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80<br />

rio de janeiro<br />

por Fábio de Seixas Guimarães<br />

Olá ! Pode parar aqui...<br />

este texto é para Você !!!<br />

Eu estive pensando em você,<br />

mais diretamente, durante<br />

esses últimos 3 anos e meio,<br />

sabia ?<br />

Eu estava pensando em<br />

você, antes mesmo do meu nascimento.<br />

Tinha ideia disso ? Nasci, tendo uma avó<br />

cega, um primo com poliomielite e uma<br />

prima com deficiência mental (denominação<br />

da época).<br />

Eu continuo pensando em você enquanto<br />

escrevo este artigo. Sim, porque<br />

esta matéria que está lendo precisava ser<br />

escrita, revisada, enviada para a redação da<br />

revista e só depois de impressa viria para<br />

sua casa ou instituição ou empresa onde<br />

você, agora, possa estar lendo.<br />

Parece confuso, eu sei, porque é confuso<br />

para mim também estar do lado de cá,<br />

imaginando o que possa ser atrativo para<br />

você do outro lado. Somos diferentes e,<br />

por vezes tão iguais em nossas atitudes,<br />

que é preciso brincar com as palavras para<br />

que elas tenham algum sentido para nós<br />

dois e para TODOS.<br />

Mais um ano chega ao fim. Mais um 3<br />

de dezembro – Dia Internacional da Pessoa<br />

com Deficiência – que passou batido<br />

para muitos. Talvez até mesmo para você.<br />

Mais uma data significativa que mostrou o<br />

quanto insignificante seremos, se estivermos<br />

separados. Eu de você e, nós dos outros.<br />

Deborah fala da femininidade<br />

e da mulher com deficiencia<br />

Daí, para lembrar da NOSSA importância<br />

nesta vida que, no dia 30 de novembro,<br />

fizemos o Evento “Acessibilidade e<br />

Superação Pós Mega Eventos”, no Espaço<br />

Ideal, no Centro do Rio de Janeiro/RJ.<br />

A Copa 2014 passou, Rio 2016 passou,<br />

mas não podem passar os debates e reflexões<br />

sobre o legado de acessibilidade<br />

que qualquer evento precise deixar para<br />

que todas as Cidades sejam Maravilhosas<br />

e, que sejam Maravilhosas para TODOS.<br />

Para não cair na mesmice, de que “Ah!<br />

Mas já melhorou muito” ou “O problema<br />

continua nas calçadas...”, ou “Se os ônibus<br />

tivessem elevadores decentes...” ou “Bla,<br />

bla, bla...” convidamos pessoas de diferentes<br />

“tribos’’.<br />

Amaury Messias, interprete de LIBRAS<br />

(Língua Brasileira de Sinais) e eu – Fábio<br />

Guimarães – abrimos o evento.<br />

Gente chamada de “Deficiente”, gente<br />

que contrata pessoas ditas “deficientes”,<br />

gente que prepara pessoas para o mercado<br />

de trabalho, gente que trabalha com turismo<br />

adaptado, gente que faz evento para<br />

gente etc. Resumindo, juntamos “gente<br />

com gente” e deu no que deu. Falamos<br />

de um tudo. Falamos da vida.<br />

Daí você vem com essa: “Mas eu não<br />

estava lá.”<br />

Você (Pessoa) era a protagonista. Nós<br />

nos reunimos por sua causa. – “Mas, eu<br />

não sou deficiente”, você pode dizer.<br />

E eu te respondo com uma pergunta:<br />

Precisa ser “deficiente” para se ter acessibilidade<br />

ou, sem acessibilidade, TODOS<br />

somos “deficientes” ? Ao menos é isso<br />

que entendi que a Lei Brasileira de Inclusão<br />

– LBI - diz.<br />

Com o curta metragem “Como seria ?”,<br />

onde o Jornalista e Cineasta Daniel Gon-<br />

Messias conta um pouco<br />

de sua história

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