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DIVERSIDADE
FLORESTAL
Plantio misto cresce no país
BUROCRACIA
Mato Grosso luta
por isonomia no setor62 ENTREVISTA
Ute Seeling,
diretora do KWF
Gestão eficaz
Resultado nas operações
em campo no controle
de formigas cortadeiras
Effecient
management
A result of leaf-cutting
ant control operations
in the field
Os fueiros ,
os mais leves do mercado e líder de vendas
na América Latina, são fabricados pela Unylaser.
A Unylaser é uma empresa do grupo PCP Steel, que tem 40 anos de mercado e é a pioneira na manufatura de
aços de alta resistência no Brasil. A empresa opera no fornecimento de soluções completas a partir do aço.
Atua em diversos segmentos de mercado e busca oferecer ao cliente a melhor proposta de custo-benefício
na manufatura de componentes e conjuntos metálicos; de médio e grande porte. Com 13.000m 2 de área
disponível, é a maior fábrica de fueiros da América Latina e uma das maiores do mundo; e com capacidade
anual de transformação de mais de 20.000 t de aço em componentes.
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finitos, análise de impacto ambiental, testes por ciclos, ensaios destrutivos, metalografia e performance
estrutural.
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parceira com os seus clientes.
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Capacidade 8.000kg | Peso 123/126kg
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DO MERCADO
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Capacidade 8.000kg | Peso 160kg
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Capacidade 12.500kg | Peso 190/215kg
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SUMÁRIO
ANUNCIANTES
DA EDIÇÃO
Agroceres ................................................................... 11
D’Antonio Equipamentos ..................................... 71
40
Carrocerias Bachiega .............................................. 53
Denis Cimaf ................................................................... 09
Dinagro ........................................................................... 02
Encapp ............................................................................ 29
44
Ferro Extra ..................................................................... 23
Exte ................................................................................... 76
H Fort ................................................................................ 15
62
Heinnings ...................................................................... 49
Himev .............................................................................. 21
J de Souza ........................................................................ 47
Editorial
Cartas
Bastidores
Coluna Ivan Tomaselli
Notas
Alta e Baixa
Biomassa
Frases
Entrevista
Principal
Silvicultura
Legislação
Manejo Florestal
Pragas
Especial
Artigo
Agenda
Espaço Aberto
08
10
12
14
16
28
30
32
34
40
44
50
54
58
62
66
72
74
Lignum ............................................................................ 27
Mill Indústrias .............................................................. 57
Mill Indústrias .............................................................. 65
Ponsse ............................................................................. 13
Sergomel ....................................................................... 19
Tissue World ................................................................. 31
TMO ................................................................................. 75
Unylaser ......................................................................... 04
Usimaq ........................................................................... 71
Ventura Máquinas .................................................... 61
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EDITORIAL
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Ano XIX - Edição n.º 184 - Abril 2017
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importante do equipamento
• Há 10 anos no mercado brasileiro
• Qualidade comprovada por quem concede um ano
de garantia
A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product
DIVERSIDADE
FLORESTAL
Plantio misto cresce no país
44
BUROCRACIA
Mato Grosso luta
por isonomia no setor62 ENTREVISTA
Ute Seeling,
diretora do KWF
Gestão eficaz
Resultado nas operações
em campo no controle
de formigas cortadeiras
EXPEDIENTE
JOTA COMUNICAÇÃO
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
Diretora de Negócios / Business Director
Joseane Knop
joseane@jotacomunicacao.com.br
8
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Ano XIX • N°184 • Abril 2017
Effecient
management
A result of leaf-cutting
ant control operations
in the field
A gestão precisa do manejo de
formigas em plantios florestais foi
o mote da capa desta edição
BURROCRACIA
Processos e procedimentos ajudam a manter padrões, coibir a ilegalidade e melhorar
práticas em diversas atividades. Porém, o excesso de burocracia ou a instituição
de exigências que fogem à realidade de um segmento ou região, inibem a
competitividade, enfraquecem o setor econômico e desestimulam até mesmo os
mais persistentes. Acompanhe a reportagem especial que produzimos sobre a atividade
florestal no Mato Grosso. O Estado possui empresas sérias, setor organizado
consciente do papel que tem diante da preservação das riquezas naturais e determinação
no cumprimento das leis. Mesmo diante de todo este contexto, a indústria
florestal motogrossense é frequentemente colocada à prova e vem dando resposta.
A expectativa é que em breve, questões regulatórias sejam superadas e a iniciativa
privada volte a se concentrar no principal: gerar riqueza e manter a floresta em pé.
Já no campo tecnológico, para trazer também um pouco do que acontece lá fora,
conversamos com duas especialistas no segmento florestal. Entrevistamos Ute Seeling,
diretora do KWF (Centro Alemão para o Trabalho e Tecnologia Florestal), da
Alemanha. Também produzimos uma reportagem sobre o estudo da pesquisadora
norte-americana, Laura Williams, sobre a produtividade superior de plantios mistos
frente à monocultura. Desejamos uma ótima leitura!
JOTA EDITORA
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
Redação / Writing
Rafael Macedo - Editor
editor@revistareferencia.com.br
jornalismo@revistareferencia.com.br
Colunista
Ivan Tomaselli
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Fabiana Tokarski - Supervisão
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criacao@revistareferencia.com.br
Tradução / Translation
John Wood Moore
Cartunista / Cartunist
Francis Ortolan
Colaboreadores / Colaborators
Fotógrafos: Mauricio de Paula
Depto. Comercial / Sales Departament
Gerson Penkal
comercial@revistareferencia.com.br
fone: +55 (41) 3333-1023
Depto. de Assinaturas / Subscription
assinatura@revistareferencia.com.br
BUREAUCRACY
Processes and procedures help to maintain standards, curbing illegalities and improving
practices in various activities. However, the excessive bureaucracy or the imposition of requirements
that are outside the reality of a segment or region, inhibit competitiveness, weaken the
economic sector, and discourage even the most persistent. Read the special story we produced
about the forestry activity in the State of Mato Grosso. The State has serious companies and
an organized sector aware of the role that it plays in the preservation of natural resources and
determination in the compliance with laws. Even in the face of all this, the forest industry in the
State of Mato Grosso is often put to the test and is able to come back in response. The expectation
is that soon, regulatory issues will be overcome and the private sector can get back to concentrate
on its main function: generating wealth and keeping the forest standing. In the technological
field, in order to provide you with some of what is happening out there in the world,
we talked to two experts in the forest segment. We interviewed Ute Seeling, Director of KWF
(German Board of Forestry and Forestry Technology. We also produced a study on the research
being carried out by the American Scientist, Laura Williams, about the increased productivity of
mixed plantations compared to that of monoculture plantations. We wish you pleasant reading!
08 www.referenciaflorestal.com.br
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ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,
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terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos
direitos autorais, exceto para fins didáticos.
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication
directed at the producers and consumers of the good and services of the
lumberz industry, research institutions, university students, governmental
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself
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signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
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CARTAS
MANEJO FLORESTAL
TECNOLOGIA
Capa da Edição 183 da
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,
mês de março de 2017
Por Carlos Henrique
Severiano - Belém (PA)
Gostei do que estão fazendo
para o aprimoramento do
manejo florestal conforme
retratado na reportagem da
última edição. Bom saber das
boas práticas que acontecem
na Amazônia.
Foto: IFT
Por Bernardo Conci de Oliveira - Lages (SC)
Olá, gostaria de ver uma reportagem sobre técnologia e
mecanização florestal.
ORGULHO
Por Clarissa Bianquini - Curitiba (PR)
Resposta: Obrigado pela sugestão, Bernardo. Em breve
vamos participar da Elmia Wood, feira que acontece
na Suécia. Já definimos um roteiro bem interessante
para cobrir o evento e visitar fábricas de equipamentos,
aguarde.
Muito boa a matéria sobre os benefícios que as empresas,
e o próprio setor florestal, trazem ao meio ambiente e
comunidades. Precisamos mostrar mais o que fazemos
pelas pessoas e pelo verde.
Foto: divulgação
Foto: REFERÊNCIA
TRUMP
PROTEÇÃO
Por Jorge Almeida Landin -
Piracicaba (SP)
Por Diego Cardoso -
Três Lagoas (MS)
Parabéns pela reportagem
sobre as políticas prejudiciais
do Presidente dos EUA (Estados
Unidos da América) para o meio ambiente. É legal ter uma
visão do que acontece lá fora e como pode nos afetar.
Foto: divulgação
Estou gostando das
seguidas matérias
sobre combate a pragas
florestais. Continuem
abordando o importante
tema.
Foto: divulgação
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.
E-mails, críticas e
sugestões podem ser
enviados para redação
revistareferencia@revistareferencia.com.br
Mande sua opinião sobre a Revista do
Setor Florestal ou a respeito de reportagem
produzida pelo veículo.
10
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BASTIDORES
CHARGE
Charge: Francis Ortolan
REVISTA
PAPO EM DIA
A equipe comercial da REFERÊNCIA
FLORESTAL passou praticamente o mês
todo na estrada. Entre uma parada
e outra foi possível trocar ideia e
conhecer as novidades apresentadas
durante a Três Lagoas Florestal, feira
que aconteceu de 28 a 30 de março, no
Mato Grosso do Sul.
Foto: REFERÊNCIA
Gerson Penkal, do
departamento comercial
da REFERÊNCIA FLOESTAL,
e Augusto Gabriel Claro
de Melo, coordenador
do curso de Engenharia
Florestal da Faef (Faculdade
de Ensino Superior e
Formação Integral)
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
Eduardo Maggioni, do departamento comercial da
Unylaser e Roger Viezzer, gerente comercial da empresa
Osvaldo Gomes, diretor da Sergomel, e
Elaine Cristina Gomes, do departamento de marketing
12
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máquina foi estendido para 1.800 horas, contribuindo para a redução
de custos e o aumento da produtividade na colheita. O forwarder ainda
conta com a excepcional grua PONSSE K100+ e excelente área de
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Contato: itomaselli@stcp.com.br
EUCALYPTUS COMO
MATÉRIA-PRIMA PARA
INDÚSTRIA DE PRODUTOS
DE MADEIRA SÓLIDA
Gênero oferece opções de produtos nobres e com maior valor, além
das toras finas para processo
O
Eucalyptus é um gênero com um grande número de
espécies (mais de 700), nativas da Austrália e da Indonésia.
Em função da capacidade de adaptação das
diferentes espécies a condições de solo e clima, o Eucalyptus foi
introduzido em um grande número de países na Europa, Américas,
África e Ásia. O gênero tem a maior área plantada no mundo.
No Brasil, e na maioria dos outros países, os plantios de
Eucalyptus foram implantados para atender, principalmente, a
demanda de madeira para energia (lenha e carvão), estacas e
postes, e para produção de polpa. No entanto, cada vez mais,
a madeira deste gênero tem sido utilizada para outras aplicações,
incluindo madeira serrada, lâminas e painéis de madeira
(compensados, aglomerado e MDF).
O desenvolvimento da silvicultura e no manejo dos plantios,
permitiram ganhar produtividade e competitividade. Mais importante
ainda foram os desenvolvimentos genéticos: com grandes
ganhos em produtividade, melhor adaptação a diferentes
solos e climas, e ainda a obtenção de madeira com propriedades
e qualidade necessária aos diversos produtos de madeira.
A madeira de Eucalyptus tem, cada vez mais, sido uma substituta
da madeira tropical na produção de serrados e compensados.
As razões estão associadas à oferta de uma matéria-prima
mais competitiva, com propriedades semelhantes às espécies
tropicais e ainda com menor pressão dos grupos ambientalistas.
No Uruguai, existem diversas unidades industriais que
produzem compensados e serrados baseados, em madeira de
plantações de Eucalyptus (grandis e diversos clones). O Uruguai
possui atualmente uma área de florestas plantadas de 1 milhão
de ha (hectares) e tem priorizado o plantio de Eucalyptus.
O maior produtor de compensados do Uruguai, com a
capacidade de produção de 260 mil m³/ano (metros cúbicos),
tem como principal matéria-prima a madeira de Eucalyptus.
A empresa exporta para os EUA (Estados Unidos da América),
México, Europa, Argentina, Chile e outros países. Existem ainda
no Uruguai serrarias de grande porte baseadas exclusivamente
em madeira de Eucalypus. A maior delas tem uma capacidade
de produção próxima de 180 mil m³/ano.
Na Argentina também existem diversos produtores de
madeira serrada e compensados baseados em madeira de
Eucalyptus de plantações florestais, e que comercializam sua
produção tanto no mercado nacional como exportam.
Nos últimos 10 anos, tanto no Uruguai como na Argentina
houve uma mudança na silvicultura e no manejo dos plantios
florestais de Eucalyptus. Atualmente os plantios têm densidade
máxima 600 mudas/ha, utilizam material clonal selecionado, são
feitas podas de até 9 metros de altura com a realização de no
máximo dois desbastes, e uma rotação de 12-15 anos. Com isto,
o custo de implantação é reduzido e a produção de madeira de
maior diâmetro com alta qualidade é priorizada.
O Brasil tem em torno de 5 milhões de ha de plantio de
Eucalyptus, prioritariamente implantados e manejados para
produção de madeira para energia/carvão painéis reconstituídos
e celulose. Os plantios destinados à produção de toras com
maior diâmetro, para suprir a indústria de madeira sólida, são
uma pequena parcela, e isto tem limitado o desenvolvimento
da indústria de produtos de madeira sólida no país.
Mesmo com esta limitação, é esperado que o Eucalyptus
venha a ser uma fonte importante de matéria-prima para a indústria
brasileira de serrados e compensados no futuro próximo.
Existem alguns investidores florestais implantando e manejando
plantios de Eucalyptus para produção de toras de qualidade,
especialmente na região sul e centro oeste.
O aumento na oferta de madeira do gênero com maior
diâmetro e de qualidade será importante para o desenvolvimento
da indústria de produtos de madeira sólida no Brasil
nos próximos anos.
O aumento na oferta de madeira do Eucalyptus com maior diâmetro e de
qualidade será importante para o desenvolvimento da indústria de produtos
de madeira sólida no Brasil nos próximos anos
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NOTAS
TECNOLOGIA
DE PRODUTOS
FLORESTAIS
Foto: divulgação
Com o tema: Tecnologia de produtos florestais;
foi realizado o primeiro encontro do
programa Florestas em Pauta, promovido pela
Embrapa Florestas, em Colombo (PR). O evento
reuniu empresários, pesquisadores e estudantes
com o objetivo de conversar sobre os
principais gargalos neste tema. Com a dinâmica
proposta de bate-papo, os participantes conversaram sobre pesquisas realizadas em tecnologia da madeira, como elas
se inserem no setor produtivo e as necessidades para inovação no setor. O encontro começou com uma visita a laboratórios
que fazem parte do Núcleo de Tecnologia de Produtos Florestais da Unidade: Tecnologia da Madeira, Tecnologia de
Produtos Não Madeiráveis. O grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas está investindo no conceito de biorrefinaria,
em qual os plantios florestais têm potencial para dar origem a uma gama enorme de produtos além dos tradicionais.
Ou seja, a matéria-prima de base florestal ou seus resíduos podem ser utilizados para produtos de alto valor agregado.
Pesquisas já têm trabalhado com o desenvolvimento de preservativos de madeira extraídos de serragem, bio-óleo de
eucalipto para preservação de madeira de pinus ou fabricação de biocidas.
RETOMADA
FLORESTAL EM MT
Com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva de
madeira, a Sedec-MT (Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico do Mato Grosso) promoveu um encontro
com representantes do setor. O objetivo é elaborar, em
conjunto, uma proposta que atenda a necessidade do setor.
Temos ciência da importância do potencial florestal”, afirmou
o secretário da Sedec, Ricardo Tomczyk (foto). Ele citou o
exemplo da mineração, que possui grande potencial em Mato
Grosso, mas tem dificuldade de se estabelecer em sua capacidade
máxima. Segundo Tomczyk, além da questão tributária a Sedec se coloca à disposição para destravar o processo. A
Secretaria vai intermediar o diálogo do setor de base florestal com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e o Governo
Federal (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
Foto: divulgação
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MÓVEIS COM
MADEIRA DE
MANEJO
Foto: divulgação
Como desdobramento do seu projeto de
Manejo Florestal Sustentável, a Coomflona
(Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós)
inaugurou a Movelaria Ambé, localizada
no Pátio Central do Km 117 da BR 163, interior
da Floresta Nacional do Tapajós – UC (Unidade
de Conservação) administrada pelo ICMBio
no Pará. O evento reuniu parceiros do projeto,
como a Fundação Banco do Brasil, além de organizações comunitárias, autoridades locais e cooperados. A cooperativa
vai aproveitar os galhos oriundos da área de manejo florestal para a confecção de móveis. A localização da movelaria,
dentro do Pátio Central da área de manejo florestal, foi pensada estrategicamente, de modo a auxiliar na logística e
diminuir custos. A próxima etapa será a seleção de cerca de 20 trabalhadores, entre moradores da UC e profissionais
experientes, para as atividades de secagem da madeira e manuseio das máquinas.
PAPEL E
CELULOSE NO PR
De acordo com o Panorama Setorial da Indústria de Papel,
Celulose, Embalagens e Artefatos, o Paraná concentra 11,4%
da base florestal do Brasil. O setor reúne 470 indústrias no
Paraná. Elas respondem por 12% do valor da produção nacional,
correspondendo a R$ 8,3 bilhões. Juntas, estas indústrias
geram 22 mil empregos, que representam mais de R$ 423
milhões em salários. No total, 108 indústrias responderam
ao questionário, correspondendo a um aumento de 22% em
relação ao estudo da edição anterior. O Estudo, apresentado
recentemente, foi desenvolvido em conjunto pela Fiep (Federação
das Indústrias do Paraná) e pelo Sinpacel (Sindicato da
Indústria de Papel e Celulose).
Foto: divulgação
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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NOTAS
MADEIRA
AO MAR
Foto: divulgação
A Fibria está investindo R$ 54,4 milhões na modernização
do transporte marítimo de madeira, realizado entre o sul
da Bahia e o norte do Espírito Santo. A primeira fase do projeto
tem início previsto para maio e a segunda e última fase
começa a operar no mês de agosto. A madeira irá abastecer
a unidade industrial em Aracruz (ES). Serão instalados guindastes
de grande porte no Terminal Marítimo de Caravelas
(BA), onde a madeira é embarcada, e no Terminal Marítimo
de Barra do Riacho (ES), onde é feito o desembarque. Os
equipamentos são fabricados pela finlandesa Mantsinem.
De acordo com a empresa, as novas máquinas permitirão
reduzir em 42% o tempo de carga e descarga das barcaças
que transportam madeira. Atualmente, o ciclo de viagem
da barcaça que transporta madeira entre os terminais é de
12 horas. Cada barcaça comporta carga equivalente a 100
viagens de um tritrem.
MUDANÇA
DE ARES
Após seis anos de dedicação, Fabio Schvartsman, diretor-geral
da Klabin, comunicou sua saída da companhia para assumir mais
um importante desafio de carreira: a presidência da Vale. Durante
o período em que esteve à frente da Klabin, Schvartsman estabeleceu
um novo ciclo de gestão e de resultados na companhia.
Desde 2011, a empresa dobrou sua capacidade de produção, entrou
em novos negócios, triplicou seu valor de mercado e manteve
seus resultados financeiros em crescimento por 22 trimestres
consecutivos. Em termos de gestão, Schvartsman sempre atuou
na valorização dos profissionais e, especialmente na diretoria,
fortaleceu a atuação do time de maneira integrada e orientada
para resultados e alta performance. A Klabin Irmãos e Companhia
- controladora da Klabin S.A., indicou o executivo Cristiano Cardoso
Teixeira como diretor-geral da empresa. A indicação será submetida
para deliberação do Conselho de Administração da Klabin.
Foto: divulgação
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NOTAS
DIA DA
FLORESTA
Foto: divulgação
Para lembrar as pessoas da importância
das florestas na manutenção da vida do
Planeta Terra, em 1971 a FAO (Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura) sugeriu a criação do “Dia
Mundial da Floresta”. A comemoração
da data foi estabelecida para o dia 21 de
março, em virtude do início da Primavera
no Hemisfério Norte, de onde partiu a
ideia da criação da data. No ano seguinte,
foi comemorada também na Europa e em
muitas outras regiões do mundo, tornando
o dia internacional, mas ainda de maneira
informal. Somente em 2012, a ONU (Organização das Nações Unidas) lançou uma resolução para a criação do “Dia Internacional
das Florestas”, adotado mundialmente.
MANEJO
AUMENTA
ABSORÇÃO
DE CARBONO
Foi realizado o primeiro mapeamento de recuperação
de carbono nas florestas amazônicas
e emissões lançadas pela atividade de colheita
de madeira comercial na Amazônia. O estudo
foi publicado no periódico eLife pela rede pan-
-tropical de pesquisadores chamada Observatório
de Florestas Tropicais Manejadas, que congrega 19 instituições internacionais, entre elas a Esalq (Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz) da USP. O professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Edson Vidal, integrou
a equipe de cientistas. “Os resultados levam ao reconhecimento de que o Manejo Florestal com Exploração de Impacto
Reduzido pode ser uma atividade econômica que, além de gerar conservação e desenvolvimento, ainda poderá contribuir
para redução das emissões de gases de efeito estufa quando árvores sadias são preservadas.”
Foto: REFERÊNCIA
20
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ecotritus
TRITURADOR
FLORESTAL
O TRITURADOR FLORESTAL
ECOTRITUS foi desenvolvido
levando em conta a forte vegetação
brasileira, bem como a severidade do
clima predominantemente tropical. Apesar
da dureza das condições de trabalho, o
Triturador FLORESTAL ECOTRITUS apresenta
elevada PRODUTIVIDADE aliada a baixa e
ECONÔMICA MANUTENÇÃO.
FABRICADO NO BRASIL
Matriz europeia adaptada para a realidade brasileira.
Peças e assistência técnica brasileira.
Indústria e Comércio de Máquinas
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NOTAS
MYANMAR SOFRE
RESTRIÇÕES
Foto: divulgação
A Dinamarca pediu para que as importadoras de teca vinda de Myanmar
tornem mais rigorosos os procedimentos de controle caso queiram permanecer
no comércio de produtos madeireiros desta espécie na União Europeia. As autoridades
dinamarquesas concluíram que o sistema utilizado por sete empresas
do país não é robusto o bastante para demonstrar a legalidade da madeira
importada. As suspeitas sobre o produto vindo de Myanmar se intensificaram
depois que Bélgica, Itália, Holanda e Reino Unido abriram investigações para
apontar possíveis brechas na entrada de madeira ilegal na União Europeia vindas
daquele país. Em uma aparente reação, o Ministro de Recursos Naturais e
Conservação do Meio Ambiente de Myanmar, divulgou um comunicado em que
reconhece os desafios de rastrear a madeira até a floresta porque, no momento,
os sistema está desenhado para registrar estatísticas. Até que haja uma resposta
mais convincente do que o país pretende fazer para fortalecer seu controle
interno, a teca de Myanmar sofrerá restrições para entrar na União Europeia.
SOLO
CORRIGIDO
Parte dos resíduos produzidos na unidade
da Fibria em Jacareí (SP) passa por
uma etapa de industrialização na Planta
de Corretivo, instalada nas proximidades
da fábrica. Desta forma, esse material é
transformado em corretivo de acidez de
solo para utilização nas florestas da própria
empresa e parte é doada para pequenos
produtores rurais da região. O insumo
proporciona condições necessárias para o
solo absorver melhor os nutrientes e, consequentemente,
aumentar a produtividade
agrícola. O produto é composto basicamente
por resíduos inorgânicos, que contém cálcio e magnésio e auxiliam no processo de correção do pH do solo. A doação do
corretivo de acidez do solo é feita por meio de uma parceria que a Fibria firmou com a Prefeitura Municipal de da cidade.
Foto: divulgação
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NOTAS
TRIMBLE
COMPRA SAVCOR
OY E SILVADATA
Foto: divulgação
A Trimble anunciou que adquiriu o negócio florestal da Savcor
Oy, fornecedora global de soluções florestais para otimização de
desempenho e gerenciamento empresarial. A Trimble também
adquiriu a Silvadata, prestadora de serviços relacionados a dados
em nuvem, colaboração e automação de fluxo de trabalho
para pequenas e médias empresas florestais. Essas aquisições
expandem o alcance global da Trimble e complementam as
soluções Connected Forest da Trimble. "As aquisições da Savcor
e da Silvadata baseiam-se em nossa estratégia de oferecer aos
clientes globais um ecossistema completo ponta a ponta para
gerenciamento florestal, rastreabilidade e processamento de
madeira", disse Ken Moen, gerente geral da Divisão Florestal da
Trimble. Termos financeiros não foram divulgados.
FLORESTA
EM PÉ
Nos dias 6 e 7 de abril, São Luís (MA) sediou o XIV Fórum de Secretários
de Meio Ambiente da Amazônia Legal, que contou com a presença
do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho. No evento, ele ressaltou
a necessidade da busca de recursos internacionais para a conservação
da floresta em pé, a exemplo da consolidação do mecanismo de
Redd+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Ambiental),
previsto no Acordo de Paris e que permite a compensação de
emissões de gases de efeito estufa. Na reunião, o Fórum de Secretários
de Meio Ambiente da Amazônia Legal analisou a proposta da Resolução
6 da Conaredd (Comissão Nacional de Redd+). Ela indica 37,5% dos
direitos de captação para o governo federal e 62,5% para os Estados.
Os secretários entendem que precisam ter participação maior porque
caberia a eles as principais responsabilidades de licenciamento e fiscalização
de atividades florestais e a criação de programas jurisdicionais
de Redd+ para distribuição dos benefícios entre prefeituras e comunidades locais. A União se concentraria em ações de
monitoramento, fiscalização, incentivo a atividades produtivas sustentáveis e de redução do desmatamento.
Foto: divulgação
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NOTAS
MAIOR
DIVERSIDADE
DO PLANETA
Foto: divulgação
O Brasil é o país com a maior biodiversidade
de árvores do mundo, aponta um levantamento
inédito. Há 8.715 espécies de árvores no território
brasileiro, 14% das 60.065 que existem no
planeta. Em segundo na lista vem a Colômbia,
com 5.776 espécies, e a Indonésia, com 5.142.
Publicado no periódico Journal of Sustainable
Forestry, o estudo foi realizado pela Botanical
Gardens Conservation International (BGCI na
sigla em inglês), uma organização sem fins
lucrativos, com base nos dados de sua rede de
500 jardins botânicos ao redor do mundo. A expectativa é que a lista, elaborada a partir de 375,5 mil registros e ao longo de
dois anos, seja usada para identificar espécies raras e ameaçadas e prevenir sua extinção.
OPORTUNIDADE
Eldorado Brasil está com vagas abertas
em Três Lagoas (MS) e Inocência (MS). As
oportunidades são para Supervisor de Serviços
Gerais, Líder de Serviços Gerais, Analista
Florestal, Estagiário de Controle Técnico e
Vigilante Patrimonial. Para todas as oportunidades,
a Eldorado Brasil busca profissionais
que tenham como característica a competitividade,
a inovação, a sustentabilidade e a valorização
das pessoas. Para a vaga de analista
florestal pede-se ensino superior completo
(desejável Engenharia Florestal ou Agronomia,
conhecimento de normas de qualidade,
segurança e Meio Ambiente), gerenciamento da rotina, inglês e conhecimento de informática. Os cadastros devem ser
feitos pelo site da empresa: www.eldoradobrasil.com.br/Institucional/carreira/Oportunidades.
Foto: divulgação
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ALTA E BAIXA
DIA MUNDIAL DA ÁGUA
A Suzano Papel e Celulose e a The Nature Conservancy promoveram no Dia Mundial da Água, em março, no
entorno da unidade industrial da Suzano, em Mucuri (BA), um plantio de mudas de vegetação nativa para
marcar o início das ações do Projeto Nascentes do Rio Mucuri. O evento contou com a participação
de cerca de 100 pessoas, entre elas representantes do poder público da região, imprensa local e
colaboradores da empresa. As próximas etapas da parceria da Suzano Papel e Celulose com a The
Nature Conservancy envolvem outras três ações de restauração no segundo semestre. Além
disso, a empresa desenvolverá, com a Atados, uma plataforma social que conecta pessoas e
organizações para facilitar o engajamento.
ALTA
DEU PIZZA NA FLORESTA
Uma técnica que utiliza pedaços de papelão com custo até 50% menor em relação aos métodos tradicionais
passou a ser usado no plantio de nativas. No formato de discos ou placas, o material é aplicado
para o controle da matocompetição com as mudas nos primeiros anos de desenvolvimento. Caixas que
transportam as pizzas têm todas as características para essa aplicação e já estão sendo utilizadas. Segundo
os pesquisadores da Embrapa que conduzem o estudo, os experimentos no campo mostraram que,
além de impedir o crescimento das gramíneas, o papelão aumenta a taxa de sobrevivência das mudas.
EXTERMINADOR DO FUTURO
O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, criticou o fato de o presidente dos EUA
(Estados Unidos da América), Donald Trump, querer impulsionar a exploração de carvão, quando esse
combustível mata muito mais pessoas que o grupo terrorista Estado Islâmico. “Só alguém que vive na
Idade de Pedra quer recuperar o carvão como fonte de energia", disse Schwarzenegger. “Sete milhões
de pessoas morrem a cada ano pela contaminação do ar e Trump quer recuperar o carvão", completou.
BAIXA
DESINFORMÇÃO E DESSERVIÇO
"Não bastassem a desertificação, o esgotamento hídrico, a erosão do solo, a alteração
do microclima e o ataque brutal à biodiversidade, as monoculturas de eucalipto
também podem intensificar o problema da febre amarela no Espírito Santo." Assim inicia
matéria publicada no site www.seculodiario.com.br, com sede em Vitória (ES). De acordo com
o texto, os macacos, principais transmissores da doença ao homem, utilizam as copas dos eucaliptos
para passarem de um remanescente de floresta a outro, carregando o vírus para diversas
regiões da Mata Atlântica capixaba.
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BIOMASSA
PNEU
SUSTENTÁVEL
Foto: divulgação
P
esquisadores da Universidade
de Minnesota, nos EUA
(Estados Unidos da América)
desenvolveram uma nova tecnologia
para produzir pneus de automóveis
usando matérias-primas vegetais. A
equipe que desenvolveu o novo processo
afirma que os pneus de carro
produzidos a partir da biomassa serão
idênticos aos atuais, com a mesma
composição química, cor, forma e desempenho.
"Nossa equipe criou um
novo processo químico para fazer isopreno, a molécula-chave nos pneus de carro, a partir de produtos naturais como
árvores, gramíneas ou milho. Esta pesquisa poderá ter um grande impacto sobre a multibilionária indústria de pneus
de automóveis," disse o professor Paul Dauenhauer. A tecnologia foi patenteada e está disponível para licenciamento
pela Universidade.
MOTOR VERDE
DA INDÚSTRIA
N
a ocasião do Dia Internacional das Florestas, o
Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)
lembrou a importância do Projeto
Siderurgia Sustentável, que incentiva o desenvolvimento de
uma cadeia de produção siderúrgica de baixa emissão de gases
de efeito estufa, que utiliza carvão vegetal produzido com
matéria-prima de origem legal. O Brasil é pioneiro no setor.
Entre 2005 e 2016, cerca de 25% do ferro-gusa foi produzido
com carvão vegetal no país, enquanto no restante do mundo
a siderurgia utiliza o carvão mineral, insumo de origem fóssil,
com maior potencial de emissão de gases de efeito estufa.
Minas Gerais abriga a maior produção siderúrgica a carvão
vegetal. Por isso, o projeto é implementado no Estado, que foi
o primeiro a limitar, por lei, o uso de produtos ou subprodutos
florestais de mata nativa a somente 5% do consumo total
das indústrias a partir de 2018.
Foto: Fabio Ortolan
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FRASES
Esperamos
que que os EUA
cumpram os
compromissos
assumidos no
âmbito do acordo
de Paris para
combater a
mudança
climática
É uma legislação muito complexa, inovadora,
conciliatória, capaz de favorecer tanto a produção
quanto a conservação, mas ela precisa ser
implementada de forma completa
Tiago Reis, pesquisador do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia),
coordenador do estudo que aponta que, quase cinco anos depois da aprovação, o
Código Florestal ainda não foi totalmente implementado
Muitos municípios desconhecem o Icms
Ecológico. Iniciamos o trabalho de divulgação,
mostrando o potencial florestal que eles têm e que
podem gerar recurso para a sociedade, para que
prefeitos e secretários municipais entendessem que
a floresta pode ajudá-los
Marcos Zeschotko, chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná)
de Pitanga (PR)
Declarou o comissário Europeu
de Energia, Miguel Arias Cañete,
após a decisão de Donald Trump,
presidente norte-americano, de
interrompaer todas as ações em
favor do clima estruturadas na
gestão anterior
A FAO (Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura) reconhece o manejo
florestal sustentável como uma atividade de
muito baixo impacto que cria uma alternativa
de uso da floresta
Gerente de Monitoramento do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), José Humberto
Chaves, ao defender o modelo de manejo florestal praticado no país
Nos anos 90, os pastos ocupavam 210 milhões
de ha (hectares), contra 165 milhões hoje, enquanto
as cabeças de gado bovino passaram de 140
milhões para 209 milhões
Foto: divulgação
Chefe da vigilância por satélite da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), Evaristo Eduardo de Miranda, sobre a queda no avanço da
pecuária sobre a floresta Amazônica
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ENTREVISTA
Foto: divulgação
Ute Seeling
DATA DE NASCIMENTO
24.11.1964
November 24, 1964
ATIVIDADE/ ACTIVITY:
Diretora do KWF (Centro Alemão de Trabalho e Tecnologia Florestal)
Managing Director of KWF (Forestry Work and Technology)
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:
Phd em Ciências Florestais
PhD. in Forest Sciences
Pressão freia mecanização na Alemanha
Pressure puts a brake on mechanization in Germany
A
Alemanha enfrenta grande comoção pelo uso sustentável
do solo. A pressão é tanta que o país europeu está
retomando práticas manuais na colheita e transporte
florestais para atender às exigências de organizações ambientais.
O KWF (Centro Alemão de Trabalho e Tecnologia Florestal) está
entre as entidades técnicas mais respeitadas em todo o mundo
na área, cabe a ela auxiliar o segmento privado a evoluir tecnologicamente
e se adaptar às novas demandas. Foi fundado em
1962, pelo governo federal e conta atualmente com mais de 2.500
membros – pessoas e empresas relacionadas à cadeia florestal
e da madeira. Conversamos com a diretora da instituição, Ute
Seeling, para saber o que há de mais atual no segmento florestal
alemão, o que pode ser aplicado por aqui e de que maneira estão
conciliando competitividade com sustentabilidade.
T
here is an uproar over the sustainable use of the soil in
Germany. The pressure is such that several operations in
the European Country are reverting to manual practices
for forest harvesting and handling in order to meet the demands
of environmental organizations. KWF (German Board of Forestry
and Forestry Technology) is amongst the most respected technical
entities around the world, and it is assisting the private sector to
evolve technologically and adapt to these new demands. It was
founded in 1962, by the Federal Government and currently has
more than 2,500 members – individuals and companies related to
the forest and forest product chain. We talked with Ute Seeling,
the Managing Director of the Institution, to learn about the current
happenings in the German forest, and which can be applied
here, as well as how they're reconciling competitiveness with sustainability.
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Quais foram as grandes mudanças do segmento florestal alemão
nos últimos anos?
Durante os últimos 25 anos, o manejo florestal na Alemanha
ampliou intensamente o grau de mecanização e automação.
Hoje em dia, 65% da madeira do país é colhida de forma totalmente
mecanizada. Apesar disto, os requisitos ecológicos
de Ongs (Organizações não-governamentais) voltadas ao meio
ambiente, assim como demandas da sociedade, têm ampliado
a pressão, o que impõe várias restrições às empresas florestais.
Parece que existe bastante pressão no setor florestal, ela chega
a frear a mecanização?
Para os profissionais da floresta na Alemanha, a mecanização é
algo essencial e traz muito progresso. Porém, Ongs e processos
de certificação são bastante críticos, além disto as pessoas que
vivem nas cidades, às vezes, criticam o uso de máquinas na
floresta. Desta maneira, em algumas regiões o uso de cavalos e
derrubadas manuais de árvores têm renascido. Alguns programas
de certificação definem locais de colheita muito distantes,
o que impede a mecanização completa da operação. Na Alemanha,
aqueles que têm investido em tecnologia florestal são, na
maioria, empresários, que , no momento, estão com margem
de lucro muito pequena.
Isto quer dizer que os equipamentos manuais são muito utilizados
na Alemanha, imagino que para compensar está havendo
evoluções tecnológicas nessas ferramentas.
Conforme comentei, acabamos de ressuscitar o uso de motosserras.
A razão para isso são as exigências de proteção do solo
e ecológicas. O problema é que a utilização das motosserras em
larga escala traz perigo para os operadores florestais, tornam
o trabalho muito mais físico e pesado. Então, existem poucos
jovens se interessando em trabalhar na área. Nas florestas com
operações certificadas é permitido somente o uso de fluídos
hidráulicos biologicamente degradáveis. Desta maneira, a tendência
tecnológica desses equipamentos manuais é a introdução
de um chip para o gerenciamento de frota. Você pode gravar
no chip todas as informações relevantes e também o tempo
de serviço, gasto de combustível, paradas e assim por diante.
Mas os trabalhadores preferem utilizar equipamentos movidos
a combustíveis fósseis. Existem muitas críticas e debates dos
sindicatos de trabalhadores neste sentido, até porque fora do
ambiente florestal a tendência é usar tecnologia de ponta.
Como o KWF auxilia o segmento a evoluir e atender essas
demandas?
Em primeiro lugar, por meio de diversas atividades voltadas
para estruturas físicas das empresas e equipamentos. Assim,
o KWF tem realizado muitos estudos para adaptar e melhorar
equipamentos e tecnologias de maneira que eles possam
servir melhor ao segmento florestal respeitando as condições
europeias. A entidade realizou muitos esforços para otimizar a
cadeia de suprimento da madeira e gerar um panorama com
What have been the major changes in the German Forestry
Sector over recent years?
Over the last 25 years, Forest Management in Germany has
expanded intensively as to the degree of mechanization and
automation. Today, 65% of timber harvesting in the Country is
completely mechanized. Despite this, the ecological demands
from NGO’s dedicated to the environment, as well as demands
from civil society, are increasingly putting on pressure, imposing
various restrictions on forestry companies.
Does there seem to be so much pressure on the Forestry Sector
that it has to curb mechanization?
For forestry professionals in Germany, mechanization is something
essential and very much needed. However, NGO’s and
certification processes, besides the people living in cities who
are becoming very vocal, are going as far as criticizing the use
of machines in the forest. In this way, some regions have reverted
to the use of felling trees manually and handling the
logs by horse. Some certification programs cover harvesting
located in distant places, which impedes the full mechanization
of the operation. In Germany, those who have invested
in forestry technology are mostly businessmen, who currently
operate with very low profit margins.
Is that to say manual equipment is being widely used in Germany,
I would imagine that this, in a way, nullifies what has
been happening as to technological developments in these
tools?
As I mentioned, we have just reverted to the use of chainsaws.
The reason for this is the soil and ecological protection
requirements. The problem is that the use of chainsaws on a
large scale results in danger to forestry workers, in making the
job much more physical and strenuous. As well, there are few
young people interested in working in the area. In the forests
with certified operations only the use of biologically degradable
hydraulic fluids is allowed. In this way, the technological
trend of the manual equipment is the introduction of an
electronic chip to aid fleet management. You can record all
relevant information on the chip, as well as the time of service,
fuel use, stoppages, and so on. But workers prefer to use
fossil fuel-powered equipment. There are many studies and
discussions being carried out by the labor unions in this sense,
because outside of the forest environment, the trend is to use
leading-edge technology.
How has KWF assisted the Sector to evolve and meet these
demands?
Firstly, through various activities aimed at company physical
structures and equipment. Thus, KWF has carried out several
studies as to adapting and improving equipment and technology
so that they can better serve the forest segment, respecting
European conditions. Secondly, the entity had made many
efforts to optimize the timber supply chain and create a pan-
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
35
ENTREVISTA
How do you compete with countries like Sweden, Finland,
and Russia?
Actually, we don't compete with these countries. Forest Management
in Germany is very different from what is being carried
out in Central and Northern Europe. We have a very dioportunidades
e custos nos diferentes sistemas de colheita,
plantio, construção de estradas e etc. Além disto, o KWF tem organizado
muitos workshops, seminários, campanhas educativas
e feiras para informar profissionais florestais sobre o potencial
de modernização da tecnologia florestal. O resultado destes
esforços foi uma importante redução nos acidentes de trabalho.
O trabalho florestal na Alemanha se tronou muito mais seguro
e ambientalmente amigável.
Temos no Brasil um bom nível de mecanização da colheita,
porém na silvicultura ainda estamos iniciando. Como é este
cenário na Alemanha, o que poderíamos aproveitar por aqui?
Na Alemanha optamos por programas de regeneração natural
das florestas porque o objetivo é torná-las as mais naturais
possíveis (alta porcentagem de folhosas). Quando há plantio
no próximo ciclo, ele acontece nas mudas com raízes nuas (não
possuem proteção do sistema radicial no momento de plantio)
e são plantadas manualmente. No caso de mudas com tubetes,
existem diversas máquinas que realizam o plantio mecanizado.
Sempre mostramos estas tecnologias durante nosso evento
KWF-Tagung.
Então qual será o futuro para a colheita florestal na Alemanha?
Para o futuro, nós precisaremos de tecnologia na colheita para
um manejo florestal mais diversificado em florestas naturais.
Isto quer dizer: troncos com diferentes tamanhos, baixo volume
de madeira por hectare e distâncias mais longas das áreas
de colheita. Sendo que as exigências de proteção do solo vão
aumentar. São demandas complicadas de cumprir por conta do
aquecimento do clima, os períodos de congelamento do inverno
são mais curtos e as fortes chuvas acontecem com mais frequência.
Por isso mesmo, a tração com o uso de guinchos serão
mais comuns para evitar danos causados pelas máquinas ao
patinarem. Estão sendo realizadas experiências com sistemas
de gruas com cabos horizontais para evitar o uso de máquinas
nas áreas de colheita.
Como conseguem competir com países como Suécia, Finlândia,
Rússia?
Na verdade não competimos com estes países. O gerenciamento
das florestas na Alemanha é bem diferente do que é feito no
orama with opportunities and costs in different harvesting,
planting, forest road construction systems etc. Lastly, KWF has
organized workshops, seminars, trade fairs and educational
campaigns to inform forest professionals as to the potential
for the modernization of forestry technology. The result of
these efforts has been an important reduction in work related
accidents. Forestry in Germany has become much safer and
more environmentally friendly.
In Brazil, we have achieved a relatively high level of mechanization
in forest harvesting, but we're still beginners as to
replanting mechanization. What is this scenario in Germany,
what could we take advantage of here?
In Germany, we chose natural regeneration programs for our
forests because the goal is to make them as natural possible
(high percentage of hardwoods). When there are plantings
for the next cycle, they are mostly carried out using seedlings
with bare roots (i.e. there is no radial protection system at the
time of planting) and are planted by hand. In the case of seedlings
in tubes, there are several machines that can be used to
perform mechanized planting. We always demonstrate these
technologies during our KWF-Tagung event.
So what is the future for forest harvesting in Germany?
For the future, we need to adapt harvesting technology to
a more diverse Forest Management in natural forests. This
means: trunks with different sizes, low wood volume per
hectare, longer distances to harvest areas, etc. Soil protection
requirements will increase. These will be complicated by
complying with demands due to climate warming, shorter
winter freezing periods, and heavy rains occurring more often.
Therefore, the use of traction winches will be more common to
avoid damage caused by machines skating. Experiments are
being carried out with cranes using horizontal cabling systems
to avoid the use of machinery in harvesting areas.
"Estão sendo realizadas experiências com sistemas
de gruas com cabos horizontais para evitar o uso de
máquinas nas áreas de colheita"
36
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"Existem na Alemanha alguns fabricantes altamente
especializados em máquinas florestais com produções
menores em termos de números, até mesmo com
equipamentos personalizados"
centro e no norte da Europa. Temos uma natureza muito diversificada
e regulamentos legais bem restritivos. Então, isto não nos
permite realizar cortes rasos e assim por diante. As florestas da
Alemanha oferecem uma grande gama de sortimentos de toras,
desde grandes dimensões de troncos para produção de lâminas
e móveis, como também madeira mole para aplicação na construção,
e também toras pequenas para produtos de madeira,
celulose, papel e geração de energia. O mercado de madeira
é bem aberto e a Alemanha tem exportado por muitos anos
grandes volumes de toras, por exemplo, para a China. Da Rússia,
nós importamos vigas, na maioria das vezes de madeira mole.
Apesar de enfrentar algumas restrições podemos considerar
que a mecanização na Alemanha é alta. Porém, as grandes
marcas de máquinas florestais pertencem a outros países.
Por que este segmento não se desenvolveu com grande força?
A origem da mecanização foi a Escandinávia. No início, o segmento
florestal alemão estava convencido que para nossa variedade
de sortimento (corte no comprimento e de todo o caule) para
os diferentes padrões e locais, as máquinas escandinavas não
se adaptariam. Os enormes danos das tempestades, no início
dos anos 90, forçaram a mecanização na Alemanha. Porém,
onde estão os fabricantes de equipamentos? As máquinas são
produzidas, em sua grande maioria, na Escandinávia e EUA
(Estados Unidos da América) e em grande escala. Hoje em dia,
não há muitos, porém existem na Alemanha alguns fabricantes
altamente especializados em máquinas florestais com produções
menores em termos de números, até mesmo com equipamentos
personalizados (HSM, Werner etc.). O cliente pode encomendar
máquinas de acordo com as necessidades individuais (corte
no comprimento, caules compridos, máquinas combinadas...).
Como estão os estudos voltados para biomassa? Quais são os
trabalhos do KWF neste campo?
Durante alguns anos o KWF está envolvido em estudos sobre
planto florestal e nós testamos a colheita de madeira para a
geração de energia (não somente dentro da floresta ao utilizar
feller-buncher, mas também nas estradas, perto de rios e demais
locais). Acabamos de testar um equipamento para geração de
cavaco e estamos envolvidos em um projeto de descasque com
cabeçotes harvester.
verse nature and very restrictive legal rules. Thus, we are not
allowed to carry out short cut and so on. German forests offer
a wide range of log assortments, from large trunks for furniture
and veneer production, to softwood for use in construction,
and also small logs for other forest products, such as pulp
and paper production and power generation. The timber market
is wide open, and for many years, Germany has exported
large volumes of logs, for example, to China. From Russia, we
import beams, mostly of softwood.
Although facing several restrictions, can we consider that
mechanization in Germany is large scale? However, the big
named forest machine brands belong to other countries.
Why has this segment not developed more?
Mechanization originated in Scandinavia. At first, the German
forest segment was convinced that for our variety of
assortment (cut-to- length and full length) for the different
standards and places, Scandinavian machines would not be
useful. The enormous storm damage at the beginning of the
90’s, forced mechanization in Germany. However, where are
the equipment manufacturers? The machines are produced in
the vast majority, in Scandinavia and the United States and
on a large scale. Nowadays, there are not many, but there
are some highly specialized forest machine manufacturers in
Germany with a small production in terms of numbers, even
some producing custom equipment (HSM, Werner etc.). The
customer can order machines according to individual needs
(cut-to -length, full length, machine combinations ...).
Are studies being carried out focused on biomass? What is
KWF doing in this field?
For some years now, KWF has been involved in studies on forest
plantings and we have also tested timber harvesting for
energy generation (not only within the forest using fellerbunchers,
but also roadside, near rivers and other locations).
We just tested equipment for wood chip generation and are
involved in a debarking project using harvester heads.
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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PRINCIPAL
Mais
ganhos com
otimização
de custo
Fotos: divulgação
INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS
PARA AS OPERAÇÕES DE
MANEJO DAS FORMIGAS
CORTADEIRAS
38
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INCREASED EARNINGS
BY OPTIMIZING COSTS
INNOVATION IN LEAF-CUTTING ANT
CONTROL OPERATION SERVICES
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
39
PRINCIPAL
AUGUSTO TAROZZO
GERENTE COMERCIAL E
MARKETING ATTA-KILL,
EMPRESA DO
GRUPO AGROCERES
I
novação em serviços voltados para o controle das
formigas cortadeiras vai ao encontro dos resultados
esperados pelas empresas florestais com otimização
dos custos operacionais e eficiência no controle. Um impacto
bastante positivo para competitividade das reflorestadoras.
Por trás desses resultados há um inovador modelo de
gestão das operações lastreado em tecnologia das conceituadas
iscas formicidas Mirex-S, uso de ferramentas para
planejamento das operações, análises dos levantamentos
de infestações e capacitação da mão de obra operacional.
Trata-se do Programa Result, soluções personalizadas em
manejo das Formigas Cortadeiras.
Augusto Tarozzo, Gerente Comercial & Marketing da
Atta-Kill, explica que “o programa Result está voltado ao
cliente florestal, alinhando-se perfeitamente às necessidades
específicas de cada empresa e alocando os recursos
adequados para a operação de controle, visando os resultados
esperados pelos clientes.”
Sintonizada com a vanguarda dos sistemas produtivos
florestais, a REVISTA REFERÊNCIA fez uma entrevista com
Augusto Tarozzo para falar sobre as atuais exigências e alinhamentos
para a eficiência no combate às cortadeiras, o
principal desafio fitossanitário da área florestal.
COMO REDUZIR OS CUSTOS OPERACIONAIS E AU-
MENTAR A EFICIÊNCIA NO CONTROLE DAS FORMIGAS
CORTADEIRAS?
O setor florestal, por si só, produz, e vem produzindo,
melhorias significativas nas operações de controle das
I
nnovation in services aimed at leaf-cutting ant control
provides the expected results by optimizing reforesting
operating costs and control efficiency. A
very positive impact on the competitiveness for companies
carrying out forest replanting.
Behind these results, there is an innovative control
management model based on the well-known Mirex-S
ant bait based technology and by using tools for operating
planning, carrying out infestation survey analysis, and
training workers. This is the Result Program, with customized
solutions for leaf-cutting ant control management.
Augusto Tarozzo, Sales and Marketing Manager for
Atta-Kill, explains “the Result Program is aimed specifically
at each reforesting customer, especially aligned to
the needs of each company and allocating adequate resources
for the control operation, leading to the better
results desired by the customer.”
In tune with being at the forefront of forest productive
systems, Revista REFERÊNCIA interviewed Augusto
Tarozzo to talk about the current requirements and guidelines
for efficiency in combating the leaf-cutter, the main
phytosanitary challenge in the forest area.
HOW CAN YOU REDUCE OPERATING COSTS AND
INCREASE EFFICIENCY IN LEAF-CUTTING ANT CON-
TROL?
The Forest Sector alone produces, and has been
producing, significant operating improvements in leafcutting
ant control, culminating with the evolution of a
technology specifically for infestation control. If you want
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formigas cortadeiras, culminando com evolução em tecnologia
aplicada no manejo das infestações. Se quero reduzir
os custos operacionais e quero obter alta eficiência
de controle, não existe outro caminho. Isso é possível por
meio de estratégias alinhadas junto ao cliente florestal,
produzindo um planejamento preciso, que combina o uso
de produtos eficazes com ferramentas tecnificadas nos
diagnósticos. Desta forma, sabe-se o real perfil de infestação
e a melhor alocação de recursos operacionais, otimizando
assim as operações de aplicação das iscas Mirex-S
para se obter melhor controle e diminuir as infestações.
QUAL O MODELO PROPOSTO PELO PROGRAMA
RESULT?
Estabelecer um programa de gerenciamento das operações
e acompanhamento por meio de relatórios, que asseguram
padrões de eficiência e custos operacionais, disponibilizando
ferramentas com acompanhamento de uma
equipe técnica altamente capacitada e parcerias técnicas.
DE QUE MANEIRA O PROGRAMA FUNCIONA?
Nossa equipe desenvolve todo esse trabalho lado a
lado com o cliente, junto com sua equipe, mantendo perfeita
sintonia com o perfil técnico e de negócios da refloto
reduce operating costs and achieve high control efficiency,
there is no other way. It is possible only by means
of using strategies defined together with the forest planting
customer, producing a precise plan that combines the
use of effective products with the use of technological
tools in diagnostics. In this way, the real profile of the infestation
and the best allocation of operating resources
can be determined, thus leading to optimizing Mirex-S
bait application operations to achieve better control and
progressively reduce infestations.
WHAT IS THE MODEL PROPOSED BY THE RESULT
PROGRAM?
Establishing an operating management program and
monitoring through reports, ensuring operating cost and
efficiency standards, by making available tools with monitoring
by a highly qualified technical staff and technical
partnerships.
HOW DOES THE PROGRAM WORK?
Our team develops a work program alongside the
customer, together with its team, keeping in perfect sync
with the technical and business profile of the reforesting
company. With this line of action, tasks are developed
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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PRINCIPAL
restadora. Isso inclui ações, tais como:
Levantamento do grau de infestação em cada área;
Definição da dosagem de Mirex-S a ser usada em
cada área;
Estabelecimento do melhor procedimento relacionado
às operações de manejo;
Identificação de pontos críticos de melhoria;
Acompanhamento dos resultados para aferir em
que grau os objetivos traçados foram alcançados e
identificar oportunidades de melhoria do processo.
ALÉM DO CONTROLE EFICAZ, QUE OUTROS BENE-
FÍCIOS O PROGRAMA PODE TRAZER?
A redução da infestação de formigas cortadeiras, por
si só, já será uma conquista de grande valor para o resultado
econômico da reflorestadora. Mas há benefícios que
agregam valor, como a otimização de processos e a melhoria
nos custos operacionais; a racionalização no uso de
produtos, capacitação das equipes e o alinhamento com as
exigências das certificações ambientais.
QUANTO TEMPO LEVA PARA SE OBSERVAR OS RE-
SULTADOS DO PROGRAMA RESULT?
Um dos grandes méritos do Result é o conceito alinhado
com as metas dos clientes em controle de infestações
com os melhores custos operacionais. Esse é o objetivo
such as:
Survey of the degree of infestation in each area;
Definition of the Mirex-S dosage to be used
in each area;
Establishment of the best procedures related
to the control operations;
Identification of critical improvement points;
Monitoring of the results to assess to what
extent the objectives have been achieved and
identify process improvement opportunities.
IN ADDITION TO MORE EFFECTIVE CONTROL,
WHAT OTHER BENEFITS DOES THE PROGRAM PRO-
VIDE?
The reduction of leaf-cutting ant infestation in itself
is an achievement of great value to the economic result
of the reforesting company. But there are benefits that
add value, such as process optimization and operating
cost improvement, product use rationalization, worker
training, and alignment with environmental certification
requirements.
HOW LONG DOES IT TAKE TO OBSERVE THE RE-
SULTS OF THE RESULT PROGRAM?
One of the greatest merits of the Result Program is
the concept of being in-line with customer goals as to in-
42
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primordial do programa, que também identifica pontos de
melhorias nas estratégias, planejamento e operações de
controle, promovendo uma evolução contínua de eficiência
ao longo de todo o processo de manejo.
NESSA NOVA ABORDAGEM, COMO AS METAS SÃO
ESTABELECIDAS?
Fundamentalmente, as metas são alinhadas com as necessidades
dos clientes e definidas em conjunto com suas
equipes. O alvo é redução de infestações e diminuição de
custos operacionais.
QUAIS PRODUTOS A ATTA-KILL OFERECE DENTRO
DA SOLUÇÃO RESULT?
Disponibilizamos a conceituada linha de iscas formicidas
Mirex-S, líder de mercado e consagrada por mais
de 45 anos de desenvolvimento. E isso inclui o inovador
Mirex-S2, uma nova solução técnica em iscas formicidas,
com alta eficiência de controle e que vem ao encontro de
certificações. Mirex-S2 representa eficiência e confiança,
com menor quantidade de ingrediente ativo por área controlada.
festation control with the least operating costs. This is the
primary objective of the Program, which also identifies
improvement points in strategies, planning and control
operations, promoting a continuous evolution of efficiency
throughout the control process.
UNDER THIS NEW APPROACH, HOW ARE THE
GOALS ESTABLISHED?
Fundamentally, the goals are aligned with customer
needs, defined together with their teams. The aim is to
reduce infestations and decrease operating costs.
WHAT PRODUCTS DOES ATTA-KILL OFFER WITH-
IN THE RESULT PROGRAM?
We make available the highly regarded Mirex-S line
of ant baits, a market leader and enshrined by more than
45 years of development. And includes the new innovative
Mirex-S2 products, a new technical solution in ant
baits, providing highly efficient control, and that meets
certification needs. Mirex-S2 represents efficiency and
confidence, with the least amount of active ingredient per
controlled area.
Foto: Mirex-s
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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SILVICULTURA
Foto: Eduardo Stehling
Foto: Eduardo Stehling
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
DIVERSIDADE
FAZ BEM PARA
A FLORESTA
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Foto: divulgação
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
ESTUDO NORTE-
AMERICANO APONTA
QUE PLANTIOS
CONSORCIADOS COM
VÁRIAS ESPÉCIES TÊM
RENDIMENTO MAIOR
QUE MONOCULTURAS
A
complementaridade espacial das copas das
árvores, uma teoria conhecida mas pouco
estudada, explica porque plantios mistos obtêm
melhores resultados de produtividade no arranque
da floresta do que a monocultura. De acordo com
o estudo realizado por pesquisadores da Universidade
de Minnesota, nos EUA (Estados Unidos da América) e
Universidade de Qubec (Canadá), indivíduos de diferentes
espécies encontram maneiras de se adaptar a
seus vizinhos enquanto crescem, obtendo mais luz do
sol e ampliando o volume de madeira no caule.
De maneira geral o recado dos especialistas é que
plantios consorciados são mais produtivos que as monoculturas.
Além disso, criam ambiente mais favorável
para mais diversidade da fauna e até de microorganismo
que interagem e fazem bem ao solo. Foram experi-
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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SILVICULTURA
Foto: divulgação
Foto: divulgação
IMAGENS AÉREAS
DE UM DOS LOCAIS
DA PESQUISA QUE
REUNIU MAIS DE
UMA ESPÉCIE NO
MESMO SITE
mentadas 12 espécies comuns em climas temperados
e da floresta boreal, entre elas os Pinus strobus e Pinus
resinosa.
A explicação da pesquisa para o rendimento superor
é que em florestas com multiplas espécies as árvores
direcionam os galhos para os espaços com mais
disponibilidade de sol, se adaptando ao crescimento
dos indivíduos a seu redor, o que amplia o crescimento
de biomassa. Isto se deve à variabilidade de árvores e
da diferença entre elas quanto à necessidade de luz.
As florestas foram plantadas, há quatros anos,
em 37 agrupamentos com alta densidade, na cidade
de Montreal (Canadá) com as seguintes composições:
monocultura, duas espécies, quatro e por fim 12 espécies
distintas na mesma área.
Os cientistas mediram o volume de biomassa
comparando o tamanho das árvores plantadas em
monocultura e no mix. Eles também mediram detalhadamente
as copas das árvores. Essas aferições permitiram
reconstruir as copas das árvores em 3D e avaliar
se elas estavam expondo suas folhas em alturas diferentes
no dossel.
“Demonstramos que este conceito está relacionado
com diferenças de taxas de crescimento máximo
Foto: divulgação
Foto: divulgação
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e de tolerância à sombra e, o mais importante, que a
complementaridade explica os padrões do ganho superior
de biomassa no caule das árvores em plantios
mistos”, garante a pesquisadora líder Laura Williams,
da Universidade de Minnesota.
ESTUDO APONTA QUE
MONOCULTURAS
ACUMULAM MENOR
QUANTIDADE DE BIOMASSA
NOS PRIMEIROS QUATRO
ANOS EM COMPARAÇÃO A
PLANTIOS MISTOS
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
Equipamentos Florestais
SILVICULTURA
Os estudos também comprovaram que o formato
das copas das árvores se altera de acordo com seus
vizinhos, e que isto acontece com mais evidência em
plantios consorciados do que em monoculturas. “Essas
mudanças nas formas do dossel são muito importantes
para o acúmulo de biomassa no caule”, conclui.
GANHOS EM NÚMEROS
As diferenças de rendimento apresentadas entre
as florestas estudas são consideráveis. As descobertas
são baseadas em uma vasta gama de amostras, foram
coletados dados de 700 mil plots (modelo gráfico desenhado
para comparar o efeito de um tratamento em
múltiplos estudos científicos quantitativos com mesmo
tema).
“Dentro do modelo de plantio com alta densidade,
todos com os mesmos espaçamentos, observamos
que, em média, o misto cresceu até 33.4 Mg ha-¹ (megagramas
por hectare) a mais que as monoculturas
com as mesmas espécies no período de quatro anos”,
afirma Laura. No consórcio de Betula papyrifera e Pinus
strobus, a produção foi de 79.88 Mg de biomassa
no caule por ha, durante o período de estudos, ou seja,
24.3 Mg. ha-¹ a mais do que as duas espécies produziram
quando plantadas separadamente.
Pedimos para a pesquisadora sugerir um consórcio
com espécies plantadas no Brasil. Laura afirmou que
unir eucalipto e acácia pode render bons resultados.
“Pela diferença da necessidade de luz destas duas espécies,
elas funcionam muito bem nesta modalidade
de plantio.”
Outro ponto defendido pelos pesquisadores se
refere às mudanças do clima. Mais árvores crescendo
no mesmo espaço ajudam na luta contra as mudanças
climáticas, maior quantidade de biomassa crescendo
proporcionalmente, significa mais carbono sendo retirado
da atmosfera.
“Pode ser mais fácil plantar uma única espécie, em
especial para a indústria. Mas se a idiea é obter mais
biomassa e que todo o ecossistema seja mais saudável,
então plantar espécies diferentes, obviamente, traz
benefícios”, aponta Jeannine Cavender-Bares, professora
da Universidade de Minnesota e participante do
estudo.
CONSORCIAR ACÁCIA
E EUCALIPTO FOI UMA
DAS SUGESTÕES DE
PLANTIO MISTO PARA A
REALIDADE BRASILEIRA
Foto: divulgação
Foto: divulgação
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“A COMPLEMENTARIDADE
EXPLICA OS PADRÕES DO
GANHO SUPERIOR DE
BIOMASSA NO CAULE DAS
ÁRVORES EM PLANTIOS
MISTOS”
LAURA WILLIAMS,
PESQUISADORA DA
UNIVERSIDADE DE
MINNESOTA
Foto: divulgação
Foto: divulgação
LEGISLAÇÃO
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DA FLORESTA
ATÉ A LOJA
SISTEMA ELETRÔNICO INTEGRA
INFORMAÇÕES QUE PERMITEM
RASTREAR A MADEIRA DESDE
A COLHEITA
Fotos: divulgação
C
omeçou a entrar em cena o novo sistema de
controle para transporte e armazenamento de
produtos florestais. O Sinaflor (Sistema Nacional
de Controle da Origem e dos Produtos Florestais) permitirá
aos órgãos fiscalizadores o acompanhamento de
toda a cadeia produtiva da madeira, da origem ao destino
final, tudo de forma eletrônica. As entidades federais e
estaduais responsáveis pelo controle têm até 31 de dezembro
deste ano para implementarem o sistema. Até o
momento, somente os Estados de Roraima e Maranhão
contam com a novidade. Rondônia está em fase de implantação
assistida.
As atividades florestais, empreendimentos de base
florestal e processos relacionados sujeitos ao controle
dos órgãos integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do
Meio Ambiente) serão efetuadas por meio do Sinaflor, ou
por sistemas estaduais e federais a ele integrados, desde
o início da cadeia, que começa com a emissão das autorizações
de exploração.
De acordo com o MMA (Ministério do Meio Ambiente)
e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis), o novo sistema proporciona
mais transparência ao processo de exploração florestal
e servirá como ferramenta de combate ao desmatamento
ilegal. Até mesmo a fiscalização dos projetos de
manejo será realizada eletronicamente.
O próprio empresário florestal deverá fornecer todas
as informações básicas sobre o seu empreendimento e
poderá também acompanhar o andamento de seu processo
online. O coordenador de Uso Sustentável de Recursos
Florestais do Ibama, André Sócrates, explicou que
o responsável técnico terá acesso a um módulo próprio
com controle de demanda, onde apresentará o projeto
técnico e o analista do órgão ambiental realizará a análise
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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LEGISLAÇÃO
Sistema vai permitir órgãos ambientais rastrear com mais
precisão a origem da madeira e dos produtos
do processo. A partir daí, após a emissão da autorização
de exploração, haverá uma expectativa de crédito para
o empreendimento. Omitir informações ou inserir fatos
alternativos no sistema pode levar ao cancelamento do
projeto e à punição do responsável, que terá o número
de Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura)
inserido na identificação de cada árvore.
A entrada dos créditos florestais é feita pelo responsável
técnico, tora por tora, direto no Sinaflor, que é integrado
ao CAR (Cadastro Ambiental Rural). O técnico irá
declarar o corte de cada árvore e se houver um erro de
amostragem no inventário, o que é comum no cotidiano
das empresas, esse erro poderá ser corrigido sem burocracias.
Ao declarar o volume real da produção, o sistema
fecha o ciclo da cadeia produtiva ao gerar o DOF. Segundo
o Ibama, o sistema facilitará também a criação de relatórios
gerenciais, emissão de autorizações e a geração de
volume de crédito por espécie em todo o Brasil.
A base de dados do sistema reúne informações de
imóveis rurais obtidas a partir do Sicar (Sistema de Cadastro
Ambiental Rural), CTF (Cadastro Técnico Federal),
ADA (Ato Declaratório Ambiental) e DOF, sem se sobrepor
a estes sistemas. “O Sinaflor é um sistema de gestão
florestal e não de fiscalização. No entanto, suas informações
poderão ser utilizadas para orientar ações de fiscalização”,
informou a assessoria do Ibama.
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Representantes do setor florestal receberam positivamente
o Sinaflor. “O sistema é um avanço para a cadeia
produtiva de madeira nativa, que sofre com irregularidades
em seus processos de produção. O ministro Sarney
Filho e a presidente do Ibama, Suely Araújo, se comprometeram
a lançar até o final do ano uma nova versão do
Sinaflor, respondendo aos desafios da rastreabilidade e
da transparência”, afirmou Marcelo Furtado, facilitador
do Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
Por outro lado, empresários também atentaram para
alguns detalhes que devem ser ajustados, como a dificuldade
de acessar a internet em regiões afastadas, o que é
o caso de muitos planos de manejo na Amazônia. Como
o envio dos dados é feito somente de forma eletrônica,
muitos empresários podem enfrentar problemas.
Setor produtivo necessita de ajustes para
melhorar o sistema
MANEJO FLORESTAL
VALORIZAR
PARA
PROTEGER
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INICIATIVA COMPROVA QUE MANEJO EM PLANTIO DE
ARAUCÁRIA DENTRO DE RESERVA LEGAL É VIÁVEL E
AUXILIA NA PRESERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA
Fotos: divulgação
COLABORAÇÃO ACR (ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE EMPRESAS FLORESTAIS)
Florestas nativas
de araucária foram
dizimadas no
passado, porém
a proibição do
manejo sustentável
não impede o
desmatamento
ilegal
E
nquanto o Paraná fica para trás em meio a debates
ideológicos, Santa Catarina sai na frente com iniciativas
para conferir valor às florestas de araucária.
Para especialistas a simples proibição do corte não impediu
o desmatamento ilegal, porém inibiu o plantio de mais florestas.
Com o apoio de entidades de pesquisa e do órgão
ambiental do Estado, uma empresa criou um modelo de manejo
das florestas nativas e que também contempla novos
plantios da espécie.
A fabricante de papel e embalagens WestRock, que possui
cerca de 54 mil ha (hectares) de florestas que abrangem
municípios na região de Três Barras (Planalto Norte Catarinense)
e também no Paraná, desenvolveu um trabalho para
consolidar o manejo florestal dentro de uma área de RL (Reserva
Legal).
INÍCIO DE TUDO
Nas décadas de 60 e 70, muitas áreas da região Sul foram
reflorestadas com araucárias, algumas como uma forma
de compensação ambiental pelas empresas que atuavam no
Paraná e Santa Catarina. Boa parte desses terrenos em que
as árvores de araucária estão plantadas foram averbados a
título de RL, para atendimento das exigências legais. O professor
Alexandre Siminski, da Ufsc (Universidade Federal de
Santa Catarina), lembra que o caráter das áreas de RL foi
sendo alterado ao longo do tempo. Pelo atual Código Florestal
essas áreas têm diversas funções, entre elas assegurar o
uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais
do imóvel rural.
Por falta de mais clareza quanto à possibilidade do manejo
de araucária plantada em RL, e pela polêmica que se
levanta quando surge o debate do manejo dessas florestas,
a maioria dos plantios de araucária na região sul não sofreu
intervenções nos últimos 25 anos. Nas áreas de propriedade
da WestRock isso só aconteceu em alguns momentos entre
as décadas de 70 e 80. Como consequência, os plantios
entraram em estágio de estagnação, as árvores cessaram o
crescimento e o sub-bosque se desenvolveu muito pouco.
O corte indiscriminado de araucária ocorrido em toda
a região no início do século XX, carregando a bandeira do
progresso, quase extinguiu essa espécie. Por outro lado, o
excesso de restrições ao uso com que vem sendo tratada
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
55
MANEJO FLORESTAL
atualmente, tornando-a intocável, não garantiu a conservação
desejada.
Foi este cenário que levou a WestRock ao desenvolvimento
de um plano de manejo sustentável inovador e pioneiro.
Um processo amplo, com foco para a conservação da
espécie por meio do seu uso adequado e enriquecimento
do sub-bosque. Tudo isso sem desconsiderar o aspecto econômico,
tendo em vista que a madeira é de alta qualidade,
especialmente para construção civil.
MANEJO SUSTENTÁVEL
O plano indicou os volumes de madeira potencial a serem
colhidos em cada talhão e estabelecendo condicionantes
ambientais. O início das atividades aconteceu mediante
autorização da Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa
Catarina). A liberação de manejo para a primeira área foi
emitida em agosto de 2016.
Todo o processo tornou necessária uma discussão mais
profunda sobre o tema, com decisões embasadas por experiências
institucionais e dados científicos. A WestRock
buscou especialistas no Brasil e, no mês de junho de 2016,
promoveu o Fórum da Araucária. Foram reunidas, entre
outras instituições: a Fatma, Ministério Público, Embrapa
Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Dicasc
(Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de
Santa Catarina), Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária
e Extensão Rural de Santa Catarina), Ufsc, UnC (Universidade
do Contestado), Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade), Ifsc (Instituto Federal) e Polícia
Militar Ambiental de Santa Catarina.
Para o professor da Ufsc a iniciativa é um importante
passo para discussões mais amplas no Estado de Santa Catarina,
em relação à temática da conservação pelo uso de
espécies nativas da flora. “Diretrizes para a Política Florestal
Catarinense do Consema (Conselho Estadual do Meio
Ambiente) e as iniciativas do CG Florestal (Comitê Estadual
de Gestão Florestal) apontam que iniciativas como essa são
fundamentais para o Estado de Santa Catarina. Adicionalmente,
a realização do Fórum amplia a visibilidade da ação,
permitindo maior transparência ao processo”, afirma Alexandre
Siminski.
O Plano de Manejo Sustentável foi discutido na íntegra
durante o fórum. A empresa criou um ambiente para que vários
pontos de vista fossem apresentados. Além das discussões
técnicas, aconteceu uma visita ao campo. "Com essas
ações, foi possível apresentar aos envolvidos as metodologias
que seriam aplicadas pelo nosso plano de manejo, de
que forma seria feito o desbaste, como a madeira seria retirada,
que ações de compensação seriam aplicadas e como o
ecossistema reagiria", explica Jacson Guimarães, gerente de
Meio Ambiente WestRock no Brasil.
Seguindo o Plano de Manejo, entre outras condicionantes,
o desbaste deveria ser feito preservando espécies remanescentes,
tomando os devidos cuidados com a direção
de queda das árvores. O monitoramento de fauna e flora,
identificando e quantificando os animais e vegetais presentes
na área, o mapeamento identificando espécies nativas,
também entraram como condicionantes. Outro ponto de
destaque foi a oportunidade da área de manejo servir como
uma unidade de pesquisa, onde será feita coleta de dados e
monitoramento.
Antes do início do desbaste, os exemplares de Xaxim
Manejo sustentável de araucárias confere valor à floresta e
ajuda na presevação da espécie
Projeto tem participação de entidades ligadas à conservação
e fiscalização do meio ambiente
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(Dicksonia sellowiana) foram replantados dentro do próprio
talhão, onde não seriam afetados pela rota de queda das
árvores de araucária. "Ao longo de 33 ha foram replantadas
789 árvores de xaxim. Outras espécies nativas, cujo porte inviabiliza
o replantio, foram desviadas", lembra o engenheiro
florestal Rhafael de Oliveira. "Depois de garantida a preservação
dessas espécies é que o desbaste iniciou", completa.
O MEIO AMBIENTE AGRADECE
Algo comum nos plantios sem manejo é que quando as
copas das árvores começam a se tocar o crescimento das
árvores é interrompido. A disputa por luz, solo e ar é limitante
ao desenvolvimento dos indivíduos, podendo inclusive
levar à estagnação, ou até mesmo à retração. O manejo
permite dinamizar o ambiente, criando espaço para que os
indivíduos voltem a se desenvolver. Outro ponto importante
é que, após as ações de manejo e enriquecimento, será
possível avaliar a dinâmica que será estabelecida nesse novo
ambiente, pois foram implantadas em parceria com a UFSC
parcelas de pesquisa na área manejada. Segundo o Professor
Siminski, esses dados são fundamentais para entender
o processo que se estabelecerá na área, além de permitir
o monitoramento e a avaliação de possíveis impactos das
práticas adotadas, permitindo corrigi-las, caso necessário.
As árvores foram plantadas em linhas, com uma distância
de 2,5 m (metros) entre elas. Na área de manejo, a cada
cinco linhas uma foi subtraída por inteiro, através de um desbaste
sistemático. Nas demais linhas foram feitos desbastes
seletivos, respeitando a distribuição diamétrica estabelecida
na proposta do Plano de Manejo. O sistema para desbaste
indicado foi de toras curtas, utilizando equipamentos de
harvester e forwarder. O objetivo foi proteger as árvores que
ficaram e garantir o mínimo de impacto no local. Foi possível
direcionar a queda de cada árvore para a quinta linha, que
já estava aberta. Depois de processadas, as toras são carregadas
no forwarder, que baldeia a madeira para fora do
talhão. Em seguida, a madeira é carregada em caminhões
que realizam o transporte até as serrarias.
O plano de manejo da araucária foi embasado no tripé
da sustentabilidade, sendo ambientalmente correto, economicamente
viável e socialmente justo. O que pode ser visto
agora, caminhando em meio às araucárias remanescentes,
é um novo ambiente, propício à renovação e ao enriquecimento
da floresta. Observa-se presença de fauna e diversas
plantas nativas que iniciam o processo de regeneração.
PRAGAS
PROTEÇÃO
SOB MEDIDA
Fotos: divulgação
CUIDADOS COM
APLICAÇÃO DO
DEFENSIVO SÃO
ESSENCIAIS PARA MANTER
A FLORESTA LIVRE DE
PRAGAS SEM GASTAR
ALÉM DO NECESSÁRIO
58
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A
s pragas podem corroer o lucro em plantios florestais.
Sair espalhando defensivo pela floresta não
resolve o problema. Até porque, o custo de uma
aplicação desmedida é alto, sem contar que se for feita de
maneira incorreta o resultado será nulo, ou seja, dinheiro jogado
no ralo. Mais do que saber qual produto é o indicado
para determinada praga, é imprescindível também adotar
técnica e modo corretos de aplicação.
A intenção é simples: eliminar ou diminuir sensivelmente
o grau de infestação da floresta. Neste sentido, a tecnologia
de aplicação coloca em contato os produtos químicos nos
alvos, de modo uniforme, contínuo e na quantidade necessária.
Para isso, deve-se levar em consideração diversos aspectos
como: temperatura, umidade relativa do ar, correntes
de vento e precipitações. Também é preciso entender a capacidade
de retenção da solução, posicionamento de pragas no
dossel, características de relevo, entre outros.
Os principais métodos de aplicação de químicos para
combate de insetos e fungos são pulverização e imersão. O
primeiro pode ser feito por aeronaves como aviões, helicópteros
e mais recentemente até drones estão sendo testados.
Ainda por via terrestre, podem ser utilizados os pulverizadores
mecanizados, puxados por tratores, ou costais. Já no
método de imersão, partes das mudas são mergulhadas em
soluções cupinicidas antes do plantio.
“Todos são utilizados em maior ou menor grau de acordo
com as características físicas das áreas, do tipo de alvo (plantas
daninhas, pragas e doenças), caraterísticas do produto a
ser aplicado, dinâmica e histórico das áreas em relação aos
problemas a serem controlados”, detalha o especialista no
assunto e diretor da Apoiotec Rudolf Woch.
Para identificar o procedimento mais indicado é preciso
avaliar ainda a extensão do problema, idade da floresta,
custos com aplicação e logística nas diferentes modalidades.
“Por exemplo, se houver um ataque de Psilídeo de concha na
parte aérea de uma floresta com quatro m (metros) de altura,
não é possível optar por aplicações com costais”, aponta
Rudolf. Do mesmo modo, o controle de plantas daninhas em
áreas com declividade acentuada não pode ser realizado com
conjuntos mecanizados (tratores + pulverizadores).
PULO DO GATO
Em geral, os produtos químicos, sejam inseticidas, herbicidas,
fungicidas ou nutrientes, são diluídos em veículos
como água e óleo, o que é chamado de calda para aplicação.
Esse fluído passa por circuitos hidráulicos e é projetado em
forma de gotas. Ao chegarem ao alvo, as gotas precisam se
manter nos pontos desejados conforme cada produto. “Por
exemplo, inseticidas que funcionam por ingestão precisam
estar onde os insetos irão se alimentar, herbicidas pré-emergentes
devem estar na solução do solo”, comenta.
As condições meteorológicas têm influência direta sobre
a eficiência e a eficácia das aplicações em vários aspectos.
O processo de pulverização, basicamente, quebra um líquido
em gotas para ser distribuído sobre os alvos biológicos.
“Em geral, são formadas gotas de tamanho diferentes em um
mesmo espectro”, explica o especialista. As grandes ficam sujeitas
a ação da força gravitacional e em geral são arrastadas
no sentido do solo. As pequenas se deslocam de acordo com
a movimentação do ar e podem ter destinos variados: depositarem-se
no alvo, deslocarem-se em grandes distâncias por
ação de ventos ou até mesmo evaporar em condições de alta
temperatura e umidade relativa do ar baixa.
O método de aplicação pode sofrer impactos diferentes,
por exemplo, uma aplicação aérea na qual gotas médias são
lançadas a três metros do alvo é diferente de uma aplicação
costal com gotas laçadas a 0,3 m com chapéu protetor
e gotas grandes. A presença de chuvas leves pode contribuir
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
59
PRAGAS
A aplicação aérea é
indicada para cobrir
mais área em menor
tempo, mas precisa ser
bem dimensionada
com aplicações de herbicidas pré-emergentes porque ajuda
a direcionar o produto para o solo. Mas retiram do alvo herbicidas
pós-emergentes, que precisam ficar depositados nas
folhas. “A seleção da tecnologia de aplicação, a definição de
limites meteorológicos para a atividade e o monitoramento
ambiental, são portanto fundamentais para o resultado obtido”,
afirma Rudolf.
plo, de modo a se prever um possível ataque.”
Um detalhe importante é ficar atendo às doses descritas
pelo fabricante do defensivo. Para economizar, alguns silvcultures
pulverizam soluções com subdosagem do químico. Este
tipo de prática, além de não ser eficaz pode induzir resistência
em plantas daninhas, pragas e patógenos, aumentando os
problemas de controle no médio e longo prazos.
SEGURANÇA
Toda a manipulação de produtos químicos devem seguir
as orientações de uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual).
Por lei, os trabalhadores responsáveis pela aplicação
precisam passar por treinamento para serem habilitados
conforme a NR31 (Segurança e Saúde no Trabalho Rural). Os
equipamentos de proteção e cuidados estão descritos na
bula dos produtos e no receituário agronômico referente ao
tratamento recomendado. “O agricultor deve utilizar somente
produtos registrados para cultura e para aquele tipo de
praga que esta sendo controlada”, ressalta Fabio Marques,
60
QUANDO E QUANTO APLICAR
Existem diferentes possibilidades de manejo envolvendo
controle de plantas daninhas, a definição do manejo influi diretamente
na quantidade de aplicações a serem realizadas.
Neste caso, é possível definir previamente com bom índice
de acerto a quantidade de operações a serem realizadas.
Quando se trata de controle de pragas e doenças as aplicações
ocorrem em função de características regionais e da
incidência ou não dos problemas. “Existem alguns trabalhos
sendo feitos buscando identificar os padrões que precedem a
incidência de pragas, como o percevejo bronzeado por exemwww.referenciaflorestal.com.br
Defensivos que funcionam
por ingestão devem ficar
depositados nas partes que
servem de alimentos para as
pragas, como as folhas
Procura-se distribuidor no Brasil.
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Percevejo-bronzeado está
entre as pragas mais perigosas
para plantios de eucalipto
gestor de Contas e Desenvolvimento Florestal da FMC Agricultural
Solutions.
Outro aspecto é a aplicação aérea. A liberação de um
químico para este tipo de uso leva em consideração à classe
toxicologica e o comportamento no meio ambiente. “Produtos
mais amigáveis ao meio ambiente conseguem o registro”,
completa Fabio. Não é permitido pulverizar produtos
por meio aéreo que não tenham este tipo de autorização do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mesmo
que estejam registrados para o uso florestal.
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ESPECIAL
ESTAR PERTO DA
FLORESTA NÃO É
SUFICIENTE
EXPORTAÇÕES EM QUEDA E BUROCRACIA EXCESSIVA
TRAVAM EMPRESAS DO MATO GROSSO
Fotos: REFERÊNCIA
62
www.referenciaflorestal.com.br
O
setor madeireiro do Mato Grosso aguarda por
definições. Parte das expectativas está voltada
para a melhoria no sistema de controle, principalmente
na liberação dos PMF (Planos de Manejo Florestal).
Os industriais, que estão ao lado da Floresta Amazônica,
também torcem para o reaquecimento das exportações,
que desde meados do ano passado diminuíram. Ainda assim,
o segmento econômico ocupa posto de destaque com
altos índices na geração de empregos e na contribuição
para a arrecadação de impostos.
O Estado possui mais de 3,5 mil empresas florestais,
de acordo com dados do Cipem (Centro das Indústrias
Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato
Grosso). Dentre elas, 1,6 mil são indústrias. O setor de base
florestal é a principal atividade econômica de, pelo menos,
44 municípios do interior. A atividade é responsável pela
geração de 110 mil empregos diretos e indiretos. “Temos
potencial de ampliação de 40%, ou seja, ainda podemos gerar
mais de 65 mil empregos”, calcula José Eduardo Pinto,
presidente da entidade.
Em relação à arrecadação de impostos, em 2015 o setor
gerou mais de R$ 45 milhões em Icms. Até outubro de 2016,
o dado mais recente, já havia gerado mais de R$ 35 milhões.
A indústria é muito expressiva no mercado internacional.
“Em 2015, exportamos mais de U$ 110 milhões, e em 2016
mais de U$ 140 milhões.”
Além dos impostos tradicionais, o Estado ainda tem
mais uma especificidade. Os empresários contribuem com
o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), um
tributo voltado para financiamento de obras e serviços de
transporte. Em 2015, foram mais de R$14 milhões para o
Fethab. De janeiro a outubro de 2016, outros R$ 13 milhões.
DIRETO DA FLORESTA
As essências mais utilizadas são o cedrinho, cambará,
itaúba, angelim-pedra, cumaru, garapeira, ipê, amescla,
angelim e cupiúba, entre outras. “Somos um setor bem diversificado”,
garante José Eduardo. Entre os principais produtos
de madeira serrada bruta, estão as pranchas, tábuas,
vigas, caibros, ripas, mata juntas, sarrafo, ripão, pontaletes,
mourão, palanques e postes.
Já os beneficiados, são o S2S, S4S, piso, deck, forro,
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
63
ESPECIAL
O IPÊ ESTÁ ENTRE
AS ESPÉCIES MAIS
PROCURADAS PARA
O BENEFICIAMENTO
DE DECKS,
PISOS E OUTROS
PRODUTOS
lambril, assoalho, alizar, batente, portais, sarrafos e ripões
beneficiados, palets, cantoneira, barra de cama, portas, janelas,
cabos de vassouras e ferramentas.
A madeira utilizada para a fabricação de produtos vem
de planos de manejo florestal. “Aqui na região trabalhamos
em regime de safras. Fazemos a colheita de junho até
outubro. Nos outros meses é o período de chuvas, não é
permitida a exploração”, afirma Gilberto Cezimbra, diretor
da MGM Industrial. A empresa localizada em Colniza, desde
2003, beneficia em torno de 2 mil m³ (metros cúbicos) de
toras ao mês.
Cerca de 60% da produção está voltada para atender o
mercado externo. “Os principais compradores são China e
EUA (Estados Unidos da América)”, detalha Gilberto. A região
sul consome 80% do total de produtos vendidos pela
MGM no mercado doméstico, o restante é destinado ao
norte e nordeste. Ao todo, a empresa produz 800 mil m³ de
produtos acabados. A empresa trabalha com 23 espécies,
as interessantes no momento são ipê, jatobá e cumaru.
De acordo com o diretor da MGM, trabalhar no Mato
Grosso tem a vantagem de estar perto da floresta. Por outro
lado, a infraestrutura logística é bastante precária. “Outro
problema é a demora para a liberação dos projetos de manejo”,
ressalta.
Desde o final do ano passado o mercado comprador diminuiu
o volume de pedidos. “Não estamos muito otimistas
pelo mercado que está parado, mas vamos continuar trabalhando”,
garante Gilberto. De acordo com ele, o montante
das exportações caiu 80% desde outubro de 2016.
JUNP
A Junp Madeiras, também localizada em Colniza, possui
suprimento de toras vindas de dois projetos de manejo nas
fazendas Santa Maria e Vale do Jumo. “Este ano vamos começar
a comprar de terceiros”, aponta Junior Polles, diretor
da empresa. Todo o volume produzido pela Junp é exporta-
O MERCADO
EXTERNO É
O GRANDE
COMPRADOR
DOS PRODUTOS
MADEIREIROS DE
MATO GROSSO
64
www.referenciaflorestal.com.br
do. São consumidos todos meses 1.650 m³ de toras para a
fabricação de 750 m³ de decks e S4S. Os mercados compradores
estão na Bélgica, Alemanha, Dinamarca, EUA e China.
O diretor da Junp conta que também enfrenta dificuldades
com a liberação dos planos de manejo feitos pela Sema
(Secretaria de Estado de Meio Ambiente). “Chega a levar
até um ano e meio para receber as autorizações.”
Ainda existe outra dificuldade. Após a diminuição no
índice do CRV (Coeficiente de Rendimento Volumétrico) de
45% para 35%, promovida pelo Conama (Conselho Nacional
do Meio Ambiente), as empresas que possuem rendimentos
superiores têm que provar os números e arcar com os
custos deste estudo. Este é o caso da Junp Madeiras. “Ele
varia conforme a espécie, mas ficamos na faixa de 45% a
51% de aproveitamento. Por isso, estamos fazendo o estudo
técnico espécie por espécie”, revela Junior Polles.
AS TORAS VÊM DE PROJETOS DE MANEJO
AUTORIZADO PELA SEMA (MT), PORÉM AS
LIBERAÇÕES PODEM DEMORAR MAIS DE UM ANO
ARTIGO
HETEROGENEIDADE
AMBIENTAL E
REGENERAÇÃO
NATURAL EM
UMA FLORESTA
OMBRÓFILA MISTA
ALUVIAL
Fotos: divulgação
O
principal objetivo do estudo foi determinar a influência
da heterogeneidade ambiental sobre o
componente regenerante de uma FOM (Floresta
Ombrófila Mista) aluvial no Planalto Sul Catarinense. Os regenerantes
foram amostrados em 48 parcelas alocadas em três
setores: rio, interior e borda. O levantamento das variáveis ambientais
foi realizado em todas as parcelas, obtendo-se as variáveis
edáficas, topográficas, do nível freático, de fechamento
do dossel, de impacto ambiental e classe de solo. A partir dos
dados ambientais, foi realizada uma Análise de Componentes
Principais para identificar os gradientes existentes. Foram utilizados
modelos lineares generalizados para avaliar a influência
das setorizações ambientais em função da distância do rio e da
classe de solo sobre a composição florística-estrutural dos regenerantes.
A organização da vegetação foi verificada por meio
de uma Análise de Coordenadas Principais. A existência de espécies
indicadoras foi verificada para os setores com efeito
significativo sobre a vegetação. Os Cambissolos predominaram
na área, cujo relevo é predominantemente plano e os solos
são distróficos, ácidos, álicos e com textura franco arenosa a
franco siltosa. Um terço das parcelas apresentou água próximo
da superfície, indicando maior seletividade ambiental nestes
locais. O dossel esteve predominantemente fechado (91,16%)
e o nível de impacto ambiental foi considerado baixo. A setorização,
definida em função da distância do rio, apresentou
influência significativa no padrão de distribuição das espécies,
sendo que o setor borda foi o que apresentou a composição
florística-estrutural mais distinta, com 14 espécies indicadoras.
O componente regenerativo apresentou variações espaciais
que refletiram a heterogeneidade ambiental em função da setorização,
sendo a distância do rio determinante na formação
dos grupos florísticos.
A FOM é caracterizada pela presença da Araucaria angustifolia
(Bertol.) Kuntze em seu dossel superior (Klein, 1960),
porém, em nível regional, apresenta elevada substituição florística,
tanto para o componente adulto (Higuchi et al., 2012a),
quanto para o regenerante (Polisel et al., 2014). De acordo com
a classificação do Ibge (2012), a áreas de FOM podem ser classificadas
em subformações de acordo com altitude (Submontana,
Montana e Alto-Montana) e a presença de planícies aluviais
(Aluvial). A subformação FOM Aluvial se diferencia dos demais
tipos por ocorrer, geralmente, próxima a cursos de água e ser
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JÉSSICA ONEDA SILVA
MESTRE EM ENGENHARIA FLORESTAL DA UDESC (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE
SANTA CATARINA)
ANA CAROLINA SILVA
PROFESSORA ASSOCIADA DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL DA
UDESC
PEDRO HIGUCHI E ÁLVARO LUIZ MAFRA
PROFESSORES ASSOCIADOS DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
UDESC
RODINELI LOEBENS
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE SOLOS E RECURSOS NATURAIS DA
UDESC
LUIZ CARLOS RODRIGUES JÚNIOR, ANGÉLICA DALLA ROSA,
CARLA LUCIANE LIMA E FERNANDO BUZZI JÚNIOR
GRADUADOS EM ENGENHARIA FLORESTAL UDESC
predominantemente plana, estando sujeita a alagamentos periódicos
(Ibge, 2012). Os pulsos de inundação, compreendidos
como fenômenos temporais de inundação (Junk et al., 1989),
se apresentam como um processo essencial na dinâmica e ecologia
do ambiente. Junk et al. (1989) definem esse processo
como chave para a existência de interações entre a biota em
sistemas aluviais, capaz de gerar estratégias e adaptações nas
espécies presentes na transição aquática/terrestre.
As florestas aluviais consistem em manchas de vegetação
com características próprias, produto da combinação de fatores
abióticos como a topografia, regime de cheias e variações
edáficas (Oliveira Filho et al., 1997), com as condições ecológicas.
Essa particularidade resulta na formação de ambientes
sujeitos ao estresse hídrico, que pode selecionar espécies tolerantes,
influenciando na composição florística e estrutural da
floresta (Silva et al., 2012).
A heterogeneidade ambiental tem sido apontada como um
dos principais fatores que atuam nessa composição florístico-
-estrutural (Oliveira Filho et al., 1994b; botrel et al., 2002; Higuchi
et al., 2012b; Carvalho et al., 2005), sendo associada ao
regime de inundação, diferentes níveis de oxigenação do solo e
padrões de sedimentação (Silva et al., 2007). Para Rodrigues et
al. (2007), essa heterogeneidade é resultado da diversidade de
fatores que interagem nas comunidades. Além disso, a heterogeneidade
ambiental produz micro-hábitats que são ocupados
por espécies indicadoras, que são aquelas com preferências
ecológicas que podem identificar as condições ambientais locais
(Hill et al., 1975).
Neste sentido, estudos que contribuam para o entendimento
de como a heterogeneidade ambiental pode influenciar
a distribuição espacial de espécies arbóreas regenerantes são
relevantes para a definição de estratégias de conservação e
restauração de florestas aluviais. A presença de espécies indicadoras
em condições ambientais específicas, associadas, por
exemplo, ao regime de inundação e aos tipos de solos, pode
evidenciar que a manutenção de certas condições ambientais
é fundamental para a conservação da biodiversidade em nível
regional. Além disso, identificar espécies associadas a setores
distintos de um ambiente aluvial permite a escolha adequada
de táxons a serem utilizados em programas de restauração florestal,
evitando-se, assim, possíveis problemas, como a elevada
mortalidade de mudas ou sementes não adaptadas.
Dentro deste contexto, considerando a importância ecológica
de florestas aluviais, uma vez que as mesmas desempenham
importantes funções ambientais e apresentam um subconjunto
relevante da flora regional, o presente estudo teve
como objetivos: i) determinar a influência da heterogeneidade
ambiental sobre o componente regenerante de uma FOM
aluvial no Planalto Sul Catarinense; ii) determinar a correlação
entre a vegetação e setorizações ambientais em função da dis-
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
67
ARTIGO
FLORESTAS OMBRÓFILAS
MISTAS OCUPAM ÁREAS
PRINCIPALMENTE NO PARANÁ
E SANTA CATARINA
tância do rio e classes de solos; e iii) determinar as espécies
indicadoras de cada setor com influência significativa na organização
do componente regenerante.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Ombrófila
Mista Aluvial, no município de Lages, SC. Com coordenadas
centrais de 27°51’03’’S e 50°13’31’’O, o remanescente
se encontra nas margens do Rio Caveiras e possui altitude média
de 902 m. De acordo com a classificação de Köppen, o clima
da região é Cfb, mesotérmico subtropical úmido com verões
frescos, sem estação seca, com geadas severas, temperatura
média de 15,9ºC e precipitação anual média em torno de 1.400
mm (Brasil, 1992). Siltitos da Formação Rio do Rasto e arenitos
da Formação Botucatu compõem o substrato geológico.
Os solos são Cambissolo Húmico nas porções mais drenadas
e Gleissolo Háplico nas áreas mais úmidas, ocorrendo também
Neossolo Litólico e Neossolo Flúvico (Embrapa, 2013)
O levantamento da vegetação regenerante foi realizado
em 48 unidades amostrais alocadas de forma estratificada, em
três setores (16 parcelas por setor): rio (borda adjacente ao
rio), interior do fragmento e borda do campo (borda adjacente
à matriz campestre). Indivíduos arborescentes com menos
de 5,0 cm de DAP foram considerados como parte do estrato
regenerante. Para o levantamento destes, cada uma das 48
unidades amostrais foi dividida em parcelas com área variável
de acordo com a classe de tamanho de planta, segundo adaptação
da metodologia proposta por Volpato (1994): i) Classe
1, plantas com altura entre 15 cm e 1 m, foram avaliadas em
parcelas de 5 m² (metros quadrados), o que totalizou uma área
amostral de 240 m2; ii) Classe 2, plantas com altura entre 1 e 3
m, foram avaliadas em parcelas de 10 m², o que totalizou uma
área amostral de 480 m2, e; iii) Classe 3, plantas com altura
maior que 3 m e DAP (diâmetro a altura do peito) menor que
5 cm, foram avaliadas em parcelas 20 m², o que totalizou 960
m2 inventariados. Todos os indivíduos dentro das parcelas pertencentes
a espécies arborescentes regenerantes foram marcados,
classificados em sua respectiva classe e identificados,
sendo as identificações realizadas por meio de literatura (e.g.
Sobral et al., 2013) e especialistas. A classificação das famílias
de angiospermas foi realizada de acordo com o sistema APG
III (APG, 2009). As coordenadas de latitude e longitude foram
obtidas no centro de cada parcela com o auxílio de um GPS
Garmin Gpsmap 76CSx.
O levantamento das variáveis ambientais foi realizado em
cada uma das 48 parcelas utilizadas para o levantamento florístico.
Para obtenção das variáveis edáficas, em cada parcela foram
coletadas nove amostras de solo com o trado no perfil de
0 a 20 cm, de maneira a cobrir a variação existente na unidade
amostral, e destas foi obtida uma amostra composta por parcela.
As amostras foram submetidas à análise química e física
no Laboratório de Análises da Udesc. Foram quantificados pH,
potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), matéria
orgânica (MO), capacidade de troca catiônica efetiva (CTC), saturação
por base na CTC efetiva (V), saturação por Al e os teores
de areia, silte e argila. Também foi realizada a classificação
dos solos de cada parcela por meio da abertura do perfil com o
trado até a profundidade de 1 m (Embrapa, 2013).
A luminosidade foi avaliada por meio da abertura do dossel,
utilizando-se um densiômetro esférico (modelo A) côncavo
(Lemmon, 1956). No centro de cada parcela, foram realizadas,
no mês de fevereiro, quatro leituras nas direções Norte, Sul,
Leste e Oeste, sendo obtida a média por parcela. O impacto
ambiental foi determinado conforme metodologia utilizada
por Silva et al. (2009), pela atribuição de nota de zero a cinco,
de acordo com o que era perceptível na parcela, considerando
trilhas, estradas, gado, fogo e corte seletivo, sendo zero para
a ausência de impacto e cinco para o máximo de impacto observável.
Os valores dos níveis freáticos foram obtidos por meio da
leitura em poços de observação, instalados no centro de cada
parcela, de acordo com a metodologia utilizada por Barddal et
al. (2004), Silva et al. (2009) e Silva et al. (2010). Esses poços
foram perfurados com um trado, até a profundidade de 1 m,
onde foram instalados canos de PVC com pequenos furos para
permitir o fluxo da água, com o propósito de se evitar o assoreamento
dos mesmos ao longo das observações. As leituras
foram feitas com auxílio de trena e lanterna, durante um ano,
com frequência bimestral. Foi retirada uma média anual por
parcela e também utilizados os dados do mês de nível freático
68
www.referenciaflorestal.com.br
mais próximo à superfície.
O levantamento topográfico foi realizado por meio da coleta
de três variáveis em cada parcela: cota média, desnível máximo
e declividade média, para tal foram utilizados clinômetro
e GPS. O desnível máximo correspondeu à maior diferença
entre os valores de cota de cada vértice das parcelas e a cota
média foi considerada como o valor médio obtido a partir dos
quatro vértices de cada parcela. A declividade média foi calculada
por meio da média das declividades dos lados da parcela
(Oliveira Filho et al., 1994a).
A partir dos dados ambientais, foi realizada a PCA (Análise
de Componentes Principais), para identificar os gradientes
existentes. A existência de estruturação espacial da organização
da comunidade regenerante foi verificada por meio de um
teste de Mantel, utilizando uma matriz de distância de Bray-
-Curtis e uma matriz de distância espacial.
Para testar a hipótese de existência de variações florísticas-
-estruturais em função das diferentes condições ambientais
consideradas, utilizou-se a metodologia proposta por Wang et
al. (2012). Para isto, foram ajustados modelos lineares generalizados,
tendo como variáveis dependentes as abundâncias
das espécies e como variáveis independentes os diferentes setores
de distância do rio e classes de solos. Considerando que
muitas espécies apresentam poucos indivíduos, considerou-se
uma distribuição binomial negativa para os modelos. A matriz
de abundância de espécies por parcelas passou por uma transformação
de Hellinger, com o propósito de reduzir a assimetria
entre as espécies mais abundantes e raras (Legendre; Legendre,
2012).
A organização florística-estrutural do componente regenerante
foi verificada por meio de uma Pcoa (Análise de Coordenadas
Principais), a partir de uma matriz de distância de Bray-
-Curtis. Foi realizada a Análise de Espécies Indicadoras para
verificar espécies características dos setores com influência
significativa na organização da comunidade regenerante.
Todas as análises foram realizadas no programa estatístico
R versão 3.1.0 (R Development Core Team, 2014), junto com as
bibliotecas vegan (Oksanen et al., 2014) para a transformação
de Hellinger, matriz de distância de Bray-Curtis, Pcoa e PCA;
mvabund (Wang et al., 2012), para o modelo linear generalizado
multivariado, e labdsv (Roberts, 2014), para Análise de
Espécies Indicadoras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De forma geral, o relevo da área é predominantemente
plano (Ibge, 2007), com solos distróficos, ácidos, com elevada
saturação por Al e com textura franco arenosa e franca a
franco-siltosa (Sbcs, 2004; Embrapa, 2013). Foram encontradas
quatro classes de solos: Cambissolos Húmicos, Gleissolos
Háplicos, Neossolos Litólicos e Neossolos Flúvicos. Os Cambissolos
predominaram na área, ocorrendo em 28 parcelas em
todos os setores de distância do rio (borda, interior e rio).
Os Gleissolos ocorreram em 10 parcelas nos setores interior
e borda do campo. Os Neossolos Flúvicos ocorreram em sete
parcelas, restritas ao setor rio, e os Neossolos Litólicos ocorreram
em apenas três parcelas, nos setores rio e borda.
Apenas 16 parcelas (33%), principalmente de Gleissolos
Háplicos, apresentaram água próximo da superfície (acima de
Espécies
Annona rugulosa (Schltdl.) H. Rainer
Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg
Myrcia hartwegiana (O.Berg) Kiaersk
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Matayba elaeagnoides Radlk.
Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg
Rudgea parquioides (Cham.) Mull.Arg
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Prunus myrtifolia (L.) Urb.
Banara tomentosa Clos
Miconia cinerascens Miq
Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl
Myrcia laruotteana Cambess.
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
p: significância da Análise de Espécies Indicadoras.
Setor
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
Borda
p
0,001
0,001
0,008
0,003
0,025
0,010
0,021
0,030
0,011
0,009
0,044
0,028
0,028
0,050
0,015
Abril de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
69
ARTIGO
O estudo levou em conta informações levantadas
em 48 unidades distintas com relevos variados
1 m de profundidade), indicando maior seletividade ambiental
nestes locais. Devido à limitação de profundidade dos canos (1
m), quando o lençol freático estava abaixo desse valor, não se
tinha referência para saber sua profundidade exata. Em média,
considerando-se os valores do nível freático como de 1 m
para os poços onde não foi encontrado água, o lençol freático
esteve a uma profundidade de 93,2 cm da superfície do solo.
Ao se considerar as leituras no mês de maior encharcamento
(Março), a profundidade média foi de 85,2 cm. Apesar de apenas
16 parcelas apresentarem profundidade do lençol inferior
a 1 m, a variação espacial no nível freático sugere a existência
de locais com ocorrência de alagamentos sazonais, o que pode
influenciar no estabelecimento dos regenerantes.
O dossel esteve predominantemente fechado (91,2%),
quando comparado com outro fragmento florestal em avançado
estágio de sucessão avaliado por Higuchi et al. (2012b)
no mesmo município, que encontraram um valor de 87,2%. O
nível de impacto ambiental pode ser considerado baixo (0,55),
sugerindo baixa intervenção antrópica na área de estudo. O
baixo nível de impacto encontrado indica que, provavelmente,
o estabelecimento e a sobrevivência das plântulas não são afetados
significativamente por fatores como pisoteio de bovinos,
etc.
A PCA indicou que o Eixo 1, com uma explicação de 27,5%
da inércia total, apresentou forte correlação, principalmente,
com o teor de Ca (-0,94), saturação por alumínio (0,91) e saturação
por bases (-0,93), sintetizando um gradiente de disponibilidade
de nutrientes. O Eixo 2 explicou 19,25% da variação
total, apresentando forte correlação, principalmente, com os
teores de areia (0,83), de silte (-0,73) e de argila (-0,67), indicando
variação textural do solo. A setorização relacionada à
distância do rio demonstrou que parcelas próximas da borda
ficaram ordenadas à direita do gráfico, com menor fertilidade,
e o setor próximo ao rio ordenaram-se à esquerda do gráfico,
com maior fertilidade. O setor interior apresentou parcelas ao
longo de todo o gradiente. A setorização definida em função
da classe de solo demonstrou que Neossolo Litólico ocorreu
em áreas mais arenosas e declivosas e Neossolo Flúvico associou-se
a locais com maior fertilidade natural. Cambissolo
Húmico e Gleissolo Háplico distribuíram-se de forma ampla
ao longo dos gradientes definidos pela PCA, indicando elevada
heterogeneidade destas classes de solos.
Os resultados sugerem que eventos de alagamentos representam
um importante fator determinante na qualidade dos
solos, uma vez que as parcelas do setor rio e as parcelas de
Neossolo Flúvico foram as que apresentaram maior disponibilidade
de nutrientes. Este padrão já foi relatado em outros estudos
(Oliveira-Filho et al., 1994b; Budke et al., 2007) e indicam
que os pulsos de inundação podem atuar como uma fonte de
nutrientes, aumentando a fertilidade natural destas áreas. Porém,
segundo Junk (1993), o aumento da fertilidade em áreas
sujeitas a alagamentos depende da qualidade dos sedimentos
depositados.
A comunidade regenerante foi representada por 818 indivíduos
(26.771 ind.ha-1) amostrados, pertencentes a 30 famílias,
42 gêneros e 59 espécies. De acordo com o teste de
Mantel, a organização florística-estrutural não ocorreu de forma
espacialmente estruturada na área (r = 0,0387, p = 0,223),
porém, foi influenciada de forma significativa (p = 0,001) pela
setorização definida em função do distanciamento do rio. As
classes de solos não foram determinantes (p = 0,205).
Desta forma, infere-se que as diferenças ambientais associadas
ao distanciamento do rio foram determinantes para o
estabelecimento inicial da comunidade de espécies arbóreas,
refletindo na florística e na estrutura do estrato regenerante.
A heterogeneidade vegetacional em ambientes ripários e aluviais
tem sido frequentemente relatada na literatura (Ferreira;
Stohlgren, 1999; Ferreira, 2000; Silva et al., 2009; Budke et al.,
2010; Scipioni et al., 2013), sendo explicada como uma resposta
a gradientes ambientais associados aos solos e ao regime de
inundação. Como ressaltado por Junk et al. (1989), pulsos de
inundação representam um dos principais aspectos ecológicos
para a biota em ambientes aluviais. Esses pulsos resultam na
geração de diferentes micro-hábitats, que exigem das populações
existentes a adoção de novas estratégias de sobrevivência
e estabelecimento, bem como de adaptação às condições
locais.
A ordenação produzida pela PCoA evidenciou que o setor
borda adjacente ao campo foi o que apresentou a composição
florística-estrutural mais distinta entre os setores. Este padrão
também foi confirmado pela Análise de Espécies Indicadoras,
onde este setor apresentou 14 espécies indicadoras, enquanto
70
www.referenciaflorestal.com.br
Disco de corte para Feller
os setores rio e interior apresentaram, respectivamente, apenas
uma e nenhuma espécie indicadora. No setor adjacente ao
rio, Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez foi a única indicadora,
sugerindo que a mesma seja adaptada a se desenvolver
na interface próxima de cursos d’água. As demais espécies que
ocorreram na área não foram caracterizadas como indicadoras,
ocorrendo em todos os setores. Estas possuem plasticidade
ambiental, tendo alguma tolerância tanto ao estresse hídrico,
podendo ocorrer em condições limitantes de umidade
(rio), quanto à luminosidade limitada (interior). A ocorrência
de maior número de espécies indicadoras no setor borda pode
ser explicada pelo fato destas serem espécies que provavelmente
não conseguiram ter maior abundância próxima ao rio
em função da elevada umidade, ou no interior, pois necessitam
de maior quantidade de luz.
Tomados em conjunto, os resultados demonstraram que os
setores de borda adjacente ao rio e borda adjacente à matriz
campestre representaram os dois extremos de um gradiente
ambiental associado à fertilidade do solo e ao regime de inundação,
que deu origem a um componente arbóreo regenerante
com elevada distinção florística. Neste sentido, reforça-se
a importância de planos de restauração e conservação de florestas
aluviais considerarem a existência dos diferentes micro-
-hábitats, por estes suportarem conjuntos de espécies distintos.
Considerando a fitofisionomia (FOM) e a região estudada
(Planalto Sul Catarinense), infere-se que Nectandra megapotamica
é uma espécie com grande potencial para ser utilizada
em programas de reflorestamento em áreas de interface com
cursos d’água, de maior fertilidade e diretamente impactadas
por pulsos de inundação. Por outro lado, um grande número
de espécies, dentre elas Araucaria angustifolia, não deve ser
empregado em locais sujeitos a inundações, pois ocorreu com
forte associação aos ambientes distantes dos rios, com solos
menos férteis e bem drenados. Porém, ressalta-se que a seleção
de espécies para serem empregadas em condições ambientais
específicas, não devem ser restritas apenas aquelas
consideradas indicadoras, mas sim a todo conjunto de espécies
associado a determinado ambiente natural.
Av. Marginal Francisco D’Antonio, 337
Água Vermelha - Sertãozinho - SP
Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650
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de lenha
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Fácil manuseio
Qualidade comprovada
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utilização de até 18 ferramentas
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de acordo com o padrão da máquina
Detalhe de encaixe para
ferramentas de 4 lados
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conforme modelo ou amostra
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Modelo RLE
O modelo RLE é um
equipamento desenvolvido
para facilitar o dia a dia de
quem precisa rachar
lenhas. Rapidamente pronto
para uso por meio do pedal
na parte inferior da máquina.
• Discos especiais
• Pistões hidráulicos
(fabricação e reforma)
• Usinagem de médio e grande porte
CONCLUSÕES
O componente regenerativo apresentou variações espaciais
que refletem a heterogeneidade ambiental existente na
área em função da setorização. Os fatores ambientais foram
determinantes na formação dos grupos florísticos, com a determinação
de espécies indicadoras, decorrente, sobretudo,
do fator distância do rio.
Foi possível determinar espécies indicadoras dos setores
borda adjacente ao rio e borda adjacente ao campo. Assim, a
vegetação existente nesses ambientes não deve ser tratada de
forma genérica, devendo ser consideradas as suas variações e
peculiaridades. Desse modo, estudos nesse contexto se mostram
fundamentais para subsidiar medidas de proteção mais
efetivas.
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O modelo RLE MINI é um
produto feito para o uso
doméstico para facilitar a difícil
tarefa de rachar lenhas, é de fácil
transporte e funcionamento, já
vem equipado com motor
monofásico.
Modelo RLT
O modelo RLT é um produto
desenvolvido para quem precisa
operar lenhas de grande porte
diretamente no mato. Depois de
acoplado ao trator é só acionar a
alavanca do comando do trator para
abrir e fechar o cilindro hidráulico.
AGENDA
ABRIL 2017
APRIL 2017
VI Workshop Internacional Mogno Africano
7
São Paulo (SP)
www.workshopmognoafricano.org.br
II Seminário sobre Sanidade Florestal
25 e 26
Belo Horizonte (MG)
www.sif.org.br
MAIO 2017
MAY 2017
Agrishow
1 a 5
Ribeirão Preto (SP)
www.agrishow.com.br
Ligna
22 a 26
Hannover - Alemanha
www.ligna.de
JUNHO 2017
JUNE 2017
Elmia Wood
7 a 10
Jönköping – Suécia
www.elmia.se
DESTAQUE
II Seminário sobre Prevenção e Controle de Incêndios
Florestais
7 e 8
Viçosa (MG)
www.sif.org.br
Cibio 2017
20 a 22
Curitiba (PR)
www.congressobiomassa.com
JULHO 2017
JULY 2017
Interforst
18 a 22
Munique (Alemanha)
www.interforst.com
SETEMBRO 2017
SEPTEMBER 2017
Lignum Brasil
20 a 22
Curitiba (PR)
www.lignumbrasil.com.br
Expobiomassa
26 a 29
Valladolid (Espanha)
www.expobiomasa.com
II SEMINÁRIO SOBRE SANIDADE FLORESTAL
25 e 26 de abril
Belo Horizonte (MG)
www.sif.org.br
A SIF (Sociedade de Investigações Florestais) promove
o segundo seminário sobre saúde florestal. Serão
abordados cuidados e utilização de produtos para previnir
e combater pragas e doenças que atacam espécies
arbóreas.
Imagem: reprodução
72
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ESPAÇO ABERTO
LÍDER SERVIDOR:
COMO A EMPATIA PODE
TRANSFORMAR O CLIMA
ORGANIZACIONAL
Foto: divulgação
Por Neto Mello
Gerente de RH e Relações Institucionais da OJI Papéis Especiais
T
alvez o segredo das relações, e também o mais desafiador,
seja realmente calçar o sapato do outro. E esta
é uma realidade intrínseca a qualquer relação, que não
difere no mundo corporativo. Todo resultado, seja positivo ou
negativo, é consequência de um trabalho realizado por pessoas
felizes, ou não. Esse deve ser o lema da empresa contemporânea,
em que a liderança, mais do que gerir, deve se comprometer com
o processo e dar o exemplo com o desafio de buscar a felicidade
da equipe.
A essência da motivação de um time está em conhecer o que
se realiza. Sem entendimento qualquer ação cairá na inutilidade,
uma vez que as pessoas são motivadas por si mesmas a partir
do momento que passam a entender e participar dos processos
e resultados. Por isso, além de todas as competências pessoais
tão amplamente divulgadas, o líder atual deve ser servidor, não
apenas em suas ações, mas em seu íntimo. O serviço aproxima as
pessoas e revela um interesse genuíno no próximo demonstrando,
acima de habilidades ou conhecimentos técnicos, qualidades
relacionadas à educação de cada um.
Muito se pode aprender para uma função de liderança. Competências
e habilidades podem ser desenvolvidas e conhecimento
técnico pode ser obtido através de bons cursos, processo de
coaching ou mentoring. Porém, a liderança servidora está muito
ligada aos valores morais obtidos a partir dos princípios nos quais
uma pessoa foi criada. O líder servidor emerge com qualidades
como respeito, solidariedade, empatia e humildade, características
mais predominantes do meio em que viveu e das experiên-
cias pessoais.
Este modelo de liderança é facilitador e apoiador da equipe,
ao contrário do líder autoritário. Ele influencia muito pouco nas
decisões, mas está sempre perto o suficiente para ajudar. Deve
apontar o caminho a ser seguido e também dar o exemplo, pois
o senso de utilidade das pessoas é um agente motivador e deve
ser incentivado pela liderança.
Tendo em vista que ninguém pode motivar ao outro, uma vez
que a motivação é gerada dentro de cada um por razões individuais,
o líder servidor aparece mostrando à equipe a importância
de cada um no processo, sendo transparente com relação a
metas e resultados e proporcionando condições para tomada de
decisões, com foco em gerar melhores resultados.
É preciso ter em mente que os liderados podem até errar,
mas caberá à liderança medir os impactos. Com os riscos calculados,
deixar as pessoas tomarem as próprias decisões não é um
posicionamento difícil para a liderança. Em uma organização estruturada
com base em servir, a motivação minimiza os riscos.
As relações de trabalho podem ser transformadas a partir
dos princípios da liderança servidora genuína. O líder que se importa
realmente com o próximo, que tem paixão pelo que faz,
que gosta de gente, que olha nos olhos e tem relacionamento
pessoal com sua equipe não teme os desafios. Ele sabe que as
pessoas estarão comprometidas com sua liderança porque passaram
a entender o que faz e porque faz. Um ambiente feliz é
feito de pessoas felizes e pessoas felizes é o foco do líder servidor.
Os resultados virão a partir daí.
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