Março/2016 - Referência Florestal 172
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48<br />
CULTIVO MÍNIMO<br />
Biomassa da colheita<br />
faz bem para o solo<br />
ECONOMIA VERDE<br />
Acordo do clima<br />
finalmente engrena<br />
70 ENTREVISTA<br />
Thiago Valente Novaes,<br />
presidente do Ideflor-Bio<br />
Virtual Forest<br />
Real Inventory provides<br />
exact data tree by tree<br />
Floresta virtual<br />
Inventário real traz dados exatos<br />
árvore por árvore
Tenha o Melhor em<br />
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SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 88<br />
Bruno Industrial ......................................................... 57<br />
36<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 69<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 83<br />
Denis Cimaf ................................................................... 04<br />
58<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
Exte .................................................................... 21<br />
70<br />
Fezer ........................................................................... 23<br />
H Fort ................................................................................ 11<br />
Himev .............................................................................. 83<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Aplicação<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Silvicultura<br />
Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Espécie Comercial<br />
Pesquisa e Desenvolvimento<br />
Especial<br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
16<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
36<br />
48<br />
52<br />
58<br />
66<br />
70<br />
76<br />
84<br />
86<br />
J de Souza ........................................................................ 51<br />
John Deere .................................................................... 09<br />
Mill Indústrias .............................................................. 27<br />
Minusa Forest .............................................................. 07<br />
Oregon ............................................................................ 87<br />
Rotobec ........................................................................ 25<br />
Smart Matrix ................................................................ 35<br />
TMO ................................................................................. 15<br />
Waratah ......................................................................... 13<br />
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Fone: (49) 3226 1000 | florestal@minusa.com.br<br />
S I MPL Y BE T TER
EDITORIAL<br />
Ano XVIII - Edição n.º <strong>172</strong> - <strong>Março</strong> <strong>2016</strong><br />
Year XVIII - Edition n.º <strong>172</strong> - March <strong>2016</strong><br />
Uma viagem ao mundo<br />
virtual é o mote da capa desta<br />
edição, que traz como tema<br />
da reportagem principal o<br />
inventário florestal real, serviço<br />
prestado pela Smart Matrix<br />
MUNDO REAL<br />
Estamos vivendo uma crise de identidade com o uso das tecnologias digitais. Alguns<br />
achando que as pessoas estão se afastando e outros que os meios de comunicação<br />
nos aproximam cada vez mais. Pontos de vista a parte, para o setor florestal<br />
pode-se dizer que as novas mídias estão encurtando distâncias, facilitando o planejamento<br />
das intervenções na floresta e munindo os gestores com informações mais<br />
precisas. Essa evolução pode ser acompanhada na reportagem que ilustra a capa<br />
desta edição. Ela traz uma tecnologia inovadora e 100% nacional que permite passear<br />
virtualmente pela floresta, estimar números, distâncias, mapear árvore por árvore,<br />
fazer projeções. Vale muito a pena conferir, parece que estamos 20 anos à frente. Outra<br />
reportagem que está imperdível trata das resoluções da COP21, reunião do clima<br />
realizada no final do ano passado em Paris. Finalmente houve uma clara sinalização<br />
de ações que podem ser aproveitadas pelo setor florestal para o fortalecimento da<br />
economia verde. Ainda reservamos espaço para matérias técnicas e práticas sobre o<br />
manejo florestal de nativas, cultivo mínimo do solo e Ilpf (Integração Lavoura Pecuária<br />
Floresta). Tenha uma excelente leitura!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
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Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Bruce Cantarim, Fernanda Domingues<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
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Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Monica Kirchner - Coordenação<br />
Alessandra Reich<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
THE REAL WORLD<br />
We are living through an identity crisis due to the use of digital technologies. Some people<br />
think that we are moving away from each other, while others think that the new medias, more<br />
and more, bring us closer together. Whatever point of view, for the Forest Sector, it can be said<br />
that the new medias are making the distances shorter, facilitating the planning of forest interventions<br />
and arming managers with more accurate information. This evolution can be followed<br />
in the story that illustrates the cover of this issue. It demonstrates an innovative and 100% national<br />
technology, which allows one to take a virtual walk through the forest, estimate numbers,<br />
distances, map tree by tree, and make projections. Well worth checking out, it looks like we<br />
are 20 years ahead. Another story that should be read covers the resolutions, from the climate<br />
meeting, COP21, held late last year in Paris. Finally, there are clear signs of actions that can be<br />
used by the Forest Sector as to the strengthening of the green economy. We even reserved space<br />
for technical material and practices on native forest management, minimum soil cultivation and<br />
Crop and Livestock Forest Integration (Ilpf). Very pleasant reading!<br />
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ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
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Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
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lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
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CARTAS<br />
TECNOLOGIA<br />
MISSIVA<br />
Por Silvio Cesar Amarante -<br />
Piratini (RS)<br />
Capa da Edição 171 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de fevereiro de <strong>2016</strong><br />
Venho por meio desta<br />
demonstrar minha inteira<br />
satisfação com a assinatura<br />
da Revista REFERÊNCIA,<br />
pela qual tem promovido<br />
tal crescimento intelectual<br />
e conhecimento nos meios<br />
dos negócios, através da sua<br />
informação e de suas reportagens mundo afora. Elevar<br />
excelente atendimento feito por Mônica a qual agradeço.<br />
Gostaria de dar ênfase ao passado dos desbravadores,<br />
que das matas fizeram emergir cidades de hoje, um<br />
passado sempre presente naqueles que batalharam no<br />
ramo madeireiro florestal.<br />
MANEJO<br />
FLORESTAL<br />
Por Genuário Freitas -<br />
Paragominas (PA)<br />
Faço o manejo florestal<br />
e sempre procuro<br />
informações sobre o<br />
tema para que possa atualizar a maneira com que faço<br />
minha colheita. Espero sempre por matérias com esse<br />
objetivo.<br />
Imagem: reprodução<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Por Wilson Carvalho -<br />
Três Lagoas (MS)<br />
Gosto quando envolve<br />
floresta com a tecnologia,<br />
porque a economia é de<br />
tempo e dinheiro. Por<br />
isso as reportagens sobre<br />
mecanização são minhas<br />
preferidas.<br />
CAR<br />
Por Carlos Eduardo<br />
Tarantini - Vitória<br />
da Conquista (BA)<br />
Fiquei muito satisfeito ao<br />
ler na edição de março<br />
do ano passado da REFERÊNCIA FLORESTAL que o CAR<br />
(Cadastro Ambiental Rural) seria prorrogado. Tive mais<br />
tempo de me preparar e agora estou com a propriedade<br />
em dia.<br />
SEM FALTA<br />
Por Adriano Silva<br />
- Porto Velho (RO)<br />
As matérias<br />
sobre eucalipto<br />
me interessam,<br />
sou assinante<br />
da REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL e recebo<br />
religiosamente a<br />
Revista. Gostaria de<br />
exaltar o compromisso com o leitor.<br />
Foto: REFERÊNCIA Imagem: reprodução<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
10<br />
www.referenciaflorestal.com.br
´
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
VISITA<br />
Na primeira semana de março<br />
fomos a campo para realizar a<br />
reportagem que ilustra a capa da<br />
edição de abril. As informações<br />
são quentíssimas e há novidades.<br />
Aguardem.<br />
Fábio Bachi Alves dos Santos<br />
operador de autocarregável,<br />
Sidnei Nascimento gerente<br />
<strong>Florestal</strong> da Malda, Rafael<br />
Macedo editor da REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL e Heuro Tortato<br />
diretor comercial da TMO<br />
Forest<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Deydre Tortato do<br />
departamento de exportação<br />
e marketing da TMO Forest,<br />
Sérgio Braz Gugelmin<br />
empresário florestal, Heuro<br />
Tortato diretor comercial da<br />
TMO Forest, Bruno Felipe<br />
Paese, Márcio Rodrigo de<br />
Souza operador de harvester<br />
e Elson Paese empresário<br />
florestal<br />
12<br />
www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
A DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL E A<br />
TENDÊNCIA DAS EXPORTAÇÕES DE<br />
PRODUTOS DE MADEIRA<br />
Vamos percorrer ainda um longo caminho até a retomada da economia, nesse<br />
meio tempo o mercado externo é o remédio<br />
N<br />
a última coluna foi discutido o assunto da desvalorização<br />
cambial e as perspectivas para <strong>2016</strong>. Vale a pena<br />
voltar ao tema. Já não se espera uma recuperação da<br />
economia nacional em <strong>2016</strong>, e é provável que a crise continue em<br />
2017. Talvez 2018 seja um ano de retomada.<br />
A figura abaixo apresenta a evolução do câmbio nos últimos<br />
24 meses. Houve flutuações ao longo dos meses, mas a linha de<br />
tendência mostra uma desvalorização do câmbio praticamente<br />
constante, a uma taxa média de 2,2% ao mês, acumulando 70%<br />
no período. Se esta tendência for mantida no final de <strong>2016</strong> a taxa<br />
de câmbio terá crescido outros 30%.<br />
EVOLUÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO<br />
janeiro de 2014 -.<br />
O impacto da desvalorização foi importante para melhorar<br />
as exportações, mas o resultado foi menor que o esperado. Em<br />
geral o crescimento das exportações em volume acompanhou a<br />
desvalorização do real, mas com a queda nos preços a evolução<br />
das exportações em valor foi inexpressiva.<br />
Como esperado, o mercado internacional se tornou uma<br />
alternativa à queda da demanda nacional para produtos de madeira.<br />
No entanto o crescimento das exportações foi menor que o<br />
esperado, e alguns produtos mantiveram os volumes de exportação<br />
praticamente inalterados.<br />
EXPORTAÇÕES MENSAIS DE PRODUTOS DE<br />
MADEIRA SELECIONADOS (BASE VOLUME)<br />
A desvalorização da moeda nacional melhorou (momentaneamente)<br />
a competitividade dos produtos brasileiros no mercado<br />
internacional, e isto deveria teoricamente impulsionar as<br />
exportações.<br />
A segunda figura apresenta a evolução em volume das exportações<br />
de serrados e painéis de compensado (coníferas e tropicais)<br />
nos últimos 24 meses. As linhas de tendências indicam que no<br />
período ocorreu um crescimento de 2% e 2,4% ao ano para compensados<br />
e serrados de coníferas, e uma queda nas exportações de<br />
madeira serrada tropical. O crescimento do compensado tropical<br />
foi superior a 3% ao ano, no entanto a base inicial é muito baixa -<br />
menos que quatro mil m³ (metros cúbicos) foram exportados em<br />
É importante sempre lembrar que os preços de produtos de<br />
madeira no mercado internacional não deverão ser mais favoráveis<br />
no curto e médio prazo, e a tendência é de estabilidade ou novas<br />
quedas de preço. Além disto, a inflação deverá ter impactos nos<br />
custos de produção nos próximos meses, e as margens deverão<br />
declinar. Este cenário, associado à continuidade da crise nacional,<br />
indica que tanto <strong>2016</strong> como 2017, serão anos difíceis para a indústria<br />
brasileira de produtos de madeira sólida.<br />
É importante sempre lembrar que os preços de produtos de madeira no<br />
mercado internacional não deverão ser mais favoráveis no curto e médio<br />
prazo, e a tendência é de estabilidade ou novas quedas de preço<br />
14<br />
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SEU PARCEIRO FLORESTAL
NOTAS<br />
REGRAS EM<br />
SERVIÇOS<br />
Foto: divulgação<br />
Proprietários de Rppns (Reservas<br />
Particulares do Patrimônio Natural)<br />
paranaenses terão apoio financeiro<br />
para elaborarem planos de manejos,<br />
ações de educação ambiental, pesquisa<br />
ou proteção das áreas. A resolução<br />
da Sema (Secretaria Estadual do Meio<br />
Ambiente) que estabelece as normas<br />
para os projetos de pagamentos por<br />
serviços ambientais às Rppns foi publicada<br />
em fevereiro. Com as regras<br />
gerais definidas, a Sema e o IAP (Instituto<br />
Ambiental do Paraná) lançarão em<br />
março a chamada pública para os proprietários<br />
de Rppns que queiram concorrer ao primeiro edital de PSA (Pagamentos por Serviços Ambientais)do Estado.<br />
Pela resolução, poderão concorrer aos recursos do PSA todos os proprietários dentro do território do Paraná, sejam elas<br />
reservas estaduais, federais ou municipais, desde que tenham a documentação em dia, comprovando que a área não<br />
tenha débitos ambientais. Outra exigência é o registro da propriedade Siscar (Sistema de Cadastro Ambiental Rural), que<br />
comporta todas as informações da propriedade.<br />
ESPONJAS DE CARBONO<br />
Um grupo internacional de cientistas, com<br />
integrantes brasileiros, publicou a análise sobre<br />
o padrão de crescimento das florestas secundárias<br />
na região neotropical, que vai do México ao<br />
Estado de São Paulo. Eles concluíram que as capoeiras<br />
demoram, em média, apenas 66 anos para<br />
repor 90% da biomassa (portanto, do estoque de<br />
carbono) que possuíam antes do desmatamento.<br />
Uma floresta em regeneração sequestra 11 vezes<br />
mais carbono do que uma mata virgem na Amazônia.<br />
Somente na Amazônia, 22% de toda a área<br />
desmatada é ocupada por matas em regeneração,<br />
segundo dados do Projeto Terraclass, sob coordenação<br />
do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais).<br />
Esse número é provavelmente ainda maior na<br />
Mata Atlântica, que tem menos de 10% de sua cobertura florestal original.<br />
Foto: divulgação<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
GOVERNO ACRIANO DEFINE AÇÕES<br />
PARA FORTALECER SETOR<br />
Foto: Paula Amanda/Secom<br />
Os secretários de Estado de Meio Ambiente, Edegard<br />
de Deus, e da Sedens (Desenvolvimento <strong>Florestal</strong>,<br />
Indústria, Comércio e Serviços Sustentáveis), Fernando<br />
Lima, e o diretor-presidente do Imac (Instituto<br />
de Meio Ambiente do Acre), Paulo Viana, reuniram-se<br />
para discutir um calendário de ações integradas para<br />
o fortalecimento das atividades de manejo florestal<br />
madeireiro em florestas públicas e propriedades particulares.<br />
A definição das ações tem como objetivo<br />
traçar um plano de trabalho que será executado pelos<br />
três órgãos como forma de fortalecer todo o setor<br />
florestal, de forma integrada. O manejo florestal é uma das atividades que, com o apoio do governo do Estado, vem<br />
garantindo bons resultados à indústria florestal. O titular da Sedens frisou que o Estado tem moveleiros, serrarias e toda<br />
a cadeia que apresenta grande demanda.<br />
MÁQUINAS<br />
NA FLORESTA<br />
A Fibria deu mais um passo para atender<br />
o Projeto Horizonte 2, que está construindo<br />
uma nova linha de produção da unidade de<br />
Três Lagoas (MS). Mesmo antes do início das<br />
operações, previsto para ocorrer no último<br />
trimestre de 2017, a empresa já adquiriu -<br />
junto à empresa Komatsu - novas máquinas<br />
que serão responsáveis por colher, descascar e<br />
baldear a madeira até a beira da estrada para<br />
ser transportada para a fábrica. O investimento<br />
nos novos equipamentos será superior a R$<br />
100 milhões. Com o aumento de produção e a<br />
aquisição dos harvesters e forwarders, a Fibria<br />
pretende abrir mais de 700 novos postos de trabalho dedicados ao processo de colheita durante todo o ano de <strong>2016</strong>. As<br />
obras do Projeto Horizonte 2 começaram em 2015 e seguem dentro do cronograma. Com investimento de R$ 8,7 bilhões,<br />
a Unidade de Três Lagoas terá a capacidade de produção aumentada em 1,75 milhão t (toneladas) de celulose/ano totalizando<br />
3,05 milhões t de celulose/ano.<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
17
NOTAS<br />
IDENTIFICAÇÃO E<br />
CLASSIFICAÇÃO<br />
Foto: Fablicio Rodrigues/Almt<br />
Preocupados com a manifestação positiva do<br />
Indea (Instituto de Defesa Agropecuária) quanto à<br />
volta da obrigatoriedade da Classificação e Identificação<br />
da Madeira, diretores do Cipem (Centro de<br />
Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira),<br />
reuniram-se com o deputado Dilmar Dal’ Bosco e<br />
com o secretário de Estado de projetos estratégicos,<br />
Gustavo Oliveira, em busca de esclarecimentos. De<br />
acordo com os empresários, Mato Grosso é o único<br />
Estado brasileiro a exigir esse procedimento, o que<br />
acaba tornando o mesmo menos competitivo. Eles<br />
explicam que a perda de competitividade está ligada aos altos valores fixados pelo Estado, uma vez que o cálculo do Icms<br />
sobre a venda das madeiras bruta e industrializada é feita a partir da classificação estabelecida pelo Indea. A identificação de<br />
produtos florestais deixou de ser obrigatória em 2013, quando Dilmar Dal’ Bosco liderou um movimento entre os parlamentares<br />
mato-grossenses pela revogação da Lei Complementar nº 235/2005, que determinava o procedimento de classificação<br />
rodoviária nas madeiras extraídas no Estado.<br />
R$ 2 MILHÕES DE<br />
RETORNO<br />
Os municípios de Juruti, Santarém, Aveiro, Monte Alegre e Almeirim,<br />
no oeste do Pará, recebem neste mês mais de R$ 2 milhões em<br />
recursos do Ideflor-Bio (Instituto de Desenvolvimento <strong>Florestal</strong> e da<br />
Biodiversidade), por meio do Fundeflor (Fundo Estadual de Desenvolvimento<br />
<strong>Florestal</strong>). Os recursos são referentes a 30% do valor arrecadado<br />
na safra de 2015 com as áreas de concessões florestais. O valor<br />
é distribuído como contraprestação pelo uso econômico de recursos<br />
florestais de seus respectivos territórios, conforme legislação vigente.<br />
Esse é o terceiro ano do repasse de recursos aos municípios. O segundo<br />
Plano de Aplicação do Fundeflor, executado em 2015, beneficiou<br />
os municípios de Juruti, Santarém, Aveiro e Monte Alegre, que tinham<br />
áreas de concessão florestal outorgadas pelo Ideflor-Bio. No ano passado<br />
os valores repassados chegaram a pouco mais de R$ 1,7 milhão.<br />
Por meio da concessão florestal, o patrimônio florestal é gerenciado<br />
de forma a combater a apropriação indevida de terras públicas, evitando assim a exploração predatória dos recursos existentes,<br />
a conversão do uso do solo para outros fins, como pecuária e agricultura, e promovendo uma economia em bases<br />
sustentáveis e de longo prazo.<br />
Foto: divulgação<br />
18<br />
www.referenciaflorestal.com.br
OS SEM<br />
FLORESTA<br />
A Araupel sofreu novo<br />
ataque feito por integrantes<br />
do MST (Movimento de Trabalhadores<br />
Rurais Sem Terra).<br />
O grupo invadiu um viveiro<br />
e destruiu cerca de 1,2<br />
milhão de mudas de pinus<br />
que estavam sendo preparadas<br />
para o plantio em uma<br />
área de reflorestamento<br />
da Araupel, em Quedas do<br />
Iguaçu (PR). O prejuízo foi<br />
calculado em R$ 5 milhões.<br />
Desde julho de 2014, quando<br />
a fazenda de reflorestamento<br />
foi invadida por centenas de famílias, o clima é tenso na região e a titularidade da área vem sendo disputada na<br />
justiça. “Há mais de um ano a Araupel tem a seu favor um mandado de reintegração de posse e aguarda o cumprimento<br />
por parte do governo do Estado”, revela o departamento jurídico da Araupel. Neste período, a Araupel calcula perdas de<br />
mais de R$ 35 milhões com as invasões.<br />
A justificativa para o ataque do MST é que o ataque realizado por 5 mil mulheres faz parte da Jornada Nacional de<br />
Luta das Mulheres Camponesas, que este ano tem como lema: “Mulheres na luta em defesa da natureza e alimentação<br />
saudável, contra o agronegócio”.<br />
Foto: divulgação<br />
SÓ QUEREMOS TRABALHAR<br />
Em novembro do ano passado, funcionários da Araupel protestaram em frente à sede do governo do Paraná, em<br />
Curitiba (PR). O grupo de cerca de 1,2 mil pessoas pedia providências e a retirada dos integrantes do MST acampados na<br />
fazenda. Os manifestantes levaram até a capital vários tratores, caminhões e maquinários que desde estão estavam na<br />
área ocupada.<br />
A empresa recebeu o<br />
Prêmio REFERÊNCIA 2015<br />
pela conduta exemplar<br />
que mantém ao longo<br />
desses anos, em especial<br />
no ano passado, mesmo<br />
sofrendo ataques sistemáticos.<br />
Enquanto isso<br />
o governo do Paraná se<br />
mantém omisso no cumprimento<br />
de suas obrigações.<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
19
ALTA E BAIXA<br />
EXPORTAÇÕES CRESCEM EM JANEIRO<br />
No primeiro mês de <strong>2016</strong>, a receita de exportações de celulose, painéis de madeira e papel totalizou US$<br />
646 milhões, crescimento de 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o total foi de<br />
US$ 588 milhões. O saldo da balança comercial do setor de janeiro é de US$ 555 milhões, valor 23,1%<br />
maior na comparação com o mesmo período de 2015. De acordo com os dados da Ibá (Indústria<br />
Brasileira de Árvores), o volume das exportações de celulose totalizou 959 mil t (toneladas) em<br />
janeiro de <strong>2016</strong>, crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2015. Em relação ao<br />
segmento de painéis de madeira, o volume exportado no primeiro mês do ano somou 54<br />
mil m³ (metros cúbicos), crescimento de 50%, e as exportações de papel atingiram 156<br />
mil t no primeiro mês deste ano, volume 1,3% maior que o mesmo mês em 2015.<br />
ALTA<br />
EM PROL DAS NASCENTES<br />
O programa de proteção de nascentes será a nova frente de recuperação ambiental de Santa Catarina.<br />
Todas as cadeias produtivas compreenderam que, para garantir água de qualidade e suficiente para<br />
atender as necessidades do campo, da cidade e da rica biodiversidade brasileira, é necessário preservar<br />
as nascentes. A iniciativa tem amplitude nacional e, em território catarinense, será desenvolvida pela<br />
Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), Senar (SC), sindicatos e cooperativas<br />
que definiram um primeiro grande passo: a realização de 50 treinamentos para produtores, neste<br />
primeiro semestre, mediante convênio com a Cooperativa Central Aurora Alimentos. Manter a nascente<br />
preservada minimiza os riscos de erosão, poluição ou outros acidentes naturais, e os provocados pela<br />
intervenção humana.<br />
MAIS VULNERÁVEIS<br />
Floresta Amazônica e a caatinga estão entre os ecossistemas mais vulneráveis às mudanças climáticas e<br />
podem sofrer mais do que a maioria das regiões do globo com a variação da temperatura e das chuvas<br />
causada pelo aquecimento global. A descoberta faz parte de um estudo publicado ontem na revista Nature<br />
que descreve um novo método de avaliar a sensibilidade de diferentes áreas do mundo às alterações<br />
do clima. Entre os biomas mais ameaçados, também estão a tundra, típica das regiões geladas do ártico;<br />
porções da Floresta Boreal, que cobre parte do Canadá e do Alasca; o leste da Austrália; e as matas temperadas<br />
encontradas em regiões alpinas.<br />
BAIXA<br />
CONCORRÊNCIA ILEGAL<br />
Oficialmente, Moçambique exporta 100 milhões de dólares de madeira para a China.<br />
Entretanto, as estatísticas chinesas contabilizam a importação de quatro vezes mais - US$<br />
400 milhões - da matéria-prima, segundo publicação do site África Monitor. A discrepância<br />
entre os números divulgados oficialmente e a quantidade real de madeira que entra na China<br />
tem aumentado. Relatórios preparados por organismos internacionais, como os da NU Comtrade<br />
(uma ferramenta da Organização das Nações Unidas para monitoramento), compilados pelo World<br />
Resources Institute, mostram que US$ 300 milhões em madeira moçambicana chegaram ao território<br />
chinês de forma ilegal.<br />
20<br />
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SERINGUEIRA<br />
COMO BIOMASSA<br />
A<br />
principal árvore utilizada para a produção de biomassa<br />
é o eucalipto. Mas Albino de Sousa, gerente<br />
de operações da FL <strong>Florestal</strong>, conta que o processo é<br />
viável também com a Hevea brasiliensis, mais conhecida como<br />
seringueira. “Começamos a utilizar a seringueira no Mato<br />
Grosso, há um ano e ela tem se mostrado bastante viável. A<br />
performance é melhor ou igual a do eucalipto, com a vantagem<br />
de se tornar mais barata no final do processo”, explica<br />
Albino. A expectativa para o mercado de biomassa florestal é<br />
de que melhore em dois ou três anos. “Apesar da crise econômica<br />
as indústrias estão buscando novas alternativas. Cadeiras<br />
movidas com óleo combustível ou gás estão fazendo a substituição<br />
por biomassa florestal”, afirma ele.<br />
Foto: divulgação<br />
TERMINAL<br />
PARA PELLETS<br />
O<br />
Porto do Rio Grande (RS), acaba de<br />
ganhar um terminal exclusivo para o<br />
embarque de pellets de madeira. Com<br />
o aumento das exportações do produto para a<br />
Europa está havendo a necessidade de ampliar o<br />
canal de escoamento de pellets. O mercado europeu,<br />
onde 37% da energia consumida é gerada<br />
a partir de carvão mineral, busca substituir esta<br />
fonte, que gera impacto no efeito estufa, pela biomassa<br />
com elevado poder calorífico. Parte dessa<br />
demanda será suprida, entre outros fornecedores,<br />
pela unidade silvoindustrial que está sendo<br />
instalada no município de Pinheiro Machado (RS),<br />
dimensionada para produzir 600 mil toneladas de<br />
pellets por ano. A estimativa é que com a nova estrutura,<br />
o terminal portuário deverá atingir 60 mil<br />
t/mês (toneladas) de pellets exportados ao mês.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
22<br />
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APLICAÇÃO<br />
INTELIGÊNCIA<br />
GEOGRÁFICA<br />
A<br />
Cenibra (Celulose Nipo-<br />
-Brasileira), empresa especializada<br />
na produção de<br />
celulose branqueada de fibra curta de<br />
eucalipto, com sede em Minas Gerais,<br />
implantou a plataforma Arcgis para<br />
mapear suas propriedades e gerenciar<br />
a colheita florestal. A iniciativa,<br />
que teve início em 2005, envolve todo<br />
o processo de colheita, silvicultura de<br />
precisão, meio ambiente, gestão e<br />
planejamento florestal, e geoprocessamento<br />
da empresa, e trouxe mudanças<br />
significativas no dia a dia dos gestores rurais. Segundo Emanuel Elidio, engenheiro civil na Cenibra, um dos grandes<br />
desafios superados na implantação do GIS foi a condição geográfica da Cenibra, localizada em uma área acidentada. “A<br />
expertise da Imagem, referência no mercado de GIS corporativo, nos permitiu agilizar o planejamento florestal, de modo a<br />
identificar as condições de florestas plantadas, fazer a modelagem de estradas, replanejar estradas, conhecer o relevo por<br />
meio de imagens em alta definição via processamento Lidar (tecnologia de sensoriamento remoto que permite a visualização<br />
de mapas tridimensionais), feito na plataforma Arcgis Desktop”, conclui.<br />
Foto: divulgação<br />
PERGUNTAS E<br />
RESPOSTAS SOBRE A<br />
ILPF<br />
Imagem: divulgação<br />
A<br />
Embrapa acaba de lançar um livro, em<br />
formato de PDF, sobre questões da Ilpf<br />
(Integração Lavoura, Pecuária e Floresta).<br />
O material conta com a colaboração de mais de 100<br />
autores, em quase 400 páginas e 20 capítulos. Ele<br />
pode ser baixado ou acessado online gratuitamente<br />
pelo endereço www.embrapa.br. A intenção da entidade<br />
é contribuir com o incremento desse modelo de agronegócio muito mais moderno. Segundo a Embrapa, com<br />
o aumento da demanda por alimentos e a evolução tecnológica na produção, a atividade agrícola moderna passou a<br />
caracterizar-se por sistemas padronizados e simplificados de monocultura. Esse sistema de produção agropecuária<br />
predomina nas propriedades rurais em todo o mundo. Os diferentes sistemas de Ilpf, adotados segundo os conceitos<br />
da agricultura conservacionista, proporcionam ao agroecossistema uma produção mais sustentável de alimentos,<br />
fibras, madeira, energia, e ainda um aumento da renda do produtor tornando-se também um provedor de serviços<br />
ambientais.<br />
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FRASES<br />
Essa medida<br />
desvaloriza o<br />
segmento, uma<br />
vez que tem se<br />
comprovado um<br />
valor superior a 65%<br />
de aproveitamento.<br />
Temos que aprender<br />
a estimar os que<br />
trabalham para o<br />
crescimento do país,<br />
dessa forma vamos<br />
enterrar o setor<br />
florestal de vez<br />
Resposta do senador Jorge Viana<br />
sobre a proposta de emenda feita<br />
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do<br />
Meio Ambiente e dos Recursos<br />
Naturais Renováveis) e SFB (Serviço<br />
<strong>Florestal</strong> Brasileiro ) para redução<br />
do CRV<br />
Houve uma intempestividade no assunto, ele não<br />
é novo estamos discutindo isso há mais de 30 anos,<br />
se houver alguém que use um rendimento maior é<br />
só comprovar que obterá autorização<br />
Paulo Fontes, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas, afirmando<br />
que é plausível a redução do CRV (Coeficiente de Rendimento Volumétrico) no<br />
beneficiamento das toras para 35%<br />
O governo está sensível às demandas trazidas<br />
pelo setor produtivo. Desde que assumimos<br />
estreitamos esse diálogo, sempre buscando<br />
conciliar o desenvolvimento econômico com a<br />
conservação ambiental, porém, algumas medidas<br />
mais duras precisam ser adotadas neste momento<br />
em razão do aumento do desmatamento ilegal<br />
verificado no ano passado<br />
Ana Luiza Peterlini, secretária da Sema MT (Secretaria de Estado de Meio<br />
Ambiente) sobre Decreto nº 420 que estabelece normas mais rígidas ao<br />
manejo florestal<br />
Mato Grosso ficará em desvantagem em<br />
relação aos outros Estados produtores de<br />
madeira, a exemplo de Rondônia e do Pará,<br />
devido aos altos impostos cobrados. Há casos<br />
em que alguns tipos de madeiras comercializadas<br />
nos Estados vizinhos chegam a ser até 40% mais<br />
baratas que as daqui<br />
Foto: Agência Brasil<br />
Fernando Zafonato, presidente em exercício do Cipem (Centro de<br />
Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira) sobre a possibilidade do<br />
Indea (Instituto de Defesa Agropecuária) voltar a exigir a a classificação e<br />
identificação da madeira<br />
26<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Thiago Valente Novaes<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
Belém (PA) - 27/10/1983<br />
October 27, 1983, Belém (PA)<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Presidente do Ideflor-Bio (Instituto de Desenvolvimento <strong>Florestal</strong> e da Biodiversidade do Pará)<br />
President of the State of Pará Institute for Forestry and Biodiversity Development (Ideflor-Bio)<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Engenheiro <strong>Florestal</strong> pela Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia)<br />
Forestry Engineering, Federal Rural University of the Amazon (Ufra)<br />
O<br />
primeiro contrato de concessão de uma floresta pública<br />
para realização do MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável)<br />
foi autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em<br />
2008. Foi uma quebra de padrão que mostrou a possibilidade<br />
de explorar economicamente uma área florestal pertencente ao<br />
Estado de forma sustentável. O Estado do Pará obteve o primeiro<br />
contrato em 2011. Atualmente estão sob este modelo 544.061,11<br />
ha (hectares) de florestas nativas, localizadas na região oeste do Estado.<br />
Conversamos Thiago Valente Novaes, presidente do Ideflor-<br />
-Bio (Instituto de Desenvolvimento <strong>Florestal</strong> e da Biodiversidade<br />
do Pará), autarquia responsável por gerir as florestas públicas para<br />
produção sustentável. Ele falou sobre os resultados aferidos, até o<br />
momento positivos, levando em conta que se passaram somente<br />
cinco anos desde o primeiro contrato que está enquadrado em<br />
um regime de duração de 30 a 40 anos. Ele garante que o sistema<br />
é viável economicamente e que a entidade trabalha para sanar<br />
dificuldades dos concessionários, como concorrência desleal com<br />
a atividade ilegal e estabelecer um índice específico que balize os<br />
reajustes anuais do preço da madeira.<br />
Florestas públicas bem manejadas<br />
Well managed public forests<br />
T<br />
he first concession contract for carrying out Sustainable<br />
Forest Management (SFM) in a public forest was authorized<br />
by the Federal Supreme Court (STF), in 2008. It was a<br />
new pattern that showed the possibility of economically exploiting<br />
a forested area belonging to the State in a sustainable way. The<br />
first contract in the State of Pará was signed in 2011. Currently,<br />
there are 544,061.11 hectares (ha) of native forests being exploited<br />
under this model, located in the Western Region of the State.<br />
We talked with Thiago Valente Novaes, President of the State of<br />
Pará Institute for Forestry and Biodiversity Development (Ideflor-<br />
-Bio), the local authority responsible for managing the public forests<br />
for sustainable production. He talked to us about the results<br />
so far being positive, considering it’s been only five years since the<br />
first contracts were signed that have a duration between 30 and<br />
40 years. He ensures that the system is proving economically viable<br />
and that the entity is working to address difficulties, such as<br />
unfair competition from illegal activities and establishment of a<br />
specific index that sets annual price adjustments.<br />
28<br />
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Quantas florestas estão sob concessão atualmente, onde estão<br />
e por quantos anos? São quantos hectares no total e quantos<br />
passíveis de serem manejados?<br />
Hoje o Estado do Pará possui 11 contratos de concessão assinados,<br />
envolvendo oito empresas, contabilizando um total de 544.061,11<br />
ha de floresta em regime de concessão, estão localizados nos<br />
municípios de Santarém, Juruti, Aveiro, Almeirim e Monte Alegre.<br />
Se fizermos um desconto médio de 13% de áreas não manejáveis,<br />
APP (Áreas de Preservação Permanente) e inacessíveis, teremos<br />
uma área líquida manejável de aproximadamente 475.948,57 ha.<br />
Qual seu conceito sobre o resultado das concessões das florestas<br />
públicas no Pará?<br />
A concessão florestal é, pela sua própria natureza, um processo de<br />
longo prazo, prova disso está no período de vigência dos contratos<br />
definido pela própria lei, que estipula intervalos de 30 a 40 anos<br />
para cada contrato de concessão. O Estado do Pará assinou seu<br />
primeiro contrato de concessão florestal ao final de 2011, na região<br />
oeste, portanto, temos um universo de análise de aproximadamente<br />
quatro anos de execução contratual. Se estabelecermos<br />
como critérios de análise dos resultados aspectos relacionados:<br />
destinação do patrimônio florestal; garantia de origem do produto<br />
florestal; monitoramento das atividades e cláusulas contratuais;<br />
manejo florestal; geração de emprego; manutenção da paisagem<br />
e dos serviços ambientais e ecossistêmicos, podemos concluir que<br />
até o presente momento, o processo de concessão de florestas<br />
tem mostrado ótimos resultados para o Pará.<br />
O modelo empregado atende a necessidade dos concessionários<br />
e ao que o Estado esperava?<br />
O modelo empregado no Estado ainda não pode ser considerado<br />
pronto e acabado, posso afirmar que muitos problemas já foram<br />
equacionados, porém ainda temos alguns pontos, já conhecidos,<br />
que precisam ser solucionados ou ajustados e garanto que devam<br />
existir situações que ainda não tiveram a oportunidade de aparecer,<br />
principalmente pelo tempo de execução percorrido, estamos<br />
falando de aproximadamente 10% do tempo de contrato. No entanto,<br />
conclusões preliminares indicam que o modelo apresentado<br />
é capaz de gerar bons resultados para todas as partes envolvidas.<br />
Alguns fatores associados ao mercado e ao câmbio podem fazer<br />
com que esses bons resultados demorem mais ou menos para<br />
chegar, o fato é que estamos tratando de um produto (madeira)<br />
que apresenta uma boa cotação de valor e com potencial e capacidade<br />
de adquirir excelentes valores agregados, além de já se<br />
encontrar disponível na floresta.<br />
Quais são as maiores dificuldades e o que está sendo feito para<br />
solucionar os problemas?<br />
Por parte dos concessionários temos algumas colocações recorrentes<br />
como, por exemplo: o custo de transação das concessões<br />
ainda estar muito elevado, a concorrência com o mercado ilegal<br />
afeta as relações comerciais e a ausência de um índice específico<br />
Currently, how many forests are under the concession regime,<br />
where and for how many years? How many hectares in<br />
total and how many that can be managed?<br />
Today the State of Pará has 11 concession contracts signed involving<br />
eight companies, accounting for a total of 544,061.11<br />
ha of forest under concession, which are located in the municipalities<br />
of Santarém, Juruti, Aveiro, Almeirim and Monte<br />
Alegre. If we account for an average discount of 13% of manageable<br />
areas for Permanent Preservation Areas (APP) and<br />
being inaccessible, we will have a net manageable area of approximately<br />
475,948.57 ha.<br />
What’s your thinking on the results to date of the public forest<br />
concessions in the State of Pará?<br />
The forest concession is, by its very nature, a long-term process;<br />
proof of this is in the contract life period as defined by the<br />
law itself, which stipulates a period of 30 to 40 years for each<br />
concession agreement. The State of Pará signed its first forest<br />
concession contract at the end of 2011, in the Western Region,<br />
so we have a universe for analysis of about just four years of<br />
contract execution. If we set as criteria for the analysis of the<br />
results the following related aspects: use of forest heritage;<br />
product Guarantee of Origin; activity and contractual clause<br />
monitoring; Forest Management; employment generation;<br />
landscape maintenance; and, environmental and ecosystem<br />
services, we can conclude that up to now, the forest concession<br />
process has shown excellent results for the State.<br />
Does the model being employed meet the needs of concession<br />
holders and deliver what the State expected?<br />
The model being employed in the State still cannot be considered<br />
“ready and finished”. I can say that many problems<br />
have already been addressed, but we still have several points,<br />
already known, that need to be addressed or adjusted, and I<br />
guarantee that situations exist that have not yet appeared,<br />
primarily due to the short time the concession process has run,<br />
we’re talking about only 10% of contract life. However, preliminary<br />
findings indicate that the model is able to generate<br />
positive results for all parties involved. Some factors associated<br />
with the market and the exchange rate may cause these<br />
positive results to take a longer or shorter time to appear. The<br />
fact is that we are dealing with a product (timber) that offers<br />
value with the potential and ability to acquire excellent value<br />
added, in addition to being readily available from the forest.<br />
What are the major difficulties and what is being done to<br />
solve the problems?<br />
On the part of the concession holders, we have some recurring<br />
complaints such as: the transaction cost of the concessions is<br />
still very high, competition with the illegal market affects commercial<br />
relations, and the absence of a specific index, or similar,<br />
that reflects timber price behavior and variation to set the<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
29
ENTREVISTA<br />
ou similar que reflita o comportamento e a variação de preços<br />
da madeira, para subsidiar os reajustes anuais (apostilamento<br />
dos contratos). Por conta dessas colocações, o Estado não tem<br />
medido esforços para estudar possibilidades de reduzir o custo<br />
de transação por meio de melhorias e ajustes, dentro dos limites<br />
legais, nos contratos, temos intensificado a rotina de operações<br />
de fiscalização com o objetivo de eliminar extrações ilegais de<br />
madeira e, por fim, estamos em vias de contratação de um novo<br />
estudo de preços de madeira para obter elementos balizadores<br />
de reajuste dos valores praticados atualmente até que tenhamos<br />
um índice capaz de refletir, com níveis de segurança, a variação de<br />
preços da madeira. Em última análise, posso afirmar que estamos<br />
caminhando muito bem, dentro do que se esperava e as perspectivas<br />
são promissoras para o processo de concessão. Ainda não<br />
temos nenhum outro modelo que seja capaz de concorrer com o<br />
que se pratica hoje. Imagine que depois de algumas décadas de<br />
luta entre o setor florestal e os órgãos de comando e controle,<br />
se conseguiu estabelecer uma relação onde o poder público é<br />
capaz de selecionar, através de critérios definidos em edital, as<br />
melhores propostas dentro de aspectos sociais, agregação de<br />
valor, eficiência, qualidade ambiental e preço, após isso é firmado<br />
um contrato que irá estabelecer as regras dessa relação e ao<br />
final desse processo temos como resultado o patrimônio público<br />
florestal preservado, a prestação de serviços ambientais mantidas,<br />
empregos gerados e movimentação na economia.<br />
Quais foram os principais ajustes ao longo desses anos para<br />
melhorar o processo e a gestão das florestas?<br />
Além do amadurecimento de forma geral na gestão dos contratos,<br />
tivemos avanços em relação ao entendimento da garantia<br />
contratual, aprimoramento das metodologias de verificação<br />
em campo, elaboração de novas diretrizes que correspondem<br />
ao detalhamento das cláusulas contratuais, tornando-as mais<br />
transparentes e objetivas e o aumento da periodicidade de<br />
pagamento que garantiu ao concessionário o dobro do prazo<br />
que ele tinha para efetuar a quitação dos débitos referentes aos<br />
produtos comercializados e transportados, evitando o acréscimo<br />
de juros e multas.<br />
Muitos empresários reclamam da dificuldade em obter viabilidade<br />
econômica no manejo florestal e ainda mais quando estão<br />
sobre concessão de florestas públicas por causa das exigências<br />
annual adjustments (as contained in contracts). On account<br />
of these, the State has made much effort to study possibilities<br />
of reducing the transaction costs through improvements<br />
and adjustments, within legal limits, in the contracts. Also we<br />
have intensified the supervision with the goal of eliminating<br />
illegal timber extraction and, finally, we are in the process of<br />
contracting a new timber price study for the elements underpinning<br />
the readjustment values used today, until we find an<br />
index capable of reflecting, with a level of security, timber price<br />
variations. In the final analysis, I can say that we are moving<br />
ahead very well, within what was expected and the prospects<br />
are promising for the concession process. We still don’t have<br />
any other model that is able to compete with that being used<br />
today. Just think that after several decades of in-fighting between<br />
the Forest Sector and the monitoring and controlling<br />
agencies, a relationship was established where the Government<br />
is able to select, through criteria set out in a public bidding<br />
process, the best proposals as to social aspects, adding<br />
value, efficiency, environmental quality and price, after which<br />
a contract is signed that will establish the rules of the relationship<br />
and at the end of this process, we have as a result the<br />
public forestry heritage being preserved, the provision of environmental<br />
services maintained, jobs generated, and increased<br />
economic activity.<br />
What were the main adjustments made over the years to improve<br />
the process and forest management?<br />
In addition to the overall maturation in the management of<br />
contracts, we had advances in relation to the understanding of<br />
contractual guarantees, improvement in verification methodologies<br />
in the field, drafting of new guidelines that correspond<br />
to the details of contractual terms, making them more transparent<br />
and objective, and an increased payment period, which<br />
has ensured that the concession holder has double the period<br />
to effect the discharge of debts relating to products marketed<br />
and transported, reducing or avoiding interest and fines.<br />
Many entrepreneurs complain of the difficulty in obtaining<br />
economic viability in forest management and even more so<br />
when they are talking about public forest concessions because<br />
of the requirements. How do you evaluate this situation?<br />
“Ainda não temos nenhum outro modelo que seja<br />
capaz de concorrer com o que se pratica hoje”<br />
30<br />
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a mais. Como avalia essa situação?<br />
Não tenho a crença na ausência de viabilidade econômica, mesmo<br />
porque se, realmente, não existisse viabilidade não teríamos concorrentes<br />
nas licitações e tão pouco teríamos contratos chegando<br />
ao seu quarto ano de operação/exploração. Acredito que possam<br />
existir dificuldades e riscos como em todos os negócios, porém,<br />
o histórico que temos não nos leva a caminhos de inviabilidade.<br />
Também não imagino que chegará um dia em que esse tipo de<br />
reclamação deixará de existir, afinal, apesar do interesse comum<br />
convergir no sucesso e nos bons resultados ambientais, sociais e<br />
econômicos desse processo, existem interesses divergentes que<br />
culminam em discussões como a viabilidade econômica.<br />
Normalmente qual é o modelo dos empresários concessionários:<br />
venda de madeira em toras ou beneficiamento em serrarias<br />
próximas às áreas? Qual a exigência por certificação FSC?<br />
O perfil dos atuais concessionários é quase uniforme com pouquíssimas<br />
variações entre eles, 80% das empresas já atuavam no<br />
setor florestal e no Pará antes de serem concessionários, portanto,<br />
são pessoas que já tinham intimidade com os bônus e os ônus do<br />
negócio. Por força de contrato existe a obrigatoriedade de que<br />
um percentual da madeira seja minimamente beneficiada no<br />
município onde ela é extraída, nesse caso, mesmo as empresas<br />
que vendiam o produto em tora, tiveram que fazer investimentos<br />
na verticalização de parte dessa produção, no entanto, alguns<br />
concessionários já possuíam serraria ou até mesmo indústria.<br />
O fato é que o processo de concessão também busca estimular<br />
a verticalização e a agregação de valor ao produto florestal. No<br />
contrato de concessão não existe a exigência para que o concessionário<br />
seja certificado, porém, aqueles que, por necessidade de<br />
mercado ou vontade pessoal, quiserem certificar sua área, poderão<br />
receber bonificação no preço pago pelo produto explorado,<br />
desde que a bonificação não torne o preço inferior à proposta<br />
apresentada no ato da licitação.<br />
Quais são as principais espécies comercializadas e qual o mercado?<br />
São muitas as espécies que podem ser observadas nas autorizações<br />
de exploração dos concessionários, se considerarmos<br />
o volume autorizado para exploração teremos como as cinco<br />
mais recorrentes: jatobá (Hymeneae courbaril), maçaranduba<br />
(Manilcara huberi), ipê (Tabebuia serratifolia), tauari (Couratari<br />
guianensis) e angelim (Dinizia excelsa). Quanto ao mercado, atualmente<br />
parece ser bem distribuída essa produção para atender<br />
o mercado interno e externo.<br />
Como incentivar a produtividade dos manejos - o que é essencial<br />
para a atividade - e ao mesmo tempo manter a biodiversidade<br />
florestal?<br />
É importante entender que um projeto de manejo florestal já traz<br />
em suas diretrizes e objetivos básicos a manutenção da biodi-<br />
I haven’t heard of the absence of economic viability, even if,<br />
in reality, there was no economic viability, we wouldn’t have<br />
had any competitive bidding nor would we have contracts going<br />
into their 4th year of operation/exploitation. I believe that<br />
there may be difficulties and risks as in all businesses; however,<br />
the story that we have does not lead us along an unviable<br />
path. Also, I can’t imagine that there will come a day when this<br />
kind of claim will cease to exist, after all, despite the common<br />
interest converging as to the success and good environmental,<br />
social and economic results of this process, there are divergent<br />
interests that culminate in discussions as to economic viability.<br />
Typically, what is the concession business model: sale of timber<br />
as logs or processed in sawmills near the areas? What is<br />
the demand for FSC certification?<br />
The current concession holder profile is almost uniform with<br />
very few variations amongst them, 80% of companies already<br />
operated in the Forest Sector, and in the State of Pará, before<br />
they became concession holders; therefore, they are people<br />
who were already intimate with the pluses and the negatives<br />
of the business. By virtue of the contract, there is the requirement<br />
that a minimum percentage of income benefits the municipality<br />
from where it is extracted, in this case, the companies<br />
that sell the product as logs, must make investments in<br />
verticalization for part of this production; however, some concession<br />
holders already owned a sawmill or even a processing<br />
unit. The fact is that the concession process also stimulates<br />
verticalization and adding value to the forest product. In the<br />
concession contract, there is no requirement that the concession<br />
holder be certified; however, those who are, due to necessity<br />
or just willingness, want to make sure their area can<br />
receive a price bonus paid for the product, as long as the bonus<br />
doesn’t affect the price set in the proposal made at the time<br />
of bidding.<br />
What are the main species being sold and what is the market?<br />
There are many species that can be observed in the concession<br />
holder’s Permits to Operate; if we consider the volume authorized<br />
for exploration, the five most exploited are: Jatobá (Hymeneae<br />
courbaril), Maçaranduba (Manilcara huberi), Ipê (Tabebuia<br />
serratifolia), Tauari (Couratari guianensis) and Angelim<br />
(Dinizia excelsa). As for the market, product sales currently appear<br />
to be well distributed meeting domestic and international<br />
market demands.<br />
How do you stimulate forest management productivity -<br />
which is essential for the activity - and, at the same time,<br />
maintain forest biodiversity?<br />
It is important to understand that a forest management project<br />
already includes guidelines and basic objectives as to biodi-<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
31
ENTREVISTA<br />
versidade e do ecossistema, garantia de estoque de madeira por<br />
meio do controle de parâmetros fitossociológicos, manutenção<br />
de matrizes para garantia do material genético dos indivíduos que<br />
apresentam melhores condições dentro do sistema, a redução<br />
máxima de impacto durante a exploração através de planejamento<br />
de corte e arraste, o planejamento de estradas e pátios para<br />
otimizar o espaço a ser aberto e afinal tem-se a manutenção da<br />
paisagem e do bioma em sua totalidade. A afirmação que faço é<br />
tão pertinente que para os licenciamentos de projetos de manejo<br />
florestal são dispensáveis os EIA/Rima (Estudos de Impactos<br />
Ambientais e posterior relatório de impactos), por entender que<br />
o projeto já garante a mitigação e a compensação de possíveis<br />
danos que podem ser causados. Não podemos, de forma alguma,<br />
confundir a atividade florestal madeireira executada através de<br />
um Pmfs (Plano de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) com o desmatamento<br />
ilegal ou até mesmo com a supressão vegetal. O plano de<br />
manejo tem o dever de resultar em todas as garantias já citadas e<br />
outras que eventualmente não tenham sido citadas. Precisamos,<br />
cada vez mais, investir no monitoramento inteligente, eficiente<br />
e eficaz desses projetos para garantir que todas essas diretrizes<br />
sejam materializadas no campo.<br />
De que forma a entidade apoia os concessionários e faz o controle<br />
da gestão dessas florestas?<br />
As principais formas de apoiar os concessionários são: o reduzido<br />
tempo de resposta que damos as solicitações; o esforço permanente<br />
no aprimoramento do processo de gestão, para reduzir o<br />
custo de transação e a garantia de um monitoramento eficiente do<br />
contrato para que não sejam contestadas a lisura e a idoneidade<br />
do processo. Trabalhamos com uma equipe pequena, porém<br />
especializada no tema. De forma reduzida o planejamento do<br />
monitoramento das concessões se divindade em três aspectos: jurídico,<br />
monitoramento do cumprimento das cláusulas contratuais<br />
(escritório) e monitoramento das cláusulas contratuais (campo).<br />
Outro investimento que fazemos é na transparência e acesso a<br />
informação, pois além de ser uma exigência legal, entendemos<br />
que é salutar para o processo. Temos muitas informações e<br />
produtos disponíveis em nosso site eletrônico (www.ideflorbio.<br />
pa.gov.br) e pretendemos implementar um sistema específico<br />
de gestão dos contratos de concessão que irá incluir um módulo<br />
público para facilitar a troca, o acesso, o controle e a segurança<br />
das informações.<br />
Recentemente as cidades de Juruti, Santarém, Aveiro, Monte<br />
Alegre e Almeirim, receberam mais de R$ 2 milhões em recursos<br />
do Ideflor-Bio. Como está repartido o retorno aos municípios e<br />
ao Estado no final de cada safra?<br />
Por determinação legal, ao final de cada safra o montante arrecadado<br />
pelas concessões através do Fundeflor (Fundo de Desenvolvimento<br />
<strong>Florestal</strong> do Estado do Pará) é distribuído da seguinte<br />
forma: Fundeflor 40% (linhas de fomento previstas no decreto nº.<br />
versity and ecosystem maintenance, timber stock guarantees<br />
through phytosocialogical parameter controls, matrix maintenance<br />
to guarantee the genetic material of the individuals that<br />
have better conditions within the system, maximum impact reduction<br />
during operations through felling and drag planning,<br />
road and yard planning to optimize the space to be opened,<br />
and landscape and entire biome maintenance. This statement<br />
is borne out by the licensing of forest management projects<br />
being subject to Environmental Impact Studies and subsequent<br />
Environmental Impact Reports (EIA/Rima), for understanding<br />
that the project guarantees the mitigation and compensation<br />
for any possible damages that may be caused. We simply cannot<br />
confuse the forest logging activity performed through a<br />
Sustainable Forest Management Plan (SFMP) with the illegal<br />
deforestation or even with vegetal suppression. The Management<br />
Plan must result in all the guarantees mentioned above<br />
and others that eventually have not yet been cited. We need to<br />
increasingly invest in smart, efficient and effective monitoring<br />
of these projects to ensure that all these guidelines are carried<br />
out in the field.<br />
In what way is the entity supporting the concession holders<br />
and carrying out management control of these forests?<br />
The main ways to support the concession holders is in: reduced<br />
response time that we give to their requests and continue ongoing<br />
efforts to improve the management process, to reduce<br />
the transaction cost and to guarantee efficient monitoring of<br />
the contracts so that they are not contested as to the compliance<br />
and suitability of the process. We work with a small team,<br />
but specialized as to the subject. In a synthesized form, concession<br />
monitoring planning is divided into three aspects: legal,<br />
monitoring of compliance with contractual clauses (office) and<br />
monitoring contractual clauses (field). Another investment<br />
that we make is in transparency and access to information,<br />
which as well as being a legal requirement, we believe is beneficial<br />
to the process. We have much information and products<br />
available on our website (www.ideflorbio.pa.gov.br) and we<br />
intend to implement a specific concession agreement management<br />
system, which will include a public module to facilitate<br />
information exchange, access, control and security.<br />
Recently the municipalities of Juruti, Santarém, Aveiro, Monte<br />
Alegre and Almeirim, received more than R$ 2 million in<br />
Bio-Ideflor funds. How is the return divided between the municipalities<br />
and the State at the end of each crop?<br />
As determined by contract, at the end of each crop, the amount<br />
collected from the concessions by the State of Pará Forest<br />
Development Fund (Fundeflor) is distributed as follows: 40%<br />
Fundeflor (funding lines provided for in Decree No. 2,237/2010<br />
as amended by Decree No. 1,051/2014, governing Fundeflor),<br />
30% Ideflor-Bio (maintenance and functioning of the Institute)<br />
32<br />
www.referenciaflorestal.com.br
“O modelo empregado no Estado ainda não pode ser<br />
considerado pronto e acabado, posso afirmar que<br />
muitos problemas já foram equacionados, porém<br />
ainda temos alguns pontos, já conhecidos, que<br />
precisam ser solucionados ou ajustados”<br />
2.237/2010 alterado pelo decreto nº. 1.051/2014 que regulamenta<br />
o Fundeflor), Ideflor-Bio 30% (manutenção e funcionamento do<br />
instituto) e municípios 30% (projetos). Importante ressaltar que<br />
os 30% de direito dos municípios são distribuídos proporcionalmente<br />
ao quantitativo de área de concessão que está inserida em<br />
cada município, ou seja, os municípios que possuem mais áreas<br />
de concessão em sua circunscrição têm direito a uma porção<br />
maior dentro do percentual destinado aos municípios. Os 40%<br />
destinados ao Fundeflor são destinados a programas e projetos<br />
que estejam em consonância com as linhas de fomento previstas<br />
no decreto. Anualmente se elabora um plano de aplicação com o<br />
montante arrecadado na safra anterior somado ao remanescente<br />
que não conseguiu ser executado no último exercício que é apreciado<br />
pela Comef (Comissão Estadual de Florestas) e em seguida<br />
é posto em execução (o plano de aplicação pode ser consultado<br />
no site do Ideflor-Bio).<br />
Qual o montante gerado pelas florestas públicas sob concessão<br />
a cada safra? Há perspectiva de aumento nos próximos anos?<br />
Apesar dos primeiros contratos datarem o ano de 2011, a arrecadação<br />
só é percebida a partir de 2012 devido à carência que o<br />
próprio contrato traz em virtude da elaboração e licenciamento<br />
do projeto de manejo florestal que levam algum tempo para sua<br />
elaboração e aprovação. Metodologicamente o pagamento pela<br />
madeira de concessão só é realizado 60 dias após a emissão das<br />
guias florestais. A arrecadação está diretamente relacionada<br />
com a execução da exploração, o tamanho da área explorada<br />
anualmente e a comercialização do produto. Pelas prospecções<br />
feitas pelo instituto existe uma tendência de aumento gradativo<br />
nesses indicadores, somado ainda a oferta de mais áreas para<br />
novas concessões. Em <strong>2016</strong> está no planejamento do Ideflor-Bio<br />
a publicação de mais um edital de concessão, o que, certamente,<br />
deverá influenciar no aumento de áreas exploradas e, consequentemente,<br />
aumento na arrecadação, garantindo um maior valor de<br />
aplicação em projetos e aumento na arrecadação dos municípios.<br />
Está previsto a abertura de novas licitações para concessão?<br />
Caso esteja poderia detalhar (local, tamanho de área, prazos...)?<br />
and 30% municipalities (projects). It is important to note that<br />
the municipal share, 30%, is distributed in proportion to the<br />
amount of concession area in each municipality, i.e. the municipalities<br />
that have more concession areas in their constituency<br />
are entitled to a larger share within the percentage for municipalities.<br />
The 40% intended for the Fundeflor is for programs<br />
and projects that are in line with the funding lines provided for<br />
in the governing Decree. Annually, an implementation plan is<br />
devised for the amount raised in the previous harvest along<br />
with any remaining funds not spent in the latest financial year<br />
and presented to the State Forestry Commission (Comef) for<br />
comments and then is put in execution (the implementation<br />
plan can be consulted on the Ideflor-Bio website).<br />
What is the amount raised from public forests under concession<br />
for each crop? Is there a possibility of increases in the<br />
coming years?<br />
Although the first contracts date back to the year 2011, collection<br />
only began in 2012 due to a grace period as a result of<br />
the time for contract preparation and adoption. Methodologically,<br />
the payment for the timber harvested under concession<br />
is only made 60 days after liberation of the forestry licenses.<br />
Fee collection is directly related to operations, the size of the<br />
area exploited annually, and the marketing of the product. In<br />
the surveys carried out by the Institute, there is a trend for a<br />
gradual increase in these values, plus there ae still further areas<br />
to be offered as new concessions. In <strong>2016</strong>, the Bio-Ideflor<br />
plans include the publishing of another bid notice, which, certainly,<br />
should influence an increase of harvested areas and,<br />
consequently, an increase in the fees collected, guaranteeing<br />
a higher value to be applied in projects and an increase in municipal<br />
fees.<br />
Are new concession bids forecast? Could you provide some<br />
details (location, area size, deadlines, etc.)?<br />
Our <strong>2016</strong> plan calls for the publication of new bids in the Western<br />
Region of the State of Pará.<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
33
ENTREVISTA<br />
Sim, dentro do nosso planejamento em <strong>2016</strong> teremos a publicação<br />
de um edital na região Oeste do Pará.<br />
Quais são os resultados do Ideflor-Bio no fomento para produção<br />
de mudas? A autarquia atingiu a meta a que se propôs?<br />
O Ideflor-Bio não possui metas relacionadas à produção de mudas,<br />
dentro do programa Municípios Verdes. As metas do instituto estão<br />
atreladas a quantidade de áreas restauradas ou reflorestadas.<br />
A produção de mudas faz parte do caminho a ser percorrido para o<br />
alcance dessa meta, assim como a construção dos viveiros e todos<br />
os seus insumos, a capacitação dos produtores que são proprietários<br />
ou posseiros das áreas, a correção do solo, a mecanização<br />
de área e, finalmente, o plantio. Essa ação tem dois apelos muito<br />
fortes, a questão ambiental que fica bastante evidente quando<br />
se propõe a restaurar ou reflorestar áreas alteradas e a questão<br />
social, pois o público alvo desses projetos são os agricultores<br />
familiares que compõe a parcela do setor produtivo que mais<br />
necessita de apoio para dar início a um ciclo de produção.<br />
Existe o objetivo de expandir a área florestal plantada com espécies<br />
nativas no Estado ou essas mudas são direcionadas para<br />
recomposição de manejo e áreas degradadas?<br />
Certamente o Pará tem amplo interesse em aumentar sua área<br />
reflorestada/restaurada, as mudas produzidas pelos projetos de<br />
fomento do Instituto correspondem a uma das variáveis dessa estratégia.<br />
É certo, também que, sozinhos e em um curto espaço de<br />
tempo, esses projetos não tem o condão de modificar a realidade<br />
da região, dessa forma, para incentivar a restauração florestal o<br />
Estado, além dos projetos com agricultores familiares, está apostando<br />
em ações como o incentivo a Regularização Ambiental por<br />
parte dos pequenos, médios e grandes produtores através do PRA<br />
(Programa de Regularização Ambiental), o apoio cada vez maior<br />
no ordenamento ambiental utilizando como principal ferramenta<br />
o CAR (Cadastro Ambiental Rural), a garantia de incentivos para<br />
a redução do desmatamento ilegal como, por exemplo, o Icms<br />
Verde, o planejamento e a execução de fiscalizações ambientais,<br />
monitoramento das áreas e lançando mão da inscrição dos<br />
infratores na LDI (Lista do Desmatamento Ilegal) e dessa forma,<br />
favorecendo os produtores que executam suas atividades à luz<br />
da legalidade.<br />
What are the results of Ideflor-Bio as to stimulating seedling<br />
production development? Has the regulator reached the goal<br />
it set out?<br />
Ideflor-Bio has not set out actual goals related to seedling production<br />
within its Municípios Verdes program (Green Cities).<br />
The goals of the Institute are linked to the amount of recuperated<br />
or reforested areas. Seedlings production is part of<br />
the process being taken in achieving this goal, as well are the<br />
construction of nurseries and all its inputs, producer training<br />
for those who are area owners or squatters, soil remediation,<br />
area mechanization and, finally, planting. This action has two<br />
very important appeals: the environmental issue that is quite<br />
apparent when it proposes to recuperate or reforest altered<br />
areas, and the social issue, because the target audience of<br />
these projects is the family farmers who make up the part of<br />
the productive sector that most needs support to initiate a production<br />
cycle.<br />
Is there a goal to expand the forest area planted with native<br />
species in the State or are these seedlings directed to the recuperation<br />
of degraded and managed areas?<br />
Certainly, the State of Pará has broad interest in increasing its<br />
reforested/recuperated areas, the seedlings produced by development<br />
projects of the Institute correspond to one of the<br />
variables in this strategy. It is also true that alone and in a<br />
short time, these projects don’t have a magic wand to change<br />
the reality of the Region, thus, to encourage the forest recuperation<br />
in the State, in addition to the projects with farmers,<br />
it is betting on actions such as the Environmental Regularization<br />
incentives on the part of small, medium and large producers<br />
through the Environmental Regularization Program<br />
(PRA) increasing support in environmental planning using as<br />
the main tool the Rural Environmental Register (CAR) to guarantee<br />
incentives to reduce illegal deforestation, for example,<br />
IMCS Verde (Green State Sales Tax), the planning and carrying<br />
out environmental inspections, the monitoring areas, and the<br />
recording of offenders on the List of Illegal Deforestation (LDI)<br />
and in that way, favor producers who carry out their activities<br />
under the light of legality.<br />
“Se, realmente, não existisse viabilidade não teríamos<br />
concorrentes nas licitações e tão pouco teríamos<br />
contratos chegando ao seu quarto ano de operação/<br />
exploração”<br />
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SILVICULTURA<br />
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CULTIVO MÍNIMO<br />
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O<br />
s resíduos das colheitas florestais ganharam<br />
grande importância ao longo dos<br />
anos. O que era um problema para a implantação<br />
de novos ciclos, passou a ser considerado<br />
combustível limpo. Porém, outra grande função desse<br />
material que fica depositado no solo é a capacidade<br />
de transferência de nutrientes e proteção, evitando,<br />
ou pelo menos, diminuindo muito a necessidade<br />
de reposição de elementos essenciais ao crescimento<br />
da floresta. Essa é a base do cultivo mínimo do solo.<br />
O cultivo mínimo é um sistema de preparo de<br />
solo no qual são realizadas poucas intervenções, devido<br />
à manutenção da superfície coberta por resíduos<br />
orgânicos, normalmente restos culturais. Na prática<br />
normalmente é efetuada a subsolagem apenas<br />
da linha de plantio ou o coveamento, mantendo os<br />
resíduos florestais sobre o solo.<br />
De acordo com estudo realizado pelo professor<br />
da disciplina de Solos Faef (Faculdade de Ensino<br />
Superior e Formação Integral) em Garça (SP), José<br />
Henrique Tertulino Rocha, até a década de 1980, os<br />
resíduos florestais eram vistos apenas como empecilho<br />
para as operações de reforma das plantações de<br />
eucalipto. “Tinha-se também o conceito de que o eucalipto<br />
necessitava de um preparo de solo intensivo<br />
para atingir boas produtividades”, aponta.<br />
De acordo com pesquisa realizada por José Hen-<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
49
SILVICULTURA<br />
rique, que também é doutorando em Recursos Florestais<br />
pela Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura<br />
Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), áreas<br />
manejadas sob o sistema de cultivo mínimo, apresentam<br />
a mesma produção de madeira do que em<br />
áreas manejadas sob o sistema de cultivo intensivo.<br />
“A principal vantagem da manutenção dos resíduos<br />
florestais sobre o solo, que resulta em ganhos de<br />
produtividade em curto prazo, é a redução na exportação<br />
de nutrientes.” Por esse motivo, quando esses<br />
resíduos são removidos, são necessários maiores investimentos<br />
com fertilização.<br />
A manutenção dos resíduos da colheita têm ainda<br />
outros efeitos, aponta o professor: proteção contra<br />
erosão, redução da evaporação da água na superfície<br />
do solo, o aumento do conteúdo e da qualidade da<br />
matéria orgânica do solo. “São benefícios da manutenção<br />
dos resíduos que não resultam em ganhos de<br />
produtividade em curto prazo e são de difícil valoração<br />
financeira, mas são extremamente importantes”,<br />
ressalta.<br />
Foi observado que a remoção dos resíduos florestais<br />
reduz em 50% o carbono orgânico oxidável da<br />
camada superficial do solo, e que 75% dessa redução<br />
ocorrem nas frações mais lábeis. O estudo buscou<br />
também entender a dinâmica e os fatores que interferem<br />
na decomposição dos resíduos florestais.<br />
De acordo com o professor, a técnica de intervir<br />
pouco no solo é utilizada em mais de 95% das plantações<br />
de eucalipto e pinus no Brasil, podendo ser<br />
usada tanto no plantio quanto na reforma dos povoamentos.<br />
Não existem situações em que a técnica não seja<br />
recomendada. “O único ponto-chave é que a viabilidade<br />
está estritamente relacionada com o uso de<br />
herbicidas, tanto pré quanto pós emergentes”, aponta.<br />
O cultivo mínimo passou a ser adotado no Brasil<br />
na década de 1990, na época foi estimado pelas empresas<br />
florestais a redução de aproximadamente 30%<br />
nos custos de preparo do solo para o replantio.<br />
No caso da reforma de povoamentos necessita-<br />
-se de equipamentos apropriados para o coveamento<br />
ou subsolagem, por causa da presença de resíduos<br />
lenhosos que podem danificar as máquinas e implementos<br />
não adaptados. “Em alguns casos em que encontram-se<br />
grandes quantidades de resíduos flores-<br />
50<br />
www.referenciaflorestal.com.br
tais, antes da subsolagem utiliza-se um equipamento<br />
para afastar os resíduos da linha de plantio chamado<br />
de estrovenga ou limpa-trilho”, recomenda José<br />
Henrique. As operações consistem na dessecação das<br />
daninhas em área total, normalmente com o uso de<br />
glifosato, subsolagem ou coveamento (dependendo<br />
da declividade), a aplicação de herbicida é feita pré-<br />
-emergente e plantio.<br />
VANTAGENS DO CULTIVO MÍNIMO<br />
• Mantém ou melhora as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo<br />
• Reduz a erosão e o depauperamento<br />
• Aumenta a eficiência do uso de fertilizantes<br />
• Reduz os custos de implantação<br />
• Reduz as perdas de água por escoamento superficial e evaporação<br />
• Reduz os estresses térmicos do solo<br />
• Reduz a exportação de nutrientes
MANEJO FLORESTAL<br />
MANEJO<br />
FLORESTAL<br />
COM PRECISÃO<br />
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AMPLIA ASSERTIVIDADE DAS<br />
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Fotos: REFERÊNCIA<br />
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<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
53
MANEJO FLORESTAL<br />
P<br />
ara que o MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável)<br />
tenha viabilidade econômica o ponto de partida<br />
é a elaboração precisa e rápida do plano de manejo.<br />
Para auxiliar produtores florestais nesse sentido foi<br />
criado o Modeflora (Modelo Digital de Exploração <strong>Florestal</strong>).<br />
A tecnologia, implementada em 2007, está chegando<br />
à terceira geração e foi utilizada em aproximadamente<br />
300 mil ha (hectares) de florestas nativas no Acre,<br />
Rondônia e Amazonas. O sistema foi desenvolvido pela<br />
Embrapa Florestas em parceria com a Embrapa Acre.<br />
O Modeflora é uma ferramenta de inventário, planejamento,<br />
execução e monitoramento florestal, por meio<br />
da capacitação dos órgãos ambientais da região norte<br />
e de técnicos da iniciativa privada. Ele integra GPS (Sistema<br />
de Posicionamento Global), SIG (Sistema de Informação<br />
Geográfica) e SR (Sensoriamento Remoto). O uso<br />
desses recursos permite representar previamente no<br />
computador os aspectos espaciais da realidade florestal,<br />
de modo que o planejamento prévio respeite as características<br />
ambientais da área de MFS, com uso de técnicas<br />
exploratórias de baixo impacto, redução de custos e ganhos<br />
de produtividade.<br />
“A tecnologia Modeflora foi validada em uma área<br />
correspondente a 5.947 ha, localizada no município de<br />
Porto Acre (AC), sendo que o ajuste ocorreu em 2.214 ha.<br />
Durante o período de 2006 e 2008 a tecnologia foi testada<br />
em mais 11.800 ha de floresta”, recorda Daniel Papa, engenheiro<br />
florestal e analista de transferência de tecnologia da<br />
Embrapa Acre.<br />
Neste período, a inovação deixou de ser uma exclusividade<br />
do setor florestal do Acre, expandido o uso para mais<br />
três Estados da região norte - Rondônia, Amazonas e Pará<br />
-, além de se tornar um parâmetro de eficiência no uso da<br />
floresta em editais do programa de concessões florestais<br />
do SFB (Sistema <strong>Florestal</strong> Brasileiro). “O que motivou o<br />
desenvolvimento do Modeflora foi a quantidade de danos<br />
ambientais causados pelo manejo, baixa eficiência das atividades<br />
florestais e diversidade da Amazônia nos diferentes<br />
Estados brasileiros”, explica Daniel. De acordo com ele, o<br />
manejo florestal de precisão visa justamente o desenvolvimento<br />
de planos de manejo específicos para cada região,<br />
sem seguir um formato sistemático de planejamento, mas<br />
sim considerando as condições locais da área para elaboração<br />
do projeto.<br />
Atualmente, a tecnologia Modeflora já está no terceiro<br />
estágio tecnológico, com agregação de sensor Lidar (Light<br />
Detection and Ranging) aerotransportado e uso de Vants<br />
(Veículo Aéreo não Tripulado). Em 2015 foram explorados<br />
54<br />
www.referenciaflorestal.com.br
LINHA DO TEMPO<br />
aproximadamente 18.500 ha com a metodologia, referentes<br />
a 15 planos de manejo no Acre (45%), Rondônia<br />
(35%) e Amazonas (20%). “No Pará estão sendo feitos<br />
os primeiros testes com a tecnologia e ainda não estão<br />
sendo contabilizados no monitoramento.”<br />
O profissional explica que o Modeflora proporciona<br />
ao engenheiro e equipe informações confiáveis a respeito<br />
da estrutura da floresta, condições de relevo e disposição<br />
dos cursos d’água. “Com isso o plano de manejo<br />
pode ser elaborado respeitando-se as condições ambientais<br />
da área, provocando menores danos à floresta<br />
feitos pela implantação da infraestrutura de pátios, estradas<br />
e trilhas”, aponta. Quanto à questão econômica,<br />
o planejamento gera redução de custos operacionais em<br />
função da qualidade dos dados coletados no inventário<br />
e microzoneamento, evitando erros de planejamento,<br />
melhor localização de pátio, menor distância de arraste<br />
e maior qualidade do monitoramento das atividades de<br />
campo.<br />
O avanço tecnológico do Modeflora pode<br />
ser representado por três momentos<br />
GERAÇÃO 1: Uso de receptores GPS com<br />
chip de alta sensibilidade permitiu a coleta<br />
de coordenadas geográficas dentro do<br />
sub-bosque da floresta.<br />
GERAÇÃO 2: Uso de sistema LiDAR<br />
aerotransportado para fazer uma<br />
varredura à laser na floresta.<br />
GERAÇÃO 3: Uso de Vant para registro<br />
fotográfico da floresta por meio de<br />
estereoscopia eletrônica.<br />
INVESTIMENTO<br />
A empresa que se interessar em adotar o Modeflora<br />
precisa adquirir receptores de sinal de satélite, conhecidos<br />
como GPS, além de programas de geoprocessamento,<br />
sejam eles pagos ou livres. A equipe de engenheiros,<br />
técnicos e pessoal de campo precisa ser capacitada para<br />
que possam aprender a utilizar o receptor GPS e os programas<br />
de geoprocessamento.<br />
O custo dos receptores é de, aproximadamente, R$<br />
1.500. São necessários quatro receptores para as etapas<br />
de inventário e microzoneamento, e mais quatro aparelhos<br />
para a etapa de execução do projeto (abate de árvores,<br />
abertura de estradas e pátios, e arraste de toras).<br />
“Os programas pagos têm valor aproximado de R$ 30<br />
mil, porém há versões disponíveis para estudantes (modo<br />
treinamento) que são de baixo custo, como também podem<br />
ser substituídos com programas livres”, indica o engenhei-<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
55
MANEJO FLORESTAL<br />
ro florestal e analista de transferência de tecnologia da<br />
Embrapa Acre.<br />
NA PRÁTICA<br />
Normalmente, a adoção da tecnologia é feita em<br />
etapas, na medida que a equipe vai se adaptando ao<br />
novo sistema de planejamento e execução de projetos<br />
de manejo. O primeiro passo para quem quer adotar o<br />
Modeflora é utilizar receptores GPS na etapa de inventário<br />
florestal e microzoneamento do terreno e hidrografia.<br />
A partir dos dados coletados em campo com o receptor<br />
GPS, o engenheiro responsável pela elaboração<br />
do projeto de manejo analisa os dados e inicia o planejamento<br />
de pátios e estradas seguindo as técnicas de manejo<br />
florestal de precisão. A Embrapa oferece, por meio<br />
de parcerias com outras instituições, capacitações para<br />
técnicos e profissionais interessados.<br />
Após a conclusão do projeto de manejo no escritório,<br />
o plano de exploração da área é transferido para o<br />
receptor GPS e em seguida entregue aos operadores de<br />
motosserra, trator de esteira, skidder, que irão executar<br />
em campo o que foi projetado no escritório.<br />
O uso do dispositivo na execução do projeto é o principal<br />
instrumento responsável pela confiabilidade de<br />
que será feito em campo o que foi planejado pelo escritório<br />
de engenharia da empresa. Isso garante ganhos econômicos<br />
e menor dano ambiental, conforme plano de manejo.<br />
“A precisão do receptor GPS varia de 3 m a 15 m (metros),<br />
dependendo do tipo de equipamento. Os receptores<br />
Gnss (Sistema Global de Navegação por Satélite) mais<br />
recentes variam de 3 m a 5 m de precisão. Já modelos de<br />
receptor L1/L2 variam de 0,5 m a 1 m de precisão”, detalha<br />
Daniel.<br />
LIDAR<br />
Um dos avanços mais importantes no Modeflora foi<br />
a introdução do sistema de perfilamento a laser ou Lidar.<br />
Ele faz o sensoriamento remoto ativo, uma tecnologia que<br />
mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância<br />
de um determinado objeto. “O sistema de varredura<br />
a laser possui como princípio de funcionamento a emissão<br />
em alta frequência de pulsos de laser, a partir de uma plataforma<br />
aerotransportada”, explica Marcus Vinício de Oliveira,<br />
engenheiro florestal e pesquisador da Embrapa Acre.<br />
Os dados Lidar permitem o desenvolvimento de modelos<br />
digitais do terreno (descrevendo a topografia e hidrografia)<br />
e de dossel de alta resolução no terreno (0,15 m) muito<br />
superiores aos modelos produzidos por GPS de navegação<br />
usados no Modeflora. “As informações que servem de refe-<br />
56<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ência para o planejamento de todas as operações florestais<br />
como a determinação de áreas de preservação<br />
permanente e de acesso restrito podem ser obtidas com<br />
muito maior precisão”, completa.<br />
Os custos da utilização dessa tecnologia variam<br />
em função do tamanho das áreas a serem amostradas,<br />
das distâncias entre essas áreas e as empresas que fornecem<br />
serviços o Lidar. “Por exemplo, em áreas entre<br />
1.000 e 2.000 ha na Amazônia estes custos estão entre<br />
R$ 30 e R$ 40 por ha amostrado. Em florestas no sul do<br />
país esses custos com certeza serão bem mais baixos.”<br />
Recentemente a Embrapa publicou um livro (Uso do<br />
Lidar como ferramenta para o manejo de precisão em<br />
florestas tropicais) que sumariza metodologias para a<br />
elaboração de modelos para o planejamento e monitoramento<br />
do manejo em florestas nativas. A tecnologia<br />
foi usada em escala operacional na floresta estadual do<br />
Antimary no Estado do Acre em 2010, 2011 e 2015. Também<br />
tem sido usado pelo SFB para avaliação de estoque<br />
de biomassa e impactos de operações florestais nas concessões<br />
florestais.<br />
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59
ESPÉCIE COMERCIAL<br />
U<br />
m estudo exclusivo sobre a produtividade do pinus<br />
acaba de completar 10 anos com resultados importantes<br />
e que já estão sendo aproveitados pelas<br />
empresas participantes. Os pesquisadores do Pppib (Programa<br />
Cooperativo sobre Produtividade Potencial do Pinus no<br />
Brasil), conduzido pelo Ipef (Instituto de Pesquisa e Estudos<br />
Florestais) relacionaram fatores de produtividade com a alocação<br />
de carbono de cada espécie de pinus, exposição à luz,<br />
região, efeitos de diferentes manejos hídricos entre outros.<br />
São respostas que guiam produtores no caminho do rendimento<br />
e qualidade da madeira.<br />
A área plantada no Brasil é de 7,74 milhões de ha (hectares),<br />
deste total o pinus ocupa 1,59 milhão de ha, concentrados<br />
principalmente no Paraná (42,4%) e em Santa Catarina<br />
(34,1%), de acordo com os dados mais recentes da Ibá<br />
(Indústria Brasileira de Árvores). Diante de uma parcela não<br />
tão significativa no montante de florestas cultivadas comercialmente<br />
e por ser um cultura de ciclo longo normalmente a<br />
busca por rendimento tornou-se indispensável.<br />
Depois que diversas empresas mostraram interesse<br />
de obter estudos voltados exclusivamente para o pinus e o<br />
entendimento do Ipef que era necessário estabelecer uma<br />
pesquisa diante das limitações da produtividade florestal, do<br />
manejo e a garantia da sustentabilidade dos plantios nasceu<br />
o Pppib, em janeiro de 2006. Á frente da organização do programa<br />
estava o pesquisador José Luiz Stape e 10 empresas<br />
florestais. Atualmente o programa conta com nove participantes:<br />
Arbogen, Arauco do Brasil, Duratex, <strong>Florestal</strong> Vale<br />
do Corisco, Gerdau, Juliana <strong>Florestal</strong>, Klabin, Renova Floresta<br />
e West Rock, além da parceria com a Esalq/USP (Escola Superior<br />
de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São<br />
Paulo).<br />
Os projetos estabelecidos dentro do programa estudam<br />
os processos que controlam o crescimento do pinus subtropical<br />
(Pinus taeda) e tropical (Pinus caribaea var. hondurensis),<br />
nos aspectos referentes à folha, árvore e povoamento, sob<br />
o efeito de diferentes regimes hídricos e nutricionais, sistemas<br />
de manejo (com e sem desbaste) e qualidade operacional<br />
(estratificação de plantio). “No entanto, o Pppib também<br />
investiga as questões relativas às interações destas florestas<br />
com o meio ambiente, no tocante à sustentabilidade da<br />
produção e sua associação com o uso e eficiência da água e<br />
nutrientes”, detalha Isabel Deliberali, pesquisadora do Ipef e<br />
responsável pelo programa cooperativo.<br />
As linhas de pesquisa descritas no box da página 61 buscam<br />
identificar, no curto e médio prazo, os principais fatores<br />
que controlam a produtividade do pinus, para permitir<br />
a melhoria do manejo em diferentes finalidades (produção<br />
Foto: Valterci Santos<br />
60<br />
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12ª REUNIÃO DO PROGRAMA COOPERATIVO SOBRE<br />
PRODUTIVIDADE POTENCIAL DO PINUS NO BRASIL<br />
REALIZADA EM 2015 NO MUNICÍPIO DE RIO NEGRINHO (SC)<br />
Foto: divulgação<br />
visando fibras/biomassa, ou individual visando produtos sólidos).<br />
“Além disso, a participação de estudantes de graduação<br />
e pós-graduação nas pesquisas é parte da proposta do Pppib<br />
visando a capacitação profissional, atuando nesse intercâmbio<br />
de conhecimento teórico e prático”, completa Isabel.<br />
RESULTADOS<br />
De acordo com a pesquisadora, nestes últimos 10 anos, o<br />
projeto gerou uma enorme quantidade de resultados sobre<br />
a ecofisiologia do pinus no Brasil, que eram desconhecidos<br />
até então.<br />
Dentro da linha de pesquisa sobre fotossíntese, a engenheira<br />
florestal Rafaela Lorenzato Carneiro, em seu mestrado,<br />
desenvolveu um estudo para caracterizar as taxas fotossintéticas<br />
e a condutância estomática do Pinus taeda e Pinus<br />
caribaea var. hondurensis, aos cinco anos de idade em Itatinga<br />
(SP), sob diferentes manejos hídricos e nutricionais. Segundo<br />
a pesquisadora, a espécie tropical parece ser responsiva<br />
as mudanças de clima em relação a captura de carbono<br />
em nível foliar, enquanto o Pinus taeda é pouco responsivo,<br />
mantendo a mesma taxa durante todo o ano. Em relação aos<br />
manejos hídricos e nutricionais testados, não foram encontradas<br />
diferenças significativas entre suas taxas comparado<br />
ao tratamento controle (sem qualquer manejo).<br />
A engenheira florestal Isabel avaliou o balanço total de<br />
alocação de carbono deste mesmo experimento anterior, dos<br />
seis aos oito anos idade. Ela constatou que as diferenças de<br />
produtividade entre as espécies são justificadas pelas estra-<br />
OBJETIVOS DO PPPIB:<br />
Estimar a produtividade potencial e a<br />
eficiência do uso de recursos para uma<br />
espécie subtropical (Pinus taeda) e uma<br />
espécie tropical (Pinus caribaea var.<br />
hondurensis) no Brasil;<br />
Determinar o efeito do regime hídrico,<br />
nutricional e manejo no balanço,<br />
alocação e estoque de carbono nas<br />
florestas;<br />
Testar como a estrutura e dominância em<br />
um povoamento afeta sua produtividade<br />
por meio de desbaste, qualidade<br />
silvicultural e replantio tardio;<br />
Caracterizar as taxas de fotossíntese e<br />
suas variações por efeitos genéticos,<br />
climáticos e edáficos.<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
61
ESPÉCIE COMERCIAL<br />
tégias de distribuição do gás nos entre os componentes da<br />
árvore. O Pinus taeda particiona mais carbono para produção<br />
e manutenção de raízes e menos para produção de tronco<br />
do que o Pinus caribaea var. hondurensis. Entre tratamentos<br />
ainda não foi encontrada diferença significativa, mas há uma<br />
tendência da planta particionar mais carbono para o tronco<br />
e menos para a raiz nos tratamentos com maior disponibilidade<br />
de recursos, justificando as maiores produtividades<br />
nesses manejos.<br />
“Esses estudos detalhados geram resultados que ajudam<br />
a entender mais a fundo as diferentes respostas das espécies<br />
ao manejo, clima e solo e também podem ser usados para<br />
calibração de modelos ecofisiológicos de produção, ainda<br />
inexistentes para essas espécies no Brasil.”<br />
Na questão silvicultural e de sustentabilidade dos plantios,<br />
estudos desenvolvidos pela engenheira florestal Juliana<br />
Biruel Munhoz mostraram que os plantios de Pinus taeda no<br />
território brasileiro estão aquém do potencial produtivo e<br />
que há, portanto, uma possibilidade concreta de aumento da<br />
produtividade em povoamentos de baixa e média produtividade<br />
utilizando fertilização. Em sua tese de doutorado, avaliou<br />
mais de 250 parcelas de Pinus taeda no sul do Brasil com<br />
aproximadamente 13 anos de idade, submetidas aos tratamentos<br />
com e sem fertilização e desbaste. Segundo a pesquisadora,<br />
o agrupamento dos sítios de Pinus taeda por classes<br />
de solos mostrou-se essencial para avaliar a efetividade da<br />
fertilização e da fertilização em conjunto com o desbaste,<br />
onde 82% das parcelas avaliadas responderam significativamente<br />
a este último tratamento (fertilizado + desbastado),<br />
com ganhos de até 64% em volume.<br />
Juliana também estudou a ecologia da produção desta<br />
espécie, caracterizando o uso da luz e seu efeito no crescimento<br />
dos povoamentos. Neste estudo, foi possível identificar<br />
padrões de produtividade em função do uso da luz.<br />
Os povoamentos mais produtivos foram mais eficientes em<br />
transformar a radiação solar absorvida pela planta em madeira.<br />
Além disso, sem qualquer fertilização e desbaste nos<br />
plantios de Pinus taeda no Brasil, ficou evidente que a utilização<br />
dos recursos naturais de forma mais eficiente ocorreu em<br />
regiões mais frias e com maior fertilidade do solo.<br />
Um estudo com sensoriamento remoto também está em<br />
andamento nas parcelas do Pppib com o objetivo de desen-<br />
DELINEAMENTO 2 INSTALADO NAS ÁREAS<br />
DA FLORESTAL VALE DO CORISCO<br />
Foto: divulgação<br />
62<br />
www.referenciaflorestal.com.br
volver um modelo de estimativa da produção de madeira do<br />
pinus em função de índices de vegetação e de área foliar, tendo<br />
grande aplicabilidade para pesquisadores e silvicultores.<br />
ÁREA EXPERIMENTAL (DELINEAMENTO 1) COM PINUS<br />
TAEDA (ESQUERDA) E PINUS CARIBAEA VAR. HONDURENSIS<br />
(DIREITA) EM ITATINGA, AOS 8 ANOS DE IDADE<br />
Foto: divulgação<br />
PRODUTIVIDADE<br />
Devido à abrangência das parcelas avaliadas nesse projeto<br />
encontraram-se produtividades para o Pinus taeda variando<br />
de 15 m³ a 50 m³ ha-1 ano-1 (metros cúbicos por hectare<br />
ao ano) e de 33 m³ a 54 m³ ha-1 ano-1 para o Pinus caribaea<br />
var. hondurensis, entre oito e 14 anos de idade.<br />
Nos estudos desenvolvidos em algumas dessas áreas no<br />
sul do Brasil com Pinus taeda observou-se que as produtividades<br />
mais elevadas estão relacionadas com os maiores teores<br />
de matéria orgânica do solo, quantidade de nitrogênio<br />
disponível, condição climática mais amena e com baixo déficit<br />
hídrico. Também se verificou que as respostas da fertilização<br />
isolada e aliada ao desbaste ocorreram em áreas menos<br />
férteis, com menor teor de matéria orgânica do solo e menor<br />
CTC (capacidade de troca de cátions).<br />
O Pinus caribaea var. hondurensis teve ganhos em produtividade<br />
nos tratamentos com maior disponibilidade hídrica<br />
tanto no Estado de São Paulo quanto em Minas Gerais, porém<br />
neste último a resposta foi maior já que a região possui<br />
grande déficit hídrico no outono e inverno. Assim, a espécie<br />
tropical mostrou maior resposta à fertilização no experimento<br />
em Itatinga, onde o solo é um latossolo vermelho distrófico,<br />
típico de baixa fertilidade e o déficit hídrico não é tão<br />
pronunciado.<br />
PARCELA DE PINUS TAEDA DO DELINEAMENTO<br />
2 COM AS ÁRVORES IDENTIFICADAS, EM<br />
JAGUARIAÍVA (PR), AOS 14 ANOS DE IDADE<br />
Foto: divulgação<br />
QUESTÕES A RESPONDER<br />
Uma grande questão que está sendo muito debatida<br />
pelos pesquisadores é o entendimento das grandes variações<br />
de produtividade que o gênero possui, já que no Brasil<br />
a produtividade do Pinus taeda é mais que o dobro da produtividade<br />
no local de origem. “Umas das grandes apostas,<br />
além da diferença de clima e solo, seria a captura de carbono<br />
dessa espécie, porém os estudos de fotossíntese mostraram<br />
que não houve grandes variações dessas taxas, assim como<br />
nos dados de fenologia que mostraram que a longevidade e<br />
crescimentos das acículas são semelhantes aos encontrados<br />
nos EUA (Estados Unidos da América)”, sugere Isabel.<br />
Quando se observa a foto que mostra as duas espécies<br />
estudadas no Pppib lado a lado é possível ver uma grande diferença<br />
entre elas. Uma das hipóteses para essa disparidade<br />
de crescimento seria em relação à captura de carbono dessas<br />
espécies, porém os estudos mostraram que a maior diferença<br />
de produtividade está na maneira como elas alocam o carbono<br />
capturado pela árvore, a mais robusta prioriza o tronco<br />
e a outra a raiz.<br />
Já os estudos com IAF (Índice de Área Foliar) mostraram<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
63
ESPÉCIE COMERCIAL<br />
ser de grande potencial para operacionalizar esses parâmetros<br />
nas empresas como sendo um fator de decisão para interferências<br />
silviculturais nas áreas de plantio e relacionar o<br />
melhoramento genético dessas plantas com a eficiência dos<br />
usos dos recursos que estão disponíveis a elas.<br />
Muitas das informações fornecidas pelo projeto eram até<br />
então desconhecidas no Brasil e serão de fundamental importância<br />
para a elaboração de um zoneamento de plantio<br />
do gênero, manejo florestal a ser aplicado e para validação<br />
de modelos ecofisiológicos de produção que permitirão a<br />
predição de produtividade para novas áreas. Além disso, as<br />
empresas podem utilizar alguns desses resultados, como os<br />
de fotossíntese e balanço de carbono na planta, como ferramentas<br />
para o estabelecimento de estratégias de seleção<br />
de clones ou até mesmo para hibridação. “O grande banco<br />
de dados desse projeto permitirá tirar diversas conclusões e<br />
certamente iremos melhor entender os fatores de influência<br />
na produtividade desses plantios”, aponta a responsável pelo<br />
Pppib.<br />
Na sequência, o estudo com sensoriamento remoto será<br />
concluído, a caracterização dos solos e fertilização das florestas<br />
mais detalhadas e ampliar o conhecimento do nível genético<br />
das parcelas estudadas para, assim, “conseguirmos avaliar<br />
separadamente a influência do clima, solo e manejo na<br />
produtividade das espécies e na efetividade da fertilização”.<br />
NA PRÁTICA<br />
Uma das grandes virtudes do Ppppib está na união de instituição<br />
de pesquisa e setor produtivo. As informações saem<br />
do campo e são absorvida pelas empresas que melhoram<br />
diversas etapas do processo produtivo. “Por meio dos trabalhos<br />
do Ppppib, a Juliana <strong>Florestal</strong> pôde conhecer melhor a<br />
dinâmica de crescimento e interações com o meio do pinus,<br />
sendo esta a única espécie cultivada pela nossa empresa”, reconhece<br />
Reinaldo Hoinacki, engenheiro florestal da Juliana<br />
<strong>Florestal</strong>.<br />
Os profissionais da empresa que realiza plantios na região<br />
de Santa Catarina acreditavam que com o avanço do melhoramento<br />
genético e das tecnologias aplicadas aos tratos<br />
silviculturais e culturais já haviam atingindo o ápice da produtividade<br />
da espécie. “Com as informações adquiridas junto<br />
ao programa verificamos que ainda há muita informação<br />
sobre a cultura do pinus a ser descoberta e que os resultados<br />
após, consolidados e colocados em prática irão nos fornecer<br />
ganhos qualitativos e quantitativos”, completa Reinaldo. Um<br />
exemplo será a utilização da classificação de IAF por meio de<br />
imagens de satélite, ferramenta que será de grande utilidade<br />
para classificação de produtividade dos diferentes sítios da<br />
empresa.<br />
A Klabin participou do projeto desde a fase inicial. A empresa<br />
possui duas áreas experimentais na Unidade <strong>Florestal</strong><br />
TORETES DE PINUS EMPILHADOS<br />
NO CAMPO<br />
Foto: Valterci Santos<br />
64<br />
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DETALHE DE COLHEITA DE FLORESTA<br />
PLANTADA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
de Telêmaco Borba (PR) e 72 parcelas gêmeas divididas em<br />
florestas no Paraná e Santa Catarina.<br />
“O projeto busca quantificar e compreender quais os<br />
principais fatores que controlam a produtividade de pinus no<br />
Brasil através de experimentos que manipulam o regime de<br />
água e de nutrição disponíveis para os plantios”, define James<br />
Stahl, pesquisador de solos e manejo da Klabin.<br />
Nas duas áreas experimentais são realizados diversos estudos<br />
em florestas com nove anos de idade. Na Área 1 - que<br />
possui 4,23 ha - é estudado o manejo (com e sem desbaste),<br />
nutrição (com e sem adubação) e redução de precipitação<br />
(parcela com exclusão de entorno de 25% da água da chuva<br />
sobre o solo). Na Área 2 - com 1,38 ha - avalia-se a nutrição<br />
(com e sem adubação) e homogeneidade (três níveis homogeneidade<br />
na parcela). Nas parcelas pareadas, 36 no Paraná<br />
e 36 em Santa Catarina, são comparadas amostras com e sem<br />
adubação e com e sem desbaste instaladas em plantios com<br />
idades entre sete e oito anos. O segundo desbaste será realizado<br />
aos 14 anos.<br />
“Tivemos uma condição variada de resposta aos tratamentos<br />
testados”, avalia James. Em algumas parcelas houve<br />
resposta positiva à adubação após o primeiro desbaste com<br />
ganhos de 10% a 20% em produtividade. Mas na média geral<br />
a resposta a esse procedimento ainda é baixa. “Outro resultado<br />
importante foi que verificamos que até oito anos de<br />
idade para a região de Telêmaco Borba não houve queda de<br />
produtividade com a redução de 25% da água da chuva sobre<br />
o solo, vale ressaltar que este é um resultado de meia rotação<br />
que deve ser considerado somente ao final do ciclo.”<br />
Apesar das pesquisas ainda estarem em andamento, a<br />
Klabin já pode utilizar o ensaio de uniformidade para demostrar<br />
a importância de evitar ao máximo a heterogeneidade<br />
no primeiro ano de plantio, e os reflexos na produtividade.<br />
Está no plano da empresa ampliar ainda mais os estudos.<br />
“Faremos uma quantificação completa de biomassa e<br />
alocação de carbono, investigando, por exemplo, se nos tratamentos<br />
onde foi realizada adubação as árvores de pinus<br />
alocam menos carbono no sistema radicular, já que disponibilizamos<br />
uma condição de fertilidade do solo melhor para o<br />
crescimento das plantas”, adianta o pesquisador de solos e<br />
manejo. “Com o projeto estamos aprimorando as bases científicas<br />
de forma cooperativa para melhor quantificar e compreender<br />
os fatores que controlam a produtividade de pinus,<br />
espécie esta que já vem sendo plantada a mais de 50 anos<br />
aqui no Brasil”, conclui James.<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
65
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A planilha está disponível no portal da Embrapa Rondônia<br />
(www.embrapa.br/documents/1354309/1529241/Calculo+de+sombra/833846d1-4ec9-4cb8-ac2a-60149fd45c25)<br />
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Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: Arnaud Boissau/COP21<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
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ESPECIAL<br />
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comprometeram<br />
com o conceito da<br />
progressividade, ou<br />
seja, a cada cinco<br />
anos haverá um<br />
processo de revisão<br />
e os compromissos<br />
só podem ficar<br />
mais ambiciosos,<br />
diminuindo espaço<br />
para retrocessos”<br />
FÁBIO MARQUES,<br />
da Plantar Carbon e membro da<br />
Coalizão Brasil Clima, Florestas e<br />
Agricultura<br />
74<br />
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VERDES<br />
Na emissão de Ggreen Bond, o emissor capta recursos<br />
para financiar exclusivamente projetos sustentáveis, tais<br />
como energia renovável, eficiência energética, gestão<br />
sustentável de resíduos, transporte de baixo carbono,<br />
projetos florestais, etc. Os títulos também podem ser<br />
usados para financiar projetos com benefício social, como a<br />
melhoria da saúde e dos serviços sociais. Há duas principais<br />
fontes de especificações que auxiliam no enquadramento de<br />
projetos elegíveis para Green Bond: o Green Bond Principles<br />
e o Climate Bonds Standard<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
* Fonte: Febraban (Federação Brasileira de Bancos)<br />
“Quando o Brasil<br />
assume que precisará<br />
de mais de 20 anos<br />
para fazer uma lei<br />
ser cumprida, passa<br />
uma mensagem<br />
muito negativa para<br />
o mundo”<br />
RODRIGO DE ALMEIDA,<br />
sócio-diretor do Grupo Index<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
75
ARTIGO<br />
PERDAS DE SOLO, ÁGUA E NUTRIENTES<br />
POR EROSÃO HÍDRICA EM UMA ESTRADA<br />
FLORESTAL NA SERRA CATARINENSE<br />
* As tabelas, imagens e referências<br />
bibliográficas foram suprimidas por<br />
questão de espaço. Essas informações<br />
podem ser acessadas pelo link:<br />
http://cascavel.ufsm.br/revistas/<br />
ojs-2.2.2/index.php/cienciaflorestal/<br />
article/view/19616<br />
Foto: Fabio Ortolan<br />
O<br />
uso do solo influencia a erosão hídrica, sendo<br />
que, em geral, em estradas dentro de áreas reflorestais<br />
são altas as perdas de solo, água e<br />
elementos químicos. O trabalho objetivou quantificar as<br />
perdas de solo, água e elementos químicos causadas pela<br />
erosão hídrica durante 17 meses, sob chuva natural, em<br />
uma estrada dentro de uma área de reflorestamento de pinus.<br />
O estudo foi realizado no município de Campo Belo do<br />
Sul (SC), na <strong>Florestal</strong> Gateados Ltda., em um solo Nitossolo<br />
Háplico típico. Para a coleta da água e do solo, foi utilizada<br />
a Roda Coshocton. As perdas de solo foram de 19,65 t/<br />
ha -1 (toneladas por hectare) , enquanto as perdas de água<br />
equivaleram a 37% do volume de chuva precipitado no período<br />
experimental. Houve correlação linear e positiva entre<br />
altura de chuva e perdas de água por escoamento superficial,<br />
entre altura de chuva e perdas de solo por erosão, e<br />
entre perdas de solo e perdas de água por erosão hídrica.<br />
Os teores dos elementos químicos estudados em geral foram<br />
altos nos sedimentos da erosão hídrica, superiores aos<br />
teores encontrados na camada superficial do solo na qual a<br />
erosão se originou e muito superiores aos encontrados na<br />
água da enxurrada. Portanto, para sistemas de exploração<br />
do solo em que as perdas de sedimentos são altas, como é<br />
o caso de estradas florestais, as perdas de nutrientes causadas<br />
pela erosão hídrica estão mais relacionadas às perdas<br />
de sedimentos do que às perdas de água.<br />
No cultivo de florestas, o preparo do solo por métodos<br />
não conservacionistas, como a abertura de sulcos na direção<br />
da pendente do terreno e com revolvimento do solo, é<br />
uma operação de manejo que acelera a erosão hídrica, em<br />
especial nos períodos de ocorrência de altas precipitações<br />
pluviométricas (Cavichiolo, 2005). O fenômeno decorrente<br />
da aceleração da erosão também pode ocorrer na colheita<br />
da floresta, quando mecanizada e realizada de forma inadequada,<br />
devido à redução da cobertura superficial e ao aumento<br />
da compactação do solo. Em especial, a inadequada<br />
locação da rede viária em relação às cotas do relevo, resulta<br />
em sérios problemas de erosão hídrica devido à captação<br />
e condução de água no leito das vias e consequente entrada<br />
de enxurrada concentrada em áreas fragilizadas nas<br />
cotas mais baixas do terreno. Nessas condições, a erosão<br />
superficial, principalmente em sulcos, pode evoluir para a<br />
76<br />
www.referenciaflorestal.com.br
LUCIANE COSTA DE OLIVEIRA<br />
ENGENHEIRA AGRÔNOMA, DRA. PELO IFSC (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO<br />
DE SANTA CATARINA), CAMPUS LAGES<br />
ILDEGARDIS BERTOL<br />
ENGENHEIRO AGRÔNOMO, DR. PELO DEPARTAMENTO DE SOLOS E RECURSOS<br />
NATURAIS, UFSC (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA)<br />
FABRÍCIO TONDELLO BARBOSA<br />
ENGENHEIRO AGRÔNOMO, DR. PELO DEPARTAMENTO DE SOLOS E RECURSOS<br />
NATURAIS DA UFSC<br />
MARI LUCIA CAMPOS<br />
ENGENHEIRO AGRÔNOMO, DR. PELO DEPARTAMENTO DE SOLOS E RECURSOS<br />
NATURAIS, UFSC<br />
JOSÉ MECABÔ JUNIOR<br />
ENGENHEIRO AGRÔNOMO, MSC. PELA IFSC, CAMPUS LAGES<br />
formação de voçorocas, na própria estrada ou em talhões<br />
adjacentes, segundo Cavichiolo (2005).<br />
Em relação à rede viária para uso florestal, geralmente<br />
há um ineficiente sistema de drenagem associado à inexistência<br />
de controle e prevenção da erosão nas estradas.<br />
Ao serem submetidas ao tráfego pesado de máquinas e<br />
composições veiculares de carga, durante as operações de<br />
colheita e transporte de madeira, o escoamento superficial<br />
acelera-se no leito da estrada e, consequentemente, ocorrem<br />
o assoreamento e a poluição de mananciais (Camargo<br />
Corrêa, 2005).<br />
No cultivo de florestas, Neary e Hornbeck (1994) estimaram<br />
que mais de 90% dos sedimentos de erosão eram<br />
provenientes das estradas destinadas à colheita, já que<br />
nelas a interceptação de água da chuva é nula. Os autores<br />
observaram que nessas estradas a taxa de erosão era aumentada<br />
em quatro vezes, enquanto na fase de construção<br />
de estradas, dentro da área de exploração da floresta, essa<br />
diferença poderia chegar a 120 vezes, mesmo em áreas não<br />
perturbadas, mas com elevado declive.<br />
Disso depreende-se que as estradas apresentam o<br />
maior efeito impactante na erosão hídrica em relação ao<br />
restante da área cultivada, especialmente durante a fase de<br />
colheita da floresta (Souza et al., 2001). Christopher (2002)<br />
observou que as maiores perdas de solo ocorriam durante<br />
e imediatamente após a construção das estradas, devido à<br />
instabilidade do solo e aos distúrbios causados no terreno<br />
pela passagem de caminhões e equipamentos. Na ausência<br />
ou em condições de inadequado dimensionamento de revestimento<br />
do leito da estrada e com ineficiente sistema de<br />
drenagem, diminui a permeabilidade do solo e aumenta o<br />
escoamento superficial, propiciando o aumento de erosão,<br />
principalmente quando se trata de condições de maior declividade,<br />
comum em áreas florestais (Camargo Corrêa et<br />
al., 2009).<br />
As estradas em florestas cultivadas em geral são submetidas<br />
a tráfego leve, às vezes temporário. O tráfego pesado<br />
e muito pesado, quando ocorre normalmente é em<br />
sentido único, ocasionado geralmente por meio de veículos<br />
com capacidade de carga entre 30 t e 40 t e, às vezes, acima<br />
de 40 t. Nos últimos anos, aumentou a necessidade dessas<br />
estradas nas florestas cultivadas, devido ao aumento do vo-<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
77
ARTIGO<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
lume de tráfego de veículos de alta tonelagem, aumento<br />
das distâncias de transporte em rodovias de baixa qualidade,<br />
devido à necessidade de trafegabilidade durante todo<br />
o ano e de estradas com maior vida útil (Camargo Corrêa<br />
et al., 2009).<br />
Uma estrada florestal de boa qualidade, do ponto de<br />
vista de trafegabilidade e de controle da erosão, sob condição<br />
de tráfego pesado, deve apresentar várias características,<br />
tais como: inclinação lateral de aproximadamente<br />
7%, do centro para as laterais, de forma a abaular o leito,<br />
para conduzir a enxurrada para locais distantes da estrada<br />
até drenos ou áreas revestidas com vegetação densa; alto<br />
raio hidráulico e superfície rugosa; mínima quantidade de<br />
sedimentos soltos na superfície e disponíveis para o transporte<br />
pela enxurrada; restos culturais ou outras formas de<br />
cobertura do solo nos canais, dispostos de forma intercalada<br />
e no sentido transversal ao relevo; presença de pontes<br />
e/ou bueiros para a passagem do fluxo de água de um lado<br />
para outro da estrada; maior proporção possível de estradas<br />
cascalhadas; um programa regular de manutenção nos<br />
períodos de chuvas não erosivas; uma zona de proteção do<br />
curso de água adjacente ao fluxo dos drenos das estradas.<br />
A estrada florestal influencia negativamente alguns processos<br />
hidrológicos em áreas com declive. Isto ocorre por<br />
receber diretamente a água da chuva na superfície, sem<br />
interceptação, por iniciar a enxurrada quase que imediatamente<br />
após o início da chuva devido à forte compactação<br />
do solo, por concentrar o escoamento superficial, em vez<br />
de dividi-lo, sobre o leito e, principalmente, nos canais de<br />
drenagem adjacentes (Christopher, 2002).<br />
A ocorrência de erosão hídrica em estradas de uso florestal,<br />
segundo Camargo Corrêa (2009), é responsável por<br />
99,7% das perdas totais de solo que ocorrem na floresta<br />
como um todo. Isto evidencia a importância de um adequado<br />
planejamento de estradas nessas áreas, de maneira a<br />
atender às necessidades da propriedade, mas com a menor<br />
densidade possível, a fim de minimizar a ocorrência de<br />
erosão.<br />
Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi quantificar<br />
as perdas de solo, água e produtos químicos dentre<br />
eles nutrientes de plantas, provenientes de uma estrada de<br />
uso florestal, sob chuva natural.<br />
78<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MATERIAL E MÉTODO<br />
O trabalho foi realizado em campo, na empresa <strong>Florestal</strong><br />
Gateados Ltda., situada no município de Campo Belo do<br />
Sul (SC), localizada a 67 km (quilômetros) do município de<br />
Lages, durante o período de setembro de 2009 a janeiro de<br />
2011. O clima da região é mesotérmico úmido, classificado<br />
como Cfb, segundo Köppen (1948), com temperatura variando<br />
de 13°C a 25°C (Graus Celsius) e com chuvas distribuídas<br />
durante todo o ano, totalizando, em média, 1841 mm<br />
(milímetros) anuais. A altitude média da região é de 1017 m<br />
(metros) e o relevo caracteriza-se como ondulado. O solo é<br />
um Nitossolo Háplico típico.<br />
Algumas características do perfil, descrito próximo ao<br />
local do experimento, encontram-se na Tabela 1. Para determinar<br />
a macroporosidade (Ma), microporosidade (Mi),<br />
porosidade total (Pt) e densidade do solo (Ds), foram coletadas<br />
amostras não deformadas, em anéis volumétricos<br />
com 5 cm de altura e 5 cm de diâmetro, enquanto para<br />
determinação de silte (Sil), argila (Arg) e areia (Are), coletaram-se<br />
amostras deformadas. A porosidade foi determinada<br />
com o uso da mesa de tensão; para os macroporos<br />
utilizou-se a altura de 60 cm de sucção, para os microporos,<br />
a altura de 100 cm de sucção e a porosidade total foi obtida<br />
pela soma de macro e microporos. A textura do solo foi<br />
determinada utilizando o Método Internacional da Pipeta<br />
(GEE & Bauder, 1986). A densidade do solo foi obtida pela<br />
razão entre o peso do solo seco a 105°C e o volume do anel<br />
no qual o solo foi coletado.<br />
Dentro da área da parcela experimental, instalada na<br />
estrada, foram coletadas, em um único local, amostras do<br />
solo deformadas para determinar algumas características<br />
físicas e químicas do solo, cujos valores encontram-se na<br />
Tabela 2. A distribuição de tamanho e estabilidade dos<br />
agregados estáveis em água (DMP e DMG) foi feita pelo método<br />
de Kemper e Cheppil (1965). Para determinar matéria<br />
orgânica, pH em água, do alumínio trocável e capacidade de<br />
troca de cátions no solo seguiu-se a metodologia recomendada<br />
por Tedesco et al. (1995). Para determinação dos teores<br />
de potássio, cobre, ferro, zinco e manganês no solo, foi<br />
determinado digerindo-se as amostras em solução de água-<br />
-régia para posterior diluição, conforme método descrito<br />
por Pierangeli (1999) e leitura no Espectrofotômetro de Absorção<br />
Atômica de alta resolução, de fonte contínua, com<br />
atomização através de chama ar-acetileno. O teor de fósforo,<br />
potássio, cálcio, magnésio e carbono orgânico, foi determinado<br />
nos sedimentos da erosão e no solo da parcela,<br />
pela metodologia recomendada por Tedesco et al. (1995).<br />
A determinação dos teores de ferro, cobre, zinco, manganês<br />
e potássio, semitotais, nas amostras de sedimentos, foi<br />
realizada por Espectrofotômetro de Absorção Atômica de<br />
alta resolução, de fonte contínua, com atomização através<br />
de chama ar-acetileno, após extração com água-régia (Pierangeli,<br />
1999), com modificações. Para obtenção dos teores<br />
de fósforo na água da enxurrada, o método usado foi de<br />
Murphy & Riley (1962).<br />
Um único tratamento, sem repetição, foi estudado.<br />
A unidade experimental, ou parcela, instalada na estrada<br />
apresentava 19 m de comprimento no sentido do declive<br />
e 4 m de largura, totalizando 76 m 2 (Figura 1), com declividade<br />
média de 9,8%. Na instalação da parcela experimental,<br />
levou-se em consideração o nível do terreno, que havia<br />
sido rebaixado em 0,7 m, devido à construção do leito da<br />
estrada e ao efeito da erosão em anos anteriores. Desse<br />
modo, a erosão hídrica quantificada e analisada, ocorrida<br />
no tratamento, era do topo da camada do solo referente<br />
ao horizonte B/A. Para instalação da parcela, procedeu-se<br />
do seguinte modo: drenos foram construídos na cabeceira<br />
e nas laterais da parcela, com o objetivo de isolar a área útil<br />
da mesma do restante da área da estrada.<br />
Na cabeceira, o isolamento foi melhorado com a colocação<br />
de uma prancha de madeira associada ao dreno. Com<br />
isso, desviou-se o excedente de enxurrada que provinha da<br />
parte superior e dos barrancos da estrada e evitou-se que o<br />
escoamento superficial de dentro da parcela saísse da mesma.<br />
Para quantificar o volume de chuva no local do experimento,<br />
foi colocado um coletor a céu aberto (pluviômetro),<br />
distante 10 m do local da parcela e fora da floresta. Para a<br />
coleta de água e sedimentos decorrentes do escoamento<br />
superficial, foi usado um equipamento denominado Roda<br />
Coshocton (Figura 2), colocado ao final da pendente da parcela<br />
experimental. A Roda foi conectada por meio de uma<br />
mangueira a um balde plástico com tampa, com capacidade<br />
para 60 l (litros) de água.<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
79
ARTIGO<br />
Este equipamento é constituído de uma calha coletora<br />
e de uma roda divisora de enxurrada, o qual foi desenvolvido<br />
pelo Departamento de Agricultura dos EUA (Estados<br />
Unidos da América) (Parson, 1954). O equipamento coleta<br />
aproximadamente 1% da enxurrada ocorrida na área e incidente<br />
sobre o conjunto calha e roda. Alguns cuidados são<br />
necessários com relação ao uso deste equipamento. A roda<br />
divisora de enxurrada é acionada por meio da impulsão<br />
causada pelo fluxo de água incidente sobre ela, rompendo<br />
a inércia da mesma. Para que a inércia da roda seja rompida<br />
pela ação da água, é necessário que a calha seja colocada<br />
de modo a apresentar um leve desnível para frente (em direção<br />
à roda) e para o lado esquerdo (olhando de traz em<br />
direção à roda). Além disso, é importante manter o equipamento<br />
com cobertura de tela, protegido da queda de<br />
objetos sobre a roda (folhas, galhos, etc.), e manter limpa<br />
a área ao seu redor, sem vegetação no entorno que possa<br />
interferir no funcionamento da roda. Por isso, é necessário<br />
constante monitoramento do ambiente no entorno da roda<br />
e do equipamento como um todo.<br />
As perdas de água por escoamento superficial foram<br />
determinadas pelo valor da medição direta do volume coletado<br />
pela Roda Coshocton, multiplicado por 100. Para perda<br />
de solo, era realizada a coleta das amostras contendo a<br />
suspensão de água e sedimentos contida no balde e, após<br />
a retirada total da água, o peso seco dos sedimentos secos<br />
era também multiplicado por 100. A altura da lâmina<br />
de enxurrada contida dentro do balde coletor conectado à<br />
Roda Coshocton foi medida com o auxílio de uma régua de<br />
madeira graduada, com 1 m de comprimento, colocada no<br />
centro do balde. Considerando que a altura e o diâmetro<br />
do balde eram conhecidos, tornou-se possível determinar o<br />
volume de enxurrada total contida no recipiente. O volume<br />
de água medida no balde igualmente foi extrapolado para<br />
a área total da parcela experimental e depois por hectare.<br />
Os sedimentos contidos na enxurrada, depositados no<br />
leito da Roda Coshocton, foram coletados com espátula e<br />
acondicionados em balde previamente identificado. Em laboratório,<br />
o balde foi levado à estufa 60°C até a secagem.<br />
O valor da massa seca dos sedimentos obtidos na calha coletora<br />
foi somado ao valor da massa seca de sedimentos na<br />
enxurrada e presentes no balde coletor. O valor do somatório<br />
de solo perdido foi extrapolado para a área total de cada<br />
parcela experimental.<br />
A coleta de enxurrada foi realizada semanalmente, respeitando-se<br />
o final das precipitações acumuladas no período.<br />
Foram coletadas amostras de enxurrada para o cálculo<br />
das perdas de água e solo e para as análises químicas. As<br />
amostras foram obtidas do recipiente coletor de enxurrada<br />
após intensa agitação, a fim de homogeneizar a enxurrada.<br />
As amostras foram coletadas em frascos plásticos de 400<br />
ml (mililitros), com 4 repetições. Ao chegarem ao laboratório,<br />
três frascos eram pesados e adicionavam-se três gotas<br />
de Hcl 0,5 N, para acelerar a floculação e decantação dos<br />
sedimentos. Após 24 horas, a alíquota de água era retirada<br />
da amostra e o frasco com o restante de água e sedimentos<br />
era levado à estufa a 60°C até secagem. Os sedimentos<br />
restantes no fundo do frasco eram retirados com espátula e<br />
armazenados para posterior análise química. O quarto frasco<br />
coletado ficava sob refrigeração para posterior análise<br />
química para análise da água da enxurrada.<br />
Previamente à determinação dos nutrientes na água da<br />
enxurrada, as amostras foram filtradas e uma alíquota de<br />
20 mL de cada amostra foi acidificada com 0,5 ml de HNO 3<br />
concentrado.<br />
Essa alíquota foi armazenada fora de refrigeração, em<br />
potes plásticos lavados com solução limpeza de HNO 3<br />
a 3%,<br />
até o término das leituras e foram determinadas também<br />
por Espectrofotômetro de Absorção Atômica de alta resolução,<br />
de fonte contínua, com atomização através de chama<br />
ar-acetileno.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
80<br />
www.referenciaflorestal.com.br
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
A erosão hídrica sobre a estrada estudada acarretou<br />
elevadas perdas de solo durante o período experimental,<br />
totalizando 149,335 kg na parcela de 76 m² (Tabela 3), equivalentes<br />
a 19,65 t ha -1 , valor esse semelhante aos encontrados<br />
por Camargo Corrêa (2005) estudando erosão hídrica<br />
em estradas de uso florestal no município de Itaiópolis (SC),<br />
durante 15 meses. As perdas de solo foram ocasionadas por<br />
1936 mm de chuva que produziram 716 mm de enxurrada,<br />
equivalente a 37% da precipitação total do período de estudo.<br />
Os valores de perda de solo variaram desde essencialmente<br />
zero até 10,001 kg na parcela, enquanto a enxurrada<br />
variou de zero a 53 mm e, a chuva, de zero a 159 mm. Este<br />
comportamento é normal, pois, as perdas de água na forma<br />
de enxurrada são fortemente influenciadas pelo teor de<br />
água no solo antecedente à ocorrência das chuvas, enquanto<br />
as perdas de solo sofrem menos esse efeito, conforme<br />
cita Kohnke (1968).<br />
Segundo Bertol e Almeida (2000), para o Nitossolo em<br />
questão, a tolerância de perda de solo é de 12 t ha -1 ano -1 ,<br />
ou seja, pouco mais da metade do que foi perdido durante<br />
os meses avaliados. Esses números reforçam os cuidados<br />
que se deve ter na implantação e manutenção das redes viárias<br />
nos empreendimentos florestais, pois as estradas são<br />
as principais causadoras de enxurradas, quando comparadas<br />
aos demais usos do solo estudados.<br />
As relações apresentadas na Figura 3, todas lineares e<br />
positivas, indicam valores de coeficiente de correlação relativamente<br />
baixos, porém, significativos. Na Figura 3A que<br />
relaciona perda de água com altura de chuva, percebe-se<br />
que em muitos casos ocorreram elevadas perdas de água<br />
com alturas de chuva relativamente baixas, explicadas principalmente<br />
porque, em solo descoberto e compactado,<br />
como é o caso da estrada, a infiltração de água no solo é<br />
baixa. Além disso, é possível que essas chuvas tenham ocorrido<br />
sobre o solo já úmido por chuvas anteriores. No caso<br />
da relação das perdas de solo com altura de chuva, houve<br />
maior dispersão dos pontos na Figura 3B, significando que<br />
tanto chuvas de baixo volume ocasionaram elevadas perdas<br />
de solo, quanto chuvas de alto volume ocasionaram baixas<br />
perdas de solo.<br />
Nesse caso, o fator preponderante da variabilidade dos<br />
dados foi a variação no teor de água no solo antecedente<br />
às chuvas. O aumento de enxurrada ocasiona aumento<br />
nas perdas de solo, o que pode ser observado na Figura 3C.<br />
As perdas de solo relacionaram-se com as perdas de água,<br />
com maior coeficiente de correlação do que nas outras relações,<br />
evidenciando que o aumento na taxa de enxurrada<br />
se refletiu em aumento de energia de desagregação e transporte<br />
de sedimentos.<br />
Os teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio<br />
(Mg) presentes nos sedimentos da erosão, tanto nos<br />
retidos no balde de armazenagem quanto na calha coletora,<br />
foram maiores do que aqueles contidos na camada<br />
superficial do solo da qual a erosão se originou (Tabela 4),<br />
conforme verificado também por Seganfredo et al. (1997).<br />
No caso do fósforo, a razão foi de 1,25 para os sedimentos<br />
do balde e de 1,81 para os da calha. As razões foram respectivamente<br />
de 2 vezes e de 2,2 vezes, enquanto para o Ca e<br />
Mg, as razões foram respectivamente de 1,2 e 1,4 vezes e<br />
de 1,5 e 1,9 vezes. Isso indica claramente que a erosão ocorrida<br />
na estrada em questão apresentou elevado potencial<br />
de enriquecimento em locais nos quais se depositou fora<br />
da estrada, em relação aos elementos anteriormente discutidos,<br />
conforme verificado também por Schick et al. (2000).<br />
Provavelmente, isto é devido à textura do material<br />
transportado, o qual é mais rico em silte e argila do que<br />
o solo do qual se originaram os sedimentos, uma vez que<br />
estas partículas são mais facilmente transportadas e contêm<br />
maiores teores de nutrientes adsorvidos, conforme<br />
demonstraram Freitas e Castro (1983).<br />
De modo geral, o cálcio e magnésio são perdidos em<br />
grandes quantidades nos sedimentos da erosão (Castro et<br />
al., 1983; Dedececk et al., 1986; Bertol, 1994), especialmente<br />
o cálcio que está adsorvido aos coloides do solo, o que<br />
facilita o seu transporte nos sedimentos. Para o caso dos<br />
elementos zinco (Zn) e manganês (Mn), também os teores<br />
contidos nos sedimentos, sejam eles no balde ou na calha,<br />
foram maiores do que os contidos na camada superficial do<br />
<strong>Março</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
81
ARTIGO<br />
solo, gerando uma taxa de enriquecimento importante, o<br />
que não ocorreu com o cobre (Cu) e o ferro (Fe) (Tabela 5).<br />
No caso do zinco, a taxa de enriquecimento gerada<br />
pelo teor do elemento nos sedimentos do balde foi 11, enquanto<br />
para os sedimentos da calha foi de 22 em relação<br />
ao teor no solo (Tabela 5). Para o manganês, as referidas<br />
taxas foram respectivamente de 40% e de 55%. Assim, especialmente<br />
o zinco apresentou um elevadíssimo poder de<br />
contaminação do ambiente em que o material da erosão se<br />
depositou, fora da estrada, não se desprezando também o<br />
potencial do manganês.<br />
Schick et al. (2000), analisando água de enxurrada,<br />
quantificaram maiores teores de potássio do que de fósforo.<br />
Segundo os autores, isso ocorre em razão da maior<br />
solubilidade deste elemento, em relação ao fósforo, o que<br />
facilita seu transporte pela água e também porque está presente<br />
em maior quantidade no solo do que o fósforo. Os<br />
teores de macro e micronutrientes encontradas na água da<br />
enxurrada foram baixos em relação aos contidos no solo e<br />
nos sedimentos (Tabela 6). Assim, as perdas destes elementos<br />
por erosão estão mais relacionadas com os sedimentos,<br />
por estarem nestes adsorvidos do que na água da enxurrada,<br />
devido à baixa solubilidade desses elementos.<br />
No caso do cálcio, magnésio, potássio e fósforo, a relação<br />
dos teores no solo para a água foi respectivamente de<br />
27; 36; 314; e 212, enquanto para cobre, zinco, manganês e<br />
ferro, a relação foi respectivamente de 5.900; 34; 3.714; e<br />
353.652 (Tabela 6). Considerando as perdas totais dos macro<br />
e micronutrientes estudados, adsorvidos aos sedimentos<br />
e solúveis na água da enxurrada (Tabela 7), verifica-se<br />
que a erosão produzida na estrada estudada transportou<br />
30,49 kg/ha -1 de cálcio; 2,98 kg/ha -1 de magnésio; 21,40 kg/<br />
ha-1 de potássio; 0,40 kg/ ha -1 de fósforo; 0,22 kg/ ha -1 de<br />
cobre; 0,30 kg/ ha -1 de zinco; 0,26 kg/ ha -1 de manganês;<br />
e 2.145 kg/ ha -1 de ferro total. Esses dados reforçam a necessidade<br />
de cuidados na implantação e manutenção das<br />
redes viárias nos empreendimentos, pois as estradas são as<br />
principais causadoras de enxurradas, quando comparadas<br />
aos demais usos do solo estudados.<br />
Foto: divulgação<br />
82<br />
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CONCLUSÕES<br />
As perdas de solo na estrada de uso florestal foram de<br />
19,65 t/ ha -1 , enquanto as perdas de água equivaleram a<br />
37% do volume de chuva precipitado no período experimental.<br />
Houve correlação linear e positiva entre altura de<br />
chuva e perdas de água por escoamento superficial, entre<br />
altura de chuva e perdas de solo por erosão, e entre perdas<br />
de solo e de água por erosão hídrica, na estrada de uso florestal<br />
estudada. Os teores dos elementos químicos estudados<br />
em geral foram altos nos sedimentos da erosão hídrica,<br />
superiores aos teores encontrados na camada superficial<br />
do solo da qual a erosão se originou e muito superiores aos<br />
encontrados na água da enxurrada.<br />
Indústria e Comércio de Máquinas
AGENDA<br />
MARÇO <strong>2016</strong><br />
MARCH <strong>2016</strong><br />
JUNHO <strong>2016</strong><br />
JUNE <strong>2016</strong><br />
Lançamento Anuário Estatístico ACR<br />
17<br />
Lages (SC)<br />
www.acr.org.br<br />
Cibio <strong>2016</strong><br />
15 e 16<br />
Curitiba (PR)<br />
www.congressobiomassa.com<br />
ABRIL <strong>2016</strong><br />
APRIL <strong>2016</strong><br />
JULHO <strong>2016</strong><br />
JULY <strong>2016</strong><br />
Fiema Brasil <strong>2016</strong><br />
5 a 8<br />
Bento Gonçalves (RS)<br />
www.fiema.com.br<br />
Eucalipto <strong>2016</strong><br />
12 a 14<br />
Uberlândia (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
III Seminário sobre controle de plantas daninhas na<br />
cultura do eucalipto<br />
19 e 20<br />
Piracicaba (SP)<br />
www.ipef.br/eventos/<br />
Mercoflora <strong>2016</strong><br />
14 a 16<br />
Chapecó (SC)<br />
www.mercoflora.com.br/sobre-a-feira<br />
AGOSTO <strong>2016</strong><br />
AUGUST <strong>2016</strong><br />
Dia de campo <strong>Florestal</strong><br />
17<br />
Botucatu (SP)<br />
www.diadecampoflorestal.com.br<br />
DESTAQUE<br />
LANÇAMENTO ANUÁRIO ESTATÍSTICO ACR<br />
17 de março<br />
Lages (SC)<br />
www.acr.org.br<br />
No dia 17 de março a ACR (Associação Catarinense<br />
de Empresas Florestais) lançará, em Lages (SC), o<br />
Anuário Estatístico <strong>2016</strong> – ano base 2015. Este estudo<br />
terá informações detalhadas sobre o setor florestal<br />
catarinense e vai atualizar os números levantados na<br />
última edição. A publicação serve como referência para o<br />
planejamento de futuros empreendimentos florestais.<br />
Imagem: reprodução<br />
84<br />
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ESPAÇO ABERTO<br />
TOLERÂNCIA - ATRIBUTO<br />
DE PESSOAS DE SUCESSO<br />
Foto: divulgação<br />
Por IBC (Instituto Brasileiro de Coaching)<br />
T<br />
olerância é um dos principais fatores para alcançar o<br />
sucesso, pois uma pessoa que possui esse atributo é<br />
mais assertiva em suas tomadas de decisões e atitudes.<br />
A partir de uma postura mais racional e menos impulsiva,<br />
age com paciência e discernimento diante das situações.<br />
Os tolerantes possuem maiores possibilidades de conquistarem<br />
cargos de liderança e de exercer sua gestão de<br />
forma efetiva e com alto desempenho. O líder tolerante é capaz<br />
de estabelecer relacionamentos saudáveis em cenários<br />
de estresse, além de ser habilidoso em gestão de conflitos,<br />
competências determinantes para promover um clima organizacional<br />
positivo e motivado.<br />
Independentemente de sua posição no trabalho, essa<br />
habilidade deve ser colocada em prática diariamente. Deste<br />
modo, você promoverá a boa convivência e um clima agradável<br />
para se trabalhar, além de reforçar sua imagem pessoal,<br />
agindo com cordialidade e polidez. Pessoas de sucesso são<br />
cercadas de boas relações.<br />
Cuidar de sua qualidade de vida tanto no âmbito profissional<br />
quanto pessoal é essencial para aumentar sua capacidade<br />
de tolerância, mantendo o bem estar e equilíbrio mesmo<br />
diante de adversidades. Dê importância apenas ao que<br />
agrega e te torna melhor!<br />
DICAS PARA MANTER A TOLERÂNCIA<br />
Com a evolução tecnológica e a globalização, algumas<br />
mudanças ocorreram no estilo de vida das pessoas, inclusive<br />
na forma de interagirem umas com as outras. Com tantos<br />
compromissos diários, dedicar tempo para investir nas rela-<br />
ções, tem se tornado uma tarefa cada vez mais desafiadora,<br />
promovendo isolamento dos indivíduos, e com isso, a impaciência<br />
e intolerância em lidar com o próximo.<br />
Ouvir na essência significa demonstrar interesse verdadeiro<br />
pelo outro, se colocando inteiramente presente no diálogo.<br />
Deste modo, você passa a estabelecer relacionamentos<br />
mais construtivos e saudáveis.<br />
Suspenda o julgamento<br />
Ao longo de nossa vida iremos lidar com indivíduos de<br />
diversos perfis, cada um com seu jeito de falar, de comportar,<br />
com suas opiniões, crenças e valores. Naturalmente, em<br />
meio a essa vasta diversidade de personalidades, estamos<br />
propensos a conhecer algumas pessoas com o qual não nos<br />
identifiquemos, neste momento é preciso exercitar a tolerância,<br />
principalmente, se houver necessidade de manter contato.<br />
Procure se colocar no lugar do outro e compreenda como<br />
reagiria em seu lugar, isso te ajudará a ser mais paciente e<br />
tolerante para lidar tranquilamente com eventuais divergências.<br />
Força Interior<br />
Na busca do sucesso e realização, é fato que teremos<br />
altos e baixos ao longo de nossa trajetória. Nesse sentido,<br />
manter-se tolerante fará toda a diferença para lidar com os<br />
obstáculos com mais leveza e serenidade. A tolerância é a raiz<br />
de sua força interior, necessária para vencer cada novo desafio<br />
e permanecer seguindo em ritmo constante em direção as<br />
suas metas e objetivos.<br />
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