Força do vento: Brasil é o quinto país que mais investe em energia eólica
revista biomassa energia
FLORESTAS
ENERGÉTICAS
MATRIZ VERDE
DE MÚLTIPLO USO
Ano I • N°04
Setembro 2014
ENERGY
FORESTS
MULTIPLE USE
GREEN MATRIX
SUANI TEIXEIRA COELHO
BIOMASSA MERECE
MAIS ATENÇÃO
BRIQUETE
ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL
50 ANOS DE EXPERIÊNCIA
NA INDÚSTRIA MADEIREIRA
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de Manuseio
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Preparação de
Partículas & Reciclagem
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Tecnologia de Prensagem
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sumário
04 | Editorial
Potencial de sobra
ENTREVISTA
05 | CArtas
• SUANI TEIXEIRA COELHO •
06 | notas
12 | entrevista
18 | PRIncipal
Foto: divulgação
FORTE POTENCIAL
N
os últimos anos mostrou-se necessário olhar com mais atenção para as chamadas fontes
renováveis de energia. Neste cenário, a nossa matriz enérgica, que é predominantemente
hidroelétrica, ganhou novos parceiros para geração de energia, como a PCH (Pequena
Central Hidroelétrica), eólica, solar e biomassa. A última, presente em diferentes tipos no país, se faz
mais expressiva e abundante no bagaço e na palha da cana-de-açúcar, que juntas teriam potencial
equivalente a uma usina do nível de Itaipu. Em entrevista exclusiva para a BIOMAIS a coordenadora
do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa) Suani Teixeira Coelho fala dos entraves,
desafios e futuro para a produção e cogeração de energia proveniente da biomassa no Brasil.
30| pelo mundo
Gols & energia
34 | empresa
Vento a beira-mar
Foto: divulgação
PRINCIPAL
12
A STRONG POTENTIAL
I
n recent years, it has proved necessary to look more closely at the so-called renewable energy sources. In this
scenario, our energetic matrix, which is predominantly hydroelectric, has gained new partners for the generation
of energy, such as SHPS (Small Hydroelectric Power Stations), wind, solar and biomass. The latter is
present in different types throughout the Country, and has become more expressive and abundant when considering
sugarcane bagasse and straw, which together have a power potential equivalent to the output of the Itaipu
Generating Station. In an exclusive interview with BIOMAIS, Suani Teixeira Coelho, the coordinator of Cenbio
(National Reference Center on Biomass), speaks of the obstacles, challenges and future for energy production and
cogeneration from biomass in Brazil.
FLORESTA PARA
www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENERGIA
BIOMASSA FLORESTAL TEM POTENCIAL
PARA SE TORNAR PROTAGONISTA NA
MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
FOREST FOR ENERGY
Forest biomass has the potential
to become the protagonist in the
Brazilian energy matrix
38 | processo
Solução compactada
42 | ESPECIAL
18
www.REVISTABIOMAIS.com.br
ESPECIAL
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 19
48 | ARTIGO
56 | AGENDA
BONS VENTOS
Mesmo com produção recente, a energia eólica já se
tornou a segunda fonte mais competitiva a integrar a
matriz energética nacional. Avanço tecnológico, qualidade
do vento brasileiro e a crise energética de 2001 foram os
principais fatores que fizeram o governo olhar com mais
atenção para o poder dos ventos
FOTOS DIVULGAÇÃO
58| OPINIÃO
Biomassa na matriz elétrica brasileira?
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 43
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
03
editorial
Potencial de sobra
Uma composição com plantio de eucalipto
ao fundo, principal espécie utilizada para
produção de biomassa florestal, ilustra a
capa desta edição.
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direitos autorais, exceto para fins didáticos.
A energia é uma das principais preocupações mundiais, em especial no Brasil.
De tempos em tempos ficamos à beira de racionamentos, aumentos nas contas de
luz quando o governo recorre a sistemas auxiliares e por aí vai. O lado positivo de
tudo isso é que vivemos em um país que reúne condições para o uso de praticamente
todo o tipo de fonte de energia. Em duas reportagens especiais abordamos
esse tema. Uma delas trata das florestas energéticas. Termo mais atual quando se
utiliza a biomassa florestal para esse fim. Em outra traçamos o panorama atual da
geração de energia eólica no país que cresce em ritmo acelerado. Em entrevista exclusiva
para a BIOMAIS a doutora em Energia pela USP (Universidade de São Paulo),
Suani Teixeira Coelho, expõe de forma muito convincente os motivos de se investir
em biomassa para energia. De acordo com ela, o bagaço e a palha da cana-de-açúcar
disponíveis no Brasil teriam potencial equivalente a uma usina do nível de Itaipu.
Confira essas e outras informações nesta edição que está imperdível.
Potential to spare
Energy is a major worldwide concern, particularly in Brazil. From time to time, we
are on the verge of rationing, having increases in electricity bills, when the government
uses auxiliary systems in times of drought, and so on. The positive side of all this is that
we live in a Country that brings together all the conditions for the use of virtually every
type of energy source. In two special stories, we address this issue. One deals with energy
forests - the term currently in use when the forest biomass is used for this purpose.
In another, we outline the current panorama of wind power generation in the Country
that has grown by leaps and bounds. In an exclusive interview with Revista BIOMAIS,
Suani Teixeira Coelho, PhD in Energy from USP (University of São Paulo), very convincingly
exposes the reasons to invest in biomass for energy. According to her, cane sugar
bagasse and straw available in Brazil has the energy potential equivalent to the Itaipu
generating station. Checking this out and the other information in this issue is a must.
Revista Biomais is a bimonthly and independent publication, directed
at clean alternative energy producers and consumers, producers of
residues used for energy generation and cogeneration, research institutions,
university students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities,
directly and/or indirectly linked to the Segment. Revista Biomais does not
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signed by others; these are the responsibility of their authors. The use,
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except for educational purposes.
04
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cartas
Surpresa positiva
Tive contato recentemente com a segunda edição
da Revista BIOMAIS e confesso que fiquei surpreso, pois
procurei durante algum tempo por uma revista do setor sem
sucesso.
Sou engenheiro mecânico e entre outras coisas trabalho
com projetos relacionados com combustão, secagem e
energia no setor papeleiro. Tenho recentemente um artigo
independente sobre recuperação de resíduos sólidos para
fins energéticos, especificamente o controverso resíduo
de papel higiênico, o qual gostaria que fosse publicado na
Revista BIOMAIS.
Agradeço!
Geraldo Rizanti – Marília (SP)
Olá Geraldo,
Nosso objetivo é exatamente esse, contribuir para o
setor energético com informações de qualidade e relevância.
Quanto ao artigo, sempre estamos abertos a receber materiais
relacionados à energia. Os profissionais e acadêmicos que têm
interesse em publicar seus trabalhos na BIOMAIS podem nos
enviar por e-mail. Eles passarão por uma avaliação editorial e
se estiverem de acordo com nossos padrões serão publicados,
como no seu caso, veiculado na página 48 desta edição.
Solução para o setor
A BIOMAIS esta de parabéns! As matérias são claras e de
grande importância para todos deste setor que procuram
soluções e máquinas.
As plantações voltadas para produção de cavaco e
pellets de biomassa estão aumentando muito e isso não tem
volta. Os mercados interno e externo estão em constante
crescimento há alguns anos e têm duas forças importantes
contribuindo para isso: a atividade econômica e renovável.
Mara de Nadai - Curitiba (PR)
CBI do Brasil
REVISTA
na
mídia
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informação
biomassa
energia
www
Publicações Técnicas da Jota Editora
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 05
NOTAS
Biomassa do
bambu
A biomassa gerada pelo bambu é a fonte
de energia para uma indústria cerâmica
no município de Panorama, localizado a
680 km (quilômetros) da capital São Paulo.
Segundo dono do empreendimento, José
Gonçalves, a partir do momento em que
passou a usar o bambu como matéria-prima
o negócio ficou mais rentável. Ele garante
que o uso da espécie traz mais economia
em comparação com outras formas de biomassa.
O empresário vai ampliar o plantio,
principalmente depois que soube que há
linhas de financiamento para estes projetos.
Foto: divulgação
EUA investem em
etanol 2G
Ao longo do ano quatro usinas dedicadas
à produção de etanol celulósico, também chamado
de 2G (segunda geração) deverão entrar
em operação em escala comercial nos EUA (Estados
Unidos da América). As novas estruturas
pertencem à americana DuPont, à espanhola
Abengoa, à parceria entre a americana Poet e a
holandesa DSM, e a Quad County Corn Processors.
Três delas entraram em funcionamento
no mês de junho.
A usina da DuPont tem potencial estimado
em 113 milhões de L (litros) por ano. Já a fábrica
da Abengoa Bioenergy terá capacidade
para produzir em torno de 95 milhões de L de
etanol por ano e 21 MW (megawatts) de bioeletricidade.
A terceira usina, que leva o nome
de Projeto Liberdade, da Poet-DSM também
tem capacidade para produzir 95 milhões de L
de etanol 2G por ano e deverá utilizar cerca de
770 t (toneladas) de palha seca de milho por
dia. Ainda em construção, a quarta usina, Quad
County Corn Processors, converte fibra de
grãos em etanol celulósico, óleo de milho, que
pode ser utilizado na produção de biodiesel.
Foto: divulgação
Google premia inovações
O Google está oferecendo prêmio de US$ 1 milhão para uma inovação que
torne o uso da energia solar e eólica mais prática para uso cotidiano. A premiação
será concedida para quem apresentar um aparelho maior que um laptop que
transforme de maneira eficiente a corrente elétrica em alternada. Em associação
com o Ieee (Instituto de Engenheiros em Eletricidade e Eletrônica), o Google apoia
o Littlebox Challenge (Desafio da Caixinha, na tradução em português).
O desafio principal é miniaturizar os transformadores de energia à décima parte
de seu tamanho atual. “Existem muitos desafios a serem superados, mas quem
o fizer poderá ajudar a mudar o futuro da eletricidade. Um inversor menor poderia
ajudar a criar microrredes de baixo custo em partes remotas do mundo. Ou permitir
a manutenção das luzes de uma residência acesa durante um apagão por
meio da bateria do carro elétrico. Pode ainda permitir outros avanços que nós nem
sequer temos pensado ainda”, diz Google, em seu blog oficial.
Foto: divulgação
06
www.revistabiomais.com.br
Água e vento
predominantes
A maior parte da eletricidade consumida em Portugal é retirada
da água e do vento. É o que aponta os dados da Apren
(Associação Portuguesa de Energias Renováveis). Segundo a
análise, entre janeiro e julho de 2014, as energias renováveis representaram
70% do consumo. Apesar de ser uma diminuição
de 76% em relação ao valor até junho, de acordo com a Apren, é
ainda o mais elevado desde que há registros para este período
do ano.
Mesmo com a predominância de um clima mais seco nos
meses de junho e julho, e por isso um período em que as centrais
a carvão funcionam mais, as renováveis apresentaram um bom
desempenho, especialmente as eólicas que foram a segunda
fonte de energia a abastecer o consumo nacional.
As eólicas e as barragens são as energias renováveis
mais significativas na produção elétrica de Portugal,
mais precisamente 60,9%, sendo que as barragens
foram responsáveis por 35,6% do
consumo e as eólicas por 25,3%. Em
seguida a biomassa, cuja produção
representa 5,3% do consumo e
as pequenas centrais hídricas
são responsáveis por
3,5%.
Foto: divulgação
Leilão favorece
biomassa
O MME (Ministério de Minas e Energia) definiu em
R$ 197 por MWh (Megawatts hora) o custo marginal do
próximo leilão A-5, marcado para 30 de setembro. O preço-teto
para o produto por quantidade foi fixado em R$
158 por MWh, enquanto o produto por disponibilidade
termelétrica (gás, biomassa e carvão) ficou em R$197 por
MWh, valores mais competitivos em comparação aos que
vêm sendo praticados. Já para o produto por disponibilidade
solar e eólica, o preço inicial será de R$137 por MWh.
Os valores de partida do certame foram divulgados pela
diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Os projetos habilitados ainda não foram oficialmente
divulgados pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética),
contudo já se sabe que as usinas Apertadinho, Ercilândia,
Foz do Piquiri, Comissário, no Paraná, e Divinópolis, em
Goiás, não conseguiram a licença ambiental a tempo de
participar do certame.
Foto: Alcides Okubo Filho\ Embrapa
Europa vai consumir mais pellets
Um relatório técnico de energia desenvolvido pela Aebiom (Associação Europeia
de Biomassa) constatou aumento na demanda por pellets e biomassa para produção
de eletricidade até 2020, quando o consumo deve chegar a 29 milhões de t (toneladas).
Segundo o estudo, boa parte desse montante seja importada da América do Norte e do
Brasil. Outro dado divulgado pela Aebiom mostra o crescimento da importância da biocombustível
em escala global. De acordo com o relatório, a quantidade de eletricidade
produzida a partir de biomassa no mundo vai subir em torno de 9% por ano até 2020.
Foto: divulgação
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 07
NOTAS
Cerradinho
Bioenergia terá
mais 90 MW
A TGM acaba de consolidar o fornecimento de mais 90
MW (megawatts) para a Cerradinho Bioenergia, localizada
em Chapadão do Céu (GO). O equipamento é preparado
para atender os processos de produção de açúcar, etanol de
primeira e segunda geração, etanol de milho e energia elétrica
com ciclo regenerativo, complementando os 80 MW já
instalados.
O desenvolvimento do projeto permitiu atender os
diversos processos industriais, maximizando a geração de
energia elétrica e proporcionando um incremento da energia
disponível para exportação. “O ciclo regenerativo, além de aumentar a eficiência da planta, gera
mais vapor com o mesmo combustível, utilizando parte do mesmo para aquecer o condensado que
retroalimenta a caldeira”, disse José Paulo Figueiredo, diretor de engenharia da TGM.
Foto: divulgação TGM
Nota de
falecimento
A Revista BIOMAIS presta uma homenagem ao
engenheiro indiano Gurmukh Sarkaria, 89 anos, coordenador
geral do projeto de construção da Itaipu,
falecido no dia 29 de julho, em Santa Rosa, no Estado
norte-americano da Califórnia. O engenheiro
foi vítima de complicações de um infarto, e deixou
esposa e duas filhas.
Considerado um dos maiores especialistas em
construção de hidrelétricas do mundo, Gurmukh foi
quem criou o layout e escolheu o local ideal para
a implantação da Itaipu. Também foram dele algumas
das principais decisões sobre a obra, como o
formato da barragem e do vertedouro.
Foto: Caio Coronel/Itaipu Binacional
Mais atraentes
Pela primeira vez o Brasil está em décimo lugar em atratividade para
investimentos em energia renovável, segundo índice da EY (Ernst & Young).
Atualizado trimestralmente, a pesquisa analisa o mercado de fontes
limpas em 40 países e o Brasil subiu duas posições no ranking em relação
ao último levantamento.
De acordo com a análise da EY, a expectativa é que a energia eólica
lidere novamente os investimentos no Brasil, no entanto, o interesse por
energia solar está crescendo rapidamente com as novas previsões de capacidade
de geração. O obstáculo em energia solar no Brasil é a exigência
de elevado CL (Conteúdo Local), que trata da política do governo federal
para a concessão de financiamentos do Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). Além disso, 60% dos equipamentos
devem ser fabricados no país. O primeiro lugar na lista é ocupado por
EUA (Estados Unidos da América), seguido por China, Alemanha, Japão,
Canadá, Reino Unido, Índia, França e Austrália.
Foto: divulgação
08
www.revistabiomais.com.br
NOTAS
Aproveitamento energético
A Usina de Tratamento de Biogás do Aterro Dois Arcos, inaugurada em agosto, no
município de São Pedro da Aldeia (RJ) , vai transformar em gás natural cerca de 600
t (toneladas) de lixo recolhidos nos municípios cariocas São Pedro da Aldeia, Búzios,
Iguaba Grande, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Silva Jardim e Araruama.
O investimento de R$ 18 milhões é de uma parceria entre as empresas Osafi, proprietária
do Aterro Dois Arcos, e a Ecometano, do grupo MDCPar, voltada para produção de
gás natural de fontes renováveis.
A princípio o combustível produzido será entregue no gasoduto da CEG-Rio a partir
de abril de 2015. Enquanto isso, o gás será comprimido e chegará aos consumidores
por meio de galões. “O combustível será misturado com o gás natural já fornecido pela
CEG-Rio, de metano puro, e distribuído aos clientes sem custos adicionais”, afirma a coordenadora
do Programa Rio Capital da Energia, Maria Paula Martins.
O empreendimento inicia com a produção diária de 6 mil m³ (metros cúbicos) de gás
e, em oito anos, esse volume deverá subir para 20 mil m³. A estimativa de produção da
usina é de 5 milhões de m³ de biogás purificado por ano.
Foto: divulgação
Normas para uso
de biogás
Um projeto de lei em tramitação na Câmara
dos Deputados estabelece normas para geração,
transporte, filtragem, estocagem e geração
de energia elétrica, térmica e automotiva com
biogás. As regras constam do Projeto de Lei
6559/13, do deputado Pedro Uczai (PT-SC) e se
referem especificamente à exploração das atividades
econômicas de geração de energias com
biogás originado do tratamento sanitário de resíduos
e efluentes orgânicos, em especial os gerados
em atividades de produção agropecuária
e agroindustrial de que tratam a Lei 12.187/09.
De acordo com a proposta, as energias geradas
com biogás, ou qualquer outra aplicação com seus gases componentes, serão isentas de tributação e não poderão receber
qualquer tipo de subsídio sobre os preços da energia. Em relação à fiscalização, as atividades de produção de biogás
estão sujeitas também às normas técnicas, aos marcos legais, aos regulamentos do setor de energia e à legislação ambiental
aplicável.
As atividades geradoras de biogás poderão ser exercidas por produtores rurais, cooperativas agroindustriais, indústrias,
empresa ou consórcio de empresas constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no país. Elas serão reguladas
e fiscalizadas pela União.
Foto: divulgação
10
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Da TECNOLOGIA
à produção,
pioneira e LÍDER
em MARAVALHAS
LANÇAMENTO
PMF 4/2400
• A PMF 4/2400 É CAPAZ DE PRODUZIR ATÉ 30m 3 /h
DE MARAVALHAS
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ATÉ POSSÍVEIS FERIMENTOS CAUSADOS PELA
CAMA DESQUALIFICADA
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entrevista
• Suani teixeira Coelho •
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Forte potencial
N
os últimos anos mostrou-se necessário olhar com mais atenção para as chamadas fontes
renováveis de energia. Neste cenário, a matriz enérgica brasileira, que é predominantemente
hidroelétrica, conta com parceiros para geração de energia, como a PCH (Pequena
Central Hidroelétrica), eólica, solar e biomassa. A última, presente em diferentes tipos no país, se faz
mais expressiva e abundante no bagaço e na palha da cana-de-açúcar, que juntas teriam potencial
equivalente a uma usina do nível de Itaipu. Em entrevista exclusiva para a BIOMAIS a coordenadora
do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa) Suani Teixeira Coelho fala dos entraves,
desafios e futuro para a produção e cogeração de energia proveniente da biomassa no Brasil.
A Strong Potential
I
n recent years, it has proved necessary to look more closely at the so-called renewable energy sources. In this
scenario, our energetic matrix, which is predominantly hydroelectric, has gained new partners for the generation
of energy, such as SHPS (Small Hydroelectric Power Stations), wind, solar and biomass. The latter is
present in different types throughout the Country, and has become more expressive and abundant when considering
sugarcane bagasse and straw, which together have a power potential equivalent to the output of the Itaipu
Generating Station. In an exclusive interview with BIOMAIS, Suani Teixeira Coelho, the coordinator of Cenbio
(National Reference Center on Biomass), speaks of the obstacles, challenges and future for energy production and
cogeneration from biomass in Brazil.
12
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Perfil:
Nome: Suani Teixeira Coelho
Local de nascimento:
Rio de Janeiro (RJ)
Data: 13 de junho de 1948
Formação: Doutora
em Energia pela USP
(Universidade de São Paulo)
Profile:
Name: Suani Teixeira Coelho
Place of Birth:
Rio de Janeiro (RJ)
Date of Birth:
June 13, 1948
Education: PhD in Energy USP
(University of São Paulo)
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revis-
Qual é demanda energética no Brasil hoje?
A demanda enérgica ta BIOMAIS.
nacional é dividida em diferentes áreas.
Temos que pensar no setor elétrico e no setor de transportes.
No elétrico HTTP://www.revistabiomais.com.br
a demanda é crescente e, ultimamente, para complementar
a energia elétrica gerada pelas hidroelétricas foram ativadas
várias térmicas a fósseis que são poluentes e mais caras,
ao invés de utilizar energias renováveis. No setor de transporte
também temos
Fone:
um aumento
0800.600.2038
cada vez maior no consumo de
combustíveis líquidos, até porque houve recentemente a redução
do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), o que gera
o aumento da frota e consequentemente forte pressão sobre a
demanda no consumo. Por outro lado, a gasolina tem preços indiretamente
controlados pelo governo e esse controle indireto,
que faz com que a Petrobrás não possa aumentar o preço nas
distribuidoras, gera automaticamente o controle de
preço sobre o etanol que precisa competir com
a gasolina no mesmo mercado.
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
As fontes alternativas têm participação
expressiva nesse cenário a
ponto de ajudar a suprir boa parte
da demanda ou ainda há muito a
se fazer?
A participação da energia eólica
tem crescido bastante até porque
desde 2000 o Proinfa (Programa
de Incentivo às Fontes Alternativas
de Energia Elétrica) vem tendo uma
série de incentivos do governo. A biomassa
não tem incentivo nenhum e
ainda assim tem que competir nos leilões
“ Não adianta a energia
eólica produzida no
nordeste ser mais
barata que a biomassa,
o gasto final dela vai ser
maior porque tem que
adicionar o custo de
transmissão no sistema
interligado”
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revis-
What is demand for energy in Brazil, today?
National demand for ta energy BIOMAIS. is divided into different areas. We
have to think of the electricity sector and the transportation sector.
In the electricity HTTP://www.revistabiomais.com.br
sector, the demand growing and, lately, to complement
the electricity generated by hydroelectric, various thermal
e-mail: generating assinatura@revistareferencia.com.br
stations have been activated using fossil fuels that are
polluting and more expensive, instead of using renewable energy.
In the transport sector,
Fone:
we
0800.600.2038
also have a growing increase in the consumption
of liquid fuels, because recently there was a reduction of
the IPI (Tax on Industrialized Products), which led to the increase in
the vehicle fleet, and consequently, increased pressure on consuming
demand for energy. On the other hand, gasoline prices are indirectly
controlled by the Government and this indirect control, such
that Petrobras cannot increase the price to the distributors, automatically
generates price controls on ethanol that has
to compete with gasoline in the same market.
Do alternative sources play a significant
role in the scenario to the
point of helping to supply much of
the demand or is there still much
to do?
The share of wind energy has
grown considerably since 2000
because Proinfa (Program of Incentives
for Alternative Electricity
Sources) brought with it a number
of government incentives.
However, biomass was not included
and has no incentives and still
has to compete in auctions with
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 13
entrevista
com a eólica. Apesar disso, 7% da nossa capacidade instalada
para a geração de energia elétrica vêm de bagaço de cana. Certamente
que isso poderia ser muito maior se tivéssemos leilões
feitos de forma mais inteligente.
Atualmente qual é a fonte de energia que se mostra mais
promissora para investir?
Com certeza a biomassa. No caso da eólica existem parques
no nordeste que foram construídos, mas não estão em operação
porque não têm a linha de transmissão para ser interligado com
a rede. Existe uma diferença entre a capacidade instalada nominal
e a capacidade que efetivamente está sendo gerada. No caso
da biomassa, as usinas de cana estão na região sudeste, já interligadas
na rede. Não há a necessidade de construção de novas
redes de transmissão e, além disso, tem-se a vantagem adicional
de estar gerando energia próximo ao centro de consumo que é a
própria região sudeste.
Há muitos problemas de logística em relação a energia
eólica gerada no nordeste?
Além de precisar construir a linha de transmissão que está
faltando, ainda necessita entrar no sistema interligado e trazer
para o sudeste que é onde está o centro de carga principal. Temos
o problema de logística que precisa ser levado em conta
e os investidores têm que olhar para isso para fazer um investimento
que de fato tenha futuro e possa operar e não ficar
parado como aqueles que estão lá em cima.
wind. Nevertheless, 7% of our installed capacity for electricity generation
comes from sugarcane bagasse. Surely that could be much
higher if we had more intelligently carried out auctions.
Currently, what is the energy source that shows itself to be
more promising as to investment?
Surely, it is biomass. In the case of wind farms, they already exist
in the Northeast. They have been built, but are not in operation because
they do not have the necessary transmission lines to be connected
to the national grid. There is a difference between the nominal
installed capacity and the actually being generated capacity. In
the case of biomass, the sugarcane mills are in the Southeast, and
are already interconnected to the national grid. There is no need to
build new transmission lines and, moreover, this type of generation
has the added advantage of being close to cities, therefore, generating
energy near the major consumption centers, which are in the
Southeast Region, itself.
Are there many logistical problems in relation to wind
power being generated in the Northeast?
Besides having to build transmission lines that are missing, it is
necessary for the energy to be introduced into a system interconnected
with the Southeast, the main energy consuming center. We have
logistics problems that need to be taken into account and investors
have to look at this before making any investment that actually has
a future, and is able to be put into operation, not remain
isolated like those up there.
A geração de energia por vias alternativas
tais como eólica, solar e biomassa,
está recebendo a atenção das empresas?
Como está a proporção dessas
fontes no âmbito geral de geração
no país?
Primeiramente temos que dividir
a biomassa em categorias, porque
diferentemente da eólica, da PCH
(Pequena Central Hidroelétrica) e da
solar, na biomassa existe uma variedade
de fontes muito grande, então
tem o bagaço de cana que é o maior
componente e tem a maior participação,
o biogás, a casca de arroz, no Rio
Grande do Sul. A situação da biomassa é
diferente das outras energias renováveis
porque tem diferentes tipos e para cada
tipo é um empreendimento diferente, tem
“Precisa ter os
mesmos incentivos do
governo para todas
as fontes de energia
renováveis, e a eólica fica
com todos eles,
a biomassa e a PCH
não têm incentivo
nenhum”
Power generation through alternative
means, such as using
wind, solar and biomass, is
gaining the attention of
companies? What is the
proportion of these sources
within the general
framework of generation
in the Country?
First, we have to divide
the biomass into categories,
because unlike wind,
SHPS’s (Small Hydroelectric
Power Station) and solar, for
biomass there is a large variety
of sources, there is sugarcane bagasse,
the largest component, and
has the largest participation, and there is
biogas and rice husks in Rio Grande do Sul. The
14
www.revistabiomais.com.br
que levar tudo isso em consideração. Mas hoje temos
tecnologia para todos. As caldeiras para casca
de arroz, por exemplo, foram desenvolvidas
especificamente para esse tipo de biomassa
por causa do conteúdo de sílica. Já temos
tecnologia suficiente para ser usada inclusive
em condições de exportar para outros
países em desenvolvimento. Recentemente
fui a Moçambique onde discutimos o acesso
à energia que na África é dramático. Em
Moçambique apenas 20% da população tem
acesso à energia elétrica e lá tem usinas de
açúcar, que certamente, se fossem usadas tecnologias
mais eficientes de cogeração com bagaço
de cana, poderiam ter um excedente de energia
que seria distribuído na zona rural, ajudando a diminuir
este déficit de energia. Mas alguns países da África
já estão fazendo isso como Quênia e Sudão.
O que falta para melhorar esse cenário no Brasil, ou seja,
aumentar a participação da biomassa na matriz energética
nacional?
O sistema de leilões não favorece muito a biomassa. Muitos
defendem os leilões regionalizados para levar em conta a questão
de logística e localização. Hoje a biomassa gerada aqui em
São Paulo, que já está próxima ao centro de carga, compete com
a eólica que está lá em cima e que ainda tem todo o custo de
transmissão para trazer para o sudeste. Não adianta a energia
eólica produzida no nordeste ser mais barata que a biomassa,
o gasto final dela vai ser maior porque tem que adicionar o
custo de transmissão no sistema interligado. Precisa ter os
mesmos incentivos do governo para todas as fontes de energia
renováveis, e a eólica fica com todos eles, a biomassa e a PCH
não têm incentivo nenhum. A energia solar ainda não é competitiva
porque é muito cara, então só é viável em pequenos projetos
pilotos na região amazônica onde não tem fonte nenhuma para
competir. No caso das outras tem que ter o mesmo tratamento.
São todas renováveis, se não tem equilíbrio acaba acontecendo
uma distorção de mercado. Uma solução seria fazer os leilões exclusivos.
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revis-
Quais são as perspectivas
ta BIOMAIS.
de demanda energética para
os próximos anos no país?
As HTTP://www.revistabiomais.com.br
perspectivas dos planos do governo são de aumentar e os
investimentos são sempre feitos nas hidroelétricas, tem as novas
e-mail: hidroelétricas assinatura@revistareferencia.com.br
Amazônia que estão sendo construídas, que o
governo vê como complementação às térmicas a combustíveis
Fone: 0800.600.2038
situation of biomass is different
from other renewable
energy sources because
there are different types
and each type involves
a different industrial
process, which needs
to be taken into consideration.
But today,
we have the technology
for all. Boilers using
rice husks, for example,
have been developed
specifically for the type
of biomass because of the
silica content. We have sufficient
technology to be used
so as to be in a position to
export this technology to other
developing countries. I recently
visited Mozambique where we discussed
the access to energy, which in
Africa is a dramatic problem. In Mozambique,
only 20% of the population has access
to electricity and there are plenty of sugar
mills, which, if they used sugarcane bagasse cogeneration
technologies more effectively, could produce
a surplus of energy that could be distributed in the rural
areas, helping to reduce this energy deficit. Some African countries
are already doing this, such as Kenya and Sudan.
“Acho que pode não
ocorrer um apagão
energético, mas precisamos
das políticas adequadas. Se
continuarmos aumentando
o consumo fica complicado
e essas questões são muito
políticas também”
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revis-
What is missing to improve this scenario in Brazil, i.e., increasing
the share of biomass in the national energy matrix?
The auction system does not favor biomass. Many argue regionalized
auctions take into account the issue of logistics and location.
Today, biomass generated here in São Paulo, which is close to
the consuming centers, already competes with wind power being
generated in the Northeast even before taking in all the transmission
costs incurred to transmit the power to the Southeast. It doesn’t
matter that energy produced from wind in Northeast is cheaper
than that produced from biomass, if the final expense is higher because
you have to add the
ta
cost
BIOMAIS.
of the interconnected transmission
system. There must be the same government incentives for all renewable
HTTP://www.revistabiomais.com.br
energy sources, right now wind has all of them, while, biomass
and SHPS’s have none. Solar energy is not competitive because
it e-mail: is still very assinatura@revistareferencia.com.br
expensive, so it is only feasible small pilot projects
in the Amazon Region where there are no other competing power
Fone: 0800.600.2038
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 15
entrevista
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revis-
fósseis, o que acaba não sendo algo interessante. Mesmo nos
planos do governo que preveem o aumento importante nas renováveis,
na biomassa, por exemplo, a previsão é de multiplicar
ta BIOMAIS.
por 15 a potência instalada, mas se não tiverem as políticas para
HTTP://www.revistabiomais.com.br
caminhar desta forma não adianta.
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
Como está o mercado de cogeração de energia no Brasil?
O problema é Fone: todo de 0800.600.2038
economicidade e de políticas. Poderíamos
atingir patamares muito maiores usando as políticas adequadas.
E como já temos a introdução da colheita de cana crua,
passamos a ter um adicional de biomassa que é a palha da cana.
Apenas 40% a 50% precisam ficar no campo, o resto pode ser
levado para usina aumentando o potencial de energia elétrica
excedente. E para isso também temos tecnologia.
Aprendemos algo com a crise de energia de 2001 e 2002?
Acho que ainda não aprendemos muito
a fazer eficiência enérgica e reduzir o
consumo de energia. Melhoramos
de forma geral, não só as empresas
como a população
também. Aprendemos bastante,
mas ainda se pode
ir mais longe. Inclusive
em situações de maior
dificuldade.
Apesar das negativas
do governo,
existe o risco de apagão
energético no
Brasil?
Essa é uma pergunta
muito difícil porque
depende de uma série de
fatores. Existem respostas
de todos os tipos. Têm especialistas
que acham que pode
existir, mas é uma questão de
racionalizar. Acho que pode não
ocorrer um apagão energético, mas
precisamos das políticas adequadas. Se
continuarmos aumentando o consumo
fica complicado e essas questões são muito
políticas também.
“O sistema
de leilões não favorece
a biomassa. Muitos
defendem os leilões
regionalizados para levar
em conta a questão de
logística e localização”
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revis-
sources. All others have to have the same treatment. All are renewable,
if there is no balance, there ends up being market distortions.
ta BIOMAIS.
One solution would be having exclusive auctions.
HTTP://www.revistabiomais.com.br
What are the prospects for the demand for energy over the
coming
e-mail:
years
assinatura@revistareferencia.com.br
the Country?
The perspectives of Government plans are for continuous increases,
and investments Fone: are continuing 0800.600.2038
to be made in hydroelectric
power generation, such as the new hydroelectric plants in the Amazon
currently being built, while the government sees thermal generation
from fossil fuels as a complement, which ends up not being
something very interesting. Government plans provide for the significant
increase in the use of renewable sources, such as biomass,
for example, forecast to multiply by 15 times the already installed
capacity, but if policies are not created in this direction, this will not
happen.
How is the market for energy cogeneration in Brazil?
The problem is all in the economic and political feasibility.
Much higher levels could be achieved with the appropriate
policies. With the introduction of raw cane harvesting,
we now have an additional biomass, straw.
Only 40% to 50% needs to remain in the field, the
rest can be transported to a cogeneration plant
increasing the potential for surplus electricity.
And for this, we also have all the necessary technology.
Did we learn anything from the
2001\2002 energy crisis?
I don’t think we have yet learnt to generate
energy efficiently or to reduce energy consumption.
Overall, there has been an improvement, not
just by companies but by the population also. We have
learnt a lot but there is still more to learn. Especially in
more difficult situations.
Despite government denials, do we run the risk of an electric
energy blackout?
This is a very difficult question because it depends on a number
of factors. There are all types of responses. There are experts who
think that it exists, but it will be only a matter of rationing. I don’t
think an energy blackout will occur, but we need more suitable policies.
If we continue increasing consumption, things become complicated.
As well, these issues are also very political.
16
www.revistabiomais.com.br
Quem merece receber o Prêmio Referência 2014?
Envie sua indicação, com os critérios de sua escolha, para
jornalismo@revistareferencia.com.br
As ações das empresas ou de personalidades que se destacaram durante
o ano serão premiadas!
10 de novembro de 2014
Espaço Torres - Curitiba (PR)
PRINCIPAL
Floresta para
energia
Foto: divulgação
Biomassa florestal tem potencial
para se tornar protagonista na
matriz energética brasileira
18
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Forest for energy
Forest biomass has the potential
to become the protagonist in the
Brazilian energy matrix
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 19
PRINCIPAL
Foto: divulgação
“É possível produzir energia utilizandose
da lignina que é extraída da madeira no
processo de cozimento e da parte sólida
(cascas e lascas) que são geradas durante o
descascamento e picagem das toras”
20
www.revistabiomais.com.br
A
biomassa florestal como fonte de
energia sempre esteve presente na
realidade brasileira e mundial. O uso
pode ser doméstico com fogões à lenha ou comercial
alimentando enormes caldeiras. No Brasil
por volta dos anos 70 o uso dessa fonte se intensificou
e ganhou espaço na matriz energética nacional,
no entanto logo perdeu força. Passados 20
anos, na década de 90, ela apareceu novamente
como uma promissora fonte de energia alternativa.
Com o destaque recebido uma nova expressão
passou a ser usada para denominar a origem
dessa madeira:
a Revista
florestas
BIOMAIS.
energéticas.
De acordo com Mario Sant’Anna Júnior, vice
HTTP://www.revistabiomais.com.br
-presidente de florestas energéticas da Ibá (Indústria
Brasileira de Árvores), esse termo está voltado
ao plantio de florestas que destinam os produtos
a uma ou mais rotas com.br de conversão da madeira ou
biomassa para a produção de energia. Ou seja, se
uma floresta Fone: tem uma 0800.600.2038
parte do plantio que resulta
em geração de energia ela pode ser chamada
de floresta energética.
“Atualmente a madeira é um forte componente
na matriz energética brasileira. Setores produtivos
importantes, como a siderurgia e outros segmentos
industriais são altamente dependentes
desse insumo”, analisa Mario.
Muito dessa força da biomassa florestal se
deve às indústrias de celulose. A maioria já tem
como fonte de energia a madeira que não é aproveitada
durante o processo produtivo. “É possível
produzir energia utilizando-se da lignina que é
Para ter acesso a este conteúdo, assine
e-mail: assinatura@revistareferencia.
F
orest biomass as an energy source has
always been present in Brazilian and global
reality. Its use can be at home in wood
stoves, or commercially, providing fuel for huge
boilers. In Brazil, sometime in the 70’s, the use of this
source intensified and gained ground in the Brazilian
energy matrix; however, it soon lost some of this
ground. After 20 years, in the 90s, it appeared again
as a promising alternative energy source. With the
notice it received, a new expression came to be used
to denote the origin of this wood: energy forests.
According to Mario Sant’Anna Júnior, Vice President
of Energy
a Revista
Forests for
BIOMAIS.
Ibá (Brazilian Industry of
Trees), this term is geared to planted forests that are
HTTP://www.revistabiomais.com.br
designed to produce products where one or more
uses involves the conversion of the timber or biomass
into energy. That is, if a forest has a part of the
plantation resulting com.br
in power generation, it can be
called an energy forest.
“Currently Fone: timber 0800.600.2038
is a strong component in the
Brazilian energy matrix. Important productive sectors
such as steel making and other industries are
highly dependent on this input,” says Mario.
Much of the strength of forest biomass is due to
pulp manufacturers. Most already use it has as an
energy source by using the timber which is not used
during the manufacturing process. “It is possible to
generate energy using the lignin that is extracted
from the timber during the cooking process, as well
as any solid pieces (bark and slivers) that are generated
during the debarking and chipping.” Power is
generated by combustion in boilers for steam gene-
Para ter acesso a este conteúdo, assine
e-mail: assinatura@revistareferencia.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 21
PRINCIPAL
extraída da madeira no processo de cozimento e
da parte sólida (cascas e lascas) que são geradas
durante o descascamento e picagem das toras.” A
energia é gerada por meio de queima em caldeiras
para a geração de vapor, passando por conjuntos
de turbinas e geradores que transformam
o calor em energia elétrica.
Aproveitando esse mercado promissor estão
surgindo empresas que têm a atividade voltada
para o plantio de florestas e venda de cavaco exclusivamente
para a geração de energia.
No Brasil e no Mundo
De acordo com Mario, a biomassa representa
a quarta ter acesso fonte de energia a este em conteúdo,
nível global. “O
Para
Brasil é o terceiro maior usuário de madeira para
assine a Revista BIOMAIS.
energia no mundo. Em primeiro lugar estão Índia
e China respectivamente.”
Ele acredita que o Brasil tem vocação natural
para a produção de florestas energéticas. Características
como abundante disponibilidade de terra,
grande incidência com.br solar, regime de chuvas ideal e,
principalmente, mão de obra qualificada. “Nosso
país tem Fone: buscado 0800.600.2038
inserir tecnologias mais limpas
e sustentáveis na matriz energética. Várias linhas
em desenvolvimento em diferentes instituições
de pesquisa e empresas do setor têm buscado
viabilizar e tornar mais competitiva a transformação
de florestas em energia, com linhas que visam
a compactação de biomassa florestal, a produção
de bio-óleo, celulignina, álcool e outros derivados
de alto valor agregado, que devem promover o
aumento da densidade energética da biomassa.”
O relatório da FAO (Food and Agriculture Organization)
chamado “O Estado das Florestas do
Mundo”, mostra que, ainda em 2014, uma em
cada três famílias de países em desenvolvimento
utiliza a madeira como principal fonte de combustível
para cozinhar. A mesma publicação tam-
HTTP://www.revistabiomais.com.br
e-mail: assinatura@revistareferencia.
Foto: divulgação
22
www.revistabiomais.com.br
ation, through a series of turbines and generators
that convert heat into electricity.
Taking advantage of a promising market, companies
are emerging that have started planting
forests and selling the chips exclusively for power
generation.
In Brazil and in the World
According to Mario, biomass is the fourth largest
source of energy on a global level. “Brazil is the
third largest user of timber for energy in the world.
The first and second are India and China, respectively.”
He believes that Brazil has for a natural potential
Para for the ter production acesso of energy a este forests, conteúdo,
with features
such as abundant availability of land, abundant
assine a Revista BIOMAIS.
sunlight, an ideal rainfall regime, and especially, a
skilled labor force. “Our country has sought to use
HTTP://www.revistabiomais.com.br
cleaner and more sustainable technologies in the
energy matrix. Several lines are being developed by
different research institutions and companies in the
industry searching for com.br ways to become more competitive
and enable the transformation of forests
into energy, Fone: especially 0800.600.2038
as to compaction of forest
biomass, the production of bio-oil, cellulignin, alcohol
and other high added value derivatives, which
could increase the energy density of biomass.”
The report of the FAO (Food and Agriculture Organization)
called “The State of the World’s Forests”,
showed that even in 2014, one in three households
in developing countries use wood as the main source
of cooking fuel. The same publication also cites
that energy from wood provides more than half of
the total available energy in 29 countries worldwide.
e-mail: assinatura@revistareferencia.
Foto: divulgação
Compensating
Mario Sant’Anna insists and ensures us that
this energy matrix is compensating. He even cites
an article by Ederson Augusto Zanetti, Embrapa Fo-
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 23
PRINCIPAL
Hidrólise
Reação de quebra de ligação química de uma molécula
com a adição de uma molécula água. Nessa reação ocorre
a quebra da molécula de água em íons de hidrogênio (H+)
e hidroxila (oH–) que se ligam às duas moléculas
resultantes da quebra.
Processo que transforma combustíveis sólidos ou líquidos
em uma mistura de gases, chamada gás de síntese. este
gás pode ser queimado diretamente e até transformado
em combustíveis líquidos. Utiliza-se como matéria-prima
materiais geralmente ricos em carbono.
Pirólise
Reação de análise ou decomposição que ocorre pela ação
de altas temperaturas. Acontece uma ruptura da estrutura
molecular original de um determinado composto pela
ação do calor em um ambiente com pouco ou nenhum
oxigênio. Por exemplo: carbonização.
Combustão
Geração de energia por meio da queima da
madeira. seja ela em toras, cavaco, pellets, etc.
Dessa reação é liberado calor e luz
24
www.revistabiomais.com.br
ém cita que a energia proveniente da madeira
proporciona mais da metade da disponibilidade
total de energia em 29 países no mundo.
Compensa
Mario Sant’Anna é taxativo e garante que essa
matriz energética compensa. Ele inclusive cita um
artigo feito por Ederson Augusto Zanetti, da Embrapa
Florestas, no qual foi feita uma comparação
entre o balanço energético do milho cultivado
nos EUA (Estados Unidos da América), da beterraba
da Alemanha, da cana de açúcar brasileira
e do eucalipto bentamii plantado no Brasil. Esse
último superou todos os demais em capacidade
de gerar energia por meio da queima, inclusive a
cana-de-açúcar. Para ter acesso a este conteúdo,
Pesquisas divulgadas pelo Instituto de Economia
Agrícola assine do a Estado Revista de São BIOMAIS.
Paulo mostraram
que o custo de produção de uma unidade energética
da madeira é de R$ 7,05 enquanto o da
HTTP://www.revistabiomais.com.br
cana é de R$ 13,33, quando se consideram as produtividades
de 80 t/ha/ano (toneladas por hectare
ao ano) de cana e 24 t/ha/ano de eucalipto.
com.br
Paulo Moraes, diretor da FL Florestal, acrescenta
que Fone: além do 0800.600.2038
eucalipto o pinus também é
bastante utilizado. “Até mesmo árvores nativas de
florestas plantadas podem ser matéria-prima.”
Já falando em regiões do Brasil que têm mais
incidência de florestas energéticas Paulo e Mario
concordam que é Minas Gerais. “O Estado possui
a maior área de florestas plantadas do Brasil, com
pouco mais de 22% da área brasileira”, esclarece o
vice-presidente.
O que dificulta o processo, segundo o vice
-presidente, é o campo econômico no que diz respeito
ao custo de colheita e transporte de madeira.
“Nos EUA a distância máxima entre a biomassa
e a planta de produção de energia que a consome
não pode ser superior a 80 km (quilômetros) para
que a operação seja economicamente viável.” Ele
e-mail: assinatura@revistareferencia.
rests, in which a comparison was made between the
energy balance of corn grown in the USA, beets in
Germany, sugarcane in Brazil and eucalyptus bentamii
planted in Brazil. The latter exceeded all others
in ability to generate power by burning, including
sugarcane.
Research published by the State of São Paulo
Institute of Agricultural Economics showed that the
cost of producing one unit of energy from timber
is R$ 7.05 while from cane, it is R$ 13.33, when you
consider the productivity of 80 mt/ha/year for sugarcane
and 24 mt/ha/year for eucalyptus.
Paulo Moraes, director of FL Florestal, adds that
as well as eucalyptus, pine is also widely used. “Even
planted native forests can be used for raw material.”
Para When ter talking acesso about which a este region conteúdo,
in Brazil has
the highest incidence of energy forests, both Paulo
and Mario assine agree a that Revista it the State BIOMAIS.
of Minas Gerais.
“The State has the largest area of planted forests in
HTTP://www.revistabiomais.com.br
Brazil, with just over 22% of the total planted area,”
says the vice president.
What complicates the process, according to the
Ibá Vice President, is the economics with respect
com.br
to timber harvesting and transportation costs. “In
the United Fone: States, the 0800.600.2038
maximum distance between
the biomass and the energy generation plant that
consumes the biomass cannot exceed 80 km for the
operation to remain economically viable.” He explains
that in Brazil this does not occur.
Another problem pointed out by Mario is the
lack of Government investment. “Despite its proven
potential, forest biomass does not receive the necessary
attention from the Government in the design of
the Brazilian energy matrix.” He believes that given
the current energy crisis, the low production costs of
forest biomass, as a result of high productivity, show
that is necessary to rethink the use of timber as an
energy source. Even with the Government’s efforts
to diversify sources, priority is given to hydropower
and wind power at the expense of thermal energy
e-mail: assinatura@revistareferencia.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 25
PRINCIPAL
PROJETO FLORESTAS
ENERGÉTICAS
A Embrapa Florestas criou o
projeto Florestas Energéticas, com
o pensamento de que o uso de
biomassa para energia pode ser
melhorado e potencializado e é
preciso investir em pesquisa
científica.
Seu objetivo é desenvolver,
otimizar e viabilizar alternativas ao
uso de fontes energéticas
tradicionais não-renováveis por
meio da biomassa de plantações
florestais de forma sustentável.
Estruturar, nas diversas regiões do país,
populações de espécies florestais para
oferta de germoplasma com tecnologias
silviculturais apropriadas e necessárias
à expansão de plantios de florestas
para a produção de biomassa
em quantidade e qualidade apropriadas
para uso energético;
Desenvolver, otimizar e viabilizar
alternativas de uso da biomassa florestal,
como fonte renovável, para diversificar
a matriz energética nacional
de forma sustentável;
Obter produtos de alto valor agregado
da biomassa florestal, destinados à geração
de energia, por meio do aprimoramento de
tecnologias ou ajustes de processos para
a obtenção de um extrato enzimático rico de
atividade celulólitica e seu efeito na hidrólise
de uma matriz lignocelulosica pré-tratada,
pirólise, acidólise e oxidação parcial
utilizando a mesma matriz;
Efetuar estudos sobre a viabilidade,
competitividade e sustentabilidade das cadeias
produtivas de plantios florestais energéticos,
bem como dos coprodutos resultantes
na obtenção de biocombustíveis.
O projeto "Florestas Energéticas" é multi-institucional
e conta com a participação de cerca de 70 empresas
públicas e privadas de todo país lideradas pela
Embrapa Florestas, Esalq/USP (Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São
Paulo), Embrapa Meio Ambiente e Embrapa
Agroindústria de Alimentos.
26
www.revistabiomais.com.br
explica que no Brasil isso não acontece.
Outro problema apontado por Mario é a falta
de investimento do governo. “Apesar do seu
comprovado potencial, a biomassa florestal não
recebe do governo a atenção necessária na concepção
da matriz energética brasileira.” Ele acredita
que diante da atual crise de energia os baixos
custos de produção da biomassa florestal, decorrentes
da alta produtividade, mostram que é
necessário repensar o uso da madeira como fonte
de energia. Mesmo com as iniciativas do governo
de diversificação da matriz energética, existe uma
priorização para a energia hidroelétrica e eólica
em detrimento da termoelétrica a biomassa.
O setor de florestas energéticas, apesar de
seus atributos positivos, enfrenta diversos entraves
para seu crescimento, tais como altos impostos
e taxas, falta de incentivos de curto, médio e
longo prazos, processos de licenciamento ambiental
Para excessivamente ter acesso a morosos este conteúdo,
e burocráticos,
resultando em custos com significativa tendência
de aumento.
assine a Revista BIOMAIS.
HTTP://www.revistabiomais.com.br
e-mail: assinatura@revistareferencia.
Espécies
De acordo com Mario, uma característica essencial
da biomassa utilizada como fonte de energia
é o poder calorífico. com.br Esse parâmetro define a
quantidade de energia térmica que se libera durante
a combustão Fone: 0800.600.2038
completa de uma unidade de
massa ou de volume de combustível. São vários
os fatores que podem influenciar a produção de
biomassa para bioenergia, como a escolha da espécie,
manejo, adubação, espaçamento e o ciclo
de corte da cultura.
Diferentes espécies e seus híbridos podem ser
utilizados para formação de florestas energéticas.
O setor siderúrgico, por exemplo, trabalha com
plantios do gênero eucalipto em que predominam
as espécies Eucalyptus urophylla, Eucalyptus
grandis e seus híbridos. “Espécies como o Eucalyptus
camaldulensis, Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus
pellita, entre outros, podem agregar qualidade
à madeira como crescimento, densidade, resistência
a pragas e doenças e tolerância ao déficit
hídrico”, aponta vice-presidente de florestas energéticas
da Ibá. Novos esforços com intuito de utilização
em nível comercial do gênero Eucalyptus
corimbia têm sido empreendidos devido às caracfrom
biomass.
The energy forest sector, despite, its positive
attributes, faces several barriers to growth, such as
high taxes, lack of short, medium and long-term
incentives, and lengthy and bureaucratic environmental
licensing processes, resulting in significantly
upward trending costs.
Species
According to Mario, an essential feature of the
biomass used as an energy source is the calorific
value. This parameter defines the amount of thermal
energy that is released during the complete
combustion of a unit mass or volume of fuel. There
are several factors that can influence the production
of biomass for bioenergy, such as the choice
of species, management, fertilization, spacing and
harvesting cycle.
Different species, and hybrids thereof, may be
used Para for the ter formation acesso of a energy este forests. conteúdo, The steel
industry, for example, works with Eucalyptus genus
plantations assine a where Revista the predominate BIOMAIS. species are
E. urophylla, E. grandis and their hybrids. “Species
HTTP://www.revistabiomais.com.br
such as E. camaldulensis, E. tereticornis, and E. pellita,
amongst others, can add quality to the timber as
to growth, density, resistance to pests and diseases,
and tolerance to drought,” com.br says the Ibá Vice President
of Energy Forests. New efforts aimed at using
the genus Fone: E. corimbia 0800.600.2038
at a commercial level have
been undertaken due to the characteristics of productivity
and density, with good tolerance to drought
and emerging pests.
e-mail: assinatura@revistareferencia.
Energy
Uses for energy generated by forest biomass
are diverse: from firewood to supply homes, farms
and small industries to the production of bio-oil,
briquettes and charcoal. “There are different routes
for converting forest products into energy, such as
combustion, gasification, pyrolysis or hydrolysis,”
explains Mario.
He states that combustion is very much used
predominately over other methods of conversion of
timber into energy. “You can get a range of products
that generate different types of energy, e.g. steam,
heat, electricity, gas, fuel, methane, coal, fuel oil and
ethanol.”
The charcoal, also known as a bio-reducer, is the
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 27
PRINCIPAL
terísticas de produtividade e densidade, com uma
boa tolerância à seca e às pragas emergentes.
Energia
Os usos da energia gerada pela biomassa florestal
são diversos: desde lenha para abastecimento
de residências, propriedades rurais e pequenas
indústrias até produção de bio-óleo, briquetes e
carvão vegetal. “Existem diferentes rotas que permitem
converter produtos florestais em energia,
como combustão, gaseificação, pirólise ou hidrólise”,
explica Mario.
Ele afirma que a combustão apresenta-se com
absoluto predomínio sobre as demais rotas de conversão
da madeira em energia. “É possível obter
uma gama de produtos que geram energia nessas
diferentes Para ter rotas, acesso como por a este exemplo, conteúdo,
vapor, calor,
eletricidade, gás combustível, metano, carvão, óleo
combustível assine e etanol.” a Revista BIOMAIS.
O carvão vegetal, conhecido também como
HTTP://www.revistabiomais.com.br
biorredutor, é o principal uso da energia florestal.
“O Brasil é hoje o maior produtor mundial de biorredutor,
com sua produção destinada principalmente
às indústrias de ferro
com.br
gusa, aço e ferroligas”, exalta
Mario. Ele entende que esse é um diferencial brasileiro,
que tem Fone: uma alternativa 0800.600.2038
genuína à siderurgia.
O reflorestamento e as florestas voltadas para fins
energéticos cumprem um papel importante que
reduz a pressão sobre as florestas nativas.
Para a geração elétrica Paulo explica que o
meio de produção é exatamente igual ao da canade-açúcar.
A madeira é queimada em uma caldeira
e o vapor proveniente dessa queima movimenta a
turbina geradora de energia.
Em números o diretor da FL Florestal estima
que as florestas de Minas Gerais têm capacidade
energética de 7 mil MW (megawatts). “É claro que
as florestas ali plantadas são destinadas para os
mais diversos fins, e estes números somente ilustram
o potencial, mas outros fatores limitariam esta
estimativa, como logística de transporte, local de
instalação de termelétricas, uso do eucalipto para
carvão, por exemplo.”
e-mail: assinatura@revistareferencia.
“Atualmente a madeira
é um forte componente
na matriz energética
brasileira. Setores
produtivos importantes,
como a siderurgia e outros
segmentos industriais são
altamente dependentes
desse insumo”
main use of forest energy. “Brazil is now the world’s
largest producer of bio-reducers, with its production
destined mainly to the pig iron, steel and ferroalloy
industries,” exalts Mario. He understands that this is
a difference in Brazil, which provides a genuine alternative
for steel making. Reforestation and planted
forests Para geared ter acesso for energy play a este an important conteúdo, role in reducing
pressure on native forests.
As assine to electrical a Revista power generation, BIOMAIS. FL Floresta Director
Paulo explains that the means of production
HTTP://www.revistabiomais.com.br
exactly the same as that for cane sugar. The wood
is burned in a boiler and the resulting steam coming
from this boiler drives a combustion turbine, generating
energy.
com.br
In numbers, the FL Florestal director estimates
that the forests Fone: in the 0800.600.2038
State of Minas Gerais have a
power generation capacity of 7,000 MW. “It is clear
that the planted forests in the State are intended for
other purposes, and these numbers only illustrate the
potential, but other factors also limit this estimate,
such as transport logistics, location of thermal plants,
use of eucalyptus for charcoal, for example.”
e-mail: assinatura@revistareferencia.
28
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pelo mundo
30
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&
Gols
energia
Inspirados em cases
europeus estádio
brasileiro, além de
apresentar espetáculos,
também gera energia
Fotos: Portal da Copa
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 31
pelo mundo
32
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A
Copa do Mundo 2014 já acabou e o que fica para
nós brasileiros são as lembranças do mundial e
os tão comentados legados. Em Belo Horizonte
não foram só as obras de mobilidade urbana que chamaram
atenção dos moradores. Com capacidade para mais de
62 mil pessoas o estádio Governador Magalhães Pinto, ou
Mineirão como é popularmente conhecido, se destaca pela
capacidade de gerar energia.
Com a instalação de seis mil módulos fotovoltaicos a
usina do Mineirão tem uma potência instalada de 1,42 MWp
(Megawatts-pico). Toda a energia produzida é injetada na
rede de distribuição da Cemig (Companhia Energética de
Minas Gerais) e consegue abastecer aproximadamente 900
residências de médio porte.
Para que a eletricidade chegue à rede de transmissão foi
construída uma subestação de alimentação situada dentro
do estádio. De toda a energia produzida, 10% serão utilizados
pela Cemig e o restante abastecerá o próprio complexo.
Modelo alemão
Para A iniciativa ter acesso de instalar a este uma central conteúdo, geradora assine de energia a
a partir dos raios do sol no Mineirão foi inspirada nos estádios
de Freiburg, Revista considerada BIOMAIS.
a capital solar da Alemanha,
e de Berna, na Suíça, além de outros estádios solares construídos
para a Eurocopa 2008.
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No Mineirão, a usina começou a ser montada em dezembro
de 2012, com os trabalhos de preparação e impermeabilização
Fone:
da cobertura
0800.600.2038
para a montagem das estruturas
metálicas de suporte das placas fotovoltaicas. A usina
contribuirá para que o estádio seja reconhecido como uma
edificação sustentável e obtenha a certificação de Green
Building.
“A instalação da usina solar do Mineirão honra um calendário
de ações sustentáveis implementadas na obra de
modernização do estádio desde as primeiras demolições
até os dias de hoje. É um privilégio ter em funcionamento a
primeira usina solar dos estádios da Copa de 2014”, destaca
Tiago Lacerda, secretário da Secopa (Secretaria Municipal
Extraordinária da Copa do Mundo 2014).
O projeto de solarização do Mineirão foi elaborado pelo
Ideal (Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas
na América Latina) e pela Ufsc (Universidade Federal
de Santa Catarina), com execução da Cemig e autorização
da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A Cemig planeja implementar ainda um sistema fotovoltaico
no Mineirinho, ginásio anexo ao estádio, que terá
potência de gerar 1,1 MWp. O processo está em fase de elaboração
de edital.
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 33
empresa
A pequena usina de geração aproveita
a localização da Câmara: o prédio está
situado à beira-mar
34
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Vento a
beira-mar
Turbina eólica fornece parte da energia consumida
pela Câmara Municipal de cidade catarinense
Fotos Divulgação
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 35
empresa
D
urante uma reforma na Câmara Municipal de São José (SC), em
2009, os vereadores tiveram a iniciativa de tornar o prédio sustentável.
Além de ações como recuperar água da chuva e fazer
o uso de claraboias para aumentar a luminosidade natural, o ponto alto
do projeto foi a instalação de uma turbina para geração de energia eólica.
Além da economia o enorme cata-vento mostra a todos que passam em
frente à Casa de Leis que é viável fazer uso de fontes sustentáveis.
O vereador Amauri Valdemar da Silva, que era presidente do Legislativo
na época da reforma, conta que a pequena usina de geração aproveita
a localização da Câmara: o prédio está situado à beira-mar, no centro histórico
de São José, local alvo de constantes ventos. “Ao pesquisar encontramos
um fornecedor aqui da grande Florianópolis (SC) mesmo. Então
conseguimos encaixar no orçamento”, ressalta o vereador. Ele estima que
na Para época ter foram acesso gastos R$ a 28 este mil com conteúdo, a compra dos assine materiais a necessários Revista
e a instalação.
O equipamento pode produzir BIOMAIS. mais de 500 kWh (quilowatts por hora)
de energia limpa por mês mesmo com rajadas de vento consideradas fracas
para a região,
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de 6,5 m/s (metros por segundo). Amauri explica que a
turbina eólica não supre toda a necessidade do edifício. “A empresa nos
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
prometeu abastecer 20% do total, mas estimamos que a realidade seja de
15%”. O aerogerador instalado ao lado do prédio catarinense é similar ao
Fone: 0800.600.2038
que funciona na Casa Branca, sede do governo dos EUA (Estados Unidos
da América), em Washington.
Por ser uma projeto inovador ele foi fonte de estudos da Ufsc (Universidade
Federal de Santa Catarina). A intenção era avaliar a produtividade
e viabilidade da fonte de energia. De acordo com o vereador, uma equipe
composta por professores e alunos fez um levantamento de dados junto
ao Ministério da Agricultura para colher informações sobre os ventos da
região. A pesquisa concluiu que seria mais interessante trocar a turbina de
lugar e instalá-la no telhado do prédio, assim ela receberia rajadas maiores
e teria a capacidade produtiva aumentada.
Entretanto Amauri ressalta que a iniciativa teve como maior objetivo
apresentar outra fonte de energia para a cidade. “Uma semente foi plantada
na época e o mais importante foi criar uma questão educacional. Nossa
intenção foi fazer com que as pessoas se preocupassem com outras fontes
de energia. Essa tarefa foi cumprida.”
36
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“Uma semente foi
plantada na época e o
mais importante foi criar
uma questão educacional.
Nossa intenção foi fazer
com que as pessoas se
preocupassem com outras
fontes de energia. Essa
tarefa foi cumprida”
Para realizar um processamento apropriado da Biomassa o mais importante é o
equipamento correto, a Nicoletti Picadores localizada na cidade de Itapetininga/SP
tem os melhores equipamentos para desenvolver o serviço. Picadores a
tambor ideal para produção de biomassa a partir de cascas de pinus, eucaliptos,
resíduos florestais, resíduos de construção civil e restos de serraria.
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processo
Solução
compactada
Resultado do processo de secagem e prensagem
de serragem, os briquetes garantem alto poder
calorífico para produção de energia
Fotos Divulgação
38
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U
m dos quesitos mais importantes para que
o uso de determinada biomassa seja viável
é a logística e o poder calorífico que ela
reúne, ponto forte do resíduo madeireiro compactado.
O briquete é um dos preferidos por diversas
indústrias. Nesta reportagem detalhamos como é a
produção de combustível e mostramos porque ele é
tão requisitado. Revista BIOMAIS.
O nome vem de um processo chamado briquetagem
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no qual os restos de madeira, pó de madeira,
serragem, são compactados em uma pressão muito
elevadas até a formação de toras de tamanho padronizado
dando origem aos briquetes.
Considerado Fone: lenha 0800.600.2038
de qualidade, os briquetes são
produzidos a partir da compactação de resíduos lignocelulósicos
utilizando pressão e temperatura. Por
meio da briquetagem consegue-se um combustível
com maior homogeneidade granulométrica, maior
densidade e resistência à geração de finos.
Para ter acesso a este conteúdo, assine a
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
Com formato cilíndricos ou poligonais, com volumes
geralmente variáveis entre 0,8 cm³ (centímetro
cúbico) e 30 cm³ cada, os briquetes podem substituir
a lenha em instalações que utilizam esta como fonte
energética, principalmente para uso industrial.
De acordo com o presidente da AbibBrasil (Associação
Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia
Renovável), Celso Revista Oliveira, BIOMAIS.
este produto possui diversas
vantagens. “O briquete é o combustível sólido
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limpo que existe no mercado, sua combustão libera
pouco CO 2
, além de que os preços dos briquetes
têm um custo menor do que no preço de outros tipos
de combustíveis”, garante.
Para ter acesso a este conteúdo, assine a
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
Fone: 0800.600.2038
Produção
Na fabricação de briquete, as matérias-primas
podem variar de serragem, maravalha, bagaço de
cana-de-açúcar, entre outros. O diâmetro do briquete
quando feito a partir de madeira para queima em
“O briquete é o
combustível sólido mais
limpo que existe no
mercado, sua combustão
libera pouco CO2,
além de que os preços
dos briquetes têm um
custo menor do que no
preço de outros tipos de
combustíveis”
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 39
processo
VANTAGENS DOS BRIQUETES
• O briquete é o combustível sólido mais limpo que existe no mercado;
• Possui uma umidade extremamente reduzida, permitindo que a
combustão seja mais eficiente e libere menos CO 2
;
• Não há necessidade de cortar árvores para a produção de briquete,
pois a matéria-primeira utilizada é o resíduo florestal;
• O preço dos briquetes tem um custo menor do que os preços de outros
tipos de combustíveis;
• O armazenamento do briquete é seguro, porque não possuem os riscos
associados ao gás e o petróleo e não há fugas nem perigo de explosão.
caldeiras, fornos e lareiras é de 70 mm (milímetro) a
100 mm e com comprimento de 250 mm a 400 mm.
Existem também os briquetes de 28 a 65 mm que são
usadas em estufas, fogões com alimentação automática,
grelhas e a churrasqueiras, Revista BIOMAIS.
etc.
A produção do briquete é realizada por um equipamento
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mecânico denominado prensa briquetadeira
de pistão, geralmente movido a motor elétrico e
pesando e-mail: de assinatura@revistareferencia.
6 a 10 t (toneladas). O equipamento possui
uma bica superior por onde entra a serragem seca,
uma câmara intermediária
com.br
para onde a serragem é
conduzida por um motorredutor de eixo vertical em
Fone: 0800.600.2038
hélice. Na câmara de briquetagem a serragem é comprimida
a elevadas pressões e passa por um guia de
resfriamento horizontal externa.
Para ter acesso a este conteúdo, assine
No trajeto entre a serragem vinda do pátio e o briquete
já entregue na fornalha do consumidor, existe
o fluxo do produto em sua cadeia, que pode ser caracterizado
em 11 etapas. Entre elas estão: o transporte
e serragem a Revista para o peneiramento; BIOMAIS. transporte dos
retalhos para cominuição; transporte da serragem
fragmentada HTTP://www.revistabiomais.com.br
para o peneiramento; peneiramento da
serragem. O material é então conduzido ao secador
e-mail: rotativo, onde assinatura@revistareferencia.
entra com umidade entre 20% e 55% e
sai entre 8% a 15%. É realizada a secagem e separação
das partículas por meio
com.br
de um ciclone, o descarregamento
da serragem seca e peneirada no depósito
Fone: 0800.600.2038
situado entre a exaustão e a briquetadeira. Após o
resfriamento os briquetes são embalados e armazenados
na sala de expedição.
Para ter acesso a este conteúdo, assine
40
www.revistabiomais.com.br
No
Brasil
uma das primeiras iniciativas de utilização industrial do processo de
briquetagem ocorreu no início da década de 60 na Csbm (Companhia
Siderúrgica Belgo Mineira), na usina de João Monlevade, em Minas
Gerais, com a instalação de um equipamento da empresa alemã
Humboldt, para briquetagem de finos de carvão vegetal.
CURIOSIDADES
a Companhia Brasileira de Briquetes, situada em Mateus Lemes (MG),
iniciou as atividades de prestação de serviços de briquetagem, principalmente
de finos de carvão vegetal, com uma máquina de fabricação
japonesa, para uso doméstico e na siderurgia, em fornos Cubilot.
Em
1965
CBI
®
Magnum Force 5400
“DURO DE MATAR 2”
“DURO DE MATAR 2”
CBI Magnum Force 5400 na MTL Reciclagem de Madeira em São Paulo
www.cbidobrasil.com
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 41
ESPECIAL
Bons Ventos
42
www.revistabiomais.com.br
Mesmo com produção recente, a energia eólica já se
tornou a segunda fonte mais competitiva a integrar a
matriz energética nacional. Avanço tecnológico, qualidade
do vento brasileiro e a crise energética de 2001 foram os
principais fatores que fizeram o governo olhar com mais
atenção para o poder dos ventos
Fotos Divulgação
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 43
ESPECIAL
N
ão é de hoje que a força do vento é usada
para produzir energia. Um dos exemplos
mais antigos são os moinhos, ícones dos
Países Baixos, mas utilizados desde a Antiguidade.
A energia eólica era transformada em mecânica e
destinada à moagem de grãos e bombeamento de
água. No mundo moderno, o uso desse tipo de fonte
natural passou ser comercialmente viável a partir de
meados da década de 1990, principalmente nos países
da Europa. Apesar do custo extremamente alto
na época, o continente não tinha muitas opções. Já
o Brasil vive a um Revista cenário diferente. BIOMAIS. Possui grande disponibilidade
de recursos para geração de energia e
HTTP://www.revistabiomais.com.br
a eólica vem crescendo a índices impressionantes
não por imposição, mas por ser competitiva.
Na última década a energia eólica ganhou atenção
especial do governo brasileiro por ser renovável,
com.br
limpa e apresentar um custo cada vez mais atrativo.
O princípio
Fone:
da energia
0800.600.2038
eólica no país começou devagar,
primeiro engatinhou, depois, com a considerável
ajuda do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas), deu os primeiros passos. Por mais
contraditório que possa parecer outro belo empurrão
ao setor veio por causa de crises. A energética
de 2001, que mostrou ser necessário ampliar as fontes
da matriz nacional, e a econômica que atingiu
a Europa em 2009, e fez com que os fabricantes de
aerogeradores enxergassem no Brasil um mercado
Para ter acesso a este conteúdo, assine
e-mail: assinatura@revistareferencia.
em potencial. Assim a energia eólica se tornou a segunda
fonte mais competitiva.
“O Brasil sempre produziu energia a partir de
fontes hidroelétricas, que já são renováveis. No final
dos anos 90, tivemos alguns investimentos em
termoelétricas que eram utilizadas apenas para a
segurança do sistema. As primeiras tentativas com
eólica aqui não deram certo primeiro pela questão
da competitividade e segundo pelo fato de não
precisarmos muito dessa hipótese. O Brasil nunca
enfrentou o a problema Revista de dependência BIOMAIS. enérgica, diferente
da Europa que tinha uma produção de energia
HTTP://www.revistabiomais.com.br
dependente dos combustíveis fósseis e consequentemente
dos países exportadores de petróleo”,
e-mail:
contextualiza
assinatura@revistareferencia.
a presidente executiva da Abeeólica
(Associação Brasileira de Energia Eólica), Elbia Melo.
com.br
Desde os anos 2000, a Europa segue fazendo os
investimentos em fontes renováveis, mesma época
Fone: 0800.600.2038
na qual o Brasil passou por uma crise de suprimento
de energia, em 2001 e 2002, quando ocorreu inclusive
o programa de redução de consumo, mas sem
cortes à população. Nessa experiência percebeu-se
que o país precisava começar a olhar para outras
fontes de geração de energia para aumentar a segurança,
uma vez que os reservatórios hidroelétricos
estavam se tornando mais escassos para atender
ao crescimento da demanda. “Foi nesse momento
que nasceu o primeiro programa de subsídio que
Para ter acesso a este conteúdo, assine
Energia eólica: Vantagens e oportunidades
Demanda nacional de energia
Capacidade instalada
Potencial de geração
Custo médio
126 GW
4.8 GW
350 GW
r$ 130 MW/h
44
www.revistabiomais.com.br
contemplava também a fonte eólica, o Proinfa. Na
ocasião se contratou a energia eólica a um custo de
R$ 320 por MW/h (megawatt/hora), enquanto eram
pagos 60 MW/h para hidroelétrica”, compara Elbia.
Do Proinfa foi criado o primeiro parque para
a geração de energia eólica localizado em Osório
(RS,) que entrou em operação em 2006, com a contratação
de 1300 MW. Em 2009, tendo em vista os
fortes investimentos que aconteceram na Europa
destinados a esta tecnologia, a fonte tornou-se mais
competitiva e o custo de investimento mais baixo.
As torres que eram de 50 m (metros) passaram a ter
100 m e as máquinas que eram de menos de 1 MW
de potência atingiram 1.6 MW, o que aumentou a
produtividade do parque eólico tornando o custo
de produção menor.
“Em 2009 teve início o que chamamos de fase
competitiva da fonte eólica no Brasil, quando foi realizado
o primeiro leilão no qual foram contratados
1.8 GW (gigawatt) a um preço de mais ou menos
R$ 180, muito a Revista menor do BIOMAIS.
que os primeiros R$ 320
pagos no Proinfa. Depois disso vários leilões foram
realizados. HTTP://www.revistabiomais.com.br
Em 2010 tivemos dois leilões, que foram
contratados 2 GW, já ao preço de R$ 150. O limite
e-mail: de preço ocorreu assinatura@revistareferencia.
em 2011 com a contratação de 2,7
GW, recorde de contratação até o momento, ao preço
de R$ 100 por MW/h.
com.br
Esse cenário fez com que a
fonte eólica se tornasse a segunda mais competitiva.
Hoje é vendida em média por R$ 130 o MW/h”,
Fone: 0800.600.2038
calcula Elbia.
Para ter acesso a este conteúdo, assine
Competitividade
A Ccee (Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica) é responsável pela comercialização de
energia elétrica no mercado brasileiro. A energia
proveniente de fonte eólica pode ser vendida por
meio do Proinfa e dos leilões do ACR (Ambiente
de Contratação Regulada) e do ACL (Ambiente de
Contratação Livre). Esse modelo de leilões é um dos
fatores que faz com que a fonte eólica no Brasil seja
muito mais competitiva do que na Europa, onde o
modelo de contratação se dá por meio de subsídios.
Até o momento, a energia eólica foi contratada
em 11 leilões, sendo quatro deles LER (Leilão de
Energia de Reserva) - cujo o objetivo é elevar o patamar
de segurança no fornecimento de energia elétrica
ao SIN (Sistema Interligado Nacional) - , um LFA
Matriz Elétrica Brasileira (GW)
7,7 (6%)
DERIVADOS
DE PETRÓLEO
12,9 (10%)
GÁS NATURAL
4,8 (4%)
EÓLICA
Fonte: Abeeólica/Aneel
12 (9%)
BIOMASSA
3 (3%)
CARVÃO
87,4 (66%)
HIDRELÉTRICA
2 (1%)
TERMELÉTRICA NUCLEAR
1,5 (1%)
TERMELÉTRICA OUTRAS
*A fonte fotovoltaica
possui 11,3 MW
de capacidade
instalada
Hoje o Brasil tem 4.8 GW de capacidade
instalada para geração de energia eólica,
isso significa que com esse maquinário disponível
o país está apto a gerar 2.4 GW de produção,
que corresponde a 4% da matriz nacional. A fonte
hidroelétrica, a mais abundante, tem 66% de capacidade
instalada, seguido pelo gás natural com
10% e biomassa com 9%. “De produção efetiva
2% é de energia eólica, mas somando tudo que já
foi vendido e contratado o Brasil terminará 2018
com 14 GW, cerca de 8% da matriz”, avalia Elbia
Melo, da Abeeólica.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 45
ESPECIAL
Ranking Mundial – Capacidade Instalada - 2013
1 China 91,42
2 EUA 61,09
3 Alemanha 34,25
4 Espanha 22,96
5 Índia 20,15
13 Brasil 3,46
2012
15º Colocado
2,5 GW
2013
13º Colocado
3,4 GW
2014
10º Colocado
Perspectiva
Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council)
(Leilão de Fontes Alternativas), três em Leilão A-3,
processo licitatório para a contratação de energia
elétrica proveniente de empreendimentos de geração
novos realizado com três anos de antecedência
do início do suprimento, e três em Leilão A-5, realizados
com cinco anos de antecedência.
O último Boletim das Usinas Eólicas, elaborado
pela Ccee, referente ao mês de maio de 2014, mostra
que a capacidade instalada das usinas eólicas
associada à energia comercializada nos leilões do
ACR correspondeu a 52% do total de 3.331 MW, enquanto
os montantes associados à energia comercializada
no Proinfa e no ACL representaram 29% e
19%, respectivamente. O mês de maio de 2014 foi
encerrado com 131 usinas eólicas em operação comercial
no Brasil.
Além do modelo de contratação, de acordo com
a presidente executiva da Abeeólica, outro fator
que faz com que a energia brasileira seja mais barata
que a produzida na Europa, por exemplo, é a
natureza do vento nacional. “A produção do vento
no Brasil é muito maior. Hoje a Europa produz energia
eólica subsidiada a preço de R$ 300 MW/h usando
a mesma tecnologia empregada aqui. Por que a
dela custa R$ 300 e a minha R$ 130? Pela questão
do vento do Brasil e pelo modelo de contratação”,
justifica a presidente. “Por essa razão a energia eólica
tem tido uma trajetória crescente de investimento.
Com a tecnologia vigente hoje temos no Brasil
o potencial eólico de 350 GW. A nossa necessidade,
se somar todas as fontes que existem, é de 126 GW.
Isso significa que o potencial eólico brasileiro é três
vezes maior que a necessidade de energia elétrica.
Do ponto de vista da oferta, podemos dizer que a
energia eólica é infinita no Brasil”, garante Elbia.
Tendo em vista toda a conjuntura nacional, a
presidente executiva é positiva em relação ao futuro
da fonte renovável no país: “o Brasil terminou
2013 na 15° posição de capacidade instalada e vai
encerrar 2014 em 9°. Sucessivamente estamos entre
os cinco primeiros países que mais investem e
aumentam a capacidade instalada. Dizer que vamos
46
www.revistabiomais.com.br
alcançar a China, que aumenta ao ano 18 GW só de
eólica, é impossível. Dificilmente vamos alcançar os
EUA (Estados Unidos da América), mas podemos,
certamente, nos aproximar da Espanha e Alemanha”,
almeja.
Atlas Eólico
Hoje as usinas eólicas estão concentradas no Rio
Grande do Sul e nos Estados do nordeste brasileiro.
Isso porque são nessas regiões que estão os melhores
ventos. O primeiro Atlas do Potencial Eólico Brasileiro,
desenvolvido
a Revista
em
BIOMAIS.
2001, mapeou com riqueza
de detalhes quais eram os locais mais propícios para
implementação de parques eólicos. Naquela época,
a tecnologia vigente era ainda cara se comparada a
empregada na atualidade, mas o resultado já acusou
que o Brasil tinha potencial para produzir 143
GW. com.br
“Com os equipamentos de 2001 os ventos melhores
estavam
Fone:
no
0800.600.2038
nordeste e no sul. Quando a tecnologia
evolui, a torre vai ficando mais alta e a máquina
mais potente, começa a traçar outras regiões
potenciais que antes não eram economicamente
viáveis, como Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Esses Estados têm vento, mas não é um vento
competitivo. No nordeste o vento é a constante e
unidirecional, enquanto no Rio Grande do Sul tem
certa constância e velocidade muito alta”, explica
Elbia.
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Mercado potencial
Com o crescente interesse do governo e o aumento
da contratação de energia eólica nos leilões, as multinacionais
fabricantes de aerogeradores, disputam
uma acirrada concorrência em solo nacional. Entre as
principais destacam-se Wind Power, subsidiária da argentina
Impsa - que teve falência decretada pelo Tribunal
de Justiça de Pernambuco em agosto deste ano
- a americana General Electric, a dinamarquesa Vestas,
a indiana Suzlon, a francesa Alston e a espanhola Gamesa,
que fechou em julho último dois contratos para
fornecimento de 214 MW de energia.
Os acordos incluem a instalação de 166 MW para a
CER (Companhia de Energias Renováveis) nos parques
eólicos da Bahia e 48 MW para Eletrosul, subsidiária da
Para ter acesso a este conteúdo, assine a
Eletrobrás, no Rio Grande do Sul. Em nota a empresa
divulgou que se Revista responsabilizará BIOMAIS. com o fornecimento,
transporte e instalação de 83 turbinas eólicas nos
parques HTTP://www.revistabiomais.com.br
Assuruá I, Assuruá VI, Capoeiras I, Capoeiras II,
Curral de Pedras II, Curral de Pedras IV, localizados no
e-mail: parque eólico assinatura@revistareferencia.com.br
Xique-Xique, Bahia. Para a Eletrosul
serão fornecidas 24 turbinas nos parques eólicos Coxilha
Seca, Capão Fone: do 0800.600.2038
Inglês e Galpões, no complexo
eólico Cerro Chato, em Santana do Livramento. Esta é
a segunda vez que a Gamesa fecha contrato com a CER
e primeira com a Eletrosul.
A empresa afirmou ainda que o Brasil é um dos
mercados prioritários para a Gamesa, que já havia realizado
outro acordo em maio de 2014 com a Ventos do
Sul. “Este contrato nos consolida como um dos principais
fabricantes no Brasil, uma posição que se baseia
em nossa liderança em tecnologia e nosso conhecimento
local, combinado com o compromisso com o
desenvolvimento das comunidades como criadores
de emprego e geradores de riqueza através desenvolvimento
de uma cadeia de abastecimento local”, acredita
Edgard Corrochano, CEO da Gamesa no Cone Sul.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 47
ARTIGO
Considerações sobre
a recuperação de
papel higiênico para
fins energéticos
Fotos ARQUIVO PESSOAL
Geraldo Rizanti
Engenheiro
S
e rompermos tabus e preconceitos, assim como
algumas determinações regidas pelas normas
de higiene, poderemos aproveitar o grande
potencial energético existente no volume de papel higiênico
utilizado e simplesmente jogado fora (e, por conseguinte
os demais papéis sanitários). Estaríamos assim,
dando utilidade ao dejeto humano.
De maneira
Revista
geral, não queremos
BIOMAIS.
assumir a responsabilidade
do que fazer com ele após utilizarmos, mas queremos
nos livrar dele. Se olharmos o problema com uma
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ótica adequada, questionando sobre o que podemos
fazer de útil com o grande volume de papéis sanitários
produzidos anualmente e br descartados como rejeito, em
maior parte, inadequadamente, com certeza vamos encontrar
utilizações Fone: interessantes 0800.600.2038
para eles. Temos equipamentos
e processos tecnológicos suficientes para serem
aplicados, e deixarmos de agir como se estivéssemos vivendo
nos séculos passados, jogando-os para a natureza
dar conta deles.
Hoje já estamos na casa dos milhões de toneladas de
Para ter acesso a este conteúdo, assine a
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.
papéis sanitários produzidos por ano e simplesmente
descartados sem aproveitamento desse recurso disponível.
Somente de papel higiênico, ou seja, exclusivo
para uso em banheiros, vamos fechar 2013 com uma
produção em torno de 800 mil t (toneladas), o equivalente
a 445,5 MW (megawatts) de energia que podem
ser utilizadas para Revista gerar eletricidade BIOMAIS. ou vapor para diversos
processos industriais.
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Esse é o tema desse trabalho, uma breve consideração
sobre a recuperação, tratamento e geração de vapor
a partir do papel higiênico até então rejeitado. Não
se trata de um estudo de viabilidade
br
técnico-econômica,
e sim de um chamado à prospecção de soluções técnicas
que produzam Fone: benefícios. 0800.600.2038
Esse estudo foi elaborado para um ambiente de indústria
de papel sanitário (tissue), recuperando o papel
higiênico através de logística reversa, e gerando vapor
para o processo de secagem de um novo volume de papel
produzido.
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48
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1. PRODUÇÃO E CONSUMO DE PAPEL SANITÁRIO NO
BRASIL
O quadro que segue mostra o crescimento da produção
industrial, e o consumo doméstico:
Na denominação de Papel Sanitário estão incluídos os
seguintes produtos:
• Papel higiênico;
Para • Guardanapos; ter acesso a este conteúdo, assine a
• Lenços;
Revista BIOMAIS.
• Toalha de cozinha;
• Toalha de mão.
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e-mail:
Dentro
assinatura@revistareferencia.com.
deste mix, o produto de maior representatividade
de produção e consumo é o papel higiênico, conforme mostra
o quadro abaixo: br
O balanço importação e exportação de papel sanitário
não será considerado Fone: por 0800.600.2038
não ser representativo, conforme
sugerido pelos dados Bracelpa abaixo:
• Exportação 2011 e 2012: 17.000 toneladas = 0,85 % da
produção;
• Importação 2011 e 2012: 20.000 toneladas = 1,0 % da
produção.
Para o presente trabalho consideraremos apenas a produção
e consumo doméstico do papel higiênico, devido aos
seguintes fatores:
• Maior quantidade em volume e massa;
• Por conseguinte, maior quantidade em potencial energético;
• Hábito popular de acondicionar separadamente dos outros
resíduos.
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2. CLASSIFICAÇÃO E DESCARTE DO PAPEL HIGIÊNICO
É interessante entendermos onde está situado o papel
Revista BIOMAIS.
higiênico atualmente, dentro da classificação de resíduos
sólidos. A NBR10004/2004 classifica os resíduos relação
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ao potencial de risco ao meio ambiente e à saúde, conforme
abaixo.
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.
CLASSE I: São os resíduos perigosos, de acordo com suas
propriedades físicas, químicas br ou biológicas, apresentam riscos
à saúde e ao meio ambiente. Possuem inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, Fone: 0800.600.2038
toxidade e patogenicidade.
CLASSE II: São os resíduos não perigosos, subdivididos
em:
CLASSE IIA: Resíduos não inertes. Apresentam biodegradabilidade,
solubilidade em água e combustibilidade. Enquadram-se
aqui os restos de alimentos e o papel higiênico.
CLASSE IIB: Resíduos inertes; não são decompostos facilmente.
Enquadram-se aqui o plástico e a borracha.
Em relação à origem e natureza, a classificação dos resí-
Fonte: Bracelpa
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 49
ARTIGO
Fonte: Bracelpa
duos sólidos é:
• Domiciliar;
• Comercial;
• Varrição e feiras livres;
• Serviços de Saúde;
• Portos, Aeroportos e Terminais rodoviários e ferroviários;
• Industriais;
• Agrícolas;
• Construção Civil.
Na origem domiciliar, ou seja, provenientes de residências,
Para os resíduos ter acesso contêm: a restos este de conteúdo, alimentos, produtos assine deteriorados,
embalagens, retalhos, jornais, revistas, papéis higiê-
a
Revista BIOMAIS.
nicos, toalhas e lenços de papel, fraldas, etc.
A maior parte do descarte de papel higiênico e demais
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papéis sanitários, vêm das residências. Estabelecimentos
públicos, ou de concentração de pessoas, são isoladamente,
grande geradores de descarte de papel higiênico, como: portos,
aeroportos, Fone: terminais 0800.600.2038
rodoviários e ferroviários, indústrias,
escolas, hotéis, hospitais, escolas, etc. Aqui podem ser
incluídos os condomínios residenciais.
O papel higiênico usado oriundo de hospitais pode ser
tomado como pertencentes à Classe I, devido à sua patogenicidade.
Em relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos
resíduos sólidos temos dois grupos.
O primeiro grupo refere-se aos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos):
• Resíduos domésticos ou residenciais;
• Resíduos comerciais;
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• Resíduos públicos.
O segundo grupo, dos Resíduos de Fontes Especiais:
• Resíduos industriais;
• Resíduos da construção civil;
• Rejeitos radiativos;
• Resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários;
• Resíduos agrícolas;
• Resíduos de serviços de saúde.
Para ter acesso a este conteúdo, assine a
A presença do papel higiênico acontece significativamente
no Primeiro Grupo.
Revista BIOMAIS.
É interessante entendermos os conceitos usuais de resíduos
e rejeitos.
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Resíduo é o que sobra de um processo natural ou atividade
humana e que ainda pode ser aproveitado. Pode ser dividido
em duas categorias:
• Recicláveis: Fone: podem 0800.600.2038
ser aproveitados como matéria-prima
em algum processo produtivo, como por exemplo, o metal,
o plástico, o vidro, o papel, óleo comestível, etc...
• Orgânicos: resultantes da alimentação, jardinagem e
agrícola, que podem ser aproveitados nos processos de compostagem,
produzindo compostos orgânicos.
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
Rejeito é o resíduo que por seu estado de subdivisão,
deterioração ou de higiene, não se obtém qualquer aproveitamento;
seu potencial de utilização foi esgotado. Onde se
encontra o papel higiênico.
Usualmente o descarte do papel higiênico acontece com
50
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o acondicionamento em sacos plásticos, inseridos nos cestos
de coleta em banheiros. Estes sacos são geralmente misturados
com outros contendo resíduos orgânicos, para serem
coletados e destinados a aterros sanitários, ou lixões a céu
aberto.
Além de inserir na natureza grandes quantidades de sacos
plásticos (inertes, praticamente não degradáveis), facilitam
Para a proliferação ter acesso de vetores a este de conteúdo, doenças, como, assine ratos, baratas,
moscas, micróbios, aves e répteis, e contribuem para a
a
Revista BIOMAIS.
contaminação do lençol subterrâneo do solo pela liberação
de chorume, altamente tóxico, formado pela decomposição
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dos resíduos orgânicos.
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3. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Conforme Lei Fone: Federal 0800.600.2038
número 12305, de 02/08/2010,
e Decreto Federal número 7404, de 23/12/2010, que regulamenta
a Lei, devemos alterar a visão dos resíduos sólidos
para:
Foco
Gestão compartilhada em toda a sociedade;
Princípio
O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável
como um bem econômico e de valor social, gerador de
trabalho e renda, e promotor de cidadania.
Objetivo
Não gerar, reduzir, reutilizar, reciclar, tratar, e por fim, dispor
adequadamente na natureza.
Para Mudança ter acesso na Aplicação a este conteúdo, assine a
Buscar a diferença entre resíduos sólidos e rejeitos:
Revista BIOMAIS.
Resíduos sólidos são materiais, substâncias, objetos ou
bens descartados, resultantes de atividades humanas em sociedade,
que possam ser reaproveitados, e tenham valor eco-
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nômico. Envolve a reutilização, reciclagem, compostagem,
recuperação e aproveitamento energético, entre outros.
Rejeitos são Fone: resíduos 0800.600.2038
sólidos que depois de esgotadas
todas as possibilidades de tratamento e recuperação dos processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis,
não apresentem outra alternativa que não a disposição final
ambientalmente adequada.
Mudança Técnica na Aplicação
Resíduos: destinação final ambientalmente adequada.
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“Hoje já estamos na casa
dos milhões de toneladas
de papéis sanitários
produzidos por ano e
simplesmente descartados
sem aproveitamento desse
recurso disponível”
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 51
ARTIGO
Exemplo de cestos de papel higiênico em banheiros:
Envolve a reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação
e aproveitamento energético, ou outras.
Rejeitos: disposição final ambientalmente adequada, a
ser implantada até agosto de 2014.
Para Sistema ter acesso de Logística a este Reversa conteúdo, assine a
Sistema de retorno dos produtos ao fabricante, após o
uso pelo consumidor.
Revista BIOMAIS.
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4. POTENCIAL ENERGÉTICO DO PAPEL HIGIÊNICO
REJEITADO
Mantendo as proporções de crescimento verificadas nos
quadros do capítulo Fone: 2, podemos 0800.600.2038
fechar o ano de 2014 alcançando
um volume de descarte de papel higiênico usado em
torno de 800 mil t, que fatalmente serão lançados para os lixões
e aterros.
Considerando o poder calorífico inferior dos papéis, de
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
4200 Kcal/Kg (quilocalorias por quilograma), esta quantidade
produzida e jogada fora, contém um potencial energético de
3.360.000 tcal/ano (toneladas de caloria por ano), ou o equivalente
a 445,5 MW.
Para Este ter potencial acesso energético a este pode conteúdo, ser utilizado assine em vários a
segmentos indústrias para gerar vapor de processo, ou até
mesmo, gerar energia
Revista
elétrica
BIOMAIS.
em usinas termoelétricas. Contudo,
neste trabalho estamos considerando sua utilização
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nas próprias indústrias de papel sanitário (tissue), devido à
maior sinergia para uma implantação de processos com a
finalidade de recuperação e reutilização do papel higiênico
para fins energéticos, Fone: indo 0800.600.2038
de encontro à Política Nacional de
Resíduos Sólidos.
Vamos considerar uma indústria tissue hipotética, que
utiliza além do vapor, gás para a secagem do papel produzido
em capotas de alto rendimento, as seguintes variáveis
e-mail: assinatura@revistareferencia.com.br
52
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de processo:
• Pressão de geração de vapor nas indústrias de papel:
15,0 kgf/cm² (quilograma de força por centímetro quadrado)
manométrico;
• Retorno de condensado para a caldeira: 60 ºC (graus Celsius);
• Calor total para geração de vapor nesta pressão: 607,1
Kcal/Kg de vapor;
• Rendimento de combustão para combustíveis sólidos:
50%.
Nestas condições, temos que 1 kg de papel higiênico
recuperado, produz 3,5 kg de vapor. Uma comparação interessante
que podemos fazer, considerando indústrias tissue
que utilizam na secagem também o gás natural ou liquefeito
de petróleo, o consumo específico de vapor pode chegar até
1 kg de vapor/kg de papel produzido, nestes casos, 1 kg de
papel Para higiênico ter acesso recuperado a este pode conteúdo, gerar vapor para assine produzir a
3,5 kg de papel novo.
Equivale dizer Revista que se uma BIOMAIS.
indústria produtora, que se
enquadra nestas condições, recuperar toda a quantidade de
papel HTTP://www.revistabiomais.com.br
produzido, irá reutilizar para gerar vapor de aproximadamente
30% desse volume recuperado. O excedente poderá
ser comercializado para outros consumidores.
Com este ponto de vista, um sistema de logística reversa
Fone: 0800.600.2038
aplicado na indústria tissue, pode ser economicamente viável
e traria vantagens como:
Redução do custo direto da produção de vapor;
• Redução da queima de lenha in natura, e consequente
redução de desmatamento;
• Destinação específica ao resíduo de papel higiênico;
• Redução significativa do descarte de papel higiênico e
saco plástico;
• Geração de atividade rentável e mão de obra.
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Assim, o ciclo do papel higiênico, com a introdução de
mais uma escala, se torna de maior eficiência, pois seu descarte
estaria gerando energia para produzir novo produto.
Outras indústrias, que não a de papel tissue, poderiam
também ser beneficiadas, com a queima de resíduos de papel
sanitário em caldeiras para geração de vapor para seus
processos. O balanço de carbono na atmosfera não sofreria
alteração, pois já haveria a queima de outros combustíveis
para esta finalidade. De qualquer maneira, há que se estudar
adequações dos filtros para contenção dos particulados no
escape das chaminés das caldeiras.
5. DESCARTE E COLETA SELETIVA DO PAPEL
HIGIÊNICO
O consumo de papel higiênico no Brasil pode ser diferenciado
em dois segmentos:
• Doméstico: consumo pontual em residências, onde o
rejeito de papel higiênico é feito primeiramente, depositando-o
em um cesto no próprio banheiro, em saco plástico para
lixo ou oriundo de supermercado; depois de cheio este saco
é lacrado (amarrado) e descartado como lixo comum em lixeira,
junto com o lixo orgânico, à espera do coletor de lixo.
• Coletivo: consumo em locais específicos, como, indústrias,
clubes, hotéis, restaurantes, shopping centers, aeroportos,
Para estações ter acesso rodoviárias, a este etc... Aqui conteúdo, pode-se incluir assine alguns a
condomínios residenciais. O rejeito também é feito no próprio
banheiro em Revista cesto com BIOMAIS.
sacos plásticos. Nestes locais,
há uma pré-armazenagem em recintos destinados para essa
finalidade, HTTP://www.revistabiomais.com.br
também junto o lixo orgânico, à espera do
coletor de lixo.
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Coleta Seletiva
Fone: 0800.600.2038
Uma vez que o rejeito do papel higiênico desde a conclusão
de seu uso é feito separadamente dos demais, sua inclusão
em um sistema de coleta seletiva tende a ser mais simples.
Tanto no consumo doméstico como no coletivo se faz
necessário um modo de descarte em que o papel higiênico fique
isolado do lixo orgânico para o início de sua recuperação.
Por sua vez, a logística do sistema de coleta atual, com os
tradicionais caminhões coletores, que misturam todo o tipo
de lixo que neles são depositados, necessita de revisões, para
atender o volume de descarte de papel higiênico canalizando-o
para ser tratado em uma estação de recuperação, antes
de ser utilizado na geração de energia.
O fluxograma à seguir mostra o ciclo do papel higiênico
com a adição da seleção pelos usuários e o transbordo no
canteiro de recebimento de lixo.
O fluxograma mostra o ciclo do papel higiênico desde a
produção até o retorno e utilização na caldeira, para a geração
do vapor utilizado para a produção. Uma melhoria seria
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 53
ARTIGO
abolir o saco plástico para conter o papel higiênico usado. O
fabricante poderia criar embalagem de papel, retornável contendo
o produto após o uso, levando aos usuários instruções
e incentivos para a coleta seletiva. Essa ação contribuiria para
a redução do descarte de sacos plásticos na natureza, e aumentaria
a eficiência do processo, reduzindo a separação de
materiais não destinados à queima. A embalagem também
seria recuperada juntamente com o papel higiênico para a
geração de vapor.
Para ter acesso a este conteúdo, assine a
Revista BIOMAIS.
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6. ESTAÇÃO DE RECUPERAÇÃO PARA O PAPEL
HIGIÊNICO
Nas indústrias tissue, na própria planta industrial, existe
uma sinergia para a instalação de uma estação de recuperação,
devido a alguns fatores como: o uso corrente de mão de
Fone: 0800.600.2038
obra qualificada, utilidades industriais, energia disponível e
tratamento de efluentes. Uma estação de recuperação básica
para papel higiênico usado pode ser composta dos seguintes
processos:
• Separação;
• Lavagem;
• Prensagem;
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• Secagem;
• Briquetagem;
• Embalagem (em caso de comercialização de excedentes).
Separação
Pode ser um processo mecânico ou manual, com as devidas
proteções e padrões de higiene individuais. Tem a finalidade
de separar o papel Revista higiênico BIOMAIS. do saco de plástico que o
contém, e algum outro corpo estranho, sendo este o rejeito
desse processo, HTTP://www.revistabiomais.com.br
que pode ser direcionado para outra finalidade
específica, e não ser descartado na natureza.
Lavagem
Destinado à remoção dos dejetos orgânicos agregados
Fone: 0800.600.2038
no papel higiênico usado. Neste processo pode ser utilizada a
agitação mecânica por rotores, tambor rotativo ou rosca sem
fim. A água recuperada na indústria pode ser utilizada, e após
o processo de lavagem destinada para a ETE (Estação de Tratamento
de Efluentes).
Prensagem
Tem o objetivo de retirar a maior parte da água presente
no papel higiênico lavado. À priori a prensa ideal seria do tipo
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54
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de rosca contínua. A água separada deve ser canalizada para
a Para ETE. ter acesso a este conteúdo, assine a
Secagem
A finalidade é complementar Revista BIOMAIS.
a retirada de água do papel,
para atingir níveis de umidade compatíveis para a compactação.
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O secador pode ser do tipo túnel contínuo, ou do tipo
rotativo. O calor necessário para a secagem do papel pode ser
obtido pela recuperação do calor residual contido nos gases
de escape das caldeiras.
Fone: 0800.600.2038
Briquetagem
Para o processo de briquetagem o papel precisa estar
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próximo de 16% de umidade. Aqui a massa de papel é aglomerada
Para ter em pequenos acesso blocos. a este O ideal conteúdo, é que a compactação assine a
seja em briquetes pequenos, na forma de discos, para aumentar
o rendimento Revista da combustão BIOMAIS. em fornalhas. A máquina
necessária é uma briquetadeira de êmbolo.
Após HTTP://www.revistabiomais.com.br
a briquetagem o papel já estará nas dimensões e
características apropriadas para a combustão na fornalha da
caldeira. Em caso de excedente de briquetes de papel, este
pode ser embalado e comercializado para outras indústrias.
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Fone: 0800.600.2038
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 55
AGENDA
AGOSTO
Agosto
Seminário Cadeia do Valor Elétrico
Data: 25
Local: São Paulo (SP)
Informações: viex-americas.com
Conferência Biogás e Bioeletricidade
Data: 26 e 27
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.paginasustentavel.com.br
Brasil Windpower
Data: 26 a 28
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Informações: www.brazilwindpower.org/pt/
SETEMBRO
Setembro
Congresso Internacional de Biomassa
Data: 01 a 03
Local: Campo Grande (MS)
Informações: www.congressobiomassa.com
Smart Grid Fórum 2014
Data: 09 a 11
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.smartgrid.com.br
Ecce – Congresso e Exposição de Conversão
de Energia
Data: 14 a 18
Local: Pittsburgh (EUA)
Informações: 2014.ecceconferences.org
OUTUBRO
Outubro
Congresso Internacional de Bioenergia
Data: 01 a 03
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.bioenergia.net.br
Biotech Fair - VII Feira Internacional de
Tecnologia em Bioenergia e Biocombustíveis
Data: 01 a 03
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.eventobioenergia.com.br
VI Supre
Data: 21 a 23
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.supre.funcoge.org.br
Power-Gen Brasil
Data: 21 a 23
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.powerbrasilevents.com
Expobiomasa - Feria de los Profesionales de la
Biomasa 2014
Data: 21 a 23
Local: Valladolid (Espanha)
Informações: www.expobiomasa.com
NOVEMBRO
Novembro
World Biomass Power Markets Brasil
Data: 03 a 05
Loca: São Paulo (SP)
Informações: www.greenpowerconferences.com
Feiplar Composites & Feipur 2014
Data: 11 a 13
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.feiplar.com.br
XII STPC
Data: 16 a 19
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Informações: stpccigre.com.br
Renex South America
Data: 26 a 28
Local: Porto Alegre (RS)
Informações: renex-southamerica.com.br/
56
www.revistabiomais.com.br
DEZEMBRO
Dezembro
Power-Gen International
Data: 09 a 11
Local: Orlando (EUA)
Informações: www.power-gen.com
Destaque
Destaque
Smart Grid Fórum 2014
Data: 09 a 11 de setembro
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.smartgrid.com.br
Feira internacional dirigida ao mercado de energia da América Latina. No evento
é possível encontrar o tipo de financiamento ideal para cada empreendimento e soluções
empresariais integradas para o uso eficiente de energia.
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OPINIÃO
Biomassa na Matriz
Elétrica Brasileira?
Por Suani T. Coelho
Doutora em Energia, Prof.a da Universidade de São Paulo, Coordenadora do Centro Nacional de
Referência em Biomassa – Cenbio/IEE/USP – suani@iee.usp.br
Foto: divulgação
Javier F. Escobar
Pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio/IEE/USP, Doutorando em
Energia (IEE/Poli/FEA/IF), Universidade de São Paulo – escobar@usp.br
ENERGIA MENSAL / ENERGIA ANUAL
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
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Figura 1. Complementaridade da biomassa com relação
à energia hidroelétrica
PERÍODO DA SAFRA DA BIOMASSA: ABRIL A OUTUBRO
HIDROELÉTRICA UTE BIOMASSA EÓLICA
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Fonte: ONS
O
tema das energias renováveis na matriz elétrica
brasileira vem sendo discutido há muito tempo,
em particular nos períodos de seca e baixa hidraulicidade
como novamente enfrentamos agora.
Como já vem sendo discutido em várias publicações
(Goldemberg e Coelho, 2013), desde a década de 80, a cada
período seco na região sudeste, os órgãos oficiais solicitavam
às universidades o milagre. Como complementar a geração
Revista BIOMAIS.
hidroelétrica com seus reservatórios baixos pela falta de chuva?
Da HTTP://www.revistabiomais.com.br
parte dos órgãos governamentais o desconhecimento
ainda existente com relação à geração descentralizada,
cujos benefícios ainda não eram reconhecidos; da parte dos
setores envolvidos, a falta de interesse por uma nova forma
de energia cuja Fone: produção 0800.600.2038
era considerada arriscada...
A figura 1 abaixo ilustra a complementaridade da biomassa
(bagaço de cana) em relação à hidroeletricidade.
A biomassa é uma estratégia fundamental, pois o período
de geração de eletricidade nas usinas da região (SE) e (CO)
correspondem ao período da safra de cana (entre abril e novembro),
o que por sua vez é justamente a época de chuvas
mais reduzidas, onde as barragens das hidroelétricas apresentam
níveis mais baixos e, portanto, uma menor oferta.
Esse cenário poderia ainda, ser mais favorável se pensarmos
em produção de madeira para geração de energia de base
com termoelétricas a cavaco e/ou pellets de madeira.
Com a lei do Proinfa, em 2000, novas esperanças apareceram,
mas de curta duração. Após a aprovação da lei, as
simulações de tarifas feitas pela academia não foram aceitas
pelo governo, considerando que eram muito elevadas
para biomassa. A conseqüência foi ainda pior para as contas
públicas, pois, cumprindo a lei, a diferença de potencia
foi direcionada na sua maior parte para energia eólica, com
tarifas muito superiores às da biomassa, acarretando gastos
adicionais por parte da Eletrobras. Em seqüência, políticas
Para especiais ter para acesso a energia a eólica este foram conteúdo, consideradas assine indispensáveis
e incentivos fiscais foram então destinados à mesma,
a
visando à incorporação Revista das BIOMAIS.
energias renováveis na matriz
energética brasileira, e a energia eólica (mesmo sendo intermitente)
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passou a ser extremamente competitiva economicamente,
de forma que atualmente corresponde à maioria
da energia contratada nos leilões.
Quanto aos empreendimentos de biomassa, principalmente
a geração
Fone:
de excedentes
0800.600.2038
com resíduos de cana e de
madeira apesar das vantagens ambientais e estratégicas e
do enorme potencial (mais de 10 000 MW), os mesmos continuam
na sua maioria sem se viabilizar, sem incentivos e
tendo que competir com a energia eólica subsidiada e com
combustíveis fosseis.
Na presente dificuldade de reservatórios das hidroelétricas
novamente com baixos níveis, o planejamento do setor
aciona termoelétricas a combustíveis fósseis (poluentes e
mais caras) e a biomassa nem sequer é considerada como
uma opção. O Brasil está passando, assim, de uma matriz
energética limpa com predominância de renováveis para
uma matriz energética com maior participação de fósseis,
elevando suas emissões de carbono cada vez mais.
De fato, parece que o país está na contramão da sustentabilidade
ambiental energética.
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