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ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
SUMÁRIO<br />
Agroceres ...................................................................... 23<br />
CBI do Brasil ................................................................... 69<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 73<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
36<br />
Dinamac ........................................................................ 63<br />
Dipil Indústria Química ........................................... 83<br />
Ecoserra ......................................................................... 51<br />
Fezer .............................................................................. 19<br />
52<br />
H Fort ................................................................................ 17<br />
HB Máquinas ................................................................ 81<br />
Himev .............................................................................. 81<br />
J de Souza ..................................................................... 47<br />
64<br />
Madal Palfinger .......................................................... 21<br />
Maquina Fort ............................................................... 59<br />
Mill Indústrias .............................................................. 27<br />
Minusa Forest ............................................................. 05<br />
Pesa .................................................................................. 84<br />
Rotobec .......................................................................... 15<br />
Serra Peru ...................................................................... 79<br />
Supertek/SEM ............................................................ 07<br />
Timber Forest ........................................................... 11<br />
Unibrás Agro Química ............................................. 09<br />
Verion .............................................................................. 73<br />
Wood Mizer .................................................................. 25<br />
04<br />
06<br />
08<br />
10<br />
12<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
36<br />
48<br />
52<br />
60<br />
64<br />
70<br />
74<br />
80<br />
81<br />
82<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Aplicação<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Mercado<br />
Especial<br />
Espécie<br />
Silvicultura<br />
Artigo<br />
Legislação<br />
Coluna Fernando Castanheira<br />
Agenda<br />
Espaço aberto<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
03
EDITORIAL<br />
Ano XVI - Edição n.º <strong>156</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2014</strong><br />
Year XVI - Edition n.º <strong>156</strong> - October <strong>2014</strong><br />
A ilustração da capa desta edição<br />
mostra a aplicação de iscas<br />
formicidas da Dinagro para controle<br />
de formigas cortadeiras<br />
Pronto pro combate<br />
Quem é do ramo sabe que é intenso o cuidado em praticamente todas as fases<br />
do plantio florestal comercial. São aspectos relacionados ao solo, adubação, espécie<br />
mais adequada e assim por diante, inclusive contra as pragas que podem colocar<br />
tudo a perder. Por isso a reportagem de capa desta edição detalha todos os passos<br />
para se proteger de uma inimiga comum a quase todos os tipos de plantios em qualquer<br />
região do país, as formigas. Organizadas e vorazes esses insetos são capazes de<br />
devorar todo o dinheiro investido no empreendimento. Ainda tratando de silvicultura<br />
vale a pena conferir as novidades em mecanização para o plantio. Conversamos com<br />
fabricantes e especialistas na área para levar aos leitores da REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
algumas novidades em equipamentos. E para saber um pouco mais do que acontece<br />
com a atividade florestal no Rio Grande do Sul, que passa por estagnação, entramos<br />
em contato com o presidente da Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais),<br />
João Fernando Borges. Na entrevista exclusiva, ele apontou os principais aspectos<br />
para essa situação, como o setor produtivo está se organizando para reverter o incomodo<br />
quadro e quais as perspectivas para a retomada no crescimento. Boa leitura!<br />
EXPEDIENTE<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
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bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
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Bianca Santos<br />
Flávia Santos<br />
Larissa Angeli<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Fernando Castanheira<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes - Webmaster<br />
Fernanda Domingues<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
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Danielle Pedroso<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Gabrieli de Campos, Izadora Saiss<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
Veículo filiado a:<br />
Ready for combat<br />
Those who are in the business know that intense care is necessary in virtually all phases of<br />
planting commercial forests. There are aspects related to the soil, fertilizing, most appropriate<br />
species and so forth, including control of any pests that can ruin any plantation. The cover story<br />
of this issue details all the steps to be taken in order to protect against an enemy common to almost<br />
all types of plantations in any region of Brazil, the ant. Organized and vociferous, this insect<br />
is able to destroy everything invested in a venture. Still forestry undertakings are worthwhile,<br />
check out the news on mechanization for planting. We talked with manufacturers and experts<br />
in the field to provide REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong> readers with some of the novelties in the area of<br />
equipment. And to learn a little more of what is taking place in the forestry activity in the State of<br />
Rio Grande do Sul, which now finds itself in a no growth situation, we contacted João Fernando<br />
Borges, President of Ageflor (State of Rio Grande do Sul Association of Forest Companies). In an<br />
exclusive interview, he points out the main aspects of this situation, how the productive sector is<br />
organizing itself to reverse the situation, and what the prospects are for a resumption in growth.<br />
Pleasant reading!<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
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to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
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04 www.referenciaflorestal.com.br
MINUSA É MUITO<br />
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CARTAS<br />
Capa da Edição 155 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de setembro de <strong>2014</strong><br />
Homenagem<br />
Com imensa tristeza recebemos a notícia do falecimento de nosso<br />
colega José Henrique Schittler, no dia 20 de setembro, vítima<br />
de câncer. Ele tinha 54 anos, e fazia parte do Departamento<br />
Comercial do Grupo JOTA. Quando pessoas como o Zé ou<br />
Tio Zé, como era chamado carinhosamente por todos, nos<br />
deixam qualquer homenagem que se faça fica pequena. Apesar<br />
de toda a equipe de trabalho, familiares e amigos sentirem<br />
imensamente a perda, o que fica são os momentos vividos ao<br />
lado de uma grande pessoa, que ajudou e ensinou profissional<br />
e pessoalmente. O Tio Zé era conhecido pelas histórias que<br />
contava, pelos papos durante as viagens e no cafezinho, pelas<br />
palavras de incentivo e pelo intenso esforço que fazia para que<br />
tudo saísse sem falhas. E quando elas aconteciam não se ouviam<br />
palavras ásperas ou exaltadas, simplesmente que precisávamos<br />
melhorar. Talvez o apelido de Tio Zé tenha surgido porque ele<br />
realmente se tornava um tio mesmo. Daqueles que estão lá para<br />
ouvir, dar apoio, corrigir e ensinar. Adorava uma pescaria, e se<br />
divertia mesmo quando o que vinha no anzol não passava de<br />
um peixinho fajuto, afinal o importante era estar perto de quem<br />
se gosta e dividir momentos especiais. Era um pai dedicado e<br />
amoroso. Sempre arrumava tempo para dar atenção, principalmente para Maria Rosa, a caçula da família. Tinha orgulho<br />
e mantinha as tradições gaúchas. Se não estivesse com uma cuia de chimarrão na mão pode ter certeza que não era o<br />
Tio Zé. Um dos maiores hobbies eram os pássaros. Passava horas cuidando carinhosamente de cada um deles e quando<br />
passava tempo ausente por causa das viagens, até os bichinhos sentiam sua falta. Tio Zé era único, grande marido, parceiro<br />
de estrada, amigo para toda hora, profissional competente, um homem com experiência de vida inestimável. Todos do<br />
Grupo JOTA sabem que não ter o Zé para dar apoio será difícil, mas ao mesmo tempo sabem que para honrar tudo o que<br />
ele ensinou não podem se deixar abater. É preciso fazer mais e melhor. Com empenho ainda maior, mais carinho, dedicação,<br />
cuidado e vontade. O Tio Zé deixará saudades, mas também ensinamentos e um exemplo a ser seguido. Ele ingressa no<br />
hall daqueles que não vão realmente embora, porque deixam um legado e uma história que nem a morte e nem o tempo<br />
apagam.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do Setor<br />
Industrial da Madeira ou a respeito de<br />
reportagem produzida pelo veículo.<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
Biomassa<br />
A REFERÊNCIA FLORESTAL visitou a<br />
sede da Tree <strong>Florestal</strong>, em Curitiba<br />
(PR), para realizar a reportagem<br />
sobre o mega empreendimento de<br />
geração de energia com biomassa<br />
que a empresa está implementando<br />
na Bahia.<br />
Rafael Macedo, editor da<br />
<strong>Referência</strong> FLORESTAL<br />
e Marco Tuoto, diretor da<br />
Tree <strong>Florestal</strong><br />
Marcando presença<br />
A Marrari marcou presença mais uma<br />
vez na Abtcp <strong>2014</strong>, realizada em São<br />
Paulo (SP), no início de outubro. A<br />
empresa possui equipamentos de<br />
automação para os setores industrial,<br />
papel e celulose, além do florestal.<br />
Joaquim Almeida, gerente<br />
geral da Marrari e Fábio<br />
Alexandre Machado, diretor<br />
comercial do GRUPO JOTA<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
Solicite cotação:<br />
0800 18 3000
COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
FATORES QUE LIMITAM O<br />
DESENVOLVIMENTO DO SETOR<br />
FLORESTAL BRASILEIRO<br />
País tem cobertura florestal com dimensões continentais, porém a área<br />
produtiva é pequena<br />
E<br />
xistem vários estudos que analisam os fatores que<br />
limitam o desenvolvimento do setor florestal brasileiro.<br />
Os fatores são relacionados normalmente<br />
a políticas e regulamentos nacionais que criam custos<br />
de transação elevados, a falta de infraestrutura, a baixa<br />
produtividade e outros. Basicamente são elementos que<br />
atuam fortemente na redução da competitividade no<br />
mercado nacional e internacional de produtos florestais,<br />
e que limitam os investimentos necessários ao desenvolvimento<br />
setorial.<br />
Por outro lado, o Brasil, em função de condições de<br />
edafo climáticas favoráveis, possui mais de 7 milhões de<br />
ha (hectares) de florestas plantadas de alta produtividade.<br />
Estes plantios são hoje responsáveis pelo suprimento de<br />
cerca de 85% da madeira industrial.<br />
Mesmo contando com florestas plantadas de alta<br />
produtividade o setor florestal nacional tem limitações.<br />
A tabela abaixo mostra<br />
alguns indicadores relevantes,<br />
comparando o setor<br />
florestal brasileiro com a<br />
Finlândia e a França.<br />
Os indicadores apresentados<br />
mostram que o<br />
Brasil tem uma área florestal<br />
total muito expressiva, cerca de 20 a 30 vezes maior que<br />
a da Finlândia e da França. No entanto, a contribuição do<br />
setor florestal ao PIB nacional é equivalente a da Finlândia.<br />
FLORESTAS (milhões ha)<br />
- Área total<br />
- Florestas de produção<br />
- % Florestas de produção<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
Um dos indicadores com maior discrepância é o da<br />
participação da área de florestas de produção. No Brasil,<br />
apenas 10% da área florestal total é formada por floresta<br />
de produção, enquanto na Finlândia as florestas de produção<br />
têm uma participação de 87% da área total e na França<br />
75%. Este fato está associado basicamente a extensas áreas<br />
florestais brasileiras com limitações de uso, destinadas<br />
à proteção (34% da área total) e para fins sociais (30%).<br />
O mais impressionante está no fato de que mesmo<br />
considerando a alta produtividade das florestas plantadas<br />
no Brasil (cerca de 10 vezes a dos dois outros países) a produção<br />
anual de madeira industrial por unidade de área é<br />
praticamente igual nos três países (de 2,5 a 3,0 m³/ha.ano).<br />
Outro fato relevante é o número de empregos. O<br />
Brasil emprega dez vezes mais pessoas no setor florestal<br />
que a Finlândia. Considerando o consumo de madeira fica<br />
evidente que o Brasil tem uma baixa produtividade de<br />
mão de obra, em torno<br />
de 30% em relação à<br />
finlandesa.<br />
Estes indicadores<br />
são relevantes e devem<br />
ser considerados<br />
na formulação de uma<br />
estratégia nacional<br />
para melhorar a competitividade do setor florestal, que<br />
tem um grande potencial para gerar benefícios econômicos<br />
e sociais, ainda não explorados.<br />
INDICADOR BRASIL FINLÂNDIA FRANÇA<br />
CONSUMO DE MADEIRA INDUSTRIAL<br />
- Milhões m 3 /ano<br />
- m³/ha.ano<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/index.php/assinatura/<br />
Indicadores Florestais do Brasil, Finlândia e França<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800-600-2038<br />
No Brasil apenas 10% da área florestal total<br />
é formada por floresta de produção, enquanto<br />
na Finlândia as florestas de produção têm uma<br />
participação de 87% da área total<br />
500<br />
50<br />
10%<br />
150<br />
3,0<br />
22<br />
19<br />
87%<br />
EMPREGOS NO SETOR FLORESTAL (000) 706 67 177<br />
51<br />
2,7<br />
16<br />
12<br />
75%<br />
30<br />
2,5<br />
10<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Pinus em<br />
dobro<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A Remasa produtora independente de toras<br />
de pinus com plantios nos Estados do Paraná e<br />
em Santa Catarina concluiu compra da Donnet,<br />
empresa que pertencia ao fundo canadense Otpp<br />
(Ontario Teachers Pension Plan Board) com ativos<br />
florestais no sul do Brasil. Com a operação a<br />
Remasa dobrou a área plantada e a coloca como<br />
a terceira maior produtora de toras de pinus do<br />
país, sem levar em conta os volumes de madeira<br />
que estão integrados à fabricação de produtos<br />
de madeira.<br />
A Remasa tem como acionistas a Tree <strong>Florestal</strong>, controlada pelo FIP (Fundo de Investimento em Participações) Ático<br />
<strong>Florestal</strong>, e pelo o grupo Gugelmin, cada um com participação de 50% do empreendimento. A partir da aquisição dos ativos<br />
da Donnet, a empresa vai elevar a capacidade produtiva para até 800 mil m³ (metros cúbicos) por ano de toras de pinus,<br />
o que permitirá que o faturamento anual estimado alcance R$ 60 milhões de 2015 em diante, mais que o dobro do atual.<br />
Ano passado, a Remasa teve um faturamento de R$ 29 milhões.<br />
Feiras<br />
florestais<br />
O lançamento da V Feira da Floresta e do XII Congresso<br />
<strong>Florestal</strong> Estadual do Rio Grande do Sul, realizado em setembro,<br />
antecipou temas previstos para maio de 2015, período<br />
em que serão realizados os eventos. O tema será a floresta e a sociedade.<br />
A Feira da Floresta tem o objetivo de gerar negócios com foco no desenvolvimento sustentável que busca reunir em<br />
uma área de exposição empresas da cadeia produtiva de base florestal e de produção de florestas. Após quatro edições<br />
na cidade de Gramado (RS), a feira altera a sede para Nova Prata (RS) e acontece em conjunto com o tradicional Congresso<br />
<strong>Florestal</strong> Estadual do Rio Grande do Sul.<br />
Também ocorrem em Nova Prata o 1° Fórum Sulbrasileiro de Engenharia <strong>Florestal</strong>, que se fixará na discussão sobre<br />
a formação acadêmica e exercício profissional. Já o III Ciclo de Palestras para Produtores Rurais aborda o manejo sustentável<br />
das propriedades à luz do Código <strong>Florestal</strong>, do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e por meio de alternativas como a<br />
integração agrossilvipastoril e da agricultura de baixo carbono (Programa ABC).<br />
Os eventos são uma promoção da Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais), conjuntamente com a Prefeitura<br />
Municipal de Nova Prata e da Associação Congresso <strong>Florestal</strong> de Nova Prata.<br />
Foto: divulgação<br />
12<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Gestores<br />
da floresta<br />
Estão abertas as inscrições para o IV Ciclo do Ppgf 2015 (Programa<br />
de Preparação de Gestores Florestais), que visa à aproximação de<br />
engenheiros florestais recém-formados com professores, pesquisadores,<br />
profissionais que atuam em empresas da área florestal e que<br />
possuem vasta experiência. O evento é gratuito e aberto exclusivamente para engenheiros florestais recém-formados (que<br />
estão terminando o curso no final do primeiro ou do segundo semestre de <strong>2014</strong> ou em janeiro de 2015), oriundos de qualquer<br />
universidade brasileira.<br />
Entre os módulos que fazem parte do Ppgf 2015 estão: Integração, Gestão de Pessoas, Finanças, Processos Produtivos e<br />
Sustentabilidade. Além disso, estão previstas quatro visitas técnicas a empresas florestais situadas no Estado de São Paulo.<br />
As inscrições podem ser realizadas até o dia 16 de novembro, sendo que o anúncio dos selecionados acontecerá em dezembro.<br />
O Ppfg 2015 acontece no período de 5 de janeiro a 6 de fevereiro de 2015, na unidade Ipef (Instituto de Pesquisas e<br />
Estudos Florestais) de Piracicaba (SP).<br />
Imagem: reprodução<br />
Incentivo ao<br />
desbaste<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A Apre (Associação Paranaense de Empresas de Base<br />
<strong>Florestal</strong>) solicitou à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento<br />
do Paraná a inclusão do financiamento de custeio<br />
das operações de colheita florestal, na modalidade<br />
de primeiro desbaste, para os pequenos e médios produtores<br />
florestais nos programas de financiamento do Plano<br />
Safra de 2015.<br />
A medida vai incentivar a execução do desbaste e<br />
proporcionar a produção de toras para abastecer os setores<br />
de serrarias e laminação em médio e longo prazo.<br />
No ofício a Apre sugeriu uma linha de financiamento para<br />
custeio da colheita no valor de até R$ 25 mil para o pequeno<br />
ou médio produtor florestal. Esse valor poderia cobrir<br />
metade dos custos de extração em uma área de até<br />
20 ha (hectares), viabilizado o manejo e proporcionando<br />
uma pequena capitalização do investidor. O empréstimo seria pago no desbaste seguinte ou no corte raso, que deve ocorrer<br />
dentro de quatro ou cinco anos, dependendo da espécie e do manejo.<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
13
NOTAS<br />
Fábrica<br />
de pellets<br />
Foto: Fabiano Mendes<br />
No mês de outubro inicia a construção da<br />
planta industrial da Tanac de Montenegro no<br />
município de Rio Grande (RS). A nova unidade<br />
será destinada à fabricação de pellets de madeira.<br />
Com um investimento próprio de US$<br />
60 milhões (R$ 150 milhões), a companhia<br />
inicia a terraplanagem do terreno no distrito<br />
industrial da cidade, anexo à planta que produz<br />
cavacos de madeira. A projeção é fabricar<br />
400 t (toneladas) por ano de pellets a partir<br />
de 2016, que serão destinados ao mercado<br />
europeu. Volume tão expressivo que colocará<br />
a empresa como a maior da América Latina.<br />
A matéria-prima virá das florestas próprias da empresa e da cadeia de terceiros que já são fornecedores, o que<br />
totaliza cerca de 120 mil ha (hectares).<br />
Cedro<br />
australiano<br />
em expansão<br />
Uma parceria comercial e científica entre a empresa<br />
Bela Vista <strong>Florestal</strong>, situada em Campo Belo (MG), e a Apoio<br />
<strong>Florestal</strong>, de Avaré (SP), fechada em setembro, vai permitir<br />
o plantio de cedro australiano no interior de São Paulo,<br />
como já acontece no interior mineiro. Segundo o biólogo<br />
da Bela Vista, Eduardo Stehling, a região centro-oeste de<br />
São Paulo também reúne boas condições para o desenvolvimento<br />
da espécie. A parceria envolve transferência de<br />
tecnologia de cultivo, fornecimento de mudas e assistência<br />
técnica ao produtor rural.<br />
Foto: Rodrigo Lima<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
<strong>2014</strong><br />
O mais importante prêmio do<br />
setor de base florestal e da cadeia<br />
madeira/móvel está se aproximando.<br />
Tradicionalmente o PRÊMIO REFERÊN-<br />
CIA, promovido pelo GRUPO Jota responsável<br />
pelas Revistas REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL e INDUSTRIAL, CELULOSE<br />
& PAPEL, PRODUTOS de MADEIRA e<br />
BIOMAIS homenageia os 10 maiores<br />
destaques de <strong>2014</strong>. A cerimônia de<br />
premiação acontece em Curitiba (PR),<br />
no dia 10 de novembro, quando são<br />
entregues os troféus aos vencedores.<br />
Ao longo de todo o ano é feita uma<br />
análise das empresas, profissionais<br />
e instituições que realizaram ações<br />
que contribuíram de maneira significativa<br />
para o desenvolvimento do<br />
segmento. São observadas iniciativas<br />
no campo comercial, tecnológico,<br />
educacional, social, sustentável e<br />
promocional. Toda a equipe das revistas<br />
direcionadas as esses setores<br />
faz uma seleção dos nomes baseada<br />
na opinião dos leitores e do mercado.<br />
Como se trata de um segmento muito<br />
ativo são encaminhadas diversas<br />
sugestões que passam por um pente<br />
fino até o momento de revelar os vencedores.<br />
A cada edição a composição<br />
dos 10 destaques fica mais difícil, o<br />
que valoriza ainda mais o Prêmio e<br />
mostra que a atividade está buscando<br />
evoluir constantemente. A intenção<br />
do Grupo Jota é reconhecer esforços<br />
em favor de todo o setor que tem na floresta e nos produtos madeireiros o grande foco. Esse modelo de escolha<br />
dos homenageados foi o adotado, pois não se restringe unicamente a reconhecer o trabalho das grandes indústrias,<br />
mas também de pequenas empresas e indivíduos que por meio de ações conseguem transformar o meio em que<br />
vivem. “Algumas atitudes podem parecer pequenas diante da magnitude de um setor tão importante, mas em boa<br />
parte das vezes são exatamente elas que provocam as maiores mudanças”, exalta Fábio Alexandre Machado, diretor<br />
comercial do Grupo Jota. Esta será a XII edição da premiação anual. Para quem deseja participar da seleção ainda<br />
há tempo. Basta encaminhar o nome do escolhido e explicar porque merece ser REFERÊNCIA para o e-mail jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
até o dia 25 de outubro. Serão consideradas somente as ações realizadas em <strong>2014</strong>.<br />
Foto: Valterci Santos Foto: Valterci Santos<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
3rsolucoescriativas.com.br<br />
Estamos presente nos principais<br />
processos da colheita florestal<br />
com o que há de melhor em<br />
equipamentos florestais.<br />
Presença na Indústria<br />
da madeira em geral,<br />
biomassa para energia,<br />
atividades de fabricação<br />
de papel, celulose e carvão<br />
www.hfort.com.br<br />
E-mail: contato@hfort.com.br<br />
linhas de financiamentos<br />
Proger, Cartão BNDES,<br />
Finame e Pronamp.<br />
55 (47) 3333-1495 / 55 (47) 3394-5697 / 55 (47) 9994-3937
NOTAS<br />
Agenda<br />
Estratégica<br />
A Câmara Setorial de Florestas Plantadas aprovou<br />
em reunião realizada no início de outubro,<br />
documento final da Agenda Estratégica <strong>2014</strong>/2019<br />
do setor, contendo medidas a serem adotadas no<br />
decorrer dos próximos cinco anos com base em estudo<br />
elaborado por Grupo de Trabalho coordenado<br />
pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária<br />
do Brasil).<br />
Foram definidas 15 ações básicas que, a partir<br />
de agora, serão debatidas nos fóruns competentes<br />
encarregados de definir a política do setor florestal,<br />
com participação ativa da Comissão Nacional de<br />
Silvicultura da CNA. Entre as medidas propostas<br />
destacam-se a criação da Cédula de Crédito Rural, a<br />
estratégia de defesa florestal e a valorização do uso da madeira.<br />
Outra proposta incluída na Agenda Estratégica diz respeito à redução dos custos de produção no setor de florestas plantadas<br />
a partir de mecanismos tributários, especificamente créditos do PIS/Cofins.<br />
Foto: divulgação<br />
Pinus acima<br />
da inflação<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Um levantamento da Consufor - empresa de<br />
consultoria em negócios e estratégias - apontou<br />
que nos últimos 12 meses o preço da tora de pinus<br />
para serrados e compensados vem registrando altas<br />
consecutivas nos principais Estados produtores: Rio<br />
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.<br />
Essa alta alcança em média, 11% de expansão dos<br />
preços nesse período. Apenas a título comparativo,<br />
o Ipca (Índice Nacional de Preços ao Consumidor<br />
Amplo, calculado pelo Ibge), alcançou 6,4% no mesmo<br />
período.<br />
Ao comparar o terceiro trimestre de <strong>2014</strong> com o mesmo período de 2013 nos Estados observados os crescimentos médios<br />
para toras destinadas a produção de serrados e compensados são de 9% no Rio Grande do Sul, 9,3% em Santa Catarina, 14,1%<br />
no Paraná e de 11,7% em São Paulo.<br />
18<br />
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ALTA E BAIXA<br />
Próximo dos 800 mil ha<br />
O Estado de Mato Grosso do Sul deve atingir até o final do ano 800 mil ha (hectares) de florestas plantadas. A estimativa<br />
é da Seprotur (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio<br />
e do Turismo), com base nos empreendimentos já instalados no Estado para atender a produção de celulose<br />
e nos projetos em fase de instalação, somando em torno de R$ 20 bilhões ao longo dos próximos três<br />
anos. “Temos o objetivo de instalar uma nova indústria de celulose em Ribas do Rio Pardo (a empresa<br />
Crpe Holding S/A), estamos com projeto de instalação de uma fábrica de MDF e laminados em Água<br />
Clara, o que é uma diversificação bastante importante para o setor de florestas plantadas”, avalia<br />
o secretário estadual da Seprotur, Paulo Engel.<br />
ALTA<br />
Estudo inovador<br />
O acadêmico da Utal (Universidade de Talca), Freddy Mora, vem trabalhando com uma metodologia<br />
inovadora para identificar que tipo de eucalipto cresce melhor em áreas afetadas pela seca,<br />
na região norte do Chile. O trabalho começou a ser feito há 14 anos e agora o resultado deste<br />
estudo será replicado na região de Maule, local cada vez mais ameaçada pelo estresse hídrico. No<br />
ano de 2000, o Infor (Instituto de Pesquisa <strong>Florestal</strong>), órgão do Ministério da Agricultura do Chile,<br />
decidiu instalar várias espécies de eucalipto em fazendas de pequenos agricultores que se estabeleceram<br />
no entorno da cidade de Los Vilos, na região de Coquimbo, com o intuito de identificar<br />
uma espécie que suportasse secas prolongadas. Os resultados revelaram que a espécie cladocalyx<br />
Eucalyptus se comportou bem nessas condições. Trazido diretamente da Austrália, ela foi capaz de<br />
crescer normalmente sem a necessidade de água.<br />
Sem interesse<br />
A Revista REFERÊNCIA FLORESTAL entrou em contato com os candidatos à presidência da república, que<br />
disputarão o segundo turno, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (Psdb), para dar uma declaração sobre o<br />
setor florestal e apresentar os principais projetos e programas para o setor. Entretanto, até o fechamento<br />
desta edição nenhum dos dois partidos responderam as perguntas propostas. A coligação da candidata<br />
Dilma Rousseff enviou apenas trechos do plano de governo pré-definidos do setor de base florestal, os<br />
quais não respondiam os questionamentos feitos pela reportagem.<br />
BAIXA<br />
Mudança climática<br />
As mudanças climáticas vão provocar secas severas nas próximas décadas piores do que<br />
qualquer uma já vista nos últimos 2 mil anos, segundo a pesquisa realizada por acadêmicos<br />
da Universidade de Cornell, do Serviço Geológico dos EUA (Estados Unidos da América) e<br />
da Universidade do Arizona e publicada no Journal of Climate. Nas regiões semiáridas, como o<br />
sudoeste dos EUA, há uma chance de 80% de que ocorra uma seca que dure mais de uma década.<br />
O artigo combina dados históricos sobre secas com novos modelos climáticos, analisando mudanças<br />
nos padrões de ocorrências de chuvas causadas pelo aquecimento global. Segundo os pesquisadores, a<br />
gravidade da seca pode ser ainda pior se o aquecimento global não for revisado.<br />
20<br />
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EFICIÊNCIA, CONFIABILIDADE<br />
E TECNOLOGIA PARA O<br />
SEGMENTO FLORESTAL<br />
Guindastes de alto desempenho desenvolvidos<br />
para trabalhos contínuos em aplicações severas.<br />
SEGURANÇA, ALTA QUALIDADE E O MELHOR<br />
CUSTO BENEFÍCIO DO MERCADO.<br />
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BIOMASSA<br />
Subindo no<br />
ranking<br />
Foto: divulgação<br />
O<br />
Brasil é o quarto país mais atrativo para investimentos<br />
em geração energética com biomassa,<br />
segundo a consultoria EY (Ernst & Young).<br />
O país fica atrás da China, Japão e EUA (Estados Unidos da<br />
América). Este é o segundo melhor desempenho por segmento<br />
energético do país, o primeiro é o hidrelétrico, que ocupa<br />
a segunda posição, atrás apenas do Reino Unido. Para classificar<br />
o índice de atratividade a consultoria leva em conta desde a<br />
estabilidade política do país até a demanda interna por esta energia. Os<br />
segmentos eólico e solar do Brasil aparecem no ranking mundial em sexto e<br />
nono lugar, respectivamente.<br />
Projeto<br />
aprovado<br />
O<br />
projeto do IEF (Instituto Estadual<br />
de Florestas) elaborado com<br />
o objetivo de calcular a estimativa<br />
de biomassa e estoque de carbono na<br />
Reserva Extrativista do Rio Cajari, no sul do<br />
Amapá, foi aprovado pelo Ferma (Fundo Especial<br />
de Recursos para Meio Ambiente). Com duração de um ano, o projeto intitulado Estimativa de Biomassa e Estoque<br />
de Carbono em Castanheiras na Resex Cajari, possui um valor de R$ 46.311,50 e abrange os municípios de Laranjal<br />
do Jari, Mazagão e Vitória do Jari. O fundo é gerido pelo Coema (Conselho Estadual de Meio Ambiente), ligado à Sema<br />
(Secretaria de Estado do Meio Ambiente). O trabalho é inédito e de grande relevância para a Amazônia. Devido aos<br />
grandes desafios de conciliar desenvolvimento e conservação, uma possível alternativa para agregar mais valor às castanheiras,<br />
espécies que apresentam elevados estoques de biomassa e tempos de retenção do carbono estocado, seria<br />
quantificar o estoque de carbono nelas contido. É nessa quantificação que o projeto aprovado irá focar. A quantificação<br />
será realizada por meio da pesagem das árvores caídas e de cálculos específicos. O projeto agora aguarda tramitação<br />
legal dos prazos para o início das atividades.<br />
Foto: divulgação<br />
22<br />
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mcamkt.com.br
APLICAÇÃO<br />
Fogo à vista<br />
U<br />
m projeto desenvolvido na Universidade<br />
do Porto, em Portugal, promete<br />
aumentar a velocidade da detecção<br />
de incêndios florestais. Isso poderá ser possível<br />
por meio de sensores que detectam até cerca<br />
de 12 km (quilômetros) de distância o aumento<br />
de temperatura e a variação na concentração de<br />
dióxido de carbono em ambiente florestal. Um<br />
sinal de alerta é emitido à central de controle e<br />
as equipes de combate são acionadas imediatamente.<br />
A nova tecnologia, ainda em fase piloto, dá indicações aos meios de socorro da localização<br />
exata, intensidade e propagação do incêndio. O projeto que teve início há cerca de dois anos, agora<br />
espera ser implementado no mercado.<br />
Foto: divulgação<br />
Ideia<br />
sustentável<br />
Foto: Bough Bikes<br />
A<br />
empresa holandesa<br />
Bough Bikes criou<br />
uma bicicleta elétrica<br />
feita de madeira de carvalho,<br />
somente os pedais e aros<br />
são de metal. A matéria-prima<br />
utilizada para a confecção<br />
dos veículos é proveniente de<br />
áreas de reflorestamento na<br />
França. Os modelos vêm com<br />
um motor elétrico de 225 W<br />
(Watts), o que dispensa o uso<br />
de combustíveis fosseis, além de facilitar a vida do ciclista mesmo que haja subidas pelo caminho. A bicicleta<br />
chega a 24 km/h (quilômetros por hora) e percorre até 48 km com uma só carga de bateria.<br />
24<br />
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FRASES<br />
Embora o Mato<br />
Grosso já possua<br />
uma base florestal<br />
considerável, a<br />
produção plena<br />
dessas áreas irá<br />
demorar a chegar<br />
às indústrias<br />
Marcelo Leoni Schmid, gerente<br />
da Forest2Market do Brasil,<br />
ao divulgar o estudo realizado<br />
pela empresa que mostra que<br />
o déficit de madeira no Estado<br />
pode durar até 2024<br />
O sentimento que temos é que há menos<br />
matéria-prima para trabalhar neste ano. Outra<br />
situação que percebemos é que têm muitos<br />
pedidos de renovação de manejo florestal (que<br />
não são liberados)<br />
Gleison Tagliari, presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras<br />
do Norte do Estado de Mato Grosso), ao justificar que o sistema engessado da<br />
Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) trava o crescimento do segmento<br />
florestal no Estado de Mato Grosso<br />
Se a indústria florestal acha que a missão<br />
é criar emprego, está na verdade criando a<br />
própria sepultura<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revista <strong>Referência</strong><br />
<strong>Florestal</strong>.<br />
Daniel Bessa, diretor geral da Cotec (Associação Empresarial para a Inovação)<br />
em Portugal, ao olhar com satisfação para a redução do número empresas<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/index.php/<br />
e de empregos no segmento<br />
assinatura/<br />
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0800-600-2038<br />
A floresta é um investimento de longo prazo,<br />
mas se não vierem novas indústrias, o setor não<br />
vai ter como crescer<br />
Moacir Reis, presidente da Reflore MS (Associação Sul-Mato-Grossense de<br />
Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) ao apoiar os benefícios que<br />
estão sendo concedidos a novas empresas que desejam se instalar no Estado<br />
Até pouco tempo, tudo o que se produzia no<br />
Brasil era exportado. Hoje a demanda interna já<br />
consome até 80% do que é plantado no país,<br />
especialmente o Estado de São Paulo<br />
Foto: divulgação<br />
Everton Regatieri, diretor comercial do Grupo Fértille, sobre o setor<br />
estar reduzindo a exportação e focando na importação<br />
26<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
João Fernando Borges<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
Curitiba (PR)<br />
Curitiba (PR)<br />
ATIVIDADE/ Activity:<br />
Diretor florestal da Stora Enso e presidente da Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais)<br />
Director of Forests for Stora Enso and President of Ageflor (State of Rio Grande do Sul Association of Forest Companies)<br />
FORMAÇÃO/ Activity:<br />
Engenheiro <strong>Florestal</strong><br />
Forestry engineer<br />
Crise verde no Rio Grande do Sul<br />
Green crisis in the State of Rio Grande do Sul<br />
O<br />
segmento de base florestal do Rio Grande do Sul<br />
sempre foi um dos pilares econômicos do Estado. É<br />
responsável por 3,4% do PIB (Produto Interno Bruto),<br />
fatura anualmente R$ 8,2 bilhões e gera 326 mil empregos. Então<br />
qual é o motivo da atividade enfrentar uma crise tão grave que<br />
foi responsável até pela diminuição da área plantada? Para o presidente<br />
da Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais),<br />
João Fernando Borges, a razão está em um conjunto de fatores. O<br />
início foi na retração da economia mundial ocorrida há seis anos,<br />
aliada a problemas típicos do Brasil que atingem boa parte dos<br />
setores produtivos e principalmente a confusão de competências<br />
de órgãos ambientais iniciada em 2005, que dificulta a liberação<br />
de licenciamentos para empreendimentos em silvicultura. O<br />
resultado disso é a fuga de investidores e a sensível perda de<br />
competitividade.<br />
T<br />
he Forest-based Sector in the State of Rio Grande do Sul<br />
has always been one of the economic pillars of the State. It<br />
is responsible for 3.4% of State GDP, approximately R$ 8.2<br />
billion annually, and generates 326 thousand jobs. So, what was<br />
it that caused the activity to face such a severe crisis that it was<br />
responsible for decreasing the planted area? For João Fernando<br />
Borges, President of Ageflor (State of Rio Grande do Sul Association<br />
of Forest Companies), the reason is in a set of factors. The<br />
beginning was as a result of the global economic downturn that<br />
occurred six years ago, combined with the typical problems of<br />
Brazil that affect most of the productive sectors, and, especially,<br />
the confusion of powers amongst environmental agencies which,<br />
in 2005, started hindering the granting of licenses for forest<br />
ventures. As a result, investors have fled and there has been a<br />
sensitive loss of competitiveness.<br />
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0800-600-2038<br />
28<br />
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Poderia contextualizar a importância do setor de base<br />
florestal para o Rio Grande do Sul?<br />
O Rio Grande do Sul tem 700 mil hectares de plantações<br />
florestais, o que corresponde a 2,5% do território gaúcho.<br />
A área de agricultura utiliza 23,2%, enquanto as pastagens<br />
e florestas nativas correspondem a 43,5% e 15,9%, respectivamente.<br />
As plantações de eucaliptos, pinus e acácia<br />
correspondem a apenas 1/10 da área de cultivos agrícolas.<br />
Outros usos (superfícies d’água, capoeiras, afloramentos,<br />
etc) somam 14,9%. Ainda que a área plantada utilize uma<br />
parcela muito pequena do território gaúcho, a produção<br />
do setor florestal responde por 3,4% do PIB do Estado, tem<br />
um faturamento de R$ 8,2 bilhões (15,6% do montante do<br />
nacional) e gera 326 mil empregos diretos e indiretos. No<br />
âmbito nacional, a indústria brasileira de árvores em 2013<br />
totalizou receita de R$ 60 bilhões, que representa 6% do<br />
PIB brasileiro. Portanto trata-se de um setor importante<br />
para a economia gaúcha e nacional. O maior investimento<br />
privado na história do Estado – R$ 5 bilhões - é a nova fábrica<br />
da Celulose Riograndense em construção em Guaíba,<br />
que entrará em operação 2015 adicionando mais de 2.500<br />
empregos diretos permanentes, além da geração de 17 mil<br />
empregos no pico da obra em 2015.<br />
O Estado sempre foi um dos maiores expoentes no segmento<br />
de floresta plantada no Brasil, mas a área de plantios não<br />
cresce desde 2009. Quais são os motivos para esse quadro?<br />
De fato, a área de plantios florestais do Rio Grande do Sul<br />
tem se mantido na casa dos 700 mil ha. Na verdade, houve<br />
até mesmo uma redução, em 2010 a área plantada era de<br />
740 mil ha e em 2013 passou para 700 mil ha. Há cerca de<br />
10 anos foram anunciados três novas plantas de celulose na<br />
metade sul, além de investimentos na indústria de painéis de<br />
madeira. Somente uma delas - a fábrica da Celulose Riograndense,<br />
do Grupo Cmpc - e uma fábrica de painéis (Masisa),<br />
tornaram-se realidade. Os motivos dessa frustração são<br />
vários, a crise mundial de 2008 que reduziu expectativas<br />
de demanda, a política de atração de investimentos do<br />
governo brasileiro e as dificuldades do setor produtivo e<br />
investidores operarem no Brasil, que incluem o processo de<br />
licenciamento da silvicultura no Rio Grande do Sul.<br />
Can you put in context the importance of the Forest-based<br />
Sector for the State of Rio Grande do Sul?<br />
The State of Rio Grande do Sul has 700 thousand hectares<br />
(ha) of forest plantations, which corresponds to 2.5%<br />
of State territory. The area for agriculture is 23.2%, while<br />
pastures and native forests account for 43.5% and 15.9%,<br />
respectively. Eucalyptus, pine and acacia plantations correspond<br />
to only one tenth of the area dedicated to agricultural<br />
crops. Other uses (water surfaces, grasslands, outcrops,<br />
etc.) add up to 14.9%. While the planted area uses a very<br />
small portion of State territory, production of the Forestry<br />
Sector accounts for 3.4% of State GDP, with sales of R$ 8.2<br />
billion (15.6% of the national total) and generates 326 thousand<br />
direct and indirect jobs. In 2013, nationally, the total<br />
Brazilian forest industry generated R$ 60 billion in revenue,<br />
which represents 6% of total Brazilian GDP. Therefore it is an<br />
important Sector to both the national and State economy.<br />
The largest private investment in the State – R$ 5 billion – is<br />
the new Celulose Riograndense factory under construction<br />
in Rio Guaíba, which will come into operation in 2015 adding<br />
more than 2,500 permanent direct jobs, besides generating<br />
17 thousand jobs at the peak of construction in 2015.<br />
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The State has always been one of the greatest exponents<br />
of the planted forest segment in Brazil, but the planted<br />
area has not grown since 2009. What are the reasons for<br />
this picture?<br />
It is a fact, the forest plantation area in the State of Rio<br />
Grande do Sul has remained at 700 thousand ha. In truth,<br />
there has even been a reduction; in 2010, the planted area<br />
was 740 thousand ha and, in 2013, fell to 700 thousand ha.<br />
About 10 years ago, three new pulp plants were announced<br />
in the Southern Region of the State, in addition to investments<br />
in the wood panel segment. Only the Riograndense<br />
pulp factory, Cmpc group, and a panel factory (Masisa)<br />
became reality. The reasons for their desisting are various:<br />
the global crisis of 2008 that reduced demand expectations;<br />
the lack of a policy for attracting new investments by the<br />
Brazilian Government; and, the difficulties of the productive<br />
sector and investors to operate in Brazil, including the forest<br />
licensing process in the State of Rio Grande do Sul.<br />
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0800-600-2038<br />
Ao que parece o grande problema é basicamente a falta<br />
de licenciamento dos plantios e projetos. Por que isso<br />
acontece? De quem é a culpa?<br />
O licenciamento ambiental é um tema controvertido não<br />
somente na silvicultura. Pode-se dizer que todos os setores<br />
reclamam desse processo no Brasil. Uma das principais<br />
causas é a discricionariedade administrativa. Temos uma<br />
legislação ambiental desatualizada e na ausência de normas<br />
claras que definam as competências para licenciar, fiscalizar<br />
It seems that the biggest problem is basically the lack of<br />
licensing for forest plantations and projects. Why is this<br />
happening? And who is to blame?<br />
Environmental licensing is controversial, not only in forestry.<br />
It can be said that all sectors complain of this process in Brazil.<br />
One of the main causes is administrative discretion. We<br />
have outdated environmental legislation and an absence of<br />
clear standards that define the powers to license, monitor<br />
and punish, which lead the environmental agencies to act in<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
29
ENTREVISTA<br />
e punir, os órgãos ambientais atuam de maneira discricional<br />
e em um ambiente de ampla insegurança. Ainda que a legislação<br />
brasileira seja vista como uma das mais avançadas, o<br />
fato é que nossa legislação ressente de critérios balizadores<br />
que equilibrem o ideal de desenvolvimento com o ideal de<br />
preservação. A silvicultura, em especial no Rio Grande do<br />
Sul, tem sido penalizada. Ela passou a ser licenciada a partir<br />
de um Termo de Ajuste de Conduta do Ministério Público<br />
com a Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos<br />
Hídricos) e Fepam (Fundação Estadual de Proteção<br />
Ambiental), há cerca de dez anos. Entre 2005 e <strong>2014</strong>, para<br />
tratar da silvicultura, a Fepam emitiu duas resoluções e<br />
quatro portarias, já o Consema (Conselho Estadual do Meio<br />
Ambiente) emitiu duas resoluções (sobre o Zoneamento<br />
da Silvicultura). Deve-se reconhecer que o governo tem<br />
procurado avançar, mas as exigências para licenciar a silvicultura<br />
no Rio Grande do Sul não têm paralelo em nenhum<br />
outro Estado da federação. Nesse cenário, investimentos<br />
importantes deixaram de ser feitos no Rio Grande e foram<br />
deslocados para outros Estados e países.<br />
a discretionary manner, creating an environment of widespread<br />
insecurity. Although Brazilian law is seen as one of<br />
the most advanced, the fact is that our legislation suffers<br />
from underpinning criteria that balance the ideal of development<br />
with the ideal of conservation. Forestry, especially<br />
in the State of Rio Grande do Sul, has been penalized. It<br />
started to be licensed under a Conduct Adjustment Agreement<br />
from the Public Prosecutor in conjunction with Sema<br />
(State Secretary for the Environment and Water Resources)<br />
and Fepam (State Foundation for Environmental Protection),<br />
about ten years ago. Between 2005 and <strong>2014</strong>, to<br />
legislate the forestry activity, Fepam issued two resolutions<br />
and four ordinances, and Consema (State Environmental<br />
Council) issued two resolutions (on forest zoning). It should<br />
be recognized that the Government has sought to make advances,<br />
but the requirements to license a forestry activity<br />
in Rio Grande do Sul have no parallel in any other State.<br />
Under this scenario, important investments are no longer<br />
being made in Rio Grande and being shifted to other States<br />
and Countries.<br />
Como projeta o setor nos próximos anos caso estas questões<br />
burocráticas sejam resolvidas?<br />
Estamos esperançosos que se crie um ambiente regulatório<br />
mais favorável para trazer novos investimentos do setor<br />
no Rio Grande do Sul. Além das indústrias tradicionais,<br />
descortinam-se novas indústrias na utilização de madeira<br />
na área de bioenergia e bioprodutos. As florestas plantadas<br />
em si também são consideradas investimentos atrativos a<br />
longo prazo, tanto que temos muitos casos no Brasil e no<br />
exterior de fundos de pensões investindo nesse segmento.<br />
How do you see the sector in the coming years if these<br />
bureaucratic issues are resolved?<br />
We are hopeful that a more favorable regulatory environment<br />
will be created to bring new investment into the State<br />
of Rio Grande do Sul. In addition to the traditional industries,<br />
new industries using timber will be established in the<br />
area of bioenergy and bioproducts. Planted forests, themselves,<br />
are considered attractive long-term investments,<br />
so much so that we have many cases in Brazil and abroad<br />
where pension funds are investing in this segment.<br />
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É possível contabilizar as perdas tanto para os plantadores<br />
quanto para a indústria que depende de abastecimento<br />
dessa matéria-prima?<br />
Seria injusto atribuir a redução de ritmo nos investimentos<br />
em silvicultura e indústrias de base florestal somente às<br />
dificuldades de licenciamento. Há também aspectos do<br />
cenário econômico e regulatório em outros temas que<br />
influenciaram, como exemplo, a barreira para investidores<br />
estrangeiros adquirirem terras no Brasil. Pode-se estimar<br />
essas perdas em cerca de 12 a R$ 13 bilhões que deixaram<br />
de ser investidos no Rio Grande do Sul.<br />
A maior parte das áreas florestais comerciais pertence a<br />
grandes indústrias? Isso não é um fato complicador ainda<br />
mais para ao acesso à matéria-prima?<br />
Dos 300 mil hectares plantados com eucaliptos no Estado,<br />
somente uma empresa tem mais de 100 mil ha, duas empresas<br />
entre 20 a 25 mil ha, seis empresas entre um a cinco<br />
mil ha e o restante pertence a produtores com plantios<br />
Is it possible to sum up the losses for both the planters<br />
and the industry that depend on the supply of this raw<br />
material?<br />
It would be unfair to assign the reduction of investments in<br />
forests and forest-based industries, only to licensing difficulties.<br />
There are also economic and regulatory aspects that<br />
have influenced this, for example, the barrier for foreign<br />
investors to acquire land in Brazil. These losses can be estimated<br />
to be about $R 12 to 13 billion that will no longer be<br />
invested in the State.<br />
Most of the commercial forest areas belong to major<br />
companies? Is this not a fact that further complicates access<br />
to the raw material?<br />
Of the 300 thousand hectares planted with eucalyptus trees<br />
in the State: one company has over 100 thousand ha; two<br />
companies between 20 to 25 thousand ha; six companies<br />
between one to five thousand ha; and, the remainder is<br />
divided between producers with plantations smaller than<br />
30<br />
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Espaço Torres - Curitiba (PR)
ENTREVISTA<br />
menores do que mil ha. No caso de plantios de pinus – 263<br />
mil ha – somente uma empresa tem cerca de 30 mil ha,<br />
nove empresas têm áreas maiores do que mil ha e a grande<br />
maioria, portanto, são pequenos e médios produtores.<br />
No caso da acácia – 140 mil ha plantados – duas empresas<br />
integradas totalizam 40 mil ha e os demais 100 mil ha estão<br />
pulverizados em milhares de pequenos produtores. Esse<br />
perfil dos produtores não é de forma alguma empecilho<br />
para utilização da matéria-prima pelas indústrias.<br />
Houve aumento na importação de madeira, crescimento<br />
nos custos e queda na competitividade de toda a cadeia?<br />
Atualmente não há compra de madeira de florestas plantadas<br />
no Rio Grande do Sul, se houver alguma compra é muito<br />
marginal. No entanto, se for mantida a estagnação da área<br />
plantada, haverá déficit de madeira para uso industrial nos<br />
próximos anos, uma vez que a demanda por produtos de<br />
base florestal continuará crescendo. A queda de competitividade<br />
é um problema mais amplo e estende-se a todo o<br />
setor florestal brasileiro. A produtividade florestal tem feito<br />
grandes avanços. Como exemplo, a produção de 1 milhão<br />
de t (toneladas) de celulose na década de 70, exigia 173<br />
mil de plantios de eucalipto, hoje essa produção requer<br />
74 mil ha, 2,3 vezes menos área. Os custos de produção<br />
de madeira, contudo, aumentaram significativamente. A<br />
competitividade tem três aspectos básicos, o ambiente<br />
político-institucional, a gestão operacional (matéria-prima<br />
e indústria) e a tecnologia em uso. A busca de ganho de<br />
produtividade tem que atuar nessas três frentes.<br />
one thousand ha. In the case of pine, 263 thousand ha: one<br />
company has about 30 thousand ha; nine companies have<br />
areas larger than one thousand ha; and; the vast majority is<br />
divided amongst small and medium-sized producers. In the<br />
case of Acacia, 140 thousand ha planted: two integrated<br />
companies have a total of 40 thousand ha and the remaining<br />
100 thousand ha is spread out amongst thousands of<br />
small producers. This producer profile is in no way any obstacle<br />
to the use of the raw material by the industrial segment.<br />
Has there been an increase in the import of timber, an<br />
increase in costs and a fall in competitiveness for the entire<br />
chain?<br />
Currently, there are no timber purchases from planted forests<br />
outside of the State of Rio Grande do Sul, if any, they<br />
are very marginal. However, if the planting of new areas<br />
remains stagnate, there will be a shortage of timber for<br />
industrial use in the coming years, since the demand for<br />
forest-based products will continue to grow. The fall in<br />
competitiveness is a broader issue and extends to the entire<br />
Brazilian Forest Sector. Productivity in forests has made<br />
great advances. As an example, the production of 1 million<br />
metric tons of pulp in the 70’s, demanded 173 thousand ha<br />
of eucalyptus plantations, today this same production requires<br />
74 thousand ha, 2.3 times less. Timber production<br />
costs, however, have increased significantly. While competitiveness<br />
has three basic aspects, political and institutional<br />
environment, operational management (raw materials and<br />
industry) and technology. The search for productivity gains<br />
has to be on these three fronts.<br />
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De que maneira a Ageflor está agindo para sensibilizar o<br />
governo, nas diferentes esferas, e devolver o crescimento<br />
a este segmento?<br />
A atuação da Ageflor tem que ser afinada e conjunta com<br />
outras instituições setoriais no Estado e na esfera federal. A<br />
Ageflor integra o Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) criada<br />
em <strong>2014</strong> e resultado da fusão de quatro entidades importantes<br />
do setor florestal brasileiro. Nosso entendimento é<br />
que a silvicultura no Rio Grande do Sul deve ter um rito de<br />
licenciamento simplificado e isenção de licenciamento para<br />
pequenas propriedades. Temos um Código <strong>Florestal</strong> que já<br />
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In what way is Ageflor acting to sensitize the Government,<br />
in different spheres, and to return growth to this<br />
segment?<br />
The actions of Ageflor have to be in tune and together with<br />
other sectorial institutions at the State and the Federal level.<br />
Ageflor is part of Ibá (Brazilian Tree Industry) created in<br />
<strong>2014</strong>, the result of the merger of four important entities in<br />
the Brazilian Forest Sector. Our understanding is that forestry<br />
in the State of Rio Grande do Sul should a system for<br />
“Temos uma legislação ambiental desatualizada<br />
e ausência de normas claras que definam as<br />
competências para licenciar”<br />
32<br />
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ENTREVISTA<br />
estabelece as regras de uso das propriedades rurais. Os plantios<br />
florestais, via de regra, usam percentual de área muito<br />
abaixo dos limites do Código <strong>Florestal</strong> e mantém áreas de<br />
proteção bem acima das exigências legais. Outra demanda<br />
que temos é um marco legal – lei estadual para a silvicultura<br />
– substituindo portarias e resoluções, que assegurem que<br />
não haja risco de mudanças de regras ao longo do ciclo dos<br />
plantios florestais, que por característica, é de longo prazo.<br />
Outra mudança importante é que florestas plantadas sejam<br />
geridas – assim como outros cultivos agrícolas – dentro da<br />
pasta da agricultura, mudança importante que deve ser<br />
confirmada na esfera federal ainda nesse ano.<br />
Quais medidas o setor produtivo está tomando para garantir<br />
a perenidade das atividades e a expansão dos negócios?<br />
O setor produtivo tem se debruçado na definição de estratégias<br />
e ações que coloquem a silvicultura em pé de igualdade<br />
com outros setores do agronegócio brasileiro. As entidades<br />
setoriais vêm se estruturando para colaborar com os agentes<br />
governamentais no sentido de que tenhamos uma política<br />
de longo prazo que inclua processos regulatórios mais simples<br />
e estáveis (para licenciamento, terceirização, compra de<br />
terras, regime tributário, etc.) do lado do Estado. Também<br />
cabe às empresas do setor investir em inovação, tecnologia<br />
e boas práticas de negócio. Esse último aspecto encontra nas<br />
certificações um instrumento importante para assegurar que<br />
o que fazemos é sustentável e benéfico para a sociedade.<br />
simplified licensing and exemptions for small properties. We<br />
have a Forest Code that establishes the rules of use of rural<br />
properties. Forest plantations, as a rule, use a percentage of<br />
the area far below the limits set in the Brazilian Forest Code<br />
and maintain protected areas well above legal requirements.<br />
Another demand is that we have a legal framework<br />
– State Law for forestry – replacing Ordinances and Resolutions,<br />
to ensure that there is no risk of changes in the rules<br />
over the forest plantation cycle, which, characteristically, is<br />
long-term. Another major change is that planted forests– as<br />
well as other agricultural crops – fall under the jurisdiction<br />
of the Secretary of Agriculture, an important change that<br />
should be confirmed at the federal level this year.<br />
What measures is the productive sector taking to ensure<br />
the sustainability of activities and the expansion of the<br />
business?<br />
The productive sector has been waiting for the definition of<br />
strategies and actions that put forestry on an equal footing<br />
with other Brazilian agribusiness sectors. Sector entities<br />
have been structured to collaborate with government<br />
agents in the sense that we have a long-term policy that<br />
includes simpler and more stable statewide regulatory processes<br />
(for licensing, outsourcing, buying land, tax regime,<br />
etc.). Also it is up to companies to invest in innovation,<br />
technology and good business practices. This last aspect involves<br />
certification, an important instrument to ensure that<br />
what we do is sustainable and beneficial for society.<br />
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Como avalia o mercado florestal atualmente para o RS,<br />
em termos de valores pagos pela madeira e mercados<br />
compradores?<br />
O mercado florestal estadual necessita de maior escala<br />
e diversificação. Em termos industriais, o Rio Grande do<br />
Sul poderia ter um parque de fábricas de celulose e papel,<br />
painéis, produtos de madeira e indústrias de biomassa<br />
mais expressivas. A escala atual de consumo de madeira<br />
em toras resulta em preços da madeira mais baixos do que<br />
o praticado em outros Estados, como Paraná e São Paulo,<br />
por exemplo. É importante ressaltar que temos condições<br />
naturais excepcionais para o cultivo de árvores, razoável<br />
infraestrutura e mão-de-obra qualificada com centros de<br />
excelência na formação de profissionais florestais<br />
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How do you evaluate the current market for forest products<br />
from the State of Rio Grande do Sul, in terms of values<br />
paid for timber and consumer markets?<br />
The State forestry market requires greater scale and diversification.<br />
In industrial terms, Rio Grande do Sul could have<br />
a more expressive industrial park of pulp and paper mills,<br />
panels, wood products and biomass industries. The current<br />
level of timber consumption results in timber prices lower<br />
than those practiced in other States, like Paraná and São<br />
Paulo, for example. It is important to note that we have exceptional<br />
natural conditions for growing trees, reasonable<br />
infrastructure and skilled labor with centers of excellence<br />
for the training of forestry workers.<br />
“A silvicultura no Rio Grande do Sul deve ter um<br />
rito de licenciamento simplificado e isenção de<br />
licenciamento para pequenas propriedades”<br />
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PRINCIPAL<br />
Pequenas<br />
e vorazes<br />
Formigas cortadeiras podem<br />
acabar com áreas inteiras de<br />
plantio florestal, por isso é<br />
essencial combater a praga no<br />
período correto e evitar prejuízos<br />
Small and<br />
Vociferous<br />
The leafcutter ant can wipe<br />
out whole areas of forest<br />
plantations, so it is essential<br />
to control the pest at the<br />
correct time and avoid losses<br />
36<br />
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Foto: Embrapa Florestas<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
37
PRINCIPAL<br />
Á<br />
s vezes o tamanho do inimigo não assusta. Mas<br />
não se engane elas superam a falta de robustez<br />
com um exército numeroso e trabalho em<br />
equipe. As formigas cortadeiras podem acabar com o<br />
investimento de milhões e consumir uma floresta por<br />
inteiro. O inseto tem o hábito de se preparar para o período<br />
de chuvas, quando fica protegido no formigueiro.<br />
Por isso costumam agir durante os meses de março a<br />
outubro, que são os mais secos. Nessas horas, quando as<br />
formigas ficam vulneráveis, é momento de agir. Este ano<br />
em particular a estiagem aumentou a ocorrência de incêndios<br />
florestais, por outro lado abriu uma janela maior<br />
para o combate a essa praga que ficou ativa por mais<br />
tempo. Para levar vantagem nada melhor do que saber<br />
tudo sobre o comportamento e fraqueza do adversário.<br />
S<br />
ometimes it’s not the size of the enemy that<br />
scares one. But make no mistake it can outweigh<br />
its lack of robustness with a large-sized<br />
army and teamwork. The leafcutter ant can quickly put<br />
to an end a million-dollar investment and consume an<br />
entire forest. The insect has the habit of preparing itself<br />
for the rainy season, when it is protected inside the<br />
anthill. Therefore, it tends to forage during the months<br />
of March to October, which are the driest. At times like<br />
these, it is when the ant is vulnerable, and the time to<br />
act. In particular, this year the drought increased the<br />
occurrence of forest fires, but on the other hand, it<br />
created a larger window in which to combat this pest,<br />
which remained active for longer. To take advantage of<br />
this, there is nothing better than knowing everything<br />
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Foto: divulgação<br />
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As formigas cortadeiras ocorrem praticamente em<br />
todas as regiões do Brasil. Em algumas delas temos<br />
maior incidência do gênero Acromyrmex (sul do país) e<br />
em outras do gênero Atta. No planalto de Santa Catarina<br />
e do Rio Grande do Sul, devido à ocorrência de baixas<br />
temperaturas no inverno, há maior atividade fora dos ninhos<br />
dessas formigas a partir da primavera. “Para o combate<br />
às cortadeiras utilizando as iscas granuladas devese<br />
levar em conta a atividade externa das formigas e se<br />
as condições do tempo são favoráveis, pois a ocorrência<br />
de chuvas após a aplicação dessas iscas pode anular o<br />
combate realizado, pondo a perder o trabalho e o produto<br />
utilizado”, alerta Wilson Reis Filho, pesquisador da<br />
Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão<br />
Rural de Santa Catarina) e da Embrapa Florestas.<br />
about the opponent’s behavior and weakness.<br />
There are regions in Brazil where the leafcutter<br />
ant occurs year-round, and virtually no Brazilian State<br />
is free of this little devourer of forests. In the plateaus<br />
of the States of Santa Catarina and Rio Grande do Sul,<br />
due to the occurrence of low temperatures in winter,<br />
increased activity outside the ant colonies begins in the<br />
spring. “Controlling the leafcutter ant using a granular<br />
bait must make use of the outside activity of the ant<br />
and favorable weather conditions, because the occurrence<br />
of rain after application of this type of bait can<br />
nullify any control being carried out, wasting effort and<br />
product used,” warns Wilson Reis Filho, Researcher at<br />
Epagri (State of Santa Catarina Agricultural Research<br />
and Rural Extension Company) and Embrapa Florestas.<br />
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Foto: Dinagro<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
PRINCIPAL<br />
Foto: Dinagro<br />
As espécies mais danosas são as saúvas que podem<br />
atacar árvores de qualquer idade, causando a desfolha<br />
total. “Como os danos mais significativos ocorrem logo<br />
após o plantio, as formigas cortadeiras chamadas de<br />
quenquéns, embora sejam menores que as saúvas, são<br />
tão prejudiciais quanto pela maior quantidade de ninhos<br />
destas por área do que as saúvas”, alerta Mariane Aparecida<br />
Nickele, pós-doutoranda da Ufpr (Universidade<br />
Federal do Paraná), em parceria com a pesquisadora da<br />
Embrapa Florestas.<br />
Os maiores danos causados por formigas cortadeiras<br />
ocorrem nos três primeiros meses após plantio no caso<br />
de pinus e nos seis meses iniciais do plantio no caso de<br />
eucalipto. “Nessa fase, se não controladas, as formigas<br />
podem causar a morte de muitas plantas e perdas de<br />
crescimento em muitas outras que, embora atacadas<br />
sobrevivam”, garante Wilson.<br />
As formigas são consideradas fator limitante em<br />
muitas áreas da agricultura, pecuária, florestal e ao meio<br />
ambiente. No mundo existem aproximadamente 10 mil<br />
espécies de formigas. “Alguns levantamentos realizados<br />
The most damaging ant species is the fire ant that<br />
can attack any age tree, causing total defoliation. “As<br />
the most significant damage occurs soon after planting,<br />
the leafcutter ant called quenquém, although it is<br />
smaller than the fire ant, it is just as damaging, due<br />
to the larger number of colonies per area than for the<br />
fire ant,” warns Mariane Aparecida Nickele, Embrapa<br />
Florestas post doctorate fellow at UFPR (Federal University<br />
of Paraná).<br />
In the case of pine, the most damage caused by<br />
the leafcutter ant occurs in the first three months after<br />
planting, and in the case of eucalyptus, within the<br />
first six months after planting. “At this stage, if not<br />
controlled, the ant can cause the death of many plants<br />
and growth losses in many others, which although attacked,<br />
will survive,” says Embrapa Florestas Researcher<br />
Wilson.<br />
Ants are considered a limiting factor in many agricultural,<br />
livestock, forestry and environmental areas.<br />
Throughout the world, there are approximately 10<br />
thousand species of ants. “Some surveys conducted<br />
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40<br />
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por pesquisadores apontam que o desfolhamento causado<br />
por formigas pode reduzir a produção de cultivos<br />
florestais no ano seguinte em um terço e, se isso ocorrer<br />
Para no primeiro ter acesso ano de a plantio, este a conteúdo, perda total do assine ciclo pode a<br />
chegar a Revista 13% da <strong>Referência</strong> colheita”, relata <strong>Florestal</strong>. o engenheiro agrônomo<br />
da Unisafe Consultoria, Pedro Francio Filho. Em<br />
ecossistemas tropicais as formigas consomem, em média,<br />
15% da produção florestal nativa.<br />
index.php/assinatura/<br />
São necessárias 86 árvores de eucalipto e 161 de pínus<br />
para alimentar um único sauveiro durante um ano. A<br />
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formiga Acromymex ssp, conhecida popularmente como<br />
quenquém, pode chegar a causar até 30% de prejuízo<br />
em reflorestamento 0800-600-2038<br />
de eucalipto se houver 200 colônias<br />
por hectare.<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
Foto: Dinagro<br />
by scientists point out that the leaf damage caused by<br />
ants can reduce the next year’s forest production by<br />
up to one-third, and if this occurs in the first year of<br />
planting, the loss of the total cycle can reach 13% of<br />
Para<br />
the harvest,”<br />
ter acesso<br />
reports,<br />
a<br />
Pedro<br />
este<br />
Francio<br />
conteúdo,<br />
Filho, Agronomist<br />
assine a<br />
at Unisafe Consultoria. In tropical ecosystems, ants<br />
Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
consume, on average, 15% of native forest production.<br />
One fire ant needs 86 eucalyptus trees and 161<br />
pine trees to feed on during a single year. The damage<br />
caused by the index.php/assinatura/<br />
Ant Acromymex ssp, popularly known as<br />
quenquém, can reach 30% of an eucalyptus plantation<br />
if there are 200 colonies per hectare.<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
A good offense 0800-600-2038<br />
They say that the best defense is a good offense<br />
and this adage fits perfectly in dealing with ants. “The<br />
first step is to find out which are the most common in<br />
the region, as a fire ant, right from the initial stage,<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
PRINCIPAL<br />
Ao ataque<br />
Dizem que a melhor defesa é o ataque e esse ditado<br />
se encaixa perfeitamente no trato com as formigas. “A<br />
primeira medida é procurar conhecer quais são as mais<br />
comuns na região, pois um sauveiro, desde a fase inicial,<br />
é passível de ser encontrado, enquanto que, os ninhos<br />
das quenquéns são mais difíceis de encontrar”, aponta<br />
Mariane Aparecida.<br />
A sulfluramida é o princípio ativo utilizado na isca<br />
formicida e age por ingestão. Ao transportarem para o<br />
interior do ninho os pellets de isca formicida impregnados<br />
com o inseticida, as operárias carregadeiras se<br />
intoxicam por ingestão. Dentro do formigueiro, as jardineiras<br />
e generalistas se encarregam de hidratar os pellets<br />
de isca e fragmentá-los em pedaços menores para<br />
serem incorporados no jardim de fungo. Pela atividade<br />
que desempenham são as que se intoxicam mais rapidamente<br />
e intensamente. “Em um período de 24 horas,<br />
até 70% das operárias já estão contaminadas”, garante<br />
Maria Fernanda Simões, consultora técnico-comercial<br />
da Dinagro Agropecuária.<br />
is easy to find, whereas the nests of the quenquém<br />
are harder,” points out Post Doctorate Fellow Mariane<br />
Aparecida.<br />
Sulfluramid is the main active ingredient used in<br />
ant baits and acts through ingestion. By transporting<br />
the bait pellets, the ant impregnates the interior of the<br />
nest with the product, and the worker ants ingest the<br />
pesticide and intoxicate the whole ant hill. Inside the<br />
colony the gardener ant and worker ants are responsible<br />
for moisturizing the bait pellets and breaking them<br />
into smaller pieces to be incorporated in the fungus<br />
garden. Through this activity, the ants become intoxicated<br />
more quickly and intensively. “Within a period of<br />
24 hours, up to 70% of the workers are contaminated,”<br />
says Maria Fernanda Simões, Technical/Commercial<br />
Consultant for Dinagro Agropecuária.<br />
In addition to this direct poisoning by contact with<br />
the bait, the ants also perform grooming procedures<br />
(cleaning their bodies) and trophallaxis (trading of secretion),<br />
which help in the spread of contamination.<br />
With the death of the workers, there is a general dis-<br />
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Foto: Embrapa Florestas<br />
42<br />
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Foto: Dinagro<br />
Além desta intoxicação direta pelo contato com<br />
a isca, as formigas também realizam os processos de<br />
grooming (limpeza de seus corpos) e trofalaxia (trocas<br />
de substâncias), que ajudam na propagação da contaminação.<br />
Com a morte das operárias, há uma desorganização<br />
geral no cultivo do fungo, o que leva o formigueiro à<br />
morte em poucos dias. “É importante destacar que a isca<br />
não mata o fungo, mata as formigas cortadeiras.”<br />
Esse nível de eficácia e precisão só foi atingido por<br />
meio do estudo da biologia do inseto. “A pesquisa é fundamental<br />
para o desenvolvimento de um princípio ativo<br />
eficaz”, destaca Maria Fernanda. A sulfluramida tem características<br />
ideais para a formulação em isca formicida:<br />
é letal em baixa concentração, o que proporciona tempo<br />
para que ocorra a disseminação do produto, age por ingestão<br />
com ação lenta, é inodoro e não repelente.<br />
O engenheiro florestal Gabriel Biagiotti lembra que<br />
a eficiência das iscas formicidas é resultado do principio<br />
ativo, sulfluramida. “A ação do inseticida ocorre de 3 a 5<br />
dias após a contaminação, permitindo que as formigas<br />
distribuam as iscas por todo ninho, como detalha o técnico<br />
da Unibrás Agro Química.<br />
A aplicação de isca formicida pode ser feita de forma<br />
localizada ou sistemática. Caso a opção seja pela ação<br />
localizada é necessário fazer a medição da área de terra<br />
solta do ninho. A dosagem será calculada multiplicando<br />
o valor dessa área pela dosagem recomendada em bula<br />
que é de até 10 g/m² (gramas por metro quadrado). “A<br />
organization in fungus cultivation, which leads to the<br />
death of the ant colony within a few days. “It is important<br />
to highlight that the bait does not kill the fungus,<br />
rather it kills the leafcutter ant.”<br />
This level of efficiency and accuracy was achieved<br />
only through the study of the biology of the insect. “Research<br />
is key to the development of an effective active<br />
ingredient,” says Dinagro Consultant Maria Fernanda.<br />
Sulfluramid has ideal characteristics for ant bait formulation:<br />
it is lethal in low concentration, which provides<br />
time for the dissemination of the product, it is slow acting<br />
by ingestion, odorless and non-repellent.<br />
Forestry Engineer Gabriel Biagiotti, Technician for<br />
Unibrás Agro Química, reminds us that the efficiency<br />
of ant baits is a result of the use of sulfluramid. “It acts<br />
for days after contamination, where the ants do not immediately<br />
realize the existence of the insecticide,” he<br />
details. He also reminds us that the product begins to<br />
take effect three to five days after application.<br />
The application of ant bait can be localized or systemic.<br />
If the option is for localized action, it is necessary<br />
to measure the area of loose soil around the colony.<br />
The dosage is calculated by multiplying the value of<br />
this area and the recommended dosage on the specification<br />
sheet, i.e., up to 10 g/m². “The dosage calcu-<br />
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43
PRINCIPAL<br />
As formigas cortadeiras estão<br />
agrupadas em dois gêneros: saúvas<br />
(Atta) e quenquéns (Acromyrmex). No Brasil são<br />
encontradas 10 espécies de saúvas e 20 de quenquéns.<br />
Dentre as espécies mais prejudiciais estão a saúva limão<br />
(Atta sexdens), cabeça-de- vidro (Atta laevigata), parda<br />
(Atta capiguara) e mata-pasto (Atta bisphaerica) devido à vasta<br />
distribuição no país e também ao tamanho dos ninhos. Dentre as<br />
espécies de quenquém, os destaques são a quenquém–de-cisco<br />
(Acromyrmex crassispinus) e a quenquém-de-cisco graúda<br />
(Acromyrmex subterraneus).<br />
dose calculada deve ser distribuída ao lado dos carreiros<br />
e próximos aos olheiros mais ativos que se localizam ao<br />
redor do monte de terra solta”, oriente Maria Fernanda.<br />
O controle sistemático pode ser realizado em áreas<br />
de pré-corte e pré-plantio com isca formicida granulada<br />
ou com microembalagens. A quantidade de isca neste<br />
sistema pode variar de 3 a 5 kg/ha (quilos por hectare).<br />
A malha operacional irá depender da quantidade estipulada<br />
pela equipe de operações. “Este tipo de aplicação<br />
é adequado para ninhos de quenquém e ninhos novos<br />
de saúvas (de até 1m² de terra solta) e nesta etapa podem<br />
ser utilizadas as microembalagens de isca formicida,<br />
facilitando a operação”, explica a consultora técnico<br />
comercial da Dinagro Agropecuária. As malhas operacionais<br />
mais utilizadas são nos espaçamentos 3x6 m, 4x6<br />
m ou 6x6 m com dosagens de 5 ou 10 g por ponto. “É<br />
importante utilizar os equipamentos de EPI (proteção<br />
individual) durante o manuseio do produto”, ressalta<br />
Maria Fernanda.<br />
O uso de barreiras para evitar o ataque de formigas<br />
cortadeiras é recomendável em pequena escala, devida<br />
às dificuldades operacionais. “Assim, para um pequeno<br />
número de árvores, pode-se utilizar um gel repelente<br />
para pombos existente no mercado brasileiro, aplicando-se<br />
um filete de 1 cm de largura em torno do tronco,<br />
o que vai evitar que as formigas subam nas árvores por<br />
alguns meses”, recomenda Wilson.<br />
lated must be distributed alongside the paths and close<br />
to the more active ant scouts that are located around<br />
the pile of loose soil,” orients Dinagro Consultant Maria<br />
Fernanda.<br />
Systematic control can be carried out in pre-cut and<br />
pre-planting areas with ant bait granules or with stations<br />
(traps). The amount of bait used in this system<br />
can range from 3 to 5 kg/ha. The operating grid will<br />
depend on the amount stipulated by the forestry technician.<br />
“This type of application is suitable for quenquém<br />
and new fire ant colonies (up to 1 m² of loose<br />
soil) and at this stage, ant bait stations may be used to<br />
facilitate the operation,” explains Dinagro Consultant<br />
Maria Fernanda. These features are most used in a 3 x<br />
6 m, 4 x 6 m or 6 x 6 m system with a dosage of 10 g of<br />
bait per point. “It is important to use proper personal<br />
protection equipment (PPE) during the handling of the<br />
product,” notes the Dinagro Consultant.<br />
The use of barriers to prevent the attack of the<br />
leafcutter ant is only recommended for small scale use,<br />
due to operational difficulties. “So, for a small number<br />
of trees, you can use a gel ant repellent readily available<br />
in the Brazilian market, applying a 1 cm wide line<br />
around the trunk, which will prevent the ants from<br />
climbing the trees for a few months,” recommends Embrapa<br />
Research Scientist Wilson.<br />
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44<br />
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Atenção especial<br />
Normalmente o controle de formigas cortadeiras<br />
não é preventivo, ou seja, não há como antecipar a ação<br />
dos insetos. “É uma ação corretiva e deve ser feita para<br />
qualquer cultura florestal ou agrícola”, orienta Maria<br />
Fernanda. Na cultura do eucalipto, por exemplo, a aplicação<br />
é realizada nas fases de pré-corte, pré-plantio, pós<br />
-plantio e manutenção. “O controle de pré-corte é uma<br />
etapa importantíssima para a formação de uma floresta<br />
com baixa infestação de formigueiros”, ressalta.<br />
Nesta fase o combate de formigas cortadeiras pode<br />
ser realizado até 150 dias antes do corte. Se for necessária<br />
roçada manual ou mecânica para eliminação de<br />
sub-bosque, é preciso aplicar a isca 30 dias após a intervenção.<br />
O controle pré-plantio pode ser realizado de<br />
30 a 120 dias antes do plantio. “Já o de pós-plantio é<br />
utilizado caso se visualize danos às mudas e o controle<br />
de manutenção é realizado do primeiro ao sexto ano da<br />
floresta”, explica consultora técnico comercial da Dinagro<br />
Agropecuária. É nesta fase que as empresas costumam<br />
adotar sistemas de monitoramento de formigas<br />
cortadeiras. Vale ressaltar que o controle de formigas<br />
cortadeiras deve ser a primeira atividade em áreas antes<br />
não cultivadas, ou seja, antes do preparo do solo com<br />
máquinas agrícolas.<br />
Special attention<br />
Normally, the control of the leafcutter ant is not<br />
preventative, i.e. there’s no way to anticipate the action<br />
of the insect. “It is a corrective action and should<br />
be made for any forest or agricultural plantation,”<br />
orients Dinagro Consultant Maria Fernanda. For eucalyptus<br />
plantations, for example, the application is carried<br />
out in the pre-cut, pre-planting, post-planting and<br />
maintenance phases. “The control at pre-cut is a very<br />
important step for the formation of a forest with low<br />
infestation of anthills,” she points out.<br />
At this stage, leafcutter ant control can be undertaken<br />
up to 150 days before cut. If manual or mechanical<br />
mowing is required for removal of the underbrush,<br />
you need to apply the bait 30 days after removal. Preplanting<br />
control can be carried out from 30 to 120 days<br />
before planting. “Post-planting control is used if you<br />
see damage to seedlings, and maintenance control is<br />
carried out from the first to the sixth year of the forest”,<br />
explains the Dinagro consultant. It is at this stage<br />
that companies tend to adopt leafcutter ant monitoring<br />
systems. It is worth mentioning that leafcutter ant<br />
control must be the first activity in areas previously not<br />
cultivated, i.e. before the preparation of the soil with<br />
any agricultural machine.<br />
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Foto: divulgação<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
45
PRINCIPAL<br />
De todas as etapas do ciclo do eucalipto o plantio é<br />
a que requer mais atenção em relação ao controle dos<br />
insetos, já que os prejuízos podem ser irreparáveis. As<br />
formigas cortadeiras provocam intensos ataques às mudas,<br />
podendo matá-las ou então causar danos que terão<br />
consequências futuras como, por exemplo, a redução no<br />
incremento volumétrico da planta, redução no diâmetro<br />
e na altura. “Elas podem comprometer todo o investimento<br />
inicial de uma floresta, podendo levar a morte de<br />
até 100% das mudas em um reflorestamento”, adverte<br />
Gabriel, técnico Unibrás Agro Química.<br />
Of all stages of the eucalyptus planting cycle, the<br />
one that requires the most attention is in relation to<br />
the control of insects, since the damage may be irreparable.<br />
Leafcutter ant attacks cause intense damage to<br />
seedlings and can kill them or have future consequences,<br />
such as a reduction in the volumetric increase, in<br />
diameter and in height of the tree. “They can compromise<br />
the entire initial investment in a planted forest,<br />
and may lead to death of up to 100% of the seedlings<br />
in reforested areas,” warns Unibrás Agro Technician<br />
Gabriel.<br />
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Momento certo<br />
Right time<br />
“Não atire até ver o branco dos olhos deles”, essa<br />
“Don’t shoot till you see the whites of their eyes”,<br />
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frase que ficou eternizada nos filmes de guerra cabe<br />
this phrase has become immortalized in war films and<br />
bem no combate às formigas. Existe o tempo certo para<br />
well suits ant control. There is a right time to “shoot”<br />
disparar as armas. A época do ano mais indicada ao controle<br />
está compreendida entre março a outubro. “Nos<br />
control is between March and October. “In the driest<br />
0800-600-2038 the weapon. The most appropriate time of year for<br />
meses mais seco do ano, os formigueiros apresentam<br />
months of the year, the ant is more active in its foraging<br />
activities and the climate favors the integrity of ant<br />
alta atividade forrageira e o clima favorece a integridade<br />
da isca formicida, já que ela não é resistente à água”,<br />
bait, since the bait is not water-resistant,” says Dinagro<br />
orienta a consultora técnico-comercial da Dinagro Agropecuária.<br />
Another reason to act at this time is that in the<br />
Consultant Maria Fernanda.<br />
Outra razão para agir nesse período é que nos meses<br />
months from October to December, the ant adult, over<br />
de outubro a dezembro, os formigueiros adultos, com<br />
the age of three years, is preparing for the reproduction<br />
cycle and forages with lesser intensity (search for<br />
idade superior a três anos, estão se preparando para a<br />
revoada e trabalham com menor intensidade de forrageamento<br />
(busca por recursos alimentares), portanto<br />
food resources), so carry a lesser amount of ant bait.<br />
carregam menor quantidade de isca formicida.<br />
Foto: Francisco Santana<br />
46<br />
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Neste ano em especial os insetos levaram desvantagem<br />
por causa da estiagem que prolongou o período<br />
de seca em grande parte do território nacional. Por<br />
isso mesmo nos meses propensos a maior ocorrência<br />
de chuvas houve uma maior janela para o controle de<br />
formigas cortadeiras. Em relação à questão comportamental,<br />
a revoada pode ser postergada, pois, somente<br />
ocorrerá em dias de alta umidade e temperatura.<br />
“O período de seca pode até facilitar o controle, por<br />
outro lado, o silvicultor pode ter mais problema com<br />
ataque por elas estarem vindo das áreas adjacentes,<br />
devido à diminuição de opções de plantas do interesse<br />
delas”, aponta Mariane, pesquisadora.<br />
A entidade de pesquisa está realizando estudos do<br />
efeito do manejo florestal sobre as formigas cortadeiras,<br />
no caso de pinus, que possui plantios em áreas com<br />
predominância das quenquéns e existe a intenção de<br />
iniciar um trabalho para apontar a real quantidade de<br />
isca requerida para eliminar um sauveiro em eucalipto.<br />
“Acreditamos que um sauveiro mal controlado (amoado)<br />
é mais fácil de ser combatido do que quando estava<br />
no seu pleno vigor, e isto requer maior dedicação”, apontam<br />
Wilson e Mariane.<br />
This year, in particular, the insect is at a disadvantage<br />
because of the drought that prolonged the dry<br />
period in large parts of Brazil. So even in the months<br />
which normally have a higher occurrence of rainfall,<br />
there was a larger “window” for leafcutter ant control.<br />
On the question, as to behavior, the reproduction cycle<br />
may be postponed, because it only occurs in periods<br />
with high humidity and high temperature days.<br />
“The dry period can even facilitate control, but on<br />
the other hand, the Forestry Engineer can have a further<br />
problem with more attacks coming from the surrounding<br />
areas, due to the decrease in options for trees<br />
of interest,” points out Post Doctorate Fellow Mariane.<br />
In the case of pine, where there are plantations in<br />
areas with a predominance of quenquéns, Embrapa<br />
Florestas is conducting studies of the effect of forest<br />
management on the leafcutter ant, and the objective is<br />
to start work to point out the amount of bait required<br />
to eliminate the fire ant in eucalyptus plantations. “We<br />
believe that a newly formed ant (larvae) is easier to<br />
be controlled than a full grown adult, as this requires<br />
greater dedication,” point out Researchers Wilson and<br />
Mariane Aparecida.<br />
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MERCADO<br />
Energia<br />
verde<br />
Projeto de geração de energia a partir de<br />
biomassa da CGB, vencedor do leilão da<br />
Aneel, será o maior da América do Sul<br />
Fotos: divulgação<br />
U<br />
m mar verde para geração de energia. Esse é<br />
o cenário que está se formando no oeste da<br />
Bahia. Serão plantados mais de 35 mil ha (hectares)<br />
de eucalipto para abastecer a usina termelétrica<br />
da CGB (Campo Grande Bioeletricidade S.A.), vencedora<br />
do leilão de energia realizado pelo governo federal em<br />
agosto do ano passado. O gigantesco empreendimento<br />
da Bolt Energias é inédito no Brasil, tanto pelas proporções<br />
quanto pela maneira que está estabelecido. O investimento<br />
total será de R$ 750 milhões. A capacidade<br />
total da termelétrica será de 150 MW (megawatts), que<br />
deverão estar disponíveis a partir de 2018.<br />
Os primeiros plantios de eucalipto foram plantados<br />
logo após o resultado do leilão para bioenergia A-5 (que<br />
negocia contratos para início de fornecimento após cinco<br />
anos) e a expectativa é que este ano sejam plantados<br />
pouco mais de 8 mil ha. Somente nessa primeira fase de<br />
implantação da base de suprimento florestal a empresa<br />
está investindo R$ 50 milhões, de um total que deve<br />
chegar a R$ 250 milhões somente para implantação e<br />
manutenção dos plantios de eucalipto. Os investimentos<br />
estão sendo feitos pela Bolt Energias S.A., enquanto<br />
que a responsabilidade de garantir o abastecimento da<br />
usina termelétrica é da Tree <strong>Florestal</strong>. O contrato com<br />
a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem validade<br />
de 25 anos para o funcionamento da termelétrica<br />
que estará localizada em São Desiderio, região oeste da<br />
Bahia.<br />
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48<br />
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“Estamos priorizando<br />
espécies com<br />
maior densidade e,<br />
consequentemente,<br />
maior poder calorífico”<br />
“A grande novidade é a escala do projeto”, comenta<br />
Marco Tuoto, diretor da Tree <strong>Florestal</strong>. De acordo com<br />
ele, nenhum projeto de geração de energia elétrica a<br />
partir de biomassa independente possui tamanha capacidade<br />
de produção. “É a única geração independente na<br />
América Latina a produzir 150 MW a partir de biomassa”,<br />
completa.<br />
Serão necessários pouco mais de 35 mil ha para atender<br />
a demanda de biomassa da termelétrica. As plantações<br />
vão abranger os municípios de Baianópolis, Canápolis,<br />
Santa Maria da Vitória, Santana e São Desidério,<br />
todos situados no oeste baiano.<br />
A termelétrica da CGB operará sob demanda da Aneel,<br />
ou seja, trata-se de uma energia de reserva para quando<br />
a oferta de energia elétrica oriunda de fontes mais<br />
baratas (notadamente a partir de hidrelétricas) diminui<br />
por conta dos baixos níveis dos reservatórios em períodos<br />
de seca. Hoje, grande parte da energia de reserva<br />
do país está baseada em combustíveis fósseis (gás natural,<br />
carvão mineral, etc).<br />
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Combustível verde<br />
Para alimentar as caldeiras da termelétrica será usado<br />
cavaco de eucalipto. “Nesse caso estamos priorizando<br />
espécies com maior densidade e, consequentemente,<br />
maior poder calorífico”, explica Tuoto. Como o oeste<br />
baiano, local onde será implantado o projeto florestal, é<br />
uma nova fronteira de desenvolvimento da silvicultura<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
49
MERCADO<br />
ainda não existe muita experiência acumulada como em<br />
outras regiões do país. “Por outro lado, existem condições<br />
favoráveis, disponibilidade de terra e a proximidade<br />
da localização da planta térmica em relação à base<br />
florestal”, enumera o diretor da Tree <strong>Florestal</strong>. A região<br />
onde está sendo desenvolvida as plantações florestais<br />
estão sujeitas a déficit hídrico. Por isso, além de priorizar<br />
madeira com maior densidade, o material genético<br />
precisa suportar as condições hídricas adversas. Essa é<br />
uma limitação que foi bem estudada. Como o período de<br />
chuva é muito bem definido, de outubro até março, os<br />
plantios são priorizados nesse período.<br />
“Um projeto florestal como este precisa ter duas características<br />
imprescindíveis para ser viável: primeiro a<br />
logística e em segundo a produtividade florestal”, considera<br />
Tuoto. Por isso a operação foi desenhada para que<br />
a distância da planta e das florestas seja em um raio máximo<br />
de 50 km. Além disso, deve-se ser dada condições<br />
para que sejam alcançados elevados níveis de produtividade<br />
florestal, “o resto é periférico”, garante.<br />
Está sendo implementado um processo gradativo de<br />
mecanização das operações florestais. Por exemplo, o<br />
plantio está sendo parcialmente mecanizado, enquanto<br />
que a irrigação, quando necessária, é toda mecanizada.<br />
O coveamento e a aplicação de adubo são 100% mecani-<br />
zados. “Se não fosse assim, a demanda de mão de obra<br />
seria enorme e possivelmente não se encontraria, ainda<br />
mais porque sofremos competição muito grande da<br />
agricultura que demanda muita mão de obra na região”,<br />
explica Tuoto. Atualmente 500 pessoas trabalham nas<br />
operações envolvendo o plantio e a manutenção das<br />
florestas.<br />
Ainda não está definido qual modelo de processamento<br />
das árvores será implementado para produção<br />
de cavaco. Vai depender muito de uma análise bastante<br />
pormenorizada de custo. Existe até a chance de ser um<br />
sistema misto, ou seja, uma parte pode ser processada<br />
na floresta e outra no pátio da termelétrica. A CGB está<br />
avaliando o que é mais viável. Na metade do ano que<br />
vem a usina entra em construção e o modelo de processamento<br />
da madeira deverá estar definido.<br />
A expectativa com o projeto é a melhor possível.<br />
“Em 2013 o preço do leilão de energia baseado em biomassa<br />
foi muito favorável e essa é a tendência para os<br />
próximos anos”, garante Tuoto. Ele lembra que se trata<br />
de uma matriz limpa, diferente do gás e do óleo e, por<br />
isso, a tendência é que o governo amplie a quantidade<br />
de leilões com base nessa matéria-prima. “Existem outros<br />
projetos na Bolt e estamos prontos para participar<br />
do próximo leilão”, avisa.<br />
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“Existem condições<br />
favoráveis,<br />
disponibilidade de terra<br />
e a proximidade da<br />
localização da planta<br />
térmica em relação à<br />
base florestal”<br />
50<br />
www.referenciaflorestal.com.br
“Um projeto florestal<br />
como este precisa ter<br />
duas características<br />
imprescindíveis para<br />
ser viável: primeiro a<br />
logística e em segundo<br />
a produtividade<br />
florestal”<br />
Marco Tuoto, diretor da Tree <strong>Florestal</strong><br />
ECOSERRA<br />
- opcional lâminas de 2"1/2 ( duas polegadas e meia)<br />
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ESPECIAL<br />
Silvicultura<br />
com produtividade<br />
Plantio florestal mecanizado<br />
aumenta eficiência da atividade,<br />
diminui dependência de mão de obra<br />
e pode reduzir custos<br />
Foto: reprodução<br />
52<br />
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Foto: Valterci Santos<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
53
ESPECIAL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A<br />
escassez de mão de obra e necessidade por<br />
maior produtividade na implantação das florestas<br />
já impulsionam o uso de equipamentos para<br />
o plantio mecanizado. O uso dessas máquinas na fase inicial<br />
do negócio florestal diminui o tempo de trabalho no<br />
campo e possibilita a padronização na adubação, preparo<br />
do solo e introdução das mudas. A expectativa dos fabricantes<br />
é de crescimento nas vendas com a progressiva<br />
mudança de comportamento das grandes empresas que<br />
ainda não têm o hábito de limpar o terreno para os ciclos<br />
seguintes depois da primeira colheita.<br />
A atividade florestal cada vez mais caminha para aplicar<br />
a mecanização em todas as fases da silvicultura. Os<br />
equipamentos para plantio de mudas estão entre os mais<br />
requisitados. O Brasil já conta com algumas variedades<br />
de equipamentos que estão despertando o interesse dos<br />
empresários florestais. “Atualmente nosso maior mercado<br />
são os investidores próprios, que têm alguma área disponível,<br />
geralmente são áreas de implantação de floresta e<br />
permitem plantio com nosso equipamento”, aponta Cesar<br />
Schultz, coordenador comercial da Roster. A empresa possui<br />
três tipos de máquinas para plantio de mudas. A primeira<br />
foi desenvolvida para agir em solo pré-preparado,<br />
efetua as operações de plantar e compactar a muda no<br />
solo. Outro modelo além dessas operações também efetua<br />
a operação de adubação, realizada por meio de um<br />
sistema eletroeletrônico que trabalha de forma intermitente<br />
de até 150 g (gramas) por muda. O equipamento<br />
mais completo fabricado pela empresa realiza plantio direto<br />
em áreas de implantação de florestas comerciais. O<br />
primeiro módulo é desenvolvido para preparação do solo<br />
e realiza a subsolagem com adubação de sulco e faz o destorroamento<br />
por meio de uma enxada rotativa. Na terra<br />
batida pode se fazer adubação intermitente por muda<br />
incorporando o adubo junto com a terra. Após este processo<br />
o horto de plantio está pronto para receber a muda<br />
que é a operação realizada pelo segundo módulo do equipamento<br />
que implanta as mudas.<br />
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54<br />
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“O equipamento proporciona o plantio uniforme,<br />
alinhamento de plantio, distanciamento entre mudas padronizado,<br />
profundidade de plantio e compactação adequada<br />
para a muda, além da redução do número de pessoas<br />
no processo”, enumera Cesar. De acordo com ele, o<br />
rendimento das máquinas de plantio fica entre 800 a 1200<br />
mudas por hora. São necessárias três pessoas para operar<br />
o equipamento. “Um profissional no sistema manual leva<br />
um dia para plantar mil mudas.”<br />
Atualmente o custo de plantio manual, sem adubação<br />
e outros processos, fica em torno de R$ 400 a R$ 500, de<br />
acordo com informações do mercado. “Esse é o mesmo<br />
custo aproximado de plantio com nosso equipamento<br />
Line (o mais simples)”, revela Cesar. Os outros equipamentos<br />
como Line Pro e Pd Evo comportam mais processos<br />
que o plantio, como adubação, subsolação, pulverização e<br />
outros. Para fazer um comparativo preciso, nesses casos,<br />
seria preciso observar o custo de cada equipamento e dividir<br />
por hectare.<br />
Restrições<br />
Como qualquer máquina as plantadeiras não têm<br />
capacidade de atuar em qualquer condição. “Referente<br />
à inclinação, o equipamento vai plantar em áreas onde<br />
é permitido a mecanização”, alerta Cesar. Existem também<br />
algumas restrições em solos muito compactados, a<br />
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“Os equipamentos (plantadeira) geralmente<br />
são usados em áreas de implantação de<br />
floresta (sem tocos)”<br />
Cesar Schultz, coordenador comercial da Roster<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
55
ESPECIAL<br />
“No projeto da plantadeira, adaptamos uma<br />
escavadeira de construção para receber o<br />
implemento”<br />
Rodrigo Junqueira, gerente de vendas da John Deere <strong>Florestal</strong><br />
A partir da<br />
década de 60<br />
teve início o<br />
plantio de<br />
pinus em escala<br />
comercial,<br />
principalmente<br />
nas regiões Sul e<br />
Sudeste do país<br />
Foto: Valterci Santos<br />
56<br />
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máquina necessita de umidade de solo adequada para<br />
realizar um plantio satisfatório como em qualquer outro<br />
plantio mecanizado. “Nossos equipamentos têm restrição<br />
de uso em áreas de segundo ciclo com tocos e resíduos de<br />
colheita”, ressalta o coordenador comercial. Nessas condições<br />
não é possível realizar o plantio mecanizado.<br />
Por isso, mesmo as grandes empresas florestais ainda<br />
possuem certa resistência quanto ao uso das plantadeiras.<br />
“A primeira pergunta que nos fazem é se o equipamento<br />
planta em áreas pós-colheita, algo que não é possível”,<br />
afirma Cesar. Ele acredita que para o futuro, com a escassez<br />
de mão de obra e outros fatores essas empresas não<br />
terão outra forma se não mecanizar. “Assim terão que destocar<br />
e limpar as áreas para plantar.” Para um plantio mecanizado<br />
eficaz quanto melhor preparado o solo, melhor<br />
será o processo e o índice de de pegas de mudas.<br />
Recentemente a a John Deere apresentou alguns<br />
equipamentos para o plantio durante a Expoforest <strong>2014</strong>,<br />
realizada em Mogi Guaçu (SP) em maio. Foi um projeto<br />
em parceria com as empresas Bracke e Ecoagrícola, além<br />
da Fepaf (Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e<br />
Florestais). O primeiro deles se concentrou no plantio mecanizado<br />
de mudas e o outro no preparo de solo. “No caso<br />
da plantadeira, adaptamos uma escavadeira de construção<br />
para receber o implemento da Bracke”, explica Rodrigo<br />
Junqueira, gerente de vendas da John Deere <strong>Florestal</strong>.<br />
A escavadeira sofreu uma série de alterações, como o<br />
recebimento do tanque de água de 4 mil L (litros), suporte<br />
para mudas, pressurização do sistema de irrigação (sendo<br />
possível o uso de água ou gel), reservatório de adubo,<br />
dentre outros. O equipamento tem uma limitação de trabalho<br />
em terrenos acima de 30% de declive.<br />
Já o skidder, por ser um equipamento florestal de fábrica,<br />
precisou de adaptações leves para receber o implemento<br />
da Ecoagrícola. “Os dois equipamentos começaram<br />
a operar em escala operacional logo na primeira semana<br />
de início dos testes e trouxeram excelentes resultados”,<br />
valoriza Rodrigo. A Fepaf, que conduziu todo o processo<br />
de teste da plantadeira, demonstrou o produto em diversas<br />
empresas florestais do setor com resultados bastante<br />
consistentes e confiáveis.<br />
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0800-600-2038<br />
Subsolagem<br />
Como o próprio nome diz a subsolagem atinge o subsolo<br />
ou as camadas subsuperficiais e tem a função de descompactar<br />
a terra. Como a operação demandar grande<br />
potência e torque, ela é realizada normalmente por tratores<br />
de pneus ou esteiras adequados. Os equipamentos<br />
possuem hastes que vão de 0,5 m a 1 m (metro) de profundidade.<br />
A função destas peças é romper as camadas<br />
em que o solo está adensado ou compactado. “Essas condições<br />
são adversas para o desenvolvimento de raízes e<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
57
ESPECIAL<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
movimentação de água no perfil do solo, o que diminui o<br />
rendimento vegetal”, explica engenheiro agrônomo, Antonio<br />
Felipe Domansky dos Reis.<br />
De acordo com o gerente de vendas da John Deere<br />
<strong>Florestal</strong> a produtividade do skidder utilizado na operação<br />
de subsolagem chega a ser até 5% maior do que uma<br />
operação comum com trator agrícola de tamanho similar.<br />
“Porém aa disponibilidade mecânica é incomparável, o<br />
SERVIÇO<br />
consumo de combustível é cerca de 10% menor e aa vida<br />
útil é quase o triplo quando comparada a de um trator<br />
agrícola nessa operação pesada de subsolagem”, ressalta<br />
Rodrigo Junqueira.<br />
Em áreas em que os tratores agrícolas não conseguem<br />
trabalhar devido à topografia e formação rochosa acentuada,<br />
existem algumas alternativas. Alguns equipamentos<br />
mais robustos que conseguem trafegar em condições<br />
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Coroação manual para coveamento R$ 550,00<br />
Fosfatagem manual áreas de coveamento R$ 200,00<br />
Coveamento manual R$ 700,00<br />
TOTAL R$ 1.450,00<br />
Preço R$:/ha<br />
58<br />
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mais adversas podem portar revolvedores de solo em<br />
formato de cabeçotes, semelhantes aos de colheita. Mas<br />
tecnicamente deixa de ser uma subsolagem porque não<br />
atinge as camadas mais profundas.<br />
Hoje, existem no mercado equipamentos que realizam<br />
Para a ter subsolagem acesso a juntamente este conteúdo, com outras assine operações a<br />
como preparo Revista de solo <strong>Referência</strong> em linha e <strong>Florestal</strong>. aplicação de fertilizantes.<br />
Segundo dados da empresa Canaã <strong>Florestal</strong>, o rendimento<br />
da subsolagem mecanizada chega a ser 10 vezes<br />
superior ao coveamento manual. Um equipamento subsolador<br />
tracionado por trator de pneus custa em média<br />
index.php/assinatura/<br />
R$ 25 mil. Dependendo do rendimento do conjunto uma<br />
subsolagem,<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
incluindo todas as variáveis, deverá custar na<br />
faixa de R$ 300 a R$ 500 por ha. De acordo com o engenheiro<br />
agrônomo, 0800-600-2038<br />
a operação de preparo de solo mecanizada<br />
é ideal para conferir uniformidade do preparo e das<br />
plantas, menores custos e maior rendimento.<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
Foto: Felipe Domansky dos Reis
ESPÉCIE<br />
Paricá:<br />
opção de<br />
cultivo no Norte<br />
Espécie nativa<br />
com rápido<br />
crescimento é<br />
OPÇÃO para a<br />
fabricação de<br />
compensado<br />
Fotos: divulgação<br />
60<br />
www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
paricá (Shizolobium amazonicum) é<br />
uma nativa com um quê de exótica ao<br />
melhor estilo eucalipto no que diz respeito<br />
ao rápido crescimento. O corte raso é feito<br />
com idade entre 5 e 7 anos. A maioria dos plantios<br />
está localizada na região norte, principalmente<br />
no Pará e Maranhão. Não existem dados precisos<br />
sobre a extensão da área, mas a estimativa é<br />
que atualmente as florestas comerciais de paricá<br />
ocupem de 70 mil a 90 mil ha (hectares). A madeira<br />
da espécie é mais utilizada para a produção<br />
de lâminas, que são empregadas na confecção de<br />
compensados.<br />
Não há como falar de plantios comerciais de<br />
paricá sem mencionar o Grupo Concrem, pioneira<br />
nesse processo iniciado em Dom Eliseu (PA).<br />
Por isso fomos direto à fonte para detalhar com<br />
precisão o perfil comercial da espécie e os tratos<br />
a Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
silviculturais.<br />
Segundo o diretor do Grupo, Silvano<br />
D’agnoluzzo, o preço médio do m³ (metro cúbico)<br />
do paricá br/ref/index.php/assinatura/<br />
em toras entregue no pátio das indústrias<br />
está em torno de R$ 220. Já as árvores em pé<br />
rendem R$ 150/m³.<br />
Como a espécie é indicada para a produção de<br />
compensado, 0800-600-2038<br />
um dado importante é o valor das<br />
lâminas. O valor desse insumo usado na confecção<br />
do produto final é de R$ 450/m³ para o miolo<br />
e R$ 770/m³ para as capas. “Deve ser levado em<br />
consideração o frete”, lembra Silvano. Do Pará<br />
para o sul do Brasil, que é o maior mercado comprador,<br />
a média é de R$ 100/m³.<br />
Os principais consumidores das lâminas de<br />
paricá para capas, que têm maior valor agregado,<br />
estão nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio<br />
Grande do Sul. O valor do produto entregue nas<br />
fábricas fica em torno de $ 870/m³ a 900/m³. Já o<br />
compensado é vendido para todas as regiões do<br />
Brasil ao preço que varia de R$ 900 a 1.400/m³,<br />
Fob (Free On Board) em que o comprador assume<br />
os riscos e custos com o transporte da mercadoria.<br />
Apenas uma pequena parte vai para exporta-<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine<br />
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<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
61
ESPÉCIE<br />
ção devido ao câmbio que não está favorável. “O<br />
mercado comprador se mantém estável, porém os<br />
preços estão um pouco abaixo do que a indústria<br />
precisa”, revela Silvano. Nos EUA (Estados Unidos<br />
da América) o produto é usado para revestir pisos e<br />
paredes internas de casas de madeira.<br />
As madeiras não apresentam nó e têm cor clara<br />
uniforme. Além disso, são leves e possibilitam<br />
excelente acabamento. É uma madeira estável, resistente<br />
e com baixa densidade 380 Kg/m³ (quilogramas<br />
por metro cúbico). A dica é trabalhar com<br />
as toras novas, de preferência com uma semana da<br />
retirada no plantio. O cozimento das toras melhora<br />
a laminação, que deve ser feito com máquinas bem<br />
reguladas.<br />
Silvicultura<br />
Atualmente a produção de mudas de paricá em<br />
escala comercial é feita por meio de sementes que<br />
em grande parte são coletadas no Estados do Mato<br />
Grosso, Rondônia e Pará. Elas apresentam dormência<br />
física, ou seja, as camadas externas da casca são<br />
duras e impermeáveis.<br />
Para quebrar essa barreira é necessária a realização<br />
da escarificação que pode tanto ser mecânica<br />
como também térmica. A maior parte das empresas<br />
utiliza a escarificação mecânica, na qual cada<br />
semente passa por um processo de linchamento<br />
de parte da casca possibilitando assim a entrada<br />
de água e posterior germinação. “Esse processo faz<br />
com que tenhamos mudas em um menor intervalo<br />
de tempo”, explica Alessandro Lechinoski, engenheiro<br />
florestal do Grupo Concrem.<br />
Após essa etapa estas sementes podem ser<br />
plantadas diretamente, ou em sacolas plásticas ou<br />
tubetes. Atualmente a preferência é pela produção<br />
de mudas no tubete, utilizando como substrato,<br />
uma mistura de casca de paricá decomposta, casca<br />
de arroz carbonizada e adubo de viveiro.<br />
Em média uma muda de paricá fica pronta para<br />
expedição ao campo em torno de 40 dias após ser<br />
plantada, atingindo de 35 cm a 40 cm (centímetros)<br />
de altura. Durante todo o processo de produção as<br />
mudas são mantidas a pleno sol, sem necessidade<br />
de sombreamento.<br />
Para a instalação das mudas de paricá no campo<br />
não há necessidade de grandes cuidados. “Somente<br />
com a irrigação em caso de falta de precipitação e<br />
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62<br />
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controle do mato competição”, alerta o engenheiro<br />
florestal.<br />
Assim que a muda é plantada, é feito o controle<br />
do mato competição com o uso de herbicidas<br />
químicos e também é realizado o coroamento das<br />
plantas. Além dos cuidados com a limpeza ainda é<br />
feito o rigoroso controle das formigas. No período<br />
de plantio a espécie que mais ataca a muda recém-<br />
-plantada é a formiga de fogo. Já durante o desenvolvimento<br />
da planta o ataque maior é realizado<br />
pelas formigas cortadeiras.<br />
Quanto ao combate às pragas vale lembrar que<br />
além das formigas, deve-se ficar de olho nas lagartas<br />
desfolhadoras. Elas podem ser combatidas<br />
com a aplicação de inseticidas biológicos. Por fim<br />
a cigarra, que ainda não tem controle definido, mas<br />
sabe-se que cuidados culturais, como a limpeza,<br />
permitem o controle do nível populacional da praga<br />
a um patamar que não causa danos econômicos à<br />
cultura.<br />
Para o alto<br />
Os espaçamentos mais utilizados atualmente<br />
são as variações 3 x 3 m, 3,50 x 3,50 m e 4 x 3,50 m.<br />
Esses modelos são os preferidos porque possibilitam<br />
a mecanização em todos os sentidos de plantio,<br />
principalmente para a realização da limpeza cruzada.<br />
O paricá é uma espécie que a medida que cresce<br />
tem a área de copa diminuída, o que possibilita a<br />
entrada cada vez maior de luz no interior do plantio<br />
e consequente maior crescimento das plantas indesejáveis.<br />
De acordo com Alessandro, o melhor crescimento<br />
e sobrevivência dos plantios de paricá ocorrem<br />
em condições de clima quente e alta umidade,<br />
como os típicos na região norte, com precipitação<br />
elevada, acima de 2.500 mm (milímetros) anuais e<br />
sem variação extrema de clima. “Não é recomendado<br />
o plantio comercial do paricá fora dessas condições,<br />
ou seja, em outra região, pois a espécie é<br />
muito sensível a mudanças bruscas de clima, que<br />
podem ocasionar a perda do plantio”, recomenda.<br />
O IMA (Incremento Médio Anual) volume do<br />
paricá quando bem plantado e adubado pode chegar<br />
a 25 m³/ha/ano (metros cúbicos por hectare<br />
ao ano), com corte raso entre 5 e 7 anos de idade.<br />
“Normalmente não é realizado o desbaste, nem<br />
poda em plantios de paricá”, afirma o engenheiro.<br />
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SILVICULTURA<br />
Plantio de<br />
carandá<br />
Foto: Suzana Salis<br />
64<br />
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Ação<br />
inédita no<br />
Pantanal objetiva<br />
disponibilizar<br />
técnicas de<br />
recuperação da<br />
vegetação nativa e<br />
geração de renda<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
65
SILVICULTURA<br />
Foto: Suzana Salis<br />
N<br />
o mês de setembro, por meio do Projeto Biomas,<br />
resultado de uma parceria entre a CNA<br />
(Confederação da Agricultura e Pecuária do<br />
Brasil) e a Embrapa, cerca de 2.200 mudas e sementes<br />
de carandá foram plantadas na Fazenda Santo Expedito,<br />
localizada no Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do<br />
Sul. “O plantio de mudas de árvores nativas nessa escala<br />
aconteceu pela primeira vez na história do bioma”, afirma<br />
Catia Urbanetz, pesquisadora da Embrapa Pantanal e coordenadora<br />
regional do projeto.<br />
Com o objetivo de pesquisar e viabilizar soluções por<br />
meio do uso das árvores na propriedade rural brasileira, o<br />
Projeto Biomas teve início em 2010. Investigando as formas<br />
de utilizar essas árvores para atender a necessidades<br />
de sustentabilidade ambiental, econômica e social, protegendo<br />
e recuperando as propriedades, a iniciativa deve<br />
envolver mais de 200 pesquisadores de diferentes instituições<br />
do país e 300 multiplicadores até 2019, segundo<br />
dados do projeto.<br />
Na região pantaneira, o Projeto Biomas foi implementado<br />
no final de 2012. Os objetivos regionais são disponibilizar<br />
técnicas de recuperação da vegetação nativa (florestal<br />
ou campestre) e inserir o uso da árvore nos sistemas<br />
de produção locais – considerando, no processo, o novo<br />
código florestal. Assim, pesquisadores e técnicos produziram<br />
cerca de 27 mil mudas de 30 espécies nativas de<br />
árvores para atender a cerca de 20 projetos de pesquisa,<br />
que devem ser implantados na Fazenda Santo Expedito a<br />
partir de janeiro de 2015. O plantio do carandá foi o primeiro<br />
experimento de campo iniciado pelo projeto.<br />
De acordo com a professora Iria Ishii, pesquisadora<br />
da Ufms (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e<br />
membro do comitê gestor regional do projeto, a escolha<br />
das espécies nativas para a produção de mudas foi feita<br />
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0800-600-2038<br />
66<br />
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analisando não apenas critérios de preservação, mas também<br />
de funcionalidade. “A gente selecionou as espécies<br />
que são madeireiras, utilizadas pelos fazendeiros na construção<br />
civil, na construção de cercas e outros”, diz Iria.<br />
Além das madeireiras, a professora afirma que também<br />
foram selecionadas espécies de árvores frutíferas, de forma<br />
a conciliar ter acesso um retorno a este de conteúdo, curto e longo assine prazo para a o<br />
Para<br />
produtor rural.<br />
Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
A preparação<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
index.php/assinatura/<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
Para produzir as mudas, a equipe do Projeto Biomas<br />
começou uma coleta de sementes em agosto do ano passado.<br />
Ainda de acordo com a professora Iria, foram coletadas<br />
mais de 150 mil sementes para se chegar às 27 mil<br />
mudas. A partir de março deste ano, elas foram plantadas<br />
em tubetes de plástico 0800-600-2038<br />
e mantidas em um viveiro construído<br />
no campo experimental da Embrapa Pantanal, a fazenda<br />
Nhumirim, recebendo cuidados diários até a época<br />
adequada de plantio. “Todos os dias é preciso verificar se<br />
elas estão recebendo muita ou pouca água, por exemplo”,<br />
afirma o viveirista do projeto, Fábio de Jesus Lemos.<br />
Foto: Catia Urbanetz<br />
Entre as plantas cultivadas no viveiro existem guanandis,<br />
tarumãs, cumbarus, manduvis, aroeiras, jatobás,<br />
piúvas ou ipês roxos e várias outras espécies. De acordo<br />
com o engenheiro florestal Gustavo Ibarreche, as árvores<br />
que deram origem a essas mudas foram escolhidas com<br />
cuidado para assegurar a saúde das plantas. “Escolhemos<br />
árvores sadias, sem doenças, com sementes bem formadas.<br />
Sempre buscamos, no mínimo, dez matrizes diferen-<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine a<br />
Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
tes para assegurar a variabilidade genética”, diz Gustavo.<br />
Ao mesmo tempo em que as sementes eram coletadas,<br />
o<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
engenheiro conta que a equipe abria trincheiras para<br />
conhecer o solo index.php/assinatura/<br />
onde mudas seriam plantadas.<br />
Foto: Catia Urbanetz<br />
O assinatura@revistareferencia.com.br<br />
plantio<br />
Acompanhando a topografia dos 37 ha (hectares) que<br />
formam a área experimental 0800-600-2038 o primeiro plantio do Projeto<br />
no Pantanal foi feito ao longo de uma baía, atendendo às<br />
necessidades dos carandás, que gostam desse tipo de ambiente,<br />
segundo Catia.<br />
A coordenadora regional também conta que os pesquisadores<br />
do grupo desenvolveram uma técnica para<br />
fazer as sementes de carandá germinarem em apenas<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
67
SILVICULTURA<br />
Foto: Suzana Salis<br />
uma semana, em comparação ao período de dois a quatro<br />
meses necessários para esse processo. “Se as sementes<br />
plantadas tiverem sucesso em campo, recomendaremos<br />
o plantio direto de sementes, poupando os 12 meses necessários<br />
para a produção das mudas – o que diminuiria<br />
os custos do processo”, explica Catia.<br />
Os pesquisadores devem avaliar tanto o desempenho<br />
das sementes no campo quanto aos métodos de plantio. A<br />
professora Iria e a equipe do projeto estão testando vários<br />
espaçamentos entre as plantas, fazendo o plantio em parcelas<br />
de 15 x 15 m (metros) com distâncias entre as árvores<br />
de 2,5 x 2,5 m, 2 x 2 m, 1,5 x 1,5 m e 1 x 1 m. De acordo<br />
com Gustavo, as diferentes distâncias devem ajudar a medir<br />
fatores como taxa de crescimento das árvores, altura<br />
e características da madeira em condições variadas. “Nos<br />
diferentes tipos de densidade (quantidade de plantas por<br />
parcela), vamos ter uma resposta diferente da planta: ela<br />
vai crescer um pouco mais ou um pouco menos e a qualidade<br />
da madeira também deve variar”, observa.<br />
Expectativas<br />
De acordo com Catia, as conclusões dos estudos e<br />
técnicas de plantio desenvolvidas pelo Projeto Biomas serão<br />
transformadas em cartilhas e cursos online. Técnicos<br />
multiplicadores do Senar serão capacitados para divulgar<br />
essas informações aos produtores. Ela também diz que o<br />
plantio de árvores nativas nas propriedades poderá ter<br />
um impacto econômico muito positivo, já que um dos<br />
maiores custos para fazendas no Pantanal é a confecção<br />
de cercas – muitas das quais são feitas com a madeira das<br />
espécies estudadas pelo projeto.<br />
“Muitos fazendeiros utilizam o recurso natural madeireiro<br />
que já existe em suas propriedades, mas nunca<br />
o repõem. Um dia, ele poderá acabar”, ressalta Catia. Segundo<br />
Gustavo, “esse projeto mostra para o produtor que<br />
ele pode separar uma área para plantar árvores, usando a<br />
madeira para a manutenção da fazenda, de cercas, porteiras<br />
ou até para outras finalidades, como a comercialização<br />
do material.”<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
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68<br />
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Além dos aspectos econômicos, a pesquisa do Projeto<br />
deve favorecer ainda a preservação e a sustentabilidade<br />
Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
nas propriedades rurais pantaneiras. “Como o Projeto Biomas<br />
no Pantanal vai trabalhar exclusivamente com espécies<br />
nativas, várias dessas técnicas poderão ser aplicadas<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
em ações de recuperação<br />
index.php/assinatura/<br />
de vegetação para atender as<br />
exigências do novo Código <strong>Florestal</strong>”, aponta Catia. Ainda<br />
de acordo assinatura@revistareferencia.com.br<br />
com ela, a equipe deverá plantar mais 25 mil<br />
mudas de 30 espécies nativas a partir de janeiro de 2015,<br />
assim que começarem as chuvas.<br />
0800-600-2038<br />
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ARTIGO<br />
Eficiência nutricional<br />
em espécies florestais<br />
Raquel Oliveira Batista<br />
Engenheira agrônoma com mestrado em Recursos Hídricos e<br />
Ambientais e doutorado em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas<br />
Antonio Eduardo Furtini Neto<br />
doutor em Nutrição e Solos<br />
Fotos: Bruna Anair Souto Dias<br />
70<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Distribuição de diferentes materiais genéticos<br />
pela área plantada otimiza o uso de fertilizantes e<br />
corretivos do solo<br />
U<br />
ma das estratégias para a manutenção da sustentabilidade<br />
florestal é a seleção de genótipos<br />
de espécies florestais com alta eficiência no uso<br />
de nutrientes. Tal característica pode refletir na alocação<br />
dos materiais genéticos em locais com distintas disponibilidades<br />
de nutrientes, levando à adoção diferenciada da<br />
adubação e, consequentemente, obtendo um uso mais<br />
racional de fertilizantes e corretivos, além de proporcionar<br />
aumentos na produtividade.<br />
Um cenário comumente encontrado nas florestas<br />
plantadas no Brasil é o cultivo em solos com baixa fertilidade<br />
natural, o que exige a aplicação de altas doses<br />
de fertilizantes para a reposição dos nutrientes, visando<br />
garantir boas produtividades das plantações florestais.<br />
Informações a respeito dos mecanismos envolvidos na<br />
capacidade adaptativa de genótipos de interesse, principalmente<br />
em condições de baixa disponibilidade de nutrientes<br />
no solo, podem fornecer subsídios para o setor<br />
florestal selecionar aqueles que aproveitam melhor os<br />
nutrientes já existentes ou aplicados via fertilização e ou<br />
correção do solo.<br />
Em geral, a eficiência nutricional expressa a capacidade<br />
que a planta possui em absorver, translocar e utilizar<br />
os nutrientes disponíveis na solução. Segundo Swiader;<br />
Chyan e Freiji (1994) a eficiência de absorção de nutrientes<br />
expressa a quantidade de nutriente absorvido por unidade<br />
de massa seca do sistema radicular. Para Li; Mckeand<br />
e Allen (1991) a eficiência de translocação de nutrientes<br />
reflete a quantidade de elemento absorvido que foi transportado<br />
para a parte aérea. E, de acordo com Clarkson e<br />
Hanson (1980) a eficiência de utilização expressa a capacidade<br />
de empregar os nutrientes na síntese da biomassa.<br />
A eficiência nutricional, segundo Fageria (1998), pode<br />
ser afetada por diversos fatores, tais como os relacionados<br />
com o clima (temperatura, radiação solar e precipitação),<br />
com o solo (pH, teor de matéria orgânica, toxidez<br />
de alumínio, deficiências de nutrientes, salinidade, etc.) e<br />
com a planta (crescimento do sistema radicular, fixação de<br />
nitrogênio, micorrizas, alelopatia, doenças, pragas e plantas<br />
daninhas). Diversos mecanismos fisiológicos e morfo-<br />
lógicos estão envolvidos na resposta ao uso eficiente de<br />
nutrientes pela planta, tais como alta taxa de fotossíntese,<br />
sistema radicular eficiente, alta relação entre raízes e parte<br />
aérea e manutenção normal do metabolismo com baixo<br />
teor de nutrientes nos tecidos (Fageria e Baligar, 1993).<br />
Verifica-se na literatura específica que a eficiência<br />
nutricional é variável entre os genótipos das plantas. Diferenças<br />
no aproveitamento de nutrientes são enfatizadas<br />
em alguns estudos com espécies florestais tais como<br />
eucalipto (Furtini Netoet al., 1996; Limaet al., 2005; Pinto<br />
et al., 2011) e cedro australiano (Batista, <strong>2014</strong>). É comum<br />
visualizar no campo comportamentos diferenciados de<br />
genótipos sob as mesmas condições de cultivo, quanto<br />
ao crescimento vegetativo. Uma possível explicação pode<br />
estar, provavelmente, relacionada com a existência de<br />
mecanismos mais apurados presentes nos materiais genéticos<br />
mais eficientes nutricionalmente, quando comparados<br />
com os menos eficientes no aproveitamento de<br />
nutrientes.<br />
Cada espécie ou genótipo de espécies florestais possui<br />
suas particularidades quanto às exigências nutricionais.<br />
O eucalipto, por exemplo, é uma cultura que se adapta<br />
a baixos níveis de fertilidade do solo, além de ser pouco<br />
sensível a acidez do solo, tolerando altos níveis de Al e Mn<br />
(Novais; Barros; Neves, 1990), embora responda positivamente<br />
quando nutrientes são fornecidos e a correção do<br />
solo efetuada de maneira correta. Por outro lado, o cedro<br />
australiano é uma espécie mais exigente em nutrientes e<br />
não cresce bem em solos ácidos (Benattiet al., 2012; Braga,<br />
2011). Portanto, existe a necessidade de atenção no<br />
fornecimento dos nutrientes para cada cultura em quantidades<br />
adequadas, para garantir o seu equilíbrio nutricional<br />
e não comprometer o potencial produtivo, visto que<br />
é comum a utilização de fórmulas NPK + micronutrientes<br />
preestabelecidas para o cultivo de essências florestais,<br />
sem levar em consideração às necessidades individuais<br />
em relação à demanda nutricional de cada espécie.<br />
A avaliação de índices de eficiência nutricional, tais<br />
como as EA (eficiências de absorção) e de EU (utilização),<br />
permitem distinguir os materiais genéticos mais efi-<br />
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<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
71
ARTIGO<br />
cançar uma rentabilidade desejada aos empreendedores<br />
do setor florestal.<br />
Já para os genótipos pertencentes ao grupo com alta<br />
eficiência de absorção associada à baixa produção de<br />
biomassa, pode-se sugerir um possível consumo de luxo<br />
de nutrientes (Furtini Neto et al., 1996), quando ocorre<br />
proporcionalmente maior exportação de nutrientes por<br />
unidade de biomassa produzida com a colheita da madeira,<br />
causando a ocorrência do esgotamento da fertilidade<br />
do solo e prejudicando a sustentabilidade da produção<br />
florestal. O comportamento nutricional das plantas deste<br />
grupo e do grupo inferior nutricionalmente evidencia<br />
a necessidade de maior atenção e investimento em relação<br />
ao uso de corretivos e fertilizantes, principalmente na<br />
fase de implantação da floresta. No entanto, vale ressaltar<br />
que o maior investimento na fertilização das plantas desse<br />
grupo intermediário pode ser justificado, devido à sua alta<br />
taxa de recuperação de nutrientes, o que pode refletir em<br />
uma resposta produtiva.<br />
Diante dessas considerações, verifica-se que o cultivo<br />
de genótipos com alta eficiência nutricional é uma estratégia<br />
interessante para um melhor aproveitamento dos<br />
nutrientes disponíveis no solo, podendo proporcionar um<br />
retorno atrativo às empresas florestais e aos empreendedores<br />
do setor, em função do melhor ganho de biomassa<br />
por unidade de nutriente absorvido, reduzindo assim, os<br />
custos com fertilizantes e corretivos, sem comprometer a<br />
produtividade e, ainda, minimizando possíveis impactos<br />
ambientais.<br />
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72<br />
cientes no aproveitamento de nutrientes sob diferentes<br />
condições de disponibilidade no solo, separando-os em<br />
grupos distintos: um grupo, considerado superior nutricionalmente,<br />
é representado por plantas que apresentam<br />
respostas produtivas tanto em baixa quanto em alta disponibilidade<br />
de nutrientes no solo (altas EA e EU); dois<br />
grupos intermediários, sendo um composto por plantas<br />
que produzem bem sob condições de baixa fertilidade,<br />
porém quando se aduba, estas não respondem (baixa EA<br />
e alta EU); e o outro representado por plantas que produzem<br />
mal sob condições de baixa fertilidade, mas quando<br />
realiza a adubação, estas apresentam respostas produtivas<br />
(alta EA e baixa EU) e, por último, um grupo inferior<br />
nutricionalmente, sendo composto por plantas que produzem<br />
mal tanto em baixa quanto em alta fertilidade do<br />
solo (baixas EA e EU) (Batista, <strong>2014</strong>).<br />
O grupo superior composto por genótipos de espécies<br />
florestais que apresentam maior eficiência na absorção e<br />
na utilização de nutrientes e o grupo intermediário representado<br />
por plantas com baixa eficiência de absorção e<br />
alta de utilização, sugerem menor exigência em adubações<br />
em relação aos demais grupos, uma vez que possuem<br />
alta eficiência em converter os nutrientes para produção<br />
de biomassa. Em adição, a elevada eficiência de utilização<br />
de nutrientes, reduz proporcionalmente a exportação de<br />
nutrientes por unidade de biomassa de lenho removida<br />
da área durante a exploração florestal, contribuindo para<br />
a manutenção da sustentabilidade da produção florestal.<br />
Geralmente, esses materiais genéticos são alvos para alwww.referenciaflorestal.com.br
REFERÊNCIAS<br />
Batista, R. O.Cinética de absorção de nutrientes, morfologia<br />
radicular e eficiência nutricional de clones de cedro australiano.<br />
<strong>2014</strong>. 104 p. Tese (Doutorado em Fertilidade do Solo e<br />
Nutrição Mineral de Plantas) - Universidade Federal de Lavras,<br />
Lavras, <strong>2014</strong>.<br />
Disco de corte para Feller<br />
• Discos de corte com encaixe para<br />
utilização de até 18 ferramentas<br />
• Diâmetro externo e encaixe central<br />
de acordo com o padrão da máquina<br />
Benatti, B. P. et al. Development of clonal matrices of australian<br />
red cedar indifferent substrates under fertilizer doses.<br />
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 36, n. 3, p. 285-293, maio/<br />
jun. 2012.<br />
Braga, M. M. Crescimento e qualidade de mudas de cedro<br />
australiano (Toonaciliata M. Roem var.australis) em função da<br />
aplicação de calcário e enxofre. 2011. 81 p. Dissertação (Mestrado<br />
em Fertilidade do Solo e Nutrição Mineral de Plantas) -<br />
Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2011.<br />
Clarkson, D. T.; Hanson, J. B.The mineral nutrition of higher<br />
plants.AnnualReviewofPlantPhysiology, Palo Alto, v. 31, p. 239-<br />
298, 1980.<br />
Detalhe de encaixe para<br />
ferramentas de 4 lados<br />
• Discos de corte para Feller<br />
conforme modelo ou amostra<br />
• Discos especiais<br />
• Pistões hidráulicos<br />
(fabricação e reforma)<br />
• Usinagem de médio e grande porte<br />
Fageria, N.K. Otimização da eficiência nutricional na produção<br />
das culturas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e<br />
Ambiental, Campina Grande, v. 2, n.1, p. 6-16, 1998.<br />
Av. Marginal Francisco D’Antonio, 337<br />
Água Vermelha - Sertãozinho - SP<br />
Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650<br />
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D’Antonio Equipamentos<br />
Mecânicos e Industriais Ltda<br />
Fageria, N.k.; Baligar, V.c. Screening crop genotypes for<br />
mineral stresses. In: Workshop on Adaptation of Plants to Soil<br />
Stresses, 1993, Lincoln. Proceedings... Lincoln: Universityof Nebraska,<br />
1993. p.142- 159.<br />
Furtini Neto, A. E.; Barros, N. F.; Godoy, M. F.; Novais, R. F.<br />
Eficiência nutricional de mudas de Eucalyptusem relação a fósforo.<br />
RevistaÁrvore, Viçosa, v. 20, n.1, p. 17-28, 1996.<br />
LI, B.; McKeand, S. E.; Allen, H. L. Genetic variation in nitrogen<br />
use efficiency of loblolly pine seedlings.Forest Science,<br />
Bethesda, v. 37, n.2, p. 613-626, 1991.<br />
Lima, A. M. N.; Neves, J. C. L.; Silva, I. R. Leite, F. P. Cinética<br />
de absorção e eficiência nutricional de K, Ca e Mg em plantas<br />
jovens de quatro clones de eucalipto. Revista Brasileira de Ciência<br />
do Solo, Viçosa, v. 29, n. 6, p. 903-909, 2005.<br />
Novais, R. F.; Barros, N. E.; Neves, j. C. L. Nutrição mineral<br />
do eucalipto. In: BARROS, N. F.; Novais, R. E. (Ed.).Relação solo-<br />
-eucalipto. Viçosa, MG: Folha de Viçosa, 1990. p. 25-98.<br />
Pinto, S.I. do C.; Furtini Neto, A. E.; Neves, J. C. L.; Faquin,<br />
V.; Moretti, B. da S. Eficiência nutricional de clones de eucalipto<br />
na fase de mudas cultivados em solução nutritiva. Revista Brasileira<br />
de Ciência do Solo, Viçosa, v. 35, n. 2, p. 523-533, 2011.
LEGISLAÇÃO<br />
Reserva Legal é<br />
comercial<br />
Foto: divulgação Araupel<br />
Mudanças no Novo Código <strong>Florestal</strong> abrem<br />
oportunidades para os produtores que utilizarem de<br />
forma econômica áreas antes intocáveis<br />
Fotos: divulgação<br />
74<br />
www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
Novo Código <strong>Florestal</strong> foi sancionado em<br />
maio de 2012. Mas na prática somente<br />
agora certas regulamentações estão sendo<br />
finalmente concluídas. Isso talvez explique o desconhecimento<br />
da maioria dos produtores florestais em<br />
relação às oportunidades que a nova legislação apresenta.<br />
Entre elas está o uso comercial que é previsto<br />
pela lei da RL (Reserva Legal).<br />
A intenção do Novo Código <strong>Florestal</strong> era ser o<br />
marco legal com atualizações que acompanhassem<br />
a evolução da agricultura e do setor florestal. Assim<br />
seria possível rever regras que foram baseadas em<br />
conceitos definidos há mais de 50 anos e trazê-los<br />
para a realidade de hoje. Um destes pontos que<br />
avançaram, mas que está passando desapercebido<br />
por muitos gestores de florestas, são os avanços na<br />
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0800-600-2038<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
75
LEGISLAÇÃO<br />
“Hoje é possível explorar<br />
50% das áreas de<br />
Reserva Legal com<br />
espécies exóticas e 50%<br />
com espécies nativas”<br />
76<br />
www.referenciaflorestal.com.br
lei que permitem usar áreas que antes deviam permanecer<br />
intocáveis. “Mudanças em relação à exploração<br />
ecológica da RL. Hoje é possível explorar 50%<br />
destas áreas com espécies exóticas e 50% com espécies<br />
nativas. Isso legaliza o ecológico das reservas<br />
legais, além de que os produtores podem fazer uso<br />
<strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong>.<br />
da madeira legal que antes não era possível”, explica<br />
a engenheira agrônoma, Mary Silvia Ferro. Para isso<br />
basta realizar o manejo sustentável.<br />
De acordo<br />
index.php/assinatura/<br />
com a engenheira, que ministra palestras<br />
sobre o tema em diversas regiões do país, a<br />
legislação assinatura@revistareferencia.com.br<br />
amplia o uso econômico da propriedade.<br />
Agora o produtor pode recuperar parte da área de<br />
RL com espécies 0800-600-2038<br />
florestais comerciais, desde que<br />
intercalada com espécies nativas, evitando assim<br />
a monocultura. “A legalização das propriedades<br />
rurais hoje é um bom negócio. Ao legalizar, o pro-<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine a Revista<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/ref/<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2014</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
77
LEGISLAÇÃO<br />
dutor consegue explorar áreas que até então<br />
não poderia, diversificar o negócio, ele só tem<br />
vantagens, pois melhora o sistema produtivo e<br />
também o manejo de pragas. É importante que o<br />
produtor deixe de ver as áreas ambientais como<br />
inimigas dos negócios e sim como aliada”, destaca<br />
Mary.<br />
Para ter acesso a este conteúdo, assine<br />
Chega a Revista de <strong>Referência</strong> interferências <strong>Florestal</strong>.<br />
Antes das mudanças que o Novo Código <strong>Florestal</strong><br />
possibilitou era praticamente proibido o<br />
http://www.referenciaflorestal.com.br/<br />
uso destas áreas como exploração econômica.<br />
ref/index.php/assinatura/<br />
Segundo Mary, em 2008, com um novo decreto<br />
estadual foi permitido o uso das RL no Paraná<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
e partir daí surgiram os primeiros projetos. No<br />
entanto, segundo ela, a lei não deixava explícita<br />
a percentagem 0800-600-2038<br />
de exploração. “Na época os produtores<br />
não fizeram este uso porque a lei não<br />
permitia, porém com este código virando lei,<br />
isso mudou. O que não era muito amparado pela<br />
lei, atualmente está mais claro proporcionando<br />
maior segurança aos produtores”, comenta.<br />
Segundo a engenheira agrônoma não há limitações<br />
para o uso destas áreas, o que deve<br />
“A ideia de que na<br />
medida em que se<br />
planta não tem mais<br />
uso é um erro. Quando<br />
o produtor declara<br />
ao órgão ambiental o<br />
uso de árvore nativa é<br />
possível explorar”<br />
78<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ser feito é desmistificar a visão de que ao plantar o<br />
produtor perde a possibilidade de uso ou corte. “A<br />
ideia de que na medida em que se planta não tem<br />
mais uso é um erro. Quando o produtor declara ao<br />
órgão ambiental o uso de árvore nativa é possível<br />
explorar”, ressalta. Além disso, ela destaca que existe<br />
um mercado imenso de árvore nativa no Brasil.<br />
“Tem demanda por produtos florestais nativos enormes,<br />
isso tudo pode ser explorado dentro da reserva<br />
legal”, frisa.<br />
Para os empresários florestais que desejam potencializar<br />
o uso destas áreas de maneira legal, Mary<br />
orienta: “o primeiro passo é aderir ao CAR (Cadastro<br />
Ambiental Rural). A exploração ecológica tem que<br />
partir da legalidade. A partir disso, recomendo fazer<br />
um levantamento, mapeamento das áreas para<br />
saber o melhor local para essa RL. E para finalizar,<br />
recomendo fazer um projeto bem embasado no<br />
mercado, adequando à realidade local de cada um”,<br />
pontua.<br />
Falta de conhecimento<br />
ainda é problema<br />
Com um prazo final até dia 05 de maio de 2015<br />
para se cadastrar no CAR, os proprietários de terra<br />
ainda encontram dificuldades na hora de preencher<br />
as informações no sistema e por consequência otimizar<br />
o uso da floresta. “A grande dificuldade agora<br />
está ligada à legislação. Os produtores não entendem<br />
ainda o quanto devem deixar de áreas, a maneira<br />
eficaz de utilizar o sistema, o que e como declarar<br />
a área na hora do cadastramento”, comenta a<br />
engenheira agrônoma.<br />
Ela recomenda procurar ajuda nos órgãos mais<br />
próximos. “O pequeno produtor pode procurar os<br />
sindicatos rurais, associações e cooperativas para esclarecer<br />
todas as dúvidas. Já aos grandes, o melhor<br />
caminho é a contratação de um especialista na área,<br />
engenheiro agrônomo para ajudar nas principais dúvidas,<br />
pois dificilmente o produtor consegue fazer<br />
isso sem alguma ajuda”, reforça.<br />
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assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800-600-2038<br />
Representación para Sudamérica<br />
Av. Dos de Mayo 516, Torre B Oficina 301<br />
Miraflores | Lima 18 | Perú<br />
Fone: (511) 253 - 6253<br />
E-mail:fbegazo@serrasudamerica.com<br />
www.serrasudamerica.com
COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Fernando Castanheira Neto<br />
MsC engenheiro florestal e assessor da Secretaria de<br />
Assuntos Estratégicos da Presidência da República<br />
Contato: fernando.castanheira@presidencia.gov.br<br />
Cada um no seu quadrado<br />
Ministério da Agricultura passa a ser referência para a defesa da produção<br />
florestal<br />
T<br />
enho ouvido críticas sobre os resultados pouco concretos<br />
da anunciada política para florestas plantadas<br />
e sua governança ser estabelecida ao Ministério da<br />
Agricultura.<br />
Ter ideias todos têm, o tempo todo. O difícil é concretizá-las.<br />
Essa dificuldade se potencializa quando se trata de<br />
propostas que envolvem interesses difusos e contraditórios,<br />
como é o caso da política para florestas plantadas. É importante<br />
que se tenha em mente que esse é um processo.<br />
O fato foi de que houve vontade política e um real envolvimento<br />
do Ministério da Agricultura na tomada de decisão<br />
e que esse processo vem se consolidando de maneira a criar<br />
uma estrutura perene dentro do ministério, criando uma lógica<br />
política e operacional que dê consequências às decisões<br />
políticas tomadas.<br />
O Ministério da Agricultura possui os principais instrumentos<br />
de fomento a atividades produtivas rurais, o que é<br />
muito importante e o setor de florestas plantadas tem que<br />
beber muito mais nessa fonte. Mas não é só isso, ele passa a<br />
ser a referência também para a defesa da produção, um contrapeso,<br />
tão necessário em tempos de crescentes restrições<br />
ao desenvolvimento setorial.<br />
Reforçar ações de fomento e proteção a esse setor atente<br />
a uma realidade estratégica para o país. Florestas plantadas<br />
respondem como a principal fonte de matéria-prima principal<br />
para abastecimento dos parques consumidores, em contraposição<br />
à participação cada vez menor das florestas nativas<br />
(Figura 1).<br />
Esse processo não diminui a importância do MMA (Ministério<br />
do Meio Ambiente), pois sua atuação focada no<br />
comando e controle tem efeitos positivos sobre o setor. Por<br />
exemplo, as ações de combate ao desmatamento provocaram<br />
a redução drástica da oferta de matéria-prima nativa<br />
que tinham origem ilegal ao mercado, notadamente proveniente<br />
da Amazônia, o que traz benefícios ao meio ambiente,<br />
mas também gera oportunidades para atividades legais, já<br />
que os mercados continuam demandando produtos florestais,<br />
e os dados mostram que as florestas plantadas vêm ocupando<br />
esse espaço.<br />
É fundamental que se supere essa discussão o mais rápido<br />
possível, pois é preciso avançar na construção da governança<br />
interna do Ministério da Agricultura, na elaboração<br />
de um plano de trabalho e na construção de uma agenda de<br />
desenvolvimento e integração com outras políticas, principalmente<br />
aquelas vinculadas à indústria e comércio, pois em<br />
última análise, é justamente o mercado que gera demanda<br />
para se explorar florestas.<br />
Vamos combinar, se cada órgão fizer bem o que lhe é a<br />
atribuição principal, temos mais chances de avançar. Cada<br />
um no seu quadrado.<br />
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assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800-600-2038<br />
Figura 1. Participação das florestas plantadas e do extrativismo vegetal na<br />
produção de madeira em tora, carvão vegetal e lenha no Brasil – 2011-2012 (em %)<br />
Fonte: SAE (<strong>2014</strong>) apud Ibge (2013), disponível em www.sae.gov.br/site/?p=24857<br />
80<br />
www.referenciaflorestal.com.br
AGENDA<br />
outubro<br />
october<br />
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22 a 23<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
V Fenafor- Feira Internacional de Maquinarias,<br />
Equipamentos, Insumos e Serviços para a Indústria<br />
Madeireira, Moveleira, Carpintaria e de Painéis<br />
23 a 25<br />
Lima- Perú<br />
www.fenafor.com<br />
Conferência sobre a Indústria & Exportação<br />
de Produtos de Madeira<br />
27<br />
Curitiba (PR)<br />
www.woodmarkets.com/conference/conferences-brazil/<br />
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Torno Laminador Hidráulico,<br />
Talha Elétrica,<br />
Guilhotinas Automáticas,<br />
Afiadeiras, Correião,<br />
Destopador de Toras,<br />
Guilhotinas de Topo e Pacote,<br />
Centrador de Toras.<br />
CENTRADOR<br />
DE TORAS<br />
Fabricado nos modelos 3.300<br />
2.800 - 1.800 e 1.400mm<br />
(47) 3386 1246 | 3386 <strong>156</strong>9<br />
Rod. SC Km 6,5 - 89121-000<br />
RIO DOS CEDROS - SC<br />
E-mail: hbmaquinas@terra.com.br<br />
www.hbmaquinasindustriais.com.br<br />
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30 a 31<br />
San Ramón de la Nueva Orán, Salta<br />
www.ambienteforestalnoa.org.ar/userfiles/<br />
novedades/142/Primera%20Circular.pdf<br />
Madeira <strong>2014</strong><br />
30 a 31<br />
Rio de Janeiro (RJ)<br />
www.congressomadeira.com.br<br />
Indústria e Comércio de Máquinas<br />
www.himev.com<br />
DESTAQUE<br />
Madeira <strong>2014</strong><br />
30 e 31<br />
Rio de Janeiro- RJ<br />
www.congressomadeira.com.br<br />
Promovido pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia,<br />
o Madeira <strong>2014</strong> (VII Congresso Internacional de Desenvolvimento<br />
Econômico Sustentável da Indústria de Base <strong>Florestal</strong> e<br />
Geração de Energia) terá como tema central “a competitividade<br />
do setor de base florestal no mercado internacional”. O evento,<br />
que acontece nos dias 30 e 31 de outubro no Rio de Janeiro<br />
(RJ), visa debater, questionar e buscar o entendimento do porquê<br />
do Brasil não ter ainda um posicionamento destacado de<br />
liderança na maior parte dos mercados de produtos florestais<br />
no mundo. O congresso contará com a participação de dirigentes<br />
das principais organizações nacionais e internacionais<br />
ligadas ao setor florestal, além da participação de professores,<br />
estudantes, pesquisadores e representantes de empresas.<br />
Substituir as tradicionais queimadas,<br />
é o objetivo dos trituradores Ecotritus<br />
da Himev. Sua construção robusta está<br />
preparada para trabalhos intensivos em<br />
grandes extensões e permite manter<br />
uma operação contínua por longos<br />
períodos de tempo.<br />
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excelência em<br />
terceirização<br />
Foto: divulgação<br />
Por Fernando Aguirre<br />
sócio da área de consultoria da Kpmg no Brasil<br />
A<br />
pesar dos entraves burocráticos e do gargalo de infraestrutura<br />
que desafiam o crescimento da oferta<br />
de serviços prestados por terceirizados no mundo,<br />
países da América Latina têm conseguido driblar esses problemas<br />
e se destacar nesse mercado. Pelo menos oito deles<br />
aparecem na lista dos 50 melhores fornecedores em Terceirização<br />
do Processo de Negócios (Business Process Outsourcing,<br />
da sigla em inglês BPO) e em Terceirização da Tecnologia<br />
da Informação (Information Technology Outsourcing, da<br />
sigla ITO), de acordo com uma pesquisa realizada pela Kpmg.<br />
O Brasil lidera o mercado de BPO na América do Sul. Esse<br />
resultado pode ser atribuído ao comportamento da nossa<br />
economia (apesar de estagnada), estabilidade política, além<br />
do fato de o país receber as maiores empresas de TI do mundo<br />
atraídas pela oferta de infraestrutura de telecomunicações<br />
e disponibilidade de mão de obra especializada.<br />
Vale lembrar que a qualificação profissional é uma exigência<br />
cada vez maior do mercado, especialmente, para<br />
serviços de BPO. Para driblar a dificuldade, as empresas estão<br />
investindo em parcerias com universidades. O objetivo<br />
é fornecer às instituições de ensino, acesso à tecnologia e<br />
software. Em troca, o mercado recebe pessoal treinado e<br />
preparado para enfrentar o dia a dia.<br />
Precisamos destacar também que, com a crise financeira<br />
de 2008, a América Latina surgiu como uma importante<br />
alternativa aos centros de terceirização da Índia, China e<br />
Malásia e vem ganhando força desde então. E neste cenário,<br />
o Brasil passou de um país chamado de terceiro mundo<br />
para se tornar uma potência econômica e polo mundial para<br />
serviços de outsourcing, impulsionado por fatores como a<br />
proximidade territorial e fuso horário semelhante ao dos<br />
EUA (Estados Unidos da América), a afinidade cultural, o<br />
crescimento econômico com uma série de fusões e aquisições<br />
de empresas e, consequentemente, a consolidação e<br />
padronização de sistemas e processos. Embora o panorama<br />
seja favorável, o Brasil enfrenta alguns entraves para o desenvolvimento<br />
do mercado de terceirização, entre eles, o<br />
alto custo de mão de obra, além da legislação e estrutura<br />
tributária complexas, sendo considerado o mercado mais<br />
caro da América Latina para se fazer negócios.<br />
Para fazer frente à concorrência na indústria de terceirização,<br />
as empresas brasileiras ainda têm um longo e promissor<br />
caminho a percorrer. Maior flexibilidade, inovação e serviços<br />
de valor agregado podem ser as peças chaves para elas<br />
se manterem competitivas nesse mercado tão disputado.<br />
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