Acordos e Trapaças

Acordos & Trapaças

Ao retornarem de uma festa a fantasia
Ítalo Reis e sua prima Raísa Reis, foram
apanhados por uma sonda extradimensional,
que lhes revelou a iminência de um
futuro terrível.
A nave estelar, que há poucos anos caíra
na região litorânea do estado do Ceará, seria
o estopim de grandes catástrofes, causadas
por algo que ela carregava em suas entranhas
alienígenas. Era preciso haver um
guardião para assegurar um futuro melhor.
A sonda dimensional, denominada
C.O.D.A. (Central de Oclusão Dimensional
e Ataque) Ligou-se a Ítalo e Raísa, colocando
à disposição deles um vasto arsenal
com tecno logia superior, até mesmo àquela
encontrada na nave estelar acidentada.
Raísa assumiu o posto tático e o codinome
Radar e com ajuda da tecnologia extradimensional
criou diversos dispositivos
e sistemas cibernéticos, que permitiriam
a um agente ter total liberdade de ação.
Autorizações oficiais, capital, informação
sigilosa - tudo o que for necessário para
assegurar a missão está à disposição deles.
A C.O.D.A. criou uma vestimenta,
inspirada na fantasia que Ítalo usava
quando o viu pela primeira vez e armou-a
com habilidades especiais e um imenso
arsenal complementar, que pode ser teletransportado
e acionado, de acordo com
necessidades específicas.
Ítalo assumiu o posto de agente de
campo e o codinome Fantasma Escarlate.
Buscando evitar um futuro de caos e
destruição juntos, esses jovens heróis vão
travar uma batalha infindável contra um
futuro aterrorizante.
Editores: Fernando Lima & JJ Marreiro
Jornalista Responsável: Fernando Lima (CE02035JP)
Publicidade e Marketing: JJ Marreiro
Data da edição: Março de 2016
Contato: heroiz@armagem.com
Correspondência: Avenida Treze de Maio, 1096 - Sala 106
CEP: 60040-530 - Fortaleza - CE
PAra ler, gratuitamente,
aventuras anteriores do
Fantasma Escarlate, visite
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106 Editorial
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Referências
e Deferência
Há referências muito fáceis de se perceber
nas aventuras do Fantasma Escarlate.
Não há só elementos dos Comics americanos
clássicos, mas também dos Tokusatsu
japonêses, tipo os equipamentos especiais,
que são transportados para o usuário no
momento em que são necessários.
Mas há outras referências, bem mais
sutis, que permeiam a estrutura das HQs
do personagem. Os desenhos animados
da Hanna-Barbera, produzidos no final
da Década de 1960, são uma forte fonte
de inspiração. Os roteiros simples e extremamente
efetivos das aventuras de heróis
como o Homem-Passaro, Mightor, Herculóides,
Frankenstein Jr. e, é claro, Space
Ghost, são uma verdadeira aula na composição
de aventuras curtas.
A estrutura das animações, que
previa uma duração máxima de nove
minutos por episódio, é um correlato
perfeito para as histórias de quatro
páginas do Fantasma Escarlate.
Essas séries utilizavam uma fórmula
constante para criar os roteiros
de cada episódio. Assim, variando os
antagonistas e alguns poucos elementos,
tinha-se inúmeras histórias para
ser contadas.
Essa forma de produção de roteiros
é muito criticada pelos escritores
“sérios”, pois, sem dúvida parece ser
uma forma preguiçosa de se fazer as
coisas e o resultado final acaba ficando
sempre parecido e previsível.
Você sabe que o planeta dos Herculóides
será atacado por algum invasor
alienígena, e que depois de algum conflito,
o vilão será derrotado por Zandor
e sua família, com a ajuda dos bichos de
estimação mais irados da galáxia. É de
se esperar que o Homem-Passaro fique
sem energia e, no último momento, banhe-se
nos raios solares, recuperando
seus poderes para, então, derrotar o inimigo
da vez.
Só por que você sabe o que vai
acontecer, todavia, não quer dizer que
não seja divertido. Além disso, a escrita
formuláica é uma ferramenta de produção
deliciosamente maleável. Se o autor
conhecer bem sua fórmula e souber
o ponto certo de subverter o conceito,
pode gerar resultados surpreendentes.
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Os quadrinhos de aventura da Disney
também têm um certo peso na elaboração
dos roteiros das Aventuras do Fantasma
Escarlate, principalmente o material
produzido pela Disney Itália. Os trabalhos
geniais produzidos por esses mestres
do quadrinho inspiram um elemento de
bom-humor e até mesmo influenciam o
design de alguns personagens.
Uma das características que não
deve se perder nos quadrinhos do Fantasma
Escarlate é a de não se levar a sério
demais. Parte do esforço de resgate
da ideia dos quadrinhos clássicos, que é
uma marca nas publicações do Laboratório
Espacial, é lembrar que quadrinho
é uma forma de entretenimento e não é
crime ler, produzir ou gostar de uma HQ
descompromissada e divertida. Nem
tudo tem que ser profundo e revelador.
Especificamente nas HQs que compõem
a aventura “Acordos e Trapaças”, há
uma referência aos quadrinhos da Harvey
Comics. Nas revistinhas do Gasparzinho,
Brasinha, Bolota, Riquinho e de
tantos outros personagens, publicados
no Brasil durante muito tempo pela Editora
Vecchi, era muito comum termos
aventuras divididas em várias partes,
mas que continuavam na mesma edição.
Essa foi uma forma interessante de
manter a estrutura de HQs de quatro
páginas do Fantasma Escarlate, mas,
simultaneamente, criar uma história
maior, e ainda poder usar o subterfúgio
do cliffhanger sem penalizar o leitor com
uma história incompleta. Para quem
desconhece o termo — cliffhanger — é
um recurso de roteiro utilizado em ficção,
que se caracteriza pela exposição do
personagem a uma situação limite. Geralmente
utilizado para prender a atenção
da audiência e, em casos de séries ou
seriados, fazê-la retornar para testemunhar
a conclusão dos acontecimentos.
Cliffhangers eram muito populares
nos seriados produzidos dos anos 1910
aos 1950 — quando o cinema ocupava o
mercado agora preenchido pela televisão
— e a grande maioria deles terminava seus
capítulos com este recurso, assegurando o
retorno da audiência para o próximo episódio.
Não é a toa que esses seriados de
aventura também são uma inspiração nas
Aventuras do Fantasma Escarlate, a começar
pelo título e design da fonte, que buscaram
nesses clássicos sua identidade visual.
arte de Lancelott Martins - https://www.facebook.com/catalogador
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Making Of
A nave dos Farek foi criada em um
programa de modelagem 3D para
poder ser reutilizada em diversos
pontos da história acelerando o
porcesso de produção.
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Making Of
Assim como a parte externa, o interior
da nave Farek foi todo criado em
3d, permitindo que fosse visualizado
de diferentes ângulos.
Uma ótima forma de manter
a consistência no desenho
de um personagem
é a referência fotográfica.
Nessa hora acabamos por
utilizar um antigo recurso
que nenhuma tecnologia
pode substituir chamado
de “ajuda dos amigos”.
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Falando
de Tokusatsu
Quando o assunto é tokusatsu uma
das principais referências para o Fantasma
Escarlate é a série Cybercops, os Policiais
do Futuro (Dennō Keisatsu Saibākoppu).
Essa série japonesa foi produzida pelos
estúdios Toho, sendo exibida originalmente
no Japão pela NTV entre 1988 e
1989. Trazida ao Brasil pela Sato Company
e exibida pela extinta Rede Manchete
no início dos anos 1990, ficando no ar até
a metade da mesma década, conquistando
ótimos índices de audiência.
A série se passa em 1999, quando
um esquadrão especial da polícia de Tóquio
conhecido como ZAC (Zero Section
Armed Constable ou Policiais Armados
da Sessão Zero) cria o programa Cybercop,
um grupo de policiais de elite com
armaduras tecnológicas. Os Cybercops
passam a combater a organização criminosa
Destrap (Death Trap, no original)
liderada pelo computador Fuhrer, uma
criação de Barão Kageyama, o verdadeiro
líder do grupo.
A série foi filmada utilizando-se o
sistema BetaCAM, da Sony, formato de
vídeo que foi muito popular no Brasil nos
anos 1980. Em decorrência de não haver
o uso de película e os processos digitais
ainda estarem pouco desenvolvidos, os
efeitos especiais tiveram um padrão muito
abaixo do nível, até mesmo para a época
em que a série foi produzida.
Mesmo assim a série foi um sucesso
no Brasil e isso fez com que ela ganhasse
versões em quadrinhos nas revistas Heróis
da TV e Almanaque Cybercop, os Policiais
do Futuro, publicadas pela Editora
Abril e produzidas pelo Estúdio Velpa.
O quadrinho do Fantasma Escarlate
se apropria de uma ideia da série que é o
sistema de Cyber Arms e Cyber Weapons,
que colocava a disposição dos heróis
uma câmara de armamentos e através de
dutos de transporte, as armas lhes eram
enviadas onde quer que estivessem. Da
mesma forma, Radar pode envia qualquer
equipamento complementar que
o Fantasma Escarlate precise para uma
missão. Seja uma arma, um equipamento
de pesquisa ou até mesmo um traje
especial para situações extremas!
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