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Em poucos minutos, ela arrumou a mesa e esquentou a comida. Quando ouviu a porta se abrir,<br />
endireitou os ombros e virou-se com um sorriso largo.<br />
— Espero que vocês dois tenham tido a oportunidade de se apresentarem.<br />
— Não tivemos tempo para isso — Grady retrucou de mau humor.<br />
— Laredo, espero que desculpe meu irmão — ela disse, enquanto colocava as travessas na mesa.<br />
— É evidente que ele não está nos seus melhores dias.<br />
— Seu irmão? — Laredo repetiu, sem esconder a surpresa.<br />
— Somos sócios, com partes iguais, nos negócios da Fazenda Yellow Rose — Savannah<br />
esclareceu, a fim de lembrar o irmão, com sutileza, de que ela tinha todo o direito de contratar alguém.<br />
Resmungando algo incompreensível, Grady sentou-se e apanhou o guardanapo.<br />
— Precisa de alguma ajuda, Savannah? — Laredo ofereceu.<br />
— A jarra de limonada está na geladeira — ela falou, esperando que Grady se desse conta de que<br />
não faria mal algum ajudá-la de vez em quando.<br />
Tentava não ser muito crítica com relação ao irmão, mas, ultimamente, ele vinha se mostrando mais<br />
e mais irritadiço e mal-humorado. E ela suspeitava que não se tratava apenas da eterna preocupação com<br />
o dinheiro, mas Grady não se abria. Savannah gostaria que o irmão partilhasse com ela seus problemas,<br />
mas, como o pai, Grady guardava suas preocupações para si. Mais uma vez, desejou que ele se casasse,<br />
pois tinha a mulher perfeita em mente.<br />
Grady Weston estava furioso com sua irmã. Não fazia ideia do que dera nela. Não era do feitío de<br />
Savannah desafiá-lo abertamente, nem, muito menos, dar carona a estranhos. E nunca, em todos aqueles<br />
anos, ela assumira um papel ativo na administração da fazenda. Ainda assim, em um único dia, a moça<br />
dócil e, supostamente, sensata, não só desobedecera suas ordens expressas, mas também contratara um<br />
funcionário. Nada menos que um ilustre desconhecido!<br />
Grady não teria acreditado, se não houvesse visto com os próprios olhos. Savannah parecia outra<br />
pessoa. Ele franziu o cenho para Laredo Smith, desconfiando dele de pronto. Bastara um olhar para<br />
Grady concluir que o vaqueiro era um andarilho sem raízes, que não merecia confiança. Mas Savannah o<br />
convidara para comer à mesa da família, trazendo-o para dentro de suas vidas, como se ele fosse um<br />
parente distante. E, ainda, oferecera-lhe um emprego! O problema de Savannah era facilmente explicado:<br />
ela era incapaz de ver o mal nas pessoas e confiava nelas cegamente.<br />
Apesar disso, Grady sempre admirara o bom senso de Savannah. Agora, porém, a julgar pelas<br />
aparências, ela o perdera de vez. E em um só dia!<br />
— Não me lembro de jamais ter comido um chili tão saboroso — Laredo elogiou ao apanhar a<br />
travessa para se servir uma segunda vez.<br />
Savannah baixou os olhos e, para consternação de Grady, corou.<br />
— Agradeço o elogio — ela disse —, mas foi Nell Bishop quem me deu a receita e quem merece<br />
todos os créditos.<br />
— Nesse caso, devo dar os parabéns a Nell e a você, também.