Dezembro/2016 - Referência Florestal 181
Visitantes - Grupo Jota Comunicação
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50<br />
CONVERSA DA<br />
FLORESTA<br />
Árvores são capazes de interagir<br />
62<br />
MUDANÇAS<br />
CLIMÁTICAS<br />
ENTREVISTA<br />
Ações começam a sair do papel<br />
Jonas Perutti, diretor<br />
da Madeflona<br />
Produtividade<br />
a toda prova<br />
Novidades da Komatsu Forest<br />
possibilitam mecanização<br />
em áreas acidentadas<br />
Productivity full<br />
steam ahead<br />
News from Komatsu Forest enables<br />
the use of mechanization on rough terrain
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 84<br />
Bruno Industrial ......................................................... 53<br />
38<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 55<br />
Denis Cimaf ................................................................... 09<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
Exte ................................................................................... 11<br />
56<br />
Faculdade Faef ............................................................ 47<br />
Ferro Extra ..................................................................... 27<br />
FMC Florestas .............................................................. 07<br />
H Fort ................................................................................ 13<br />
62<br />
Himev .............................................................................. 59<br />
J de Souza ........................................................................ 61<br />
Komatsu ......................................................................... 37<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Aplicação<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Silvicultura<br />
Pesquisa<br />
Mercado<br />
Especial<br />
Prêmio <strong>Referência</strong><br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
06<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
30<br />
38<br />
44<br />
50<br />
56<br />
62<br />
68<br />
76<br />
80<br />
82<br />
Librelato ......................................................................... 29<br />
Liebherr Brasil ............................................................ 19<br />
Lubeco ............................................................................ 79<br />
Mill Indústrias .............................................................. 35<br />
Minusa Forest .............................................................. 05<br />
Oregon ............................................................................ 83<br />
Penz Saur ........................................................................ 65<br />
Rossin .............................................................................. 49<br />
Rotobec .......................................................................... 23<br />
Sergomel ....................................................................... 21<br />
Timber Forest .............................................................. 25<br />
TMO ................................................................................. 33<br />
Ventura Máquinas .................................................... 67<br />
04 www.referenciaflorestal.com.br
Um novo ano está começando.<br />
Temos certeza de que juntos<br />
sempre seremos mais fortes<br />
Vamos brindar o<br />
cinquentenário<br />
da Minusa.<br />
Boas festas<br />
e muito sucesso<br />
em 2017<br />
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Entre em contato: (49) 3226-1000 | florestal@minusa.com.br
EDITORIAL<br />
Ano XVIII - Edição n.º <strong>181</strong> - <strong>Dezembro</strong> <strong>2016</strong><br />
Year XVIII - Edition n.º <strong>181</strong> - December <strong>2016</strong><br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br<br />
O grande lançamento da Komatsu<br />
Forest, harvester 931XC, estampa<br />
a capa desta edição<br />
PARABÉNS, VOCÊS MERECEM!<br />
É sempre uma enorme satisfação produzir a última edição do ano. Nela, sem<br />
sombra de dúvidas, está uma das ações mais importantes da REFERÊNCIA FLORES-<br />
TAL: a cobertura do evento que marca o PRÊMIO REFERÊNCIA. Na noite de entrega<br />
dos troféus aos 10 destaques do ano, temos a convicção que cumprimos nosso papel<br />
como o principal veículo de comunicação do setor. Naquela noite em especial, em<br />
que damos voz ao esforço e conquistas de empresas, entidades e pessoas ligadas<br />
ao segmento, podemos observar a satisfação dos premiados pelo reconhecimento<br />
e divulgação do trabalhado realizado. Não é fácil alcançar êxito nesta atividade. Tem<br />
que entender do assunto, cumprir exigências que só são feitas para quem atua no<br />
setor de base florestal e não são cobradas de nenhuma outra indústria. Apesar de<br />
lutar contra preconceitos e burocracias sem fim, sabemos que para atuar nesse<br />
meio tem que ter muita paixão e respeito pela floresta, algo que poucos realmente<br />
têm. É com essa certeza que desejamos um excelente fim de <strong>2016</strong> para você Leitor<br />
que nos acompanha, nos cobra e prestigia ao longo do ano. Você faz parte dessas<br />
conquistas que tanto exaltamos. Tenha uma ótima leitura e se prepare porque em<br />
2017 tem muito mais!<br />
CONGRATULATIONS, YOU DESERVE IT!<br />
It's always with great satisfaction that we produce the last issue of the year. This year,<br />
without a shadow of a doubt, one of the most important acts taken by REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong>,<br />
was the presentation of the PRÊMIO REFERÊNCIA, fully covered in this issue. With this year’s<br />
award presented to ten prominent winners, we are convinced that we have fulfilled our role as<br />
the primary media vehicle in the industry. That night in particular, during which we gave voice<br />
to the efforts and achievements made by companies, organizations and people connected to<br />
the segment, we could observe the satisfaction of the award winners in the recognition and<br />
dissemination of their work. It is not easy to achieve success in this activity. You have to understand<br />
the subject and meet requirements that are only met by those who operate within<br />
the Forest-Based Sector and have no connection with any other industry. As well as having to<br />
separate out prejudice and endless bureaucracy, we know that to operate our field, one has to<br />
have a lot of passion and respect for the forest, something that few actually have. It is with this<br />
certainty that we wish an excellent end of <strong>2016</strong> to you, the reader, who have accompanied and<br />
honored us throughout the year, while making sure we have fulfilled your needs. You are part of<br />
our achievements and that we appreciate so much. Enjoyable reading and get ready for 2017,<br />
because there is more!<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Fernanda Domingues<br />
Fernanda Maier<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Colaboreadores / Colaborators<br />
Fotógrafos: Marcos Mancinni e Mauricio de Paula<br />
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fone: +55 (41) 3333-1023<br />
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Monica Kirchner - Coordenação<br />
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
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Proteção contra<br />
Percevejo-bronzeado e Vespa-da-galha
CARTAS<br />
ENTREVISTA<br />
FUTURO<br />
Capa da Edição 180 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de novembro de <strong>2016</strong><br />
Por Maria Verônica -<br />
Taubaté (SP)<br />
Sempre bom ouvir a<br />
opinião de Elizabeth<br />
Carvalhaes, uma das<br />
referências da área.<br />
Continuem concedendo a<br />
palavra aqueles que realmente fazem a<br />
diferença para o setor florestal.<br />
Foto: divulgação<br />
Por José Miyazawa - São Paulo (SP)<br />
Excelente reportagem sobre o papel da biomassa florestal<br />
na corrida por combustíveis sustentáveis. Parabéns a toda<br />
equipe.<br />
INTERNACIONAL<br />
Por Fernando Carvalho - Porto Alegre (RS)<br />
Ótima cobertura da Finnmetko, sempre com as melhores<br />
novidades e o que há de mais moderno para toda a cadeia<br />
produtiva da madeira.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: Niina Fu<br />
NOVIDADES<br />
Por Laís Rossi -<br />
Maringá (PR)<br />
Gostaria de<br />
parabenizá-los pela<br />
sessão Notas. Sempre<br />
com as melhores<br />
novidades do setor de<br />
forma curta e direta!<br />
SUGESTÃO<br />
Por Elisa Alvarez - Manaus (AM)<br />
Seria ótimo ler uma reportagem sobre o CAR, seus<br />
desdobramentos e consequências para 2017. Parabéns<br />
pela Revista!<br />
Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
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BASTIDORES<br />
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Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
APRIMORAMENTO EMPRESARIAL<br />
Grandes empresários florestais<br />
perceberam a importância de<br />
se atualizarem e aprimorarem<br />
a maneira com que enxergam o<br />
próprio empreendimento. Durante<br />
a entrega dos troféus do PRÊMIO<br />
REFERÊNCIA <strong>2016</strong>, os convidados<br />
puderam conhecer a metodologia<br />
utilizada pela MBM Business School.<br />
Foto: Marcos Mancinni<br />
Lilian Spaulonci, diretora<br />
comercial da MBM Business<br />
School Curitiba, e Freddy<br />
Rangel, diretor regional<br />
CHUVA DE CAVACO<br />
Acompanhamos o dia de campo<br />
organizado pela Roman, que<br />
representa a linha Tree Care<br />
Products da Morbark no Brasil, em<br />
parceria com a Komatsu Forest que<br />
comercializa os picadores florestais<br />
da linha industrial da marca. Tenha<br />
um gostinho da reportagem que<br />
será publicada na primeira edição de<br />
2017 da REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Participantes da<br />
demonstração do<br />
picador Morbark MR20<br />
10<br />
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desejam a todos um<br />
Feliz Natal e Feliz 2017<br />
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COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
GERENCIAMENTO<br />
DE PROJETOS<br />
O planejamento e execução de inciativas diferenciadas para a solução de um<br />
problema requerem dedicação exclusiva e equipe especializada<br />
P<br />
rojetos fazem parte de um processo de mudanças que<br />
ocorrem diariamente. Criar um projeto e gerenciar<br />
sua implantação fazem parte da rotina de empresas,<br />
organizações e também pessoas. Um projeto pode ser definido<br />
para atender o objetivo de um indivíduo, por exemplo, para sair<br />
de férias ou para comprar um imóvel. No caso de empresas os<br />
projetos são geralmente mais complexos, como estabelecer<br />
uma nova unidade industrial ou introduzir mudanças no processo<br />
para ganhar produtividade e competitividade.<br />
O projeto é um esforço temporário para criar um produto<br />
ou serviço único, diferente daqueles oferecidos pela rotina<br />
de uma organização. O projeto é implementado com base<br />
em uma proposta, preparada para resolver um problema.<br />
A proposta de projeto deve buscar a melhor solução para<br />
resolver o problema.<br />
Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos,<br />
habilidades, ferramentas e técnicas para implementar<br />
o projeto. O gerenciamento envolve todo o ciclo de vida de<br />
um projeto, que inicia com a identificação do problema e a<br />
formulação da proposta de projeto, passa pelo planejamento<br />
e pela implementação que deve ser controlada e monitorada,<br />
e termina com uma fase de encerramento quando o produto<br />
é entregue e as lições aprendidas identificadas.<br />
As decisões tomadas durante o gerenciamento são, em<br />
grande parte, baseadas em um alto grau de subjetividade, e<br />
por isto muitos consideram o processo de gerenciamento mais<br />
arte do que ciência.<br />
O trinômio fundamental de gerenciamento de projetos é<br />
mostrado na figura. Um projeto é implementado com sucesso<br />
quando os prazos definidos são cumpridos, dentro do custo<br />
estabelecido e com a qualidade desejada.<br />
TRINÔMIO FUNDAMENTAL DE<br />
GERENCIAMENTO DE PROJETOS<br />
PRAZO<br />
QUALIDADE<br />
CUSTO<br />
As empresas, em geral, não possuem equipes especializadas<br />
na preparação de uma proposta de projeto e na sua<br />
implementação. As equipes das empresas estão quase sempre<br />
envolvidas em um ambiente funcional, são responsáveis pela<br />
manutenção de processos e rotinas fundamentais a sobrevivência<br />
da organização.<br />
Por este motivo quando existe a necessidade de implementação<br />
de mudanças (solução de um problema), é frequente a<br />
contratação de empresas especializadas (ou consultores). O<br />
conhecimento acumulado e a experiência adquirida na solução<br />
de problemas similares são importantes na seleção da empresa<br />
a ser envolvida.<br />
Estes e outros aspectos são tratados no livro recém-lançado<br />
“Gerenciamento de Projetos- Conhecimentos e Habilidades”.<br />
A publicação de minha autoria, em conjunto com o colega<br />
Joésio D.P. Siqueira, é baseado em literatura especializada e<br />
ainda na experiência acumulada como consultores e gestores<br />
da Stcp Engenharia de Projetos nos últimos 35 anos. Esperamos<br />
que este livro sirva de suporte para nossos clientes e amigos<br />
na implementação de projetos.<br />
O projeto é um esforço temporário para criar um<br />
produto ou serviço único, diferente daqueles oferecidos<br />
pela rotina de uma organização<br />
12<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
20 ANOS<br />
NO BRASIL<br />
Foto: divulgação<br />
A John Deere <strong>Florestal</strong> completa duas<br />
décadas de atuação no mercado brasileiro<br />
e celebra sua parceria de sucesso com os<br />
clientes. “Temos uma sólida estratégia de<br />
longo prazo para o Brasil, com confiança no<br />
desenvolvimento socioeconômico do país.<br />
Tudo isso passa pela valorização do setor<br />
florestal, que gera uma robusta movimentação<br />
econômica e ainda preserva e respeita<br />
o meio ambiente, ou seja, um segmento<br />
importante para a sociedade”, diz Roberto Marques, diretor de Vendas da John Deere Construção e <strong>Florestal</strong>. Em 1999<br />
a John Deere adquiriu a norte americana Timberjack (empresa criada em 1940) e somou a experiência e liderança no<br />
segmento da Timberjack com a expertise de inovação e alta tecnologia da marca John Deere. “A expectativa é que, nos<br />
próximos anos, a gente consiga aumentar ainda mais a tecnologia embarcada, para que haja mais automação no processo,<br />
de forma que o usuário possa acompanhar em tempo real onde a máquina está, o quanto está produzindo e sua<br />
necessidade de manutenção, tal como o comando de um carro de alta performance, como vemos hoje na Fórmula 1”,<br />
cita Thiago Cibim, gerente geral de operações da divisão florestal da John Deere.<br />
PRODUÇÃO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Mais de 110 técnicos, representantes de órgãos públicos<br />
e entidades empresariais participaram do treinamento<br />
do programa Ambiente <strong>Florestal</strong> Sustentável, destinado<br />
para o público do sul e extremo sul da Bahia. Voltado para<br />
multiplicadores, o treinamento do programa - lançado pela<br />
Adab (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia) e a Abaf<br />
(Associação Baiana das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) - foi<br />
realizado, em Teixeira de Freitas (BA). O diretor executivo da<br />
Abaf, Wilson Andrade, explica que este programa é uma ampliação do Pfclp (Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta<br />
Parda), lançado pelas duas entidades no início do ano, visando o monitoramento e controle da lagarta parda na região. Além de<br />
um amplo programa de comunicação, foi montada e orientada uma equipe de três engenheiros (agrônomos e florestais) que<br />
vem trabalhando com uma estrutura formada por veículos, equipamentos audiovisuais e material informativo. Após intenso<br />
trabalho em 10 meses, o Pfclp percorreu mais de 60 mil km (quilômetros), realizou cerca de 90 treinamentos, instruindo e<br />
orientando mais de 3 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região.<br />
Foto: divulgação<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
PROTEÇÃO<br />
EM TRIPLO<br />
cevejo-bronzeado e Vespa-da-galha<br />
ontra<br />
Foto: divulgação<br />
As novidades da FMC Agrícola só aumentam.<br />
No dia 16 de novembro, a empresa apresentou<br />
o Capture 400 EC, grande lançamento do ano no<br />
combate ao percevejo-bronzeado e vespa-da-<br />
-galha, pragas que atacam o eucalipto, na cidade<br />
de Três Lagoas (MS). O evento reuniu representantes<br />
de importantes empresas florestais da região,<br />
profissionais da área de silvicultura, técnicos<br />
e consultores florestais. O encontro também foi palco do anúncio de mais dois produtos para o uso em eucaliptos, que<br />
acabam de ter os registros homologados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: o Hero e o Mustang<br />
350 EC. Tratam-se de dois inseticidas piretroides para o controle da vespa-da-galha. Ambos podem ser aplicados no<br />
viveiro e campo por via aérea ou terrestre. A diferença está na composição. O Mustang possui somente Zeta-Cipermetrina<br />
na concentração de 350 g/l (gramas por litro). O Hero é uma união de zeta-cipermetrina, em menor concentração<br />
(200 g/l) e Bifentrina 180 g/l. Eles são indicados conforme o grau de infestação e segundo condições da floresta e clima<br />
que favorecem uma composição sobre a outra. Estes produtos juntam-se ao Dipil SC, um inseticida biológico que vem<br />
sendo usado há tempos para proteção do eucalipto e outras culturas.<br />
CONCESSÃO<br />
DA FLONA DO<br />
CAXIUANÃ<br />
O SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) assinou contratos<br />
de concessão permitindo o manejo florestal sustentável<br />
em três UMF (unidades de manejo florestal) na Floresta<br />
Nacional do Caxiuanã, localizada nos municípios de Portel<br />
e Melgaço, no Pará. As unidades somam 176 mil ha<br />
(hectares) e serão operadas pelas empresas Benevides<br />
Madeiras e Cemal Comércio Ecológico de Madeiras. As<br />
vencedoras da concorrência ofereceram ágio de até 130% sobre o valor mínimo de R$ 57 por m³ (metro cúbico) de madeira<br />
extraída previsto pelo edital. Além do valor oferecido pela madeira, a concorrência levou em conta as propostas técnicas<br />
apresentadas pelas empresas, o que inclui aspectos como redução do impacto ambiental, geração de empregos e grau de<br />
processamento local da madeira. Caxiuanã foi a primeira Floresta Nacional criada na Amazônia e é considerada uma área<br />
com vocação para a produção madeireira, já que está localizada entre os rios Xingu e Anapu, o que facilita o escoamento<br />
da produção. A expectativa é que as três unidades de manejo produzam cerca de 180 mil m³ de madeira por ano.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
15
NOTAS<br />
MMA DEBATE<br />
COMBATE AO<br />
DESMATAMENTO<br />
Foto:divulgação<br />
A necessidade de novas ações, além do comando e<br />
controle para enfrentar o desmatamento na Amazônia<br />
e no Cerrado marcou o seminário Insumos para o Eixo<br />
de Instrumentos Econômicos e Normativos dos Ppcdam<br />
(Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia) e do<br />
Ppcerrado (Cerrado), promovido pelo MMA (Ministério do<br />
Meio Ambiente), no dia 25 de novembro em Brasília. O secretário<br />
de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do<br />
MMA, Everton Lucero, defendeu a necessidade do esforço<br />
conjunto para a aplicação de instrumentos econômicos e<br />
normativos, além da fiscalização aos desmatamentos ilegais. Ele afirmou que, nos últimos quatro anos, a crise econômica<br />
refletiu no aumento anual em torno de 6% dos desmatamentos na Amazônia. Os dados referentes ao período 2015-<strong>2016</strong> ainda<br />
não foram divulgados oficialmente. O objetivo do seminário foi colher subsídios os planos de combate ao desmatamento em<br />
diferentes biomas que envolvem equipes de 11 ministérios. O seminário foi dividido em quatro painéis com a discussão de<br />
temas como compras públicas, crédito e concessões florestais.<br />
PROJETOS<br />
AMBIENTAIS<br />
Projetos no setor florestal receberam financiamento<br />
de US$ 1 bilhão do Fundo Amazônia. Atualmente,<br />
85 iniciativas são apoiadas pelo fundo,<br />
formado por doações de parceiros importantes do<br />
país, como os governos da Noruega e da Alemanha.<br />
O Fundo Amazônia capta doações para investimentos<br />
não reembolsáveis em ações de prevenção,<br />
monitoramento e combate ao desmatamento e de<br />
promoção da conservação e do uso sustentável da<br />
Amazônia Legal. O Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social) é responsável pela<br />
gestão. Unidades de conservação, povos indígenas e medidas de monitoramento estão entre as primeiras áreas de atuação<br />
desses programas. Também há ações voltadas para atividades de produção sustentável e para a realização do CAR (Cadastro<br />
Ambiental Rural).<br />
Foto: divulgação<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
PROFISSIONAL<br />
FLORESTAL<br />
Foto: divulgação<br />
Com objetivo de atender a demanda do setor<br />
agroindustrial, o Senar/MS (Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem Rural) elaborou duas qualificações<br />
profissionais voltadas à operação de tratores florestais<br />
e manutenção e ajustes dos equipamentos<br />
utilizados na produção de florestas plantadas. A<br />
equipe responsável está trabalhando para que os<br />
cursos possam ser disponibilizados a partir de fevereiro<br />
de 2017. A diretora-secretária do Sistema<br />
Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de<br />
MS) e coordenadora educacional do Senar/MS,<br />
Terezinha Cândido de Souza, explica que a cartela de cursos da instituição conta com diversas opções de mecanização<br />
agrícola, porém, o diferencial será por atender especificamente solicitações do setor florestal. “A área florestal está sempre<br />
em busca de novidades tecnológicas, por isso procuramos contribuir elaborando qualificações que atendam desde<br />
trabalhadores iniciantes até aqueles que buscam reciclar e atualizar os conhecimentos”, ressalta.<br />
CAR FOI ABERTO<br />
PARA CONSULTA<br />
PÚBLICA<br />
O módulo de Consulta Pública do CAR (Cadastro Ambiental Rural)<br />
foi lançado no dia, 29 de nobemvro, pelo ministro do Meio Ambiente,<br />
Sarney Filho. A ferramenta permitirá a qualquer empresa, organização<br />
da sociedade civil, instituição financeira ou cidadão interessado<br />
fazer consultas e verificar a situação dos imóveis rurais do país em<br />
relação aos remanescentes de vegetação nativa, APPs (Áreas de<br />
Preservação Permanente) e de RL (Reserva Legal). As informações<br />
pessoais, como o nome do proprietário e CPF continuam sigilosas.<br />
"Podemos afirmar que a fase de montagem do cadastro, com 99%<br />
dos registros efetuados, está concluída, o que falta é residual. Isto<br />
ocorre bem antes do prazo estendido, conforme havíamos previsto.<br />
Entramos, neste momento, de forma firme, no pós-CAR", afirmou<br />
o ministro. O CAR foi instituído pelo Código <strong>Florestal</strong> Brasileiro (Lei<br />
12.651/2012). Até o momento cerca de 3,8 milhões de imóveis rurais<br />
já foram cadastrados, o que corresponde a mais de 400 milhões de<br />
ha (hectares) do território nacional.<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
17
NOTAS<br />
PLANTIO DE<br />
ERVA-MATE<br />
Imagem: divulgação<br />
A Embrapa Florestas acaba de disponibilizar o software Planin_Matte<br />
que possibilita a análise econômica dos plantios de erva-<br />
-mate considerando os diversos segmentos de custos operacionais<br />
de implantação, manutenção, manejo e colheita do erval. Voltado<br />
ao produtor, o sistema controla fluxos de caixa e realiza avaliações<br />
segundo os critérios de análise econômico-financeira mais utilizados<br />
no agronegócio. A ferramenta é gratuita e pode ser baixada pelo<br />
site www.embrapa.br/florestas. O Planin_Matte deriva do software<br />
Planin, usado pelo setor de florestas plantadas para análise econômica.<br />
Segundo Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa<br />
Florestas responsável pelo desenvolvimento do software, o sistema<br />
foi ajustado para atender às peculiaridades da cultura da erva-mate.<br />
O usuário fornece dados de custos e produção, e o sistema calcula os<br />
parâmetros de análise econômica mais utilizados para a avaliação da<br />
produção ervateira em diferentes períodos de colheita.<br />
ESPÉCIES MAIS<br />
INDICADAS<br />
PARA PLANTAR<br />
NO MATO GROSSO<br />
A Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência<br />
e Extensão Rural) realizou uma pesquisa apontando as espécies<br />
que obtiveram os melhores resultados no Estado para o plantio<br />
e produtividade madeireira. Durante 20 anos, foram avaliadas<br />
30 espécies, sendo 23 nativas e sete exóticas. A pesquisa revela<br />
que o maior volume de madeira foi obtido com as árvores: fava<br />
barriguda, peroba mica, tatajuba, bajão e castanheira. Ao todo<br />
foram plantadas 2.250 plantas. A pesquisa foi realizada no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da<br />
Empaer, no município de Sinop. O pesquisador Eliazel Vieira Rondon explica que foram avaliados o DAP (Diâmetro da Altura<br />
do Peito), altura total, volume de madeira, índice de mortalidade e ocorrência de pragas e doenças. Também a interferência<br />
do solo (pH, fósforo e saturação de base baixa), clima e ataque de fungos. Segundo Rondon, Mato Grosso possui mais<br />
de 200 mil ha (hectares) de reflorestamento com as espécies de eucalipto, teca e seringueira.<br />
Foto: divulgação<br />
18<br />
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NOTAS<br />
MUDAS PARA<br />
ENERGIA<br />
Foto: divulgação<br />
A Transenergia instalou recentemente linhas<br />
de energia entre os Estados de Goiás, Mato Grosso<br />
e Mato Grosso do Sul. Agora, precisa se adequar<br />
às regulamentações do Ibama para recuperar as<br />
áreas de implantação por meio do reflorestamento<br />
com mata ciliar. Para isso, a empresa, com o<br />
auxílio da Emater (Agência Goiana de Assistência<br />
Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária)<br />
e do Ministério Público de Goiás, realizará o plantio<br />
de cerca de 50 mil mudas nas propriedades<br />
rurais que integram as microbacias da região de<br />
Itapuranga. Ao todo, cinco microbacias receberão<br />
as mudas para reflorestamento.<br />
IMPORTAÇÃO<br />
DE BIOMASSA<br />
BRASILEIRA<br />
O Japão, um dos maiores mercados para os pellets,<br />
incentiva a importação de biomassa, mas esse<br />
tipo de produto tem ingressado no país, simplesmente,<br />
como resíduo. Para tornar o comércio mais<br />
favorável é preciso que seja mudada a classificação<br />
do produto no país, atualmente nominado como<br />
resíduo. A solicitação foi feita pelos representantes<br />
da Sumitomo ao ministro interino do Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, Eumar Novacki. A joint venture formada pelas duas empresas, a Cosan Biomassa,<br />
possui uma planta de produção na região de Jaú (SP) produz 175 mil t (toneladas) de pellets por ano, mas tem como objetivo<br />
expandir a produção para 2 milhões de t, até 2025, e para 8 milhões de t no futuro. A estimativa é de que o Japão<br />
deverá importar entre dez e 20 milhões de t de biomassa peletizada até 2030. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos)<br />
é financiadora do negócio e apoia o projeto desde seu início, em 2010.<br />
Foto: divulgação<br />
20<br />
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ALTA E BAIXA<br />
LIGNA ESTÁ COM TUDO<br />
A Ligna, principal feira mundial de máquinas, instalações e ferramentas para a indústria de transformação<br />
de madeira e silvicultura, já está pronta para a próxima edição, que será realizada entre os dias 22 e 26 de<br />
maio de 2017, em Hannover, na Alemanha. Faltando pouco menos de seis meses para o início da feira,<br />
os organizadores - a Deutsche Messe e a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas de Madeira<br />
– informaram que 90% dos espaços já foram comercializados. Em 2017, espera-se que a Ligna<br />
atraia cerca de 1.500 expositores, sendo mais da metade fora da Alemanha.<br />
ALTA<br />
ELDORADO FORTALECE AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS EM <strong>2016</strong><br />
Ao longo de <strong>2016</strong>, a Eldorado realizou uma série de ações que fortaleceram os laços com as comunidades<br />
próximas à empresa no Mato Grosso do Sul. Entre elas estão a reforma do Lar dos Idosos Vicente<br />
Marques, em Aparecida do Taboado (MS), que abriga cerca de 40 idosos. Para o Assentamento Pontal do<br />
Faia, em Três Lagoas, entregou um novo abrigo para os tanques receptores de leite, reformou e ampliou<br />
o centro comunitário, onde ocorre o atendimento médico para os moradores Comunitário. Já no Distrito<br />
de Garcias, a Eldorado promoveu, em parceria com Senai, um curso de alvenaria (pedreiro).<br />
ARAUPEL FECHA SILVICULTURA EM QUEDAS DO IGUAÇU<br />
A Araupel fechou o setor de silvicultura que mantinha em Quedas do Iguaçu (PR), por conta de invasões<br />
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em áreas florestais que impendem o prosseguimento<br />
da atividade. No fim do ano passado, 147 pessoas trabalhavam com plantio e manejo florestal.<br />
Atualmente, 991 pessoas ainda trabalham na unidade em Quedas, o que representa 15% das vagas de<br />
trabalho formal no município.<br />
BAIXA<br />
RECEITA COM EXPORTAÇÕES FLORESTAIS CAEM 2,5%<br />
Apesar do maior volume das exportações de produtos do setor brasileiro de florestas<br />
plantadas nos primeiros 10 meses deste ano, houve queda da receita na comparação<br />
com o mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro de <strong>2016</strong>, as exportações<br />
de celulose apresentaram crescimento de 11,1%, papel 3,2% e painéis de madeira 66,9%.<br />
Porém, a receita total do segmento com as vendas externas foi US$ 6,3 bilhões, ou seja, 2,5% a<br />
menos que no mesmo período de 2015. Somente o item painel de madeira, com US$ 201 milhões<br />
(+26,4%), foi positivo.<br />
22<br />
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BIOMASSA<br />
CULTIVO DE<br />
BIOMASSA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
U<br />
m grupo de 50 especialistas<br />
em bioenergia de diversos<br />
países se reuniu entre<br />
os dias 31 de outubro e 2 de novembro,<br />
em São Paulo, para atualizar as<br />
conclusões do relatório Bioenergy<br />
& Sustainability: bridging the gaps.<br />
Entre os resultados do relatório está<br />
que há terra suficiente para a extensão<br />
do cultivo de biomassa em nível<br />
mundial e que a maior parte da terra<br />
disponível para essa finalidade se encontra na América Latina e na África. Mas, para viabilizar o aumento da produção<br />
de bioenergia nessas regiões –onde a utilização de terra para produção de bioenergia não representaria uma ameaça<br />
para a segurança alimentar e a biodiversidade sob certas condições –, é preciso elaborar planos de financiamento e<br />
comercialização. A publicação é uma iniciativa da Fapesp (Fundação do Ampara à Pesquisa do Estado de São Paulo) e<br />
do Comitê Científico para Problemas do Ambiente.<br />
INSCRIÇÕES PARA TRABALHOS<br />
CIENTÍFICOS<br />
A<br />
pós reunir centenas de profissionais<br />
do setor de biomassa e energias renováveis<br />
este ano, a organização do<br />
Cibio (Congresso Internacional de Biomassa)<br />
decidiu abrir as inscrições para os trabalhos<br />
da edição de 2017, que será realizada de 20 a<br />
22 de junho em Curitiba (PR). O principal objetivo<br />
é envolver universidades que representem<br />
todas as regiões do Brasil. O evento vai<br />
debater o cenário da Matriz Energética Nacional<br />
e temas ligados à geração de energia a<br />
partir da biomassa no Brasil e no mundo. Os<br />
interessados devem acessar o site do evento<br />
www.congressobiomassa.com para conhecer<br />
o regulamento e efetivar a inscrição do trabalho.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
24<br />
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APLICAÇÃO<br />
NOVA PLATAFORMA DE<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
O<br />
Instituto BVRio lançou no fim de novembro a Bolsa de Madeira<br />
Responsável, plataforma que ajudará compradores e vendedores<br />
do setor madeireiro a encontrar produtos de origem<br />
legal ou certificada no mundo inteiro. O site é integrado ao sistema de<br />
due diligence e Análise de Risco da BVRio para facilitar o rastreamento de<br />
toda cadeia de custódia dos produtos madeireiros. A tecnologia, baseada<br />
em Big Data (internet das coisas), é capaz de realizar 2 bilhões de cruzamentos<br />
por dia e tem a precisão de 99% de acerto no Brasil. O objetivo<br />
é facilitar a aquisição de produtos madeireiros de origem responsável de<br />
forma eficiente, aumentando a liquidez e a demanda neste segmento. Ao<br />
mesmo tempo, ajudar a promover a transparência, a legalidade e a sustentabilidade<br />
no setor de madeira.<br />
Imagem: reprodução<br />
FIBRIA<br />
IMPLEMENTA<br />
BIG DATA<br />
Foto: divulgação<br />
P<br />
resente em 242 municípios<br />
brasileiros, sete<br />
Estados e dona de uma<br />
capacidade de produção de 5,3<br />
milhões t (toneladas) anuais<br />
em suas fábricas, a Fibria adotou<br />
as ferramentas SAP Predictive<br />
Analytics, rodando na plataforma<br />
de processamento de<br />
dados em tempo real Hana. A<br />
partir da análise preditiva de dados gerados durante 14 anos de operações, a companhia passa a contar com processos<br />
otimizados em seus negócios, o que significou a redução de gastos, aumento de produtividade, excelência em processos<br />
produtivos, mais eficiência e otimização de investimentos. O projeto da Fibria foi o primeiro case de Analytics<br />
utilizando a solução SAP na plataforma Hana no Brasil.<br />
26<br />
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FRASES<br />
O PRA (Programa<br />
de Recuperação<br />
Ambiental) é<br />
competência dos<br />
Estados. Temos feito<br />
mais do que nossa<br />
obrigação legal e<br />
estamos dando aos<br />
Estados condições<br />
legais para que eles<br />
possam construir<br />
o PRA. Agora<br />
depende deles<br />
Comparativamente a outros países, temos<br />
poucas florestas plantadas. E se não ampliarmos a<br />
nossa base florestal, faltará madeira para atender à<br />
demanda mundial<br />
Walter Lídio Nunes, CEO da Cmpc Celulose Riograndense, traçando<br />
um panorama do setor<br />
O setor florestal gera uma robusta movimentação<br />
econômica e ainda preserva e respeita o meio<br />
ambiente, ou seja, um segmento importante para a<br />
sociedade<br />
Roberto Marques, diretor de Vendas da John Deere Construção e <strong>Florestal</strong><br />
Sarney Filho, Ministro do Meio<br />
Ambiente sobre a cobrança pela<br />
demora na regulamentação do<br />
Programa<br />
A restauração de florestas e de outras formas<br />
de vegetação nativa – como Cerrado, Caatinga,<br />
manguezais, por exemplo – é apontada oficialmente<br />
como uma das estratégias brasileiras de mitigação<br />
e adaptação às mudanças climáticas e de<br />
cumprimento ao Código <strong>Florestal</strong><br />
Mercedes Bustamante, doutora em geobotânica pela Universität Trier, na<br />
Alemanha e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas<br />
Nós podemos implementar propostas que<br />
possam fazer com que a transformação da floresta<br />
em um ativo econômico implique na imediata<br />
melhoria da condição econômica das populações<br />
que vivem na Amazônia. Isso é fundamental<br />
Foto: divulgação<br />
Jorge Viana, Senador pelo Acre, sobre a implantação de novas políticas<br />
econômicas na Amazônia<br />
28<br />
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Um novo conceito.<br />
Uma nova marca.<br />
O mesmo compromisso:<br />
colocar você em<br />
primeiro lugar.<br />
Pra gente, estar sempre atualizada e trazendo<br />
soluções inovadoras é colocar você na frente.
ENTREVISTA<br />
Foto: Marcos Mancinni<br />
Jonas Perutti<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
11/06/54 em Colatina (ES)<br />
June 11, 1954, Colatina (ES)<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Diretor da Madeflona<br />
Director of Madeflona<br />
"Q "W<br />
uando você quer que algo seja feito bem feito a<br />
solução é fazer você mesmo.” Foi assim que Jonas<br />
Perutti deixou a fábrica de móveis no Espírito Santo<br />
e começou a realizar o MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) em<br />
Rondônia. Na época em que gerenciava a empresa, ele tinha grande<br />
dificuldade em conseguir matéria-prima com qualidade e que<br />
fosse entregue na data combinada. Aproveitou que a fábrica de<br />
móveis não estava tão bem das pernas e fez as malas. O desafio era<br />
imenso, enfrentou preconceito por ser madeireiro, venceu a falta<br />
de experiência técnica e se tornou o primeiro concessionário de<br />
floresta pública do país. Hoje, detém nas mãos a maior área explorável<br />
nessa modalidade de negócio, quase 105 mil ha (hectares).<br />
O modelo de gestão virou exemplo mundial, representantes de<br />
25 países foram conhecer o trabalho na Flona (Floresta Nacional)<br />
do Jamari recentemente, e mesmo com a concorrência de produtos<br />
que não respeitam a legislação, obtém resultado positivo.<br />
O trabalho é árduo e as dificuldades imensas, mas para Jonas a<br />
satisfação com o legado que deixa para o futuro compensa tudo.<br />
Leia a entrevista exclusiva com um dos ganhadores do PRÊMIO<br />
REFERÊNCIA <strong>2016</strong>, que mostra com propriedade como proteger<br />
a Floresta Amazônica e gerar renda.<br />
Amazônia tem heróis<br />
The Amazon has heroes<br />
hen you want something done well the solution is to do<br />
it yourself.” That's how it is for Jonas Perutti when he left<br />
the furniture factory in the the State of Espírito Santo<br />
and began to carry out Sustainable Forest Management (SFM) in the<br />
State of Rondônia. At the time, he managed the Company and he had<br />
great difficulty getting quality raw material delivered on time. He took<br />
advantage of the fact that the factory was not doing well and packed<br />
his bags. The challenge was huge, and he faced prejudice for being a<br />
forest operator, but he got over his lack of technical experience and<br />
became the first operator of a public forest in the Country. Today, he<br />
holds in his hands the largest exploitable area in this business mode of<br />
almost 105 thousand hectares (ha). The management model became<br />
a worldwide example, representatives from 25 countries were to get<br />
to know the work recently being carried out in the Jamari Flona (National<br />
Forest) and, even with competition from products, which do not<br />
comply with the legislation, it was possible to have positive results.<br />
The work is arduous and with immense difficulties, but for Jonas satisfaction<br />
comes with the legacy you leave for the future that makes up<br />
for everything else. Read the exclusive interview with one of the winners<br />
of the <strong>2016</strong> PRÊMIO REFERÊNCIA and who shows how to protect<br />
the Amazon rainforest and generate income.<br />
30<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Como começou sua história com o Manejo <strong>Florestal</strong>?<br />
Tinha uma indústria de móvel no Espírito Santo. Em uma certa<br />
época, tivemos dificuldade no fornecimento de madeira. Ainda<br />
hoje é assim, as indústrias não são bem servidas em madeira<br />
nativa. Como éramos consumidores exigentes, nunca tive<br />
fornecedor que me atendesse como queria. Em 1991, decidimos<br />
montar uma madeireira própria em Ariquemes (RO) para<br />
termos o fornecimento mais adequado. Em 1993, a indústria de<br />
móvel não estava mais dando resultado, então resolvi vendê-la<br />
e tocar somente a madeireira. Tudo se deu por acaso. Saí do<br />
móvel e fui para a madeira. A vantagem é que vim com uma<br />
boa bagagem. Sabia o que a indústria de móveis precisava, por<br />
isso fui bem sucedido no novo empreendimento: pontualidade<br />
e qualidade da madeira. O fator preço eu coloca em segundo<br />
plano. Dessa maneira consegui uma boa clientela. Quem precisa<br />
de um bom produto e de garantia na entrega paga bem.<br />
Sempre fui diferenciado por agir desta forma.<br />
Como foi o processo para conquistar a concessão?<br />
Em 2009, entramos no primeiro ano de concessões florestais<br />
no Brasil. Meu sócio é engenheiro florestal, um rapaz muito<br />
competente, chamado Evandro José Muhlbauer. Enxerguei<br />
muita competência nele, por isso quando chamei para trabalhar<br />
comigo propus uma sociedade. As coisas começaram dar<br />
certo. Ele sugeriu tentar vencer o processo para uma concessão.<br />
Falei: vamos tentar, mas vai ser praticamente impossível.<br />
Participamos de todos os processos, que começaram em 2007<br />
e ao final de tudo deu certo. Mas posso garantir que não é fácil,<br />
tem que provar de todas as formas que você não tem nada<br />
que o desabone em nenhuma esfera. Um concessionário de<br />
floresta pública está totalmente limpo.<br />
De que maneira se formou a Madeflona, empresa que gerencia<br />
a concessão da Flona do Jamari?<br />
A Madeflona foi criada em 2007 com o objetivo de trabalhar<br />
com madeira oriunda de concessão florestal, por meio de um<br />
contrato de formação de consórcio com empresas madeireiras<br />
rondonienses, dentre elas a Madeireira Litorania, fundada<br />
no ano de 1991, atual sócia majoritária e controladora. Em<br />
outubro de 2008, na iminência da assinatura contrato de<br />
concessão, houve a constituição jurídica da Madeflona. Com<br />
a estruturação documental iniciaram-se as atividades na UMF<br />
(Unidade de Manejo <strong>Florestal</strong>). Em 2009, foi aprovado pelo<br />
Ibama o Pmfs (Plano de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) - licenciamento<br />
da unidade. No primeiro certame licitatório da Flona<br />
do Jamari, a Madeflona sagrou-se vencedora da UMF n. I com<br />
área de 17.178 ha. Para começar as atividades de extração<br />
da madeireira fora emitida a Autorização de Exploração pelo<br />
Ibama no dia 20 de setembro de 2010, sendo a primeira em<br />
concessões florestais do Brasil. A primeira carga de madeira<br />
oriunda de uma concessão florestal no Brasil foi realizada em<br />
26 de novembro de 2010, também vinda da área de concessão<br />
da Madeflona. Em setembro de 2012, a empresa ingressou<br />
How did the Forest Management story start?<br />
I had a furniture making company in the State of Espírito Santo.<br />
At a certain time, we had difficulty in getting wood. Even<br />
today, the same thing is still happening; companies are not<br />
being well served as to the supply of native wood. As we were<br />
demanding consumers, we never had a supplier who properly<br />
met our demands. In 1991, I decided to set up a timber producing<br />
company in Ariquemes (RO) so that we had a more adequate<br />
timber supply. In 1993, the furniture company was no<br />
longer doing so well, so I decided to sell it and only deal with<br />
the forest. But everything occurred by chance. Getting out of<br />
furniture and getting into forestry. The advantage was that I<br />
came with good luggage. I knew what the furniture industry<br />
needed, so it was a successful new venture: timely delivery<br />
and quality timber. The price factor, I put aside and that way<br />
I built up good customers. Those, who need a good product<br />
and on time delivery assurance, pay well. I've always been<br />
differentiated by operating in this way.<br />
What was the process in getting the Concession?<br />
2009 was the first year of forest concessions in Brazil. My<br />
partner is a Forestry Engineer, a very able person, called<br />
Evandro José Muhlbauer. I saw a lot of ability in him, so when<br />
I asked him to work with me, I proposed a joint company.<br />
Things started to work out well and he suggested that we bid<br />
on a concession. I said: Let's try, but it's going to be virtually<br />
impossible. We went through all the processes, which began<br />
in 2007, and in the end, it all worked out. But I can assure you<br />
it was not easy, you have to prove in every way that you have<br />
nothing to hide in any sphere. A public forest concessionaire<br />
has to be totally clean.<br />
How did you go about establishing Madeflona, the company<br />
that currently manages the Jamari Flona concession?<br />
Madeflona was established in 2007 with the aim of working<br />
with timber from a forest concession, by means of a contract<br />
for the formation of a consortium of lumber companies<br />
in the State of Rondônia, amongst them Madeireira Litorania,<br />
founded in 1991 and, currently majority and controlling<br />
partner. In October 2008, on the verge of signing the concession<br />
contract, Madeflona was legally constituted. Legally<br />
structured, it began activities in the Forest Management Unit<br />
(UFM). In 2009, Ibama approved the UFM Sustainable Forest<br />
Management Plan (SFMP) (license). In the first bidding process<br />
for the Flona Jamari, Madeflona was winner of UFM no.<br />
1, with a 17,178 ha area. To begin harvesting activities, Ibama<br />
issued Harvesting Authority on September 20, 2010, being<br />
the first forest concession in Brazil. The first load of timber<br />
from a forest concession in Brazil left the forest on November<br />
26, 2010, and from the Madeflona concession area. In September<br />
2012, the Company began an ambitious project for<br />
the expansion of the supply of raw material, exclusively from<br />
forest concessions, by competing for more concessions where<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
31
ENTREVISTA<br />
So it pays to leave the Cedar timber in the forest, for example?<br />
This year, we reduced the harvest by 20 thousand m³, to avoid<br />
losses. It’s a shame, as this interferes with the long-term planem<br />
um ambicioso projeto, a ampliação do suprimento de<br />
matéria-prima com exclusividade em madeira de concessão<br />
florestal, através da concorrência na qual logramos êxito<br />
na em outras duas UMF. A primeira com 55.014 ha e outra<br />
com 32.757 ha. Em junho de 2013, a Madeflona consolidou<br />
104.949 ha, a maior detentora de Pmfs do Estado de Rondônia<br />
e entre as maiores do Brasil. Quando se trata de concessões<br />
florestais hoje, a empresa detém a maior área em atividade<br />
exploratória do país.<br />
Como foi a mudança de realizar o manejo florestal em área<br />
privada e sob regime de concessão?<br />
O madeireiro privado tem muita dificuldade de cumprir todas<br />
as exigências legais. Já na concessão é possível conseguir os<br />
documentos nas datas certas. Nossa relação com os órgãos<br />
ambientais é muito melhor. Quando se tem que protocolar<br />
um projeto, por exemplo, eles devolvem a autorização na data<br />
correta, sem problemas. Na área privada o mesmo projeto leva<br />
dois até três anos para ser aprovado, enquanto na concessão<br />
em 60 dias ele é aprovado. Então não tem motivo para trabalhar<br />
fora da legalidade porque as coisas andam. Todos os<br />
fatores são favoráveis para se trabalhar legalmente.<br />
Como conseguir retorno financeiro no manejo florestal, uma<br />
atividade bastante complexa, e principalmente em regime de<br />
concessão, no qual deve-se obedecer uma série de normas?<br />
Olha, a maior complicação na verdade é o mercado paralelo. O<br />
problema é que para mim, por exemplo, um m³ (metro cúbico)<br />
de madeira tem custo de mil reais. Estou falando do custo para<br />
retirar da floresta e beneficiar. A mesma madeira é vendida<br />
pelo mercado paralelo abaixo de R$ 700 o m³. A concorrência<br />
desleal traz um grande problema. Uma madeira top como<br />
ipê e outra como o cedrinho, que seria uma madeira de valor<br />
baixo, para mim têm o mesmo custo no manejo. Enquanto o<br />
ipê é vendido por R$ 4.000 a R$ 5.000 o m³, no cedrinho não<br />
consigo mercado que pague mil reais o m³, enquanto que o<br />
paralelo vende por R$ 700 o m³. Se todos tivessem o mesmo<br />
custo que tenho, eles com certeza iriam vender por R$ 1.100<br />
a R$ 1.200 o m³, que é o preço compatível com o custo e a<br />
margem de lucro.<br />
we succeededy in being granted two other UFM’s. The first with<br />
55,014 ha and another with 32,757 ha. In June 2013, Madeflona<br />
had a consolidated area of 104,949 ha, the largest holder of<br />
SFMP in the State of Rondônia and amongst the largest in Brazil.<br />
When it comes to forest concessions today, the Company holds<br />
the largest area in activity in the Country.<br />
What changes took place as to carrying out Forest Management<br />
in a concession area when compared to a private area?<br />
A private forestry operation has a much greater difficulty in complying<br />
with all legal requirements. For a Concession, the documents<br />
are received on a timely basis on the date promised. Our<br />
relationship with the environmental agencies is much better.<br />
When we have to submit a project, for example, authorization<br />
is given on the set date, no problem. For private area, the same<br />
project takes two to three years to be approved, while for the<br />
Concession, it takes just 60 days. So, there's no reason to work illegally<br />
because the bureaucracy works. All factors are favorable<br />
to working legally.<br />
How to you manage to get a financial return from Forest Management,<br />
a complex activity, especially under a concession regime,<br />
in which one must obey a number of Standards?<br />
Look, the biggest complication is actually from the parallel market.<br />
For me, for example, the problem is that one m³ of timber<br />
has a R$ 1 thousand cost. I'm talking about the cost to remove<br />
the timber from the forest and process it. On the parallel market,<br />
the same timber is sold below R$ 700 per m³. Unfair competition<br />
creates a large problem. Top grade timber such as Ipê or<br />
another such as Cedar that has a low value to me have the same<br />
cost under Management. While the Ipê is sold for between R$ 4<br />
thousand and R$ 5 thousand per m³, while for Cedar I can't find<br />
a market that will pay R$ 1 thousand per m³ and the parallel<br />
sells it for R$ 700 per m³. If everyone had the same cost that I<br />
have, they certainly would sell it for between R$ 1,100 and R$<br />
1,200 per m³, which is a price compatible with the cost plus profit<br />
margin.<br />
"Sabia o que a indústria de móveis precisava, por isso<br />
fui bem sucedido no novo empreendimento: pontualidade<br />
e qualidade da madeira"<br />
32<br />
www.referenciaflorestal.com.br
GARRA FLORESTAL TMO<br />
LINHA PESADA<br />
A TMO Forest oferece ao<br />
mercado florestal sua nova linha<br />
de Garras com componentes<br />
reforçados e fabricados em<br />
aços especiais que garantem<br />
maior durabilidade e resistência<br />
ao implemento. Além disso, a<br />
TMO usou toda a sua<br />
experiência para oferecer ao<br />
mercado o conjunto Traçador<br />
que instalado nas Garras<br />
oferece alta produtividade no<br />
traçamento de madeira.<br />
GARRA TRAÇADORA<br />
www.tmo.com.br tmo@tmo.com.br<br />
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Caçador - SC 49 3561-6000<br />
SEU PARCEIRO FLORESTAL
ENTREVISTA<br />
Então compensa mais deixar o cedrinho da floresta, por<br />
exemplo?<br />
Neste ano reduzimos o volume da safra em 20 mil m³ para<br />
evitar prejuízos. Pena, que isso interfere no planejamento<br />
em longo prazo, pois somente quando fechar o ciclo de corte<br />
poderemos retirar as madeiras não colhidas no primeiro ciclo.<br />
Tal medida interfere no custo fixo da atividade.<br />
Quais cuidados o concessionário tem que tomar e que são<br />
diferentes de quem trabalha às margens da lei?<br />
Todos os procedimentos de colheita de madeira são realizados<br />
em conformidade com as técnicas de exploração de impacto<br />
reduzido, em conformidade com a legislação vigente, em<br />
equilíbrio com os meios sociais e ambientais, desta forma<br />
garantindo que a floresta seja mantida em pé e gerando benefícios<br />
econômicos.<br />
Atualmente onde estão os principais clientes?<br />
Vendemos hoje de 40 a 45% para o mercado interno e o restante<br />
é comercializado para o mercado externo. O mercado interno<br />
geralmente coloca o preço como quesito mais importante,<br />
o que dificulta a concorrência com produtos ilegais. Já, quanto<br />
ao mercado externo sofremos a instabilidade da moeda,<br />
diminuindo a possibilidade de contratos longos e volumosos.<br />
Então na sua opinião, o mais correto seria intensificar o<br />
controle nos ilegais e utilizar ferramentas para privilegiar<br />
os legais?<br />
Sim, a cada dia é desenvolvida novas tecnologia e experiências<br />
de fiscalização, isso deve ser colocado em prática. Mais o<br />
que deve ser lembrado é que o maior fiscal do nosso negócio<br />
sempre será nós mesmos, através da consciência ambiental e<br />
respeito aos valores da ética e da moral. Quando cometemos<br />
um erro, devemos corrigir, e confiar no sistema para que estudemos<br />
uma solução em conjunto.<br />
Imagina que serão feitas ações para diminuir essa concorrência<br />
tão desleal?<br />
O governo está preparando algumas medidas, nas concessões<br />
está sendo implementada o novo sistema de cadeia de custódia,<br />
que irá permitir o rastreamento a partir de um fardo de<br />
ning, because when the cutting cycle ends, we have to remove<br />
the unharvested timber from the first cycle. And this<br />
impacts the fixed cost of the activity.<br />
What care has to be taken that is different from that taken<br />
by those who work on the margins of the law?<br />
All timber harvest procedures are carried out in accord with<br />
the techniques of reduced impact exploitation, in accord with<br />
current legislation, in balance with the social and environmental<br />
factors, thus ensuring that the forest is maintained,<br />
generating economic benefits.<br />
Currently, where are the main customers?<br />
Today we sell 40 to 45% in the domestic market and the rest is<br />
sold abroad. The domestic market generally makes the price<br />
as the most important item, making it difficult to compete<br />
with illegal products. Now, as for the external market, we suffer<br />
the instability of currency, which impacts the feasibility of<br />
long term and volume contracts.<br />
So in your opinion, the most correct thing to do would be to<br />
intensify the control of illegal harvesting and use tools for<br />
favoring legal harvesting?<br />
Yes, every day new oversight technologies and experiences<br />
are developed, and these must be put into practice. Further,<br />
what we must remember that the best oversight of our business<br />
will always be caried out by ourselves, through environmental<br />
awareness and respect for ethical values and morals.<br />
When we make a mistake, we should correct it, and trust the<br />
system to study a solution together.<br />
Do you think actions will be taken to reduce this so disloyal<br />
competition?<br />
The Government is preparing several measures, where a new<br />
chain-of-custody system is being implemented for the concessions,<br />
which will allow a timber cargo to be traced from<br />
the point of harvest, through a mobile application using a QR<br />
Code Reader.<br />
Are forest and processing residues being made use of?<br />
The timber residues from harvesting are left on site for nutri-<br />
"Quando se trata de concessões florestais hoje,<br />
a Madeflona detém a maior área em atividade<br />
exploratória do país"<br />
34<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
madeira até o ponto de colheita da árvore, por meio de um<br />
aplicativo de celular com leitor QR Code.<br />
É possível aproveitar os resíduos florestais e do beneficiamento?<br />
O material lenhoso residual da exploração florestal fica no local<br />
de extração para ciclagem de nutrientes. O material lenhoso<br />
residual da serraria (lenha) é comercializado com frigoríficos,<br />
laticínio, secadores de soja, cerâmicas e torrefação de café.<br />
Parece que a palavra madeireiro não precisa vir acompanhada<br />
de ilegal para já ser pejorativa. Chegou a sofrer preconceito?<br />
Isso ainda acontece com frequência?<br />
Já fui abordado no hotel desta maneira. Quando estava fazendo<br />
minha ficha de entrada coloquei como profissão industrial<br />
madeireiro. O rapaz da recepção fez uma brincadeira de mau<br />
gosto: “olha aí mais um cupim da Amazônia”. Os meus filhos<br />
quando chegavam do colégio me perguntavam se eu era<br />
bandido porque a professora deles dizia que madeireiro era<br />
bandido. Acho que por isso meus filhos nunca quiseram dar<br />
continuidade a meu trabalho. Eu realmente tinha um certo<br />
receio de dizer que era madeireiro. Mas hoje tenho orgulho<br />
porque tenho condições de rebater qualquer acusação. A<br />
concessão me deu esse respaldo.<br />
São 40 anos de concessão, é muito tempo. Como é iniciar um<br />
projeto o qual, provavelmente, não verá concluído? Chega<br />
a pensar nisso ou não fica filosofando muito sobre o tema?<br />
Se pensasse assim, não teria filho. Porque vou morrer e ele<br />
vai ficar vivo (risos), concorda comigo? Faço como se fosse<br />
ficar vivo até lá, mesmo sabendo que isso não vai acontecer.<br />
Tenho 62 anos hoje, quando tinha 20 não tinha coragem de<br />
plantar café porque demoraria três anos para poder colher.<br />
Com 52 anos fiz um reflorestamento de teca. Sei lá se vou<br />
poder colher ou não. Olha como somos contraditórios. Com<br />
20 anos não tinha coragem de plantar café porque demorava<br />
demais, hoje tenho projetos de 40 anos. Quando somos jovens,<br />
somos imediatistas.<br />
ent recycling. The woody material residue from the sawmill<br />
is sold to slaughter houses, dairies, soy dryers, ceramic produces<br />
and coffee roasters.<br />
It would appear that the words “forest operator” need not<br />
be accompanied by illegal to be pejorative. Have you ever<br />
suffered any bias? Does this still happen, often?<br />
This happened in a hotel. When I was completing my checkin,<br />
I put industrial forestry as my profession. The receptionist<br />
made a bad joke: “one more termite from the Amazon”. My<br />
children when they came home from high school used ask me<br />
if I were a bad guy, because their teacher said that those who<br />
worked in the forest were bad guys. I think that's why my children<br />
never wanted to continue on with my work. I really used<br />
to have a certain fear of saying I worked in the forest. But<br />
today I'm proud of it, because it affords me an opportunity<br />
to refute any accusations. The concession has given me this<br />
endorsement.<br />
The concession is for 40 years, that’s a long time. How can<br />
you begin a project where you probably won't see the end?<br />
Do you think about this or just don’`t philosophize a lot on<br />
the subject?<br />
If we thought like this, we wouldn’t have children. Because<br />
I'm going to die and they will still be alive (smiling), don’t you<br />
agree with me? I do everything as if I am going to be alive<br />
until then, even though that's not going to happen. I'm 62<br />
years old today, when I was 20 I didn’t have the courage to<br />
grow coffee because it would take three years to be able to<br />
harvest the crop. At 52, I created a teak reforestation. I don't<br />
know if I will harvest it or not. Look how we are contradictory.<br />
At 20, I didn’t have the courage to grow coffee because it took<br />
too long, and today I am undertaking 40-year projects. When<br />
we're young, we look for the immediate.<br />
Quando estava fazendo minha ficha de entrada do hotel<br />
coloquei como profissão industrial madeireiro. O rapaz<br />
da recepção fez uma brincadeira de mau gosto: “olha aí<br />
mais um cupim da Amazônia”<br />
36<br />
www.referenciaflorestal.com.br
TECNOLOGIA E<br />
PRODUTIVIDADE<br />
EM TERRENOS<br />
DIFÍCEIS<br />
875<br />
O Komatsu 875 tem capacidade de carga de 16<br />
toneladas e tração 8x8. O guincho é equipado com<br />
cabo de 14 ou 15 mm. A grua possui grande torque o<br />
que facilita o carregamento em áreas acidentadas.<br />
911<br />
O Komatsu 911 tem tração 6x6 e guincho equipado com cabo de 14 ou 15 mm.<br />
A grua possui grande torque de levantamento facilitando operação em áreas<br />
declivosas. A cabine tem nivelamento automático. A grua está posicionada ao<br />
lado da cabine, oferecendo grande visibilidade ao operador. O sistema exclusivo<br />
de três bombas hidráulicas permite performance muito superior aos<br />
concorrentes. Pode trabalhar com cabeçotes Komatsu S92, S132 , C144 ou V132.<br />
2JUST FOREST NO 1 • 2011<br />
www.komatsuforest.com.br
PRINCIPAL<br />
Para<br />
qualquer<br />
terreno<br />
Fotos: Komatsu<br />
38<br />
www.referenciaflorestal.com.br
LANÇAMENTOS DA KOMATSU<br />
FOREST AMPLIAM A<br />
COMPETITIVIDADE NA COLHEITA<br />
FLORESTAL<br />
OVER ANY<br />
TERRAIN<br />
KOMATSU FOREST NEW<br />
EQUIPMENT INCREASE<br />
COMPETITIVENESS IN FOREST<br />
HARVESTING<br />
C<br />
omo de costume o ano termina com lançamentos de<br />
máquinas da Komatsu Forest. O destaque é o harvester<br />
931XC com tração nas oito rodas. Seguindo a<br />
linha 8x8, outro modelo novo é o forwarder 875. Completando<br />
as novidades está o harvester 911, 6x6, com guincho e a<br />
PC200F que vem com cabine florestal de fábrica. A engenharia<br />
sueca focou na potência das máquinas aliado ao baixo consumo.<br />
A ideia foi preparar as máquinas para altas produtividades<br />
mesmo em terrenos inclinados e de difícil locomoção.<br />
Tudo isso com base no que há de mais recente em tecnologia.<br />
O grande lançamento da Komatsu neste ano, e que começa<br />
a chegar nas empresas brasileiras a partir de 2017, sem<br />
dúvida é o 931XC. Ele é uma evolução do conhecido harvester<br />
931 com melhorias significativas. A linha XC possui DSB (bogie<br />
de suspensão dupla). “A vantagem de duas rodas adicionais<br />
é a melhor estabilidade, que permanece constante independente<br />
do terreno”, detalha Lonard dos Santos, diretor de<br />
marketing da Komatsu no Brasil. A suspensão dupla é outra<br />
solução do 931XC para auxiliar na estabilidade da máquina.<br />
Mas o segredo da evolução do novo harvester está no sistema<br />
hidráulico com três bombas. Ele permite que o operador<br />
A<br />
s is the custom, the year ends with new machines<br />
from Komatsu Forest. The highlight this year is the<br />
eight wheel drive 931XC harvester. Completing the<br />
8x8 line is another new model, the 875 forwarder. Completing<br />
the new line are: the 6x6 911 harvester with a winch and<br />
the 200-F PC that comes from the factory with a forest cabin.<br />
Swedish engineering focused on machine power coupled with<br />
low fuel consumption. The idea was to prepare the machines<br />
for high yields even on hilly and difficult to work terrains. All<br />
this based on the latest in technology.<br />
The big Komatsu news this year, without a doubt, is that<br />
in 2017 the 931XC starts to arrive for Brazilian companies. It<br />
is an evolution of the famous harvester 931 with significant<br />
improvements. The CX line has a Double Suspension Bogie<br />
(DSB). “The advantage of two additional wheels is better<br />
stability, which remains constant regardless of the terrain,”<br />
details Lonard dos Santos, Director of Marketing for Komatsu<br />
in Brazil. The double suspension is another 931XC solution to<br />
assist in the stability of the machine.<br />
O 931XC traz melhorias na cabine e no sistema<br />
hidráulico<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
PRINCIPAL<br />
use várias funções da grua e do cabeçote conjuntamente com<br />
toda a potência que o equipamento pode gerar. “É possível<br />
girar a grua, traçar uma tora e manobrar a máquina ao mesmo<br />
tempo”, exemplifica Lonard.<br />
A cabine é espaçosa e está equipada com um assento ergonômico<br />
que gira 180° (graus). Para ampliar ainda mais a visibilidade<br />
do operador, a grua está posicionada lateralmente<br />
e não em frente à cabine, esta estrutura faz movimento de<br />
rotação em 360°. O 931XC também possui sistema de acionamento<br />
sem chave, similar ao dos carros atuais. Ele pode ser<br />
codificado ao perfil do operador no software MaxiXplorer que<br />
gerencia todas as informações da máquina e de quem a está<br />
operando individualmente.<br />
CARGA TOTAL<br />
Complementando a operação dentro da floresta a Komatsu<br />
lançou o forwarder 875 que realiza o baldeio da madeira.<br />
“Não existe nenhum outro modelo com essa capacidade”, assegura<br />
Per Annemalm, diretor de Planejamento de Produto<br />
da Komatsu na Suécia. Ele conta que o novo equipamento era<br />
uma demanda do mercado. “Existia um vazio entra os modelos<br />
com 14 a 15 t e 18 a 20 t, que agora está preenchido.”<br />
Entre os destaques deste lançamento está a performance.<br />
Assim como o novo harvester, o 875 tem tração nas oito<br />
rodas, o que confere mais potência com menor consumo de<br />
combustível. O chassi, a transmissão e a grua são projetados<br />
para o volume de 16 t (toneladas) métricas. A enorme caixa<br />
de carga pode receber o FlexGate, que flexiona ao ser tocado<br />
pela grua e oferece mais visibilidade da parte traseira do<br />
equipamento ao operador. Outro opcional é o FlexBunk, que<br />
permite ajustar a altura dos fueiros conferindo mais espaço<br />
ou diminuindo o centro de gravidade para enfrentar terrenos<br />
com pouca tração e mais inclinados.<br />
O conforto na cabine é outro destaque da máquina, que<br />
pode-se notar tanto no tamanho quanto na ergonomia do assento.<br />
Os mecânicos também não foram esquecidos. Ao abrir<br />
o capô com comando elétrico, o profissional da manutenção<br />
encontra uma plataforma de serviços, na qual estão dispostos<br />
todos os filtros com fácil acesso.<br />
O modelo pode ser equipado com um guincho florestal. O<br />
implemento fica posicionado na parte traseira do forwarder<br />
e é controlado pelo operador de dentro da cabine. Ao ser ancorado<br />
em uma árvore no topo do terreno, ele confere toda<br />
a tração necessária que o 875 opere em áreas bastante ingrimes.<br />
“O novo modelo com 16 t vai tornar as versões com 15 t<br />
obsoletas em alguns anos, assim como o Komatsu 895 com 20<br />
t fez com as máquinas de 18 t”, aposta Per.<br />
Este mesmo implemento pode ser utilizado no harvester<br />
911. Essa é a grande novidade do Komatsu 911, máquina<br />
But the secret in the evolution of the new harvester is in<br />
the hydraulic system with three pumps. It allows the operator<br />
to use various functions of the crane and the head together<br />
with all the power that the equipment can generate. “It is possible<br />
to rotate the crane, cut a log and maneuver the machine<br />
at the same time,” exemplifies the Komatsu Director.<br />
The cabin is spacious and equipped with an ergonomic<br />
seat that rotates 180°. To further expand the operator's visibility,<br />
the crane is positioned laterally, not in front of the<br />
cabin, and this structure rotates 360°. The 931XC also has a<br />
keyless starter system, similar to that of most modern cars<br />
today. It can be coded to operator profile by the MaxiXplorer<br />
software that manages all machine information and each individual<br />
operator.<br />
TOTAL LOAD<br />
Complementing the forest operations, Komatsu launched<br />
the 875 forwarder that handles the timber logs. “There is<br />
no other model with its ability,” says Per Annemalm, Director<br />
of Product Planning for Komatsu in Sweden. He says that<br />
the new equipment was launched to meet market demand.<br />
“There was an empty space between the 14 to 15 ton and the<br />
18 to 20 ton models that is now filled.”<br />
Amongst the highlights of this new equipment is performance.<br />
As well the new harvester, the 875, has eight wheel<br />
drive, which gives the harvester more power with less fuel<br />
consumption. The chassis, transmission and crane are designed<br />
for the 16 metric ton volume. The huge cargo box can<br />
have the FlexGate attached, that flexes when touched by the<br />
crane and offers more visibility from the rear of the equipment<br />
for the operator. Another option is FlexBunk, which<br />
allows you to adjust the height of the stakes giving it more<br />
space or lower the center of gravity to address land with little<br />
traction and rocky terrains.<br />
Cabin comfort is another machine highlight, which can be<br />
noted in both seat size and ergonomics. The mechanics were<br />
also not forgotten. When you open the hood of the electric<br />
command, the maintenance team finds a service platform, on<br />
which all the filters are laid out with easy access.<br />
The model can be equipped with a forest winch. The implement<br />
is positioned on the back of the forwarder and is controlled<br />
by the operator from inside the cabin. When anchored<br />
to a tree on high ground, it provides all the traction necessary<br />
for the 875 to operate on very steep terrains. “The new<br />
16 ton model will make the 15 ton versions obsolete within a<br />
few years, as well as the 20 ton Komatsu 895 with the 18 ton<br />
model,” bets Kamatsu Product Planning Director Per.<br />
This same equipment can be used with the 911 harvester.<br />
This is the novelty for the Komatsu 911, a machine for all uses<br />
40<br />
www.referenciaflorestal.com.br
para todos os usos (desbaste ou corte raso) que agora pode<br />
operar em terrenos ainda mais inclinados e manter a mesma<br />
eficiência dos planos. A grua paralela é rápida e potente, a<br />
facilidade de operá-la a torna ágil no desbaste e faz com que o<br />
motor consuma menos combustível. Esse harvester também<br />
vem com o sistema hidráulico com três bombas, utilizado no<br />
modelo 931XC. O vão livre desta máquina é de 630 mm (milímetros),<br />
o que a torna mais robusta em áreas difíceis, quase<br />
impossível de atolar. A solução técnica inédita da Komasu<br />
permite desacoplar ou acoplar o guincho em somente 15 a<br />
20 minutos aumentando significativamente a versatilidade da<br />
máquina nas operações com ou sem guincho.<br />
PRONTA PARA COLHEITA<br />
Uma das máquinas mais procuradas para a colheita florestal<br />
é a PC200F da Komatsu. A PC200F é realmente um harvester<br />
sobre esteiras e agora pode ser fornecida com cabine<br />
florestal de fábrica. Projetada para equipar o harvester, a<br />
estrutura tubular da cabine confere reforço na resistência e<br />
absorção maximizada de impactos.<br />
A SpaceCab é ampla e espaçosa. A nova concepção de<br />
projeto incluiu um assento com apoio para a cabeça e encosto<br />
reclinável. A altura e inclinação longitudinal são facilmente<br />
(thinning or clear cut) that now can operate on even more<br />
inclined slopes with the same efficiency as on flat land. The<br />
parallel crane is quick and powerful, its ease of operation,<br />
leads to agility in thinning on rough terrains and consumes<br />
less fuel. This harvester also comes with a hydraulic system<br />
with three pumps, same as used in the 931XC model. The span<br />
of this machine is 630 mm, which makes it more robust on<br />
difficult terrain, almost impossible to jam. The unprecedented<br />
Komatsu technical solution allows you to detach or attach the<br />
winch in only 15 to 20 minutes, significantly increasing the<br />
versatility of the machine for the operations with or without<br />
the winch.<br />
READY FOR HARVEST<br />
One of the most popular machines for forest harvesting is<br />
the Komatsu PC200-8F. The PC200-8F is really a harvester on<br />
tracks and can now come from the factory equipped with a<br />
forest cabin. The harvester design includes a tubular structure<br />
for the cabin especially reinforced as to strength and maximizing<br />
impact absorption.<br />
The SpaceCab is ample and spacious. The new design concept<br />
includes a seat with a headrest with a reclining backrest.<br />
Height and longitudinal inclination are easily adjustable by<br />
O modelo 875 cria uma nova categoria entre os<br />
forwarders<br />
O harvester 911 pode ser utilizado para desbaste<br />
e corte raso<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
PRINCIPAL<br />
ajustáveis por meio de uma alavanca que o operador puxa<br />
para cima. É possível ajustar a postura operacional apropriada<br />
do descanso do braço e do console.<br />
Outro ponto forte é a vedação contra ruídos. A cabine<br />
possui ótimo isolamento acústico e ainda conta com inovações<br />
da própria PC200F, como por exemplo, a redução dos<br />
ruídos na fonte e motor. O equipamento hidráulico e ar-condicionado<br />
também são extremamente silenciosos. A nova<br />
cabine florestal é certificada ROPS/FOPS/OPS, e atende integralmente<br />
à NR12 e também à nova legislação das máquinas<br />
florestais quanto ao uso desta cabine.<br />
CLIENTE FIEL<br />
O Grupo Squario confiou praticamente toda a produção<br />
florestal aos equipamentos produzidos pela Komatsu. O<br />
grupo é composto por duas empresas: Sguario <strong>Florestal</strong> S/A,<br />
proprietária e responsável pelo manejo da áreas florestais, e<br />
Sguario Indústria de Madeiras Ltda. Ambas estão localizadas<br />
no município de Nova Campina (SP). As áreas florestais, que<br />
totalizam 13.800 ha (hectares), estão distribuídas por Nova<br />
Campina, Itapeva, Itararé, Ribeirão Branco, Apiaí, Bom Sucesso<br />
de Itararé e Barra do Chapéu, todos no sudoeste do Estado<br />
de São Paulo. Deste total, aproximadamente 8 mil ha são produtivas,<br />
com florestas plantadas de Pinus elliottii, Pinus taeda<br />
e algumas pequenas áreas com eucalipto e outras espécies de<br />
pinus em caráter experimental.<br />
“Possuímos equipamentos Komatsu desde 1998”, recorda<br />
Luiz José Sguario Neto, diretor florestal. Atualmente operam<br />
na colheita da Sguario dois harvesters, um modelo 941.1 6x6<br />
e outro 931 com cabeçote Komatsu 370.2, conjunto recém adquirido.<br />
Além dos fowarders 890.3 e 865, ambos 8x8. “O harvester<br />
931 e forwarder 865 irão substituir um conjunto mais<br />
antigo que será destinado a operações de primeiro desbaste<br />
e também para formação e treinamento de novos operadores<br />
de máquinas florestais.”<br />
O sistema adotado é o CTL (Cut To Lenght) aonde a declividade<br />
permite, o que representa aproximadamente 80% da<br />
área de florestas plantadas pela empresa. “Nos 20% restantes<br />
e em áreas sensíveis, o sistema adotado ainda é o FT (Full<br />
Tree), com motosserras (três operadores), skidder e guincho<br />
florestal”, explica Renato Tadeu de Proença Machado, gerente<br />
florestal. A produtividade no corte raso é de aproximadamente<br />
7.800 t/turno. Já no segundo e terceiro desbastes varia<br />
entre 2.500 a 3.800 t/turno.<br />
“No curto prazo, entre um e dois anos, pretendemos ampliar<br />
o alcance do sistema CTL para aproximadamente 95% da<br />
área de florestas plantadas, com a utilização da tecnologia de<br />
guinchos de sustentação que começou a operar em setembro<br />
de <strong>2016</strong>”, revela Luiz.<br />
means of a lever that the operator pulls up. There are adjustments<br />
for the operating posture appropriate for the arm rests<br />
and console.<br />
Another strong point is the insulating seal against noise.<br />
The cabin has good sound insulation and still counts on the<br />
innovations of the PC200F itself, as for example, source and<br />
engine noise reduction. The hydraulic equipment and air<br />
conditioning are also extremely quiet. The new forest cabin<br />
is ROPS/FOPS/OPS certified, and fully meets the NR12 requirements<br />
and also the new forestry machinery legislation<br />
regarding the use of this type of cabin.<br />
LOYAL CUSTOMER<br />
Virtually all forest production equipment used by the<br />
Squario Group has been entrusted to Komatsu Forest. The<br />
Group consists of two companies: Sguario <strong>Florestal</strong> S/A.,<br />
owner and responsible for the management of forested areas,<br />
and Sguario Indústria de Madeiras Ltda. Both are located<br />
in the Municipality of Nova Campina (SP). The forest areas,<br />
totaling 13,800 hectares (ha), are distributed with in the Municipalities<br />
Nova Campina, Itararé, Itapeva, Ribeirão Branco,<br />
Apiaí, Bom Sucesso de Itararé and Barra do Chapéu, all in the<br />
southwest of the State of São Paulo in Brazil. Of this total, approximately<br />
8 thousand ha are productive, with planted forests<br />
of Pinus taeda and Pinus elliottii, plus some small areas<br />
with eucalyptus and other species of pine, on a trial basis.<br />
“We have used Komatsu equipment since 1998,” says Luiz<br />
José Sguario Neto, Director of Forestry. Currently, Sguario<br />
uses two harvesters, one a 6 x 6 model 941.1, and the other,<br />
a model 931 with a Komatsu 370.2 head, recently acquired. In<br />
addition there are the 890.3 and 865 forwarders, both 8 x 8.<br />
“The 931 harvester and 865 forwarder will replace the older<br />
equipment that will be used for the first thinning operations<br />
and also for the training of new forestry machine operators.”<br />
The Cut-to-Length (CTL) system has been adopted where<br />
the slope allows, which represents approximately 80% of the<br />
Company’s planted forest areas.” For the remaining 20% and<br />
in sensitive areas, the Full Tree system is still used, with chain<br />
saws (three operators), skidder and forestry winch,” explains<br />
Renato Tadeu de Proença Machado, Forestry Manager. Productivity<br />
for clear cut is approximately 7,800 mt per shift. For<br />
2nd and 3rd thinning, productivity varies between 2,500 to<br />
3,800 mt per shift.<br />
“In the short term, between one and two years, we plan<br />
to extend our CTL system to approximately 95% of the planted<br />
forest area, with the use of winch support technology, we began<br />
to use in September <strong>2016</strong>,” reveals Sguario Director of<br />
Forestry, Luiz Neto.<br />
Since Sguario began to carry out mechanized forest har-<br />
42<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Desde o início do desenvolvimento dos métodos de colheita<br />
florestal mecanizada da Sguario - o que ocorreu efetivamente<br />
a partir de 1998 com a compra do primeiro mini<br />
skidder e mini slasher – a empresa sempre teve o apoio da<br />
Komatsu Forest Brasil. “Naquela época, e durante todos estes<br />
anos, a Komatsu sempre nos deu suporte e orientação, por<br />
meio de visitas a nossas operações, dando oportunidade de<br />
visitarmos outras operações dentro e fora do Brasil, visitas à<br />
fábrica em Umeå (Suécia) e a diversas feiras florestais.”<br />
Com relação aos harvesters e forwarders da Komatsu os<br />
gestores florestais da Sguario destacam que são máquinas<br />
simples de operar e de fácil manutenção.<br />
“A vinda da Komatsu e a implantação da filosofia e dos<br />
conceitos de produção japonesa trouxeram uma preocupação<br />
ainda maior com os detalhes de projeto, fabricação e<br />
operação das máquinas”, ressalta Luiz. Com relação aos serviços,<br />
a empresa sempre teve pronto atendimento. “Não me<br />
recordo de casos de não haver peças de reposição ou em caso<br />
de não estarem disponíveis no estoque em Curitiba (PR).”<br />
vesting methods, which effectively occurred in 1998 with the<br />
purchase of the first mini skidder and mini slasher, the Company<br />
has always had the support of Komatsu Forest Brasil.<br />
“At that time, and during all these years, Komatsu has always<br />
provided us with support and guidance, through visits to our<br />
operations, giving us the opportunity to visit other operations<br />
inside and outside Brazil and visits to the factory in Umeå<br />
(Sweden), and to various forestry fairs.”<br />
With regard to Komatsu Forest harvesters and forwarders,<br />
the Sguario forest managers note that the machines are<br />
simple to operate and easy to maintain. “The arrival of Komatsu<br />
and the implementation of the philosophy and concepts<br />
of Japanese production led to an even greater concern with<br />
design, manufacture and machine operation details,” says<br />
Sguario Director of Forestry, Luiz Neto. With regard to service,<br />
Komatsu has always had somebody on-hand to meet our<br />
service needs. “I don't recall cases where there have been no<br />
spare parts, or cases where they are not available in stock, in<br />
Curitiba (PR).”<br />
O guincho pode ser equipado no forwarder 875 e no<br />
harvester 911<br />
A Sguario vai ampliar a mecanização da colheita<br />
com o uso de guinchos<br />
“PODEMOS CONSIDERAR QUE UM<br />
BOM PERCENTUAL DO POUCO<br />
QUE CONHECEMOS HOJE SOBRE<br />
MECANIZAÇÃO DEVEMOS À PACIÊNCIA<br />
E DEDICAÇÃO PARA COM A SGUARIO<br />
DA KOMATSU FOREST BRASIL,<br />
PRINCIPALMENTE NA PESSOA DO<br />
LONARD”<br />
Harvester sobre esteira PC200F tem a oção de cabine<br />
florestal de fábrica<br />
LUIZ JOSÉ SGUARIO NETO, DIRETOR FLORESTAL<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
43
SILVICULTURA<br />
Floresta,<br />
Foto: Embrapa<br />
boi e soja<br />
44<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: Embrapa<br />
ESTUDO MOSTRA<br />
QUE CULTIVO<br />
CONSORCIADO<br />
COM TECA TEM<br />
RETORNO MAIOR<br />
DO QUE PLANTIO<br />
ISOLADO<br />
O<br />
sistema de consórcio de culturas vem se mostrando<br />
mais rentável do que o investimento em<br />
uma única atividade. Pesquisadores estudaram<br />
o modelo que reuniu lavoura, pecuária e o plantio de teca,<br />
na Fazenda Gamada, em Nova Canaã (MT). Apesar do<br />
experimento ser recente, iniciado em 2009, levando em<br />
conta o ciclo da espécie florestal escolhida, os resultados<br />
apontaram rentabilidade anual de 7,16%, somente com a<br />
teca.<br />
Para ter noção do tamanho da atividade, atualmente<br />
o Brasil possui 11,5 milhões de ha (hectares) com a Ilpf<br />
(Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), segundo levantamento<br />
encomendado pela Rede de Fomento Ilpf. No<br />
estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Agropecuária,<br />
Rede Fomento Ilpf e Instituto Matogrossense de<br />
Economia Agropecuária, o sistema com teca foi implantado<br />
em uma área que já havia recebido agricultura (arroz/<br />
soja) por vários anos, a qual possuía pastagem nos dois<br />
anos anteriores à implantação do sistema. A área de integração,<br />
de caráter experimental, equivale a 78 ha e foi<br />
dividida em 10 módulos com configurações e espécies florestais<br />
distintas. Nesse trabalho, foi avaliado o tratamento<br />
com teca, que possui 5 ha, sendo 30,8% dessa área ocupada<br />
pela floresta e os outros 69,2% ocupados por lavoura/<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
45
SILVICULTURA<br />
pecuária. As árvores estão dispostas em linhas triplas com<br />
espaçamento 3x2x20 m (metros).<br />
Nos dois primeiros anos, após a introdução das mudas<br />
no campo, realizou-se o plantio de arroz e soja e, a<br />
partir do terceiro ano, os animais, da raça nelore e rúbia<br />
galega entraram no sistema. Os pastos, estabelecidos<br />
após o plantio da lavoura, sustentaram altas lotações,<br />
permitindo que fosse realizada engorda na área, nos três<br />
primeiros anos da pecuária dentro da Ilpf. A medida que<br />
o componente florestal foi se desenvolvendo, a capacidade<br />
de suporte do pasto foi diminuindo. Como estratégia<br />
para superar essa limitação, a partir do sexto ano após a<br />
implantação do sistema, apenas a recria dos animais foi<br />
realizado na integração. Além disso, o primeiro desbaste<br />
seletivo foi realizado no 4º ano e o segundo no 8º ano<br />
após o estabelecimento do sistema, com o objetivo de<br />
diminuir o sombreamento sobre o pasto, e a competição<br />
intraespecífica das árvores.<br />
Ainda que esse ciclo de oito anos seja um período<br />
relativamente muito curto para a avaliação final de um<br />
sistema com teca, por meio de indicadores de viabilidade<br />
econômico-financeiros Vpla (Valor Presente Líquido anualizado),<br />
Roia (Retorno sobre o Investimento anualizado) e<br />
IL (Índice de Lucratividade) foi possível avaliar a rentabilidade<br />
do sistema. Os resultados encontrados demonstram<br />
que o retorno ao produtor seria de R$ 0,72 para cada R$<br />
1,00 investido, considerando um sistema implementado<br />
em 2009, com investimento de R$ 1.151.642,80 (valor que<br />
inclui maquinário e benfeitorias de lavoura e pecuária a<br />
preços de 2009).<br />
Com o retorno dos dois desbastes realizados nos oito<br />
primeiros anos, obteve-se a receita bruta de R$ 6.350,12<br />
/ha, contabilizando apenas a floresta. De acordo com os<br />
pesquisadores, o Vpla de R$ 152,47/ha /ano é positivo na<br />
comparação com plantio de teca solteira, considerando<br />
um horizonte de 25 anos. “No Brasil são realizados desbastes<br />
na teca aos 5, 10, 15 e 20 anos, e a madeira proveniente<br />
dos primeiros desbastes são utilizadas como lenha,<br />
gerando custos maiores que as receitas. Sendo assim,<br />
muito provavelmente no oitavo ano o cenário ainda não<br />
Foto: Embrapa<br />
CONSORCIAR DIFERENTES<br />
CULTURAS CONFERE AO<br />
PRODUTOR RENDIMENTOS<br />
IMEDIATOS E NO LONGO PRAZO<br />
46<br />
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Foto: Embrapa<br />
NESTE SISTEMA O EUCALIPTO<br />
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produzir de forma sustentável”<br />
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fornecem, como a madeira, e os serviços ambientais vitais que prestam,<br />
como a produção de água e regulação do clima.<br />
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e estágios; visitas técnicas; campus experimental bem<br />
estruturado com viveiro, setor madeireiro, agroflorestas,<br />
áreas de preservação permanente, eucaliptais e<br />
fragmentos florestais; e a formação de profissionais<br />
conscientes da importância das florestas e do seu<br />
papel na manutenção da vida no planeta terra!
SILVICULTURA<br />
se apresentaria rentável para cultivos exclusivos”, concluíram.<br />
Para que a geração desses indicadores fosse possível,<br />
construiu-se o fluxo de caixa do sistema com teca extrapolando<br />
os dados coletados, na área de 5 ha, para uma área<br />
de 1000 ha, levando em conta as características das propriedades<br />
de pecuária na região norte do Mato Grosso,<br />
segundo o Imea (Instituto Mato Grossense de Economia<br />
Agropecuária).<br />
“A atividade consorciada traz benefícios para o plantio<br />
florestal como incremento e diversificação da renda dos<br />
produtores pela comercialização ou o uso dos produtos<br />
florestais na propriedade”, aponta o pesquisador da Embrapa<br />
Agrossilvipastoril, Helio Tonini. De acordo com ele,<br />
a integração das árvores com os cultivos agrícolas e pecuária<br />
traz benefícios complementares já que a lavoura e a<br />
pecuária podem cobrir o fluxo as despesas que ocorrem<br />
durante o ciclo de corte do plantio florestal. Mais do que<br />
o retorno financeiro, a Ilpf traz benefícios a todos os integrantes<br />
do sistema. Como as árvores possuem raízes<br />
mais longas, elas absorvem nutrientes em camadas mais<br />
profundas do solo, onde nem a lavoura nem a pastagem<br />
são capazes de fazê-lo. O componente arbóreo potencializa<br />
o uso dos insumos e ainda funciona como uma bomba,<br />
trazendo os nutrientes de camadas mais fundas para<br />
a superfície, fazendo a chamada ciclagem de nutrientes.<br />
Outro benefício é geração de sombra e conforto térmico<br />
para o gado. “Pesquisa recente da Embrapa Agrossilvipastoril<br />
mostrou que mesmo bois Nelore, mais resistentes ao<br />
calor, tiveram ganho de peso maior quando tinham acesso<br />
à sombra. Além disso, levantamentos feitos no mesmo experimento<br />
mostraram que os bois ficaram 90% do tempo<br />
de ruminação e 76% do seu período de ócio na sombra”,<br />
destaca o pesquisador.<br />
BOI NA SOMBRA<br />
Os melhores resultados em Ilpf têm sido obtidos por<br />
produtores com perfil de silvicultor, que já têm tradição<br />
Foto: Embrapa<br />
O GADO QUE SE BENEFICIA<br />
COM A SOMBRA DAS ÁRVORES<br />
GANHA EM RENDIMENTO<br />
48<br />
www.referenciaflorestal.com.br
no ramo florestal e em regiões com mercado para produtos<br />
já estabelecido em áreas próximos à indústrias de<br />
base florestal. “Até o momento, o eucalipto é a espécie<br />
mais utilizada devido ao grande número de genótipos/fenótipos<br />
disponíveis que permitem a seleção de indivíduos<br />
com características desejáveis para atender aos objetivos<br />
de produção e que são adaptados às condições climáticas<br />
brasileiras; a sua multiplicidade de usos em produtos madeireiros<br />
e não madeireiros (folhas e produtos extrativos);<br />
rápido crescimento, elevada produtividade e o domínio<br />
tecnológico.” As demais espécies ainda atendem a mercados<br />
mais regionalizados como é o caso da teca em Mato<br />
Grosso.<br />
O pesquisador da Embrapa Agropecuária lembra que<br />
é preciso fazer um estudo da viabilidade econômica e do<br />
modelo a ser adotado para que maximize os resultados.<br />
“A opção por maior número de árvores, por exemplo,<br />
pode resultar na diminuição da produção dos outros componentes<br />
do sistema (grãos e carne), e as receitas oriundas<br />
do componente florestal devem ser suficientes para<br />
cobrir ou superar estas eventuais perdas. Porém, deve-se<br />
enfatizar que o principio básico é o de que a disposição de<br />
plantio das árvores mais indicada não deve impactar negativamente<br />
os outros componentes do sistema”, alerta.<br />
Foto: Embrapa<br />
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Fotos: divulgação<br />
50<br />
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<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
51
PESQUISA<br />
P<br />
ode parecer conto de fadas, mas não é, o assunto é<br />
sério. Pesquisadores comprovaram que as plantas<br />
trocam informações importantes para se ajudarem.<br />
Elas utilizam diversos meios para se comunicar, alguns bem<br />
complexos que lembram o filme Avatar. O principal assunto<br />
da floresta são alertas contra pragas, avisos que há restrição<br />
hídrica e até presença ou ausência de determinados<br />
nutrientes no solo. Porém, os estudos são recentes e a teoria<br />
da internet das plantas ainda sofre resistência de parte da<br />
comunidade científica. Por outro lado, se o setor produtivo<br />
entender melhor o processo e construir meios de interagir<br />
com as árvores abre um campo enorme para ampliar a produtividade,<br />
qualidade e a saúde das florestas.<br />
O assunto é estudado há várias décadas por pesquisadores<br />
do Canadá e EUA (Estados Unidos da América), países<br />
que mostraram avanços no entendimento da comunicação<br />
das plantas. Os autores Paul Stamets e Suzanne Simard deram<br />
destaque para a interação dos indivíduos por meio dos<br />
fungos que possuem uma rede de micélios. Estes pequenos<br />
filamentos, que ficam espalhados pelo solo, ajudam a conectar<br />
diferentes plantas, como uma rede de fibra ótica.<br />
No Brasil, entre os nomes que têm autoridade para falar<br />
do tema estão Gustavo Maia Souza, professor titular do<br />
Departamento de Botânica, Ufpel (Universidade Federal de<br />
Pelotas), no Rio Grande do Sul, e Gabriel Ricardo Aguilera<br />
de Toledo, doutorando do programa de pós-graduação em<br />
fisiologia vegetal, Ufpel. Eles estão envolvidos com assunto<br />
há mais de 10 anos e possuem pesquisas na área concluídas<br />
em 2011 e 2013.<br />
Em um dos estudos eles comprovaram que a muda do<br />
eucalipto híbrido Urograndis têm capacidade de distinguir as<br />
raízes que pertencem à própria planta daquelas que são de<br />
outra muda, e que essa capacidade muda com as condições<br />
ambientais de disponibilidade de água. Outro trabalho semelhante,<br />
orientado pelo professor Gustavo, teve o objetivo de<br />
avaliar a habilidade do auto e da não-auto referência entre<br />
plantas com diferentes níveis de variabilidade genética. Ou<br />
seja, quanto maior o grau de variabilidade genética maior é a<br />
capacidade de discriminação das raízes, o que resulta na variação<br />
maior dos parâmetros biométricos, morfológicos e de<br />
estabilidade no desenvolvimento. Esta pesquisa foi realizada<br />
com Eucalyptus urophylla.<br />
Além da interação por meio dos fungos, os pesquisadores<br />
apontam múltiplas plataformas utilizadas pelas plantas<br />
para interagirem. “Talvez o meio melhor caracterizado seja<br />
através da emissão de compostos voláteis que se difundem<br />
no ar, que se espalham nos arredores e acabam por atingir<br />
outras árvores, da mesma espécie ou até de espécies diferentes”,<br />
detalha Gustavo. Ao receber o sinal (molécula) a planta<br />
dispara um conjunto de reações que alteram o metabolismo<br />
FUNGOS SÃO<br />
COMPONENETES<br />
IMPORTANTES NA<br />
COMUNICAÇÃO<br />
DAS ÁRVORES<br />
52<br />
www.referenciaflorestal.com.br
das células e sua fisiologia. Os casos mais conhecidos e comuns<br />
desse tipo de comunicação ocorrem quando as folhas<br />
de uma árvore são predadas por animais de grande porte ou<br />
insetos. “Após a herbivoria iniciar, as plantas predadas emitem<br />
compostos gasosos, principalmente jasmonatos (hormônios<br />
utilizados pela planta como sinal de perigo), eileno<br />
e os compostos voláteis de folhas verdes, que ao entrar em<br />
contato com outras árvores leva ao aumento da produção de<br />
compostos de defesa (toxinas ou substâncias impalatáveis)<br />
que protegem esses indivíduos da herbivoria”, exemplifica<br />
Gabriel.<br />
O sinal emitido por um indivíduo serve para preparar outros,<br />
que podem antecipar o ataque de animais ou pragas e<br />
diminuir as perdas e os danos. Além de alertar as demais, a<br />
própria planta que está sendo predada se beneficia quando<br />
módulos não atingidos entram em contato com o volátil, que<br />
passam a produzir os compostos de defesa. “Existem casos<br />
mais fascinantes, como o exemplo de plantas que emitem voláteis<br />
que atraem os predadores ou parasitas das pragas que<br />
estão as atacando. Isso acontece inclusive embaixo da terra,<br />
quando compostos voláteis emitidos pelas raízes atraem<br />
predadores e parasitas de nematóides que estão predando o<br />
sistema radicular”, completa o professor.<br />
QUANDO ATACADAS,<br />
AS PLANTAS LIBERAM<br />
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WHATSAPP DAS RAÍZES<br />
A rede de comunicação das plantas é vasta. Os indivíduos<br />
são capazes de liberar exudatos de raiz, compostos químicos<br />
variados que atuam como mensagens de celular. Entre<br />
os diversos estímulos estão a comunicação de falta de água,<br />
presença de patógenos, no estabelecimento de simbiose<br />
com microorganismos, presença ou ausência de nutrientes e<br />
competidores, e a conhecida alelopatia (substâncias que podem<br />
ser liberadas pelas plantas pela lixiviação dos tecidos).<br />
“Recentemente ficou demonstrado que as hifas de fungos<br />
simbiontes de raízes transmitem sinais elétricos entre plantas<br />
após um ataque de patógenos na folha de um indivíduo, algo<br />
que lembra uma cena do filme Avatar”, destaca Gabriel. De<br />
acordo com os pesquisadores brasileiros, casos mais impressionantes<br />
têm surgido nos últimos anos, como a possibilidade<br />
da transmissão de informação entre raízes por infrassons<br />
emitidos e recebidos pelas raízes, ou pela variação de campo<br />
eletromagnético.<br />
DO LABORATÓRIO PARA O CAMPO<br />
O setor produtivo de horticultura e fruticultura já utiliza<br />
o conhecimento da internet das plantas para estimular a produção.<br />
Um produto comercial à base de jasmonatos, salicilatos<br />
e arginina mostrou ser eficiente para aumentar a tolerância<br />
de tomateiros ao estresse salino. Outros produtos à base<br />
do hormônio, que indica perigo e voláteis de folhas verdes,<br />
são usados para atrair predadores e parasitas das pragas que<br />
atacam tomateiros e videiras.<br />
Esses casos de sucesso indicam que o setor florestal tem<br />
um amplo campo para explorar. “Por exemplo, poderiam ser<br />
introduzidas espécies que são mais atrativas a pragas e patógenos,<br />
que emitem maiores quantidades de voláteis em meio<br />
às espécies florestais de interesse, assim, no caso de um ataque<br />
elas sofreriam primeiro e já espalhariam a informação de<br />
perigo no ar, induzindo a produção de compostos de defesa”,<br />
sugere o professor Gustavo. Outra ideia seria usar fungos micorrízicos<br />
que transmitem informação entre as árvores para<br />
que todas fiquem integradas na rede de informações. O sistema<br />
pode permitir a prevenção de perturbações e estresse<br />
(biótico e abiótico) e as consequentes perdas na produção<br />
vegetal e no acúmulo de biomassa.<br />
Produtos baseados nos compostos usados normalmente<br />
pelas plantas para comunicar ataque de pragas poderiam<br />
ser usados para induzir o aumento da produção moléculas<br />
de defesa. Ainda pensando na proteção da floresta, pode-<br />
-se introduzir substâncias baseadas nos voláteis que atraem<br />
predadores e parasitas de pragas florestais. “No caso da restrição<br />
hídrica, poderiam ser produzidos compostos baseados<br />
nos exudatos de raiz usados naturalmente pelas plantas para<br />
comunicar a falta de água, mas para isso primeiro é necessário<br />
identificar esses compostos, uma tarefa que tem se demonstrado<br />
difícil nos últimos anos”, reconhece Gabriel.<br />
RESISTÊNCIA<br />
A comunicação entre plantas, especificamente no meio<br />
científico e agronômico, sofre resistências para ser aceita de<br />
ESTUDOS<br />
APONTAM QUE AS<br />
ÁRVORES PODERIAM<br />
SE COMUNICAR<br />
PELAS RAÍZES<br />
Foto: Llee Wu<br />
54<br />
www.referenciaflorestal.com.br
fato. “Isso se deve às bases epistemológicas mecanicista e<br />
antropocêntrica do paradigma atual, nos quais os cientistas<br />
e técnicos são formados, influenciando o modo como enxergam<br />
as plantas”, defende o professor Gustavo. Ele aponta<br />
que existem mais de 2 mil publicações em revistas revisadas<br />
por pesquisadores com sobre a comunicação em plantas. “O<br />
ritmo de publicação sobre o tema está crescendo exponencialmente<br />
desde os primeiros trabalhos divulgados em 1983.<br />
Existem, inclusive, diversos livros sobre comunicação em<br />
plantas”, afirma Gabriel.<br />
No entanto, não há praticamente nada publicado em português.<br />
“Cada vez mais espécies são investigadas, das quais<br />
é possível constatar que há comunicação entre indivíduos<br />
da mesma e de diferentes espécies”, assegura o professor<br />
Gustavo. Os pesquisadores brasileiros garantem que existem<br />
indicações claras de que essa capacidade está envolvida<br />
no estabelecimento de indivíduos, espécies, populações,<br />
comunidades e em relações ecológicas como um todo, que<br />
estruturam os ecossistemas naturais e agrícolas. “Portanto é<br />
um campo de estudos bem estabelecido, importante e que<br />
talvez não esteja recebendo a devida divulgação e atenção<br />
no Brasil.”<br />
PRODUTORES DE<br />
TOMATES JÁ CONTAM<br />
COM PRODUTO À BASE DE<br />
HORMÔNIO PRODUZIDO<br />
PELAS PLANTAS COMO<br />
DEFESA CONTRA PRAGAS
MERCADO<br />
RAIO<br />
Foto: REFERÊNCIAX<br />
DO SETOR<br />
FLORESTAL<br />
56<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NÚMEROS LEVANTADOS PELO IBGE<br />
REVELAM OS REFLEXOS DA CRISE<br />
PARA A ATIVIDADE EM 2015<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
57
MERCADO<br />
E<br />
m 2015 a produção primária florestal alcançou R$<br />
18,4 bilhões de acordo com o Prevs (Produção da<br />
Extração Vegetal e da Silvicultura), estudo realizado<br />
pelo Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O<br />
trabalho aponta que a silvicultura é o principal motor do segmento,<br />
porém houve redução em todos os itens produzidos<br />
com madeira de plantios florestais, exceção ao papel e celulose.<br />
O mesmo movimento negativo ocorreu com a madeireira<br />
vinda de manejos florestais. O alento veio nos produtos<br />
não madeireiros. Este e outros dados foram divulgados recentemente<br />
e a REFERÊNCIA FLORESTAL detalha, nesta reportagem,<br />
os pontos mais importantes.<br />
A silvicultura contribuiu com 74,3% (R$ 13,7 bilhões) do<br />
total apurado pelo Prevs 2015, enquanto a extração vegetal<br />
(termo utilizado pelo estudo para produtos vindos de manejo<br />
florestal) participou com 25,7% (R$ 4,7 bilhões). A participação<br />
de produtos madeireiros na extração vegetal totalizou R$<br />
3,2 bilhões, e os não madeireiros somaram R$ 1,5 bilhão. Na<br />
silvicultura, os quatro produtos madeireiros alcançaram R$<br />
13,4 bilhões e os três não madeireiros, R$ 292,9 milhões.<br />
PRODUÇÃO MADEIREIRA<br />
Pode-se observar o peso do plantio de florestas na produção<br />
total de madeira no ano passado diante do que foi obtido<br />
por meio de manejo florestal. Do total de aproximadamente<br />
136 milhões de m³ (metros cúbicos) de madeira em tora<br />
produzidas em 2015, 91% vieram das florestas plantadas e<br />
apenas 9% do extrativismo vegetal. As toras destinadas para<br />
fabricação de papel e celulose contribuiram com 62% do total<br />
obtido pela silvicultura. A produção de carvão vegetal foi<br />
de 6 milhões de t (toneladas), das quais 87,1% provenientes<br />
da silvicultura e 12,9%, da extração vegetal. Na participação<br />
da produção de lenha, o extrativismo vegetal participou com<br />
32,9% de um total de 82 milhões de m³, contra 67,1% da silvicultura.<br />
MADEIRA DE MANEJO FLORESTAL<br />
A produção de madeira em tora obtida nas florestas nativas<br />
foi superior a 12 milhões de m³, decréscimo de 3,2% em<br />
relação a 2014. Participaram como principais produtores os<br />
Estados do Pará, com 33,7% do total nacional, Mato Grosso<br />
(24,9%), Rondônia (15,2%), Amazonas (6%) e Amapá (5,5%).<br />
Os principais municípios produtores foram: Portel (PA), com<br />
980 mil m³, Porto Velho (RO), com 572 mil m³ e Aripuanã<br />
(MT), com 527 mil m³. No ranking dos 20 principais municípios<br />
produtores, cinco são de Rondônia, seis do Pará; dois<br />
do Amazonas, seis do Mato Grosso e um do Amapá. Juntos,<br />
eles responderam por 45% do total nacional. Porém, todos os<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
58<br />
www.referenciaflorestal.com.br
produtos madeireiros do extrativismo vegetal apresentaram<br />
decréscimo na quantidade obtida: carvão vegetal (-21,9%),<br />
lenha (-6,8%), madeira em tora (-3,2%), nó-de-pinho (-5,3%),<br />
assim como o número de árvores abatidas do pinheiro-brasileiro<br />
nativo (-40%).<br />
Foto: Valterci Santos<br />
SILVICULTURA<br />
De acordo com o Pevs 2015, ao final do ano passado a<br />
área ocupada com efetivos da silvicultura foi de quase 10 milhões<br />
de ha, dos quais 74,9% plantadas com eucalipto, 20,8%,<br />
com pinus e 4,3%, com outras espécies.<br />
A região sul, com 3,7 milhões de ha, é a que detém a<br />
maior área plantada, sendo 1,7 milhão de ha com eucalipto,<br />
1,8 milhão de ha com pinus e 227 mil ha com outras espécies.<br />
O Paraná detém a maior área (1,7 milhão), seguido pelo Rio<br />
Grande do Sul (1,1 milhão) e por Santa Catarina (991 mil).<br />
A região sudeste, segunda colocada no ranking das grandes<br />
regiões, apresentou área plantada de 3,3 milhões de ha,<br />
dos quais 3,1 milhões com eucalipto, 185 mil ha com pinus<br />
e 5 mil ha com outras espécies. Em termos estaduais, Minas<br />
Gerais (1,9 milhão) se destaca, seguido por São Paulo (1,1 milhão),<br />
Espírito Santo (280 mil) e Rio de Janeiro (38 mil).<br />
A região centro-oeste figura como terceira colocada, com
MERCADO<br />
1,3 milhão de ha plantados, acompanhada pelas regiões nordeste<br />
(874 mil ha) e norte (619 mil), dentre as quais se destacam<br />
os Estados do Mato Grosso do Sul (926 mil), da Bahia<br />
(604 mil) e do Amapá (220 mil), respectivamente.<br />
A região sudeste é a principal responsável pela produção<br />
de carvão vegetal a partir de madeireira de florestas plantadas<br />
com 84,6% do total e também de madeira em tora para<br />
papel e celulose (36,9%). A região sul responde por 65,1% da<br />
lenha e 66,6% da madeira em tora para outras finalidades. A<br />
produção não madeireira da silvicultura também está concentrada<br />
nas regiões sudeste e sul – a de cascas de acácia-<br />
-negra só é encontrada na região sul, enquanto as produções<br />
de folhas de eucalipto (94,7%) e de resina (73,7%) estão na<br />
região sudeste.<br />
Em 2015, a madeira em tora para papel e celulose foi o<br />
único produto madeireiro da silvicultura a apresentar variação<br />
positiva (6,7%) em relação ao ano anterior, alcançando<br />
77 milhões de m³. São Paulo destacou-se como o principal<br />
Estado produtor (15 milhões de m³), seguido por Bahia (11<br />
milhões m³), Paraná (11 milhões de m³), Mato Grosso do Sul<br />
(9 milhões de m³) e Minas Gerais (8 milhões de m³). Juntos,<br />
eles responderam por 72,1% do montante nacional.<br />
Cerca de 83% da madeira produzida foi proveniente do<br />
plantio de eucalipto. Nos Estados do Paraná e de Santa Catarina,<br />
a produção de madeira de pinus foi mais expressiva,<br />
com 72,3% e 80,9%, respectivamente, do total produzido<br />
nesses estados. Os principais municípios produtores foram:<br />
Três Lagoas, Brasilândia e Ribas do Rio Pardo (MS); Telêmaco<br />
Borba (PR) e Ulianópolis (PA). Os 20 principais produtores<br />
responderam por 30,8% do total nacional.<br />
Em 2015, a produção de madeira em tora para outras finalidades<br />
foi de 47.153 m3, o que significa um decréscimo<br />
de 9,1% em relação a 2014. Desse total, 51,5% foi extraído<br />
do plantio de eucalipto e 45,8%, de florestas plantadas com<br />
pinus.<br />
A região sul foi a principal produtora, seguida pelas regiões<br />
sudeste, centro-oeste, norte e nordeste. Os principais<br />
Estados produtores foram: Paraná (16 milhões de m³), Santa<br />
Catarina (8,5 milhões de m³), São Paulo (6 milhões de m³),<br />
Rio Grande do Sul (6,4 milhões de m³) e Minas Gerais (4,6<br />
milhões m³).<br />
Os primeiros colocados no ranking dos 20 principais<br />
produtores municipais foram: General Carneiro, Cerro Azul,<br />
Jaguariaíva e Cruz Machado todos do Paraná; Taquari (RS) e<br />
Itatinga (SP). Completam a lista seis municípios do Paraná,<br />
quatro de São Paulo, dois de Minas Gerais, um do Rio Grande<br />
do Sul e um de Santa Catarina. Juntos, eles registraram 28,4%<br />
do total nacional.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ram pelo valor da produção, em 2015, foram os mesmos dos<br />
anos anteriores: nos alimentícios, o açaí (R$ 480,6 milhões),<br />
a erva-mate nativa (R$ 396,3 milhões) e a castanha-do-pará<br />
(R$ 107,4 milhões); nas ceras, o pó de carnaúba (R$ 195,6<br />
milhões); nos oleaginosos, as amêndoas de babaçu (R$ 107,7<br />
milhões); e, nas fibras, a piaçava (R$ 101,3 milhões). O somatório<br />
do valor de sua produção representou 91,4% do valor<br />
total da produção extrativista vegetal não madeireira.<br />
O extrativismo vegetal não madeireiro, em sua maioria,<br />
se concentra na região norte, com destaque para o açaí<br />
(93,1%) e a castanha-do-pará (94,9%), e na região nordeste,<br />
onde ressaltam as produções de amêndoas de babaçu<br />
(99,7%), fibras de piaçava (96,1%) e pó de carnaúba (100%).<br />
Na região sul, sobressaem apenas dois produtos: erva-mate<br />
(99,9%) e pinhão (85,5%).<br />
Em 2015, apenas 13 produtos do extrativismo apresentaram<br />
produção com variação positiva, quando comparada<br />
com a obtida em 2014, sendo o açaí o mais expressivo em<br />
valores absolutos, que, devido à crescente demanda pelo<br />
produto, apresentou um aumento de 9%.<br />
De acordo com o estudo, todos os produtos madeireiros<br />
do extrativismo vegetal apresentaram decréscimo na quantidade<br />
obtida: carvão vegetal (-21,9%), lenha (-6,8%), madeira<br />
em tora (-3,2%), nó-de-pinho (-55,3%), assim como o núme-<br />
60<br />
PRODUTO NÃO MADEIREIRO<br />
Os produtos extraídos da floresta nativa que se destacawww.referenciaflorestal.com.br
o de árvores abatidas do pinheiro-brasileiro nativo (-40%).<br />
A demanda industrial, o preço, a disponibilidade de mão de<br />
obra na coleta de determinados produtos e a atuação de órgãos<br />
de controle ambiental e fiscalizadores, que ora liberam<br />
abertura de áreas para a agricultura, ora intensificam a fiscalização<br />
(aplicando multas e fechando serrarias e carvoarias),<br />
bem como as condições climáticas, são fatores que explicam<br />
as oscilações da produção do extrativismo vegetal. Nessa atividade,<br />
é comum serem observadas flutuações expressivas<br />
da produção.<br />
Os três produtos não madeireiros extraídos de plantios<br />
florestais que são contabilizados pelo estudo obtiveram alta.<br />
A cascas de acácia-negra, produzidas somente no Rio Grande<br />
do Sul, registrou um montante de 62.946 t de cascas de<br />
acácia-negra em 2015, representando uma queda de 10,1%<br />
em relação a 2014. Já a produção nacional de folhas de eucalipto<br />
foi obtida em apenas 16 municípios. O total de 36 462 t<br />
foi 48,2% superior ao registrado em 2014, em consequência<br />
do aumento de área para exploração. A produção de resina,<br />
em 2015, apresentou aumento de 33,1% em relação a 2014.<br />
Do montante de 95.831 t, o Estado de São Paulo, principal<br />
produtor, contribuiu com 64,3%, seguido pelos Estados do<br />
Rio Grande do Sul (18,4%), de Minas Gerais (9,4%), do Mato<br />
Grosso do Sul (4,9%), do Paraná (2,1%) e da Bahia (0,8%).<br />
Foto: divulgação<br />
Equipamentos Florestais
ESPECIAL<br />
SEM TEMPO<br />
A PERDER<br />
Fotos: divulgação<br />
Fotos: divulgação<br />
62<br />
www.referenciaflorestal.com.br
CONFERÊNCIA DO CLIMA DE MARRAKESH<br />
MOSTRA URGÊNCIA NA APLICAÇÃO<br />
DAS AÇÕES PARA ALCANÇAR OS<br />
COMPROMISSOS DEFINIDOS NA ÚLTIMA<br />
COP, REALIZADA EM PARIS<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
63
ESPECIAL<br />
ENCONTRO DEFINIU PRAZO<br />
PARA QUE INTEGRANTES<br />
APRESENTEM DETALHADAMENTE<br />
AS AÇÕES QUE ESTÃO EM<br />
PRÁTICA E AQUELAS QUE SERÃO<br />
REALIZADAS EM FAVOR DO CLIMA<br />
E<br />
nquanto a COP 21 (21ª Conferência das Partes sobre<br />
Mudança do Clima), realizada em Paris ao final de<br />
2015, apontou o que deveria ser feito, a reunião em<br />
Marrakesh, no Marrocos, mostrou como fazer e definiu prazo<br />
para colocar isso no papel. Ficou definido na COP 22, finalizada<br />
no dia 18 de novembro, que os esforços promovidos<br />
pelos países signatários serão avaliados periodicamente para<br />
aferir se as ações estão caminhando para alcançar o compromisso<br />
firmado em limitar o aumento da temperatura global a<br />
valores inferiores a 2oC (Graus Celsius) acima dos níveis pré-<br />
-industriais.<br />
Os líderes mundiais admitiram que muito tempo se perdeu<br />
desde o Protocolo de Quito, criado em 1997. Ele teve<br />
o mérito de colocar a questão do aquecimento global nas<br />
manchetes e ressaltar sua importância, mas os países não realizaram<br />
esforços suficientes para realmente dar resposta ao<br />
problema. Já o resultado do encontro em Marrocos foi a produção<br />
de um documento conciso com apenas quatro páginas,<br />
porém mostrando o que fazer. Ele estabelece o calendário<br />
para o detalhamento que cada parte irá tomar relativo à<br />
transparência, fiscalização e financiamento das ações que se<br />
comprometeram a realizar. Este processo tem até 2018 para<br />
ser concluído. Porém, na prática ele já está valendo. O que os<br />
países estipularam como compromisso para 2020, dentro da<br />
NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) será avaliado<br />
e tem peso de lei internacional.<br />
Durante a realização do evento em Marrocos, os participantes<br />
souberam o resultado das eleições presidenciais<br />
norte-americanas. O nome de Donald Trump como presidente<br />
eleito esfriou um pouco os ânimos de especialistas, representantes<br />
governamentais e cientistas. Enquanto candidato,<br />
Trump ganhou notoriedade pelo discurso cheio de controvérsia<br />
envolvendo, entre outros assuntos, a negação de que a<br />
ação do homem tenha influência no aquecimento do planeta.<br />
Até por isso, declarou que iria rever qualquer acordo que<br />
comprometesse os EUA (Estados Unidos da América) investirem<br />
dinheiro na redução das emissões de gases de efeito<br />
estufa se afetasse a economia interna.<br />
Mas parece que a responsabilidade da faixa presidencial,<br />
a qual Trump ainda está por vestir, já fez algum efeito. Muito<br />
mais comedido, o futuro presidente dos EUA baixou o tom<br />
nos primeiros pronunciamentos e começou a admitir que o<br />
aquecimento global deve ser combatido. “Os EUA são fundamentais,<br />
mas o resto do mundo deve se unir ainda mais<br />
para cobrir qualquer lacuna e buscar soluções, e parece ser<br />
essa uma das fortes mensagens que saíram de Marrakesh”,<br />
ressalta Rachel Biderman, diretora executiva do WRI (World<br />
Resources Institute) no Brasil, minimizando as incertezas dei-<br />
64<br />
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xadas por Trump.<br />
Para a delegação brasileira no evento, a COP 22 representa<br />
um ponto de partida na definição do chamado "livro<br />
de regras" que estabelecerá como será a implementação das<br />
obrigações assumidas em Paris. Os representantes do Brasil<br />
garantem que o Acordo de Paris é irreversível e é necessário<br />
acelerar os trabalhos para que seja fixado. Além disso, os<br />
países desenvolvidos têm necessidade de ampliar o nível de<br />
financiamento, definindo um mapa do caminho que demonstre<br />
como se chegará ao objetivo dos US$ 100 bilhões anuais<br />
em 2020, pauta acordada por todos na COP 21.<br />
VAMOS CONSEGUIR?<br />
A NDC do Brasil compromete-se a reduzir as emissões de<br />
gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em<br />
2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir<br />
as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos<br />
níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país garantiu aumentar<br />
a participação de bioenergia sustentável na matriz energética<br />
para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar<br />
12 milhões de ha (hectares), bem como alcançar uma parti-<br />
O PRESIDENTE ELEITO DOS EUA MUDOU O DISCURSO<br />
DE CAMPANHA E MOSTRA MAIS FLEXIBILIDADE NAS<br />
QUESTÕES SOBRE O CLIMA
ESPECIAL<br />
cipação estimada de 45% de energias renováveis na composição<br />
da matriz energética em 2030. A NDC do Brasil corresponde<br />
à redução estimada em 66% em termos de emissões<br />
de gases efeito de estufa por unidade do PIB (intensidade de<br />
emissões) em 2025 e em 75% em termos de intensidade de<br />
emissões em 2030, ambas em relação a 2005.<br />
Somando-se as metas voluntárias assumidas anteriormente<br />
com o compromisso ratificado pelo país por meio da<br />
NDC, o Brasil se compromete a trabalhar 55,5 milhões de<br />
ha e mais 12 milhões para recuperação e recomposição de<br />
florestas, o que representa mais de um quarto de todas as<br />
terras usadas pela agropecuária. Nenhum outro país assumiu<br />
proposta tão audaciosa", ressaltou o pesquisador da Embrapa<br />
Meio Ambiente, Celso Manzatto.<br />
Antes das metas de Paris, o Brasil já havia definido que o<br />
Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) seria o<br />
grande canal para viabilizar um uso do solo mais sustentável.<br />
“Esse Plano, liderado pelo Mapa (Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento), é ambicioso e requer um alinhamento<br />
de políticas públicas, investimentos, práticas no campo,<br />
mas ainda precisa ser calibrado”, avalia Rachel. Há bons<br />
indícios de que estamos na direção certa para sua plena execução,<br />
no entanto para a especialista, é preciso torná-lo mais<br />
robusto, com aumento significativo do investimento para<br />
agricultura de baixo carbono, assistência técnica de qualidade<br />
aos produtores (principalmente os pequenos e médios),<br />
redução dos incentivos para a agricultura da alta emissão de<br />
carbono, entre outros aspectos. “Isso ainda não é realidade.”<br />
Uma solução seria adaptar o Plano Safra à lógica do Plano<br />
ABC.<br />
PAPEL DAS FLORESTAS<br />
O setor florestal pode colaborar muito para o Brasil se<br />
tornar um dos países que mais irão contribuir para a solução<br />
climática. “Árvores são importantes sorvedouros de carbono,<br />
vai ser preciso plantar e restaurar mais e mais para podermos<br />
fechar a conta do balanço de carbono”, decreta a diretora<br />
executiva do WRI. A fotossíntese é uma das soluções climáticas<br />
mais antigas e eficientes. “É preciso robustecê-la agora.”<br />
O setor de florestas plantadas (eucalipto e pinus) já domina<br />
tecnologias de plantio em larga escala. Mas para Rachel, a<br />
grande oportunidade está em impulsionar uma economia<br />
florestal baseada em espécies nativas também. “Hoje, há espaço<br />
e necessidade para ambas e, por isso, é fundamental<br />
investir em uma nova economia que contemple o uso de exóticas<br />
e nativas”, completa.<br />
“O REDD+ JÁ DEVERIA ESTAR ACONTECENDO EM GRANDE<br />
ESCALA HÁ MUITO TEMPO. POR QUE PERDEMOS TANTO<br />
TEMPO EM ADOTÁ-LO, NÃO COMPREENDO”<br />
RACHEL BIDERMAN, DIRETORA EXECUTIVA DO<br />
WRI (WORLD RESOURCES INSTITUTE)<br />
O mecanismo de pagamento a países por resultados de<br />
conservação das florestas nativas (Redd+) foi um dos principais<br />
temas debatidos pelos senadores que participam da COP<br />
22. O grupo de parlamentares quer que as regras do Redd+,<br />
sejam debatidas pelo governo brasileiro. A senadora Vanessa<br />
Grazziotin (PcdoB/AM) acredita que o Brasil tem que se beneficiar<br />
desta ferramenta de compensação pela manutenção<br />
da floresta nativa em pé, já que possui a maior área tropical<br />
do mundo. “Temos recursos a receber pelos serviços que estamos<br />
prestando ao mundo”, afirma.<br />
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE) defende<br />
abertura do diálogo para se definir o que será melhor para<br />
o país. “Precisamos debater esses assuntos. Por exemplo, vamos<br />
ou não vamos usar mais o carvão mineral que está localizado<br />
no Rio Grande do Sul e Santa Catarina? É uma decisão<br />
que implica mudanças profundas na infraestrutura e indústria<br />
brasileira, é importante saber que as contribuições que o<br />
Brasil pactuou em Paris têm desdobramentos importantes na<br />
matriz energética, mas também na economia.”<br />
A especialista da área, Rachel, aponta que o Redd+ pode<br />
ser ainda uma das soluções mais interessantes para fixar o<br />
66<br />
www.referenciaflorestal.com.br
homem no campo e gerar empregos verdes e sustentáveis.<br />
“O Brasil pode gerar suas próprias políticas nessa direção e fazer<br />
parcerias com os países e economias que já apontam para<br />
essas soluções. Vamos precisar de todos os esforços possíveis<br />
para dar conta do desafio climático.” Para ela, a solução tem<br />
que entrar na cesta de prioridades de governos, empresários,<br />
investidores, ONGs. “O Redd+ já deveria estar acontecendo<br />
em grande escala há muito tempo. Por que perdemos tanto<br />
tempo em adotá-lo, não compreendo”, aponta ela. Este seria<br />
um complemento para as ações que o segmento produtivo<br />
vem realizando e uma compensação pela RL (Reserva Legal).<br />
Procura-se distribuidor no Brasil.<br />
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PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
PRÊMIO<br />
Fotos: Marcos Mancinni<br />
REFERÊNCIA<br />
<strong>2016</strong><br />
A 14ª EDIÇÃO DO EVENTO DESTACOU INICIATIVAS<br />
QUE CONTEMPLARAM INVESTIMENTOS, AÇÕES<br />
SOCIAIS, DEFESA DO SETOR FLORESTAL,<br />
PERENIDADE DE INDÚSTRIAS IMPORTANTES E ÉTICA<br />
O<br />
Prêmio REFERÊNCIA chegou à 14ª edição mantendo<br />
o mesmo propósito pelo qual foi criado<br />
em 2002: reconhecer e divulgar iniciativas de<br />
destaque de importantes setores produtivos do Brasil que<br />
são tema das publicações promovidas pelo GRUPO JOTA.<br />
O evento deste ano aconteceu no dia 21 de novembro, no<br />
Espaço Torres, em Curitiba (PR) e contou com mais de 100<br />
convidados.<br />
“Homenagear estas pessoas é essencial, pois são responsáveis<br />
por iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento<br />
social, ambiental e econômico do Brasil, porém que<br />
nem sempre são valorizadas como deveriam”, disse Fábio<br />
Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA. “Ao premiar<br />
as 10 práticas mais inovadoras do setor industrial, florestal,<br />
madeireiro, biomassa e de celulose, esperamos incentivar<br />
aqueles que fazem a diferença e inspiram outros a ir além.”<br />
68<br />
www.referenciaflorestal.com.br
PREMIADOS<br />
ABPM<br />
A Abpm (Associação de Preservadores de Madeira) foi criada<br />
para fortalecer e dar voz ao setor de tratamento de madeira, em<br />
<strong>2016</strong> a Abpm foi incisiva na defesa destas empresas ao intervir junto<br />
à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quando a agência<br />
propôs submeter à consulta pública uma proposta de ato normativo<br />
que alteraria de forma bastante significativa os critérios e exigências<br />
para avaliação e classificação toxicológica para preservativos de madeira.<br />
Diante disso, a Abpm rapidamente criou uma comissão formada<br />
por representantes das indústrias químicas a ela associadas<br />
- Jimo, Lanxess, Lonza, Montana, MSM Química – e IPT (Instituto de<br />
Pesquisas Tecnológicas) para analisar e discutir o texto da Anvisa. Os<br />
representantes demonstraram que manter categorias de produtos<br />
de uso e finalidades completamente diferentes – agrotóxicos e preservativos<br />
de madeira – na mesma normativa traria aos órgãos reguladores<br />
uma série de controvérsias e conflitos. Por meio da atuação<br />
da Abpm foi excluído do texto sob consulta pública a relação dos<br />
produtos preservativos de madeira, justificando que eles têm tratamento<br />
legal completamente distinto dos agrotóxicos e afins. “Gostaria<br />
de parabenizar a REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL por mais este<br />
evento”, agradeceu Elcio Lana, vice-presidente da Abpm, ao receber<br />
o troféu. “Agradecemos o reconhecimento, pois foi um trabalho muito<br />
importante para o nosso setor. O sucesso dessas ações junto à Anvisa<br />
se deve muito à diretoria anterior da Abpm, aqui representada<br />
pelo Flávio Geraldo, ex-presidente da Abpm.”<br />
Elcio Lana, vice-presidente da Abpm, e Joseane<br />
Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />
MANOEL MARCHETTI<br />
Fundada em 1956, a Manoel Marchetti participa<br />
ativamente do desenvolvimento sustentável<br />
de Santa Catarina, com produtos de base florestal<br />
e matérias-primas ecologicamente corretas,<br />
renováveis e certificadas. Com seis décadas de<br />
tradição, o trabalho do mercado externo da empresa<br />
já cobre mais de 30 países e foi a motivação<br />
para o recebimento do Prêmio REFERÊNCIA, entregue<br />
a Sérgio Manoel Todesco.<br />
Sérgio Manoel Todesco, representante da Manoel Marchetti,<br />
e Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
69
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
Ali Abdul Ayoub, diretor de negócios florestais da WestRock, Gisela Maria<br />
Pedrassini e Pedro Bartoski Jr, diretor executivo do GRUPO JOTA<br />
WESTROCK<br />
Comemorando 60 anos da sua divisão florestal<br />
em <strong>2016</strong>, a WestRock iniciou a implantação do<br />
primeiro pomar clonal de sementes de pinus de<br />
terceira geração do Brasil, um marco inédito para a<br />
silvicultura brasileira. Tal feito permitirá que as florestas<br />
plantadas da empresa alcancem índices de<br />
crescimento acima da média nacional e mundial,<br />
rompendo fronteiras produtivas.<br />
“Quero agradecer especialmente o GRUPO JOTA<br />
pelo apoio e reconhecimento que é dado ao setor”,<br />
disse Ali Abdul Ayoub, diretor de negócios florestais<br />
e administrativos da WestRock. “Nós estamos completando,<br />
em <strong>2016</strong>, 60 anos de Divisão <strong>Florestal</strong>.<br />
Este terceiro pomar é um marco para nós, não apenas<br />
pela capacidade produtiva, que supera qualquer<br />
uma no mundo: demos um passo à frente porque<br />
acreditamos na capacidade do Brasil.”<br />
GUARARAPES<br />
Os painéis de MDF se tornaram um dos principais<br />
produtos comercializados pela Guararapes<br />
com a inauguração da nova linha de produção<br />
em Caçador (SC). Com investimento de R$ 230<br />
milhões, a empresa triplicou sua capacidade para<br />
600 mil m³ (metros cúbicos), gerando 160 empregos<br />
diretos.<br />
“O GRUPO JOTA mata um leão por dia. Não<br />
é fácil vender seis produtos tecnicamente e visualmente<br />
bonitos como fazem, em tempos tão difíceis<br />
para as mídias especializada”, agradeceu o<br />
superintendente da Abimci (Associação Brasileira<br />
da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />
Paulo Pupo, que representou a Guararapes<br />
no recebimento do prêmio.<br />
Joseane Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA, e Paulo Pupo,<br />
superintendente da Abimci que representou a Guararapes<br />
70<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NP TRANSPORTES E BIOMASSA<br />
A NP Transportes e Biomassa realiza todos os anos<br />
um jantar de confraternização, no município de Ponte<br />
Alta do Norte (SC), para arrecadar brinquedos para<br />
crianças em estado de vulnerabilidade social. A iniciativa<br />
é elogiável e agrega valor ao institucional da marca,<br />
sempre preocupada com o bem estar da comunidade<br />
em que está inserida.<br />
“Fazer um discurso para todas essas celebridades<br />
aqui não é muito fácil”, elogiou o diretor Fabio Calomeno,<br />
responsável pela iniciativa. “A decisão de um evento<br />
social começou há alguns anos e, hoje, ajudamos<br />
mais de 1.600 crianças. Agradeço aos patrocinadores e<br />
ao GRUPO JOTA por acreditar no nosso evento.”<br />
Fabio Calomeno, diretor da NP Transportes e Biomassa, e<br />
Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA<br />
MADEFLONA<br />
Criada em 2007 com o objetivo de proteger<br />
e dar valor à floresta amazônica, a Madeflona<br />
se consolidou como a maior detentora<br />
de planos de manejo florestal sustentável do<br />
Estado de Rondônia, com uma área manejada<br />
de 105 mil ha (hectares), uma das maiores do<br />
país. Neste ano ela foi modelo e inspirou representantes<br />
de 25 países que estivem nos visitando<br />
para conhecer como procede a primeira<br />
concessão florestal brasileira.<br />
“Não é fácil trabalhar com concessões do<br />
governo: é muito complicado na área da madeira,<br />
temos que competir com quem não<br />
cumpre a lei. Nós seguimos todos os detalhes e<br />
somos vigiados o tempo todo”, disse Jonas Perutti,<br />
diretor da Madeflona, que arrancou risos<br />
dos presentes ao dizer que “mata não um, mas<br />
dois leões por dia” no trabalho diário.<br />
Jonas Perutti, diretor da Madeflona, e Pedro Bartoski Jr,<br />
diretor executivo do GRUPO JOTA<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
71
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
FAMOSSUL<br />
Com investimento de R$ 12 milhões, a Famossul,<br />
uma das maiores fabricantes nacionais de portas de<br />
madeira, inaugurou a nova fábrica em Estância (SE),<br />
a primeira fora do Paraná. Já de início, a unidade gerou<br />
o faturamento de R$ 6 milhões por mês, com<br />
capacidade produtiva de 20 mil conjuntos de portas<br />
mensais.<br />
“Nossa nova fábrica entrou em funcionamento<br />
em agosto deste ano”, disse Guido Greipel Junior, diretor<br />
comercial da Famossul, ao receber o prêmio.<br />
“A Famossul, hoje, é uma fábrica de portas com capacidade<br />
de produção de 70 mil conjuntos de portas<br />
por mês, agradecemos o reconhecimento.”<br />
Guido Greipel Junior, diretor comercial da Famossul, e<br />
Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO JOTA<br />
MOLDURARTE<br />
Sinônimo de molduras de madeira de<br />
alta qualidade no Brasil, a Moldurarte segue<br />
sendo referência em inovação e lançamento<br />
de tendências: com equipamentos de última<br />
geração, cada uma das molduras atende aos<br />
mais rigorosos padrões do mercado mundial<br />
garantindo a confiança e preferência por seus<br />
produtos.<br />
“A confiança e preferência por nossos produtos<br />
nos permitiu ampliar ainda mais o mercado<br />
de atuação da marca”, disse o gerente de<br />
produção da Moldurarte, Luis Gustavo Heidrich.<br />
“O Prêmio REFERÊNCIA é uma honra e só<br />
temos a agradecer por tal reconhecimento.”<br />
Luis Gustavo Heidrich, gerente de produção da Moldurarte,<br />
e Joseane Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />
72<br />
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MUNDO VERMEER<br />
O Mundo Vermeer, evento promovido pela<br />
fabricante de equipamentos em sua sede em Valinhos<br />
(SP), teve como premissa básica mostrar a<br />
hospitalidade da marca, reunindo especialistas<br />
dos segmentos florestal e de biomassa, os principais<br />
ramos em que a empresa atua.<br />
“Foi muito bacana ser lembrado para este<br />
ano no Prêmio <strong>Referência</strong>”, agradeceu Thiago<br />
Marcon, coordenador de marketing da Vermeer<br />
Brasil. “Realmente, este foi um ano ímpar para<br />
a marca e, com tamanho sucesso, é uma honra<br />
estar aqui.”<br />
Thiago Marcon, coordenador de marketing da Vermeer Brasil,<br />
e Pedro Bartoski Jr, diretor executivo do GRUPO JOTA<br />
KLABIN<br />
Empresa líder na produção de papéis e cartões<br />
para embalagens, a Klabin inaugurou neste<br />
ano a fábrica de celulose em Ortigueira (PR), o<br />
maior investimento privado da história do Paraná,<br />
orçado em R$ 8,5 bilhões e capacidade produtiva<br />
de 1,5 milhão de toneladas de celulose por<br />
ano.<br />
“Somos uma empresa que tem se reinventado<br />
ao longo de toda sua trajetória”, disse Francisco<br />
Razzolini, diretor de projetos e tecnologia<br />
industrial da Klabin. “Esse empreendimento em<br />
Ortigueira é um marco na nossa história e na história<br />
privada do Paraná.”<br />
Francisco Razzolini, diretor de projetos e tecnologia industrial da<br />
Klabin, e Joseane Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
73
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
CLICKS<br />
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
David Donini Filho e David Donini<br />
Karen Fontes, Alessander Fontes e<br />
Joseane Knop<br />
Robson Marcon e Guido Greipel Jr. Dario Machado e Celso Geron João Braga e Sales Bueno<br />
Fabio Augusto Almeida e Claumar Baldissera Pedro Bartoski Jr. e Jonas Perutti Sérgio Mário Todesco e Ronaldo Sousa<br />
Tiago Travinski, Carlos Castor e Marcelo Dias<br />
José Sawinski, Gisela Maria Pedrassani<br />
Andrejow e Ali Abdul Ayoub<br />
Marcos Spagnollo<br />
Thiago Marcon e Maicon Paust Luís Gustavo Heidrich e Phelipe Cardoso Arnold Duck e Rony Duck<br />
74<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Chico Moreira e Joseane Knop<br />
Maria Augusta Calomeno, Roseli Calomeno, Guido<br />
Calomeno, Sandra Pinho e Fabio Calomeno<br />
Paulo Pupo e Fábio Machado<br />
Felicitas Kemmsies e Martin Kemmsies Munir Adad e Marília Sielski Elcio Lacerda e Flávio Geraldo<br />
Janete Morgan e Ademar Morgan<br />
Gustavo Borges, Leonardo Hase, Olívia Silva,<br />
Carin Letícia Silva e Daros Silva<br />
Rodrigo Lopes e Waldemar Vieira Lopes<br />
Victor Iensue e Camila Ramos Acássio Arnas e Henrique Moeckel Joyce Aranha e Matheus Bianchi<br />
Pedro Bartoski Jr. e John Pitney Micheli Cordeiro, Liliane e Diego Vieira Cleipson Rissardi e Graciani Rissardi<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
75
ARTIGO<br />
MITO OU VERDADE?<br />
CASTANHEIRAS ISOLADAS NO<br />
PASTO NÃO PRODUZEM FRUTOS<br />
PORQUE DEPENDEM DE UMA<br />
ABELHA ESPECÍFICA QUE NÃO<br />
CONSEGUE VOAR ATÉ AS COPAS<br />
ISOLADAS?<br />
LÚCIA HELENA DE OLIVEIRA WADT<br />
DOUTORA EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS E PESQUISADORA DA<br />
EMBRAPA RONDÔNIA<br />
76<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: divulgação<br />
É<br />
verdade que a castanheira depende de uma única<br />
abelha para polinizar suas flores e que castanheiras<br />
isoladas na pastagem não produzem<br />
frutos porque essa abelha depende das outras árvores<br />
da floresta (trampolim) para chegar até sua copa? Essa<br />
pergunta está na cabeça de muita gente. Para responder<br />
vamos relatar aqui alguns resultados de pesquisas com a<br />
castanheira (Bertholletia excelsa, Lecythidaceae).<br />
Em primeiro lugar, precisamos saber melhor quais as<br />
espécies de abelhas conseguem polinizar a castanheira e<br />
porque ela é tão específica.<br />
Recentemente o CNPq em parceria com GEF/Unep/<br />
FAO/MMA e Funbio financiaram a Rede sobre polinização<br />
da castanheira-do-brasil, onde vários estudos foram<br />
realizados desvendando alguns mitos sobre essa espécie<br />
tão importante para a Amazônia. Nessa rede de<br />
pesquisas, descobriu-se que há uma riqueza enorme de<br />
polinizadores da castanheira e que todos são abelhas<br />
nativas da Amazônia. A coordenadora da rede, Márcia<br />
Maués, relatou que mais de 25 espécies de abelhas nativas<br />
de médio a grande porte são responsáveis pelo fluxo<br />
de pólen entre as árvores de castanheira, derrubando<br />
teorias de que a castanheira dependeria de uma única<br />
espécie de abelha para se reproduzir (http://abelha.org.<br />
<strong>Dezembro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
77
ARTIGO<br />
Foto: Marcelo Cavalcante<br />
Várias espécies de abelhas são capazes de polinizar as flores das castanheiras<br />
mesmo quando as árvores estão isoladas<br />
br/arvore-simbolo-da-amazonia-castanheira-do-brasil-<br />
-depende-de-abelhas-nativas-para-se-reproduzir/print).<br />
Segundo os poucos estudos existentes, os gêneros que<br />
mais se destacam como polinizadores são: Bombus,<br />
Centris, Eulaema, Eufriesea, Epicharis e Xylocopa, sendo<br />
Xylocopa frontalis, Eulaema bombiformis, Eulaema mocsaryi,<br />
Centris denudans e Bombus transversalis as espécies<br />
mais frequentes. Essas abelhas são capazes de voar<br />
longas distâncias, e capazes de entrar na flor por meio<br />
de movimentos vigorosos das pernas anteriores, acessando<br />
tanto o pólen quanto o néctar da flor. Abrir a flor<br />
é a tarefa mais difícil e por isso é que se achava que poucas<br />
espécies (alguns autores relatam que apenas uma<br />
espécie) de abelhas eram capazes de executar tal tarefa.<br />
Agora que já sabemos que várias espécies de abelhas<br />
são capazes de polinizar as flores das castanheiras,<br />
vamos para a segunda parte da pergunta: Essas abelhas<br />
conseguem voar e visitar castanheiras isoladas em pastagens?<br />
Vários estudos relatam que a castanheira dependente<br />
da polinização cruzada para fertilização das flores e<br />
formação de frutos e sementes. Isso significa que uma<br />
árvore isolada não pode dar frutos porque existe algum<br />
mecanismo em que a fertilização só ocorre quando a<br />
flor recebe pólen de outra árvore geneticamente diferente.<br />
Para receber esse pólen, a castanheira depende<br />
do polinizador que nesse caso são abelhas grandes. A<br />
partir desse conhecimento, se divulgou amplamente a<br />
hipótese de que as castanheiras isoladas em pastagens<br />
não produzem frutos porque as abelhas são incapazes<br />
de voar em ambientes abertos e acessar as flores na<br />
copa das árvores que estão a alturas de 40 e até 60 m<br />
(metros). É bem verdade que muitas castanheiras isoladas<br />
em pastos morrem pela ação do fogo (prática muito<br />
usada no passado para o manejo das pastagens, mas<br />
que hoje tem diminuído) e que poucas árvores produzem<br />
frutos, mas será que o problema é a incapacidade<br />
das abelhas voarem até as copas das castanheiras? Para<br />
verificar essa hipótese, foi feito um estudo de fluxo gênico<br />
em castanheiras estabelecidas em pastagem, plantio<br />
e floresta nativa. Neste estudo foi possível estimar a distância<br />
de fluxo de pólen (distância entre o pai e a mãe de<br />
uma determinada plantinha obtida pela germinação da<br />
semente) em cada um desses ambientes. Observamos<br />
78<br />
www.referenciaflorestal.com.br
que no pasto, castanheiras que produziram frutos receberam<br />
pólen de outras castanheiras com distâncias variando<br />
de 104 a 911 m (média de 442 m), e que o possível<br />
pai destas plantinhas estava ou na floresta vizinha ou<br />
mesmo dentro da pastagem. Dessa forma, descobrimos<br />
que a incapacidade de as abelhas voarem até a copa das<br />
castanheiras isoladas em pastagens é um mito.<br />
Sabemos que a presença das abelhas é fundamental<br />
para a castanheira produzir frutos e que as áreas de florestas<br />
nativas são de grande importância para uma boa<br />
produção de castanha-do-brasil, pois é nas florestas que<br />
as abelhas vivem, mantêm seus ninhos e se alimentam<br />
quando não há flores na castanheira, ou seja, áreas de<br />
vegetação natural no entorno de áreas de cultivo da castanheira<br />
são essenciais para o sucesso. Apesar das abelhas<br />
conseguirem visitar flores de castanheiras isoladas,<br />
percebemos que a produção de frutos dessas árvores diminui<br />
muito em comparação com aquelas que crescem<br />
em florestas naturais. Ainda não sabemos quais fatores<br />
limitam a produção das castanheiras isoladas, mas com<br />
certeza, o microclima e condições de stress fisiológico<br />
em que essas árvores se encontram tem algum efeito.<br />
O que não podemos mais sair dizendo por aí é que a<br />
castanheira isolada no pasto não produz frutos porque<br />
as abelhas não conseguem chegar até sua copa.<br />
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REVISTAS DO SETOR<br />
A castanheira sozinha no pasto mantém a produção<br />
de frutos, porém em menor volume<br />
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AGENDA<br />
JANEIRO 2017<br />
JANUARY 2017<br />
XV Curso de Verão em Entomologia (USP)<br />
23 de janeiro a 3 de fevereiro<br />
Ribeirão Preto (SP)<br />
www.cursodeveraoementomologiaffclrp.webnode.com<br />
MARÇO 2017<br />
MARCH <strong>2016</strong><br />
Curso sobre Restauração <strong>Florestal</strong><br />
7<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.ibflorestas.org.br<br />
Curso de Produção de Mogno Africano<br />
8<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.ibflorestas.org.br<br />
Três Lagoas <strong>Florestal</strong><br />
28 a 30<br />
Três Lagoas (MS)<br />
www.treslagoasflorestal.com.br<br />
ABRIL 2017<br />
APRIL 2017<br />
VI Feira da Floresta<br />
4 a 6<br />
Gramado (RS)<br />
www.feiradafloresta.com.br<br />
VI Workshop Internacional Mogno Africano<br />
7<br />
São Paulo (SP)<br />
www.workshopmognoafricano.org.br<br />
II Seminário sobre Sanidade <strong>Florestal</strong><br />
18 e 19<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
MAIO 2017<br />
MAY 2017<br />
Ligna<br />
22 a 26<br />
Hanover - Alemanha<br />
www.ligna.de<br />
JUNHO 2017<br />
JUNE 2017<br />
Elmia Wood<br />
7 a 10<br />
Jönköping – Suécia<br />
hwww.elmia.se<br />
II Seminário sobre Prevenção e Controle de Incêndios<br />
Florestais<br />
7 e 8<br />
Viçosa (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
DESTAQUE<br />
XV CURSO DE VERÃO EM ENTOMOLOGIA<br />
23 de janeiro a 3 de fevereiro<br />
Ribeirão Preto (SP)<br />
www.cursodeveraoementomologiaffclrp.webnode.com<br />
O Curso de Verão em Entomologia é o primeiro evento de 2017, com<br />
início em 23 de janeiro e conclusão no dia 3 de fevereiro. Realizado pelos<br />
alunos e docentes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da<br />
USP (Universidade de São Paulo), campus Ribeirão Preto, é um evento<br />
anual destinado apenas aos alunos de graduação em Ciências Biológicas e<br />
Agronomia de todo o país e também do exterior. As inscrições têm vagas<br />
limitadas com preferência para os formandos.<br />
Imagem: reprodução<br />
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Diretora da 3G Consultoria<br />
A<br />
s empresas familiares caminham para uma crescente<br />
profissionalização do comando dos negócios, dentro de<br />
seus projetos de perenização e aumento da eficiência.<br />
Mas há estatísticas que apontam que a taxa de insucesso da primeira<br />
profissionalização de uma empresa familiar é de mais de<br />
50%. O projeto de trazer um novo executivo para comandar a<br />
empresa deve ter início muito antes da chegada dele. Quando<br />
isso não ocorre, é comum que sua permanência na empresa seja<br />
curta. E isso significa desperdício de dinheiro e frustração para<br />
todos.<br />
A saída de um executivo de fora da família controladora após<br />
um curto período de tempo é tão comum que muitos profissionais<br />
preferem não concorrer a uma vaga neste tipo de ambiente.<br />
Mas, existem alternativas para mitigar os riscos da primeira<br />
investida em um profissional de mercado? A resposta é sim, e<br />
demanda muito comprometimento por parte da família controladora.<br />
Alguns caminhos são:<br />
Preparar a família ou o fundador antes da chegada do novo<br />
executivo. É necessário um trabalho de preparação da família<br />
e do fundador, para que se acorde efetivamente o que se está<br />
buscando com este passo. São conversas duras, que podem ser<br />
intermediadas por consultores externos, que visem mapear e esclarecer<br />
o momento da empresa e o desejo da família, suas expectativas<br />
com relação ao profissional, os apegos que precisam<br />
ser trabalhados para que esse possa ter seu espaço para liderar.<br />
Construir o perfil do executivo junto com a família ou os<br />
donos. Por exemplo, se a decisão da família for de permanecer<br />
presente na operação através de seus herdeiros, pode ser desejado<br />
que o profissional tenha um perfil mentor, que possa assistir<br />
estes herdeiros em sua formação, visando que assumam o negócio<br />
no médio ou longo prazo. Ou ainda, o grau de resiliência<br />
necessário para negociar decisões com a família e mesmo subordinados,<br />
que tinham a expectativa de sentar na cadeira que o/a<br />
profissional veio a ocupar.<br />
Buscar fora da empresa é importante, mas mapear os talentos<br />
internos é crucial. O mapeamento de potenciais sucessores<br />
entre os atuais colaboradores é uma importante mensagem para<br />
toda a organização, e um facilitador em termos de maior segurança<br />
no alinhamento do profissional com a cultura e os valores<br />
da empresa.<br />
Ter consciência de que a busca externa irá levar tempo. Se os<br />
donos da empresa requererem 5, 6 conversas com os candidatos<br />
finalistas ou a avaliação desses por diferentes pessoas em ocasiões<br />
diferentes, assim deve ser feito.<br />
O tempo para que se obtenha o conforto no nome escolhido<br />
é um dos principais fatores para que ele/ela ingresse na empresa<br />
com o voto de confiança dos controladores e possa mais<br />
facilmente navegar em todos os outros desafios que lhe serão<br />
apresentados.<br />
Preparar o ambiente corporativo. A adoção das práticas de<br />
governança corporativa, que auxiliam a formatar o ambiente<br />
corporativo, deixando entre outros papeis e responsabilidades<br />
definidos e documentados, determinando alçadas de decisão<br />
interna, e que culminam no estabelecimento de um Conselho<br />
Consultivo ou de Administração, são importantes ferramentas<br />
para garantir que as ações e decisões do novo executivo estejam<br />
alinhadas com os valores tradicionais da família, ao mesmo tempo<br />
em que executa as deliberações do conselho e trabalha na<br />
obtenção de resultados.<br />
Fazer da primeira profissionalização um investimento bem<br />
sucedido é um desafio para controladores e acionistas. Apesar<br />
dos obstáculos, este projeto não deve ser colocado de lado quando<br />
há o desejo por parte dos controladores e a visão coesa de<br />
que um profissional de mercado pode vir a agregar valor ao negócio<br />
e trabalhar para seu desenvolvimento e longevidade. É sim<br />
um processo que se bem trabalhado, com tempo e espaço para<br />
reflexão, irá trazer uma experiência positiva para toda a organização.<br />
82<br />
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