52
BURACO NA
ESTRADA
Desafio da logística no Brasil
60
PINUS AMEAÇADO ENTREVISTA
Programa combate a
vespa-da-madeira no sul do país
Marcílio Caron Neto,
executivo da Ibá
Menos metal
mais madeira
Fueiros mais leves aumentam
a segurança e eficiência
no transporte
Less metal
more timber
Lighter weight bunks increase
safety and efficiency in transportation
SUMÁRIO
ANUNCIANTES
DA EDIÇÃO
Agroceres ...................................................................... 84
Argus Engenharia ...................................................... 17
36
Oregon ............................................................................ 83
CBI do Brasil ................................................................... 45
D’Antônio Equipamentos ..................................... 59
52
Denis Cimaf ................................................................... 11
Dinagro ........................................................................... 02
Exte ............................................................................. 35
70
H Fort ................................................................................ 13
Himev .............................................................................. 59
Editorial
Cartas
Bastidores
Coluna Ivan Tomaselli
Notas
Alta e Baixa
Biomassa
Aplicação
Frases
Entrevista
Principal
Espécie
Especial
Silvicultura
Economia
Mão de Obra
Artigo
Agenda
Espaço Aberto
06
08
10
12
14
24
26
28
29
30
36
46
52
60
64
70
74
80
82
J de Souza ........................................................................ 51
John Deere .................................................................... 07
Madal Palfinger .......................................................... 25
Mill Indústrias .............................................................. 27
Minusa Forest .............................................................. 05
PenzSaur ........................................................................ 63
Rotobec .......................................................................... 09
Timber Forest .............................................................. 19
Unibrás ........................................................................... 21
Unylaser ......................................................................... 23
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S I MPL Y BE T TER
EDITORIAL
Ano XVII - Edição n.º 165 - Julho 2015
Year XVII - Edition n.º 165 - July 2015
Na capa desta edição o destaque é o
caminhão equipado com fueiros de
metal leve e resistente, produzidos
pela ExTe, que permitem carregar
mais madeira com segurança
PELAS ESTRADAS
É chover no molhado dizer que a logística nacional está entre os maiores gargalos
para a indústria, incluindo a de base florestal. Por isso somente reclamar não vai alterar
o panorama. Pensando assim algumas empresas mudaram conceitos internos,
ganharam mais produtividade e diminuíram o custo do transporte. Com uma frota
renovada, equipada com implementos confeccionados com metal leve e resistente,
foi possível carregar mais madeira pelas estradas, com economia de combustível,
freios e pneus. Os ganhos no carregamento dos conjuntos foram de 10%. De forma
complementar, a reportagem especial mostra os pontos críticos da logística para o
segmento florestal, o que pode ser melhorado e quais impactos positivos o novo
PIL (Programa de Investimento em Logística), que contará com investimentos de R$
198,4 bilhões nos próximos anos, poderá trazer. No campo da silvicultura o destaque
é o programa de erradicação da vespa-da-madeira que está sendo realizado na região
sul. A praga tem potencial de acabar com plantios inteiros. Fique de olho também nas
oportunidades. Na editoria Espécies Comerciais, o destaque é a macaúba. Uma palmeira
que dispõe de produtos não madeireiros com usos múltiplos, principalmente
para a indústria de cosméticos e biocombustíveis. Boa leitura!
EXPEDIENTE
JOTA COMUNICAÇÃO
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fabiomachado@revistareferencia.com.br
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Ivan Tomaselli
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assinatura@revistareferencia.com.br
ON THE ROAD
To say the obvious, Brazilian logistics is amongst the major bottlenecks for industry, and
this includes the Forest-based Sector. Just complaining won’t change this panorama. Thinking
this way, several companies have changed internal concepts and gained more productivity and
decreased the costs of transport. With a renewed fleet, equipped with implements made from
lighter and high-strength metal, more timber is being transported on the roads, and with fuel
savings, and with less brakeage and tire wear. The gains in truck loads have been 10%. As an
adjunct, a special report shows the critical points in logistics for the forest segment, what can be
improved, and what positive impacts the new PIL will bring (Logistics Investment Program), with
investments programmed to reach R$ 198.4 billion over the coming years. In the field of forestry,
the highlight is the wood wasp eradication program being carried out in the south. The pest has
the potential to wipe out entire plantations. Keep an eye also on the opportunities. The Section
Espécies Comerciais (Commercial Species) features macaúba, a multiple-use palm tree that offers
non-timber products, mainly for the cosmetic and biofuel industries. Pleasant reading!
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Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em
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to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself
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property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
O jOgO mudOu.
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tem o orgulho de apresentar os mais resistentes e mais produtivos
equipamentos que já oferecemos ao mercado: nossa nova
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equipamentos só estão esperando para demonstrar sua força.
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CARTAS
INFORMAÇÃO
Capa da Edição 164 da
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,
mês de junho de 2015
Por Fernando Heer,
Morungaba (SP)
Gosto da Revista, as
matérias são interessantes
e sempre trazem
informações importantes.
É o principal veículo de
comunicação que utilizo. Agradeço à equipe.
RECOMENDO
Por Gabriel Biagotti - Unibrás
Ribeirão Preto (SP)
Estamos bem satisfeitos com a
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.
Recomendo a assinatura da
Revista, que traz sempre novidades e
informações técnicas do setor.
Imagem: reprodução
LONGA DATA
Por Juliano Alves - Campo Grande (MS)
Assino a REFERÊNCIA FLORESTAL há anos, é importante me
manter atualizado sobre o meio florestal. Tenho grande
interesse nas florestas plantadas.
RETORNO
Por Rodrigo Anthar - Argus
Vinhedo (SP)
Foto: divulgação
Estamos muito contentes com a atração de novos negócios
decorrentes da divulgação na Revista REFERÊNCIA
FLORESTAL. Logo no primeiro anúncio que publicamos na
Revista, já recebemos retorno de clientes interessados em
nossos produtos.
TOMADA DE DECISÕES
Por Guilherme Conrado - São Paulo (SP)
Foto: divulgação
É indispensável para o meu dia a dia.
Trabalhamos no setor florestal e
precisamos estar informados
antes de tomar decisões
importantes.
Imagem: reprodução
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.
E-mails, críticas e
sugestões podem ser
enviados para redação
revistareferencia@revistareferencia.com.br
Mande sua opinião sobre a Revista do Setor
Industrial da Madeira ou a respeito de
reportagem produzida pelo veículo.
08 www.referenciaflorestal.com.br
BASTIDORES
CHARGE
Charge: Francis Ortolan
REVISTA
Grande time
Várias rodas de conversa
aconteceram durante a Três Lagoas
Florestal, uma delas reuniu um
grande time do setor no estande da
Fezer. A conversa girou em torno das
potencialidades do setor florestal no
Brasil e pelo mundo.
Encontro
Na feira Três Lagoas Florestal, a
equipe da FMC Soluções Agrícolas
esteve presente e a diretora de
novos negócios do GRUPO JOTA,
Joseanne Knop, aproveitou a
oportunidade para visitar o estande
da empresa e conversar sobre
expectativas e tendências do setor.
Família reunida
A família Bachiega, das
Carrocerias Bachiega
aproveitou o evento em Três
Lagoas para conhecer as
novidades do mercado florestal.
Um belo momento de união
registrado na feira.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Na foto, da esquerda para a direita: Adriano
Andrade; Ademir de Lima e Gustavo Renê
Mostiack, da Fezer; Altamiro Schlindwein da
Schlindwein Indústria e Comércio de Portas;
Jaiame Silva, da TMO Forest e Jamil Venturi
Na foto, da esquerda para
direita: Gustavo Canato;
Kedilei Duarte; Fabio
Marques; e Joseanne Knop
Na foto, da esquerda para
a direita: Sheila e Fabio
Bachiega com as filhas
Amanda e Thais Bachiega
10
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COLUNA
Foto: divulgação
Ivan Tomaselli
Diretor-presidente da Stcp
Engenharia de Projetos Ltda
Contato: itomaselli@stcp.com.br
LENTAMENTE ESTAMOS VOLTANDO
AO MERCADO INTERNACIONAL
Recessão da economia nacional e valorização do dólar são incentivo às
exportações, melhor alternativa de momento para as fabricantes de produtos
de madeira
E
m fevereiro passado, nesta coluna, perguntava se o
setor florestal iria voltar ao mercado internacional,
pois existiam claras perspectivas de uma desaceleração
na economia nacional, com o início de um novo período de
recessão. A volta ao mercado internacional seria estimulada
não somente pela queda de demanda no mercado nacional,
mas também pela desvalorização do real, principalmente
frente ao dólar.
Hoje está claro, o Brasil está enfrentando uma grave recessão
econômica. A construção civil e os investimentos de
uma forma geral recrudesceram, e como resultado a demanda
no mercado nacional para produtos de madeira entrou em
declínio. O governo tem divulgado ações para promover o
ajuste fiscal e atrair investimentos, especialmente em obras
de infraestrutura, e com isto voltar a um ciclo de crescimento
econômico. No entanto existem dificuldades e uma mudança
na trajetória deverá ocorrer somente no médio prazo.
De meados de 2014 ao início de 2015 o real desvalorizou
aproximadamente 30%, atingindo em fevereiro uma cotação
em relação ao dólar de R$ 2,80. Do início do ano até junho
ocorreu uma desvalorização adicional de 10%. As sucessivas
desvalorizações do real, e infelizmente, a falta de ganhos em
produtividade têm sido importantes para melhorar (momentaneamente)
a competitividade no mercado internacional dos
produtos brasileiros.
O efeito da recessão da economia nacional, juntamente
com o efeito da desvalorização do real, teve impacto nas
exportações do setor de produtos de madeira sólida e pode
ser observado no quadro ao lado. O maior crescimento foi nas
exportações basicamente de produtos primários de madeira
sólida, tendo sido menor no caso do mercado de produtos de
madeira de valor agregado (pisos, portas e outros).
A análise indica que, considerando a redução da demanda
no mercado nacional e a desvalorização cambial recente (acumulada
em aproximadamente 40%), o aumento das exportações
foi menor que o esperado. O maior aumento nas exportações
de produtos de madeira sólida foi no caso do compensado
tropical (61%), no entanto a base é muito baixa, e os volumes
exportados são ainda muito pequenos comparados com as
estatísticas de décadas passadas. Analisando regionalmente
o impacto parece ser mais alto. O Mato Grosso, por exemplo,
aumentou as exportações totais de produtos florestais em
aproximadamente 22% no período.
Deve-se, no entanto, considerar a sustentabilidade do
processo. Não parece que os segmentos envolvidos na produção
e comercialização de produtos de madeira sólida estejam
investindo, e mudando de mercado com base a ganhos de
competitividade na operação. Se for uma mudança de mercado
meramente baseada em uma redução da demanda interna e
da desvalorização cambial, o processo não será sustentável.
Variação nas Exportações de Produtos de Madeira (Janeiro a Maio)
PRODUTO
Madeira serrada tropical
Compensado tropical
Lamina tropical
Madeira serrada de pinus
Compensado fenólico de pinus
2014
1000 m³
139
9,5
5,0
367
515
2015
1000 m³
158
15,2
4,9
462
583
VARIAÇÃO
(%)
+13
+61
-2
+23
+13
O maior aumento nas exportações de produtos de madeira
sólida foi no caso do compensado tropical (61%), no entanto
a base é muito baixa, e os volumes exportados são ainda muito
pequenos comparados com as estatísticas de décadas passadas
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NOTAS
PALESTRAS
ONLINE
Imagem: divulgação
As palestras dos dias de campo sobre a Ilpf
(Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) estão
disponíveis pelo Canal Empraba via youtube. As
filmagens do projeto Transferência de Tecnologia
em Ilpf foram feitas no Mato Grosso, mas devem
incluir novos Estados para que informações
de outros biomas sejam repassadas. O intuito,
que tem apoio da Rede de Fomento à Ilpf, é
não deixar os conteúdos restritos somente para
quem participa do evento, além de facilitar que
dúvidas sejam tiradas pelo meio virtual. Palestras sobre manejo de espécies florestais, controle de formigas e adubação
estão entre as já liberadas. Os vídeos duram entre 15 e 50 minutos e são feitos por pesquisadores da Embrapa, professores
universitários, consultores e representantes de instituições parceiras. Para acessar basta entrar na playlist dentro
do canal palestras Ilpf.
EXPORTAÇÕES
EM ALTA
Segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior), o Mato Grosso registrou
um aumento de 21,82% na quantidade de madeira exportada.
O resultado é referente ao período de janeiro
a maio deste ano, comparado com o mesmo período
de 2014. O Estado embarcou 43,5 mil t (toneladas) de
produtos em 2015, fazendo com que a receita de vendas
externas alcançasse US$ 38,428 milhões, 3,94% a mais
que no mesmo período do ano passado. Produtos como a madeira tropical em bruto (+614%), a madeira compensada folheada
(+53,14%), a madeira tropical serrada (15%), a madeira de cerejeira cerrada (5,63%) e a madeira perfilada (7,53%)
foram destaques na comercialização. Já a madeira serrada/cortada em folhas (-18,32%), a madeira de ipê serrada (-48,73%),
a madeira em bruto (-14,47%), a madeira de cedro serrada (-3,42%) e os móveis de madeira para cozinha (-27,54%) apresentaram
queda nas vendas. Para o presidente do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira
do Estado de Mato Grosso), Geraldo Bento, as condições de comercialização da madeira no mercado interno devem ser
melhoradas. Segundo Geraldo, um reajuste neste ano no preço mínimo dos produtos madeireiros inviabilizaria ainda mais
a comercialização interna. Fatores como o alto custo de produção e o atraso na aprovação dos projetos de manejo florestal
também contribuem para esse arrefecimento das vendas internas.
Foto: divulgação
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BAMBU É APOSTA
DE INVESTIMENTO
Foto: Gilberto Assunção
Em parceria com o Governo do Acre, o Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação está criando um CVT (Centro
de Vocação Tecnológica) para capacitação e beneficiamento
do bambu em Rio Branco. Além do desenvolvimento de
pesquisas, toras da planta serão transformadas em laminados.
O bambu já é usado pela indústria chinesa e colombiana,
em que, depois de tratado, o material pode ser aplicado
na construção de casas, pisos, decks de piscina e, inclusive,
embarcações. Mesmo sendo popular em todo o Brasil, estima-se
que apenas a região amazônica possua 6 milhões de
ha (hectares) da planta, por isso, o ministério iniciou, em junho, o repasse dos R$ 2,4 milhões ao Estado. O Governo do Acre
está dando uma contrapartida de R$ 196 mil e será responsável pela manutenção do espaço. De acordo com a secretária de
Ciência e Tecnologia do Estado do Acre, Renata Souza, os cursos de capacitação para extrativistas e agricultores começam em
agosto. A construção da parte física do projeto está prevista para o início de 2016. A secretária revelou, também, que o Estado
já está negociando com uma empresa norte-americana que deseja montar uma fábrica de pisos de bambu no município de
Xapuri. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério, Eron Bezerra, o comércio da matéria-
-prima bruta é menos lucrativo que a venda de produtos tratados industrialmente. Para dar uma ideia da diferença, ele deu o
exemplo com a madeira: 5 m 3 (metros cúbicos) de madeira bruta na Amazônia, o equivalente a uma árvore média da região,
custa cerca de R$ 1 mil, mas, se essas toras forem serradas e transformadas em pranchas de um palmo de grossura, os mesmos
5 metros cúbicos passariam a valer R$ 3 mil.
FLORESTAS
PLANTADAS
Segundo o presidente da Reflore/MS (Associação Sul-
-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas
Plantadas), Moacir Reis, a área plantada com florestas no
Mato Grosso do Sul pode chegar até 5 milhões de ha (hectares),
caso haja necessidade e mercado. O raciocínio de Reis é
um indício do próximo planejamento estratégico, que deverá
ter validade para os próximos dez anos e que será feito para o
setor florestal, no sentido de aumentar a área plantada com
eucalipto. O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, tem ressaltado o fato de o Estado ter 10 milhões de ha
de áreas degradadas que poderiam ser utilizadas pelo setor florestal. Porém, Moacir Reis explica que a apesar da disposição
de terras apropriadas para o plantio de florestas, serão as necessidades e o mercado que definirão o quanto será aumentado
em termos de área plantada. “Caso o mercado necessite, poderemos ter uma área de 5 milhões de ha com florestas plantadas.
Isso precisa de planejamento e, pelo o que dispomos hoje, chegaríamos a esta área em 2040”, afirma Moacir. Na avaliação
dele, a preocupação socioambiental do setor florestal do Estado será enfatizada pela Reflore/MS, para que o desenvolvimento
da indústria de base florestal não esbarre em detalhes que possam travar investimentos.
Foto: divulgação
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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NOTAS
MAIS PRODUTIVIDADE
NA ESTRADA
As empresas que transportam madeira
pelas estradas estão optando por implementos
mais leves para alcançar mais produtividade.
A solução está nos fueiros com metal
mais leve e resistente. “Ao mesmo tempo
que aumentam a capacidade de carga do
conjunto, no retorno ocorre a diminuição
do consumo de combustível e desgaste dos
pneus, pois o implemento fica mais leve com
os fueiros produzidos com aço de alta resistência.
Para o Brasil, produzimos modelos de
fueiros a partir de 123 kg (quilos) a unidade,
no exterior fornecemos para operações que
usam fueiros com 77 kg a unidade”, ressalta
Régis Puccini, gerente comercial da Unylaser, fabricante dos fueiros Raptor.
A empresa também fabrica os painéis e barrotes em aço de alta resistência. Eles reduzem ainda mais o peso do implemento,
um exemplo é o painel Raptor que pesa somente 272 kg a unidade em comparação aos painéis tradicionais que
superam os 500 kg”, compara Régis.
A empresa oferece soluções de fueiros com hastes fixas e hastes removíveis. Os produtos atendem à norma internacional
de segurança DIN EN 12642 Code XL. “Desenvolvemos soluções customizadas para cada necessidade de operação, primeiro
analisamos as características para somente após indicar o modelo para aplicação.”
De acordo com Régis, no Brasil a maioria das operações estão utilizando o fueiro com haste fixa pelo custo e peso
menor que o removível. “Essa tendência é justificada pelas avaliações feitas por analistas de custo e logística dos grandes
transportadores, que mostram que o índice de reparo nas hastes é baixo ou nulo”, avalia Régis. A Unylaser faz parte do
grupo PCP Steel, que tem mais de 35 anos de atuação no mercado de aços de alta resistência.
Foto: divulgação Foto: Unylaser
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NOTAS
PLANO
DE AÇÃO
Foto: Fiep
CAR AUMENTA
INSCRITOS
Segundo o SFB (Serviço Florestal Brasileiro), o CAR (Cadastro
Ambiental Rural) já recebeu a inscrição de mais de 1,5
milhão de imóveis rurais. Com isso, 53,56% da área passível
de cadastro, avaliada pelo Censo Agropecuário Ibge (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2006, está regulamentada.
Hoje, segundo o boletim informativo do CAR e a relação
de dados do Sicar (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental
Rural), 212,92 milhões de ha (hectares) estão registrados,
sendo que 21 milhões foram só no mês de maio. Considerando o valor total das áreas inscritas, a região norte aparece com
maior participação com 71,46 milhões de ha que correspondem a 75,32%. Já a região sul é a que tem menos destaque
com 286 mil imóveis registrados (17,54%). Todos os cadastros, segundo o diretor geral do SFB, Raimundo Deusdará Filho,
passarão por análise técnica, feita pelos Estados, Distrito Federal e por um módulo eletrônico desenvolvido pelo SFB com
apoio da Universidade Federal de Lavras (MG). É importante lembrar que o CAR é um registro eletrônico obrigatório para
regularização ambiental das propriedades e posses rurais do Brasil. Foi criado pela Lei 12.651/12 (Novo Código Florestal)
e é uma ferramenta importante para auxiliar no combate ao desmatamento e no planejamento da recuperação de áreas
degradadas. O prazo para o cadastramento se encerra em 5 de maio de 2016.
Imagem: divulgação
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NOTAS
GOVERNO PRETENDE
ESTIMULAR
EXPORTAÇÕES
Imagem: divulgação
O Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
tornou público o Plano Nacional de Exportações. O Brasil é a 7ª economia
do mundo e é o 25º país em termos de exportações de bens. Em relação
ao volume total de exportações no mundo, o país aparece com participação
de 1,2%. Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), o comércio
mundial poderá crescer 4,8% no período de 2015 a 2020. Atualmente, para
cada US$ 1 bilhão exportado são mobilizados aproximadamente 50 mil
trabalhadores. O Plano terá vigência até 2018 e tem intuito de aumentar
as exportações brasileiras a partir da ampliação do número de empresas no
comércio exterior, inclusive com uma maior participação das micro, pequenas
e médias empresas, e da diversificação da pauta, com foco nos produtos de
maior densidade tecnológica. O Plano contempla, também, medidas para ampliação das exportações do agronegócio e
para a recuperação das exportações de produtos manufaturados, além disso, está estruturado em cinco pilares: acesso
a mercados: promoção comercial; facilitação de comércio; financiamento e garantias às exportações e aperfeiçoamento
de mecanismos e regimes tributários para o apoio às exportações.
METAS CONJUNTAS
A última visita da presidente Dilma Rousseff aos
EUA (Estados Unidos da América) rendeu uma pauta
recheada de compromissos firmados junto com o
presidente Barack Obama. Entre os tópicos da pauta
foram abordadas metas conjuntas para enfrentar os
desafios das mudanças climáticas. Ficou acertado
que os EUA irão reduzir de 26% a 28% as emissões de
gases do conjunto de sua economia até 2025, tendo
por base o ano de 2005. “O Brasil implementará
políticas com vistas à eliminação do desmatamento
ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de
estoques de carbono por meio do reflorestamento
e da restauração florestal”, relata o documento. Para tanto, o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de ha (hectares)
de florestas até 2030 e espera que, até lá, a utilização de fontes renováveis fique entre 28% e 33% de toda a sua matriz
energética. Os dois países pretendem também lançar um Programa Binacional de Investimentos em Florestas e Uso da Terra,
visando melhorar as condições de atração de investimentos no manejo sustentável. No documento, os presidentes ressaltam
a necessidade de apoio financeiro continuado e robusto. Brasil e EUA querem ainda revitalizar o trabalho da Aliança Global de
Pesquisa sobre Gases de Efeito Estufa provenientes do setor agropecuário e assinar declaração de intenções sobre soluções
para incêndios florestais em ambientes tropicais.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
20
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O CONTROLE ESTÁ EM SUAS MÃOS
DDG 0800 18 3000
A SOLUÇÃO ECONÔMICA
PARA
EXTERMINAR FORMIGUEIROS
NOTAS
CORTE E
DERRUBADA
PROIBIDOS
Foto: Ana da Silva Lédo/Empraba
Está proibido o corte e a derrubada da
mangabeira (Hancornia speciosa) - árvore símbolo
do Sergipe - em todo o território nacional.
A proposta é um Projeto de Lei 1066/15 do
deputado João Daniel (PT-SE) e foi aprovada
pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável da Câmara dos Deputados
no mês de julho. Órgãos especializados da
administração pública (municipal, estadual ou federal) serão exceções do projeto, mas, para que possam realizar
corte ou derrubada, devem fazer antecipadamente um pedido que contenha as justificativas da ação. Quem será
responsável pelas decisões é o MMA (Ministério do Meio Ambiente). Se a proposta não for cumprida, haverá multa
no valor de R$ 1.500 por mangabeira cortada e os infratores também estarão sujeitos às penas previstas por outros
crimes ambientais. Com a Lei, o plantio da árvore será obrigatório na implantação de projetos de reflorestamento
em regiões nativas e em locais que a mangabeira seja usada como meio de subsistência e alimentação.
CONHECIMENTO
SIMPLIFICADO
Editada pela Edusp (Editora da Universidade de São
Paulo) e pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz da Universidade de São Paulo), a Enciclopédia
Agrícola Brasileira já está disponível em versão online,
impressa e monolíngue. A publicação apresenta caráter
multidisciplinar, abrangendo áreas como a Fitotecnia,
Zootecnia, Engenharia Rural, Tecnologia Rural, Economia
Rural e Engenharia Florestal sobrepondo a outras áreas
como Agricultura, Botânica, Ciência do Solo, Entomologia,
Física e Meteorologia, Fitopatologia, Genética, Horticultura,
Matemática e Estatística, Química e Zoologia. O dicionário
também possui a proposição de uma microestrutura dos verbetes adequada ao redimensionamento de dicionários bilíngues
que tenham como ponto de partida enciclopédias; a caracterização morfossintática e semântica dos termos integrantes; a
especificação dos processos preferenciais de criação de termos da área; entre outros.
Imagem: reprodução
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ALTA E BAIXA
ALTA
CONCESSÃO FLORESTAL
Oriximiná (PA) foi o primeiro município brasileiro a se habilitar para receber recursos gerados pelo uso econômico
das florestas públicas federais. Em junho, um repasse de R$ 753 mil, referente à produção de madeira sustentável
na Flona (Floresta Nacional) de Saracá-Taquera, foi enviado do SFB (Serviço Florestal Brasileiro) para
o município. O repasse é previsto pelo artigo 39 da Lei de Gestão de Florestas Públicas, N° 11.284/2006,
que determina que parte do valor pago ao SFB pelo manejo das florestas federais seja distribuído
entre o Icmbio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), o Fndf (Fundo Nacional de Desenvolvimento
Florestal) e os Estados e municípios que abrigam as florestas concedias. Em Oriximiná,
o recurso será utilizado segundo o plano de aplicação aprovado pelo Conselho Municipal de
Meio Ambiente. Há também possibilidade de estruturação da gestão ambiental do município,
como a aquisição de uma sede para o conselho de meio ambiente e a compra de equipamentos e veículos
para a prefeitura. Pelas projeções do SFB, o município poderá receber cerca de R$ 5 milhões nos próximos
cinco anos. Os repasses são regulares e irão variar de acordo com a produção de cada unidade de manejo da
Flona de Saracá-Taquera. Os municípios paraenses de Faro e Terra Santa também serão beneficiados. Já Rondônia,
Itapuã do Oeste, Cujubim, Candeias do Jamari e Porto Velho possuem recursos a receber referentes
ao uso econômico da Flona de Jamari, no caso dos dois primeiros, e da Flona de Jacundá, nos dois segundos.
CLASSIFICAÇÃO DE MUDAS
Engenheiros estudam a adaptação de um sistema computacional para seleção de plantas em mudas de eucalipto.
Desenvolvido pela empresa Mvisia com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo) e por meio do programa Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas), o sistema foi criado
para classificar mudas de violeta, porém poderá ser adaptado para outras variedades vegetais. “A partir das
fotos das mudas, nosso sistema identifica um conjunto de parâmetros que possibilita classificá-las, com até
80% de acerto”, afirma o engenheiro Luiz Lamardo Silva, sócio-fundador da Mvisia, empresa atualmente incubada
no Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia). Para organizar os critérios de classificação,
um conjunto de 300 mudas são utilizadas como referência. Em seguida, as mudas são divididas em 75
unidades formando subconjuntos A, B, C, D. Cada muda é fotografada duas vezes e são técnicas computacionais
que permitem extrair 26 parâmetros, em que uma filtragem para a remoção de atributos irrelevantes ou
redundantes reduz o número de parâmetros para 11.
NÃO É LEGAL
Segundo o Greenpeace Brasil, Portugal voltou a ser importador de madeira ilegal proveniente do Brasil e
da África. Quatro empresas portuguesas foram denunciadas por trazerem produtos florestais vindos da
República Democrática do Congo. Um estudo da organização não governamental Global Witness afirma que
Portugal é o terceiro importador mundial de madeira do Congo, com um quarto do total, e está envolvido
em processos de produção e exportação ilegal do produto. O regulamento europeu do Icnf (Instituto da
Conservação da Natureza e Florestas) não permite a entrada de madeira ilegal
na Europa.
BAIXA
PLANO NACIONAL DE EXPORTAÇÃO PREJUDICOU
EXPORTADORES
Mesmo com o lançamento do PNE (Plano Nacional de Exportação), no dia 24 de junho, os
exportadores brasileiros continuam aguardando medidas consideradas imediatas, uma delas
é a volta das aprovações do Proex Equalização (Programa de Financiamento à Exportação), que
está interrompido desde outubro de 2014, em que os recursos foram totalmente tomados. Este ano,
o orçamento destinado ao programa foi aprovado e as normas e regulamentos estão vigentes e inalteradas.
Essa atitude havia criado uma expectativa aos exportadores, mas mesmo depois de seis meses
esperando uma posição do governo, ainda não há mudança. O Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia
das Exportações), encarregado de discutir o tema, cancelou uma reunião que iria debater a situação e não deu
previsão para um novo encontro.
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BIOMASSA
EUCALIPTO
PARA ENERGIA
Foto: REFERÊNCIA
S
egundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de
Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, a produção de eucalipto
deverá, em 2017, chegar em 1 milhão de ha (hectares)
no Estado - atualmente, a área plantada é de 820 mil ha. O
aumento na demanda proporciona mais chances para a criação
de quatro usinas, que vão gerar energia elétrica por meio de
biomassa. Para o secretário, “essa capacidade de produção vocaciona
o Estado para a geração de energia elétrica verde, que
por sua vez deixa de ser um subproduto de produção de celulose
e passa a ser um produto final com as construções de usinas”.
As unidades serão instaladas em Costa Rica, Ribas do Rio Pardo
e Água Clara. “Prevemos para novembro um novo leilão, se conseguirmos
que o valor se estabeleça em no máximo R$ 270 por
MW/h (Megawatts/hora), com certeza as quatro usinas serão
construídas. Percebemos o mercado extremamente favorável
para que o Estado também seja um exportador de energia por
base em biomassa”, aposta o secretário.
ENERGIA DE BIOMASSA PODERÁ
ABASTECER 1,3 MILHÃO DE PESSOAS
C
om a ampliação das fábricas de celulose da Eldorado
e da Fibria, o Mato Grosso do Sul terá 330 MW/h
(Megawatt/hora) de excedente na geração de energia
produzida com biomassa. A quantidade é suficiente para
abastecer uma cidade de 1,3 milhão de habitantes e poderá
ser vendida para a Central Energética Nacional. Segundo o gerente
de Recuperação e Utilidades da Eldorado Brasil, Murilo
Sanches da Silva, a partir da biomassa gerada e processada
na fábrica, é possível gerar 80 t/h (toneladas/hora) de vapor.
Após a extensão da Eldorado Brasil, será possível fabricar
328 MW/h com consumo de 155 MW/h e excedente de 170
MW/h, podendo ser direcionado também à Central para distribuição.
Já a Fibria/MS passará a produzir 385 MW/h, com
consumo de 225 MW/h e excedente de 160 MW/h direcionados
ao Sistema Nacional de Energia. A base em biomassa é
produzida através das florestas de eucalipto.
Foto: divulgação
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APLICAÇÃO
DIFÍCIL
ACESSO
U
m projeto da Associação de
Conservação Amazônica pretende
monitorar a área de
preservação peruana cuidada pela organização
que atualmente conta com apenas
cinco guardas que monitoram por
terra uma área de mata fechada, sem
entradas pavimentadas. Guiado por um
controle remoto, o drone é equipado
por câmeras, que registram, em tempo
real, as florestas da região. Cada drone
custa US$ 5 mil e tem a aparência um
pouco diferente das tradicionais, pois
não possuem hélices de helicópteros,
assemelhando-se a pequenos aviões usados em aeromodelismo. Segundo o estudante de biologia da WFU (Wake
Forest University) Max Messinger, que auxilia no desenvolvimento do projeto, os aviões são capazes de voar a 300 pés
e alcançam uma distância de até 16 quilômetros no piloto automático. Além disso, é possível usar coordenadas de
GPS para enviar o drone a regiões específicas ou programar um voo padrão de varredura de uma área da reserva. O
estudante revela ainda que as imagens de satélite são boas para grandes operações, mas que a resolução nem sempre
é elevada o suficiente para identificar o desmatamento em áreas pequenas; sem contar as imagens que costumam ser
prejudicadas pela incidência de nuvens.
Foto: Amazonía Andina
CONTROLE
TECNOLÓGICO
Foto: divulgação
C
om intuito de economizar água, tempo
e dinheiro uma equipe californiana de
especialistas criou um controlador inteligente
para irrigação apelidado de Blossom. O dispositivo
funciona por meio de um aplicativo que
se adapta às condições climáticas do local em que
a rega será feita. O ajuste é realizado em tempo real e a rega também pode ser customizada de acordo com os
diferentes tipos de plantas, incluindo agendamento e monitoração através de um painel que pode ser controlado
por um computador, smartphone e tablet. O Blossom tem capacidade de economizar 30% de água usada para
irrigar plantações, funciona em ambientes internos e externos, além de possibilitar a organização de 12 áreas
vegetativas, memorizando nome, foto e tipo de planta.
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FRASES
Na medida em
que o governo do
Estado prioriza
os projetos de
manejo também
reforça o combate
ao desmatamento
ilegal, já que
o manejo é
uma forma de
exploração
sustentável da
madeira que
valoriza a floresta
em pé
A secretária da Sema (Secretaria
de Estado de Meio Ambiente),
Ana Luiza Peterlini, sobre a
força-tarefa com projetos de
manejo florestal realizados pela
secretaria.
Precisamos nos unir para resolver o problema,
porque se uma das dificuldades é a falta de técnicos,
precisamos buscar uma solução em conjunto
O deputado Oscar Bezerra (PSB) sobre os prejuízos ao setor florestal causados pelos
manejos não liberados na Sema (Secretaria de Meio Ambiente).
Atualmente são mais de 300 projetos na Sema
(Secretaria de Meio Ambiente) à espera de análise e
liberação. Com a descentralização será realizada forçatarefa
para zerar estes passivos
O presidente do Simenorte (Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso),
Frank Rogieri, sobre a implantação do projeto piloto de desconcentração da Sema.
Precisamos da isenção de imposto de resíduos para
que possamos dar um destino a eles e da isenção do
Icms do frete da comercialização interestadual, ou
melhor, intermunicipal, para que possamos viabilizar
as espécies de madeira que nós temos de valor
menos agregado e que está ficando na floresta
Geraldo Bento, presidente do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras
de Madeira do Estado de Mato Grosso), sobre as dificuldades enfrentadas com
diversas secretarias do setor.
Nós queremos chegar no Brasil a desmatamento
ilegal zero até 2030
Foto: Governo do Mato Grosso
A presidente Dilma Rousseff sobre o compromisso firmado nos EUA (Estados Unidos
da América) com o presidente Barack Obama que visa recuperar 120 mil km²
(quilômetros quadrados) de florestas e zerar o desmatamento ilegal em 15 anos.
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
29
ENTREVISTA
Foto: divulgação
Marcílio Caron Neto
LOCAL DE NASCIMENTO
Brusque (SC)
Brusque (SC)
ATIVIDADE/ ACTIVITY:
Diretor executivo da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores)
Executive Director of Ibá (Brazilian Tree Industry)
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:
Engenheiro Florestal e Administrador de Empresas pela Ufpr (Universidade Federal do Paraná)
Forestry Engineering and Business Administration, Ufpr (Federal University of Paraná)
Menos restritivo e mais produtivo
Less restrictive and more productive
O
setor de base florestal está começando a ser mais reconhecido
pelo governo e pela sociedade pelas virtudes
econômicas e ambientais. Não faltam argumentos
para mostrar que é responsável por muitos postos de trabalho e
na geração de riquezas para o país. Ainda assim existem arestas
que precisam ser aparadas, principalmente quando se compara o
segmento com atividades que geram impacto ao meio ambiente,
o que na prática é um contrassenso. O diretor executivo da Ibá (Indústria
Brasileira de Árvores) fala com exclusividade para a REFE-
RÊNCIA FLORESTAL das mudanças por quais o setor vem passando
e aponta alguns entraves que ainda precisam ser solucionados.
G
overnment and Society are beginning to recognize the Forest-based
Sector due to its economic and environmental
virtues. There is no shortage of arguments to show that it
is responsible for many jobs and the generation of wealth for the
Country. There are still several notions that need to be overcome,
especially when comparing the Sector with activities that generate
impact on the environment, which in practice is a contradiction.
The Executive Director of Ibá (Brazilian Tree Industry) speaks exclusively
to REFERÊNCIA FLORESTAL about the changes, which the
sector is undergoing, and some of the obstacles that still need to
be resolved.
30
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A silvicultura está enquadrada como uma atividade de
significativo impacto ambiental em resolução do Conama,
o que não se comprova na prática. Quais as consequências
para o setor florestal em estar nesse nível de classificação?
Consta da resolução Conama nº 01, de 1986, que os projetos
agropecuários acima de mil ha (hectares), devem
apresentar EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e Rima
(Relatório de Impacto Ambiental). Neste contexto, o legislador
entende que a agropecuária inclui a silvicultura
por serem atividades agronômicas. A resolução Conama
Nº 237, de 1997 cria a Licença Ambiental para atividades
consideradas efetivas ou potencialmente causadoras de
significativa degradação do meio ambiente, inserindo a
silvicultura no rol das atividades que necessitam de licença
para serem implantadas. As normas classificam o plantio de
árvores e depois a formação de bosque, de igual impacto
degradatório, que a construção de uma hidroelétrica, de
uma autoestrada ou da exploração minerária.
O que pode ser feito para mudar esse status?
Há a necessidade de reparar e atualizar as normas aos
tempos atuais, uma vez que, o status regulatório é dos
anos 80, e esta gravada em resoluções do Conama. Sendo
necessárias leis ordinárias, para evitar judicialização do
processo licenciatório. A pesquisa e a ciência fornecem
todos os argumentos para comprovar que a formação e o
cultivo de árvores não ocasionam significativa degradação
ambiental, bem pelo contrário, protegem o solo, são
verdadeiros filtros de ar, e são consumidores de carbono.
A legislação pode mudar de Estado para Estado, mas as leis
federais valem igualmente para todos. Existe algum projeto
para unificar ou padronizar os regimentos do setor?
As normas ambientais eram de competência federal, até a
promulgação da Lei Complementar nº 140, de 2011, que
trata da cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes
do exercício da competência comum relativas
à proteção da paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição. Por sua vez os Esta-
Forestry is considered as an activity having a significant
environmental impact, under Conama (National Council
for the Environment), which isn’t demonstrated in practice.
What are the consequences of this for the Forest
Sector being classified as such?
In Conama resolution nº 01, 1986, farming projects above
thousand ha require an EIA (Environmental Impact Assessment)
and Rima (Environmental Impact Report). In this
context, the legislators considered that arming includes
forestry, due to it being an agronomic activity. The 1997
Conama resolution No. 237 created the need for an environmental
license for activities considered to effectively
or potentially cause significant degradation of the environment,
forestry is in the list of activities that require a
license to be implemented. The rules classify tree planting
and later the formation of the forest, as having a degrading
impact, the same as that for the construction of a hydroelectric
plant, a highway or a mining operation.
What can be done to change this status?
There is a need to repair and update the rules to current
times, since the regulatory status is still the same as created
in the 80’s, and recorded in Conama Resolutions. Ordinary
Laws are necessary to prevent the legal licensing
processes. Research and science provide all the arguments
to prove that the formation and cultivation of trees do not
cause significant environmental degradation; on the contrary,
they protect the soil, are true air filters, and are consumers
of carbon.
The legislation may change from State to State, but Federal
Laws are valid equally for everyone. Are there any
projects to unify or standardize the regimen of the Sector?
Environmental standards were of Federal jurisdiction, until
the enactment of Complementary Law No. 140, in 2011,
which deals with cooperation between the Federal Union,
the States, the Federal District and the Municipalities in
the administrative actions arising from the exercise of
common jurisdiction, concerning the protection of notable
“As normas classificam o plantio de árvores e depois
a formação de bosque, de igual impacto degradatório,
que a construção de uma hidroelétrica, de uma
autoestrada ou da exploração minerária”
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
31
ENTREVISTA
dos adequam as legislações a sua peculiaridades de clima,
solo e de bioma. Por este motivo, observamos diferentes
exigências legais a serem cumpridas pelos empreendedores
florestais no território nacional.
A participação do PIB (Produto Interno Bruto) nacional
não seria um indicativo da importância econômica do
segmento?
Em 2013, o setor brasileiro de árvores plantadas adicionou
ao PIB - R$ 4,8 trilhões - cerca de R$ 56 bilhões, representando
1,2% de toda riqueza gerada no país e cerca de
24% do valor adicionado ao PIB pelo setor agropecuário.
Em relação a 2012, o crescimento do setor foi de 5,9%,
enquanto o Brasil fechou o ano com crescimento de 2,3%.
Em termos marginais, cada ha plantado com árvores no
Brasil adicionou ao PIB nacional em 2013 cerca de R$ 7,4
mil/ano. Para efeito de comparação, o complexo soja –
importante referência nacional – adicionou R$ 4,8 mil/ano
por ha plantado e a pecuária, R$ 2,5 mil/ano.
E quanto à geração de empregos?
O setor de árvores plantadas empregou diretamente
somente em 2013 cerca de 630 mil pessoas, crescimento
de 1,6% em relação à quantidade de pessoas empregadas
no ano anterior (620 mil). Considerando os indicadores
de multiplicação do modelo de geração de empregos do
Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) de 1999, estima-se que em 2013 o número total de
postos de trabalho gerados direta, indiretamente e pelo
efeito renda da atividade florestal seja da ordem de 4,40
milhões. É importante ressaltar que a sinergia existente entre
os diferentes ramos da indústria de produtos de árvores
plantadas permite a formação de arranjos produtivos em
regiões localizadas for de grandes centros urbanos, o que
apoia significativamente o desenvolvimento do interior do
país. Alguns dos bons exemplos de municípios beneficiados
são Telêmaco Borba (PR), Rio Negrinho (SC), e Itapeva (SP),
devido a grande concentração de empresas nessas regiões.
natural landscape, the protection of the environment, and
the fight against pollution. As such, the States made their
laws according to peculiarities of their climate, soil and
biome. For this reason, there are different legal requirements
to be met by the forest businesses throughout the
Country.
Is not the Sector’s share of GDP indicative of the economic
importance of the Sector in Brazil?
In 2013, the Brazilian Planted Tree Sector added about R$
56 billion to the R$ 4.8 trillion Brazilian GDP, representing
1.2% of all wealth generated in the Country, and about
24% of the value added to GDP by the Farm Sector. In relation
to 2012, the Sector’s growth was 5.9%, while economic
growth in Brazil ended the year at 2.3%. In marginal
terms, each hectare planted with trees in Brazil, added
about R$ 7.4 thousand to national GDP in 2013. For comparison,
the soybean complex – an important national reference
– added R$ 4.8 thousand per hectare planted, and
livestock, R$ 2.5 thousand per hectare of pasture.
What about jobs?
Just in 2013, the Planted Tree Sector directly employed
about 630 thousand people, an increase of 1.6% compared
to the number employed in the previous year (620
thousand). Considering the Bndes (National Economic and
Social Development Bank) multiplication indicators in the
1999 job creation model, it is estimated that, in 2013, the
total number of jobs generated directly, indirectly and
from the income effect by the forestry activity is of the order
of 4.40 million. It is important to note that the synergy,
existing between the different productive segments of the
Planted Tree Sector, leads to the formation of segments
in localized areas outside of major urban centers, which
significantly support the development of the interior of the
Country. Some good examples of benefited municipalities
are: Telêmaco Borba (PR), Rio Negrinho (SC), and Itapeva
(SP), because of the high concentration of companies in
“O Mapa retorna, após 29 anos, a emanar a
política de desenvolvimento
florestal no país”
32
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“O mercado torna-se ofertador de matéria-prima
de diâmetros avantajados quando a procura e
o preço são atraentes”
A mudança de vínculo do setor de florestas plantadas, que
até o ano passado estava associado ao MMA (Ministério
do Meio Ambiente) e agora está com o Ministério da Agricultura,
já é um passo importante. O que pensa sobre isso?
A determinação do poder executivo em reconhecer que o
setor de árvores plantadas é competência institucional do
Mapa (Ministério de Estado da Agricultura, do Abastecimento
e Pecuária), atendeu ao pleito antigo da atividade
florestal e da indústria consumidora de material lenhoso.
O Mapa retorna, após 29 anos, a emanar a política de
desenvolvimento florestal no país.
Nos últimos anos houve expansão e fortalecimento das
associações estaduais, que tem o segmento florestal e
madeireiro em comum. De que forma esse associativismo
é visto pelos órgãos e gestores públicos e como isso reflete
nos processos regimentais?
As entidades estaduais representam o setor de árvores
plantadas em seus respectivos Estados, e desempenham
papel importante, para a política e para o desenvolvimento
da atividade, bem como participam da Ibá. Compartilham
com as secretárias de agricultura dos Estados o fomento
do plantio do eucalipto e do pinus, inserindo os pequenos
e médios produtores agrícolas na produção de madeira, e
na regularização ambiental das propriedades rurais.
Pela primeira vez o Brasil tem um representante no cargo
institucional máximo do setor de base florestal mundial.
A presidente executiva da Ibá, Elizabeth de Carvalhaes,
assumiu a presidência do Icepa (International Council of
Forest and Paper Associations). O que isso representa para
o setor em nosso país?
A presidente executiva da Ibá, Elizabeth de Carvalhaes, pela
liderança e competência alçou em 2015 a presidência da
Icfpa, que representa mais de 30 associações nacionais e
regionais florestais e de papel ao redor do mundo. Juntos os
membros da Icfpa representam mais de 90% da produção
global de papel e metade da produção mundial de madeira.
A entidade serve como um fórum para seus membros
voltado à discussão de temas relacionados à floresta e à
these regions.
The change of the link of the Planted Forest Sector, which
until last year was with the Ministry of the Environment,
and now is with the Ministry of Agriculture, is an important
step. Can you say something about this?
The determination of the Executive Power to recognize
that the Planted Tree Sector is the institutional competence
of the MAP (Ministry of Agriculture, Livestock and
Supply), answered the old demand by the forest activity
and timber material consumer industry. MAP returns, after
29 years, to be responsible for the forest development
policy in the Country.
In recent years there has been an expansion and strengthening
of State Associations, which have the interest of
the Forestry and Forest Sectors in common. In what way
are these Associations seen by the public authorities and
how does this reflect on the regimental processes?
State Entities represent the Planted Tree Sector in their respective
States, and play an important role, as to policy
and the development of the activity, as well as participating
in Ibá. They share with the State Secretaries of Agriculture
as to promoting the planting of eucalyptus and pine,
inserting the small and medium agricultural producers in
the production of timber, and the environmental regularization
of rural properties.
For the first time, Brazil has a representative in charge
of a world forest-based institution. Elizabeth de Carvalhaes,
the Executive President of Ibá, assumed the Presidency
of ICFPA (International Council of Forest and Paper
Associations). What does this mean for the Sector in our
Country?
Elizabeth de Carvalhaes, Executive President of Ibá, due
to her leadership and competence took on the Presidency
of ICFPA in 2015, an association which represents more
than 30 national and regional forestry and paper associations
around the world. Together, ICFPA members represent
more than 90% of the global paper output and half
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
33
ENTREVISTA
indústria de celulose de interesse internacional. Além de
ter status de consultora junto à Ecosoc (Concelho Social e
Econômico das Nações Unidas) e a FAO (Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
As empresas que procuram utilizar o eucalipto para
produção de móveis e outros produtos que precisam de
toras com maior diâmetro estão encontrando grande
dificuldade para achar essa matéria-prima. Atualmente o
que se planta é eucalipto de curta rotação. Acredita que
estamos abrindo mão de um mercado com alto valor de
produto agregado?
Para termos toras de eucalipto com diâmetros compatíveis
com as necessidades da indústria moveleira e para estruturas
de obras civis de grande envergadura, em que há a
necessidade de madeira de alta resistência físico/mecânica,
necessita-se de clones nos quais as características de alta
densidade e resistência sejam preponderantes, e provenientes
de cultivos manejados ao longo do tempo. Esses
fornecerão toras de diâmetro adequado para tais usos. O
mercado torna-se ofertador de matéria-prima de diâmetros
avantajados, quando a procura e o preço são atraentes.
Em quais pontos e com que velocidade iremos avançar
com a conclusão do Pndf (Plano Nacional de Desenvolvimento
de Florestas Plantadas) ?
O Pndf está sendo atualizado, pelos técnicos do Mapa, da
SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e com a colaboração
da Ibá. Estamos em estreita conexão na atualização,
e levantamento de informações para contextualizar o setor
de árvores plantadas, e a indústria consumidora de insumos
lenhosos. Prognóstico este que disponibilizará instrumentos
para alavancagem da área florestal no país. Esperamos até
o final deste ano, concluir com os estudos, para que no ano
de 2016 o governo possa estruturar a política de desenvolvimento
da produção florestal para o Brasil.
of world timber production. The entity serves as a forum
for its members aimed at the discussion of topics of international
interest related to the forest and pulp industry. As
well, it has consulting status with Ecosoc (Economic and
Social Council of the United Nations) and FAO (United Nation’s
Food and Agriculture Organization).
Businesses looking to use eucalyptus in furniture making
and other products need larger diameter logs and
are finding it very difficult to find the raw material. Currently,
what are being planted are only short rotation
eucalyptus trees. Do you believe that we are giving up a
high value added product market?
To have eucalyptus logs with diameters compatible with
the needs of the furniture industry, and for large-scale
construction structures where there is the need for high
physical/mechanical wood resistance, clones are required,
where the high density and resistance characteristics are
prevalent and grown in long-term managed forests. These
will provide logs with diameters suitable for such uses.
The market becomes a supplier of these raw materials
with large diameters, when demand increases and prices
become attractive.
At what point and how fast are we moving forward with
the completion of PNDF (National Plan for the Development
of Planted Forests)?
PNDF is being updated, by the technicians from MAP, SAE
(Strategic Affairs Secretariat) and with Ibá collaboration.
We are closely linked in to the update, surveying information
to contextualize the Planted Tree Sector and the consumer
industry, which uses timber inputs. This prognosis
provides tools to leverage the forest area in the Country.
We hope by the end of this year, to complete the studies,
so that in 2016, the Government can structure the forest
production development policy for Brazil.
“O setor de árvores plantadas empregou diretamente
somente em 2013 cerca de 630 mil pessoas,
crescimento de 1,6%”
34
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Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
37
PRINCIPAL
Q
uem precisa transportar madeira sabe do impacto
que a logística tem no custo final do produto.
O objetivo sempre é movimentar pelas estradas
o máximo de matéria-prima possível por caminhão.
Mas existe o limite do Pbtc (Peso Bruto Total Combinado),
estabelecido pelo código Nacional de Trânsito, que varia
conforme o conjunto e não pode ser excedido. Para ampliar
a capacidade de carga muitas empresas acharam uma
solução: diminuir o peso do reboque. Assim se transporta
menos metal e mais madeira. É exatamente o que estão
fazendo algumas companhias que modernizaram suas frotas.
Agora estão mais seguras, com maior disponibilidade
produtiva e saindo para a estrada mais carregadas do que
antes. Conheça alguns casos de sucesso que mostram ganhos
significativos conquistados com a aplicação de novos
conceitos.
A Fibria está entre as gigantes na produção de celulose
de eucalipto. A capacidade produtiva anual da empresa é
de 5,3 milhões de t (toneladas) do produto. A base florestal
38
T
hose who need to transport timber know the impact
that logistics has on the final cost of the product.
The goal is always to keep moving on the roads
with as much raw material as possible loaded on the truck.
But this is limited to the GCW (Gross Combination Weight),
established by the national traffic code, which varies according
to truck (and trailer) and cannot be exceeded. To
expand cargo capacity, many companies found a solution:
decrease the weight of the trailer. So if there is less metal,
more timber can be transported. That’s exactly what some
companies are doing by modernizing their fleets. Now the
trucks are safer, more productive, and on the road loaded
with more than before. We provide some success stories
that show the significant gains achieved with the applicawww.referenciaflorestal.com.br
da empresa é de 962 mil ha (hectares). Se a produção é tão
expressiva, claro que o volume de madeira transportado
e os recursos destinados para essa atividade também são
altos. Por isso, uma das missões constantes do departamento
que gerencia a logística da empresa é incrementar
a produtividade do transporte e diminuir custos. Foi com
esse pensamento que surgiu a ideia de reduzir o peso dos
reboques que levam a madeira para a fábrica.
O projeto desenvolvido em parceria com a Ufscar (Universidade
Federal de São Carlos) criou um novo modelo de
carroceria que utiliza aço mais resistente e leve. O resultado
foi imediato. Os novos tritrens (caminhões de nove eixos),
que podem alcançar até 74 t de Pbtc, ganharam 10%
a mais na capacidade de carga. Uma das alterações que
possibilitou esse ganho dos veículos foi o rebaixamento da
caixa de carga.
Marcelo Luis Claus, consultor de Operações Florestais
da Fibria, explica que o peso padrão de um conjunto completo
de tritrem, incluindo três carretas e o cavalo, é ao
redor de 29 t (peso tara). “Com a nova tecnologia, o peso
do conjunto cai para cerca de 23 t, uma redução de aproximadamente
20%”, destaca.
A empresa vai adotar a nova tecnologia em todos os
cerca de 500 caminhões que compõem a frota. “Esta nova
tecnologia mudará os conceitos de transporte. Isto, não
apenas no setor madeireiro, mas também em vários outros
tipos de transporte, como o da cana-de-açúcar, cujos
equipamentos se assemelham aos utilizados no carregamento
de madeira”, aposta Marcelo.
Quanto ao custo de fabricação da nova carroceria, o
consultor de Operações Florestais comenta que é praticamente
o mesmo de um conjunto tradicional. “Como o aço
é de alta resistência, são utilizadas seis toneladas a menos,
o que representa uma economia significativa de matéria-prima.
Porém, o custo de aquisição desse material é
maior. Desta forma, há certo equilíbrio”, explica Marcelo.
MAIS MADEIRA
Outra gigante do setor florestal, a Suzano Papel e Celulose,
também iniciou o processo de modernização da frota.
De acordo com Domingos Raimundo Filho, consultor de
engenharia viária, o impacto do transporte no preço final
da madeira posto em fábrica é de 33%. Valor considerável
para quem movimenta anualmente 15,6 milhões de m³
(metros cúbicos). Para aumentar o volume carregado por
caminhão a empresa optou pela troca de fueiros fabricados
com material mais leve que o tradicional. Além disso, o
tion of this new concept.
Fibria is among the giants in eucalyptus pulp production.
The Company’s annual production capacity is 5.3 million
mt, with a 962 thousand ha base forest. If production
is so expressive, it is clear that the volume of timber and resources
transported for this activity is also large. So, one of
the missions in the department that manages the logistics
of the enterprise is to increase transportation productivity
and decrease costs. It was with this in mind that the idea
came about of reducing the weight of the trailers that carry
the timber to the mill.
The project, developed in partnership with UFSCar
(Federal University of São Carlos), has developed a new
type of trailer body that uses lighter weight and higher
strength steel. The result was immediate. The new tri-trains
(nine-axle trucks), which have a 74 mt GCW limit, gained 10
percent more in capacity. One of the changes that enabled
this gain was the lowering of the cargo box.
Marcelo Luis Claus, Forest Operations Consultant for
Fibria, explains that the standard weight of a complete tritrain,
including three Flatbeds and the tractor, is around
29 mt (tare weight). “With the new technology, the weight
falls to about 23 mt, a reduction of approximately 20%,”
he notes.
The Company will use this new technology in all it’s
about 500 trucks in the fleet. “This new technology will
change the concepts of transportation. That is, not just in
the Forest Sector, but also for several other types of transport,
such as sugarcane, where the equipment resembles
that used in the transport of timber,” bets Marcelo.
As to the cost of manufacturing of the new body, the
Forestry Operations Consultant comments that it is virtually
the same as a traditional body. “As the steel is highstrength,
six tons less steel are used, which represents a
significant savings in raw material. However, the cost of
this material is higher. Thus, there is a balanced trade-off,”
explains Consultant Marcelo.
MORE TIMBER
Another giant in the Forest Sector, Suzano Papel e Celulose,
also initiated the fleet modernization process. According
to Domingos Raimundo Filho, Consultant in Road
Transport Engineering, the impact of transport on the final
price of the timber delivered at the factory is 33%. A
considerable value when considering that 15.6 million m³
is delivered annually. To increase the volume carried by a
truck, the Company opted for the exchange of the bunks
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
39
PRINCIPAL
quesito segurança também pesou para a mudança. “Buscávamos
no mercado um produto com maior resistência
visando à segurança no transporte de madeira, pois estávamos
tendo muita quebra com o fueiro convencional,
com risco de queda de madeira nas estradas”, aponta Domingos.
Em junho de 2014, a empresa iniciou testes com os
fueiros ExTe, fixados em um conjunto tritrem de aço estrutural.
“Os resultados superaram nossas expectativas, e
no período de 10 meses não foi necessária nenhuma manutenção
corretiva, isto conferiu ao equipamento maior
disponibilidade mecânica e consequentemente maior produtividade”,
avalia o consultor. Em março deste ano, a Suzano
realizou um experimento que deixou o conjunto ainda
mais leve. O tritrem remodelado foi desenvolvido em
aço de alta resistência, o mesmo material empregado nos
fueiros da marca sueca. “Após os resultados dos testes, a
Suzano adquiriu 90 conjuntos confeccionados com o metal
e equipados com fueiros ExTe”, revela Domingos.
De acordo com ele, o aumento da capacidade na caixa
de carga foi de 10%. A redução no peso total, levando em
consideração somente os fueiros, foi de 1,4 t na comparação
com o implemento convencional. Outro ponto levantado
pelo consultor foi o menor consumo de combustível
e maior disponibilidade mecânica do equipamento. Hoje
a frota disponível para atender a empresa é de 750 equipamentos
no total. “Até o final de 2015 serão ampliados
em 15% os conjuntos tritrem equipados com fueiro ExTe”,
projeta.
for ones made from a lighter material than traditionally
used. In addition, the Security Department also weighed
in on the change. “We were looking for a product on the
market, with greater strength for safe timber transportation,
because there had been considerable breakage with
the conventional bunk, with the risk of timber falling on the
road,” notes Domingos.
In June 2014, the Company began experimenting with
the ExTe bunks, on a structural steel tri-train. “The results
exceeded our expectations, and in a 10 month period, no
corrective maintenance was required, leading to a high
equipment mechanical availability and, consequently,
greater productivity,” says Consultant Domingos. In March
of this year, Suzano conducted an experiment that made
the equipment even lighter. A refurbished tri-train was developed
using high-strength steel, the same material employed
in the bunks from the Swedish Company. “After the
results of the experiments, Suzano acquired 90 trucks made
from the metal and equipped with ExTe bunks,” reveals Domingos.
According to him, the capacity increase in each cargo
box was 10%. The reduction in total weight, taking into account
just the bunks, was 1.4 t in comparison with conventional
equipment. Another point raised by the consultant
was the lower fuel consumption and greater mechanical
availability of the equipment. Today, a 750 vehicle fleet
is available to meet the Company’s transportation needs.
“By the end of 2015, the number of tri-trains equipped with
ExTe bunks should increase by 15%,” he forecasts.
PÉ NA ESTRADA
A BBM Serviços e Transportes, com sede em São José
dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), movimenta
pelas estradas do Paraná e Rio Grande do Sul 230
mil t de toras por mês. A frota disponível conta com 110 bitrens
florestais, dos quais cerca de 85% utilizam os fueiros
Invenção da ExTe, braçadeira trazida
para o Brasil 8 anos atrás
40
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Primeiros fueiros produzidos pela ExTe
já superavam tecnologia da época
ExTe, além de 40 conjuntos Romeu e Julieta, todos equipados
com o implemento mais leve e resistente. Os dois
tipos de conjunto possuem, conforme a lei, comprimento
máximo de 19,80 m (metros) e Pbtc de 57 t.
“Mesmo possuindo um valor inicial de investimento
maior do que os demais fueiros padrões, o ExTe garante
a viabilidade econômica porque entrega maior vida útil,
baixa necessidade de manutenção e o mais importante,
maior disponibilidade do conjunto como um todo”, avalia
Luís Felipe Günther Bastos, analista de projetos.
MENOS METAL, MAIS MADEIRA
A ExTe, empresa sueca com 116 anos de know-how,
foi pioneira em trazer para o Brasil os fueiros fabricados
com metal mais leve e resistente. “Nosso lema é transportar
mais madeira do que aço, isso traz retorno para o
investimento”, considera Olle Melin, consultor florestal e
responsável pelas vendas do produto no Brasil. “Quando
começamos no país percebemos que praticamente todos
os fueiros fabricados por aqui eram muito pesados.” De
acordo com ele, os equipamentos variavam entre 200 Kg
(quilos) e 250 Kg. “Então a ExTe lançou o modelo S12 com
170 Kg”, completa. A empresa ainda conta com modelos
mais leves, a partir de 140 Kg. Ele ressalta que neste peso
estão incluídos todos os acessórios como os apertadores
de cintas. “Por isso logo pensamos: podemos ajudar as
empresas brasileiras a transportar mais madeira.” Ele comentou
que no início não foi fácil convencer o consumidor
nacional, acostumado com material pesado, das vantagens
do aço. “Mas hoje provamos”, comemora. O produto mais
leve proporciona cerca de 30% de carga a mais por cami-
ON THE ROAD
BBM Serviços e Transportes, based in São José dos Pinhais,
in Metropolitan Curitiba (PR), transports 230 thousand
tons of timber logs per month on the roads of the States of
Paraná and Rio Grande do Sul. The available fleet has 110
forest bi-trains, of which about 85% use ExTe bunks, plus
40 tractor trailers, all equipped with lighter and resistant
equipment. The two types meet the legal regulations, with
a maximum length of 19.80 m and GCW of up to 57 mt.
“Even with an initial investment higher than for other
bunks, the ExTe bunks ensure the economic viability because
they deliver a longer life, lower maintenance and
most importantly, greater availability of the truck as a
whole,” says Luis Felipe Günther Bastos, Project Analyst.
LESS METAL, MORE TIMBER
ExTe, a Swedish company with 116 years of know-how,
was a pioneer in bringing to Brazil a bunk manufactured
from lighter and more resistant metal. “Our motto is to carry
more timber than steel, this leads to a better return on
the investment,” considers Olle Melin, Forestry Consultant
and Responsible for Sales of the product in Brazil. “When
we started in the Country, we realized that virtually all of
the bunks made here were very heavy.” According to him,
the equipment ranged from 200 kg to 250 Kg. “So ExTe
launched its model S12 weighing 170 kg.” The Company
also has lighter models, starting at 140 kg. He notes that
this weight includes all the accessories like straps fasteners
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
41
PRINCIPAL
nhão, algo em torno de dois a quatro m³, garante Olle. “O
resultado é menos uso de diesel, porque o material é mais
leve, além de possibilitar ao motorista manter a velocidade
do caminhão por igual.”
A ExTe tem uma fábrica na Suécia e outra na Finlândia.
As duas fábricas são responsáveis por produzir os fueiros
da Exte. Todos os produtos seguem os sistemas de segurança
para transporte de carga: Luffman, System 2000 e
Com 90. A ExTe exporta para 24 países, e possui planos de
aumentar esse número. A ideia do proprietário da marca
para o Brasil foi trabalhar próximo do mercado de transporte
e em especial das companhias florestais. “Por isso
estabelecemos uma linha de produção no país”, afirma
Kjell Jonsson. A empresa sueca desenhou todas as ferramentas,
acessórios e enviou para Brasil. Assim a fabricação
nacional segue exatamente os processos feitos pela
matriz na Suécia. Na fábrica da Emex do Brasil, responsável
pela produção da ExTe no Brasil, localizada em Indaiatuba
(SP), todo o metal é cortado a laser e as dobras têm tole-
“Soon, we can help Brazilian companies to transport more
timber.”
He commented that in the beginning it was not easy
to convince the Brazilian consumer, accustomed to heavy
material of the advantages of steel. “But today, we proved
it,” he celebrates. The lighter product provides about of
30% more load per truck, about two to four m³, ensures
Olle. “The result is less use of diesel, because the material
is lighter, besides enabling the driver to maintain the truck
speed.”
ExTe has a factory in Sweden and another in Finland.
These two factories produces ExTe bunks and Stakes, all
products following System Luffman, System 2000 and Com
90 for safe load transportation. Exte exports to a total of
24 countries, and increasing. The idea of the Brand holder
for Brazil is to work close to the transport market, particularly
that of forest companies. “That is why we established
a plant in the Country,” says Kjell Jonsson. The Swedish
Company designed all the tools, accessories and sent them
42
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ância máxima de 0,6 mm (milímetros). Todos os técnicos,
soldadores, dobradores e atendimento foram treinados
pelo staff da ExTe para manter o padrão internacional da
empresa.
Outro ponto forte dos fueiros produzidos pela empresa
é a instalação do produto. “Há 28 anos aparafusamos
o primeiro fueiro no chassi de um reboque”, lembra Olle.
Por ser aparafusado há menos estresse nos chassis se comparado
ao sistema em que o implemento é soldado. Esse
modelo facilita a manutenção e também diminui o número
de intervenções. Caso uma haste do fueiro seja danificada
durante o carregamento ou descarregamento de toras,
leva-se apenas 20 minutos para que seja trocada e o reboque
esteja pronto para rodar. “Não há necessidade de
cortar aço, nem soldar e dispensa o trabalho com material
pesado. Quando a base do fueiro tem que ser trocada, o
reparo leva apenas 30 minutos. Essa é uma enorme vantagem
quando se fala em custos.”
De acordo com Olle, a flexibilidade é uma das qualidades
do fueiro da ExTe. Ele pode ser acoplado em qualquer
carreta, independentemente da marca, novo ou recondicionado,
graças ao sistema de fixação por parafusos,
podendo ser montado inclusive em implementos antigos.
“Normalmente o reboque dura menos do que o fueiro”,
Os fueiros passam por um
teste de 2 milhões de ciclos
para garantir a segurança e
eficiência das hastes
“O resultado é menos uso de
diesel, porque o material é mais
leve, além de possibilitar ao
motorista manter a velocidade
do caminhão por igual”
Olle Melin,
Consultor florestal e responsável pelas vendas do
produto no Brasil
to Brazil, so that Brazilian manufacturing follows exactly
the procedures as those of the headquarters in Sweden. At
the Emex do Brasil, located in Indaiatuba (SP), responsible
for the production of ExTe in Brazil, all the metal is laser
cut and the folds have a maximum tolerance of 0.6 mm.
All technicians, welders, folders and service workers were
trained by ExTe staff to maintain the Company’s international
standard.
Another strong point of the bunks produced by the
Company is in the installation. “28 years have passed since
we bolted the first bunk on the chassis of a trailer,” says
Olle. Using bolts, there is less stress on the chassis compared
to the system in which the implement is welded. This
model facilitates maintenance and also decreases the number
of interventions. If a bunk pole is damaged during the
loading or unloading of logs, it takes only 20 minutes to be
changed, leaving the trailer ready to be used. “There is no
need to cut or weld steel, with no need for heavy equipment.
When the removable beam of the bunk has to be
replaced, the repair only takes 30 minutes. This is a huge
advantage when it comes to costs.”
According to Olle, flexibility is one of the qualities of
ExTe bunks. Exte can fit and be mounted at any trailer, new
or reconditioned, thanks to the system of fixing by bolts and
they can even be mounted on old trailers. “Normally the
trailer lasts less than the bunk,” he guarantees. Therefore,
it is common for the equipment for the loading and trans-
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PRINCIPAL
garante. Por isso é comum que o equipamento para a
acomodação e transporte das toras passe do implemento
antigo para um novo na medida que a frota vai sendo
renovada.
LEVE COMO O AÇO
A ExTe fabrica produtos com diferentes designs. Cada
um deles é projetado para alcançar a capacidade máxima
em toneladas e altura das pilhas. No Brasil o B1 suporta 6 t
e o B2 9 t, os dois são certificados de acordo com o ISO (sigla
em inglês para Organização Internacional para Padronização).
A ExTe tem uma parceira muito sólida e longa com
a fabricante de aços – Ssab Swedish Steel Ab, e no Brasil,
a Ssab Swedish Steel Comércio de Aço Ltda, atendendo a
todas as normas da Suécia, apoia também os produtos na
Emex Brasil. Como a fabricante possui uma gama extensa
de combinações de aço com outros metais, os designers da
ExTe testam cada produto para indicar a aplicação exata.
Vale ressaltar que uma coisa é usar o aço de alta resistência,
porém o mais importante é saber como soldá-lo. “Caport
of logs to go from an old trailer to a new one as the
fleet is being renewed.
AS LIGHT AS STEEL
ExTe manufactures products with different designs.
Each of them is designed to achieve the maximum capacity
in tons and bundle height. In Brazil, the B1 supports six
tons and B2 nine tons, and the two are certified according
to the ISO (International Organization for Standardization).
ExTe has had a solid and long-lasting partnership with the
Swedish metals manufacturer - Ssab Swedish Steel Ab, and
in Brazil, the Ssab Swedish Steel Comércio de Aço Ltda, attending
to all the norms and regulations from Sweden, also
supporting the products of Emex Brazil. As the manufacturer
has an extensive range of combinations of steel with
other metals, the ExTe designers test each alloy for the right
use. It is worth mentioning that it is one thing to know how
“Estabelecemos
uma linha
de produção no
Brasil para ficarmos
próximos do mercado
florestal nacional”
Kjell Jonsson,
proprietário da ExTe
44
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lor de mais destrói o material. Também é imprescindível
saber onde colocar os reforços e qual espessura correta.
Tudo isso já faz parte do know-how da ExTe, e da Emex”,
garante Olle.
Todo novo modelo de fueiro, ou quando há alteração
no design, é submetido a uma exaustiva bateria de provas
antes de ser lançado ao mercado. Um cilindro hidráulico é
utilizado para realizar o teste de esforço. São dois milhões
de ciclos antes que ele finalmente seja aprovado. “Atualmente
somos até copiados, algumas empresas pensam
que é simples usar um material leve e produzir”, aponta.
Mas, segundo Olle, o design do implemento é algo importante.
A segurança também é um fator crucial quando se pensa
em fueiros. Uma falha durante o transporte na estrada
com certeza causará prejuízos e com risco enorme de morte
ou ferimentos graves a motoristas. Por isso o desenho
das peças é pensado para segurar firmemente a carga por
meio de sistema automático de amarração. “Fazemos testes
que aprovam a capacidade dos fueiros, a qualidade do
material, seguimos padrões internacionais e por isso garantimos
a segurança dos produtos”, afirma Olle.
to use high-strength steel, but it is more important to know
how to weld it. “Too much heat destroys the material. It is
also essential to know where to reinforce and the correct
thickness. All of this is part of ExTe, and Emex, know-how,”
says Olle.
All new bunk models, or when there is design change,
are subjected to an exhaustive battery of tests before being
released to the market. A hydraulic cylinder is used to
perform the stress test. Two million cycles are performed
before the product is finally approved. “Currently, we are
even copied, some companies think that is simple to produce
similar products using a light material,” he notes. But
according to Olle, the design of the implement is very important.
Safety is also a crucial factor when thinking about a
bunk’’. A failure during transport on the road will surely
cause damage with huge risk of death or serious injury to
the drivers. Therefore, the part’s design is thought out to
firmly hold the load through during automatic tie down.
“We carry out tests on bunk capability, the quality of the
material, which follow international standards and that’s
why we guarantee the safety of our products,” says Olle.
MADEPLANT escolheu CHIPMAX 484T
“ Nosso objetivo sempre
foi ter um CBI para ter
uma excelência em
produção de chips ”
Celso Correa,
Madeplant
ChipMax 484T com motor CAT C-18, 765 hp e sistema
de controle IQAN Parker, desafia os operadores a
conseguir um desempenho que nenhum outro picador
de árvores ou toras faz. Compacto e confiável, a
produção ultrapassa a da concorrência.
Simplesmente o melhor!
CBI
CBI do Brasil
www.cbidobrasil.com
®
CBI - A Terex Brand
ESPÉCIE
Fotos: REFERÊNCIA
Foto: Mauro Guanandi
46
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PALMEIRA QUE
VALE OURO
Nativa brasileira, macaúba, abre novas possibilidades de
investimento para plantios comerciais com vistas a produtos
não madeireiro
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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ESPÉCIE
palmeira macaúba (Acronomia aculeata) vem
chamando muito atenção em diversas regiões
do país, principalmente, pela possibilidade de
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Requisitada na indústria de cosméticos, biocombustível e até
direcionada para a produção de ração, a macaúba pode ser
totalmente aproveitada, desde a madeira até os frutos, que são
fonte do produto principal da planta: o óleo
Foto: Governo de São Paulo
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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ESPÉCIE
Por ser um cultivo florestal, ou seja, uma planta rústica,
os cuidados são praticamente os mesmos empregados
na cultura dos eucaliptos, em que há controle de
daninhas, adubação de cobertura e prevenção contra
cupins e formigas. A maior diferença é que, no caso da
macaúba, há colheitas anuais e, consequentemente, é
preciso fazer adubações também anuais para repor a extração
de nutrientes. No 5º ano de plantio, a palmeira
pode atingir 25 mil kg (quilogramas) de frutos por ha/
ano e pode chegar, após 100 anos, à 16 m (metros) de
altura. O fruto é colhido com o corte do cacho maduro,
semelhante ao processo de colheita do dendezeiro.
Em seguida, os cachos são levados para a esmagadora,
onde serão processados para retirar o óleo, que pode ser
destinado para vários mercados, como o de biocombustíveis.
Já o resíduo da prensagem, conhecido como farelo,
é comercializado como ração animal. “É importante
observar que o produtor produz e vende o coco da macaúba
in natura. Para explorar estes produtos é preciso
investir na unidade industrial”, lembra Pimentel.
A espécie foi pauta do Plano Nacional de Agroenergia,
lançado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento) no início deste ano. A intenção
da política é realizar um adensamento energético mais
intenso, para que o nível de produção passe de 500 kg
(nível atual) para 5 mil kg de óleo/ha. Com isso, haverá
competitividade em relação ao biodiesel, que promoverá
a segurança energética nacional. Para que a fonte
energética não esgote, o extrativismo sustentável é
estudado. Será necessária a realização de um inventário
detalhado a área dos maciços, o planejamento da
conservação e uso dos recursos disponíveis, a definição
de tipos de atividades permitidas e a elaboração de normas
de uso da área.
PASSOS PARA A ADUBAÇÃO DAS MUDAS
01
02
03
04
A partir daí a
Na cova, colocar
cerca de 1kg
de fosfato
natural reativo
e calagem;
Cobrir com N
(nitrogênio) e K
(potássio);
Ao longo da
formação da
cultura (entre
o 1º e 4º ano),
fazer adubações
crescentes até
chegar o início
da produção no
5º ano;
adubação é feita
com base na
estimativa de
produtividade.
50
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Foto: José Carlos Paiva/Imprensa MG
ESPECIAL
EM BUSCA DA
LOGÍSTICA IDEAL
GOVERNO ANUNCIA SEGUNDO PACOTE DE
INVESTIMENTOS PARA CONCESSÕES EM
INFRAESTRUTURA. MAS SERÁ QUE DESTA VEZ DECOLA?
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Foto: arquivo
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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ESPECIAL
A
logística nacional padece e isso trava a produção,
encarece os produtos finais e compromete
a competitividade. Mesmo em momentos de
produção industrial baixa, como o atual, a falta de infraestrutura
adequada atrapalha o setor produtivo, em especial
o segmento de base florestal, que possui demandas
ainda mais específicas. O governo federal anunciou recentemente
a nova fase do PIL (Programa de Investimento
em Logística), com previsão de investimentos de R$ 198,4
bilhões nos próximos anos, que vai privatizar aeroportos,
rodovias, ferrovias e portos. Conversamos com especialistas
na área para saber quais os grandes gargalos para o
setor florestal e se esta iniciativa pode melhorar o quadro.
O Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
divulgou recentemente o mapa da logística dos transportes
no Brasil. Trata-se da compilação mais recente de
dados de agências reguladoras que mostram o panorama
do transporte. Segundo o estudo, 61,1% de toda a carga
transportada no país usa o sistema modal rodoviário; 21%
passa por ferrovias; 14% pelas hidrovias e terminais portuários
fluviais e marítimos. Apesar dos dados serem de
2009, o Ibge informou que pelas projeções realizadas pela
CNT (Confederação Nacional dos Transportes) esses percentuais
continuaram basicamente os mesmos em 2015.
O que confirma a predominância do transporte rodoviário.
Na avaliação do engenheiro Carlos Afonso Saias, responsável
pelo Grupo de Estudos de Infraestruturas, Logística
e Projetos Especiais da Pöyry, o cenário da logística
nacional para o setor de base florestal é deficitário e com
baixo índice de diversidade de modais e, quando disponíveis,
apresentam baixa eficiência de integração.
Os custos de logística do segmento são fortemente
influenciados pelas condições precárias da infraestrutura.
É comum, em algumas regiões e em alguns projetos de
maior capacidade, que as próprias empresas realizem investimentos
em infraestruturas de acessos para garantir
níveis seguros de operação. “Isso faz com que os custos de
logística, em média, representem de 13% a 20% do custo
total da produção, com algumas unidades chegando a até
25% do custo total.”
No caso do setor florestal, a logística de abastecimento
pode ser uma operação muito mais complexa do que
a de escoamento do produto final. Nesse sentido, a estrutura
da logística e a participação de diferentes modais
de transporte variam de empresa para empresa, de setor
para setor, e é altamente dependente das condições regionais.
Normalmente, as empresas do setor transportam
carga sobre pneus, em especial a indústria da madeira.
“Algumas empresas, como a de celulose, escolheram sites
que contemplam uma sinergia entre os modais rodoviário
e fluvial, outras rodoviário, fluvial e ferroviário”, aponta
Marcio Funchal, diretor da Consufor. Já o modal marítimo
é basicamente usado na exportação.
Foto: arquivo
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“OS CUSTOS DE LOGÍSTICA, EM MÉDIA,
REPRESENTAM DE 13% A 20% DO CUSTO
TOTAL DA PRODUÇÃO, COM ALGUMAS
UNIDADES CHEGANDO A ATÉ 25% DO
CUSTO TOTAL”
CARLOS AFONSO SAIAS,
RESPONSÁVEL PELO GRUPO DE ESTUDOS DE INFRAESTRUTURAS,
LOGÍSTICA E PROJETOS ESPECIAIS DA PÖYRY
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
55
ESPECIAL
“A AGRICULTURA TRANSPORTA PARA
ESTOQUE, OU SEJA, A CARGA VAI
PARA UM SILO. JÁ NO FLORESTAL
A MOVIMENTAÇÃO É FEITA PARA O
CONSUMO POR ISSO O FLUXO É MUITO
MAIOR”
CARLOS MENDES,
DIRETOR EXECUTIVO DA APRE
(ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE EMPRESAS DE BASE FLORESTAL)
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PONTOS CRÍTICOS
Muito tem que ser feito para que a logística nacional
proporcione o fluxo necessário para o escoamento da produção.
Segundo elencaram os especialistas ouvidos pela
REFERÊNCIA FLORESTAL, nas estradas pavimentadas os
fatores críticos são o dimensionamento da capacidade de
transporte das rodovias do país, planejadas nos anos 60 e
70, atualmente muito defasadas para os volumes atuais
de movimentação de produtos no país, e a conservação
da faixa de rodagem.
Contudo, o setor é altamente impactado também pela
precariedade das rodovias estaduais e municipais, normalmente
de leito natural, utilizadas na logística de abastecimento.
A precariedade de conservação é tão grande
que alguns Estados da região amazônica desenvolveram
leis que tornam proibido o tráfego de veículos com madeira
em certo período do ano (safra e entressafra). “Em
resumo, isso implica que durante praticamente metade
do ano não se transporta madeira nesses Estados”, ressalta
Marcio.
“A agricultura transporta para estoque, ou seja, a carga
vai para um silo. Já no florestal a movimentação é feita
para o consumo por isso o fluxo é muito maior. Se esse
transporte é interrompido a indústria fica desabastecida”,
afirma Carlos Mendes, diretor executivo da Apre (Associação
Paranaense de Empresas de Base Florestal).
Em vários outros Estados nos quais o setor se concentra
nas florestas plantadas, se torna cada vez mais
comum as empresas assumirem o papel do Estado como
investidores na estrutura viária, como forma de garantir
o abastecimento de suas indústrias. “Por isso é necessário
uma relação muito próxima entre governo estadual e
municipal. E nisso o Estado tem participado muito pouco”,
aponta Carlos Mendes. “As empresas estão dispostas, até
porque já fazem por conta própria, o que falta é uma linha
de crédito do governo federal para abastecer o estadual e
o municipal.”
Foto: arquivo
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
57
ESPECIAL
LUZ NO FIM DO TÚNEL?
O novo pacote de investimentos anunciado pelo governo
federal é segunda tentativa de modernizar parte
da infraestrutura do país. A primeira versão do PIL não
despertou muito interesse de empresas, e grande parte
dos recursos disponíveis não chegou a ser usada. Agora
foram feitos ajustes no modelo de concessão, que promete
ser mais atrativo. Dos R$ 198,4 bilhões, R$ 69,2 bilhões
devem ser aplicados entre 2015 e 2018. O restante será
investido ao longo dos próximos 30 anos.
“O pacote previsto apresenta metas bastante ousadas”,
analisa Marcio, diretor da Consufor. Ele avalia que os
efeitos práticos para o setor florestal poderão ser sentidos
somente no longo prazo. Boa parte das obras, principalmente
as de maior impacto, ainda não possuem estudo
técnico preliminar.
O especialista acredita que os benefícios do PIL, se
ocorrerem da forma divulgada, só serão observados pela
economia brasileira no longo prazo. Até 2018 não deve
haver impactos significativos que tragam melhorias para
as florestas. “Nesse contexto, recomendamos que as empresas
do setor mantenham a estratégia conservadora de
continuar a planejar e executar a logística do seu negócio
de modo independente e customizado.”
Foto: Iveco
58
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SILVICULTURA
PEQUENA VILÃ
VESPA-DA-MADEIRA REQUER MANEJO
FLORESTAL ADEQUADO E CONTROLE
BIOLÓGICO NAS PLANTAÇÕES DE PINUS
Fotos: Francisco Santana
60
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Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
61
SILVICULTURA
HISTÓRICO
Na década de 40, a vespa-da-madeira foi detectada
na Nova Zelândia onde causou grandes
prejuízos à silvicultura local. Com o passar dos
anos o inseto foi migrando para outros países
e continentes, chegando ao Uruguai em 1980.
No Brasil, conforme relata Susete Penteado,
pesquisadora da Embrapa Florestas, o primeiro
registro de infestação por meio deste inseto
ocorreu em 1988, no Rio Grande do Sul. Para
se ter uma ideia do nível econômico de danos,
de uma única árvore emergiram 1.700 insetos,
conforme constatou um trabalho da Embrapa.
Em 1993 a praga foi detectada no sul do Paraná.
AÇÃO
Para a eficácia do controle biológico é fundamental
que a inoculação seja realizada da forma correta. No programa
da Embrapa, o silvicultor recebe o nematoide e
o hidrogel para fazer a mistura. Depois são preparadas
algumas árvores-armadilhas, ou seja, alguns indivíduos
são estressados para que fiquem atraentes à praga. São
feitos então orifícios de 30 em 30 cm (centímetros) para
que a mistura seja injetada. “O nematoide vai penetrar
na árvore e se alimentar do fungo que a vespa libera na
hora da postura. Quando ele encontra a larva, penetra
nela e vai para o aparelho reprodutor do inseto. Os ovos
ficam inférteis. Ela coloca de 300 a 500 ovos, que neste
caso contém até 200 nematoides, então ajuda na disseminação
por meio do parasitismo natural”, explica Susete
Penteado, pesquisadora da Embrapa Florestas.
A época ideal para inoculação vai de junho a agosto,
período no qual a presença de larvas é mais abundante.
“A erradicação total da praga é extremamente difícil, pois
nunca 100% das vespas serão esterilizadas. A praga atualmente
encontra-se em níveis aceitáveis de infestação,
porém não podemos relaxar quanto ao monitoramento,
pois a multiplicação é alta”, adverte Mauro.
Portanto, mesmo em períodos nos quais a praga
encontra-se controlada empresas e silvicultores não podem
desleixar no cuidado. Em pleno trabalho de inoculação
de nematoides, a Florestal Rio Marombas, de Santa
Catarina, constatou neste ano que parte da plantação foi
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CUIDADOS
Confira algumas
razões que tornam
o plantio de pinus
mais suscetíveis à
infestação:
• Ausência de manejo florestal adequado;
• Ausência de inimigos naturais;
• Estressamento das plantas;
• Plantios em sítios ruins;
• Alta densidade de plantas;
• Desbastes atrasados.
Fonte: Embrapa Florestas
atacada pela vespa. Com 22 mil ha de pinus plantados
o destino da madeira atende a diferentes setores como
indústria de celulose, chapas e processamento mecânico.
“Com a ajuda da ACR estamos tentando entre julho
e agosto fazer uma aplicação massal do parasitoide para
baixar o nível de proliferação. Não conseguimos medir
ainda o nível de infestação, mas acredito que não teremos
perdas econômicas com esse controle”, relata o
engenheiro florestal da empresa, Evandro Cozer. “O que
temos que fazer agora é arregaçar as mangas e trabalhar
nesses meses para alcançar um percentual alto de esterilidade.
De maio a junho do ano que vem vamos conseguir
enxergar os resultados”, frisa.
INFORMAÇÕES
Para obter os nematoides e auxílio
técnico para que a inoculação seja
eficiente, o silvicultor da região sul pode
entrar em contato com as associações de
empresas florestais de cada Estado:
Paraná: (41) 3233-7856
www.apreflorestas.com.br
Santa Catarina: (49) 3251-7300
www.acr.org.br
Rio Grande do Sul: (51) 3221-6116
www.ageflor.com.br
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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ECONOMIA
PRODUTORES CONHECEM
ALTERNATIVAS PRODUTIVAS
NA AMAZÔNIA
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PROJETO BIOMAS NA AMAZÔNIA
MOSTRA AVANÇOS OBTIDOS
POR MEIO DE 22 EXPERIMENTOS
QUE CONTEMPLAM O CAMPO
ECONÔMICO E PROTEÇÃO
AMBIENTAL
Fotos: Ronaldo Rosa
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
65
ECONOMIA
P
roporcionar viabilidade econômica à floresta
e ao mesmo tempo proteger espécies nativas.
Essa é uma das missões do Projeto Biomas na
Amazônia. No dia 19 de junho, mais de 150 produtores
rurais e aproximadamente 30 técnicos e agrônomos visitaram
a área experimental localizada na Fazenda Cristalina,
há 100 quilômetros de Marabá (PA). Lá foram
implantados 22 experimentos e 6 deles já apresentam
resultados significativos, que geraram interesse dos produtores
rurais que visitaram o local. O Projeto Biomas é
realizado pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura)
em parceria com a Embrapa.
Os profissionais que participaram do evento tiveram
contato com diversas áreas de interesse para quem deseja
investir em floresta nativa e exótica, lavoura e pecuária,
além de orientações quanto a questões legais como
no aproveitamento econômico das áreas de Reserva Legal
e conservação do solo.
“É um ato de coragem implantar um projeto que
testa diversos tipos de árvores na Amazônia, pois aqui
temos árvores imensas. Mas o Projeto Biomas tem esse
propósito brilhante: mostrar o quanto a árvore é importante
e pode trazer benefícios para a propriedade rural”,
disse Adriano Venturieri, chefe-geral da Embrapa Amazônia
Oriental, na abertura do dia de campo.
FLORESTA E AGRICULTURA
Na primeira estação de experimentos do dia de campo,
o pesquisador Rafael Alves, da Embrapa Amazônia
Oriental, apresentou quatro arranjos de SAF (Sistema
66
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Agroflorestal) no qual o taperebá é combinado com banana,
abacaxi, maracujá, mamão e cupuaçu. O experimento
foi instalado neste ano e traz o taperabá como o
elemento arbóreo presente nos quatro arranjos.
A frutífera foi escolhida por ter boa aceitação no
mercado da região e ter a característica de desfolhar em
determinada época do ano, o que favorece a entrada de
luz para as outras culturas. No experimento são avaliados
dez clones de taperebazeiros colhidos na região. “O
objetivo é trazer essa planta para um sistema de produção
e selecionar clones que tenham as características de
interesse do mercado, como boa produtividade e quantidade
de polpa”, explicou o pesquisador.
Em outro experimento com SAFs, foi testada a
mandioca como a primeira cultura, plantada junto às
espécies florestais castanheira e mogno africano. O engenheiro
agrônomo, Antônio José de Menezes, analista
da Embrapa Amazônia Oriental, explica que após a mandioca,
foi plantado o abacaxi na área que ainda está em
desenvolvimento no local. “Em 2016, serão plantadas as
mudas de bananeira, e em 2017 será o cupuaçu e cacau
em consórcio”, explica Rafael.
O agrônomo já contabilizou os primeiros resultados
do sistema: a mandioca teve uma produtividade média
de 27 t (toneladas) por ha (hectare). O número é bastante
positivo em relação à produtividade média do Estado,
que é de 16 t por ha. Antônio Menezes atribui esse resultado
aos tratos culturais e ao manejo do solo, detalhes
que irá apresentar no dia de campo.
“É UM ATO DE CORAGEM
IMPLANTAR UM PROJETO
QUE TESTA DIVERSOS TIPOS
DE ÁRVORES NA AMAZÔNIA,
POIS AQUI TEMOS ÁRVORES
IMENSAS. MAS O PROJETO
BIOMAS TEM ESSE
PROPÓSITO BRILHANTE:
MOSTRAR O QUANTO A
ÁRVORE É IMPORTANTE E
PODE TRAZER BENEFÍCIOS
PARA A PROPRIEDADE
RURAL”
ADRIANO VENTURIERI, CHEFE-GERAL
DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL, NA
ABERTURA DO DIA DE CAMPO
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
67
ECONOMIA
ÁRVORES FORAGEIRAS
Em outra estação do dia de campo foi apresentado o
experimento para alimentação de bovinos com árvores.
Além de proporcionar conforto ao gado, a árvore introduzida
no pasto também pode servir de alimento ao animal
para complementar a dieta.
O trabalho de avaliação de espécies arbóreas forrageiras,
que servem de alimentação, iniciou em 2013, e
estão sendo testadas quatro espécies de leguminosas
nativas da região amazônica - popularmente conhecidas
como burdão de velho, jurema, mungulu e mutamba
preta - e uma espécie exótica de origem mexicana, a gliricídia.
A pesquisa avalia o desenvolvimento das plantas em
função dos cortes e a qualidade nutricional delas sob as
condições do produtor. “A ideia é fornecer uma alternativa
para a alimentação animal de valor nutricional superior
às gramíneas utilizadas na região, além de indicar a
melhor forma de plantio e manejo das plantas”, explica
Rosana Maneschy, engenheira agrônoma do Núcleo de
Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará e coordenadora
da pesquisa.
Ela explica que a escolha das espécies é fruto de um
trabalho anterior da universidade, que identificou árvores
presentes em pastagens do sudeste do Pará com potencial
para compor sistemas silvipastoris, que integram
a produção pecuária e florestal. O levantamento indicou
59 espécies, sendo nove com características adequadas
para alimentação do gado. “Para este experimento
do projeto Biomas foram selecionadas quatro espécies
nativas e uma exótica em função da disponibilidade de
sementes na região”, relata a pesquisadora.
VOÇOROCA
A recuperação de áreas de voçoroca, nome que em
tupi guarani significa terra rasgada, também foi uma
das experimentações apresentadas no dia de campo.
Em uma área onde a vegetação e o solo foram retirados
para outros usos – construção de estradas, fundações de
obras, por exemplo – acaba deixando o subsolo exposto.
Com a compactação do subsolo, as chuvas fortes, enxurradas
e a erosão, formam-se buracos e depressões no
solo onde não cresce mais vegetação alguma. “O rasgo,
ou o buraco, causado pela voçoroca é como uma ‘cicatriz’
que vai ficar por muito tempo na área”, afirma o especialista
em recuperação de áreas degradadas, Alexander
Resende, pesquisador da Embrapa Agrobiologia/RJ.
A área de voçoroca da fazenda ocupa cerca de 300
m² (metros quadrados), com inclinações de até 2 m (metros)
de profundidade. “Só para ter uma ideia, conside-
68
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ando que todo o buraco das voçorocas já foi ocupado
por solo, na área da Fazenda Cristalina se tem uma perda
de quase 6 mil m³ de solo, ou seja, quase 600 caminhões
de solo perdidos, que foram parar nos cursos d’água,
gerando outro problema: o assoreamento”, conta o pesquisador.
A primeira ação da pesquisa foi reduzir a quantidade
de água que chega à voçoroca, a partir do uso de práticas
mecânicas, como terraços, drenagens e bacias de
contenção. Como o processo de erosão só tende a aumentar,
o pesquisador explica que a ideia é fazer com
que a água permaneça mais tempo na área e perca o
seu poder de enxurrada. “Foram implantadas oito bacias
de contenção na área, que são pequenas represas, que
podem armazenar até cerca um milhão de litros de água
de chuva”, detalha Alexander Resende.
Além de agir na contenção do processo erosivo, as
bacias são pontos de água para matar a sede dos animais,
e ainda funcionam como uma irrigação contínua
das áreas do entorno. No entanto, outra medida fundamental
é manter a área com vegetação. “Nem todas as
espécies se adaptam a essa condição de extrema degradação,
por isso aproveitar o que a própria natureza pode
nos trazer é fundamental. Espécies de plantas da família
das leguminosas, como os ingás e favas, se associam a
bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos, estratégias
que possibilitam o seu desenvolvimento nesses ambientes
onde não há oferta de nutrientes e água”, explica
Resende.
EUCALIPTO
Diferentes formas de combinar o eucalipto em sistema
Integração Ilpf (Lavoura-Pecuária-Floresta) foi outro
experimento mostrado no dia de campo. O sistema é
formado por faixas de lavoura de 25 m (metros) e entremeados
por linhas de eucaliptos. Entre as linhas já houve
o cultivo de duas safras, uma de milho e outra de soja. “A
rotação de culturas melhora a qualidade do solo, contribui
para a ciclagem de nutrientes e diminui a incidência
de pragas e ervas daninhas”, explica o pesquisador Roni
de Azevedo, da Embrapa Amazônia Oriental.
bém pôde ouvir as explicações do pesquisador Gustavo
Curcio, da Embrapa Florestas, sobre a área de reserva legal
nas propriedades rurais. Segundo ele, essa entidade
jurídica é um local de conservação e não obrigatoriamente
de preservação. Isso significa que ela pode ser manejada
para obtenção de produtos – principalmente aqueles
que venham atender às necessidades da propriedade
como lenha, madeira para mourões, frutas etc.
No entanto, de acordo com Curcio, um equívoco frequente
entre os produtores que buscam implantar áreas
de reserva legal para atender à legislação é situá-la nas
áreas adequadas ao sistema produtivo. “Ao contrário
disso, deve-se escolher as áreas mais frágeis dentro da
propriedade, onde há a menor qualidade de solo e relevo,
pois a reserva legal nunca vai produzir tanto quanto a
área do sistema produtivo”, recomendou o pesquisador.
DIFERENTES FORMAS DE
COMBINAR O EUCALIPTO
EM SISTEMA INTEGRAÇÃO
ILPF (LAVOURA-PECUÁRIA-
FLORESTA) FOI OUTRO
EXPERIMENTO MOSTRADO
NO DIA DE CAMPO. O
SISTEMA É FORMADO POR
FAIXAS DE LAVOURA DE 25
METROS E ENTREMEADOS
POR LINHAS DE
EUCALIPTOS. ENTRE AS
LINHAS JÁ HOUVE O CULTIVO
DE DUAS SAFRAS, UMA DE
MILHO E OUTRA DE SOJA
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
69
MÃO DE OBRA
É ELE
QUEM DÁ
O PONTAPÉ
INICIAL
Fotos: divulgação
NESTA SEÇÃO ESPECIAL
VAMOS MOSTRAR
O TRABALHO DO
ENGENHEIRO AGRIMENSOR,
RESPONSÁVEL POR
COLETAR AS INFORMAÇÕES
INICIAIS QUE MOLDAM O
EMPREENDIMENTO
70
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Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
71
MÃO DE OBRA
A
ntes de uma obra começar, seja no campo ou
na cidade, há um trabalho muito importante
a ser realizado. Todas as medições do espaço,
os detalhes em relação ao tamanho e relevo do terreno,
ficam a cargo do engenheiro agrimensor. É o profissional
que trabalha com as descrições detalhadas do espaço
físico onde será realizada a obra ou empreendimento
florestal, no monitoramento da operação e na definição
dos espaços a serem utilizados em cada caso.
Desde o Egito Antigo a função da agrimensura já
existia a fim de avaliar os danos provocados pelas enchentes,
restabelecimentos de fronteiras e divisão das
propriedades. Atualmente, o profissional também administra,
prevê e mapeia possíveis problemas com o decorrer
de uma obra, utilizando dados observados na área a
ser construída. De acordo com João Vitor Daufembach,
engenheiro florestal, especialista em agrimensura e to-
72
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MÉDIA SALARIAL DE UM
ENGENHEIRO AGRIMENSOR
• 6 horas = 6,00 salários mínimos
• 7 horas = 7,25 salários mínimos
• 8 horas = 8,50 salários mínimos
* o salário mínimo está R$ 788,00
pografia, “toda obra de engenharia necessita de informações
iniciais como tipo de relevo, dimensões da área a
ser trabalhada, além da coleta de informações adicionais
que facilitem no planejamento futuro da obra, como distância
de rios, estradas e benfeitorias”, explica.
Durante sua formação, o engenheiro agrimensor estuda
matérias como topografia, cartografia, sistemas de
posicionamento geográfico, de informações geográficas
e sensoriamento remoto. Os cursos nas universidades
têm duração média de 4 a 5 anos e, após esta etapa o
aluno deverá possuir um diploma que será registrado
junto ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).
João Vitor esclarece que “por ser um trabalho
que envolve atividades de campo e muito conhecimento
em cálculos, é importante que a pessoa goste de matemática
e do trabalho de campo conciliado ao escritório.”
Para o aperfeiçoamento na área, ele explica que existem
cursos de pós-graduação em Georreferenciamento
de Imóveis Rurais e Urbanos, sendo essencial para a
obtenção de credencial no Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária). Ainda segundo o engenheiro,
existe um amplo mercado de trabalho, já que
o Brasil possui uma extensa superfície de terras, mas o
ingresso na área pode ser um pouco difícil no começo
devido ao alto custo dos aparelhos (computador, GPS,
Estação Total e software de desenho e processamentos).
A atuação na área de topografia para imóveis rurais
e urbanos como demarcações de terras e delimitações
de espaços, bem como, o levantamento das informações
coletadas a campo, permitem a redução dos custos da
obra como escavações e diminui os impactos ambientais
causados pelas construções.
João Vitor conta que trabalha na área há 5 anos, demarcando
terras e fazendo o georreferenciamento de
imóveis rurais e urbanos. Ele diz que por ser uma profissão
antiga e presente no meio rural onde vivia, decidiu
que esta seria sua área de atuação. “Sempre gostei de
trabalhar no campo e com aparelhos que traziam em si a
tecnologia, vi neste um mercado de trabalho com portas
abertas e um futuro promissor.” Ele chama a atenção ainda
para o constante avanço tecnológico disponibilizado
no mercado. “É preciso estar atento às novas tecnologias,
além do aperfeiçoamento dos conhecimentos seja
por meio da leitura ou participando de cursos”, pontua.
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
73
ARTIGO
DA PORTEIRA PARA
FORA: AÇÕES
SOCIOAMBIENTAIS
DE UMA EMPRESA
FLORESTAL BRASILEIRA
Fotos: Cenibra
VINÍCIUS NASCIMENTO CONRADO
MESTRANDO EM CIÊNCIA FLORESTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
NASCIMENTOCONRADO@YAHOO.COM.BR
ELIAS SILVA
PROFESSOR TITULAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
ESHAMIR@UFV.BR
JOÃO VICTOR RODRIGUES DOS SANTOS
GRADUANDO DE ENGENHARIA FLORESTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
JOAO.V.RODRIGUES@UFV.BR
74
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INTRODUÇÃO E OBJETIVO
O
segmento florestal do Brasil vem experimentando
inúmeros avanços tecnológicos, o que têm
lhe permitido alcançar recordes de produtividade
e atender o mercado nacional e uma expressiva parcela
do internacional.
Na verdade, esses avanços experimentados pelas empresas
foram acompanhados de problemas e riscos da
porteira para fora. Em outros termos, com a evolução da
conscientização social e ambiental e em um mundo onde o
acesso à terra está cada vez mais restrito, as empresas florestais,
devido às grandes extensões que ocupam os seus
plantios e às transformações no uso do solo que proporcionam,
se tornaram alvos constantes de cobrança por parte
de seus stakeholders – definidos aqui como qualquer grupo
ou indivíduo que foi afetado ou pode afetar a realização dos
objetivos da organização ou empresa.
Sendo assim, na administração dos seus ativos, projetos
e planos a executar, necessita considerar e incorporar
os princípios de RSE (Responsabilidade Social Empresarial)
para bem se relacionar com as comunidades do entorno
de seus empreendimentos, assim como com funcionários,
acionistas, fornecedores, clientes, representantes de órgãos
públicos e de entidades não governamentais, entre
outros. Ou seja, todos aqueles capazes de interferirem na
imagem e na capacidade produtiva da empresa.
Diante desta situação, este estudo teve por objetivo geral
diagnosticar e interpretar as ações realizadas no campo
socioambiental de uma destacada empresa florestal brasileira,
qual seja, a Cenibra (Celulose Nipo Brasileira S/A), por
meio do seu Instituto, e de forma complementar propor
aperfeiçoamentos do processo.
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
75
ARTIGO
AS AÇÕES SÃO ESCOLHIDAS
EM SINTONIA COM AS
NECESSIDADES DAS
COMUNIDADES, AO MESMO
TEMPO EM QUE SE TORNA
POSSÍVEL ELEGER MUNICÍPIOS
PRIORITÁRIOS
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METODOLOGIA
O OBJETO DE ANÁLISE
A CENIBRA E O INSTITUTO CENIBRA
Fundada em 13 de setembro de 1973, a Cenibra está lo-
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
77
ARTIGO
78
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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O pensamento de que as empresas florestais são meras
plantadoras de essências florestais precisa ser ponderado
com a realidade de algumas delas. A generalização normalmente
feita pelo leigo é até compreensível, pois se baseia
no desconhecimento. Todavia, é preciso que os profissionais
da área se inteirem das ações socioambientais de várias
delas, a fim de compreender que, se da porteira para
dentro vai bem, já existem avanços significativos da porteira
para fora.
Constatou-se que empresa não faz autopromoção por
meio de suas ações ou de seu instituto, pois o foco é o público
alvo, ou seja, os seus stakeholders. Deduz-se disto que
o aprimoramento da relação da empresa com as comunidades
surge como efeito secundário, uma vez que as pessoas
atendidas passam naturalmente a reconhecê-la como sua
legítima parceira.
Como proposta de aperfeiçoamento do processo, há
necessidade de expandir as ações para as outras áreas, haja
vista a concentração de esforços na mesorregião do Vale do
Rio do Doce.
Em termos de recomendação, e na medida em que se
reconhece que a Cenibra e o Instituto Cenibra se constituem
num modelo a seguir, que outras empresas do segmento
florestal brasileiro incorporem esta filosofia de trabalho em
sua rotina e no relacionamento com as comunidades inseridas
em seu raio de influência. Por fim, que as entidades
que congregam as empresas florestais brasileiras, dentre
elas a SIF (Sociedade de Investigações Florestais), deveriam
promover eventos específicos para a apresentação, debate
e divulgação das ações de cunho socioambiental levadas
a efeito por suas associadas. Nestes encontros, além
de representantes das empresas florestais, poderiam ser
convidados outros atores sociais, dentre eles, pessoas das
comunidades e de organizações não governamentais, entre
outras, sempre com o intuito de aumentar a massa crítica
sobre a questão e lograr aperfeiçoamentos do processo.
É PRECISO QUE OS
PROFISSIONAIS DA ÁREA
SE INTEIREM DAS AÇÕES
SOCIOAMBIENTAIS DE VÁRIAS
DELAS, A FIM DE COMPREENDER
QUE, SE DA PORTEIRA PARA
DENTRO VAI BEM, JÁ EXISTEM
AVANÇOS SIGNIFICATIVOS DA
PORTEIRA PARA FORA
Julho de 2015 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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AGENDA
JULHO
JULY
OUTUBRO
OCTOBER
BioTech Fair
15 a 17
São Paulo (SP)
www.biotechfair.com.br
Eucalipto 2015 - Simpósio sobre Tecnologias de
Produção Florestal
20 a 22
Uberlândia (MG)
www.sif.org.br
AGOSTO
AUGUST
VIII Congresso Brasileiro de Melhoramentos de Plantas
3 a 6
Goiânia (GO)
www.sbmp.org.br/8congresso/
NOVEMBRO
NOVEMBER
Fimai - XVI Feira Internacional de Meio Ambiente
Industrial e Sustentabilidade
10 a 12
São Paulo (SP)
www.fimai.com.br
Forst Messe 2015
Luzern (Suíça)
20 a 23
www.forstmesse.com
Agrocampo
11 a 22
Maringá (PR)
www.srm.org.br
SETEMBRO
SEPTEMBER
XIV Congreso Forestal Mundial
7 a 11
Durban (África do Sul)
www.fao.org/forestry/wfc/es/
Fiam - VIII Feira Internacional da Amazônia
18 a 21
Manaus (AM)
www.suframa.gov.br/fiam
Feria Forestal Argentina 2015
Posadas (Argentina)
17 a 20
www.feriaforestal.com.ar
80
www.referenciaflorestal.com.br
DESTAQUE
VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE
MELHORAMENTOS DE PLANTAS
3 a 6 de agosto
Goiânia (GO)
www.sbmp.org.br/8congresso/
Na semana de 3 a 6 de agosto de 2015 será realizado
em Goiânia (GO), o VIII Congresso Brasileiro de
Melhoramentos de Plantas, que reunirá mais de 1.500
participantes de diversos segmentos para debater
os principais temas ligados à área. A partir destas
discussões será formulado o norte para pesquisas e o
desenvolvimento tecnológico no país em prol de uma
agricultura moderna e sustentável. A inscrição para o
evento pode ser feita online ou no local, os valores estão
disponíveis no site.
Imagem: reprodução
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ESPAÇO ABERTO
O VIDRO TEMPERADO
E A SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO
Foto: divulgação
Por Fernando Misato
Especializada em Segurança da Informação
A
TI (Tecnologia da Informação) nem sempre é de fácil
entendimento. Aliás, a maioria das vezes não o é. A segurança
da TI pode ter uma compreensão ainda mais
difícil. Parte dessa dificuldade esta na própria característica dos
profissionais da tecnologia que são mais adeptos às descrições
técnicas. Por isso, muitas vezes, nós enquanto técnicos, comumente
utilizamos metáforas de fatos cotidianos para traçar um
paralelo com as explicações do mundo da tecnologia da informação.
E é o que se segue.
Recentemente precisei comprar vidros para uma sacada da
minha casa. Fiz o que manda o modelo mental do comprador
moderno. Fui à internet pesquisar alguns vidraceiros nas imediações
de onde moro. Solicitei por email orçamentos com as medidas
desejadas. Até aqui tudo bem. As surpresas começaram com
o recebimento das propostas. As variações de preços foram muito
grandes. Coisa de 200%. Se há essa disparidade, significa que
há algo para aprender ou não estou me fazendo compreender.
Chamei alguns candidatos a fornecedor. Os mais baratos foram
os que entregaram propostas com vidros simples (fazem lâminas
quando quebram). Os medianos foram os que entregaram com
vidros temperados. Os mais caros entregaram com vidros temperados
laminados duplos. Aliás, um dos que me propôs vidros
temperados laminados duplos também recomendou uma rede
de proteção. Não por acaso foi o que mais perguntou sobre a
minha casa. Cheguei a considera-lo inconveniente. Para que ele
quer saber a idade de meus filhos, se tenho animal de estimação,
que andar ficava a sacada, que tipo de piso uso?
Vivendo e aprendendo. Tive a oportunidade de aprender
que quem propõe vidro temperado ou vidro simples em sacada
deveria ser preso. E existem vários prédios muitos altos com
vidro desse tipo. Em caso de acidente, se o vidro quebrar, o que
fica na sacada é um vazio. Se existe criança nesse caso o risco
é alto. Também há o risco dos pedaços caírem na cabeça de alguém.
O erro de alguns vendedores de vidros foi fixar a atenção
nas medidas que encaminhei. Não tiveram o cuidado de perguntar
o uso e se deixaram levar pela ingenuidade/ignorância do
comprador. Os piores foram os que reduziram o valor para tentar
vender. Reduziram valor, reduzindo a segurança. No mercado
de vidros não há critérios para especificar segurança.
Pode parecer absurdo. Mas no mundo da segurança da informação
corporativa ainda temos vendedores de vidros temperados
para sacadas para proteger os computadores das empresas.
Nós enquanto empresários de qualquer segmento, não
temos obrigação de saber comprar softwares para proteger
nossos negócios. Longe disso. Sabemos que os computadores
hospedam a empresa inteira. Os computadores emitem notas
fiscais, fazem faturamento, enviam propostas, gravam dados de
clientes, gravam projetos, gravam tudo do negócio e acessam
os bancos. Compreender os riscos de uma sacada de vidro parece
ser mais fácil. A proteção de computadores exige cuidados
bastante diferentes e mais complexos. O patrimônio da TI a ser
protegido tem valores diferentes dos das sacadas. Cada um a
seu valor, ambos exigem profissionais experientes para a melhor
solução de proteção. Queremos o menor risco. De preferência,
sem depender somente do bom senso de amadores e muito menos
da sorte.
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