />

Nacional do Caxiuanã, localizada nos municípios de Portel<br />

e Melgaço, no Pará. As unidades somam 176 mil ha<br />

(hectares) e serão operadas pelas empresas Benevides<br />

Madeiras e Cemal Comércio Ecológico de Madeiras. As<br />

vencedoras da concorrência ofereceram ágio de até 130% sobre o valor mínimo de R$ 57 por m³ (metro cúbico) de madeira<br />

extraída previsto pelo edital. Além do valor oferecido pela madeira, a concorrência levou em conta as propostas técnicas<br />

apresentadas pelas empresas, o que inclui aspectos como redução do impacto ambiental, geração de empregos e grau de<br />

processamento local da madeira. Caxiuanã foi a primeira Floresta Nacional criada na Amazônia e é considerada uma área<br />

com vocação para a produção madeireira, já que está localizada entre os rios Xingu e Anapu, o que facilita o escoamento<br />

da produção. A expectativa é que as três unidades de manejo produzam cerca de 180 mil m³ de madeira por ano.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

15


NOTAS<br />

MMA DEBATE<br />

COMBATE AO<br />

DESMATAMENTO<br />

Foto:divulgação<br />

A necessidade de novas ações, além do comando e<br />

controle para enfrentar o desmatamento na Amazônia<br />

e no Cerrado marcou o seminário Insumos para o Eixo<br />

de Instrumentos Econômicos e Normativos dos Ppcdam<br />

(Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia) e do<br />

Ppcerrado (Cerrado), promovido pelo MMA (Ministério do<br />

Meio Ambiente), no dia 25 de novembro em Brasília. O secretário<br />

de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do<br />

MMA, Everton Lucero, defendeu a necessidade do esforço<br />

conjunto para a aplicação de instrumentos econômicos e<br />

normativos, além da fiscalização aos desmatamentos ilegais. Ele afirmou que, nos últimos quatro anos, a crise econômica<br />

refletiu no aumento anual em torno de 6% dos desmatamentos na Amazônia. Os dados referentes ao período 2015-<strong>2016</strong> ainda<br />

não foram divulgados oficialmente. O objetivo do seminário foi colher subsídios os planos de combate ao desmatamento em<br />

diferentes biomas que envolvem equipes de 11 ministérios. O seminário foi dividido em quatro painéis com a discussão de<br />

temas como compras públicas, crédito e concessões florestais.<br />

PROJETOS<br />

AMBIENTAIS<br />

Projetos no setor florestal receberam financiamento<br />

de US$ 1 bilhão do Fundo Amazônia. Atualmente,<br />

85 iniciativas são apoiadas pelo fundo,<br />

formado por doações de parceiros importantes do<br />

país, como os governos da Noruega e da Alemanha.<br />

O Fundo Amazônia capta doações para investimentos<br />

não reembolsáveis em ações de prevenção,<br />

monitoramento e combate ao desmatamento e de<br />

promoção da conservação e do uso sustentável da<br />

Amazônia Legal. O Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social) é responsável pela<br />

gestão. Unidades de conservação, povos indígenas e medidas de monitoramento estão entre as primeiras áreas de atuação<br />

desses programas. Também há ações voltadas para atividades de produção sustentável e para a realização do CAR (Cadastro<br />

Ambiental Rural).<br />

Foto: divulgação<br />

16<br />

www.referenciaflorestal.com.br


PROFISSIONAL<br />

FLORESTAL<br />

Foto: divulgação<br />

Com objetivo de atender a demanda do setor<br />

agroindustrial, o Senar/MS (Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem Rural) elaborou duas qualificações<br />

profissionais voltadas à operação de tratores florestais<br />

e manutenção e ajustes dos equipamentos<br />

utilizados na produção de florestas plantadas. A<br />

equipe responsável está trabalhando para que os<br />

cursos possam ser disponibilizados a partir de fevereiro<br />

de 2017. A diretora-secretária do Sistema<br />

Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de<br />

MS) e coordenadora educacional do Senar/MS,<br />

Terezinha Cândido de Souza, explica que a cartela de cursos da instituição conta com diversas opções de mecanização<br />

agrícola, porém, o diferencial será por atender especificamente solicitações do setor florestal. “A área florestal está sempre<br />

em busca de novidades tecnológicas, por isso procuramos contribuir elaborando qualificações que atendam desde<br />

trabalhadores iniciantes até aqueles que buscam reciclar e atualizar os conhecimentos”, ressalta.<br />

CAR FOI ABERTO<br />

PARA CONSULTA<br />

PÚBLICA<br />

O módulo de Consulta Pública do CAR (Cadastro Ambiental Rural)<br />

foi lançado no dia, 29 de nobemvro, pelo ministro do Meio Ambiente,<br />

Sarney Filho. A ferramenta permitirá a qualquer empresa, organização<br />

da sociedade civil, instituição financeira ou cidadão interessado<br />

fazer consultas e verificar a situação dos imóveis rurais do país em<br />

relação aos remanescentes de vegetação nativa, APPs (Áreas de<br />

Preservação Permanente) e de RL (Reserva Legal). As informações<br />

pessoais, como o nome do proprietário e CPF continuam sigilosas.<br />

"Podemos afirmar que a fase de montagem do cadastro, com 99%<br />

dos registros efetuados, está concluída, o que falta é residual. Isto<br />

ocorre bem antes do prazo estendido, conforme havíamos previsto.<br />

Entramos, neste momento, de forma firme, no pós-CAR", afirmou<br />

o ministro. O CAR foi instituído pelo Código <strong>Florestal</strong> Brasileiro (Lei<br />

12.651/2012). Até o momento cerca de 3,8 milhões de imóveis rurais<br />

já foram cadastrados, o que corresponde a mais de 400 milhões de<br />

ha (hectares) do território nacional.<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

17


NOTAS<br />

PLANTIO DE<br />

ERVA-MATE<br />

Imagem: divulgação<br />

A Embrapa Florestas acaba de disponibilizar o software Planin_Matte<br />

que possibilita a análise econômica dos plantios de erva-<br />

-mate considerando os diversos segmentos de custos operacionais<br />

de implantação, manutenção, manejo e colheita do erval. Voltado<br />

ao produtor, o sistema controla fluxos de caixa e realiza avaliações<br />

segundo os critérios de análise econômico-financeira mais utilizados<br />

no agronegócio. A ferramenta é gratuita e pode ser baixada pelo<br />

site www.embrapa.br/florestas. O Planin_Matte deriva do software<br />

Planin, usado pelo setor de florestas plantadas para análise econômica.<br />

Segundo Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa<br />

Florestas responsável pelo desenvolvimento do software, o sistema<br />

foi ajustado para atender às peculiaridades da cultura da erva-mate.<br />

O usuário fornece dados de custos e produção, e o sistema calcula os<br />

parâmetros de análise econômica mais utilizados para a avaliação da<br />

produção ervateira em diferentes períodos de colheita.<br />

ESPÉCIES MAIS<br />

INDICADAS<br />

PARA PLANTAR<br />

NO MATO GROSSO<br />

A Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência<br />

e Extensão Rural) realizou uma pesquisa apontando as espécies<br />

que obtiveram os melhores resultados no Estado para o plantio<br />

e produtividade madeireira. Durante 20 anos, foram avaliadas<br />

30 espécies, sendo 23 nativas e sete exóticas. A pesquisa revela<br />

que o maior volume de madeira foi obtido com as árvores: fava<br />

barriguda, peroba mica, tatajuba, bajão e castanheira. Ao todo<br />

foram plantadas 2.250 plantas. A pesquisa foi realizada no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da<br />

Empaer, no município de Sinop. O pesquisador Eliazel Vieira Rondon explica que foram avaliados o DAP (Diâmetro da Altura<br />

do Peito), altura total, volume de madeira, índice de mortalidade e ocorrência de pragas e doenças. Também a interferência<br />

do solo (pH, fósforo e saturação de base baixa), clima e ataque de fungos. Segundo Rondon, Mato Grosso possui mais<br />

de 200 mil ha (hectares) de reflorestamento com as espécies de eucalipto, teca e seringueira.<br />

Foto: divulgação<br />

18<br />

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NOTAS<br />

MUDAS PARA<br />

ENERGIA<br />

Foto: divulgação<br />

A Transenergia instalou recentemente linhas<br />

de energia entre os Estados de Goiás, Mato Grosso<br />

e Mato Grosso do Sul. Agora, precisa se adequar<br />

às regulamentações do Ibama para recuperar as<br />

áreas de implantação por meio do reflorestamento<br />

com mata ciliar. Para isso, a empresa, com o<br />

auxílio da Emater (Agência Goiana de Assistência<br />

Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária)<br />

e do Ministério Público de Goiás, realizará o plantio<br />

de cerca de 50 mil mudas nas propriedades<br />

rurais que integram as microbacias da região de<br />

Itapuranga. Ao todo, cinco microbacias receberão<br />

as mudas para reflorestamento.<br />

IMPORTAÇÃO<br />

DE BIOMASSA<br />

BRASILEIRA<br />

O Japão, um dos maiores mercados para os pellets,<br />

incentiva a importação de biomassa, mas esse<br />

tipo de produto tem ingressado no país, simplesmente,<br />

como resíduo. Para tornar o comércio mais<br />

favorável é preciso que seja mudada a classificação<br />

do produto no país, atualmente nominado como<br />

resíduo. A solicitação foi feita pelos representantes<br />

da Sumitomo ao ministro interino do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, Eumar Novacki. A joint venture formada pelas duas empresas, a Cosan Biomassa,<br />

possui uma planta de produção na região de Jaú (SP) produz 175 mil t (toneladas) de pellets por ano, mas tem como objetivo<br />

expandir a produção para 2 milhões de t, até 2025, e para 8 milhões de t no futuro. A estimativa é de que o Japão<br />

deverá importar entre dez e 20 milhões de t de biomassa peletizada até 2030. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos)<br />

é financiadora do negócio e apoia o projeto desde seu início, em 2010.<br />

Foto: divulgação<br />

20<br />

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ALTA E BAIXA<br />

LIGNA ESTÁ COM TUDO<br />

A Ligna, principal feira mundial de máquinas, instalações e ferramentas para a indústria de transformação<br />

de madeira e silvicultura, já está pronta para a próxima edição, que será realizada entre os dias 22 e 26 de<br />

maio de 2017, em Hannover, na Alemanha. Faltando pouco menos de seis meses para o início da feira,<br />

os organizadores - a Deutsche Messe e a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas de Madeira<br />

– informaram que 90% dos espaços já foram comercializados. Em 2017, espera-se que a Ligna<br />

atraia cerca de 1.500 expositores, sendo mais da metade fora da Alemanha.<br />

ALTA<br />

ELDORADO FORTALECE AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS EM <strong>2016</strong><br />

Ao longo de <strong>2016</strong>, a Eldorado realizou uma série de ações que fortaleceram os laços com as comunidades<br />

próximas à empresa no Mato Grosso do Sul. Entre elas estão a reforma do Lar dos Idosos Vicente<br />

Marques, em Aparecida do Taboado (MS), que abriga cerca de 40 idosos. Para o Assentamento Pontal do<br />

Faia, em Três Lagoas, entregou um novo abrigo para os tanques receptores de leite, reformou e ampliou<br />

o centro comunitário, onde ocorre o atendimento médico para os moradores Comunitário. Já no Distrito<br />

de Garcias, a Eldorado promoveu, em parceria com Senai, um curso de alvenaria (pedreiro).<br />

ARAUPEL FECHA SILVICULTURA EM QUEDAS DO IGUAÇU<br />

A Araupel fechou o setor de silvicultura que mantinha em Quedas do Iguaçu (PR), por conta de invasões<br />

do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em áreas florestais que impendem o prosseguimento<br />

da atividade. No fim do ano passado, 147 pessoas trabalhavam com plantio e manejo florestal.<br />

Atualmente, 991 pessoas ainda trabalham na unidade em Quedas, o que representa 15% das vagas de<br />

trabalho formal no município.<br />

BAIXA<br />

RECEITA COM EXPORTAÇÕES FLORESTAIS CAEM 2,5%<br />

Apesar do maior volume das exportações de produtos do setor brasileiro de florestas<br />

plantadas nos primeiros 10 meses deste ano, houve queda da receita na comparação<br />

com o mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro de <strong>2016</strong>, as exportações<br />

de celulose apresentaram crescimento de 11,1%, papel 3,2% e painéis de madeira 66,9%.<br />

Porém, a receita total do segmento com as vendas externas foi US$ 6,3 bilhões, ou seja, 2,5% a<br />

menos que no mesmo período de 2015. Somente o item painel de madeira, com US$ 201 milhões<br />

(+26,4%), foi positivo.<br />

22<br />

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BIOMASSA<br />

CULTIVO DE<br />

BIOMASSA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

U<br />

m grupo de 50 especialistas<br />

em bioenergia de diversos<br />

países se reuniu entre<br />

os dias 31 de outubro e 2 de novembro,<br />

em São Paulo, para atualizar as<br />

conclusões do relatório Bioenergy<br />

& Sustainability: bridging the gaps.<br />

Entre os resultados do relatório está<br />

que há terra suficiente para a extensão<br />

do cultivo de biomassa em nível<br />

mundial e que a maior parte da terra<br />

disponível para essa finalidade se encontra na América Latina e na África. Mas, para viabilizar o aumento da produção<br />

de bioenergia nessas regiões –onde a utilização de terra para produção de bioenergia não representaria uma ameaça<br />

para a segurança alimentar e a biodiversidade sob certas condições –, é preciso elaborar planos de financiamento e<br />

comercialização. A publicação é uma iniciativa da Fapesp (Fundação do Ampara à Pesquisa do Estado de São Paulo) e<br />

do Comitê Científico para Problemas do Ambiente.<br />

INSCRIÇÕES PARA TRABALHOS<br />

CIENTÍFICOS<br />

A<br />

pós reunir centenas de profissionais<br />

do setor de biomassa e energias renováveis<br />

este ano, a organização do<br />

Cibio (Congresso Internacional de Biomassa)<br />

decidiu abrir as inscrições para os trabalhos<br />

da edição de 2017, que será realizada de 20 a<br />

22 de junho em Curitiba (PR). O principal objetivo<br />

é envolver universidades que representem<br />

todas as regiões do Brasil. O evento vai<br />

debater o cenário da Matriz Energética Nacional<br />

e temas ligados à geração de energia a<br />

partir da biomassa no Brasil e no mundo. Os<br />

interessados devem acessar o site do evento<br />

www.congressobiomassa.com para conhecer<br />

o regulamento e efetivar a inscrição do trabalho.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

24<br />

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APLICAÇÃO<br />

NOVA PLATAFORMA DE<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

O<br />

Instituto BVRio lançou no fim de novembro a Bolsa de Madeira<br />

Responsável, plataforma que ajudará compradores e vendedores<br />

do setor madeireiro a encontrar produtos de origem<br />

legal ou certificada no mundo inteiro. O site é integrado ao sistema de<br />

due diligence e Análise de Risco da BVRio para facilitar o rastreamento de<br />

toda cadeia de custódia dos produtos madeireiros. A tecnologia, baseada<br />

em Big Data (internet das coisas), é capaz de realizar 2 bilhões de cruzamentos<br />

por dia e tem a precisão de 99% de acerto no Brasil. O objetivo<br />

é facilitar a aquisição de produtos madeireiros de origem responsável de<br />

forma eficiente, aumentando a liquidez e a demanda neste segmento. Ao<br />

mesmo tempo, ajudar a promover a transparência, a legalidade e a sustentabilidade<br />

no setor de madeira.<br />

Imagem: reprodução<br />

FIBRIA<br />

IMPLEMENTA<br />

BIG DATA<br />

Foto: divulgação<br />

P<br />

resente em 242 municípios<br />

brasileiros, sete<br />

Estados e dona de uma<br />

capacidade de produção de 5,3<br />

milhões t (toneladas) anuais<br />

em suas fábricas, a Fibria adotou<br />

as ferramentas SAP Predictive<br />

Analytics, rodando na plataforma<br />

de processamento de<br />

dados em tempo real Hana. A<br />

partir da análise preditiva de dados gerados durante 14 anos de operações, a companhia passa a contar com processos<br />

otimizados em seus negócios, o que significou a redução de gastos, aumento de produtividade, excelência em processos<br />

produtivos, mais eficiência e otimização de investimentos. O projeto da Fibria foi o primeiro case de Analytics<br />

utilizando a solução SAP na plataforma Hana no Brasil.<br />

26<br />

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FRASES<br />

O PRA (Programa<br />

de Recuperação<br />

Ambiental) é<br />

competência dos<br />

Estados. Temos feito<br />

mais do que nossa<br />

obrigação legal e<br />

estamos dando aos<br />

Estados condições<br />

legais para que eles<br />

possam construir<br />

o PRA. Agora<br />

depende deles<br />

Comparativamente a outros países, temos<br />

poucas florestas plantadas. E se não ampliarmos a<br />

nossa base florestal, faltará madeira para atender à<br />

demanda mundial<br />

Walter Lídio Nunes, CEO da Cmpc Celulose Riograndense, traçando<br />

um panorama do setor<br />

O setor florestal gera uma robusta movimentação<br />

econômica e ainda preserva e respeita o meio<br />

ambiente, ou seja, um segmento importante para a<br />

sociedade<br />

Roberto Marques, diretor de Vendas da John Deere Construção e <strong>Florestal</strong><br />

Sarney Filho, Ministro do Meio<br />

Ambiente sobre a cobrança pela<br />

demora na regulamentação do<br />

Programa<br />

A restauração de florestas e de outras formas<br />

de vegetação nativa – como Cerrado, Caatinga,<br />

manguezais, por exemplo – é apontada oficialmente<br />

como uma das estratégias brasileiras de mitigação<br />

e adaptação às mudanças climáticas e de<br />

cumprimento ao Código <strong>Florestal</strong><br />

Mercedes Bustamante, doutora em geobotânica pela Universität Trier, na<br />

Alemanha e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas<br />

Nós podemos implementar propostas que<br />

possam fazer com que a transformação da floresta<br />

em um ativo econômico implique na imediata<br />

melhoria da condição econômica das populações<br />

que vivem na Amazônia. Isso é fundamental<br />

Foto: divulgação<br />

Jorge Viana, Senador pelo Acre, sobre a implantação de novas políticas<br />

econômicas na Amazônia<br />

28<br />

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Um novo conceito.<br />

Uma nova marca.<br />

O mesmo compromisso:<br />

colocar você em<br />

primeiro lugar.<br />

Pra gente, estar sempre atualizada e trazendo<br />

soluções inovadoras é colocar você na frente.


ENTREVISTA<br />

Foto: Marcos Mancinni<br />

Jonas Perutti<br />

LOCAL DE NASCIMENTO<br />

11/06/54 em Colatina (ES)<br />

June 11, 1954, Colatina (ES)<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Diretor da Madeflona<br />

Director of Madeflona<br />

"Q "W<br />

uando você quer que algo seja feito bem feito a<br />

solução é fazer você mesmo.” Foi assim que Jonas<br />

Perutti deixou a fábrica de móveis no Espírito Santo<br />

e começou a realizar o MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) em<br />

Rondônia. Na época em que gerenciava a empresa, ele tinha grande<br />

dificuldade em conseguir matéria-prima com qualidade e que<br />

fosse entregue na data combinada. Aproveitou que a fábrica de<br />

móveis não estava tão bem das pernas e fez as malas. O desafio era<br />

imenso, enfrentou preconceito por ser madeireiro, venceu a falta<br />

de experiência técnica e se tornou o primeiro concessionário de<br />

floresta pública do país. Hoje, detém nas mãos a maior área explorável<br />

nessa modalidade de negócio, quase 105 mil ha (hectares).<br />

O modelo de gestão virou exemplo mundial, representantes de<br />

25 países foram conhecer o trabalho na Flona (Floresta Nacional)<br />

do Jamari recentemente, e mesmo com a concorrência de produtos<br />

que não respeitam a legislação, obtém resultado positivo.<br />

O trabalho é árduo e as dificuldades imensas, mas para Jonas a<br />

satisfação com o legado que deixa para o futuro compensa tudo.<br />

Leia a entrevista exclusiva com um dos ganhadores do PRÊMIO<br />

REFERÊNCIA <strong>2016</strong>, que mostra com propriedade como proteger<br />

a Floresta Amazônica e gerar renda.<br />

Amazônia tem heróis<br />

The Amazon has heroes<br />

hen you want something done well the solution is to do<br />

it yourself.” That's how it is for Jonas Perutti when he left<br />

the furniture factory in the the State of Espírito Santo<br />

and began to carry out Sustainable Forest Management (SFM) in the<br />

State of Rondônia. At the time, he managed the Company and he had<br />

great difficulty getting quality raw material delivered on time. He took<br />

advantage of the fact that the factory was not doing well and packed<br />

his bags. The challenge was huge, and he faced prejudice for being a<br />

forest operator, but he got over his lack of technical experience and<br />

became the first operator of a public forest in the Country. Today, he<br />

holds in his hands the largest exploitable area in this business mode of<br />

almost 105 thousand hectares (ha). The management model became<br />

a worldwide example, representatives from 25 countries were to get<br />

to know the work recently being carried out in the Jamari Flona (National<br />

Forest) and, even with competition from products, which do not<br />

comply with the legislation, it was possible to have positive results.<br />

The work is arduous and with immense difficulties, but for Jonas satisfaction<br />

comes with the legacy you leave for the future that makes up<br />

for everything else. Read the exclusive interview with one of the winners<br />

of the <strong>2016</strong> PRÊMIO REFERÊNCIA and who shows how to protect<br />

the Amazon rainforest and generate income.<br />

30<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Como começou sua história com o Manejo <strong>Florestal</strong>?<br />

Tinha uma indústria de móvel no Espírito Santo. Em uma certa<br />

época, tivemos dificuldade no fornecimento de madeira. Ainda<br />

hoje é assim, as indústrias não são bem servidas em madeira<br />

nativa. Como éramos consumidores exigentes, nunca tive<br />

fornecedor que me atendesse como queria. Em 1991, decidimos<br />

montar uma madeireira própria em Ariquemes (RO) para<br />

termos o fornecimento mais adequado. Em 1993, a indústria de<br />

móvel não estava mais dando resultado, então resolvi vendê-la<br />

e tocar somente a madeireira. Tudo se deu por acaso. Saí do<br />

móvel e fui para a madeira. A vantagem é que vim com uma<br />

boa bagagem. Sabia o que a indústria de móveis precisava, por<br />

isso fui bem sucedido no novo empreendimento: pontualidade<br />

e qualidade da madeira. O fator preço eu coloca em segundo<br />

plano. Dessa maneira consegui uma boa clientela. Quem precisa<br />

de um bom produto e de garantia na entrega paga bem.<br />

Sempre fui diferenciado por agir desta forma.<br />

Como foi o processo para conquistar a concessão?<br />

Em 2009, entramos no primeiro ano de concessões florestais<br />

no Brasil. Meu sócio é engenheiro florestal, um rapaz muito<br />

competente, chamado Evandro José Muhlbauer. Enxerguei<br />

muita competência nele, por isso quando chamei para trabalhar<br />

comigo propus uma sociedade. As coisas começaram dar<br />

certo. Ele sugeriu tentar vencer o processo para uma concessão.<br />

Falei: vamos tentar, mas vai ser praticamente impossível.<br />

Participamos de todos os processos, que começaram em 2007<br />

e ao final de tudo deu certo. Mas posso garantir que não é fácil,<br />

tem que provar de todas as formas que você não tem nada<br />

que o desabone em nenhuma esfera. Um concessionário de<br />

floresta pública está totalmente limpo.<br />

De que maneira se formou a Madeflona, empresa que gerencia<br />

a concessão da Flona do Jamari?<br />

A Madeflona foi criada em 2007 com o objetivo de trabalhar<br />

com madeira oriunda de concessão florestal, por meio de um<br />

contrato de formação de consórcio com empresas madeireiras<br />

rondonienses, dentre elas a Madeireira Litorania, fundada<br />

no ano de 1991, atual sócia majoritária e controladora. Em<br />

outubro de 2008, na iminência da assinatura contrato de<br />

concessão, houve a constituição jurídica da Madeflona. Com<br />

a estruturação documental iniciaram-se as atividades na UMF<br />

(Unidade de Manejo <strong>Florestal</strong>). Em 2009, foi aprovado pelo<br />

Ibama o Pmfs (Plano de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) - licenciamento<br />

da unidade. No primeiro certame licitatório da Flona<br />

do Jamari, a Madeflona sagrou-se vencedora da UMF n. I com<br />

área de 17.178 ha. Para começar as atividades de extração<br />

da madeireira fora emitida a Autorização de Exploração pelo<br />

Ibama no dia 20 de setembro de 2010, sendo a primeira em<br />

concessões florestais do Brasil. A primeira carga de madeira<br />

oriunda de uma concessão florestal no Brasil foi realizada em<br />

26 de novembro de 2010, também vinda da área de concessão<br />

da Madeflona. Em setembro de 2012, a empresa ingressou<br />

How did the Forest Management story start?<br />

I had a furniture making company in the State of Espírito Santo.<br />

At a certain time, we had difficulty in getting wood. Even<br />

today, the same thing is still happening; companies are not<br />

being well served as to the supply of native wood. As we were<br />

demanding consumers, we never had a supplier who properly<br />

met our demands. In 1991, I decided to set up a timber producing<br />

company in Ariquemes (RO) so that we had a more adequate<br />

timber supply. In 1993, the furniture company was no<br />

longer doing so well, so I decided to sell it and only deal with<br />

the forest. But everything occurred by chance. Getting out of<br />

furniture and getting into forestry. The advantage was that I<br />

came with good luggage. I knew what the furniture industry<br />

needed, so it was a successful new venture: timely delivery<br />

and quality timber. The price factor, I put aside and that way<br />

I built up good customers. Those, who need a good product<br />

and on time delivery assurance, pay well. I've always been<br />

differentiated by operating in this way.<br />

What was the process in getting the Concession?<br />

2009 was the first year of forest concessions in Brazil. My<br />

partner is a Forestry Engineer, a very able person, called<br />

Evandro José Muhlbauer. I saw a lot of ability in him, so when<br />

I asked him to work with me, I proposed a joint company.<br />

Things started to work out well and he suggested that we bid<br />

on a concession. I said: Let's try, but it's going to be virtually<br />

impossible. We went through all the processes, which began<br />

in 2007, and in the end, it all worked out. But I can assure you<br />

it was not easy, you have to prove in every way that you have<br />

nothing to hide in any sphere. A public forest concessionaire<br />

has to be totally clean.<br />

How did you go about establishing Madeflona, the company<br />

that currently manages the Jamari Flona concession?<br />

Madeflona was established in 2007 with the aim of working<br />

with timber from a forest concession, by means of a contract<br />

for the formation of a consortium of lumber companies<br />

in the State of Rondônia, amongst them Madeireira Litorania,<br />

founded in 1991 and, currently majority and controlling<br />

partner. In October 2008, on the verge of signing the concession<br />

contract, Madeflona was legally constituted. Legally<br />

structured, it began activities in the Forest Management Unit<br />

(UFM). In 2009, Ibama approved the UFM Sustainable Forest<br />

Management Plan (SFMP) (license). In the first bidding process<br />

for the Flona Jamari, Madeflona was winner of UFM no.<br />

1, with a 17,178 ha area. To begin harvesting activities, Ibama<br />

issued Harvesting Authority on September 20, 2010, being<br />

the first forest concession in Brazil. The first load of timber<br />

from a forest concession in Brazil left the forest on November<br />

26, 2010, and from the Madeflona concession area. In September<br />

2012, the Company began an ambitious project for<br />

the expansion of the supply of raw material, exclusively from<br />

forest concessions, by competing for more concessions where<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

31


ENTREVISTA<br />

So it pays to leave the Cedar timber in the forest, for example?<br />

This year, we reduced the harvest by 20 thousand m³, to avoid<br />

losses. It’s a shame, as this interferes with the long-term planem<br />

um ambicioso projeto, a ampliação do suprimento de<br />

matéria-prima com exclusividade em madeira de concessão<br />

florestal, através da concorrência na qual logramos êxito<br />

na em outras duas UMF. A primeira com 55.014 ha e outra<br />

com 32.757 ha. Em junho de 2013, a Madeflona consolidou<br />

104.949 ha, a maior detentora de Pmfs do Estado de Rondônia<br />

e entre as maiores do Brasil. Quando se trata de concessões<br />

florestais hoje, a empresa detém a maior área em atividade<br />

exploratória do país.<br />

Como foi a mudança de realizar o manejo florestal em área<br />

privada e sob regime de concessão?<br />

O madeireiro privado tem muita dificuldade de cumprir todas<br />

as exigências legais. Já na concessão é possível conseguir os<br />

documentos nas datas certas. Nossa relação com os órgãos<br />

ambientais é muito melhor. Quando se tem que protocolar<br />

um projeto, por exemplo, eles devolvem a autorização na data<br />

correta, sem problemas. Na área privada o mesmo projeto leva<br />

dois até três anos para ser aprovado, enquanto na concessão<br />

em 60 dias ele é aprovado. Então não tem motivo para trabalhar<br />

fora da legalidade porque as coisas andam. Todos os<br />

fatores são favoráveis para se trabalhar legalmente.<br />

Como conseguir retorno financeiro no manejo florestal, uma<br />

atividade bastante complexa, e principalmente em regime de<br />

concessão, no qual deve-se obedecer uma série de normas?<br />

Olha, a maior complicação na verdade é o mercado paralelo. O<br />

problema é que para mim, por exemplo, um m³ (metro cúbico)<br />

de madeira tem custo de mil reais. Estou falando do custo para<br />

retirar da floresta e beneficiar. A mesma madeira é vendida<br />

pelo mercado paralelo abaixo de R$ 700 o m³. A concorrência<br />

desleal traz um grande problema. Uma madeira top como<br />

ipê e outra como o cedrinho, que seria uma madeira de valor<br />

baixo, para mim têm o mesmo custo no manejo. Enquanto o<br />

ipê é vendido por R$ 4.000 a R$ 5.000 o m³, no cedrinho não<br />

consigo mercado que pague mil reais o m³, enquanto que o<br />

paralelo vende por R$ 700 o m³. Se todos tivessem o mesmo<br />

custo que tenho, eles com certeza iriam vender por R$ 1.100<br />

a R$ 1.200 o m³, que é o preço compatível com o custo e a<br />

margem de lucro.<br />

we succeededy in being granted two other UFM’s. The first with<br />

55,014 ha and another with 32,757 ha. In June 2013, Madeflona<br />

had a consolidated area of 104,949 ha, the largest holder of<br />

SFMP in the State of Rondônia and amongst the largest in Brazil.<br />

When it comes to forest concessions today, the Company holds<br />

the largest area in activity in the Country.<br />

What changes took place as to carrying out Forest Management<br />

in a concession area when compared to a private area?<br />

A private forestry operation has a much greater difficulty in complying<br />

with all legal requirements. For a Concession, the documents<br />

are received on a timely basis on the date promised. Our<br />

relationship with the environmental agencies is much better.<br />

When we have to submit a project, for example, authorization<br />

is given on the set date, no problem. For private area, the same<br />

project takes two to three years to be approved, while for the<br />

Concession, it takes just 60 days. So, there's no reason to work illegally<br />

because the bureaucracy works. All factors are favorable<br />

to working legally.<br />

How to you manage to get a financial return from Forest Management,<br />

a complex activity, especially under a concession regime,<br />

in which one must obey a number of Standards?<br />

Look, the biggest complication is actually from the parallel market.<br />

For me, for example, the problem is that one m³ of timber<br />

has a R$ 1 thousand cost. I'm talking about the cost to remove<br />

the timber from the forest and process it. On the parallel market,<br />

the same timber is sold below R$ 700 per m³. Unfair competition<br />

creates a large problem. Top grade timber such as Ipê or<br />

another such as Cedar that has a low value to me have the same<br />

cost under Management. While the Ipê is sold for between R$ 4<br />

thousand and R$ 5 thousand per m³, while for Cedar I can't find<br />

a market that will pay R$ 1 thousand per m³ and the parallel<br />

sells it for R$ 700 per m³. If everyone had the same cost that I<br />

have, they certainly would sell it for between R$ 1,100 and R$<br />

1,200 per m³, which is a price compatible with the cost plus profit<br />

margin.<br />

"Sabia o que a indústria de móveis precisava, por isso<br />

fui bem sucedido no novo empreendimento: pontualidade<br />

e qualidade da madeira"<br />

32<br />

www.referenciaflorestal.com.br


GARRA FLORESTAL TMO<br />

LINHA PESADA<br />

A TMO Forest oferece ao<br />

mercado florestal sua nova linha<br />

de Garras com componentes<br />

reforçados e fabricados em<br />

aços especiais que garantem<br />

maior durabilidade e resistência<br />

ao implemento. Além disso, a<br />

TMO usou toda a sua<br />

experiência para oferecer ao<br />

mercado o conjunto Traçador<br />

que instalado nas Garras<br />

oferece alta produtividade no<br />

traçamento de madeira.<br />

GARRA TRAÇADORA<br />

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SEU PARCEIRO FLORESTAL


ENTREVISTA<br />

Então compensa mais deixar o cedrinho da floresta, por<br />

exemplo?<br />

Neste ano reduzimos o volume da safra em 20 mil m³ para<br />

evitar prejuízos. Pena, que isso interfere no planejamento<br />

em longo prazo, pois somente quando fechar o ciclo de corte<br />

poderemos retirar as madeiras não colhidas no primeiro ciclo.<br />

Tal medida interfere no custo fixo da atividade.<br />

Quais cuidados o concessionário tem que tomar e que são<br />

diferentes de quem trabalha às margens da lei?<br />

Todos os procedimentos de colheita de madeira são realizados<br />

em conformidade com as técnicas de exploração de impacto<br />

reduzido, em conformidade com a legislação vigente, em<br />

equilíbrio com os meios sociais e ambientais, desta forma<br />

garantindo que a floresta seja mantida em pé e gerando benefícios<br />

econômicos.<br />

Atualmente onde estão os principais clientes?<br />

Vendemos hoje de 40 a 45% para o mercado interno e o restante<br />

é comercializado para o mercado externo. O mercado interno<br />

geralmente coloca o preço como quesito mais importante,<br />

o que dificulta a concorrência com produtos ilegais. Já, quanto<br />

ao mercado externo sofremos a instabilidade da moeda,<br />

diminuindo a possibilidade de contratos longos e volumosos.<br />

Então na sua opinião, o mais correto seria intensificar o<br />

controle nos ilegais e utilizar ferramentas para privilegiar<br />

os legais?<br />

Sim, a cada dia é desenvolvida novas tecnologia e experiências<br />

de fiscalização, isso deve ser colocado em prática. Mais o<br />

que deve ser lembrado é que o maior fiscal do nosso negócio<br />

sempre será nós mesmos, através da consciência ambiental e<br />

respeito aos valores da ética e da moral. Quando cometemos<br />

um erro, devemos corrigir, e confiar no sistema para que estudemos<br />

uma solução em conjunto.<br />

Imagina que serão feitas ações para diminuir essa concorrência<br />

tão desleal?<br />

O governo está preparando algumas medidas, nas concessões<br />

está sendo implementada o novo sistema de cadeia de custódia,<br />

que irá permitir o rastreamento a partir de um fardo de<br />

ning, because when the cutting cycle ends, we have to remove<br />

the unharvested timber from the first cycle. And this<br />

impacts the fixed cost of the activity.<br />

What care has to be taken that is different from that taken<br />

by those who work on the margins of the law?<br />

All timber harvest procedures are carried out in accord with<br />

the techniques of reduced impact exploitation, in accord with<br />

current legislation, in balance with the social and environmental<br />

factors, thus ensuring that the forest is maintained,<br />

generating economic benefits.<br />

Currently, where are the main customers?<br />

Today we sell 40 to 45% in the domestic market and the rest is<br />

sold abroad. The domestic market generally makes the price<br />

as the most important item, making it difficult to compete<br />

with illegal products. Now, as for the external market, we suffer<br />

the instability of currency, which impacts the feasibility of<br />

long term and volume contracts.<br />

So in your opinion, the most correct thing to do would be to<br />

intensify the control of illegal harvesting and use tools for<br />

favoring legal harvesting?<br />

Yes, every day new oversight technologies and experiences<br />

are developed, and these must be put into practice. Further,<br />

what we must remember that the best oversight of our business<br />

will always be caried out by ourselves, through environmental<br />

awareness and respect for ethical values and morals.<br />

When we make a mistake, we should correct it, and trust the<br />

system to study a solution together.<br />

Do you think actions will be taken to reduce this so disloyal<br />

competition?<br />

The Government is preparing several measures, where a new<br />

chain-of-custody system is being implemented for the concessions,<br />

which will allow a timber cargo to be traced from<br />

the point of harvest, through a mobile application using a QR<br />

Code Reader.<br />

Are forest and processing residues being made use of?<br />

The timber residues from harvesting are left on site for nutri-<br />

"Quando se trata de concessões florestais hoje,<br />

a Madeflona detém a maior área em atividade<br />

exploratória do país"<br />

34<br />

www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

madeira até o ponto de colheita da árvore, por meio de um<br />

aplicativo de celular com leitor QR Code.<br />

É possível aproveitar os resíduos florestais e do beneficiamento?<br />

O material lenhoso residual da exploração florestal fica no local<br />

de extração para ciclagem de nutrientes. O material lenhoso<br />

residual da serraria (lenha) é comercializado com frigoríficos,<br />

laticínio, secadores de soja, cerâmicas e torrefação de café.<br />

Parece que a palavra madeireiro não precisa vir acompanhada<br />

de ilegal para já ser pejorativa. Chegou a sofrer preconceito?<br />

Isso ainda acontece com frequência?<br />

Já fui abordado no hotel desta maneira. Quando estava fazendo<br />

minha ficha de entrada coloquei como profissão industrial<br />

madeireiro. O rapaz da recepção fez uma brincadeira de mau<br />

gosto: “olha aí mais um cupim da Amazônia”. Os meus filhos<br />

quando chegavam do colégio me perguntavam se eu era<br />

bandido porque a professora deles dizia que madeireiro era<br />

bandido. Acho que por isso meus filhos nunca quiseram dar<br />

continuidade a meu trabalho. Eu realmente tinha um certo<br />

receio de dizer que era madeireiro. Mas hoje tenho orgulho<br />

porque tenho condições de rebater qualquer acusação. A<br />

concessão me deu esse respaldo.<br />

São 40 anos de concessão, é muito tempo. Como é iniciar um<br />

projeto o qual, provavelmente, não verá concluído? Chega<br />

a pensar nisso ou não fica filosofando muito sobre o tema?<br />

Se pensasse assim, não teria filho. Porque vou morrer e ele<br />

vai ficar vivo (risos), concorda comigo? Faço como se fosse<br />

ficar vivo até lá, mesmo sabendo que isso não vai acontecer.<br />

Tenho 62 anos hoje, quando tinha 20 não tinha coragem de<br />

plantar café porque demoraria três anos para poder colher.<br />

Com 52 anos fiz um reflorestamento de teca. Sei lá se vou<br />

poder colher ou não. Olha como somos contraditórios. Com<br />

20 anos não tinha coragem de plantar café porque demorava<br />

demais, hoje tenho projetos de 40 anos. Quando somos jovens,<br />

somos imediatistas.<br />

ent recycling. The woody material residue from the sawmill<br />

is sold to slaughter houses, dairies, soy dryers, ceramic produces<br />

and coffee roasters.<br />

It would appear that the words “forest operator” need not<br />

be accompanied by illegal to be pejorative. Have you ever<br />

suffered any bias? Does this still happen, often?<br />

This happened in a hotel. When I was completing my checkin,<br />

I put industrial forestry as my profession. The receptionist<br />

made a bad joke: “one more termite from the Amazon”. My<br />

children when they came home from high school used ask me<br />

if I were a bad guy, because their teacher said that those who<br />

worked in the forest were bad guys. I think that's why my children<br />

never wanted to continue on with my work. I really used<br />

to have a certain fear of saying I worked in the forest. But<br />

today I'm proud of it, because it affords me an opportunity<br />

to refute any accusations. The concession has given me this<br />

endorsement.<br />

The concession is for 40 years, that’s a long time. How can<br />

you begin a project where you probably won't see the end?<br />

Do you think about this or just don’`t philosophize a lot on<br />

the subject?<br />

If we thought like this, we wouldn’t have children. Because<br />

I'm going to die and they will still be alive (smiling), don’t you<br />

agree with me? I do everything as if I am going to be alive<br />

until then, even though that's not going to happen. I'm 62<br />

years old today, when I was 20 I didn’t have the courage to<br />

grow coffee because it would take three years to be able to<br />

harvest the crop. At 52, I created a teak reforestation. I don't<br />

know if I will harvest it or not. Look how we are contradictory.<br />

At 20, I didn’t have the courage to grow coffee because it took<br />

too long, and today I am undertaking 40-year projects. When<br />

we're young, we look for the immediate.<br />

Quando estava fazendo minha ficha de entrada do hotel<br />

coloquei como profissão industrial madeireiro. O rapaz<br />

da recepção fez uma brincadeira de mau gosto: “olha aí<br />

mais um cupim da Amazônia”<br />

36<br />

www.referenciaflorestal.com.br


TECNOLOGIA E<br />

PRODUTIVIDADE<br />

EM TERRENOS<br />

DIFÍCEIS<br />

875<br />

O Komatsu 875 tem capacidade de carga de 16<br />

toneladas e tração 8x8. O guincho é equipado com<br />

cabo de 14 ou 15 mm. A grua possui grande torque o<br />

que facilita o carregamento em áreas acidentadas.<br />

911<br />

O Komatsu 911 tem tração 6x6 e guincho equipado com cabo de 14 ou 15 mm.<br />

A grua possui grande torque de levantamento facilitando operação em áreas<br />

declivosas. A cabine tem nivelamento automático. A grua está posicionada ao<br />

lado da cabine, oferecendo grande visibilidade ao operador. O sistema exclusivo<br />

de três bombas hidráulicas permite performance muito superior aos<br />

concorrentes. Pode trabalhar com cabeçotes Komatsu S92, S132 , C144 ou V132.<br />

2JUST FOREST NO 1 • 2011<br />

www.komatsuforest.com.br


PRINCIPAL<br />

Para<br />

qualquer<br />

terreno<br />

Fotos: Komatsu<br />

38<br />

www.referenciaflorestal.com.br


LANÇAMENTOS DA KOMATSU<br />

FOREST AMPLIAM A<br />

COMPETITIVIDADE NA COLHEITA<br />

FLORESTAL<br />

OVER ANY<br />

TERRAIN<br />

KOMATSU FOREST NEW<br />

EQUIPMENT INCREASE<br />

COMPETITIVENESS IN FOREST<br />

HARVESTING<br />

C<br />

omo de costume o ano termina com lançamentos de<br />

máquinas da Komatsu Forest. O destaque é o harvester<br />

931XC com tração nas oito rodas. Seguindo a<br />

linha 8x8, outro modelo novo é o forwarder 875. Completando<br />

as novidades está o harvester 911, 6x6, com guincho e a<br />

PC200F que vem com cabine florestal de fábrica. A engenharia<br />

sueca focou na potência das máquinas aliado ao baixo consumo.<br />

A ideia foi preparar as máquinas para altas produtividades<br />

mesmo em terrenos inclinados e de difícil locomoção.<br />

Tudo isso com base no que há de mais recente em tecnologia.<br />

O grande lançamento da Komatsu neste ano, e que começa<br />

a chegar nas empresas brasileiras a partir de 2017, sem<br />

dúvida é o 931XC. Ele é uma evolução do conhecido harvester<br />

931 com melhorias significativas. A linha XC possui DSB (bogie<br />

de suspensão dupla). “A vantagem de duas rodas adicionais<br />

é a melhor estabilidade, que permanece constante independente<br />

do terreno”, detalha Lonard dos Santos, diretor de<br />

marketing da Komatsu no Brasil. A suspensão dupla é outra<br />

solução do 931XC para auxiliar na estabilidade da máquina.<br />

Mas o segredo da evolução do novo harvester está no sistema<br />

hidráulico com três bombas. Ele permite que o operador<br />

A<br />

s is the custom, the year ends with new machines<br />

from Komatsu Forest. The highlight this year is the<br />

eight wheel drive 931XC harvester. Completing the<br />

8x8 line is another new model, the 875 forwarder. Completing<br />

the new line are: the 6x6 911 harvester with a winch and<br />

the 200-F PC that comes from the factory with a forest cabin.<br />

Swedish engineering focused on machine power coupled with<br />

low fuel consumption. The idea was to prepare the machines<br />

for high yields even on hilly and difficult to work terrains. All<br />

this based on the latest in technology.<br />

The big Komatsu news this year, without a doubt, is that<br />

in 2017 the 931XC starts to arrive for Brazilian companies. It<br />

is an evolution of the famous harvester 931 with significant<br />

improvements. The CX line has a Double Suspension Bogie<br />

(DSB). “The advantage of two additional wheels is better<br />

stability, which remains constant regardless of the terrain,”<br />

details Lonard dos Santos, Director of Marketing for Komatsu<br />

in Brazil. The double suspension is another 931XC solution to<br />

assist in the stability of the machine.<br />

O 931XC traz melhorias na cabine e no sistema<br />

hidráulico<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

39


PRINCIPAL<br />

use várias funções da grua e do cabeçote conjuntamente com<br />

toda a potência que o equipamento pode gerar. “É possível<br />

girar a grua, traçar uma tora e manobrar a máquina ao mesmo<br />

tempo”, exemplifica Lonard.<br />

A cabine é espaçosa e está equipada com um assento ergonômico<br />

que gira 180° (graus). Para ampliar ainda mais a visibilidade<br />

do operador, a grua está posicionada lateralmente<br />

e não em frente à cabine, esta estrutura faz movimento de<br />

rotação em 360°. O 931XC também possui sistema de acionamento<br />

sem chave, similar ao dos carros atuais. Ele pode ser<br />

codificado ao perfil do operador no software MaxiXplorer que<br />

gerencia todas as informações da máquina e de quem a está<br />

operando individualmente.<br />

CARGA TOTAL<br />

Complementando a operação dentro da floresta a Komatsu<br />

lançou o forwarder 875 que realiza o baldeio da madeira.<br />

“Não existe nenhum outro modelo com essa capacidade”, assegura<br />

Per Annemalm, diretor de Planejamento de Produto<br />

da Komatsu na Suécia. Ele conta que o novo equipamento era<br />

uma demanda do mercado. “Existia um vazio entra os modelos<br />

com 14 a 15 t e 18 a 20 t, que agora está preenchido.”<br />

Entre os destaques deste lançamento está a performance.<br />

Assim como o novo harvester, o 875 tem tração nas oito<br />

rodas, o que confere mais potência com menor consumo de<br />

combustível. O chassi, a transmissão e a grua são projetados<br />

para o volume de 16 t (toneladas) métricas. A enorme caixa<br />

de carga pode receber o FlexGate, que flexiona ao ser tocado<br />

pela grua e oferece mais visibilidade da parte traseira do<br />

equipamento ao operador. Outro opcional é o FlexBunk, que<br />

permite ajustar a altura dos fueiros conferindo mais espaço<br />

ou diminuindo o centro de gravidade para enfrentar terrenos<br />

com pouca tração e mais inclinados.<br />

O conforto na cabine é outro destaque da máquina, que<br />

pode-se notar tanto no tamanho quanto na ergonomia do assento.<br />

Os mecânicos também não foram esquecidos. Ao abrir<br />

o capô com comando elétrico, o profissional da manutenção<br />

encontra uma plataforma de serviços, na qual estão dispostos<br />

todos os filtros com fácil acesso.<br />

O modelo pode ser equipado com um guincho florestal. O<br />

implemento fica posicionado na parte traseira do forwarder<br />

e é controlado pelo operador de dentro da cabine. Ao ser ancorado<br />

em uma árvore no topo do terreno, ele confere toda<br />

a tração necessária que o 875 opere em áreas bastante ingrimes.<br />

“O novo modelo com 16 t vai tornar as versões com 15 t<br />

obsoletas em alguns anos, assim como o Komatsu 895 com 20<br />

t fez com as máquinas de 18 t”, aposta Per.<br />

Este mesmo implemento pode ser utilizado no harvester<br />

911. Essa é a grande novidade do Komatsu 911, máquina<br />

But the secret in the evolution of the new harvester is in<br />

the hydraulic system with three pumps. It allows the operator<br />

to use various functions of the crane and the head together<br />

with all the power that the equipment can generate. “It is possible<br />

to rotate the crane, cut a log and maneuver the machine<br />

at the same time,” exemplifies the Komatsu Director.<br />

The cabin is spacious and equipped with an ergonomic<br />

seat that rotates 180°. To further expand the operator's visibility,<br />

the crane is positioned laterally, not in front of the<br />

cabin, and this structure rotates 360°. The 931XC also has a<br />

keyless starter system, similar to that of most modern cars<br />

today. It can be coded to operator profile by the MaxiXplorer<br />

software that manages all machine information and each individual<br />

operator.<br />

TOTAL LOAD<br />

Complementing the forest operations, Komatsu launched<br />

the 875 forwarder that handles the timber logs. “There is<br />

no other model with its ability,” says Per Annemalm, Director<br />

of Product Planning for Komatsu in Sweden. He says that<br />

the new equipment was launched to meet market demand.<br />

“There was an empty space between the 14 to 15 ton and the<br />

18 to 20 ton models that is now filled.”<br />

Amongst the highlights of this new equipment is performance.<br />

As well the new harvester, the 875, has eight wheel<br />

drive, which gives the harvester more power with less fuel<br />

consumption. The chassis, transmission and crane are designed<br />

for the 16 metric ton volume. The huge cargo box can<br />

have the FlexGate attached, that flexes when touched by the<br />

crane and offers more visibility from the rear of the equipment<br />

for the operator. Another option is FlexBunk, which<br />

allows you to adjust the height of the stakes giving it more<br />

space or lower the center of gravity to address land with little<br />

traction and rocky terrains.<br />

Cabin comfort is another machine highlight, which can be<br />

noted in both seat size and ergonomics. The mechanics were<br />

also not forgotten. When you open the hood of the electric<br />

command, the maintenance team finds a service platform, on<br />

which all the filters are laid out with easy access.<br />

The model can be equipped with a forest winch. The implement<br />

is positioned on the back of the forwarder and is controlled<br />

by the operator from inside the cabin. When anchored<br />

to a tree on high ground, it provides all the traction necessary<br />

for the 875 to operate on very steep terrains. “The new<br />

16 ton model will make the 15 ton versions obsolete within a<br />

few years, as well as the 20 ton Komatsu 895 with the 18 ton<br />

model,” bets Kamatsu Product Planning Director Per.<br />

This same equipment can be used with the 911 harvester.<br />

This is the novelty for the Komatsu 911, a machine for all uses<br />

40<br />

www.referenciaflorestal.com.br


para todos os usos (desbaste ou corte raso) que agora pode<br />

operar em terrenos ainda mais inclinados e manter a mesma<br />

eficiência dos planos. A grua paralela é rápida e potente, a<br />

facilidade de operá-la a torna ágil no desbaste e faz com que o<br />

motor consuma menos combustível. Esse harvester também<br />

vem com o sistema hidráulico com três bombas, utilizado no<br />

modelo 931XC. O vão livre desta máquina é de 630 mm (milímetros),<br />

o que a torna mais robusta em áreas difíceis, quase<br />

impossível de atolar. A solução técnica inédita da Komasu<br />

permite desacoplar ou acoplar o guincho em somente 15 a<br />

20 minutos aumentando significativamente a versatilidade da<br />

máquina nas operações com ou sem guincho.<br />

PRONTA PARA COLHEITA<br />

Uma das máquinas mais procuradas para a colheita florestal<br />

é a PC200F da Komatsu. A PC200F é realmente um harvester<br />

sobre esteiras e agora pode ser fornecida com cabine<br />

florestal de fábrica. Projetada para equipar o harvester, a<br />

estrutura tubular da cabine confere reforço na resistência e<br />

absorção maximizada de impactos.<br />

A SpaceCab é ampla e espaçosa. A nova concepção de<br />

projeto incluiu um assento com apoio para a cabeça e encosto<br />

reclinável. A altura e inclinação longitudinal são facilmente<br />

(thinning or clear cut) that now can operate on even more<br />

inclined slopes with the same efficiency as on flat land. The<br />

parallel crane is quick and powerful, its ease of operation,<br />

leads to agility in thinning on rough terrains and consumes<br />

less fuel. This harvester also comes with a hydraulic system<br />

with three pumps, same as used in the 931XC model. The span<br />

of this machine is 630 mm, which makes it more robust on<br />

difficult terrain, almost impossible to jam. The unprecedented<br />

Komatsu technical solution allows you to detach or attach the<br />

winch in only 15 to 20 minutes, significantly increasing the<br />

versatility of the machine for the operations with or without<br />

the winch.<br />

READY FOR HARVEST<br />

One of the most popular machines for forest harvesting is<br />

the Komatsu PC200-8F. The PC200-8F is really a harvester on<br />

tracks and can now come from the factory equipped with a<br />

forest cabin. The harvester design includes a tubular structure<br />

for the cabin especially reinforced as to strength and maximizing<br />

impact absorption.<br />

The SpaceCab is ample and spacious. The new design concept<br />

includes a seat with a headrest with a reclining backrest.<br />

Height and longitudinal inclination are easily adjustable by<br />

O modelo 875 cria uma nova categoria entre os<br />

forwarders<br />

O harvester 911 pode ser utilizado para desbaste<br />

e corte raso<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

41


PRINCIPAL<br />

ajustáveis por meio de uma alavanca que o operador puxa<br />

para cima. É possível ajustar a postura operacional apropriada<br />

do descanso do braço e do console.<br />

Outro ponto forte é a vedação contra ruídos. A cabine<br />

possui ótimo isolamento acústico e ainda conta com inovações<br />

da própria PC200F, como por exemplo, a redução dos<br />

ruídos na fonte e motor. O equipamento hidráulico e ar-condicionado<br />

também são extremamente silenciosos. A nova<br />

cabine florestal é certificada ROPS/FOPS/OPS, e atende integralmente<br />

à NR12 e também à nova legislação das máquinas<br />

florestais quanto ao uso desta cabine.<br />

CLIENTE FIEL<br />

O Grupo Squario confiou praticamente toda a produção<br />

florestal aos equipamentos produzidos pela Komatsu. O<br />

grupo é composto por duas empresas: Sguario <strong>Florestal</strong> S/A,<br />

proprietária e responsável pelo manejo da áreas florestais, e<br />

Sguario Indústria de Madeiras Ltda. Ambas estão localizadas<br />

no município de Nova Campina (SP). As áreas florestais, que<br />

totalizam 13.800 ha (hectares), estão distribuídas por Nova<br />

Campina, Itapeva, Itararé, Ribeirão Branco, Apiaí, Bom Sucesso<br />

de Itararé e Barra do Chapéu, todos no sudoeste do Estado<br />

de São Paulo. Deste total, aproximadamente 8 mil ha são produtivas,<br />

com florestas plantadas de Pinus elliottii, Pinus taeda<br />

e algumas pequenas áreas com eucalipto e outras espécies de<br />

pinus em caráter experimental.<br />

“Possuímos equipamentos Komatsu desde 1998”, recorda<br />

Luiz José Sguario Neto, diretor florestal. Atualmente operam<br />

na colheita da Sguario dois harvesters, um modelo 941.1 6x6<br />

e outro 931 com cabeçote Komatsu 370.2, conjunto recém adquirido.<br />

Além dos fowarders 890.3 e 865, ambos 8x8. “O harvester<br />

931 e forwarder 865 irão substituir um conjunto mais<br />

antigo que será destinado a operações de primeiro desbaste<br />

e também para formação e treinamento de novos operadores<br />

de máquinas florestais.”<br />

O sistema adotado é o CTL (Cut To Lenght) aonde a declividade<br />

permite, o que representa aproximadamente 80% da<br />

área de florestas plantadas pela empresa. “Nos 20% restantes<br />

e em áreas sensíveis, o sistema adotado ainda é o FT (Full<br />

Tree), com motosserras (três operadores), skidder e guincho<br />

florestal”, explica Renato Tadeu de Proença Machado, gerente<br />

florestal. A produtividade no corte raso é de aproximadamente<br />

7.800 t/turno. Já no segundo e terceiro desbastes varia<br />

entre 2.500 a 3.800 t/turno.<br />

“No curto prazo, entre um e dois anos, pretendemos ampliar<br />

o alcance do sistema CTL para aproximadamente 95% da<br />

área de florestas plantadas, com a utilização da tecnologia de<br />

guinchos de sustentação que começou a operar em setembro<br />

de <strong>2016</strong>”, revela Luiz.<br />

means of a lever that the operator pulls up. There are adjustments<br />

for the operating posture appropriate for the arm rests<br />

and console.<br />

Another strong point is the insulating seal against noise.<br />

The cabin has good sound insulation and still counts on the<br />

innovations of the PC200F itself, as for example, source and<br />

engine noise reduction. The hydraulic equipment and air<br />

conditioning are also extremely quiet. The new forest cabin<br />

is ROPS/FOPS/OPS certified, and fully meets the NR12 requirements<br />

and also the new forestry machinery legislation<br />

regarding the use of this type of cabin.<br />

LOYAL CUSTOMER<br />

Virtually all forest production equipment used by the<br />

Squario Group has been entrusted to Komatsu Forest. The<br />

Group consists of two companies: Sguario <strong>Florestal</strong> S/A.,<br />

owner and responsible for the management of forested areas,<br />

and Sguario Indústria de Madeiras Ltda. Both are located<br />

in the Municipality of Nova Campina (SP). The forest areas,<br />

totaling 13,800 hectares (ha), are distributed with in the Municipalities<br />

Nova Campina, Itararé, Itapeva, Ribeirão Branco,<br />

Apiaí, Bom Sucesso de Itararé and Barra do Chapéu, all in the<br />

southwest of the State of São Paulo in Brazil. Of this total, approximately<br />

8 thousand ha are productive, with planted forests<br />

of Pinus taeda and Pinus elliottii, plus some small areas<br />

with eucalyptus and other species of pine, on a trial basis.<br />

“We have used Komatsu equipment since 1998,” says Luiz<br />

José Sguario Neto, Director of Forestry. Currently, Sguario<br />

uses two harvesters, one a 6 x 6 model 941.1, and the other,<br />

a model 931 with a Komatsu 370.2 head, recently acquired. In<br />

addition there are the 890.3 and 865 forwarders, both 8 x 8.<br />

“The 931 harvester and 865 forwarder will replace the older<br />

equipment that will be used for the first thinning operations<br />

and also for the training of new forestry machine operators.”<br />

The Cut-to-Length (CTL) system has been adopted where<br />

the slope allows, which represents approximately 80% of the<br />

Company’s planted forest areas.” For the remaining 20% and<br />

in sensitive areas, the Full Tree system is still used, with chain<br />

saws (three operators), skidder and forestry winch,” explains<br />

Renato Tadeu de Proença Machado, Forestry Manager. Productivity<br />

for clear cut is approximately 7,800 mt per shift. For<br />

2nd and 3rd thinning, productivity varies between 2,500 to<br />

3,800 mt per shift.<br />

“In the short term, between one and two years, we plan<br />

to extend our CTL system to approximately 95% of the planted<br />

forest area, with the use of winch support technology, we began<br />

to use in September <strong>2016</strong>,” reveals Sguario Director of<br />

Forestry, Luiz Neto.<br />

Since Sguario began to carry out mechanized forest har-<br />

42<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Desde o início do desenvolvimento dos métodos de colheita<br />

florestal mecanizada da Sguario - o que ocorreu efetivamente<br />

a partir de 1998 com a compra do primeiro mini<br />

skidder e mini slasher – a empresa sempre teve o apoio da<br />

Komatsu Forest Brasil. “Naquela época, e durante todos estes<br />

anos, a Komatsu sempre nos deu suporte e orientação, por<br />

meio de visitas a nossas operações, dando oportunidade de<br />

visitarmos outras operações dentro e fora do Brasil, visitas à<br />

fábrica em Umeå (Suécia) e a diversas feiras florestais.”<br />

Com relação aos harvesters e forwarders da Komatsu os<br />

gestores florestais da Sguario destacam que são máquinas<br />

simples de operar e de fácil manutenção.<br />

“A vinda da Komatsu e a implantação da filosofia e dos<br />

conceitos de produção japonesa trouxeram uma preocupação<br />

ainda maior com os detalhes de projeto, fabricação e<br />

operação das máquinas”, ressalta Luiz. Com relação aos serviços,<br />

a empresa sempre teve pronto atendimento. “Não me<br />

recordo de casos de não haver peças de reposição ou em caso<br />

de não estarem disponíveis no estoque em Curitiba (PR).”<br />

vesting methods, which effectively occurred in 1998 with the<br />

purchase of the first mini skidder and mini slasher, the Company<br />

has always had the support of Komatsu Forest Brasil.<br />

“At that time, and during all these years, Komatsu has always<br />

provided us with support and guidance, through visits to our<br />

operations, giving us the opportunity to visit other operations<br />

inside and outside Brazil and visits to the factory in Umeå<br />

(Sweden), and to various forestry fairs.”<br />

With regard to Komatsu Forest harvesters and forwarders,<br />

the Sguario forest managers note that the machines are<br />

simple to operate and easy to maintain. “The arrival of Komatsu<br />

and the implementation of the philosophy and concepts<br />

of Japanese production led to an even greater concern with<br />

design, manufacture and machine operation details,” says<br />

Sguario Director of Forestry, Luiz Neto. With regard to service,<br />

Komatsu has always had somebody on-hand to meet our<br />

service needs. “I don't recall cases where there have been no<br />

spare parts, or cases where they are not available in stock, in<br />

Curitiba (PR).”<br />

O guincho pode ser equipado no forwarder 875 e no<br />

harvester 911<br />

A Sguario vai ampliar a mecanização da colheita<br />

com o uso de guinchos<br />

“PODEMOS CONSIDERAR QUE UM<br />

BOM PERCENTUAL DO POUCO<br />

QUE CONHECEMOS HOJE SOBRE<br />

MECANIZAÇÃO DEVEMOS À PACIÊNCIA<br />

E DEDICAÇÃO PARA COM A SGUARIO<br />

DA KOMATSU FOREST BRASIL,<br />

PRINCIPALMENTE NA PESSOA DO<br />

LONARD”<br />

Harvester sobre esteira PC200F tem a oção de cabine<br />

florestal de fábrica<br />

LUIZ JOSÉ SGUARIO NETO, DIRETOR FLORESTAL<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

43


SILVICULTURA<br />

Floresta,<br />

Foto: Embrapa<br />

boi e soja<br />

44<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: Embrapa<br />

ESTUDO MOSTRA<br />

QUE CULTIVO<br />

CONSORCIADO<br />

COM TECA TEM<br />

RETORNO MAIOR<br />

DO QUE PLANTIO<br />

ISOLADO<br />

O<br />

sistema de consórcio de culturas vem se mostrando<br />

mais rentável do que o investimento em<br />

uma única atividade. Pesquisadores estudaram<br />

o modelo que reuniu lavoura, pecuária e o plantio de teca,<br />

na Fazenda Gamada, em Nova Canaã (MT). Apesar do<br />

experimento ser recente, iniciado em 2009, levando em<br />

conta o ciclo da espécie florestal escolhida, os resultados<br />

apontaram rentabilidade anual de 7,16%, somente com a<br />

teca.<br />

Para ter noção do tamanho da atividade, atualmente<br />

o Brasil possui 11,5 milhões de ha (hectares) com a Ilpf<br />

(Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), segundo levantamento<br />

encomendado pela Rede de Fomento Ilpf. No<br />

estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Agropecuária,<br />

Rede Fomento Ilpf e Instituto Matogrossense de<br />

Economia Agropecuária, o sistema com teca foi implantado<br />

em uma área que já havia recebido agricultura (arroz/<br />

soja) por vários anos, a qual possuía pastagem nos dois<br />

anos anteriores à implantação do sistema. A área de integração,<br />

de caráter experimental, equivale a 78 ha e foi<br />

dividida em 10 módulos com configurações e espécies florestais<br />

distintas. Nesse trabalho, foi avaliado o tratamento<br />

com teca, que possui 5 ha, sendo 30,8% dessa área ocupada<br />

pela floresta e os outros 69,2% ocupados por lavoura/<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

45


SILVICULTURA<br />

pecuária. As árvores estão dispostas em linhas triplas com<br />

espaçamento 3x2x20 m (metros).<br />

Nos dois primeiros anos, após a introdução das mudas<br />

no campo, realizou-se o plantio de arroz e soja e, a<br />

partir do terceiro ano, os animais, da raça nelore e rúbia<br />

galega entraram no sistema. Os pastos, estabelecidos<br />

após o plantio da lavoura, sustentaram altas lotações,<br />

permitindo que fosse realizada engorda na área, nos três<br />

primeiros anos da pecuária dentro da Ilpf. A medida que<br />

o componente florestal foi se desenvolvendo, a capacidade<br />

de suporte do pasto foi diminuindo. Como estratégia<br />

para superar essa limitação, a partir do sexto ano após a<br />

implantação do sistema, apenas a recria dos animais foi<br />

realizado na integração. Além disso, o primeiro desbaste<br />

seletivo foi realizado no 4º ano e o segundo no 8º ano<br />

após o estabelecimento do sistema, com o objetivo de<br />

diminuir o sombreamento sobre o pasto, e a competição<br />

intraespecífica das árvores.<br />

Ainda que esse ciclo de oito anos seja um período<br />

relativamente muito curto para a avaliação final de um<br />

sistema com teca, por meio de indicadores de viabilidade<br />

econômico-financeiros Vpla (Valor Presente Líquido anualizado),<br />

Roia (Retorno sobre o Investimento anualizado) e<br />

IL (Índice de Lucratividade) foi possível avaliar a rentabilidade<br />

do sistema. Os resultados encontrados demonstram<br />

que o retorno ao produtor seria de R$ 0,72 para cada R$<br />

1,00 investido, considerando um sistema implementado<br />

em 2009, com investimento de R$ 1.151.642,80 (valor que<br />

inclui maquinário e benfeitorias de lavoura e pecuária a<br />

preços de 2009).<br />

Com o retorno dos dois desbastes realizados nos oito<br />

primeiros anos, obteve-se a receita bruta de R$ 6.350,12<br />

/ha, contabilizando apenas a floresta. De acordo com os<br />

pesquisadores, o Vpla de R$ 152,47/ha /ano é positivo na<br />

comparação com plantio de teca solteira, considerando<br />

um horizonte de 25 anos. “No Brasil são realizados desbastes<br />

na teca aos 5, 10, 15 e 20 anos, e a madeira proveniente<br />

dos primeiros desbastes são utilizadas como lenha,<br />

gerando custos maiores que as receitas. Sendo assim,<br />

muito provavelmente no oitavo ano o cenário ainda não<br />

Foto: Embrapa<br />

CONSORCIAR DIFERENTES<br />

CULTURAS CONFERE AO<br />

PRODUTOR RENDIMENTOS<br />

IMEDIATOS E NO LONGO PRAZO<br />

46<br />

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Foto: Embrapa<br />

NESTE SISTEMA O EUCALIPTO<br />

FOI ESCOLHIDO COMO<br />

ESPÉCIE FLORESTAL<br />

Engenharia<br />

“profissão essencial para preservar e<br />

produzir de forma sustentável”<br />

As FLORESTAS são essenciais para o planeta devido os produtos que<br />

fornecem, como a madeira, e os serviços ambientais vitais que prestam,<br />

como a produção de água e regulação do clima.<br />

ENGENHEIROS FLORESTAIS são os profissionais que planejam,<br />

executam e lideram as ações de manejo desses ecossistemas visando a<br />

produção sustentável e a preservação dos recursos florestais.<br />

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e reconhecido pelo MEC com nota 4; laboratórios equipados; biblioteca<br />

atualizada; corpo docente capacitado; metodologia de ensino diferenciada;<br />

aulas e atividades práticas; estímulo ao desenvolvimento de pesquisa<br />

e estágios; visitas técnicas; campus experimental bem<br />

estruturado com viveiro, setor madeireiro, agroflorestas,<br />

áreas de preservação permanente, eucaliptais e<br />

fragmentos florestais; e a formação de profissionais<br />

conscientes da importância das florestas e do seu<br />

papel na manutenção da vida no planeta terra!


SILVICULTURA<br />

se apresentaria rentável para cultivos exclusivos”, concluíram.<br />

Para que a geração desses indicadores fosse possível,<br />

construiu-se o fluxo de caixa do sistema com teca extrapolando<br />

os dados coletados, na área de 5 ha, para uma área<br />

de 1000 ha, levando em conta as características das propriedades<br />

de pecuária na região norte do Mato Grosso,<br />

segundo o Imea (Instituto Mato Grossense de Economia<br />

Agropecuária).<br />

“A atividade consorciada traz benefícios para o plantio<br />

florestal como incremento e diversificação da renda dos<br />

produtores pela comercialização ou o uso dos produtos<br />

florestais na propriedade”, aponta o pesquisador da Embrapa<br />

Agrossilvipastoril, Helio Tonini. De acordo com ele,<br />

a integração das árvores com os cultivos agrícolas e pecuária<br />

traz benefícios complementares já que a lavoura e a<br />

pecuária podem cobrir o fluxo as despesas que ocorrem<br />

durante o ciclo de corte do plantio florestal. Mais do que<br />

o retorno financeiro, a Ilpf traz benefícios a todos os integrantes<br />

do sistema. Como as árvores possuem raízes<br />

mais longas, elas absorvem nutrientes em camadas mais<br />

profundas do solo, onde nem a lavoura nem a pastagem<br />

são capazes de fazê-lo. O componente arbóreo potencializa<br />

o uso dos insumos e ainda funciona como uma bomba,<br />

trazendo os nutrientes de camadas mais fundas para<br />

a superfície, fazendo a chamada ciclagem de nutrientes.<br />

Outro benefício é geração de sombra e conforto térmico<br />

para o gado. “Pesquisa recente da Embrapa Agrossilvipastoril<br />

mostrou que mesmo bois Nelore, mais resistentes ao<br />

calor, tiveram ganho de peso maior quando tinham acesso<br />

à sombra. Além disso, levantamentos feitos no mesmo experimento<br />

mostraram que os bois ficaram 90% do tempo<br />

de ruminação e 76% do seu período de ócio na sombra”,<br />

destaca o pesquisador.<br />

BOI NA SOMBRA<br />

Os melhores resultados em Ilpf têm sido obtidos por<br />

produtores com perfil de silvicultor, que já têm tradição<br />

Foto: Embrapa<br />

O GADO QUE SE BENEFICIA<br />

COM A SOMBRA DAS ÁRVORES<br />

GANHA EM RENDIMENTO<br />

48<br />

www.referenciaflorestal.com.br


no ramo florestal e em regiões com mercado para produtos<br />

já estabelecido em áreas próximos à indústrias de<br />

base florestal. “Até o momento, o eucalipto é a espécie<br />

mais utilizada devido ao grande número de genótipos/fenótipos<br />

disponíveis que permitem a seleção de indivíduos<br />

com características desejáveis para atender aos objetivos<br />

de produção e que são adaptados às condições climáticas<br />

brasileiras; a sua multiplicidade de usos em produtos madeireiros<br />

e não madeireiros (folhas e produtos extrativos);<br />

rápido crescimento, elevada produtividade e o domínio<br />

tecnológico.” As demais espécies ainda atendem a mercados<br />

mais regionalizados como é o caso da teca em Mato<br />

Grosso.<br />

O pesquisador da Embrapa Agropecuária lembra que<br />

é preciso fazer um estudo da viabilidade econômica e do<br />

modelo a ser adotado para que maximize os resultados.<br />

“A opção por maior número de árvores, por exemplo,<br />

pode resultar na diminuição da produção dos outros componentes<br />

do sistema (grãos e carne), e as receitas oriundas<br />

do componente florestal devem ser suficientes para<br />

cobrir ou superar estas eventuais perdas. Porém, deve-se<br />

enfatizar que o principio básico é o de que a disposição de<br />

plantio das árvores mais indicada não deve impactar negativamente<br />

os outros componentes do sistema”, alerta.<br />

Foto: Embrapa<br />

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PESQUISA<br />

As<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

árvores<br />

falam<br />

PESQUISAS MOSTRAM<br />

QUE ELAS SE COMUNICAM<br />

ENTRE SI, INTERPRETAR ESSA<br />

“CONVERSA” DA FLORESTA PODE<br />

REVOLUCIONAR COMO O SETOR<br />

PRODUTIVO TRABALHA<br />

Fotos: divulgação<br />

50<br />

www.referenciaflorestal.com.br


<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

51


PESQUISA<br />

P<br />

ode parecer conto de fadas, mas não é, o assunto é<br />

sério. Pesquisadores comprovaram que as plantas<br />

trocam informações importantes para se ajudarem.<br />

Elas utilizam diversos meios para se comunicar, alguns bem<br />

complexos que lembram o filme Avatar. O principal assunto<br />

da floresta são alertas contra pragas, avisos que há restrição<br />

hídrica e até presença ou ausência de determinados<br />

nutrientes no solo. Porém, os estudos são recentes e a teoria<br />

da internet das plantas ainda sofre resistência de parte da<br />

comunidade científica. Por outro lado, se o setor produtivo<br />

entender melhor o processo e construir meios de interagir<br />

com as árvores abre um campo enorme para ampliar a produtividade,<br />

qualidade e a saúde das florestas.<br />

O assunto é estudado há várias décadas por pesquisadores<br />

do Canadá e EUA (Estados Unidos da América), países<br />

que mostraram avanços no entendimento da comunicação<br />

das plantas. Os autores Paul Stamets e Suzanne Simard deram<br />

destaque para a interação dos indivíduos por meio dos<br />

fungos que possuem uma rede de micélios. Estes pequenos<br />

filamentos, que ficam espalhados pelo solo, ajudam a conectar<br />

diferentes plantas, como uma rede de fibra ótica.<br />

No Brasil, entre os nomes que têm autoridade para falar<br />

do tema estão Gustavo Maia Souza, professor titular do<br />

Departamento de Botânica, Ufpel (Universidade Federal de<br />

Pelotas), no Rio Grande do Sul, e Gabriel Ricardo Aguilera<br />

de Toledo, doutorando do programa de pós-graduação em<br />

fisiologia vegetal, Ufpel. Eles estão envolvidos com assunto<br />

há mais de 10 anos e possuem pesquisas na área concluídas<br />

em 2011 e 2013.<br />

Em um dos estudos eles comprovaram que a muda do<br />

eucalipto híbrido Urograndis têm capacidade de distinguir as<br />

raízes que pertencem à própria planta daquelas que são de<br />

outra muda, e que essa capacidade muda com as condições<br />

ambientais de disponibilidade de água. Outro trabalho semelhante,<br />

orientado pelo professor Gustavo, teve o objetivo de<br />

avaliar a habilidade do auto e da não-auto referência entre<br />

plantas com diferentes níveis de variabilidade genética. Ou<br />

seja, quanto maior o grau de variabilidade genética maior é a<br />

capacidade de discriminação das raízes, o que resulta na variação<br />

maior dos parâmetros biométricos, morfológicos e de<br />

estabilidade no desenvolvimento. Esta pesquisa foi realizada<br />

com Eucalyptus urophylla.<br />

Além da interação por meio dos fungos, os pesquisadores<br />

apontam múltiplas plataformas utilizadas pelas plantas<br />

para interagirem. “Talvez o meio melhor caracterizado seja<br />

através da emissão de compostos voláteis que se difundem<br />

no ar, que se espalham nos arredores e acabam por atingir<br />

outras árvores, da mesma espécie ou até de espécies diferentes”,<br />

detalha Gustavo. Ao receber o sinal (molécula) a planta<br />

dispara um conjunto de reações que alteram o metabolismo<br />

FUNGOS SÃO<br />

COMPONENETES<br />

IMPORTANTES NA<br />

COMUNICAÇÃO<br />

DAS ÁRVORES<br />

52<br />

www.referenciaflorestal.com.br


das células e sua fisiologia. Os casos mais conhecidos e comuns<br />

desse tipo de comunicação ocorrem quando as folhas<br />

de uma árvore são predadas por animais de grande porte ou<br />

insetos. “Após a herbivoria iniciar, as plantas predadas emitem<br />

compostos gasosos, principalmente jasmonatos (hormônios<br />

utilizados pela planta como sinal de perigo), eileno<br />

e os compostos voláteis de folhas verdes, que ao entrar em<br />

contato com outras árvores leva ao aumento da produção de<br />

compostos de defesa (toxinas ou substâncias impalatáveis)<br />

que protegem esses indivíduos da herbivoria”, exemplifica<br />

Gabriel.<br />

O sinal emitido por um indivíduo serve para preparar outros,<br />

que podem antecipar o ataque de animais ou pragas e<br />

diminuir as perdas e os danos. Além de alertar as demais, a<br />

própria planta que está sendo predada se beneficia quando<br />

módulos não atingidos entram em contato com o volátil, que<br />

passam a produzir os compostos de defesa. “Existem casos<br />

mais fascinantes, como o exemplo de plantas que emitem voláteis<br />

que atraem os predadores ou parasitas das pragas que<br />

estão as atacando. Isso acontece inclusive embaixo da terra,<br />

quando compostos voláteis emitidos pelas raízes atraem<br />

predadores e parasitas de nematóides que estão predando o<br />

sistema radicular”, completa o professor.<br />

QUANDO ATACADAS,<br />

AS PLANTAS LIBERAM<br />

SUBSTÂNCIA PARA ALERTAR<br />

OUTRAS AO REDOR, QUE<br />

DISPARAM OS MECANISMOS<br />

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PESQUISA<br />

WHATSAPP DAS RAÍZES<br />

A rede de comunicação das plantas é vasta. Os indivíduos<br />

são capazes de liberar exudatos de raiz, compostos químicos<br />

variados que atuam como mensagens de celular. Entre<br />

os diversos estímulos estão a comunicação de falta de água,<br />

presença de patógenos, no estabelecimento de simbiose<br />

com microorganismos, presença ou ausência de nutrientes e<br />

competidores, e a conhecida alelopatia (substâncias que podem<br />

ser liberadas pelas plantas pela lixiviação dos tecidos).<br />

“Recentemente ficou demonstrado que as hifas de fungos<br />

simbiontes de raízes transmitem sinais elétricos entre plantas<br />

após um ataque de patógenos na folha de um indivíduo, algo<br />

que lembra uma cena do filme Avatar”, destaca Gabriel. De<br />

acordo com os pesquisadores brasileiros, casos mais impressionantes<br />

têm surgido nos últimos anos, como a possibilidade<br />

da transmissão de informação entre raízes por infrassons<br />

emitidos e recebidos pelas raízes, ou pela variação de campo<br />

eletromagnético.<br />

DO LABORATÓRIO PARA O CAMPO<br />

O setor produtivo de horticultura e fruticultura já utiliza<br />

o conhecimento da internet das plantas para estimular a produção.<br />

Um produto comercial à base de jasmonatos, salicilatos<br />

e arginina mostrou ser eficiente para aumentar a tolerância<br />

de tomateiros ao estresse salino. Outros produtos à base<br />

do hormônio, que indica perigo e voláteis de folhas verdes,<br />

são usados para atrair predadores e parasitas das pragas que<br />

atacam tomateiros e videiras.<br />

Esses casos de sucesso indicam que o setor florestal tem<br />

um amplo campo para explorar. “Por exemplo, poderiam ser<br />

introduzidas espécies que são mais atrativas a pragas e patógenos,<br />

que emitem maiores quantidades de voláteis em meio<br />

às espécies florestais de interesse, assim, no caso de um ataque<br />

elas sofreriam primeiro e já espalhariam a informação de<br />

perigo no ar, induzindo a produção de compostos de defesa”,<br />

sugere o professor Gustavo. Outra ideia seria usar fungos micorrízicos<br />

que transmitem informação entre as árvores para<br />

que todas fiquem integradas na rede de informações. O sistema<br />

pode permitir a prevenção de perturbações e estresse<br />

(biótico e abiótico) e as consequentes perdas na produção<br />

vegetal e no acúmulo de biomassa.<br />

Produtos baseados nos compostos usados normalmente<br />

pelas plantas para comunicar ataque de pragas poderiam<br />

ser usados para induzir o aumento da produção moléculas<br />

de defesa. Ainda pensando na proteção da floresta, pode-<br />

-se introduzir substâncias baseadas nos voláteis que atraem<br />

predadores e parasitas de pragas florestais. “No caso da restrição<br />

hídrica, poderiam ser produzidos compostos baseados<br />

nos exudatos de raiz usados naturalmente pelas plantas para<br />

comunicar a falta de água, mas para isso primeiro é necessário<br />

identificar esses compostos, uma tarefa que tem se demonstrado<br />

difícil nos últimos anos”, reconhece Gabriel.<br />

RESISTÊNCIA<br />

A comunicação entre plantas, especificamente no meio<br />

científico e agronômico, sofre resistências para ser aceita de<br />

ESTUDOS<br />

APONTAM QUE AS<br />

ÁRVORES PODERIAM<br />

SE COMUNICAR<br />

PELAS RAÍZES<br />

Foto: Llee Wu<br />

54<br />

www.referenciaflorestal.com.br


fato. “Isso se deve às bases epistemológicas mecanicista e<br />

antropocêntrica do paradigma atual, nos quais os cientistas<br />

e técnicos são formados, influenciando o modo como enxergam<br />

as plantas”, defende o professor Gustavo. Ele aponta<br />

que existem mais de 2 mil publicações em revistas revisadas<br />

por pesquisadores com sobre a comunicação em plantas. “O<br />

ritmo de publicação sobre o tema está crescendo exponencialmente<br />

desde os primeiros trabalhos divulgados em 1983.<br />

Existem, inclusive, diversos livros sobre comunicação em<br />

plantas”, afirma Gabriel.<br />

No entanto, não há praticamente nada publicado em português.<br />

“Cada vez mais espécies são investigadas, das quais<br />

é possível constatar que há comunicação entre indivíduos<br />

da mesma e de diferentes espécies”, assegura o professor<br />

Gustavo. Os pesquisadores brasileiros garantem que existem<br />

indicações claras de que essa capacidade está envolvida<br />

no estabelecimento de indivíduos, espécies, populações,<br />

comunidades e em relações ecológicas como um todo, que<br />

estruturam os ecossistemas naturais e agrícolas. “Portanto é<br />

um campo de estudos bem estabelecido, importante e que<br />

talvez não esteja recebendo a devida divulgação e atenção<br />

no Brasil.”<br />

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TOMATES JÁ CONTAM<br />

COM PRODUTO À BASE DE<br />

HORMÔNIO PRODUZIDO<br />

PELAS PLANTAS COMO<br />

DEFESA CONTRA PRAGAS


MERCADO<br />

RAIO<br />

Foto: REFERÊNCIAX<br />

DO SETOR<br />

FLORESTAL<br />

56<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NÚMEROS LEVANTADOS PELO IBGE<br />

REVELAM OS REFLEXOS DA CRISE<br />

PARA A ATIVIDADE EM 2015<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

57


MERCADO<br />

E<br />

m 2015 a produção primária florestal alcançou R$<br />

18,4 bilhões de acordo com o Prevs (Produção da<br />

Extração Vegetal e da Silvicultura), estudo realizado<br />

pelo Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O<br />

trabalho aponta que a silvicultura é o principal motor do segmento,<br />

porém houve redução em todos os itens produzidos<br />

com madeira de plantios florestais, exceção ao papel e celulose.<br />

O mesmo movimento negativo ocorreu com a madeireira<br />

vinda de manejos florestais. O alento veio nos produtos<br />

não madeireiros. Este e outros dados foram divulgados recentemente<br />

e a REFERÊNCIA FLORESTAL detalha, nesta reportagem,<br />

os pontos mais importantes.<br />

A silvicultura contribuiu com 74,3% (R$ 13,7 bilhões) do<br />

total apurado pelo Prevs 2015, enquanto a extração vegetal<br />

(termo utilizado pelo estudo para produtos vindos de manejo<br />

florestal) participou com 25,7% (R$ 4,7 bilhões). A participação<br />

de produtos madeireiros na extração vegetal totalizou R$<br />

3,2 bilhões, e os não madeireiros somaram R$ 1,5 bilhão. Na<br />

silvicultura, os quatro produtos madeireiros alcançaram R$<br />

13,4 bilhões e os três não madeireiros, R$ 292,9 milhões.<br />

PRODUÇÃO MADEIREIRA<br />

Pode-se observar o peso do plantio de florestas na produção<br />

total de madeira no ano passado diante do que foi obtido<br />

por meio de manejo florestal. Do total de aproximadamente<br />

136 milhões de m³ (metros cúbicos) de madeira em tora<br />

produzidas em 2015, 91% vieram das florestas plantadas e<br />

apenas 9% do extrativismo vegetal. As toras destinadas para<br />

fabricação de papel e celulose contribuiram com 62% do total<br />

obtido pela silvicultura. A produção de carvão vegetal foi<br />

de 6 milhões de t (toneladas), das quais 87,1% provenientes<br />

da silvicultura e 12,9%, da extração vegetal. Na participação<br />

da produção de lenha, o extrativismo vegetal participou com<br />

32,9% de um total de 82 milhões de m³, contra 67,1% da silvicultura.<br />

MADEIRA DE MANEJO FLORESTAL<br />

A produção de madeira em tora obtida nas florestas nativas<br />

foi superior a 12 milhões de m³, decréscimo de 3,2% em<br />

relação a 2014. Participaram como principais produtores os<br />

Estados do Pará, com 33,7% do total nacional, Mato Grosso<br />

(24,9%), Rondônia (15,2%), Amazonas (6%) e Amapá (5,5%).<br />

Os principais municípios produtores foram: Portel (PA), com<br />

980 mil m³, Porto Velho (RO), com 572 mil m³ e Aripuanã<br />

(MT), com 527 mil m³. No ranking dos 20 principais municípios<br />

produtores, cinco são de Rondônia, seis do Pará; dois<br />

do Amazonas, seis do Mato Grosso e um do Amapá. Juntos,<br />

eles responderam por 45% do total nacional. Porém, todos os<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

58<br />

www.referenciaflorestal.com.br


produtos madeireiros do extrativismo vegetal apresentaram<br />

decréscimo na quantidade obtida: carvão vegetal (-21,9%),<br />

lenha (-6,8%), madeira em tora (-3,2%), nó-de-pinho (-5,3%),<br />

assim como o número de árvores abatidas do pinheiro-brasileiro<br />

nativo (-40%).<br />

Foto: Valterci Santos<br />

SILVICULTURA<br />

De acordo com o Pevs 2015, ao final do ano passado a<br />

área ocupada com efetivos da silvicultura foi de quase 10 milhões<br />

de ha, dos quais 74,9% plantadas com eucalipto, 20,8%,<br />

com pinus e 4,3%, com outras espécies.<br />

A região sul, com 3,7 milhões de ha, é a que detém a<br />

maior área plantada, sendo 1,7 milhão de ha com eucalipto,<br />

1,8 milhão de ha com pinus e 227 mil ha com outras espécies.<br />

O Paraná detém a maior área (1,7 milhão), seguido pelo Rio<br />

Grande do Sul (1,1 milhão) e por Santa Catarina (991 mil).<br />

A região sudeste, segunda colocada no ranking das grandes<br />

regiões, apresentou área plantada de 3,3 milhões de ha,<br />

dos quais 3,1 milhões com eucalipto, 185 mil ha com pinus<br />

e 5 mil ha com outras espécies. Em termos estaduais, Minas<br />

Gerais (1,9 milhão) se destaca, seguido por São Paulo (1,1 milhão),<br />

Espírito Santo (280 mil) e Rio de Janeiro (38 mil).<br />

A região centro-oeste figura como terceira colocada, com


MERCADO<br />

1,3 milhão de ha plantados, acompanhada pelas regiões nordeste<br />

(874 mil ha) e norte (619 mil), dentre as quais se destacam<br />

os Estados do Mato Grosso do Sul (926 mil), da Bahia<br />

(604 mil) e do Amapá (220 mil), respectivamente.<br />

A região sudeste é a principal responsável pela produção<br />

de carvão vegetal a partir de madeireira de florestas plantadas<br />

com 84,6% do total e também de madeira em tora para<br />

papel e celulose (36,9%). A região sul responde por 65,1% da<br />

lenha e 66,6% da madeira em tora para outras finalidades. A<br />

produção não madeireira da silvicultura também está concentrada<br />

nas regiões sudeste e sul – a de cascas de acácia-<br />

-negra só é encontrada na região sul, enquanto as produções<br />

de folhas de eucalipto (94,7%) e de resina (73,7%) estão na<br />

região sudeste.<br />

Em 2015, a madeira em tora para papel e celulose foi o<br />

único produto madeireiro da silvicultura a apresentar variação<br />

positiva (6,7%) em relação ao ano anterior, alcançando<br />

77 milhões de m³. São Paulo destacou-se como o principal<br />

Estado produtor (15 milhões de m³), seguido por Bahia (11<br />

milhões m³), Paraná (11 milhões de m³), Mato Grosso do Sul<br />

(9 milhões de m³) e Minas Gerais (8 milhões de m³). Juntos,<br />

eles responderam por 72,1% do montante nacional.<br />

Cerca de 83% da madeira produzida foi proveniente do<br />

plantio de eucalipto. Nos Estados do Paraná e de Santa Catarina,<br />

a produção de madeira de pinus foi mais expressiva,<br />

com 72,3% e 80,9%, respectivamente, do total produzido<br />

nesses estados. Os principais municípios produtores foram:<br />

Três Lagoas, Brasilândia e Ribas do Rio Pardo (MS); Telêmaco<br />

Borba (PR) e Ulianópolis (PA). Os 20 principais produtores<br />

responderam por 30,8% do total nacional.<br />

Em 2015, a produção de madeira em tora para outras finalidades<br />

foi de 47.153 m3, o que significa um decréscimo<br />

de 9,1% em relação a 2014. Desse total, 51,5% foi extraído<br />

do plantio de eucalipto e 45,8%, de florestas plantadas com<br />

pinus.<br />

A região sul foi a principal produtora, seguida pelas regiões<br />

sudeste, centro-oeste, norte e nordeste. Os principais<br />

Estados produtores foram: Paraná (16 milhões de m³), Santa<br />

Catarina (8,5 milhões de m³), São Paulo (6 milhões de m³),<br />

Rio Grande do Sul (6,4 milhões de m³) e Minas Gerais (4,6<br />

milhões m³).<br />

Os primeiros colocados no ranking dos 20 principais<br />

produtores municipais foram: General Carneiro, Cerro Azul,<br />

Jaguariaíva e Cruz Machado todos do Paraná; Taquari (RS) e<br />

Itatinga (SP). Completam a lista seis municípios do Paraná,<br />

quatro de São Paulo, dois de Minas Gerais, um do Rio Grande<br />

do Sul e um de Santa Catarina. Juntos, eles registraram 28,4%<br />

do total nacional.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

ram pelo valor da produção, em 2015, foram os mesmos dos<br />

anos anteriores: nos alimentícios, o açaí (R$ 480,6 milhões),<br />

a erva-mate nativa (R$ 396,3 milhões) e a castanha-do-pará<br />

(R$ 107,4 milhões); nas ceras, o pó de carnaúba (R$ 195,6<br />

milhões); nos oleaginosos, as amêndoas de babaçu (R$ 107,7<br />

milhões); e, nas fibras, a piaçava (R$ 101,3 milhões). O somatório<br />

do valor de sua produção representou 91,4% do valor<br />

total da produção extrativista vegetal não madeireira.<br />

O extrativismo vegetal não madeireiro, em sua maioria,<br />

se concentra na região norte, com destaque para o açaí<br />

(93,1%) e a castanha-do-pará (94,9%), e na região nordeste,<br />

onde ressaltam as produções de amêndoas de babaçu<br />

(99,7%), fibras de piaçava (96,1%) e pó de carnaúba (100%).<br />

Na região sul, sobressaem apenas dois produtos: erva-mate<br />

(99,9%) e pinhão (85,5%).<br />

Em 2015, apenas 13 produtos do extrativismo apresentaram<br />

produção com variação positiva, quando comparada<br />

com a obtida em 2014, sendo o açaí o mais expressivo em<br />

valores absolutos, que, devido à crescente demanda pelo<br />

produto, apresentou um aumento de 9%.<br />

De acordo com o estudo, todos os produtos madeireiros<br />

do extrativismo vegetal apresentaram decréscimo na quantidade<br />

obtida: carvão vegetal (-21,9%), lenha (-6,8%), madeira<br />

em tora (-3,2%), nó-de-pinho (-55,3%), assim como o núme-<br />

60<br />

PRODUTO NÃO MADEIREIRO<br />

Os produtos extraídos da floresta nativa que se destacawww.referenciaflorestal.com.br


o de árvores abatidas do pinheiro-brasileiro nativo (-40%).<br />

A demanda industrial, o preço, a disponibilidade de mão de<br />

obra na coleta de determinados produtos e a atuação de órgãos<br />

de controle ambiental e fiscalizadores, que ora liberam<br />

abertura de áreas para a agricultura, ora intensificam a fiscalização<br />

(aplicando multas e fechando serrarias e carvoarias),<br />

bem como as condições climáticas, são fatores que explicam<br />

as oscilações da produção do extrativismo vegetal. Nessa atividade,<br />

é comum serem observadas flutuações expressivas<br />

da produção.<br />

Os três produtos não madeireiros extraídos de plantios<br />

florestais que são contabilizados pelo estudo obtiveram alta.<br />

A cascas de acácia-negra, produzidas somente no Rio Grande<br />

do Sul, registrou um montante de 62.946 t de cascas de<br />

acácia-negra em 2015, representando uma queda de 10,1%<br />

em relação a 2014. Já a produção nacional de folhas de eucalipto<br />

foi obtida em apenas 16 municípios. O total de 36 462 t<br />

foi 48,2% superior ao registrado em 2014, em consequência<br />

do aumento de área para exploração. A produção de resina,<br />

em 2015, apresentou aumento de 33,1% em relação a 2014.<br />

Do montante de 95.831 t, o Estado de São Paulo, principal<br />

produtor, contribuiu com 64,3%, seguido pelos Estados do<br />

Rio Grande do Sul (18,4%), de Minas Gerais (9,4%), do Mato<br />

Grosso do Sul (4,9%), do Paraná (2,1%) e da Bahia (0,8%).<br />

Foto: divulgação<br />

Equipamentos Florestais


ESPECIAL<br />

SEM TEMPO<br />

A PERDER<br />

Fotos: divulgação<br />

Fotos: divulgação<br />

62<br />

www.referenciaflorestal.com.br


CONFERÊNCIA DO CLIMA DE MARRAKESH<br />

MOSTRA URGÊNCIA NA APLICAÇÃO<br />

DAS AÇÕES PARA ALCANÇAR OS<br />

COMPROMISSOS DEFINIDOS NA ÚLTIMA<br />

COP, REALIZADA EM PARIS<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

63


ESPECIAL<br />

ENCONTRO DEFINIU PRAZO<br />

PARA QUE INTEGRANTES<br />

APRESENTEM DETALHADAMENTE<br />

AS AÇÕES QUE ESTÃO EM<br />

PRÁTICA E AQUELAS QUE SERÃO<br />

REALIZADAS EM FAVOR DO CLIMA<br />

E<br />

nquanto a COP 21 (21ª Conferência das Partes sobre<br />

Mudança do Clima), realizada em Paris ao final de<br />

2015, apontou o que deveria ser feito, a reunião em<br />

Marrakesh, no Marrocos, mostrou como fazer e definiu prazo<br />

para colocar isso no papel. Ficou definido na COP 22, finalizada<br />

no dia 18 de novembro, que os esforços promovidos<br />

pelos países signatários serão avaliados periodicamente para<br />

aferir se as ações estão caminhando para alcançar o compromisso<br />

firmado em limitar o aumento da temperatura global a<br />

valores inferiores a 2oC (Graus Celsius) acima dos níveis pré-<br />

-industriais.<br />

Os líderes mundiais admitiram que muito tempo se perdeu<br />

desde o Protocolo de Quito, criado em 1997. Ele teve<br />

o mérito de colocar a questão do aquecimento global nas<br />

manchetes e ressaltar sua importância, mas os países não realizaram<br />

esforços suficientes para realmente dar resposta ao<br />

problema. Já o resultado do encontro em Marrocos foi a produção<br />

de um documento conciso com apenas quatro páginas,<br />

porém mostrando o que fazer. Ele estabelece o calendário<br />

para o detalhamento que cada parte irá tomar relativo à<br />

transparência, fiscalização e financiamento das ações que se<br />

comprometeram a realizar. Este processo tem até 2018 para<br />

ser concluído. Porém, na prática ele já está valendo. O que os<br />

países estipularam como compromisso para 2020, dentro da<br />

NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) será avaliado<br />

e tem peso de lei internacional.<br />

Durante a realização do evento em Marrocos, os participantes<br />

souberam o resultado das eleições presidenciais<br />

norte-americanas. O nome de Donald Trump como presidente<br />

eleito esfriou um pouco os ânimos de especialistas, representantes<br />

governamentais e cientistas. Enquanto candidato,<br />

Trump ganhou notoriedade pelo discurso cheio de controvérsia<br />

envolvendo, entre outros assuntos, a negação de que a<br />

ação do homem tenha influência no aquecimento do planeta.<br />

Até por isso, declarou que iria rever qualquer acordo que<br />

comprometesse os EUA (Estados Unidos da América) investirem<br />

dinheiro na redução das emissões de gases de efeito<br />

estufa se afetasse a economia interna.<br />

Mas parece que a responsabilidade da faixa presidencial,<br />

a qual Trump ainda está por vestir, já fez algum efeito. Muito<br />

mais comedido, o futuro presidente dos EUA baixou o tom<br />

nos primeiros pronunciamentos e começou a admitir que o<br />

aquecimento global deve ser combatido. “Os EUA são fundamentais,<br />

mas o resto do mundo deve se unir ainda mais<br />

para cobrir qualquer lacuna e buscar soluções, e parece ser<br />

essa uma das fortes mensagens que saíram de Marrakesh”,<br />

ressalta Rachel Biderman, diretora executiva do WRI (World<br />

Resources Institute) no Brasil, minimizando as incertezas dei-<br />

64<br />

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xadas por Trump.<br />

Para a delegação brasileira no evento, a COP 22 representa<br />

um ponto de partida na definição do chamado "livro<br />

de regras" que estabelecerá como será a implementação das<br />

obrigações assumidas em Paris. Os representantes do Brasil<br />

garantem que o Acordo de Paris é irreversível e é necessário<br />

acelerar os trabalhos para que seja fixado. Além disso, os<br />

países desenvolvidos têm necessidade de ampliar o nível de<br />

financiamento, definindo um mapa do caminho que demonstre<br />

como se chegará ao objetivo dos US$ 100 bilhões anuais<br />

em 2020, pauta acordada por todos na COP 21.<br />

VAMOS CONSEGUIR?<br />

A NDC do Brasil compromete-se a reduzir as emissões de<br />

gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em<br />

2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir<br />

as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos<br />

níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país garantiu aumentar<br />

a participação de bioenergia sustentável na matriz energética<br />

para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar<br />

12 milhões de ha (hectares), bem como alcançar uma parti-<br />

O PRESIDENTE ELEITO DOS EUA MUDOU O DISCURSO<br />

DE CAMPANHA E MOSTRA MAIS FLEXIBILIDADE NAS<br />

QUESTÕES SOBRE O CLIMA


ESPECIAL<br />

cipação estimada de 45% de energias renováveis na composição<br />

da matriz energética em 2030. A NDC do Brasil corresponde<br />

à redução estimada em 66% em termos de emissões<br />

de gases efeito de estufa por unidade do PIB (intensidade de<br />

emissões) em 2025 e em 75% em termos de intensidade de<br />

emissões em 2030, ambas em relação a 2005.<br />

Somando-se as metas voluntárias assumidas anteriormente<br />

com o compromisso ratificado pelo país por meio da<br />

NDC, o Brasil se compromete a trabalhar 55,5 milhões de<br />

ha e mais 12 milhões para recuperação e recomposição de<br />

florestas, o que representa mais de um quarto de todas as<br />

terras usadas pela agropecuária. Nenhum outro país assumiu<br />

proposta tão audaciosa", ressaltou o pesquisador da Embrapa<br />

Meio Ambiente, Celso Manzatto.<br />

Antes das metas de Paris, o Brasil já havia definido que o<br />

Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) seria o<br />

grande canal para viabilizar um uso do solo mais sustentável.<br />

“Esse Plano, liderado pelo Mapa (Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento), é ambicioso e requer um alinhamento<br />

de políticas públicas, investimentos, práticas no campo,<br />

mas ainda precisa ser calibrado”, avalia Rachel. Há bons<br />

indícios de que estamos na direção certa para sua plena execução,<br />

no entanto para a especialista, é preciso torná-lo mais<br />

robusto, com aumento significativo do investimento para<br />

agricultura de baixo carbono, assistência técnica de qualidade<br />

aos produtores (principalmente os pequenos e médios),<br />

redução dos incentivos para a agricultura da alta emissão de<br />

carbono, entre outros aspectos. “Isso ainda não é realidade.”<br />

Uma solução seria adaptar o Plano Safra à lógica do Plano<br />

ABC.<br />

PAPEL DAS FLORESTAS<br />

O setor florestal pode colaborar muito para o Brasil se<br />

tornar um dos países que mais irão contribuir para a solução<br />

climática. “Árvores são importantes sorvedouros de carbono,<br />

vai ser preciso plantar e restaurar mais e mais para podermos<br />

fechar a conta do balanço de carbono”, decreta a diretora<br />

executiva do WRI. A fotossíntese é uma das soluções climáticas<br />

mais antigas e eficientes. “É preciso robustecê-la agora.”<br />

O setor de florestas plantadas (eucalipto e pinus) já domina<br />

tecnologias de plantio em larga escala. Mas para Rachel, a<br />

grande oportunidade está em impulsionar uma economia<br />

florestal baseada em espécies nativas também. “Hoje, há espaço<br />

e necessidade para ambas e, por isso, é fundamental<br />

investir em uma nova economia que contemple o uso de exóticas<br />

e nativas”, completa.<br />

“O REDD+ JÁ DEVERIA ESTAR ACONTECENDO EM GRANDE<br />

ESCALA HÁ MUITO TEMPO. POR QUE PERDEMOS TANTO<br />

TEMPO EM ADOTÁ-LO, NÃO COMPREENDO”<br />

RACHEL BIDERMAN, DIRETORA EXECUTIVA DO<br />

WRI (WORLD RESOURCES INSTITUTE)<br />

O mecanismo de pagamento a países por resultados de<br />

conservação das florestas nativas (Redd+) foi um dos principais<br />

temas debatidos pelos senadores que participam da COP<br />

22. O grupo de parlamentares quer que as regras do Redd+,<br />

sejam debatidas pelo governo brasileiro. A senadora Vanessa<br />

Grazziotin (PcdoB/AM) acredita que o Brasil tem que se beneficiar<br />

desta ferramenta de compensação pela manutenção<br />

da floresta nativa em pé, já que possui a maior área tropical<br />

do mundo. “Temos recursos a receber pelos serviços que estamos<br />

prestando ao mundo”, afirma.<br />

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE) defende<br />

abertura do diálogo para se definir o que será melhor para<br />

o país. “Precisamos debater esses assuntos. Por exemplo, vamos<br />

ou não vamos usar mais o carvão mineral que está localizado<br />

no Rio Grande do Sul e Santa Catarina? É uma decisão<br />

que implica mudanças profundas na infraestrutura e indústria<br />

brasileira, é importante saber que as contribuições que o<br />

Brasil pactuou em Paris têm desdobramentos importantes na<br />

matriz energética, mas também na economia.”<br />

A especialista da área, Rachel, aponta que o Redd+ pode<br />

ser ainda uma das soluções mais interessantes para fixar o<br />

66<br />

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homem no campo e gerar empregos verdes e sustentáveis.<br />

“O Brasil pode gerar suas próprias políticas nessa direção e fazer<br />

parcerias com os países e economias que já apontam para<br />

essas soluções. Vamos precisar de todos os esforços possíveis<br />

para dar conta do desafio climático.” Para ela, a solução tem<br />

que entrar na cesta de prioridades de governos, empresários,<br />

investidores, ONGs. “O Redd+ já deveria estar acontecendo<br />

em grande escala há muito tempo. Por que perdemos tanto<br />

tempo em adotá-lo, não compreendo”, aponta ela. Este seria<br />

um complemento para as ações que o segmento produtivo<br />

vem realizando e uma compensação pela RL (Reserva Legal).<br />

Procura-se distribuidor no Brasil.<br />

Interessado entre<br />

em contato!<br />

INVESTIMENTOS EM FLORESTAIS, NATIVAS E<br />

PLANTADAS, TERÃO PAPEL FUNDAMENTAL<br />

PARA QUE O BRASIL ALCANCE AS METAS<br />

PROPOSTAS NA COP21, RATIFICADAS NO<br />

ENCONTRO DE MARRAKESH<br />

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PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

PRÊMIO<br />

Fotos: Marcos Mancinni<br />

REFERÊNCIA<br />

<strong>2016</strong><br />

A 14ª EDIÇÃO DO EVENTO DESTACOU INICIATIVAS<br />

QUE CONTEMPLARAM INVESTIMENTOS, AÇÕES<br />

SOCIAIS, DEFESA DO SETOR FLORESTAL,<br />

PERENIDADE DE INDÚSTRIAS IMPORTANTES E ÉTICA<br />

O<br />

Prêmio REFERÊNCIA chegou à 14ª edição mantendo<br />

o mesmo propósito pelo qual foi criado<br />

em 2002: reconhecer e divulgar iniciativas de<br />

destaque de importantes setores produtivos do Brasil que<br />

são tema das publicações promovidas pelo GRUPO JOTA.<br />

O evento deste ano aconteceu no dia 21 de novembro, no<br />

Espaço Torres, em Curitiba (PR) e contou com mais de 100<br />

convidados.<br />

“Homenagear estas pessoas é essencial, pois são responsáveis<br />

por iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento<br />

social, ambiental e econômico do Brasil, porém que<br />

nem sempre são valorizadas como deveriam”, disse Fábio<br />

Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA. “Ao premiar<br />

as 10 práticas mais inovadoras do setor industrial, florestal,<br />

madeireiro, biomassa e de celulose, esperamos incentivar<br />

aqueles que fazem a diferença e inspiram outros a ir além.”<br />

68<br />

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PREMIADOS<br />

ABPM<br />

A Abpm (Associação de Preservadores de Madeira) foi criada<br />

para fortalecer e dar voz ao setor de tratamento de madeira, em<br />

<strong>2016</strong> a Abpm foi incisiva na defesa destas empresas ao intervir junto<br />

à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quando a agência<br />

propôs submeter à consulta pública uma proposta de ato normativo<br />

que alteraria de forma bastante significativa os critérios e exigências<br />

para avaliação e classificação toxicológica para preservativos de madeira.<br />

Diante disso, a Abpm rapidamente criou uma comissão formada<br />

por representantes das indústrias químicas a ela associadas<br />

- Jimo, Lanxess, Lonza, Montana, MSM Química – e IPT (Instituto de<br />

Pesquisas Tecnológicas) para analisar e discutir o texto da Anvisa. Os<br />

representantes demonstraram que manter categorias de produtos<br />

de uso e finalidades completamente diferentes – agrotóxicos e preservativos<br />

de madeira – na mesma normativa traria aos órgãos reguladores<br />

uma série de controvérsias e conflitos. Por meio da atuação<br />

da Abpm foi excluído do texto sob consulta pública a relação dos<br />

produtos preservativos de madeira, justificando que eles têm tratamento<br />

legal completamente distinto dos agrotóxicos e afins. “Gostaria<br />

de parabenizar a REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL por mais este<br />

evento”, agradeceu Elcio Lana, vice-presidente da Abpm, ao receber<br />

o troféu. “Agradecemos o reconhecimento, pois foi um trabalho muito<br />

importante para o nosso setor. O sucesso dessas ações junto à Anvisa<br />

se deve muito à diretoria anterior da Abpm, aqui representada<br />

pelo Flávio Geraldo, ex-presidente da Abpm.”<br />

Elcio Lana, vice-presidente da Abpm, e Joseane<br />

Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />

MANOEL MARCHETTI<br />

Fundada em 1956, a Manoel Marchetti participa<br />

ativamente do desenvolvimento sustentável<br />

de Santa Catarina, com produtos de base florestal<br />

e matérias-primas ecologicamente corretas,<br />

renováveis e certificadas. Com seis décadas de<br />

tradição, o trabalho do mercado externo da empresa<br />

já cobre mais de 30 países e foi a motivação<br />

para o recebimento do Prêmio REFERÊNCIA, entregue<br />

a Sérgio Manoel Todesco.<br />

Sérgio Manoel Todesco, representante da Manoel Marchetti,<br />

e Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

69


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

Ali Abdul Ayoub, diretor de negócios florestais da WestRock, Gisela Maria<br />

Pedrassini e Pedro Bartoski Jr, diretor executivo do GRUPO JOTA<br />

WESTROCK<br />

Comemorando 60 anos da sua divisão florestal<br />

em <strong>2016</strong>, a WestRock iniciou a implantação do<br />

primeiro pomar clonal de sementes de pinus de<br />

terceira geração do Brasil, um marco inédito para a<br />

silvicultura brasileira. Tal feito permitirá que as florestas<br />

plantadas da empresa alcancem índices de<br />

crescimento acima da média nacional e mundial,<br />

rompendo fronteiras produtivas.<br />

“Quero agradecer especialmente o GRUPO JOTA<br />

pelo apoio e reconhecimento que é dado ao setor”,<br />

disse Ali Abdul Ayoub, diretor de negócios florestais<br />

e administrativos da WestRock. “Nós estamos completando,<br />

em <strong>2016</strong>, 60 anos de Divisão <strong>Florestal</strong>.<br />

Este terceiro pomar é um marco para nós, não apenas<br />

pela capacidade produtiva, que supera qualquer<br />

uma no mundo: demos um passo à frente porque<br />

acreditamos na capacidade do Brasil.”<br />

GUARARAPES<br />

Os painéis de MDF se tornaram um dos principais<br />

produtos comercializados pela Guararapes<br />

com a inauguração da nova linha de produção<br />

em Caçador (SC). Com investimento de R$ 230<br />

milhões, a empresa triplicou sua capacidade para<br />

600 mil m³ (metros cúbicos), gerando 160 empregos<br />

diretos.<br />

“O GRUPO JOTA mata um leão por dia. Não<br />

é fácil vender seis produtos tecnicamente e visualmente<br />

bonitos como fazem, em tempos tão difíceis<br />

para as mídias especializada”, agradeceu o<br />

superintendente da Abimci (Associação Brasileira<br />

da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

Paulo Pupo, que representou a Guararapes<br />

no recebimento do prêmio.<br />

Joseane Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA, e Paulo Pupo,<br />

superintendente da Abimci que representou a Guararapes<br />

70<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NP TRANSPORTES E BIOMASSA<br />

A NP Transportes e Biomassa realiza todos os anos<br />

um jantar de confraternização, no município de Ponte<br />

Alta do Norte (SC), para arrecadar brinquedos para<br />

crianças em estado de vulnerabilidade social. A iniciativa<br />

é elogiável e agrega valor ao institucional da marca,<br />

sempre preocupada com o bem estar da comunidade<br />

em que está inserida.<br />

“Fazer um discurso para todas essas celebridades<br />

aqui não é muito fácil”, elogiou o diretor Fabio Calomeno,<br />

responsável pela iniciativa. “A decisão de um evento<br />

social começou há alguns anos e, hoje, ajudamos<br />

mais de 1.600 crianças. Agradeço aos patrocinadores e<br />

ao GRUPO JOTA por acreditar no nosso evento.”<br />

Fabio Calomeno, diretor da NP Transportes e Biomassa, e<br />

Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA<br />

MADEFLONA<br />

Criada em 2007 com o objetivo de proteger<br />

e dar valor à floresta amazônica, a Madeflona<br />

se consolidou como a maior detentora<br />

de planos de manejo florestal sustentável do<br />

Estado de Rondônia, com uma área manejada<br />

de 105 mil ha (hectares), uma das maiores do<br />

país. Neste ano ela foi modelo e inspirou representantes<br />

de 25 países que estivem nos visitando<br />

para conhecer como procede a primeira<br />

concessão florestal brasileira.<br />

“Não é fácil trabalhar com concessões do<br />

governo: é muito complicado na área da madeira,<br />

temos que competir com quem não<br />

cumpre a lei. Nós seguimos todos os detalhes e<br />

somos vigiados o tempo todo”, disse Jonas Perutti,<br />

diretor da Madeflona, que arrancou risos<br />

dos presentes ao dizer que “mata não um, mas<br />

dois leões por dia” no trabalho diário.<br />

Jonas Perutti, diretor da Madeflona, e Pedro Bartoski Jr,<br />

diretor executivo do GRUPO JOTA<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

71


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

FAMOSSUL<br />

Com investimento de R$ 12 milhões, a Famossul,<br />

uma das maiores fabricantes nacionais de portas de<br />

madeira, inaugurou a nova fábrica em Estância (SE),<br />

a primeira fora do Paraná. Já de início, a unidade gerou<br />

o faturamento de R$ 6 milhões por mês, com<br />

capacidade produtiva de 20 mil conjuntos de portas<br />

mensais.<br />

“Nossa nova fábrica entrou em funcionamento<br />

em agosto deste ano”, disse Guido Greipel Junior, diretor<br />

comercial da Famossul, ao receber o prêmio.<br />

“A Famossul, hoje, é uma fábrica de portas com capacidade<br />

de produção de 70 mil conjuntos de portas<br />

por mês, agradecemos o reconhecimento.”<br />

Guido Greipel Junior, diretor comercial da Famossul, e<br />

Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA<br />

MOLDURARTE<br />

Sinônimo de molduras de madeira de<br />

alta qualidade no Brasil, a Moldurarte segue<br />

sendo referência em inovação e lançamento<br />

de tendências: com equipamentos de última<br />

geração, cada uma das molduras atende aos<br />

mais rigorosos padrões do mercado mundial<br />

garantindo a confiança e preferência por seus<br />

produtos.<br />

“A confiança e preferência por nossos produtos<br />

nos permitiu ampliar ainda mais o mercado<br />

de atuação da marca”, disse o gerente de<br />

produção da Moldurarte, Luis Gustavo Heidrich.<br />

“O Prêmio REFERÊNCIA é uma honra e só<br />

temos a agradecer por tal reconhecimento.”<br />

Luis Gustavo Heidrich, gerente de produção da Moldurarte,<br />

e Joseane Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />

72<br />

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MUNDO VERMEER<br />

O Mundo Vermeer, evento promovido pela<br />

fabricante de equipamentos em sua sede em Valinhos<br />

(SP), teve como premissa básica mostrar a<br />

hospitalidade da marca, reunindo especialistas<br />

dos segmentos florestal e de biomassa, os principais<br />

ramos em que a empresa atua.<br />

“Foi muito bacana ser lembrado para este<br />

ano no Prêmio <strong>Referência</strong>”, agradeceu Thiago<br />

Marcon, coordenador de marketing da Vermeer<br />

Brasil. “Realmente, este foi um ano ímpar para<br />

a marca e, com tamanho sucesso, é uma honra<br />

estar aqui.”<br />

Thiago Marcon, coordenador de marketing da Vermeer Brasil,<br />

e Pedro Bartoski Jr, diretor executivo do GRUPO JOTA<br />

KLABIN<br />

Empresa líder na produção de papéis e cartões<br />

para embalagens, a Klabin inaugurou neste<br />

ano a fábrica de celulose em Ortigueira (PR), o<br />

maior investimento privado da história do Paraná,<br />

orçado em R$ 8,5 bilhões e capacidade produtiva<br />

de 1,5 milhão de toneladas de celulose por<br />

ano.<br />

“Somos uma empresa que tem se reinventado<br />

ao longo de toda sua trajetória”, disse Francisco<br />

Razzolini, diretor de projetos e tecnologia<br />

industrial da Klabin. “Esse empreendimento em<br />

Ortigueira é um marco na nossa história e na história<br />

privada do Paraná.”<br />

Francisco Razzolini, diretor de projetos e tecnologia industrial da<br />

Klabin, e Joseane Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

73


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

CLICKS<br />

PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

David Donini Filho e David Donini<br />

Karen Fontes, Alessander Fontes e<br />

Joseane Knop<br />

Robson Marcon e Guido Greipel Jr. Dario Machado e Celso Geron João Braga e Sales Bueno<br />

Fabio Augusto Almeida e Claumar Baldissera Pedro Bartoski Jr. e Jonas Perutti Sérgio Mário Todesco e Ronaldo Sousa<br />

Tiago Travinski, Carlos Castor e Marcelo Dias<br />

José Sawinski, Gisela Maria Pedrassani<br />

Andrejow e Ali Abdul Ayoub<br />

Marcos Spagnollo<br />

Thiago Marcon e Maicon Paust Luís Gustavo Heidrich e Phelipe Cardoso Arnold Duck e Rony Duck<br />

74<br />

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Chico Moreira e Joseane Knop<br />

Maria Augusta Calomeno, Roseli Calomeno, Guido<br />

Calomeno, Sandra Pinho e Fabio Calomeno<br />

Paulo Pupo e Fábio Machado<br />

Felicitas Kemmsies e Martin Kemmsies Munir Adad e Marília Sielski Elcio Lacerda e Flávio Geraldo<br />

Janete Morgan e Ademar Morgan<br />

Gustavo Borges, Leonardo Hase, Olívia Silva,<br />

Carin Letícia Silva e Daros Silva<br />

Rodrigo Lopes e Waldemar Vieira Lopes<br />

Victor Iensue e Camila Ramos Acássio Arnas e Henrique Moeckel Joyce Aranha e Matheus Bianchi<br />

Pedro Bartoski Jr. e John Pitney Micheli Cordeiro, Liliane e Diego Vieira Cleipson Rissardi e Graciani Rissardi<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

75


ARTIGO<br />

MITO OU VERDADE?<br />

CASTANHEIRAS ISOLADAS NO<br />

PASTO NÃO PRODUZEM FRUTOS<br />

PORQUE DEPENDEM DE UMA<br />

ABELHA ESPECÍFICA QUE NÃO<br />

CONSEGUE VOAR ATÉ AS COPAS<br />

ISOLADAS?<br />

LÚCIA HELENA DE OLIVEIRA WADT<br />

DOUTORA EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS E PESQUISADORA DA<br />

EMBRAPA RONDÔNIA<br />

76<br />

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Foto: divulgação<br />

É<br />

verdade que a castanheira depende de uma única<br />

abelha para polinizar suas flores e que castanheiras<br />

isoladas na pastagem não produzem<br />

frutos porque essa abelha depende das outras árvores<br />

da floresta (trampolim) para chegar até sua copa? Essa<br />

pergunta está na cabeça de muita gente. Para responder<br />

vamos relatar aqui alguns resultados de pesquisas com a<br />

castanheira (Bertholletia excelsa, Lecythidaceae).<br />

Em primeiro lugar, precisamos saber melhor quais as<br />

espécies de abelhas conseguem polinizar a castanheira e<br />

porque ela é tão específica.<br />

Recentemente o CNPq em parceria com GEF/Unep/<br />

FAO/MMA e Funbio financiaram a Rede sobre polinização<br />

da castanheira-do-brasil, onde vários estudos foram<br />

realizados desvendando alguns mitos sobre essa espécie<br />

tão importante para a Amazônia. Nessa rede de<br />

pesquisas, descobriu-se que há uma riqueza enorme de<br />

polinizadores da castanheira e que todos são abelhas<br />

nativas da Amazônia. A coordenadora da rede, Márcia<br />

Maués, relatou que mais de 25 espécies de abelhas nativas<br />

de médio a grande porte são responsáveis pelo fluxo<br />

de pólen entre as árvores de castanheira, derrubando<br />

teorias de que a castanheira dependeria de uma única<br />

espécie de abelha para se reproduzir (http://abelha.org.<br />

<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

77


ARTIGO<br />

Foto: Marcelo Cavalcante<br />

Várias espécies de abelhas são capazes de polinizar as flores das castanheiras<br />

mesmo quando as árvores estão isoladas<br />

br/arvore-simbolo-da-amazonia-castanheira-do-brasil-<br />

-depende-de-abelhas-nativas-para-se-reproduzir/print).<br />

Segundo os poucos estudos existentes, os gêneros que<br />

mais se destacam como polinizadores são: Bombus,<br />

Centris, Eulaema, Eufriesea, Epicharis e Xylocopa, sendo<br />

Xylocopa frontalis, Eulaema bombiformis, Eulaema mocsaryi,<br />

Centris denudans e Bombus transversalis as espécies<br />

mais frequentes. Essas abelhas são capazes de voar<br />

longas distâncias, e capazes de entrar na flor por meio<br />

de movimentos vigorosos das pernas anteriores, acessando<br />

tanto o pólen quanto o néctar da flor. Abrir a flor<br />

é a tarefa mais difícil e por isso é que se achava que poucas<br />

espécies (alguns autores relatam que apenas uma<br />

espécie) de abelhas eram capazes de executar tal tarefa.<br />

Agora que já sabemos que várias espécies de abelhas<br />

são capazes de polinizar as flores das castanheiras,<br />

vamos para a segunda parte da pergunta: Essas abelhas<br />

conseguem voar e visitar castanheiras isoladas em pastagens?<br />

Vários estudos relatam que a castanheira dependente<br />

da polinização cruzada para fertilização das flores e<br />

formação de frutos e sementes. Isso significa que uma<br />

árvore isolada não pode dar frutos porque existe algum<br />

mecanismo em que a fertilização só ocorre quando a<br />

flor recebe pólen de outra árvore geneticamente diferente.<br />

Para receber esse pólen, a castanheira depende<br />

do polinizador que nesse caso são abelhas grandes. A<br />

partir desse conhecimento, se divulgou amplamente a<br />

hipótese de que as castanheiras isoladas em pastagens<br />

não produzem frutos porque as abelhas são incapazes<br />

de voar em ambientes abertos e acessar as flores na<br />

copa das árvores que estão a alturas de 40 e até 60 m<br />

(metros). É bem verdade que muitas castanheiras isoladas<br />

em pastos morrem pela ação do fogo (prática muito<br />

usada no passado para o manejo das pastagens, mas<br />

que hoje tem diminuído) e que poucas árvores produzem<br />

frutos, mas será que o problema é a incapacidade<br />

das abelhas voarem até as copas das castanheiras? Para<br />

verificar essa hipótese, foi feito um estudo de fluxo gênico<br />

em castanheiras estabelecidas em pastagem, plantio<br />

e floresta nativa. Neste estudo foi possível estimar a distância<br />

de fluxo de pólen (distância entre o pai e a mãe de<br />

uma determinada plantinha obtida pela germinação da<br />

semente) em cada um desses ambientes. Observamos<br />

78<br />

www.referenciaflorestal.com.br


que no pasto, castanheiras que produziram frutos receberam<br />

pólen de outras castanheiras com distâncias variando<br />

de 104 a 911 m (média de 442 m), e que o possível<br />

pai destas plantinhas estava ou na floresta vizinha ou<br />

mesmo dentro da pastagem. Dessa forma, descobrimos<br />

que a incapacidade de as abelhas voarem até a copa das<br />

castanheiras isoladas em pastagens é um mito.<br />

Sabemos que a presença das abelhas é fundamental<br />

para a castanheira produzir frutos e que as áreas de florestas<br />

nativas são de grande importância para uma boa<br />

produção de castanha-do-brasil, pois é nas florestas que<br />

as abelhas vivem, mantêm seus ninhos e se alimentam<br />

quando não há flores na castanheira, ou seja, áreas de<br />

vegetação natural no entorno de áreas de cultivo da castanheira<br />

são essenciais para o sucesso. Apesar das abelhas<br />

conseguirem visitar flores de castanheiras isoladas,<br />

percebemos que a produção de frutos dessas árvores diminui<br />

muito em comparação com aquelas que crescem<br />

em florestas naturais. Ainda não sabemos quais fatores<br />

limitam a produção das castanheiras isoladas, mas com<br />

certeza, o microclima e condições de stress fisiológico<br />

em que essas árvores se encontram tem algum efeito.<br />

O que não podemos mais sair dizendo por aí é que a<br />

castanheira isolada no pasto não produz frutos porque<br />

as abelhas não conseguem chegar até sua copa.<br />

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Foto: Ronaldo Rosa<br />

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REVISTAS DO SETOR<br />

A castanheira sozinha no pasto mantém a produção<br />

de frutos, porém em menor volume<br />

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AGENDA<br />

JANEIRO 2017<br />

JANUARY 2017<br />

XV Curso de Verão em Entomologia (USP)<br />

23 de janeiro a 3 de fevereiro<br />

Ribeirão Preto (SP)<br />

www.cursodeveraoementomologiaffclrp.webnode.com<br />

MARÇO 2017<br />

MARCH <strong>2016</strong><br />

Curso sobre Restauração <strong>Florestal</strong><br />

7<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

www.ibflorestas.org.br<br />

Curso de Produção de Mogno Africano<br />

8<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

www.ibflorestas.org.br<br />

Três Lagoas <strong>Florestal</strong><br />

28 a 30<br />

Três Lagoas (MS)<br />

www.treslagoasflorestal.com.br<br />

ABRIL 2017<br />

APRIL 2017<br />

VI Feira da Floresta<br />

4 a 6<br />

Gramado (RS)<br />

www.feiradafloresta.com.br<br />

VI Workshop Internacional Mogno Africano<br />

7<br />

São Paulo (SP)<br />

www.workshopmognoafricano.org.br<br />

II Seminário sobre Sanidade <strong>Florestal</strong><br />

18 e 19<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

MAIO 2017<br />

MAY 2017<br />

Ligna<br />

22 a 26<br />

Hanover - Alemanha<br />

www.ligna.de<br />

JUNHO 2017<br />

JUNE 2017<br />

Elmia Wood<br />

7 a 10<br />

Jönköping – Suécia<br />

hwww.elmia.se<br />

II Seminário sobre Prevenção e Controle de Incêndios<br />

Florestais<br />

7 e 8<br />

Viçosa (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

DESTAQUE<br />

XV CURSO DE VERÃO EM ENTOMOLOGIA<br />

23 de janeiro a 3 de fevereiro<br />

Ribeirão Preto (SP)<br />

www.cursodeveraoementomologiaffclrp.webnode.com<br />

O Curso de Verão em Entomologia é o primeiro evento de 2017, com<br />

início em 23 de janeiro e conclusão no dia 3 de fevereiro. Realizado pelos<br />

alunos e docentes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da<br />

USP (Universidade de São Paulo), campus Ribeirão Preto, é um evento<br />

anual destinado apenas aos alunos de graduação em Ciências Biológicas e<br />

Agronomia de todo o país e também do exterior. As inscrições têm vagas<br />

limitadas com preferência para os formandos.<br />

Imagem: reprodução<br />

80<br />

www.referenciaflorestal.com.br


COMUNICAÇÃO<br />

REVISTAS<br />

VÍDEO<br />

WEBSITES<br />

MARKETING<br />

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Por Viviane Doelman<br />

Diretora da 3G Consultoria<br />

A<br />

s empresas familiares caminham para uma crescente<br />

profissionalização do comando dos negócios, dentro de<br />

seus projetos de perenização e aumento da eficiência.<br />

Mas há estatísticas que apontam que a taxa de insucesso da primeira<br />

profissionalização de uma empresa familiar é de mais de<br />

50%. O projeto de trazer um novo executivo para comandar a<br />

empresa deve ter início muito antes da chegada dele. Quando<br />

isso não ocorre, é comum que sua permanência na empresa seja<br />

curta. E isso significa desperdício de dinheiro e frustração para<br />

todos.<br />

A saída de um executivo de fora da família controladora após<br />

um curto período de tempo é tão comum que muitos profissionais<br />

preferem não concorrer a uma vaga neste tipo de ambiente.<br />

Mas, existem alternativas para mitigar os riscos da primeira<br />

investida em um profissional de mercado? A resposta é sim, e<br />

demanda muito comprometimento por parte da família controladora.<br />

Alguns caminhos são:<br />

Preparar a família ou o fundador antes da chegada do novo<br />

executivo. É necessário um trabalho de preparação da família<br />

e do fundador, para que se acorde efetivamente o que se está<br />

buscando com este passo. São conversas duras, que podem ser<br />

intermediadas por consultores externos, que visem mapear e esclarecer<br />

o momento da empresa e o desejo da família, suas expectativas<br />

com relação ao profissional, os apegos que precisam<br />

ser trabalhados para que esse possa ter seu espaço para liderar.<br />

Construir o perfil do executivo junto com a família ou os<br />

donos. Por exemplo, se a decisão da família for de permanecer<br />

presente na operação através de seus herdeiros, pode ser desejado<br />

que o profissional tenha um perfil mentor, que possa assistir<br />

estes herdeiros em sua formação, visando que assumam o negócio<br />

no médio ou longo prazo. Ou ainda, o grau de resiliência<br />

necessário para negociar decisões com a família e mesmo subordinados,<br />

que tinham a expectativa de sentar na cadeira que o/a<br />

profissional veio a ocupar.<br />

Buscar fora da empresa é importante, mas mapear os talentos<br />

internos é crucial. O mapeamento de potenciais sucessores<br />

entre os atuais colaboradores é uma importante mensagem para<br />

toda a organização, e um facilitador em termos de maior segurança<br />

no alinhamento do profissional com a cultura e os valores<br />

da empresa.<br />

Ter consciência de que a busca externa irá levar tempo. Se os<br />

donos da empresa requererem 5, 6 conversas com os candidatos<br />

finalistas ou a avaliação desses por diferentes pessoas em ocasiões<br />

diferentes, assim deve ser feito.<br />

O tempo para que se obtenha o conforto no nome escolhido<br />

é um dos principais fatores para que ele/ela ingresse na empresa<br />

com o voto de confiança dos controladores e possa mais<br />

facilmente navegar em todos os outros desafios que lhe serão<br />

apresentados.<br />

Preparar o ambiente corporativo. A adoção das práticas de<br />

governança corporativa, que auxiliam a formatar o ambiente<br />

corporativo, deixando entre outros papeis e responsabilidades<br />

definidos e documentados, determinando alçadas de decisão<br />

interna, e que culminam no estabelecimento de um Conselho<br />

Consultivo ou de Administração, são importantes ferramentas<br />

para garantir que as ações e decisões do novo executivo estejam<br />

alinhadas com os valores tradicionais da família, ao mesmo tempo<br />

em que executa as deliberações do conselho e trabalha na<br />

obtenção de resultados.<br />

Fazer da primeira profissionalização um investimento bem<br />

sucedido é um desafio para controladores e acionistas. Apesar<br />

dos obstáculos, este projeto não deve ser colocado de lado quando<br />

há o desejo por parte dos controladores e a visão coesa de<br />

que um profissional de mercado pode vir a agregar valor ao negócio<br />

e trabalhar para seu desenvolvimento e longevidade. É sim<br />

um processo que se bem trabalhado, com tempo e espaço para<br />

reflexão, irá trazer uma experiência positiva para toda a organização.<br />

82<br />

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