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Abril/2017 - Referência Florestal 184

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44<br />

DIVERSIDADE<br />

FLORESTAL<br />

Plantio misto cresce no país<br />

BUROCRACIA<br />

Mato Grosso luta<br />

por isonomia no setor62 ENTREVISTA<br />

Ute Seeling,<br />

diretora do KWF<br />

Gestão eficaz<br />

Resultado nas operações<br />

em campo no controle<br />

de formigas cortadeiras<br />

Effecient<br />

management<br />

A result of leaf-cutting<br />

ant control operations<br />

in the field


Os fueiros ,<br />

os mais leves do mercado e líder de vendas<br />

na América Latina, são fabricados pela Unylaser.<br />

A Unylaser é uma empresa do grupo PCP Steel, que tem 40 anos de mercado e é a pioneira na manufatura de<br />

aços de alta resistência no Brasil. A empresa opera no fornecimento de soluções completas a partir do aço.<br />

Atua em diversos segmentos de mercado e busca oferecer ao cliente a melhor proposta de custo-benefício<br />

na manufatura de componentes e conjuntos metálicos; de médio e grande porte. Com 13.000m 2 de área<br />

disponível, é a maior fábrica de fueiros da América Latina e uma das maiores do mundo; e com capacidade<br />

anual de transformação de mais de 20.000 t de aço em componentes.<br />

No processo de produção dos fueiros Raptor, são utilizados software de simulação virtual, análise de elementos<br />

finitos, análise de impacto ambiental, testes por ciclos, ensaios destrutivos, metalografia e performance<br />

estrutural.<br />

Entre os diferenciais a Unylaser oferece soluções customizadas em um processo de cocriação de produtos em<br />

parceira com os seus clientes.<br />

//Fueiros customizados para a sua operação.<br />

//Versões com capacidade de até 18.000 kg.<br />

//Fabricados em aço de alta e ultra alta resistência.


RAPTOR 600<br />

Capacidade 6.000kg | Peso 77kg<br />

RAPTOR 800 STD/L<br />

Capacidade 8.000kg | Peso 123/126kg<br />

MAIS<br />

LEVE<br />

DO MERCADO<br />

RAPTOR 800 HR<br />

Capacidade 8.000kg | Peso 160kg<br />

RAPTOR 1250 DUO/HD<br />

Capacidade 12.500kg | Peso 190/215kg<br />

+55 54 3290.4800 | comercial@raptorflorestal.com.br | www.raptorflorestal.com.br


SUMÁRIO<br />

ANUNCIANTES<br />

DA EDIÇÃO<br />

Agroceres ................................................................... 11<br />

D’Antonio Equipamentos ..................................... 71<br />

40<br />

Carrocerias Bachiega .............................................. 53<br />

Denis Cimaf ................................................................... 09<br />

Dinagro ........................................................................... 02<br />

Encapp ............................................................................ 29<br />

44<br />

Ferro Extra ..................................................................... 23<br />

Exte ................................................................................... 76<br />

H Fort ................................................................................ 15<br />

62<br />

Heinnings ...................................................................... 49<br />

Himev .............................................................................. 21<br />

J de Souza ........................................................................ 47<br />

Editorial<br />

Cartas<br />

Bastidores<br />

Coluna Ivan Tomaselli<br />

Notas<br />

Alta e Baixa<br />

Biomassa<br />

Frases<br />

Entrevista<br />

Principal<br />

Silvicultura<br />

Legislação<br />

Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Pragas<br />

Especial<br />

Artigo<br />

Agenda<br />

Espaço Aberto<br />

08<br />

10<br />

12<br />

14<br />

16<br />

28<br />

30<br />

32<br />

34<br />

40<br />

44<br />

50<br />

54<br />

58<br />

62<br />

66<br />

72<br />

74<br />

Lignum ............................................................................ 27<br />

Mill Indústrias .............................................................. 57<br />

Mill Indústrias .............................................................. 65<br />

Ponsse ............................................................................. 13<br />

Sergomel ....................................................................... 19<br />

Tissue World ................................................................. 31<br />

TMO ................................................................................. 75<br />

Unylaser ......................................................................... 04<br />

Usimaq ........................................................................... 71<br />

Ventura Máquinas .................................................... 61<br />

Waratah ......................................................................... 07<br />

Workshop Futuro Florestas .................................. 25<br />

06 www.referenciaflorestal.com.br


Excelente força<br />

de tração.<br />

Cabeçote Waratah H480C.<br />

Você não tem tempo a perder. Por isso, precisa trabalhar com<br />

a potência e a eficiência do Cabeçote Harvester Waratah H480C.<br />

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de desgalhamento ao longo de toda a sua faixa de diâmetro<br />

de tronco, força e velocidade otimizadas graças aos seus novos<br />

motores de alimentação, além de estruturas mais duráveis<br />

e manutenção simplificada. É mais força, menos paradas e<br />

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EDITORIAL<br />

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NÓS INVENTAMOS O CONCEITO<br />

AS CÓPIAS NUNCA<br />

SUPERAM AS ORIGINAIS<br />

Ano XIX - Edição n.º <strong>184</strong> - <strong>Abril</strong> <strong>2017</strong><br />

Year XIX - Edition n.º <strong>184</strong> - April <strong>2017</strong><br />

• Tecnologia exclusiva de solda, o item mais<br />

importante do equipamento<br />

• Há 10 anos no mercado brasileiro<br />

• Qualidade comprovada por quem concede um ano<br />

de garantia<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

DIVERSIDADE<br />

FLORESTAL<br />

Plantio misto cresce no país<br />

44<br />

BUROCRACIA<br />

Mato Grosso luta<br />

por isonomia no setor62 ENTREVISTA<br />

Ute Seeling,<br />

diretora do KWF<br />

Gestão eficaz<br />

Resultado nas operações<br />

em campo no controle<br />

de formigas cortadeiras<br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA COMUNICAÇÃO<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Diretora de Negócios / Business Director<br />

Joseane Knop<br />

joseane@jotacomunicacao.com.br<br />

8<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Ano XIX • N°<strong>184</strong> • <strong>Abril</strong> <strong>2017</strong><br />

Effecient<br />

management<br />

A result of leaf-cutting<br />

ant control operations<br />

in the field<br />

A gestão precisa do manejo de<br />

formigas em plantios florestais foi<br />

o mote da capa desta edição<br />

BURROCRACIA<br />

Processos e procedimentos ajudam a manter padrões, coibir a ilegalidade e melhorar<br />

práticas em diversas atividades. Porém, o excesso de burocracia ou a instituição<br />

de exigências que fogem à realidade de um segmento ou região, inibem a<br />

competitividade, enfraquecem o setor econômico e desestimulam até mesmo os<br />

mais persistentes. Acompanhe a reportagem especial que produzimos sobre a atividade<br />

florestal no Mato Grosso. O Estado possui empresas sérias, setor organizado<br />

consciente do papel que tem diante da preservação das riquezas naturais e determinação<br />

no cumprimento das leis. Mesmo diante de todo este contexto, a indústria<br />

florestal motogrossense é frequentemente colocada à prova e vem dando resposta.<br />

A expectativa é que em breve, questões regulatórias sejam superadas e a iniciativa<br />

privada volte a se concentrar no principal: gerar riqueza e manter a floresta em pé.<br />

Já no campo tecnológico, para trazer também um pouco do que acontece lá fora,<br />

conversamos com duas especialistas no segmento florestal. Entrevistamos Ute Seeling,<br />

diretora do KWF (Centro Alemão para o Trabalho e Tecnologia <strong>Florestal</strong>), da<br />

Alemanha. Também produzimos uma reportagem sobre o estudo da pesquisadora<br />

norte-americana, Laura Williams, sobre a produtividade superior de plantios mistos<br />

frente à monocultura. Desejamos uma ótima leitura!<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Fernanda Maier<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Colaboreadores / Colaborators<br />

Fotógrafos: Mauricio de Paula<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

BUREAUCRACY<br />

Processes and procedures help to maintain standards, curbing illegalities and improving<br />

practices in various activities. However, the excessive bureaucracy or the imposition of requirements<br />

that are outside the reality of a segment or region, inhibit competitiveness, weaken the<br />

economic sector, and discourage even the most persistent. Read the special story we produced<br />

about the forestry activity in the State of Mato Grosso. The State has serious companies and<br />

an organized sector aware of the role that it plays in the preservation of natural resources and<br />

determination in the compliance with laws. Even in the face of all this, the forest industry in the<br />

State of Mato Grosso is often put to the test and is able to come back in response. The expectation<br />

is that soon, regulatory issues will be overcome and the private sector can get back to concentrate<br />

on its main function: generating wealth and keeping the forest standing. In the technological<br />

field, in order to provide you with some of what is happening out there in the world,<br />

we talked to two experts in the forest segment. We interviewed Ute Seeling, Director of KWF<br />

(German Board of Forestry and Forestry Technology. We also produced a study on the research<br />

being carried out by the American Scientist, Laura Williams, about the increased productivity of<br />

mixed plantations compared to that of monoculture plantations. We wish you pleasant reading!<br />

08 www.referenciaflorestal.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.


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CARTAS<br />

MANEJO FLORESTAL<br />

TECNOLOGIA<br />

Capa da Edição 183 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de março de <strong>2017</strong><br />

Por Carlos Henrique<br />

Severiano - Belém (PA)<br />

Gostei do que estão fazendo<br />

para o aprimoramento do<br />

manejo florestal conforme<br />

retratado na reportagem da<br />

última edição. Bom saber das<br />

boas práticas que acontecem<br />

na Amazônia.<br />

Foto: IFT<br />

Por Bernardo Conci de Oliveira - Lages (SC)<br />

Olá, gostaria de ver uma reportagem sobre técnologia e<br />

mecanização florestal.<br />

ORGULHO<br />

Por Clarissa Bianquini - Curitiba (PR)<br />

Resposta: Obrigado pela sugestão, Bernardo. Em breve<br />

vamos participar da Elmia Wood, feira que acontece<br />

na Suécia. Já definimos um roteiro bem interessante<br />

para cobrir o evento e visitar fábricas de equipamentos,<br />

aguarde.<br />

Muito boa a matéria sobre os benefícios que as empresas,<br />

e o próprio setor florestal, trazem ao meio ambiente e<br />

comunidades. Precisamos mostrar mais o que fazemos<br />

pelas pessoas e pelo verde.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

TRUMP<br />

PROTEÇÃO<br />

Por Jorge Almeida Landin -<br />

Piracicaba (SP)<br />

Por Diego Cardoso -<br />

Três Lagoas (MS)<br />

Parabéns pela reportagem<br />

sobre as políticas prejudiciais<br />

do Presidente dos EUA (Estados<br />

Unidos da América) para o meio ambiente. É legal ter uma<br />

visão do que acontece lá fora e como pode nos afetar.<br />

Foto: divulgação<br />

Estou gostando das<br />

seguidas matérias<br />

sobre combate a pragas<br />

florestais. Continuem<br />

abordando o importante<br />

tema.<br />

Foto: divulgação<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

E-mails, críticas e<br />

sugestões podem ser<br />

enviados para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista do<br />

Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />

produzida pelo veículo.<br />

10<br />

www.referenciaflorestal.com.br


BASTIDORES<br />

CHARGE<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

REVISTA<br />

PAPO EM DIA<br />

A equipe comercial da REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL passou praticamente o mês<br />

todo na estrada. Entre uma parada<br />

e outra foi possível trocar ideia e<br />

conhecer as novidades apresentadas<br />

durante a Três Lagoas <strong>Florestal</strong>, feira<br />

que aconteceu de 28 a 30 de março, no<br />

Mato Grosso do Sul.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Gerson Penkal, do<br />

departamento comercial<br />

da REFERÊNCIA FLOESTAL,<br />

e Augusto Gabriel Claro<br />

de Melo, coordenador<br />

do curso de Engenharia<br />

<strong>Florestal</strong> da Faef (Faculdade<br />

de Ensino Superior e<br />

Formação Integral)<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Eduardo Maggioni, do departamento comercial da<br />

Unylaser e Roger Viezzer, gerente comercial da empresa<br />

Osvaldo Gomes, diretor da Sergomel, e<br />

Elaine Cristina Gomes, do departamento de marketing<br />

12<br />

www.referenciaflorestal.com.br


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EFICIÊNCIA IMBATÍVEL<br />

O FORWARDER PONSSE ELEPHANTKING é projetado para condições<br />

extremamente exigentes e para as cargas mais pesadas. Com uma<br />

força de tração imbatível, um poderoso motor, e a surpreendente<br />

capacidade de carga de 20 toneladas. O forwarder PONSSE<br />

ElephantKing garante transporte eficiente da madeira em áreas planas<br />

e locais difíceis, com grande declividade, e em longas distâncias.<br />

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Tel: +55 (11) 4795-4600<br />

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reposicionados considerando uma maior facilidade para o operador, a<br />

nova cabine oferece muito espaço, os melhores controles ergonômicos<br />

disponíveis no mercado e uma excelente visibilidade durante a<br />

operação. Além disso, o intervalo para manutenção programada da<br />

máquina foi estendido para 1.800 horas, contribuindo para a redução<br />

de custos e o aumento da produtividade na colheita. O forwarder ainda<br />

conta com a excepcional grua PONSSE K100+ e excelente área de<br />

carga colocando o PONSSE ElephantKing como o forwarder mais eficaz<br />

no mercado, seja para áreas planas ou declivosas.<br />

A melhor amiga do produtor florestal<br />

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COLUNA<br />

Foto: divulgação<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

EUCALYPTUS COMO<br />

MATÉRIA-PRIMA PARA<br />

INDÚSTRIA DE PRODUTOS<br />

DE MADEIRA SÓLIDA<br />

Gênero oferece opções de produtos nobres e com maior valor, além<br />

das toras finas para processo<br />

O<br />

Eucalyptus é um gênero com um grande número de<br />

espécies (mais de 700), nativas da Austrália e da Indonésia.<br />

Em função da capacidade de adaptação das<br />

diferentes espécies a condições de solo e clima, o Eucalyptus foi<br />

introduzido em um grande número de países na Europa, Américas,<br />

África e Ásia. O gênero tem a maior área plantada no mundo.<br />

No Brasil, e na maioria dos outros países, os plantios de<br />

Eucalyptus foram implantados para atender, principalmente, a<br />

demanda de madeira para energia (lenha e carvão), estacas e<br />

postes, e para produção de polpa. No entanto, cada vez mais,<br />

a madeira deste gênero tem sido utilizada para outras aplicações,<br />

incluindo madeira serrada, lâminas e painéis de madeira<br />

(compensados, aglomerado e MDF).<br />

O desenvolvimento da silvicultura e no manejo dos plantios,<br />

permitiram ganhar produtividade e competitividade. Mais importante<br />

ainda foram os desenvolvimentos genéticos: com grandes<br />

ganhos em produtividade, melhor adaptação a diferentes<br />

solos e climas, e ainda a obtenção de madeira com propriedades<br />

e qualidade necessária aos diversos produtos de madeira.<br />

A madeira de Eucalyptus tem, cada vez mais, sido uma substituta<br />

da madeira tropical na produção de serrados e compensados.<br />

As razões estão associadas à oferta de uma matéria-prima<br />

mais competitiva, com propriedades semelhantes às espécies<br />

tropicais e ainda com menor pressão dos grupos ambientalistas.<br />

No Uruguai, existem diversas unidades industriais que<br />

produzem compensados e serrados baseados, em madeira de<br />

plantações de Eucalyptus (grandis e diversos clones). O Uruguai<br />

possui atualmente uma área de florestas plantadas de 1 milhão<br />

de ha (hectares) e tem priorizado o plantio de Eucalyptus.<br />

O maior produtor de compensados do Uruguai, com a<br />

capacidade de produção de 260 mil m³/ano (metros cúbicos),<br />

tem como principal matéria-prima a madeira de Eucalyptus.<br />

A empresa exporta para os EUA (Estados Unidos da América),<br />

México, Europa, Argentina, Chile e outros países. Existem ainda<br />

no Uruguai serrarias de grande porte baseadas exclusivamente<br />

em madeira de Eucalypus. A maior delas tem uma capacidade<br />

de produção próxima de 180 mil m³/ano.<br />

Na Argentina também existem diversos produtores de<br />

madeira serrada e compensados baseados em madeira de<br />

Eucalyptus de plantações florestais, e que comercializam sua<br />

produção tanto no mercado nacional como exportam.<br />

Nos últimos 10 anos, tanto no Uruguai como na Argentina<br />

houve uma mudança na silvicultura e no manejo dos plantios<br />

florestais de Eucalyptus. Atualmente os plantios têm densidade<br />

máxima 600 mudas/ha, utilizam material clonal selecionado, são<br />

feitas podas de até 9 metros de altura com a realização de no<br />

máximo dois desbastes, e uma rotação de 12-15 anos. Com isto,<br />

o custo de implantação é reduzido e a produção de madeira de<br />

maior diâmetro com alta qualidade é priorizada.<br />

O Brasil tem em torno de 5 milhões de ha de plantio de<br />

Eucalyptus, prioritariamente implantados e manejados para<br />

produção de madeira para energia/carvão painéis reconstituídos<br />

e celulose. Os plantios destinados à produção de toras com<br />

maior diâmetro, para suprir a indústria de madeira sólida, são<br />

uma pequena parcela, e isto tem limitado o desenvolvimento<br />

da indústria de produtos de madeira sólida no país.<br />

Mesmo com esta limitação, é esperado que o Eucalyptus<br />

venha a ser uma fonte importante de matéria-prima para a indústria<br />

brasileira de serrados e compensados no futuro próximo.<br />

Existem alguns investidores florestais implantando e manejando<br />

plantios de Eucalyptus para produção de toras de qualidade,<br />

especialmente na região sul e centro oeste.<br />

O aumento na oferta de madeira do gênero com maior<br />

diâmetro e de qualidade será importante para o desenvolvimento<br />

da indústria de produtos de madeira sólida no Brasil<br />

nos próximos anos.<br />

O aumento na oferta de madeira do Eucalyptus com maior diâmetro e de<br />

qualidade será importante para o desenvolvimento da indústria de produtos<br />

de madeira sólida no Brasil nos próximos anos<br />

14<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

TECNOLOGIA<br />

DE PRODUTOS<br />

FLORESTAIS<br />

Foto: divulgação<br />

Com o tema: Tecnologia de produtos florestais;<br />

foi realizado o primeiro encontro do<br />

programa Florestas em Pauta, promovido pela<br />

Embrapa Florestas, em Colombo (PR). O evento<br />

reuniu empresários, pesquisadores e estudantes<br />

com o objetivo de conversar sobre os<br />

principais gargalos neste tema. Com a dinâmica<br />

proposta de bate-papo, os participantes conversaram sobre pesquisas realizadas em tecnologia da madeira, como elas<br />

se inserem no setor produtivo e as necessidades para inovação no setor. O encontro começou com uma visita a laboratórios<br />

que fazem parte do Núcleo de Tecnologia de Produtos Florestais da Unidade: Tecnologia da Madeira, Tecnologia de<br />

Produtos Não Madeiráveis. O grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas está investindo no conceito de biorrefinaria,<br />

em qual os plantios florestais têm potencial para dar origem a uma gama enorme de produtos além dos tradicionais.<br />

Ou seja, a matéria-prima de base florestal ou seus resíduos podem ser utilizados para produtos de alto valor agregado.<br />

Pesquisas já têm trabalhado com o desenvolvimento de preservativos de madeira extraídos de serragem, bio-óleo de<br />

eucalipto para preservação de madeira de pinus ou fabricação de biocidas.<br />

RETOMADA<br />

FLORESTAL EM MT<br />

Com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva de<br />

madeira, a Sedec-MT (Secretaria de Estado de Desenvolvimento<br />

Econômico do Mato Grosso) promoveu um encontro<br />

com representantes do setor. O objetivo é elaborar, em<br />

conjunto, uma proposta que atenda a necessidade do setor.<br />

Temos ciência da importância do potencial florestal”, afirmou<br />

o secretário da Sedec, Ricardo Tomczyk (foto). Ele citou o<br />

exemplo da mineração, que possui grande potencial em Mato<br />

Grosso, mas tem dificuldade de se estabelecer em sua capacidade<br />

máxima. Segundo Tomczyk, além da questão tributária a Sedec se coloca à disposição para destravar o processo. A<br />

Secretaria vai intermediar o diálogo do setor de base florestal com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e o Governo<br />

Federal (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).<br />

Foto: divulgação<br />

16<br />

www.referenciaflorestal.com.br


MÓVEIS COM<br />

MADEIRA DE<br />

MANEJO<br />

Foto: divulgação<br />

Como desdobramento do seu projeto de<br />

Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável, a Coomflona<br />

(Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós)<br />

inaugurou a Movelaria Ambé, localizada<br />

no Pátio Central do Km 117 da BR 163, interior<br />

da Floresta Nacional do Tapajós – UC (Unidade<br />

de Conservação) administrada pelo ICMBio<br />

no Pará. O evento reuniu parceiros do projeto,<br />

como a Fundação Banco do Brasil, além de organizações comunitárias, autoridades locais e cooperados. A cooperativa<br />

vai aproveitar os galhos oriundos da área de manejo florestal para a confecção de móveis. A localização da movelaria,<br />

dentro do Pátio Central da área de manejo florestal, foi pensada estrategicamente, de modo a auxiliar na logística e<br />

diminuir custos. A próxima etapa será a seleção de cerca de 20 trabalhadores, entre moradores da UC e profissionais<br />

experientes, para as atividades de secagem da madeira e manuseio das máquinas.<br />

PAPEL E<br />

CELULOSE NO PR<br />

De acordo com o Panorama Setorial da Indústria de Papel,<br />

Celulose, Embalagens e Artefatos, o Paraná concentra 11,4%<br />

da base florestal do Brasil. O setor reúne 470 indústrias no<br />

Paraná. Elas respondem por 12% do valor da produção nacional,<br />

correspondendo a R$ 8,3 bilhões. Juntas, estas indústrias<br />

geram 22 mil empregos, que representam mais de R$ 423<br />

milhões em salários. No total, 108 indústrias responderam<br />

ao questionário, correspondendo a um aumento de 22% em<br />

relação ao estudo da edição anterior. O Estudo, apresentado<br />

recentemente, foi desenvolvido em conjunto pela Fiep (Federação<br />

das Indústrias do Paraná) e pelo Sinpacel (Sindicato da<br />

Indústria de Papel e Celulose).<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

17


NOTAS<br />

MADEIRA<br />

AO MAR<br />

Foto: divulgação<br />

A Fibria está investindo R$ 54,4 milhões na modernização<br />

do transporte marítimo de madeira, realizado entre o sul<br />

da Bahia e o norte do Espírito Santo. A primeira fase do projeto<br />

tem início previsto para maio e a segunda e última fase<br />

começa a operar no mês de agosto. A madeira irá abastecer<br />

a unidade industrial em Aracruz (ES). Serão instalados guindastes<br />

de grande porte no Terminal Marítimo de Caravelas<br />

(BA), onde a madeira é embarcada, e no Terminal Marítimo<br />

de Barra do Riacho (ES), onde é feito o desembarque. Os<br />

equipamentos são fabricados pela finlandesa Mantsinem.<br />

De acordo com a empresa, as novas máquinas permitirão<br />

reduzir em 42% o tempo de carga e descarga das barcaças<br />

que transportam madeira. Atualmente, o ciclo de viagem<br />

da barcaça que transporta madeira entre os terminais é de<br />

12 horas. Cada barcaça comporta carga equivalente a 100<br />

viagens de um tritrem.<br />

MUDANÇA<br />

DE ARES<br />

Após seis anos de dedicação, Fabio Schvartsman, diretor-geral<br />

da Klabin, comunicou sua saída da companhia para assumir mais<br />

um importante desafio de carreira: a presidência da Vale. Durante<br />

o período em que esteve à frente da Klabin, Schvartsman estabeleceu<br />

um novo ciclo de gestão e de resultados na companhia.<br />

Desde 2011, a empresa dobrou sua capacidade de produção, entrou<br />

em novos negócios, triplicou seu valor de mercado e manteve<br />

seus resultados financeiros em crescimento por 22 trimestres<br />

consecutivos. Em termos de gestão, Schvartsman sempre atuou<br />

na valorização dos profissionais e, especialmente na diretoria,<br />

fortaleceu a atuação do time de maneira integrada e orientada<br />

para resultados e alta performance. A Klabin Irmãos e Companhia<br />

- controladora da Klabin S.A., indicou o executivo Cristiano Cardoso<br />

Teixeira como diretor-geral da empresa. A indicação será submetida<br />

para deliberação do Conselho de Administração da Klabin.<br />

Foto: divulgação<br />

18<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

DIA DA<br />

FLORESTA<br />

Foto: divulgação<br />

Para lembrar as pessoas da importância<br />

das florestas na manutenção da vida do<br />

Planeta Terra, em 1971 a FAO (Organização<br />

das Nações Unidas para a Alimentação e<br />

a Agricultura) sugeriu a criação do “Dia<br />

Mundial da Floresta”. A comemoração<br />

da data foi estabelecida para o dia 21 de<br />

março, em virtude do início da Primavera<br />

no Hemisfério Norte, de onde partiu a<br />

ideia da criação da data. No ano seguinte,<br />

foi comemorada também na Europa e em<br />

muitas outras regiões do mundo, tornando<br />

o dia internacional, mas ainda de maneira<br />

informal. Somente em 2012, a ONU (Organização das Nações Unidas) lançou uma resolução para a criação do “Dia Internacional<br />

das Florestas”, adotado mundialmente.<br />

MANEJO<br />

AUMENTA<br />

ABSORÇÃO<br />

DE CARBONO<br />

Foi realizado o primeiro mapeamento de recuperação<br />

de carbono nas florestas amazônicas<br />

e emissões lançadas pela atividade de colheita<br />

de madeira comercial na Amazônia. O estudo<br />

foi publicado no periódico eLife pela rede pan-<br />

-tropical de pesquisadores chamada Observatório<br />

de Florestas Tropicais Manejadas, que congrega 19 instituições internacionais, entre elas a Esalq (Escola Superior de<br />

Agricultura Luiz de Queiroz) da USP. O professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Edson Vidal, integrou<br />

a equipe de cientistas. “Os resultados levam ao reconhecimento de que o Manejo <strong>Florestal</strong> com Exploração de Impacto<br />

Reduzido pode ser uma atividade econômica que, além de gerar conservação e desenvolvimento, ainda poderá contribuir<br />

para redução das emissões de gases de efeito estufa quando árvores sadias são preservadas.”<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

20<br />

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ecotritus<br />

TRITURADOR<br />

FLORESTAL<br />

O TRITURADOR FLORESTAL<br />

ECOTRITUS foi desenvolvido<br />

levando em conta a forte vegetação<br />

brasileira, bem como a severidade do<br />

clima predominantemente tropical. Apesar<br />

da dureza das condições de trabalho, o<br />

Triturador FLORESTAL ECOTRITUS apresenta<br />

elevada PRODUTIVIDADE aliada a baixa e<br />

ECONÔMICA MANUTENÇÃO.<br />

FABRICADO NO BRASIL<br />

Matriz europeia adaptada para a realidade brasileira.<br />

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NOTAS<br />

MYANMAR SOFRE<br />

RESTRIÇÕES<br />

Foto: divulgação<br />

A Dinamarca pediu para que as importadoras de teca vinda de Myanmar<br />

tornem mais rigorosos os procedimentos de controle caso queiram permanecer<br />

no comércio de produtos madeireiros desta espécie na União Europeia. As autoridades<br />

dinamarquesas concluíram que o sistema utilizado por sete empresas<br />

do país não é robusto o bastante para demonstrar a legalidade da madeira<br />

importada. As suspeitas sobre o produto vindo de Myanmar se intensificaram<br />

depois que Bélgica, Itália, Holanda e Reino Unido abriram investigações para<br />

apontar possíveis brechas na entrada de madeira ilegal na União Europeia vindas<br />

daquele país. Em uma aparente reação, o Ministro de Recursos Naturais e<br />

Conservação do Meio Ambiente de Myanmar, divulgou um comunicado em que<br />

reconhece os desafios de rastrear a madeira até a floresta porque, no momento,<br />

os sistema está desenhado para registrar estatísticas. Até que haja uma resposta<br />

mais convincente do que o país pretende fazer para fortalecer seu controle<br />

interno, a teca de Myanmar sofrerá restrições para entrar na União Europeia.<br />

SOLO<br />

CORRIGIDO<br />

Parte dos resíduos produzidos na unidade<br />

da Fibria em Jacareí (SP) passa por<br />

uma etapa de industrialização na Planta<br />

de Corretivo, instalada nas proximidades<br />

da fábrica. Desta forma, esse material é<br />

transformado em corretivo de acidez de<br />

solo para utilização nas florestas da própria<br />

empresa e parte é doada para pequenos<br />

produtores rurais da região. O insumo<br />

proporciona condições necessárias para o<br />

solo absorver melhor os nutrientes e, consequentemente,<br />

aumentar a produtividade<br />

agrícola. O produto é composto basicamente<br />

por resíduos inorgânicos, que contém cálcio e magnésio e auxiliam no processo de correção do pH do solo. A doação do<br />

corretivo de acidez do solo é feita por meio de uma parceria que a Fibria firmou com a Prefeitura Municipal de da cidade.<br />

Foto: divulgação<br />

22<br />

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NOTAS<br />

TRIMBLE<br />

COMPRA SAVCOR<br />

OY E SILVADATA<br />

Foto: divulgação<br />

A Trimble anunciou que adquiriu o negócio florestal da Savcor<br />

Oy, fornecedora global de soluções florestais para otimização de<br />

desempenho e gerenciamento empresarial. A Trimble também<br />

adquiriu a Silvadata, prestadora de serviços relacionados a dados<br />

em nuvem, colaboração e automação de fluxo de trabalho<br />

para pequenas e médias empresas florestais. Essas aquisições<br />

expandem o alcance global da Trimble e complementam as<br />

soluções Connected Forest da Trimble. "As aquisições da Savcor<br />

e da Silvadata baseiam-se em nossa estratégia de oferecer aos<br />

clientes globais um ecossistema completo ponta a ponta para<br />

gerenciamento florestal, rastreabilidade e processamento de<br />

madeira", disse Ken Moen, gerente geral da Divisão <strong>Florestal</strong> da<br />

Trimble. Termos financeiros não foram divulgados.<br />

FLORESTA<br />

EM PÉ<br />

Nos dias 6 e 7 de abril, São Luís (MA) sediou o XIV Fórum de Secretários<br />

de Meio Ambiente da Amazônia Legal, que contou com a presença<br />

do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho. No evento, ele ressaltou<br />

a necessidade da busca de recursos internacionais para a conservação<br />

da floresta em pé, a exemplo da consolidação do mecanismo de<br />

Redd+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Ambiental),<br />

previsto no Acordo de Paris e que permite a compensação de<br />

emissões de gases de efeito estufa. Na reunião, o Fórum de Secretários<br />

de Meio Ambiente da Amazônia Legal analisou a proposta da Resolução<br />

6 da Conaredd (Comissão Nacional de Redd+). Ela indica 37,5% dos<br />

direitos de captação para o governo federal e 62,5% para os Estados.<br />

Os secretários entendem que precisam ter participação maior porque<br />

caberia a eles as principais responsabilidades de licenciamento e fiscalização<br />

de atividades florestais e a criação de programas jurisdicionais<br />

de Redd+ para distribuição dos benefícios entre prefeituras e comunidades locais. A União se concentraria em ações de<br />

monitoramento, fiscalização, incentivo a atividades produtivas sustentáveis e de redução do desmatamento.<br />

Foto: divulgação<br />

24<br />

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NOTAS<br />

MAIOR<br />

DIVERSIDADE<br />

DO PLANETA<br />

Foto: divulgação<br />

O Brasil é o país com a maior biodiversidade<br />

de árvores do mundo, aponta um levantamento<br />

inédito. Há 8.715 espécies de árvores no território<br />

brasileiro, 14% das 60.065 que existem no<br />

planeta. Em segundo na lista vem a Colômbia,<br />

com 5.776 espécies, e a Indonésia, com 5.142.<br />

Publicado no periódico Journal of Sustainable<br />

Forestry, o estudo foi realizado pela Botanical<br />

Gardens Conservation International (BGCI na<br />

sigla em inglês), uma organização sem fins<br />

lucrativos, com base nos dados de sua rede de<br />

500 jardins botânicos ao redor do mundo. A expectativa é que a lista, elaborada a partir de 375,5 mil registros e ao longo de<br />

dois anos, seja usada para identificar espécies raras e ameaçadas e prevenir sua extinção.<br />

OPORTUNIDADE<br />

Eldorado Brasil está com vagas abertas<br />

em Três Lagoas (MS) e Inocência (MS). As<br />

oportunidades são para Supervisor de Serviços<br />

Gerais, Líder de Serviços Gerais, Analista<br />

<strong>Florestal</strong>, Estagiário de Controle Técnico e<br />

Vigilante Patrimonial. Para todas as oportunidades,<br />

a Eldorado Brasil busca profissionais<br />

que tenham como característica a competitividade,<br />

a inovação, a sustentabilidade e a valorização<br />

das pessoas. Para a vaga de analista<br />

florestal pede-se ensino superior completo<br />

(desejável Engenharia <strong>Florestal</strong> ou Agronomia,<br />

conhecimento de normas de qualidade,<br />

segurança e Meio Ambiente), gerenciamento da rotina, inglês e conhecimento de informática. Os cadastros devem ser<br />

feitos pelo site da empresa: www.eldoradobrasil.com.br/Institucional/carreira/Oportunidades.<br />

Foto: divulgação<br />

26<br />

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ALTA E BAIXA<br />

DIA MUNDIAL DA ÁGUA<br />

A Suzano Papel e Celulose e a The Nature Conservancy promoveram no Dia Mundial da Água, em março, no<br />

entorno da unidade industrial da Suzano, em Mucuri (BA), um plantio de mudas de vegetação nativa para<br />

marcar o início das ações do Projeto Nascentes do Rio Mucuri. O evento contou com a participação<br />

de cerca de 100 pessoas, entre elas representantes do poder público da região, imprensa local e<br />

colaboradores da empresa. As próximas etapas da parceria da Suzano Papel e Celulose com a The<br />

Nature Conservancy envolvem outras três ações de restauração no segundo semestre. Além<br />

disso, a empresa desenvolverá, com a Atados, uma plataforma social que conecta pessoas e<br />

organizações para facilitar o engajamento.<br />

ALTA<br />

DEU PIZZA NA FLORESTA<br />

Uma técnica que utiliza pedaços de papelão com custo até 50% menor em relação aos métodos tradicionais<br />

passou a ser usado no plantio de nativas. No formato de discos ou placas, o material é aplicado<br />

para o controle da matocompetição com as mudas nos primeiros anos de desenvolvimento. Caixas que<br />

transportam as pizzas têm todas as características para essa aplicação e já estão sendo utilizadas. Segundo<br />

os pesquisadores da Embrapa que conduzem o estudo, os experimentos no campo mostraram que,<br />

além de impedir o crescimento das gramíneas, o papelão aumenta a taxa de sobrevivência das mudas.<br />

EXTERMINADOR DO FUTURO<br />

O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, criticou o fato de o presidente dos EUA<br />

(Estados Unidos da América), Donald Trump, querer impulsionar a exploração de carvão, quando esse<br />

combustível mata muito mais pessoas que o grupo terrorista Estado Islâmico. “Só alguém que vive na<br />

Idade de Pedra quer recuperar o carvão como fonte de energia", disse Schwarzenegger. “Sete milhões<br />

de pessoas morrem a cada ano pela contaminação do ar e Trump quer recuperar o carvão", completou.<br />

BAIXA<br />

DESINFORMÇÃO E DESSERVIÇO<br />

"Não bastassem a desertificação, o esgotamento hídrico, a erosão do solo, a alteração<br />

do microclima e o ataque brutal à biodiversidade, as monoculturas de eucalipto<br />

também podem intensificar o problema da febre amarela no Espírito Santo." Assim inicia<br />

matéria publicada no site www.seculodiario.com.br, com sede em Vitória (ES). De acordo com<br />

o texto, os macacos, principais transmissores da doença ao homem, utilizam as copas dos eucaliptos<br />

para passarem de um remanescente de floresta a outro, carregando o vírus para diversas<br />

regiões da Mata Atlântica capixaba.<br />

28<br />

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BIOMASSA<br />

PNEU<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Foto: divulgação<br />

P<br />

esquisadores da Universidade<br />

de Minnesota, nos EUA<br />

(Estados Unidos da América)<br />

desenvolveram uma nova tecnologia<br />

para produzir pneus de automóveis<br />

usando matérias-primas vegetais. A<br />

equipe que desenvolveu o novo processo<br />

afirma que os pneus de carro<br />

produzidos a partir da biomassa serão<br />

idênticos aos atuais, com a mesma<br />

composição química, cor, forma e desempenho.<br />

"Nossa equipe criou um<br />

novo processo químico para fazer isopreno, a molécula-chave nos pneus de carro, a partir de produtos naturais como<br />

árvores, gramíneas ou milho. Esta pesquisa poderá ter um grande impacto sobre a multibilionária indústria de pneus<br />

de automóveis," disse o professor Paul Dauenhauer. A tecnologia foi patenteada e está disponível para licenciamento<br />

pela Universidade.<br />

MOTOR VERDE<br />

DA INDÚSTRIA<br />

N<br />

a ocasião do Dia Internacional das Florestas, o<br />

Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)<br />

lembrou a importância do Projeto<br />

Siderurgia Sustentável, que incentiva o desenvolvimento de<br />

uma cadeia de produção siderúrgica de baixa emissão de gases<br />

de efeito estufa, que utiliza carvão vegetal produzido com<br />

matéria-prima de origem legal. O Brasil é pioneiro no setor.<br />

Entre 2005 e 2016, cerca de 25% do ferro-gusa foi produzido<br />

com carvão vegetal no país, enquanto no restante do mundo<br />

a siderurgia utiliza o carvão mineral, insumo de origem fóssil,<br />

com maior potencial de emissão de gases de efeito estufa.<br />

Minas Gerais abriga a maior produção siderúrgica a carvão<br />

vegetal. Por isso, o projeto é implementado no Estado, que foi<br />

o primeiro a limitar, por lei, o uso de produtos ou subprodutos<br />

florestais de mata nativa a somente 5% do consumo total<br />

das indústrias a partir de 2018.<br />

Foto: Fabio Ortolan<br />

30<br />

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FRASES<br />

Esperamos<br />

que que os EUA<br />

cumpram os<br />

compromissos<br />

assumidos no<br />

âmbito do acordo<br />

de Paris para<br />

combater a<br />

mudança<br />

climática<br />

É uma legislação muito complexa, inovadora,<br />

conciliatória, capaz de favorecer tanto a produção<br />

quanto a conservação, mas ela precisa ser<br />

implementada de forma completa<br />

Tiago Reis, pesquisador do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia),<br />

coordenador do estudo que aponta que, quase cinco anos depois da aprovação, o<br />

Código <strong>Florestal</strong> ainda não foi totalmente implementado<br />

Muitos municípios desconhecem o Icms<br />

Ecológico. Iniciamos o trabalho de divulgação,<br />

mostrando o potencial florestal que eles têm e que<br />

podem gerar recurso para a sociedade, para que<br />

prefeitos e secretários municipais entendessem que<br />

a floresta pode ajudá-los<br />

Marcos Zeschotko, chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná)<br />

de Pitanga (PR)<br />

Declarou o comissário Europeu<br />

de Energia, Miguel Arias Cañete,<br />

após a decisão de Donald Trump,<br />

presidente norte-americano, de<br />

interrompaer todas as ações em<br />

favor do clima estruturadas na<br />

gestão anterior<br />

A FAO (Organização das Nações Unidas para<br />

Alimentação e Agricultura) reconhece o manejo<br />

florestal sustentável como uma atividade de<br />

muito baixo impacto que cria uma alternativa<br />

de uso da floresta<br />

Gerente de Monitoramento do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), José Humberto<br />

Chaves, ao defender o modelo de manejo florestal praticado no país<br />

Nos anos 90, os pastos ocupavam 210 milhões<br />

de ha (hectares), contra 165 milhões hoje, enquanto<br />

as cabeças de gado bovino passaram de 140<br />

milhões para 209 milhões<br />

Foto: divulgação<br />

Chefe da vigilância por satélite da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

Agropecuária), Evaristo Eduardo de Miranda, sobre a queda no avanço da<br />

pecuária sobre a floresta Amazônica<br />

32<br />

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sites<br />

assessoria<br />

de imprensa<br />

vídeos<br />

projetos<br />

especiais<br />

banner<br />

slide<br />

apresentação<br />

revistas<br />

Comunicação inteligente.<br />

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ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

Ute Seeling<br />

DATA DE NASCIMENTO<br />

24.11.1964<br />

November 24, 1964<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Diretora do KWF (Centro Alemão de Trabalho e Tecnologia <strong>Florestal</strong>)<br />

Managing Director of KWF (Forestry Work and Technology)<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Phd em Ciências Florestais<br />

PhD. in Forest Sciences<br />

Pressão freia mecanização na Alemanha<br />

Pressure puts a brake on mechanization in Germany<br />

A<br />

Alemanha enfrenta grande comoção pelo uso sustentável<br />

do solo. A pressão é tanta que o país europeu está<br />

retomando práticas manuais na colheita e transporte<br />

florestais para atender às exigências de organizações ambientais.<br />

O KWF (Centro Alemão de Trabalho e Tecnologia <strong>Florestal</strong>) está<br />

entre as entidades técnicas mais respeitadas em todo o mundo<br />

na área, cabe a ela auxiliar o segmento privado a evoluir tecnologicamente<br />

e se adaptar às novas demandas. Foi fundado em<br />

1962, pelo governo federal e conta atualmente com mais de 2.500<br />

membros – pessoas e empresas relacionadas à cadeia florestal<br />

e da madeira. Conversamos com a diretora da instituição, Ute<br />

Seeling, para saber o que há de mais atual no segmento florestal<br />

alemão, o que pode ser aplicado por aqui e de que maneira estão<br />

conciliando competitividade com sustentabilidade.<br />

T<br />

here is an uproar over the sustainable use of the soil in<br />

Germany. The pressure is such that several operations in<br />

the European Country are reverting to manual practices<br />

for forest harvesting and handling in order to meet the demands<br />

of environmental organizations. KWF (German Board of Forestry<br />

and Forestry Technology) is amongst the most respected technical<br />

entities around the world, and it is assisting the private sector to<br />

evolve technologically and adapt to these new demands. It was<br />

founded in 1962, by the Federal Government and currently has<br />

more than 2,500 members – individuals and companies related to<br />

the forest and forest product chain. We talked with Ute Seeling,<br />

the Managing Director of the Institution, to learn about the current<br />

happenings in the German forest, and which can be applied<br />

here, as well as how they're reconciling competitiveness with sustainability.<br />

34<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Quais foram as grandes mudanças do segmento florestal alemão<br />

nos últimos anos?<br />

Durante os últimos 25 anos, o manejo florestal na Alemanha<br />

ampliou intensamente o grau de mecanização e automação.<br />

Hoje em dia, 65% da madeira do país é colhida de forma totalmente<br />

mecanizada. Apesar disto, os requisitos ecológicos<br />

de Ongs (Organizações não-governamentais) voltadas ao meio<br />

ambiente, assim como demandas da sociedade, têm ampliado<br />

a pressão, o que impõe várias restrições às empresas florestais.<br />

Parece que existe bastante pressão no setor florestal, ela chega<br />

a frear a mecanização?<br />

Para os profissionais da floresta na Alemanha, a mecanização é<br />

algo essencial e traz muito progresso. Porém, Ongs e processos<br />

de certificação são bastante críticos, além disto as pessoas que<br />

vivem nas cidades, às vezes, criticam o uso de máquinas na<br />

floresta. Desta maneira, em algumas regiões o uso de cavalos e<br />

derrubadas manuais de árvores têm renascido. Alguns programas<br />

de certificação definem locais de colheita muito distantes,<br />

o que impede a mecanização completa da operação. Na Alemanha,<br />

aqueles que têm investido em tecnologia florestal são, na<br />

maioria, empresários, que , no momento, estão com margem<br />

de lucro muito pequena.<br />

Isto quer dizer que os equipamentos manuais são muito utilizados<br />

na Alemanha, imagino que para compensar está havendo<br />

evoluções tecnológicas nessas ferramentas.<br />

Conforme comentei, acabamos de ressuscitar o uso de motosserras.<br />

A razão para isso são as exigências de proteção do solo<br />

e ecológicas. O problema é que a utilização das motosserras em<br />

larga escala traz perigo para os operadores florestais, tornam<br />

o trabalho muito mais físico e pesado. Então, existem poucos<br />

jovens se interessando em trabalhar na área. Nas florestas com<br />

operações certificadas é permitido somente o uso de fluídos<br />

hidráulicos biologicamente degradáveis. Desta maneira, a tendência<br />

tecnológica desses equipamentos manuais é a introdução<br />

de um chip para o gerenciamento de frota. Você pode gravar<br />

no chip todas as informações relevantes e também o tempo<br />

de serviço, gasto de combustível, paradas e assim por diante.<br />

Mas os trabalhadores preferem utilizar equipamentos movidos<br />

a combustíveis fósseis. Existem muitas críticas e debates dos<br />

sindicatos de trabalhadores neste sentido, até porque fora do<br />

ambiente florestal a tendência é usar tecnologia de ponta.<br />

Como o KWF auxilia o segmento a evoluir e atender essas<br />

demandas?<br />

Em primeiro lugar, por meio de diversas atividades voltadas<br />

para estruturas físicas das empresas e equipamentos. Assim,<br />

o KWF tem realizado muitos estudos para adaptar e melhorar<br />

equipamentos e tecnologias de maneira que eles possam<br />

servir melhor ao segmento florestal respeitando as condições<br />

europeias. A entidade realizou muitos esforços para otimizar a<br />

cadeia de suprimento da madeira e gerar um panorama com<br />

What have been the major changes in the German Forestry<br />

Sector over recent years?<br />

Over the last 25 years, Forest Management in Germany has<br />

expanded intensively as to the degree of mechanization and<br />

automation. Today, 65% of timber harvesting in the Country is<br />

completely mechanized. Despite this, the ecological demands<br />

from NGO’s dedicated to the environment, as well as demands<br />

from civil society, are increasingly putting on pressure, imposing<br />

various restrictions on forestry companies.<br />

Does there seem to be so much pressure on the Forestry Sector<br />

that it has to curb mechanization?<br />

For forestry professionals in Germany, mechanization is something<br />

essential and very much needed. However, NGO’s and<br />

certification processes, besides the people living in cities who<br />

are becoming very vocal, are going as far as criticizing the use<br />

of machines in the forest. In this way, some regions have reverted<br />

to the use of felling trees manually and handling the<br />

logs by horse. Some certification programs cover harvesting<br />

located in distant places, which impedes the full mechanization<br />

of the operation. In Germany, those who have invested<br />

in forestry technology are mostly businessmen, who currently<br />

operate with very low profit margins.<br />

Is that to say manual equipment is being widely used in Germany,<br />

I would imagine that this, in a way, nullifies what has<br />

been happening as to technological developments in these<br />

tools?<br />

As I mentioned, we have just reverted to the use of chainsaws.<br />

The reason for this is the soil and ecological protection<br />

requirements. The problem is that the use of chainsaws on a<br />

large scale results in danger to forestry workers, in making the<br />

job much more physical and strenuous. As well, there are few<br />

young people interested in working in the area. In the forests<br />

with certified operations only the use of biologically degradable<br />

hydraulic fluids is allowed. In this way, the technological<br />

trend of the manual equipment is the introduction of an<br />

electronic chip to aid fleet management. You can record all<br />

relevant information on the chip, as well as the time of service,<br />

fuel use, stoppages, and so on. But workers prefer to use<br />

fossil fuel-powered equipment. There are many studies and<br />

discussions being carried out by the labor unions in this sense,<br />

because outside of the forest environment, the trend is to use<br />

leading-edge technology.<br />

How has KWF assisted the Sector to evolve and meet these<br />

demands?<br />

Firstly, through various activities aimed at company physical<br />

structures and equipment. Thus, KWF has carried out several<br />

studies as to adapting and improving equipment and technology<br />

so that they can better serve the forest segment, respecting<br />

European conditions. Secondly, the entity had made many<br />

efforts to optimize the timber supply chain and create a pan-<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

35


ENTREVISTA<br />

How do you compete with countries like Sweden, Finland,<br />

and Russia?<br />

Actually, we don't compete with these countries. Forest Management<br />

in Germany is very different from what is being carried<br />

out in Central and Northern Europe. We have a very dioportunidades<br />

e custos nos diferentes sistemas de colheita,<br />

plantio, construção de estradas e etc. Além disto, o KWF tem organizado<br />

muitos workshops, seminários, campanhas educativas<br />

e feiras para informar profissionais florestais sobre o potencial<br />

de modernização da tecnologia florestal. O resultado destes<br />

esforços foi uma importante redução nos acidentes de trabalho.<br />

O trabalho florestal na Alemanha se tronou muito mais seguro<br />

e ambientalmente amigável.<br />

Temos no Brasil um bom nível de mecanização da colheita,<br />

porém na silvicultura ainda estamos iniciando. Como é este<br />

cenário na Alemanha, o que poderíamos aproveitar por aqui?<br />

Na Alemanha optamos por programas de regeneração natural<br />

das florestas porque o objetivo é torná-las as mais naturais<br />

possíveis (alta porcentagem de folhosas). Quando há plantio<br />

no próximo ciclo, ele acontece nas mudas com raízes nuas (não<br />

possuem proteção do sistema radicial no momento de plantio)<br />

e são plantadas manualmente. No caso de mudas com tubetes,<br />

existem diversas máquinas que realizam o plantio mecanizado.<br />

Sempre mostramos estas tecnologias durante nosso evento<br />

KWF-Tagung.<br />

Então qual será o futuro para a colheita florestal na Alemanha?<br />

Para o futuro, nós precisaremos de tecnologia na colheita para<br />

um manejo florestal mais diversificado em florestas naturais.<br />

Isto quer dizer: troncos com diferentes tamanhos, baixo volume<br />

de madeira por hectare e distâncias mais longas das áreas<br />

de colheita. Sendo que as exigências de proteção do solo vão<br />

aumentar. São demandas complicadas de cumprir por conta do<br />

aquecimento do clima, os períodos de congelamento do inverno<br />

são mais curtos e as fortes chuvas acontecem com mais frequência.<br />

Por isso mesmo, a tração com o uso de guinchos serão<br />

mais comuns para evitar danos causados pelas máquinas ao<br />

patinarem. Estão sendo realizadas experiências com sistemas<br />

de gruas com cabos horizontais para evitar o uso de máquinas<br />

nas áreas de colheita.<br />

Como conseguem competir com países como Suécia, Finlândia,<br />

Rússia?<br />

Na verdade não competimos com estes países. O gerenciamento<br />

das florestas na Alemanha é bem diferente do que é feito no<br />

orama with opportunities and costs in different harvesting,<br />

planting, forest road construction systems etc. Lastly, KWF has<br />

organized workshops, seminars, trade fairs and educational<br />

campaigns to inform forest professionals as to the potential<br />

for the modernization of forestry technology. The result of<br />

these efforts has been an important reduction in work related<br />

accidents. Forestry in Germany has become much safer and<br />

more environmentally friendly.<br />

In Brazil, we have achieved a relatively high level of mechanization<br />

in forest harvesting, but we're still beginners as to<br />

replanting mechanization. What is this scenario in Germany,<br />

what could we take advantage of here?<br />

In Germany, we chose natural regeneration programs for our<br />

forests because the goal is to make them as natural possible<br />

(high percentage of hardwoods). When there are plantings<br />

for the next cycle, they are mostly carried out using seedlings<br />

with bare roots (i.e. there is no radial protection system at the<br />

time of planting) and are planted by hand. In the case of seedlings<br />

in tubes, there are several machines that can be used to<br />

perform mechanized planting. We always demonstrate these<br />

technologies during our KWF-Tagung event.<br />

So what is the future for forest harvesting in Germany?<br />

For the future, we need to adapt harvesting technology to<br />

a more diverse Forest Management in natural forests. This<br />

means: trunks with different sizes, low wood volume per<br />

hectare, longer distances to harvest areas, etc. Soil protection<br />

requirements will increase. These will be complicated by<br />

complying with demands due to climate warming, shorter<br />

winter freezing periods, and heavy rains occurring more often.<br />

Therefore, the use of traction winches will be more common to<br />

avoid damage caused by machines skating. Experiments are<br />

being carried out with cranes using horizontal cabling systems<br />

to avoid the use of machinery in harvesting areas.<br />

"Estão sendo realizadas experiências com sistemas<br />

de gruas com cabos horizontais para evitar o uso de<br />

máquinas nas áreas de colheita"<br />

36<br />

www.referenciaflorestal.com.br


"Existem na Alemanha alguns fabricantes altamente<br />

especializados em máquinas florestais com produções<br />

menores em termos de números, até mesmo com<br />

equipamentos personalizados"<br />

centro e no norte da Europa. Temos uma natureza muito diversificada<br />

e regulamentos legais bem restritivos. Então, isto não nos<br />

permite realizar cortes rasos e assim por diante. As florestas da<br />

Alemanha oferecem uma grande gama de sortimentos de toras,<br />

desde grandes dimensões de troncos para produção de lâminas<br />

e móveis, como também madeira mole para aplicação na construção,<br />

e também toras pequenas para produtos de madeira,<br />

celulose, papel e geração de energia. O mercado de madeira<br />

é bem aberto e a Alemanha tem exportado por muitos anos<br />

grandes volumes de toras, por exemplo, para a China. Da Rússia,<br />

nós importamos vigas, na maioria das vezes de madeira mole.<br />

Apesar de enfrentar algumas restrições podemos considerar<br />

que a mecanização na Alemanha é alta. Porém, as grandes<br />

marcas de máquinas florestais pertencem a outros países.<br />

Por que este segmento não se desenvolveu com grande força?<br />

A origem da mecanização foi a Escandinávia. No início, o segmento<br />

florestal alemão estava convencido que para nossa variedade<br />

de sortimento (corte no comprimento e de todo o caule) para<br />

os diferentes padrões e locais, as máquinas escandinavas não<br />

se adaptariam. Os enormes danos das tempestades, no início<br />

dos anos 90, forçaram a mecanização na Alemanha. Porém,<br />

onde estão os fabricantes de equipamentos? As máquinas são<br />

produzidas, em sua grande maioria, na Escandinávia e EUA<br />

(Estados Unidos da América) e em grande escala. Hoje em dia,<br />

não há muitos, porém existem na Alemanha alguns fabricantes<br />

altamente especializados em máquinas florestais com produções<br />

menores em termos de números, até mesmo com equipamentos<br />

personalizados (HSM, Werner etc.). O cliente pode encomendar<br />

máquinas de acordo com as necessidades individuais (corte<br />

no comprimento, caules compridos, máquinas combinadas...).<br />

Como estão os estudos voltados para biomassa? Quais são os<br />

trabalhos do KWF neste campo?<br />

Durante alguns anos o KWF está envolvido em estudos sobre<br />

planto florestal e nós testamos a colheita de madeira para a<br />

geração de energia (não somente dentro da floresta ao utilizar<br />

feller-buncher, mas também nas estradas, perto de rios e demais<br />

locais). Acabamos de testar um equipamento para geração de<br />

cavaco e estamos envolvidos em um projeto de descasque com<br />

cabeçotes harvester.<br />

verse nature and very restrictive legal rules. Thus, we are not<br />

allowed to carry out short cut and so on. German forests offer<br />

a wide range of log assortments, from large trunks for furniture<br />

and veneer production, to softwood for use in construction,<br />

and also small logs for other forest products, such as pulp<br />

and paper production and power generation. The timber market<br />

is wide open, and for many years, Germany has exported<br />

large volumes of logs, for example, to China. From Russia, we<br />

import beams, mostly of softwood.<br />

Although facing several restrictions, can we consider that<br />

mechanization in Germany is large scale? However, the big<br />

named forest machine brands belong to other countries.<br />

Why has this segment not developed more?<br />

Mechanization originated in Scandinavia. At first, the German<br />

forest segment was convinced that for our variety of<br />

assortment (cut-to- length and full length) for the different<br />

standards and places, Scandinavian machines would not be<br />

useful. The enormous storm damage at the beginning of the<br />

90’s, forced mechanization in Germany. However, where are<br />

the equipment manufacturers? The machines are produced in<br />

the vast majority, in Scandinavia and the United States and<br />

on a large scale. Nowadays, there are not many, but there<br />

are some highly specialized forest machine manufacturers in<br />

Germany with a small production in terms of numbers, even<br />

some producing custom equipment (HSM, Werner etc.). The<br />

customer can order machines according to individual needs<br />

(cut-to -length, full length, machine combinations ...).<br />

Are studies being carried out focused on biomass? What is<br />

KWF doing in this field?<br />

For some years now, KWF has been involved in studies on forest<br />

plantings and we have also tested timber harvesting for<br />

energy generation (not only within the forest using fellerbunchers,<br />

but also roadside, near rivers and other locations).<br />

We just tested equipment for wood chip generation and are<br />

involved in a debarking project using harvester heads.<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

37


PRINCIPAL<br />

Mais<br />

ganhos com<br />

otimização<br />

de custo<br />

Fotos: divulgação<br />

INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS<br />

PARA AS OPERAÇÕES DE<br />

MANEJO DAS FORMIGAS<br />

CORTADEIRAS<br />

38<br />

www.referenciaflorestal.com.br


INCREASED EARNINGS<br />

BY OPTIMIZING COSTS<br />

INNOVATION IN LEAF-CUTTING ANT<br />

CONTROL OPERATION SERVICES<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

39


PRINCIPAL<br />

AUGUSTO TAROZZO<br />

GERENTE COMERCIAL E<br />

MARKETING ATTA-KILL,<br />

EMPRESA DO<br />

GRUPO AGROCERES<br />

I<br />

novação em serviços voltados para o controle das<br />

formigas cortadeiras vai ao encontro dos resultados<br />

esperados pelas empresas florestais com otimização<br />

dos custos operacionais e eficiência no controle. Um impacto<br />

bastante positivo para competitividade das reflorestadoras.<br />

Por trás desses resultados há um inovador modelo de<br />

gestão das operações lastreado em tecnologia das conceituadas<br />

iscas formicidas Mirex-S, uso de ferramentas para<br />

planejamento das operações, análises dos levantamentos<br />

de infestações e capacitação da mão de obra operacional.<br />

Trata-se do Programa Result, soluções personalizadas em<br />

manejo das Formigas Cortadeiras.<br />

Augusto Tarozzo, Gerente Comercial & Marketing da<br />

Atta-Kill, explica que “o programa Result está voltado ao<br />

cliente florestal, alinhando-se perfeitamente às necessidades<br />

específicas de cada empresa e alocando os recursos<br />

adequados para a operação de controle, visando os resultados<br />

esperados pelos clientes.”<br />

Sintonizada com a vanguarda dos sistemas produtivos<br />

florestais, a REVISTA REFERÊNCIA fez uma entrevista com<br />

Augusto Tarozzo para falar sobre as atuais exigências e alinhamentos<br />

para a eficiência no combate às cortadeiras, o<br />

principal desafio fitossanitário da área florestal.<br />

COMO REDUZIR OS CUSTOS OPERACIONAIS E AU-<br />

MENTAR A EFICIÊNCIA NO CONTROLE DAS FORMIGAS<br />

CORTADEIRAS?<br />

O setor florestal, por si só, produz, e vem produzindo,<br />

melhorias significativas nas operações de controle das<br />

I<br />

nnovation in services aimed at leaf-cutting ant control<br />

provides the expected results by optimizing reforesting<br />

operating costs and control efficiency. A<br />

very positive impact on the competitiveness for companies<br />

carrying out forest replanting.<br />

Behind these results, there is an innovative control<br />

management model based on the well-known Mirex-S<br />

ant bait based technology and by using tools for operating<br />

planning, carrying out infestation survey analysis, and<br />

training workers. This is the Result Program, with customized<br />

solutions for leaf-cutting ant control management.<br />

Augusto Tarozzo, Sales and Marketing Manager for<br />

Atta-Kill, explains “the Result Program is aimed specifically<br />

at each reforesting customer, especially aligned to<br />

the needs of each company and allocating adequate resources<br />

for the control operation, leading to the better<br />

results desired by the customer.”<br />

In tune with being at the forefront of forest productive<br />

systems, Revista REFERÊNCIA interviewed Augusto<br />

Tarozzo to talk about the current requirements and guidelines<br />

for efficiency in combating the leaf-cutter, the main<br />

phytosanitary challenge in the forest area.<br />

HOW CAN YOU REDUCE OPERATING COSTS AND<br />

INCREASE EFFICIENCY IN LEAF-CUTTING ANT CON-<br />

TROL?<br />

The Forest Sector alone produces, and has been<br />

producing, significant operating improvements in leafcutting<br />

ant control, culminating with the evolution of a<br />

technology specifically for infestation control. If you want<br />

40<br />

www.referenciaflorestal.com.br


formigas cortadeiras, culminando com evolução em tecnologia<br />

aplicada no manejo das infestações. Se quero reduzir<br />

os custos operacionais e quero obter alta eficiência<br />

de controle, não existe outro caminho. Isso é possível por<br />

meio de estratégias alinhadas junto ao cliente florestal,<br />

produzindo um planejamento preciso, que combina o uso<br />

de produtos eficazes com ferramentas tecnificadas nos<br />

diagnósticos. Desta forma, sabe-se o real perfil de infestação<br />

e a melhor alocação de recursos operacionais, otimizando<br />

assim as operações de aplicação das iscas Mirex-S<br />

para se obter melhor controle e diminuir as infestações.<br />

QUAL O MODELO PROPOSTO PELO PROGRAMA<br />

RESULT?<br />

Estabelecer um programa de gerenciamento das operações<br />

e acompanhamento por meio de relatórios, que asseguram<br />

padrões de eficiência e custos operacionais, disponibilizando<br />

ferramentas com acompanhamento de uma<br />

equipe técnica altamente capacitada e parcerias técnicas.<br />

DE QUE MANEIRA O PROGRAMA FUNCIONA?<br />

Nossa equipe desenvolve todo esse trabalho lado a<br />

lado com o cliente, junto com sua equipe, mantendo perfeita<br />

sintonia com o perfil técnico e de negócios da refloto<br />

reduce operating costs and achieve high control efficiency,<br />

there is no other way. It is possible only by means<br />

of using strategies defined together with the forest planting<br />

customer, producing a precise plan that combines the<br />

use of effective products with the use of technological<br />

tools in diagnostics. In this way, the real profile of the infestation<br />

and the best allocation of operating resources<br />

can be determined, thus leading to optimizing Mirex-S<br />

bait application operations to achieve better control and<br />

progressively reduce infestations.<br />

WHAT IS THE MODEL PROPOSED BY THE RESULT<br />

PROGRAM?<br />

Establishing an operating management program and<br />

monitoring through reports, ensuring operating cost and<br />

efficiency standards, by making available tools with monitoring<br />

by a highly qualified technical staff and technical<br />

partnerships.<br />

HOW DOES THE PROGRAM WORK?<br />

Our team develops a work program alongside the<br />

customer, together with its team, keeping in perfect sync<br />

with the technical and business profile of the reforesting<br />

company. With this line of action, tasks are developed<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

41


PRINCIPAL<br />

restadora. Isso inclui ações, tais como:<br />

Levantamento do grau de infestação em cada área;<br />

Definição da dosagem de Mirex-S a ser usada em<br />

cada área;<br />

Estabelecimento do melhor procedimento relacionado<br />

às operações de manejo;<br />

Identificação de pontos críticos de melhoria;<br />

Acompanhamento dos resultados para aferir em<br />

que grau os objetivos traçados foram alcançados e<br />

identificar oportunidades de melhoria do processo.<br />

ALÉM DO CONTROLE EFICAZ, QUE OUTROS BENE-<br />

FÍCIOS O PROGRAMA PODE TRAZER?<br />

A redução da infestação de formigas cortadeiras, por<br />

si só, já será uma conquista de grande valor para o resultado<br />

econômico da reflorestadora. Mas há benefícios que<br />

agregam valor, como a otimização de processos e a melhoria<br />

nos custos operacionais; a racionalização no uso de<br />

produtos, capacitação das equipes e o alinhamento com as<br />

exigências das certificações ambientais.<br />

QUANTO TEMPO LEVA PARA SE OBSERVAR OS RE-<br />

SULTADOS DO PROGRAMA RESULT?<br />

Um dos grandes méritos do Result é o conceito alinhado<br />

com as metas dos clientes em controle de infestações<br />

com os melhores custos operacionais. Esse é o objetivo<br />

such as:<br />

Survey of the degree of infestation in each area;<br />

Definition of the Mirex-S dosage to be used<br />

in each area;<br />

Establishment of the best procedures related<br />

to the control operations;<br />

Identification of critical improvement points;<br />

Monitoring of the results to assess to what<br />

extent the objectives have been achieved and<br />

identify process improvement opportunities.<br />

IN ADDITION TO MORE EFFECTIVE CONTROL,<br />

WHAT OTHER BENEFITS DOES THE PROGRAM PRO-<br />

VIDE?<br />

The reduction of leaf-cutting ant infestation in itself<br />

is an achievement of great value to the economic result<br />

of the reforesting company. But there are benefits that<br />

add value, such as process optimization and operating<br />

cost improvement, product use rationalization, worker<br />

training, and alignment with environmental certification<br />

requirements.<br />

HOW LONG DOES IT TAKE TO OBSERVE THE RE-<br />

SULTS OF THE RESULT PROGRAM?<br />

One of the greatest merits of the Result Program is<br />

the concept of being in-line with customer goals as to in-<br />

42<br />

www.referenciaflorestal.com.br


primordial do programa, que também identifica pontos de<br />

melhorias nas estratégias, planejamento e operações de<br />

controle, promovendo uma evolução contínua de eficiência<br />

ao longo de todo o processo de manejo.<br />

NESSA NOVA ABORDAGEM, COMO AS METAS SÃO<br />

ESTABELECIDAS?<br />

Fundamentalmente, as metas são alinhadas com as necessidades<br />

dos clientes e definidas em conjunto com suas<br />

equipes. O alvo é redução de infestações e diminuição de<br />

custos operacionais.<br />

QUAIS PRODUTOS A ATTA-KILL OFERECE DENTRO<br />

DA SOLUÇÃO RESULT?<br />

Disponibilizamos a conceituada linha de iscas formicidas<br />

Mirex-S, líder de mercado e consagrada por mais<br />

de 45 anos de desenvolvimento. E isso inclui o inovador<br />

Mirex-S2, uma nova solução técnica em iscas formicidas,<br />

com alta eficiência de controle e que vem ao encontro de<br />

certificações. Mirex-S2 representa eficiência e confiança,<br />

com menor quantidade de ingrediente ativo por área controlada.<br />

festation control with the least operating costs. This is the<br />

primary objective of the Program, which also identifies<br />

improvement points in strategies, planning and control<br />

operations, promoting a continuous evolution of efficiency<br />

throughout the control process.<br />

UNDER THIS NEW APPROACH, HOW ARE THE<br />

GOALS ESTABLISHED?<br />

Fundamentally, the goals are aligned with customer<br />

needs, defined together with their teams. The aim is to<br />

reduce infestations and decrease operating costs.<br />

WHAT PRODUCTS DOES ATTA-KILL OFFER WITH-<br />

IN THE RESULT PROGRAM?<br />

We make available the highly regarded Mirex-S line<br />

of ant baits, a market leader and enshrined by more than<br />

45 years of development. And includes the new innovative<br />

Mirex-S2 products, a new technical solution in ant<br />

baits, providing highly efficient control, and that meets<br />

certification needs. Mirex-S2 represents efficiency and<br />

confidence, with the least amount of active ingredient per<br />

controlled area.<br />

Foto: Mirex-s<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

43


SILVICULTURA<br />

Foto: Eduardo Stehling<br />

Foto: Eduardo Stehling<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

DIVERSIDADE<br />

FAZ BEM PARA<br />

A FLORESTA<br />

44<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

ESTUDO NORTE-<br />

AMERICANO APONTA<br />

QUE PLANTIOS<br />

CONSORCIADOS COM<br />

VÁRIAS ESPÉCIES TÊM<br />

RENDIMENTO MAIOR<br />

QUE MONOCULTURAS<br />

A<br />

complementaridade espacial das copas das<br />

árvores, uma teoria conhecida mas pouco<br />

estudada, explica porque plantios mistos obtêm<br />

melhores resultados de produtividade no arranque<br />

da floresta do que a monocultura. De acordo com<br />

o estudo realizado por pesquisadores da Universidade<br />

de Minnesota, nos EUA (Estados Unidos da América) e<br />

Universidade de Qubec (Canadá), indivíduos de diferentes<br />

espécies encontram maneiras de se adaptar a<br />

seus vizinhos enquanto crescem, obtendo mais luz do<br />

sol e ampliando o volume de madeira no caule.<br />

De maneira geral o recado dos especialistas é que<br />

plantios consorciados são mais produtivos que as monoculturas.<br />

Além disso, criam ambiente mais favorável<br />

para mais diversidade da fauna e até de microorganismo<br />

que interagem e fazem bem ao solo. Foram experi-<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

45


SILVICULTURA<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

IMAGENS AÉREAS<br />

DE UM DOS LOCAIS<br />

DA PESQUISA QUE<br />

REUNIU MAIS DE<br />

UMA ESPÉCIE NO<br />

MESMO SITE<br />

mentadas 12 espécies comuns em climas temperados<br />

e da floresta boreal, entre elas os Pinus strobus e Pinus<br />

resinosa.<br />

A explicação da pesquisa para o rendimento superor<br />

é que em florestas com multiplas espécies as árvores<br />

direcionam os galhos para os espaços com mais<br />

disponibilidade de sol, se adaptando ao crescimento<br />

dos indivíduos a seu redor, o que amplia o crescimento<br />

de biomassa. Isto se deve à variabilidade de árvores e<br />

da diferença entre elas quanto à necessidade de luz.<br />

As florestas foram plantadas, há quatros anos,<br />

em 37 agrupamentos com alta densidade, na cidade<br />

de Montreal (Canadá) com as seguintes composições:<br />

monocultura, duas espécies, quatro e por fim 12 espécies<br />

distintas na mesma área.<br />

Os cientistas mediram o volume de biomassa<br />

comparando o tamanho das árvores plantadas em<br />

monocultura e no mix. Eles também mediram detalhadamente<br />

as copas das árvores. Essas aferições permitiram<br />

reconstruir as copas das árvores em 3D e avaliar<br />

se elas estavam expondo suas folhas em alturas diferentes<br />

no dossel.<br />

“Demonstramos que este conceito está relacionado<br />

com diferenças de taxas de crescimento máximo<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

46<br />

www.referenciaflorestal.com.br


e de tolerância à sombra e, o mais importante, que a<br />

complementaridade explica os padrões do ganho superior<br />

de biomassa no caule das árvores em plantios<br />

mistos”, garante a pesquisadora líder Laura Williams,<br />

da Universidade de Minnesota.<br />

ESTUDO APONTA QUE<br />

MONOCULTURAS<br />

ACUMULAM MENOR<br />

QUANTIDADE DE BIOMASSA<br />

NOS PRIMEIROS QUATRO<br />

ANOS EM COMPARAÇÃO A<br />

PLANTIOS MISTOS<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Equipamentos Florestais


SILVICULTURA<br />

Os estudos também comprovaram que o formato<br />

das copas das árvores se altera de acordo com seus<br />

vizinhos, e que isto acontece com mais evidência em<br />

plantios consorciados do que em monoculturas. “Essas<br />

mudanças nas formas do dossel são muito importantes<br />

para o acúmulo de biomassa no caule”, conclui.<br />

GANHOS EM NÚMEROS<br />

As diferenças de rendimento apresentadas entre<br />

as florestas estudas são consideráveis. As descobertas<br />

são baseadas em uma vasta gama de amostras, foram<br />

coletados dados de 700 mil plots (modelo gráfico desenhado<br />

para comparar o efeito de um tratamento em<br />

múltiplos estudos científicos quantitativos com mesmo<br />

tema).<br />

“Dentro do modelo de plantio com alta densidade,<br />

todos com os mesmos espaçamentos, observamos<br />

que, em média, o misto cresceu até 33.4 Mg ha-¹ (megagramas<br />

por hectare) a mais que as monoculturas<br />

com as mesmas espécies no período de quatro anos”,<br />

afirma Laura. No consórcio de Betula papyrifera e Pinus<br />

strobus, a produção foi de 79.88 Mg de biomassa<br />

no caule por ha, durante o período de estudos, ou seja,<br />

24.3 Mg. ha-¹ a mais do que as duas espécies produziram<br />

quando plantadas separadamente.<br />

Pedimos para a pesquisadora sugerir um consórcio<br />

com espécies plantadas no Brasil. Laura afirmou que<br />

unir eucalipto e acácia pode render bons resultados.<br />

“Pela diferença da necessidade de luz destas duas espécies,<br />

elas funcionam muito bem nesta modalidade<br />

de plantio.”<br />

Outro ponto defendido pelos pesquisadores se<br />

refere às mudanças do clima. Mais árvores crescendo<br />

no mesmo espaço ajudam na luta contra as mudanças<br />

climáticas, maior quantidade de biomassa crescendo<br />

proporcionalmente, significa mais carbono sendo retirado<br />

da atmosfera.<br />

“Pode ser mais fácil plantar uma única espécie, em<br />

especial para a indústria. Mas se a idiea é obter mais<br />

biomassa e que todo o ecossistema seja mais saudável,<br />

então plantar espécies diferentes, obviamente, traz<br />

benefícios”, aponta Jeannine Cavender-Bares, professora<br />

da Universidade de Minnesota e participante do<br />

estudo.<br />

CONSORCIAR ACÁCIA<br />

E EUCALIPTO FOI UMA<br />

DAS SUGESTÕES DE<br />

PLANTIO MISTO PARA A<br />

REALIDADE BRASILEIRA<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

48<br />

www.referenciaflorestal.com.br


“A COMPLEMENTARIDADE<br />

EXPLICA OS PADRÕES DO<br />

GANHO SUPERIOR DE<br />

BIOMASSA NO CAULE DAS<br />

ÁRVORES EM PLANTIOS<br />

MISTOS”<br />

LAURA WILLIAMS,<br />

PESQUISADORA DA<br />

UNIVERSIDADE DE<br />

MINNESOTA<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação


LEGISLAÇÃO<br />

50<br />

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DA FLORESTA<br />

ATÉ A LOJA<br />

SISTEMA ELETRÔNICO INTEGRA<br />

INFORMAÇÕES QUE PERMITEM<br />

RASTREAR A MADEIRA DESDE<br />

A COLHEITA<br />

Fotos: divulgação<br />

C<br />

omeçou a entrar em cena o novo sistema de<br />

controle para transporte e armazenamento de<br />

produtos florestais. O Sinaflor (Sistema Nacional<br />

de Controle da Origem e dos Produtos Florestais) permitirá<br />

aos órgãos fiscalizadores o acompanhamento de<br />

toda a cadeia produtiva da madeira, da origem ao destino<br />

final, tudo de forma eletrônica. As entidades federais e<br />

estaduais responsáveis pelo controle têm até 31 de dezembro<br />

deste ano para implementarem o sistema. Até o<br />

momento, somente os Estados de Roraima e Maranhão<br />

contam com a novidade. Rondônia está em fase de implantação<br />

assistida.<br />

As atividades florestais, empreendimentos de base<br />

florestal e processos relacionados sujeitos ao controle<br />

dos órgãos integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do<br />

Meio Ambiente) serão efetuadas por meio do Sinaflor, ou<br />

por sistemas estaduais e federais a ele integrados, desde<br />

o início da cadeia, que começa com a emissão das autorizações<br />

de exploração.<br />

De acordo com o MMA (Ministério do Meio Ambiente)<br />

e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos<br />

Recursos Naturais Renováveis), o novo sistema proporciona<br />

mais transparência ao processo de exploração florestal<br />

e servirá como ferramenta de combate ao desmatamento<br />

ilegal. Até mesmo a fiscalização dos projetos de<br />

manejo será realizada eletronicamente.<br />

O próprio empresário florestal deverá fornecer todas<br />

as informações básicas sobre o seu empreendimento e<br />

poderá também acompanhar o andamento de seu processo<br />

online. O coordenador de Uso Sustentável de Recursos<br />

Florestais do Ibama, André Sócrates, explicou que<br />

o responsável técnico terá acesso a um módulo próprio<br />

com controle de demanda, onde apresentará o projeto<br />

técnico e o analista do órgão ambiental realizará a análise<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

51


LEGISLAÇÃO<br />

Sistema vai permitir órgãos ambientais rastrear com mais<br />

precisão a origem da madeira e dos produtos<br />

do processo. A partir daí, após a emissão da autorização<br />

de exploração, haverá uma expectativa de crédito para<br />

o empreendimento. Omitir informações ou inserir fatos<br />

alternativos no sistema pode levar ao cancelamento do<br />

projeto e à punição do responsável, que terá o número<br />

de Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura)<br />

inserido na identificação de cada árvore.<br />

A entrada dos créditos florestais é feita pelo responsável<br />

técnico, tora por tora, direto no Sinaflor, que é integrado<br />

ao CAR (Cadastro Ambiental Rural). O técnico irá<br />

declarar o corte de cada árvore e se houver um erro de<br />

amostragem no inventário, o que é comum no cotidiano<br />

das empresas, esse erro poderá ser corrigido sem burocracias.<br />

Ao declarar o volume real da produção, o sistema<br />

fecha o ciclo da cadeia produtiva ao gerar o DOF. Segundo<br />

o Ibama, o sistema facilitará também a criação de relatórios<br />

gerenciais, emissão de autorizações e a geração de<br />

volume de crédito por espécie em todo o Brasil.<br />

A base de dados do sistema reúne informações de<br />

imóveis rurais obtidas a partir do Sicar (Sistema de Cadastro<br />

Ambiental Rural), CTF (Cadastro Técnico Federal),<br />

ADA (Ato Declaratório Ambiental) e DOF, sem se sobrepor<br />

a estes sistemas. “O Sinaflor é um sistema de gestão<br />

florestal e não de fiscalização. No entanto, suas informações<br />

poderão ser utilizadas para orientar ações de fiscalização”,<br />

informou a assessoria do Ibama.<br />

52<br />

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Representantes do setor florestal receberam positivamente<br />

o Sinaflor. “O sistema é um avanço para a cadeia<br />

produtiva de madeira nativa, que sofre com irregularidades<br />

em seus processos de produção. O ministro Sarney<br />

Filho e a presidente do Ibama, Suely Araújo, se comprometeram<br />

a lançar até o final do ano uma nova versão do<br />

Sinaflor, respondendo aos desafios da rastreabilidade e<br />

da transparência”, afirmou Marcelo Furtado, facilitador<br />

do Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.<br />

Por outro lado, empresários também atentaram para<br />

alguns detalhes que devem ser ajustados, como a dificuldade<br />

de acessar a internet em regiões afastadas, o que é<br />

o caso de muitos planos de manejo na Amazônia. Como<br />

o envio dos dados é feito somente de forma eletrônica,<br />

muitos empresários podem enfrentar problemas.<br />

Setor produtivo necessita de ajustes para<br />

melhorar o sistema


MANEJO FLORESTAL<br />

VALORIZAR<br />

PARA<br />

PROTEGER<br />

54<br />

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INICIATIVA COMPROVA QUE MANEJO EM PLANTIO DE<br />

ARAUCÁRIA DENTRO DE RESERVA LEGAL É VIÁVEL E<br />

AUXILIA NA PRESERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA<br />

Fotos: divulgação<br />

COLABORAÇÃO ACR (ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE EMPRESAS FLORESTAIS)<br />

Florestas nativas<br />

de araucária foram<br />

dizimadas no<br />

passado, porém<br />

a proibição do<br />

manejo sustentável<br />

não impede o<br />

desmatamento<br />

ilegal<br />

E<br />

nquanto o Paraná fica para trás em meio a debates<br />

ideológicos, Santa Catarina sai na frente com iniciativas<br />

para conferir valor às florestas de araucária.<br />

Para especialistas a simples proibição do corte não impediu<br />

o desmatamento ilegal, porém inibiu o plantio de mais florestas.<br />

Com o apoio de entidades de pesquisa e do órgão<br />

ambiental do Estado, uma empresa criou um modelo de manejo<br />

das florestas nativas e que também contempla novos<br />

plantios da espécie.<br />

A fabricante de papel e embalagens WestRock, que possui<br />

cerca de 54 mil ha (hectares) de florestas que abrangem<br />

municípios na região de Três Barras (Planalto Norte Catarinense)<br />

e também no Paraná, desenvolveu um trabalho para<br />

consolidar o manejo florestal dentro de uma área de RL (Reserva<br />

Legal).<br />

INÍCIO DE TUDO<br />

Nas décadas de 60 e 70, muitas áreas da região Sul foram<br />

reflorestadas com araucárias, algumas como uma forma<br />

de compensação ambiental pelas empresas que atuavam no<br />

Paraná e Santa Catarina. Boa parte desses terrenos em que<br />

as árvores de araucária estão plantadas foram averbados a<br />

título de RL, para atendimento das exigências legais. O professor<br />

Alexandre Siminski, da Ufsc (Universidade Federal de<br />

Santa Catarina), lembra que o caráter das áreas de RL foi<br />

sendo alterado ao longo do tempo. Pelo atual Código <strong>Florestal</strong><br />

essas áreas têm diversas funções, entre elas assegurar o<br />

uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais<br />

do imóvel rural.<br />

Por falta de mais clareza quanto à possibilidade do manejo<br />

de araucária plantada em RL, e pela polêmica que se<br />

levanta quando surge o debate do manejo dessas florestas,<br />

a maioria dos plantios de araucária na região sul não sofreu<br />

intervenções nos últimos 25 anos. Nas áreas de propriedade<br />

da WestRock isso só aconteceu em alguns momentos entre<br />

as décadas de 70 e 80. Como consequência, os plantios<br />

entraram em estágio de estagnação, as árvores cessaram o<br />

crescimento e o sub-bosque se desenvolveu muito pouco.<br />

O corte indiscriminado de araucária ocorrido em toda<br />

a região no início do século XX, carregando a bandeira do<br />

progresso, quase extinguiu essa espécie. Por outro lado, o<br />

excesso de restrições ao uso com que vem sendo tratada<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

55


MANEJO FLORESTAL<br />

atualmente, tornando-a intocável, não garantiu a conservação<br />

desejada.<br />

Foi este cenário que levou a WestRock ao desenvolvimento<br />

de um plano de manejo sustentável inovador e pioneiro.<br />

Um processo amplo, com foco para a conservação da<br />

espécie por meio do seu uso adequado e enriquecimento<br />

do sub-bosque. Tudo isso sem desconsiderar o aspecto econômico,<br />

tendo em vista que a madeira é de alta qualidade,<br />

especialmente para construção civil.<br />

MANEJO SUSTENTÁVEL<br />

O plano indicou os volumes de madeira potencial a serem<br />

colhidos em cada talhão e estabelecendo condicionantes<br />

ambientais. O início das atividades aconteceu mediante<br />

autorização da Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa<br />

Catarina). A liberação de manejo para a primeira área foi<br />

emitida em agosto de 2016.<br />

Todo o processo tornou necessária uma discussão mais<br />

profunda sobre o tema, com decisões embasadas por experiências<br />

institucionais e dados científicos. A WestRock<br />

buscou especialistas no Brasil e, no mês de junho de 2016,<br />

promoveu o Fórum da Araucária. Foram reunidas, entre<br />

outras instituições: a Fatma, Ministério Público, Embrapa<br />

Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Dicasc<br />

(Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de<br />

Santa Catarina), Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

e Extensão Rural de Santa Catarina), Ufsc, UnC (Universidade<br />

do Contestado), Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação<br />

da Biodiversidade), Ifsc (Instituto Federal) e Polícia<br />

Militar Ambiental de Santa Catarina.<br />

Para o professor da Ufsc a iniciativa é um importante<br />

passo para discussões mais amplas no Estado de Santa Catarina,<br />

em relação à temática da conservação pelo uso de<br />

espécies nativas da flora. “Diretrizes para a Política <strong>Florestal</strong><br />

Catarinense do Consema (Conselho Estadual do Meio<br />

Ambiente) e as iniciativas do CG <strong>Florestal</strong> (Comitê Estadual<br />

de Gestão <strong>Florestal</strong>) apontam que iniciativas como essa são<br />

fundamentais para o Estado de Santa Catarina. Adicionalmente,<br />

a realização do Fórum amplia a visibilidade da ação,<br />

permitindo maior transparência ao processo”, afirma Alexandre<br />

Siminski.<br />

O Plano de Manejo Sustentável foi discutido na íntegra<br />

durante o fórum. A empresa criou um ambiente para que vários<br />

pontos de vista fossem apresentados. Além das discussões<br />

técnicas, aconteceu uma visita ao campo. "Com essas<br />

ações, foi possível apresentar aos envolvidos as metodologias<br />

que seriam aplicadas pelo nosso plano de manejo, de<br />

que forma seria feito o desbaste, como a madeira seria retirada,<br />

que ações de compensação seriam aplicadas e como o<br />

ecossistema reagiria", explica Jacson Guimarães, gerente de<br />

Meio Ambiente WestRock no Brasil.<br />

Seguindo o Plano de Manejo, entre outras condicionantes,<br />

o desbaste deveria ser feito preservando espécies remanescentes,<br />

tomando os devidos cuidados com a direção<br />

de queda das árvores. O monitoramento de fauna e flora,<br />

identificando e quantificando os animais e vegetais presentes<br />

na área, o mapeamento identificando espécies nativas,<br />

também entraram como condicionantes. Outro ponto de<br />

destaque foi a oportunidade da área de manejo servir como<br />

uma unidade de pesquisa, onde será feita coleta de dados e<br />

monitoramento.<br />

Antes do início do desbaste, os exemplares de Xaxim<br />

Manejo sustentável de araucárias confere valor à floresta e<br />

ajuda na presevação da espécie<br />

Projeto tem participação de entidades ligadas à conservação<br />

e fiscalização do meio ambiente<br />

56<br />

www.referenciaflorestal.com.br


(Dicksonia sellowiana) foram replantados dentro do próprio<br />

talhão, onde não seriam afetados pela rota de queda das<br />

árvores de araucária. "Ao longo de 33 ha foram replantadas<br />

789 árvores de xaxim. Outras espécies nativas, cujo porte inviabiliza<br />

o replantio, foram desviadas", lembra o engenheiro<br />

florestal Rhafael de Oliveira. "Depois de garantida a preservação<br />

dessas espécies é que o desbaste iniciou", completa.<br />

O MEIO AMBIENTE AGRADECE<br />

Algo comum nos plantios sem manejo é que quando as<br />

copas das árvores começam a se tocar o crescimento das<br />

árvores é interrompido. A disputa por luz, solo e ar é limitante<br />

ao desenvolvimento dos indivíduos, podendo inclusive<br />

levar à estagnação, ou até mesmo à retração. O manejo<br />

permite dinamizar o ambiente, criando espaço para que os<br />

indivíduos voltem a se desenvolver. Outro ponto importante<br />

é que, após as ações de manejo e enriquecimento, será<br />

possível avaliar a dinâmica que será estabelecida nesse novo<br />

ambiente, pois foram implantadas em parceria com a UFSC<br />

parcelas de pesquisa na área manejada. Segundo o Professor<br />

Siminski, esses dados são fundamentais para entender<br />

o processo que se estabelecerá na área, além de permitir<br />

o monitoramento e a avaliação de possíveis impactos das<br />

práticas adotadas, permitindo corrigi-las, caso necessário.<br />

As árvores foram plantadas em linhas, com uma distância<br />

de 2,5 m (metros) entre elas. Na área de manejo, a cada<br />

cinco linhas uma foi subtraída por inteiro, através de um desbaste<br />

sistemático. Nas demais linhas foram feitos desbastes<br />

seletivos, respeitando a distribuição diamétrica estabelecida<br />

na proposta do Plano de Manejo. O sistema para desbaste<br />

indicado foi de toras curtas, utilizando equipamentos de<br />

harvester e forwarder. O objetivo foi proteger as árvores que<br />

ficaram e garantir o mínimo de impacto no local. Foi possível<br />

direcionar a queda de cada árvore para a quinta linha, que<br />

já estava aberta. Depois de processadas, as toras são carregadas<br />

no forwarder, que baldeia a madeira para fora do<br />

talhão. Em seguida, a madeira é carregada em caminhões<br />

que realizam o transporte até as serrarias.<br />

O plano de manejo da araucária foi embasado no tripé<br />

da sustentabilidade, sendo ambientalmente correto, economicamente<br />

viável e socialmente justo. O que pode ser visto<br />

agora, caminhando em meio às araucárias remanescentes,<br />

é um novo ambiente, propício à renovação e ao enriquecimento<br />

da floresta. Observa-se presença de fauna e diversas<br />

plantas nativas que iniciam o processo de regeneração.


PRAGAS<br />

PROTEÇÃO<br />

SOB MEDIDA<br />

Fotos: divulgação<br />

CUIDADOS COM<br />

APLICAÇÃO DO<br />

DEFENSIVO SÃO<br />

ESSENCIAIS PARA MANTER<br />

A FLORESTA LIVRE DE<br />

PRAGAS SEM GASTAR<br />

ALÉM DO NECESSÁRIO<br />

58<br />

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A<br />

s pragas podem corroer o lucro em plantios florestais.<br />

Sair espalhando defensivo pela floresta não<br />

resolve o problema. Até porque, o custo de uma<br />

aplicação desmedida é alto, sem contar que se for feita de<br />

maneira incorreta o resultado será nulo, ou seja, dinheiro jogado<br />

no ralo. Mais do que saber qual produto é o indicado<br />

para determinada praga, é imprescindível também adotar<br />

técnica e modo corretos de aplicação.<br />

A intenção é simples: eliminar ou diminuir sensivelmente<br />

o grau de infestação da floresta. Neste sentido, a tecnologia<br />

de aplicação coloca em contato os produtos químicos nos<br />

alvos, de modo uniforme, contínuo e na quantidade necessária.<br />

Para isso, deve-se levar em consideração diversos aspectos<br />

como: temperatura, umidade relativa do ar, correntes<br />

de vento e precipitações. Também é preciso entender a capacidade<br />

de retenção da solução, posicionamento de pragas no<br />

dossel, características de relevo, entre outros.<br />

Os principais métodos de aplicação de químicos para<br />

combate de insetos e fungos são pulverização e imersão. O<br />

primeiro pode ser feito por aeronaves como aviões, helicópteros<br />

e mais recentemente até drones estão sendo testados.<br />

Ainda por via terrestre, podem ser utilizados os pulverizadores<br />

mecanizados, puxados por tratores, ou costais. Já no<br />

método de imersão, partes das mudas são mergulhadas em<br />

soluções cupinicidas antes do plantio.<br />

“Todos são utilizados em maior ou menor grau de acordo<br />

com as características físicas das áreas, do tipo de alvo (plantas<br />

daninhas, pragas e doenças), caraterísticas do produto a<br />

ser aplicado, dinâmica e histórico das áreas em relação aos<br />

problemas a serem controlados”, detalha o especialista no<br />

assunto e diretor da Apoiotec Rudolf Woch.<br />

Para identificar o procedimento mais indicado é preciso<br />

avaliar ainda a extensão do problema, idade da floresta,<br />

custos com aplicação e logística nas diferentes modalidades.<br />

“Por exemplo, se houver um ataque de Psilídeo de concha na<br />

parte aérea de uma floresta com quatro m (metros) de altura,<br />

não é possível optar por aplicações com costais”, aponta<br />

Rudolf. Do mesmo modo, o controle de plantas daninhas em<br />

áreas com declividade acentuada não pode ser realizado com<br />

conjuntos mecanizados (tratores + pulverizadores).<br />

PULO DO GATO<br />

Em geral, os produtos químicos, sejam inseticidas, herbicidas,<br />

fungicidas ou nutrientes, são diluídos em veículos<br />

como água e óleo, o que é chamado de calda para aplicação.<br />

Esse fluído passa por circuitos hidráulicos e é projetado em<br />

forma de gotas. Ao chegarem ao alvo, as gotas precisam se<br />

manter nos pontos desejados conforme cada produto. “Por<br />

exemplo, inseticidas que funcionam por ingestão precisam<br />

estar onde os insetos irão se alimentar, herbicidas pré-emergentes<br />

devem estar na solução do solo”, comenta.<br />

As condições meteorológicas têm influência direta sobre<br />

a eficiência e a eficácia das aplicações em vários aspectos.<br />

O processo de pulverização, basicamente, quebra um líquido<br />

em gotas para ser distribuído sobre os alvos biológicos.<br />

“Em geral, são formadas gotas de tamanho diferentes em um<br />

mesmo espectro”, explica o especialista. As grandes ficam sujeitas<br />

a ação da força gravitacional e em geral são arrastadas<br />

no sentido do solo. As pequenas se deslocam de acordo com<br />

a movimentação do ar e podem ter destinos variados: depositarem-se<br />

no alvo, deslocarem-se em grandes distâncias por<br />

ação de ventos ou até mesmo evaporar em condições de alta<br />

temperatura e umidade relativa do ar baixa.<br />

O método de aplicação pode sofrer impactos diferentes,<br />

por exemplo, uma aplicação aérea na qual gotas médias são<br />

lançadas a três metros do alvo é diferente de uma aplicação<br />

costal com gotas laçadas a 0,3 m com chapéu protetor<br />

e gotas grandes. A presença de chuvas leves pode contribuir<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

59


PRAGAS<br />

A aplicação aérea é<br />

indicada para cobrir<br />

mais área em menor<br />

tempo, mas precisa ser<br />

bem dimensionada<br />

com aplicações de herbicidas pré-emergentes porque ajuda<br />

a direcionar o produto para o solo. Mas retiram do alvo herbicidas<br />

pós-emergentes, que precisam ficar depositados nas<br />

folhas. “A seleção da tecnologia de aplicação, a definição de<br />

limites meteorológicos para a atividade e o monitoramento<br />

ambiental, são portanto fundamentais para o resultado obtido”,<br />

afirma Rudolf.<br />

plo, de modo a se prever um possível ataque.”<br />

Um detalhe importante é ficar atendo às doses descritas<br />

pelo fabricante do defensivo. Para economizar, alguns silvcultures<br />

pulverizam soluções com subdosagem do químico. Este<br />

tipo de prática, além de não ser eficaz pode induzir resistência<br />

em plantas daninhas, pragas e patógenos, aumentando os<br />

problemas de controle no médio e longo prazos.<br />

SEGURANÇA<br />

Toda a manipulação de produtos químicos devem seguir<br />

as orientações de uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual).<br />

Por lei, os trabalhadores responsáveis pela aplicação<br />

precisam passar por treinamento para serem habilitados<br />

conforme a NR31 (Segurança e Saúde no Trabalho Rural). Os<br />

equipamentos de proteção e cuidados estão descritos na<br />

bula dos produtos e no receituário agronômico referente ao<br />

tratamento recomendado. “O agricultor deve utilizar somente<br />

produtos registrados para cultura e para aquele tipo de<br />

praga que esta sendo controlada”, ressalta Fabio Marques,<br />

60<br />

QUANDO E QUANTO APLICAR<br />

Existem diferentes possibilidades de manejo envolvendo<br />

controle de plantas daninhas, a definição do manejo influi diretamente<br />

na quantidade de aplicações a serem realizadas.<br />

Neste caso, é possível definir previamente com bom índice<br />

de acerto a quantidade de operações a serem realizadas.<br />

Quando se trata de controle de pragas e doenças as aplicações<br />

ocorrem em função de características regionais e da<br />

incidência ou não dos problemas. “Existem alguns trabalhos<br />

sendo feitos buscando identificar os padrões que precedem a<br />

incidência de pragas, como o percevejo bronzeado por exemwww.referenciaflorestal.com.br


Defensivos que funcionam<br />

por ingestão devem ficar<br />

depositados nas partes que<br />

servem de alimentos para as<br />

pragas, como as folhas<br />

Procura-se distribuidor no Brasil.<br />

Interessado entre<br />

em contato!<br />

Percevejo-bronzeado está<br />

entre as pragas mais perigosas<br />

para plantios de eucalipto<br />

gestor de Contas e Desenvolvimento <strong>Florestal</strong> da FMC Agricultural<br />

Solutions.<br />

Outro aspecto é a aplicação aérea. A liberação de um<br />

químico para este tipo de uso leva em consideração à classe<br />

toxicologica e o comportamento no meio ambiente. “Produtos<br />

mais amigáveis ao meio ambiente conseguem o registro”,<br />

completa Fabio. Não é permitido pulverizar produtos<br />

por meio aéreo que não tenham este tipo de autorização do<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mesmo<br />

que estejam registrados para o uso florestal.<br />

Tel. (+34) 972 401 522 | Fax. (+34) 972 400 163<br />

export@venturamaq.com<br />

Crta. Vilablareix, 18-20 – Pol. Ind. Mas Aliu<br />

17181 AIGUAVIVA (SPAIN)<br />

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ESPECIAL<br />

ESTAR PERTO DA<br />

FLORESTA NÃO É<br />

SUFICIENTE<br />

EXPORTAÇÕES EM QUEDA E BUROCRACIA EXCESSIVA<br />

TRAVAM EMPRESAS DO MATO GROSSO<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

62<br />

www.referenciaflorestal.com.br


O<br />

setor madeireiro do Mato Grosso aguarda por<br />

definições. Parte das expectativas está voltada<br />

para a melhoria no sistema de controle, principalmente<br />

na liberação dos PMF (Planos de Manejo <strong>Florestal</strong>).<br />

Os industriais, que estão ao lado da Floresta Amazônica,<br />

também torcem para o reaquecimento das exportações,<br />

que desde meados do ano passado diminuíram. Ainda assim,<br />

o segmento econômico ocupa posto de destaque com<br />

altos índices na geração de empregos e na contribuição<br />

para a arrecadação de impostos.<br />

O Estado possui mais de 3,5 mil empresas florestais,<br />

de acordo com dados do Cipem (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />

Grosso). Dentre elas, 1,6 mil são indústrias. O setor de base<br />

florestal é a principal atividade econômica de, pelo menos,<br />

44 municípios do interior. A atividade é responsável pela<br />

geração de 110 mil empregos diretos e indiretos. “Temos<br />

potencial de ampliação de 40%, ou seja, ainda podemos gerar<br />

mais de 65 mil empregos”, calcula José Eduardo Pinto,<br />

presidente da entidade.<br />

Em relação à arrecadação de impostos, em 2015 o setor<br />

gerou mais de R$ 45 milhões em Icms. Até outubro de 2016,<br />

o dado mais recente, já havia gerado mais de R$ 35 milhões.<br />

A indústria é muito expressiva no mercado internacional.<br />

“Em 2015, exportamos mais de U$ 110 milhões, e em 2016<br />

mais de U$ 140 milhões.”<br />

Além dos impostos tradicionais, o Estado ainda tem<br />

mais uma especificidade. Os empresários contribuem com<br />

o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), um<br />

tributo voltado para financiamento de obras e serviços de<br />

transporte. Em 2015, foram mais de R$14 milhões para o<br />

Fethab. De janeiro a outubro de 2016, outros R$ 13 milhões.<br />

DIRETO DA FLORESTA<br />

As essências mais utilizadas são o cedrinho, cambará,<br />

itaúba, angelim-pedra, cumaru, garapeira, ipê, amescla,<br />

angelim e cupiúba, entre outras. “Somos um setor bem diversificado”,<br />

garante José Eduardo. Entre os principais produtos<br />

de madeira serrada bruta, estão as pranchas, tábuas,<br />

vigas, caibros, ripas, mata juntas, sarrafo, ripão, pontaletes,<br />

mourão, palanques e postes.<br />

Já os beneficiados, são o S2S, S4S, piso, deck, forro,<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

63


ESPECIAL<br />

O IPÊ ESTÁ ENTRE<br />

AS ESPÉCIES MAIS<br />

PROCURADAS PARA<br />

O BENEFICIAMENTO<br />

DE DECKS,<br />

PISOS E OUTROS<br />

PRODUTOS<br />

lambril, assoalho, alizar, batente, portais, sarrafos e ripões<br />

beneficiados, palets, cantoneira, barra de cama, portas, janelas,<br />

cabos de vassouras e ferramentas.<br />

A madeira utilizada para a fabricação de produtos vem<br />

de planos de manejo florestal. “Aqui na região trabalhamos<br />

em regime de safras. Fazemos a colheita de junho até<br />

outubro. Nos outros meses é o período de chuvas, não é<br />

permitida a exploração”, afirma Gilberto Cezimbra, diretor<br />

da MGM Industrial. A empresa localizada em Colniza, desde<br />

2003, beneficia em torno de 2 mil m³ (metros cúbicos) de<br />

toras ao mês.<br />

Cerca de 60% da produção está voltada para atender o<br />

mercado externo. “Os principais compradores são China e<br />

EUA (Estados Unidos da América)”, detalha Gilberto. A região<br />

sul consome 80% do total de produtos vendidos pela<br />

MGM no mercado doméstico, o restante é destinado ao<br />

norte e nordeste. Ao todo, a empresa produz 800 mil m³ de<br />

produtos acabados. A empresa trabalha com 23 espécies,<br />

as interessantes no momento são ipê, jatobá e cumaru.<br />

De acordo com o diretor da MGM, trabalhar no Mato<br />

Grosso tem a vantagem de estar perto da floresta. Por outro<br />

lado, a infraestrutura logística é bastante precária. “Outro<br />

problema é a demora para a liberação dos projetos de manejo”,<br />

ressalta.<br />

Desde o final do ano passado o mercado comprador diminuiu<br />

o volume de pedidos. “Não estamos muito otimistas<br />

pelo mercado que está parado, mas vamos continuar trabalhando”,<br />

garante Gilberto. De acordo com ele, o montante<br />

das exportações caiu 80% desde outubro de 2016.<br />

JUNP<br />

A Junp Madeiras, também localizada em Colniza, possui<br />

suprimento de toras vindas de dois projetos de manejo nas<br />

fazendas Santa Maria e Vale do Jumo. “Este ano vamos começar<br />

a comprar de terceiros”, aponta Junior Polles, diretor<br />

da empresa. Todo o volume produzido pela Junp é exporta-<br />

O MERCADO<br />

EXTERNO É<br />

O GRANDE<br />

COMPRADOR<br />

DOS PRODUTOS<br />

MADEIREIROS DE<br />

MATO GROSSO<br />

64<br />

www.referenciaflorestal.com.br


do. São consumidos todos meses 1.650 m³ de toras para a<br />

fabricação de 750 m³ de decks e S4S. Os mercados compradores<br />

estão na Bélgica, Alemanha, Dinamarca, EUA e China.<br />

O diretor da Junp conta que também enfrenta dificuldades<br />

com a liberação dos planos de manejo feitos pela Sema<br />

(Secretaria de Estado de Meio Ambiente). “Chega a levar<br />

até um ano e meio para receber as autorizações.”<br />

Ainda existe outra dificuldade. Após a diminuição no<br />

índice do CRV (Coeficiente de Rendimento Volumétrico) de<br />

45% para 35%, promovida pelo Conama (Conselho Nacional<br />

do Meio Ambiente), as empresas que possuem rendimentos<br />

superiores têm que provar os números e arcar com os<br />

custos deste estudo. Este é o caso da Junp Madeiras. “Ele<br />

varia conforme a espécie, mas ficamos na faixa de 45% a<br />

51% de aproveitamento. Por isso, estamos fazendo o estudo<br />

técnico espécie por espécie”, revela Junior Polles.<br />

AS TORAS VÊM DE PROJETOS DE MANEJO<br />

AUTORIZADO PELA SEMA (MT), PORÉM AS<br />

LIBERAÇÕES PODEM DEMORAR MAIS DE UM ANO


ARTIGO<br />

HETEROGENEIDADE<br />

AMBIENTAL E<br />

REGENERAÇÃO<br />

NATURAL EM<br />

UMA FLORESTA<br />

OMBRÓFILA MISTA<br />

ALUVIAL<br />

Fotos: divulgação<br />

O<br />

principal objetivo do estudo foi determinar a influência<br />

da heterogeneidade ambiental sobre o<br />

componente regenerante de uma FOM (Floresta<br />

Ombrófila Mista) aluvial no Planalto Sul Catarinense. Os regenerantes<br />

foram amostrados em 48 parcelas alocadas em três<br />

setores: rio, interior e borda. O levantamento das variáveis ambientais<br />

foi realizado em todas as parcelas, obtendo-se as variáveis<br />

edáficas, topográficas, do nível freático, de fechamento<br />

do dossel, de impacto ambiental e classe de solo. A partir dos<br />

dados ambientais, foi realizada uma Análise de Componentes<br />

Principais para identificar os gradientes existentes. Foram utilizados<br />

modelos lineares generalizados para avaliar a influência<br />

das setorizações ambientais em função da distância do rio e da<br />

classe de solo sobre a composição florística-estrutural dos regenerantes.<br />

A organização da vegetação foi verificada por meio<br />

de uma Análise de Coordenadas Principais. A existência de espécies<br />

indicadoras foi verificada para os setores com efeito<br />

significativo sobre a vegetação. Os Cambissolos predominaram<br />

na área, cujo relevo é predominantemente plano e os solos<br />

são distróficos, ácidos, álicos e com textura franco arenosa a<br />

franco siltosa. Um terço das parcelas apresentou água próximo<br />

da superfície, indicando maior seletividade ambiental nestes<br />

locais. O dossel esteve predominantemente fechado (91,16%)<br />

e o nível de impacto ambiental foi considerado baixo. A setorização,<br />

definida em função da distância do rio, apresentou<br />

influência significativa no padrão de distribuição das espécies,<br />

sendo que o setor borda foi o que apresentou a composição<br />

florística-estrutural mais distinta, com 14 espécies indicadoras.<br />

O componente regenerativo apresentou variações espaciais<br />

que refletiram a heterogeneidade ambiental em função da setorização,<br />

sendo a distância do rio determinante na formação<br />

dos grupos florísticos.<br />

A FOM é caracterizada pela presença da Araucaria angustifolia<br />

(Bertol.) Kuntze em seu dossel superior (Klein, 1960),<br />

porém, em nível regional, apresenta elevada substituição florística,<br />

tanto para o componente adulto (Higuchi et al., 2012a),<br />

quanto para o regenerante (Polisel et al., 2014). De acordo com<br />

a classificação do Ibge (2012), a áreas de FOM podem ser classificadas<br />

em subformações de acordo com altitude (Submontana,<br />

Montana e Alto-Montana) e a presença de planícies aluviais<br />

(Aluvial). A subformação FOM Aluvial se diferencia dos demais<br />

tipos por ocorrer, geralmente, próxima a cursos de água e ser<br />

66<br />

www.referenciaflorestal.com.br


JÉSSICA ONEDA SILVA<br />

MESTRE EM ENGENHARIA FLORESTAL DA UDESC (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE<br />

SANTA CATARINA)<br />

ANA CAROLINA SILVA<br />

PROFESSORA ASSOCIADA DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL DA<br />

UDESC<br />

PEDRO HIGUCHI E ÁLVARO LUIZ MAFRA<br />

PROFESSORES ASSOCIADOS DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL<br />

UDESC<br />

RODINELI LOEBENS<br />

PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE SOLOS E RECURSOS NATURAIS DA<br />

UDESC<br />

LUIZ CARLOS RODRIGUES JÚNIOR, ANGÉLICA DALLA ROSA,<br />

CARLA LUCIANE LIMA E FERNANDO BUZZI JÚNIOR<br />

GRADUADOS EM ENGENHARIA FLORESTAL UDESC<br />

predominantemente plana, estando sujeita a alagamentos periódicos<br />

(Ibge, 2012). Os pulsos de inundação, compreendidos<br />

como fenômenos temporais de inundação (Junk et al., 1989),<br />

se apresentam como um processo essencial na dinâmica e ecologia<br />

do ambiente. Junk et al. (1989) definem esse processo<br />

como chave para a existência de interações entre a biota em<br />

sistemas aluviais, capaz de gerar estratégias e adaptações nas<br />

espécies presentes na transição aquática/terrestre.<br />

As florestas aluviais consistem em manchas de vegetação<br />

com características próprias, produto da combinação de fatores<br />

abióticos como a topografia, regime de cheias e variações<br />

edáficas (Oliveira Filho et al., 1997), com as condições ecológicas.<br />

Essa particularidade resulta na formação de ambientes<br />

sujeitos ao estresse hídrico, que pode selecionar espécies tolerantes,<br />

influenciando na composição florística e estrutural da<br />

floresta (Silva et al., 2012).<br />

A heterogeneidade ambiental tem sido apontada como um<br />

dos principais fatores que atuam nessa composição florístico-<br />

-estrutural (Oliveira Filho et al., 1994b; botrel et al., 2002; Higuchi<br />

et al., 2012b; Carvalho et al., 2005), sendo associada ao<br />

regime de inundação, diferentes níveis de oxigenação do solo e<br />

padrões de sedimentação (Silva et al., 2007). Para Rodrigues et<br />

al. (2007), essa heterogeneidade é resultado da diversidade de<br />

fatores que interagem nas comunidades. Além disso, a heterogeneidade<br />

ambiental produz micro-hábitats que são ocupados<br />

por espécies indicadoras, que são aquelas com preferências<br />

ecológicas que podem identificar as condições ambientais locais<br />

(Hill et al., 1975).<br />

Neste sentido, estudos que contribuam para o entendimento<br />

de como a heterogeneidade ambiental pode influenciar<br />

a distribuição espacial de espécies arbóreas regenerantes são<br />

relevantes para a definição de estratégias de conservação e<br />

restauração de florestas aluviais. A presença de espécies indicadoras<br />

em condições ambientais específicas, associadas, por<br />

exemplo, ao regime de inundação e aos tipos de solos, pode<br />

evidenciar que a manutenção de certas condições ambientais<br />

é fundamental para a conservação da biodiversidade em nível<br />

regional. Além disso, identificar espécies associadas a setores<br />

distintos de um ambiente aluvial permite a escolha adequada<br />

de táxons a serem utilizados em programas de restauração florestal,<br />

evitando-se, assim, possíveis problemas, como a elevada<br />

mortalidade de mudas ou sementes não adaptadas.<br />

Dentro deste contexto, considerando a importância ecológica<br />

de florestas aluviais, uma vez que as mesmas desempenham<br />

importantes funções ambientais e apresentam um subconjunto<br />

relevante da flora regional, o presente estudo teve<br />

como objetivos: i) determinar a influência da heterogeneidade<br />

ambiental sobre o componente regenerante de uma FOM<br />

aluvial no Planalto Sul Catarinense; ii) determinar a correlação<br />

entre a vegetação e setorizações ambientais em função da dis-<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

67


ARTIGO<br />

FLORESTAS OMBRÓFILAS<br />

MISTAS OCUPAM ÁREAS<br />

PRINCIPALMENTE NO PARANÁ<br />

E SANTA CATARINA<br />

tância do rio e classes de solos; e iii) determinar as espécies<br />

indicadoras de cada setor com influência significativa na organização<br />

do componente regenerante.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Ombrófila<br />

Mista Aluvial, no município de Lages, SC. Com coordenadas<br />

centrais de 27°51’03’’S e 50°13’31’’O, o remanescente<br />

se encontra nas margens do Rio Caveiras e possui altitude média<br />

de 902 m. De acordo com a classificação de Köppen, o clima<br />

da região é Cfb, mesotérmico subtropical úmido com verões<br />

frescos, sem estação seca, com geadas severas, temperatura<br />

média de 15,9ºC e precipitação anual média em torno de 1.400<br />

mm (Brasil, 1992). Siltitos da Formação Rio do Rasto e arenitos<br />

da Formação Botucatu compõem o substrato geológico.<br />

Os solos são Cambissolo Húmico nas porções mais drenadas<br />

e Gleissolo Háplico nas áreas mais úmidas, ocorrendo também<br />

Neossolo Litólico e Neossolo Flúvico (Embrapa, 2013)<br />

O levantamento da vegetação regenerante foi realizado<br />

em 48 unidades amostrais alocadas de forma estratificada, em<br />

três setores (16 parcelas por setor): rio (borda adjacente ao<br />

rio), interior do fragmento e borda do campo (borda adjacente<br />

à matriz campestre). Indivíduos arborescentes com menos<br />

de 5,0 cm de DAP foram considerados como parte do estrato<br />

regenerante. Para o levantamento destes, cada uma das 48<br />

unidades amostrais foi dividida em parcelas com área variável<br />

de acordo com a classe de tamanho de planta, segundo adaptação<br />

da metodologia proposta por Volpato (1994): i) Classe<br />

1, plantas com altura entre 15 cm e 1 m, foram avaliadas em<br />

parcelas de 5 m² (metros quadrados), o que totalizou uma área<br />

amostral de 240 m2; ii) Classe 2, plantas com altura entre 1 e 3<br />

m, foram avaliadas em parcelas de 10 m², o que totalizou uma<br />

área amostral de 480 m2, e; iii) Classe 3, plantas com altura<br />

maior que 3 m e DAP (diâmetro a altura do peito) menor que<br />

5 cm, foram avaliadas em parcelas 20 m², o que totalizou 960<br />

m2 inventariados. Todos os indivíduos dentro das parcelas pertencentes<br />

a espécies arborescentes regenerantes foram marcados,<br />

classificados em sua respectiva classe e identificados,<br />

sendo as identificações realizadas por meio de literatura (e.g.<br />

Sobral et al., 2013) e especialistas. A classificação das famílias<br />

de angiospermas foi realizada de acordo com o sistema APG<br />

III (APG, 2009). As coordenadas de latitude e longitude foram<br />

obtidas no centro de cada parcela com o auxílio de um GPS<br />

Garmin Gpsmap 76CSx.<br />

O levantamento das variáveis ambientais foi realizado em<br />

cada uma das 48 parcelas utilizadas para o levantamento florístico.<br />

Para obtenção das variáveis edáficas, em cada parcela foram<br />

coletadas nove amostras de solo com o trado no perfil de<br />

0 a 20 cm, de maneira a cobrir a variação existente na unidade<br />

amostral, e destas foi obtida uma amostra composta por parcela.<br />

As amostras foram submetidas à análise química e física<br />

no Laboratório de Análises da Udesc. Foram quantificados pH,<br />

potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), matéria<br />

orgânica (MO), capacidade de troca catiônica efetiva (CTC), saturação<br />

por base na CTC efetiva (V), saturação por Al e os teores<br />

de areia, silte e argila. Também foi realizada a classificação<br />

dos solos de cada parcela por meio da abertura do perfil com o<br />

trado até a profundidade de 1 m (Embrapa, 2013).<br />

A luminosidade foi avaliada por meio da abertura do dossel,<br />

utilizando-se um densiômetro esférico (modelo A) côncavo<br />

(Lemmon, 1956). No centro de cada parcela, foram realizadas,<br />

no mês de fevereiro, quatro leituras nas direções Norte, Sul,<br />

Leste e Oeste, sendo obtida a média por parcela. O impacto<br />

ambiental foi determinado conforme metodologia utilizada<br />

por Silva et al. (2009), pela atribuição de nota de zero a cinco,<br />

de acordo com o que era perceptível na parcela, considerando<br />

trilhas, estradas, gado, fogo e corte seletivo, sendo zero para<br />

a ausência de impacto e cinco para o máximo de impacto observável.<br />

Os valores dos níveis freáticos foram obtidos por meio da<br />

leitura em poços de observação, instalados no centro de cada<br />

parcela, de acordo com a metodologia utilizada por Barddal et<br />

al. (2004), Silva et al. (2009) e Silva et al. (2010). Esses poços<br />

foram perfurados com um trado, até a profundidade de 1 m,<br />

onde foram instalados canos de PVC com pequenos furos para<br />

permitir o fluxo da água, com o propósito de se evitar o assoreamento<br />

dos mesmos ao longo das observações. As leituras<br />

foram feitas com auxílio de trena e lanterna, durante um ano,<br />

com frequência bimestral. Foi retirada uma média anual por<br />

parcela e também utilizados os dados do mês de nível freático<br />

68<br />

www.referenciaflorestal.com.br


mais próximo à superfície.<br />

O levantamento topográfico foi realizado por meio da coleta<br />

de três variáveis em cada parcela: cota média, desnível máximo<br />

e declividade média, para tal foram utilizados clinômetro<br />

e GPS. O desnível máximo correspondeu à maior diferença<br />

entre os valores de cota de cada vértice das parcelas e a cota<br />

média foi considerada como o valor médio obtido a partir dos<br />

quatro vértices de cada parcela. A declividade média foi calculada<br />

por meio da média das declividades dos lados da parcela<br />

(Oliveira Filho et al., 1994a).<br />

A partir dos dados ambientais, foi realizada a PCA (Análise<br />

de Componentes Principais), para identificar os gradientes<br />

existentes. A existência de estruturação espacial da organização<br />

da comunidade regenerante foi verificada por meio de um<br />

teste de Mantel, utilizando uma matriz de distância de Bray-<br />

-Curtis e uma matriz de distância espacial.<br />

Para testar a hipótese de existência de variações florísticas-<br />

-estruturais em função das diferentes condições ambientais<br />

consideradas, utilizou-se a metodologia proposta por Wang et<br />

al. (2012). Para isto, foram ajustados modelos lineares generalizados,<br />

tendo como variáveis dependentes as abundâncias<br />

das espécies e como variáveis independentes os diferentes setores<br />

de distância do rio e classes de solos. Considerando que<br />

muitas espécies apresentam poucos indivíduos, considerou-se<br />

uma distribuição binomial negativa para os modelos. A matriz<br />

de abundância de espécies por parcelas passou por uma transformação<br />

de Hellinger, com o propósito de reduzir a assimetria<br />

entre as espécies mais abundantes e raras (Legendre; Legendre,<br />

2012).<br />

A organização florística-estrutural do componente regenerante<br />

foi verificada por meio de uma Pcoa (Análise de Coordenadas<br />

Principais), a partir de uma matriz de distância de Bray-<br />

-Curtis. Foi realizada a Análise de Espécies Indicadoras para<br />

verificar espécies características dos setores com influência<br />

significativa na organização da comunidade regenerante.<br />

Todas as análises foram realizadas no programa estatístico<br />

R versão 3.1.0 (R Development Core Team, 2014), junto com as<br />

bibliotecas vegan (Oksanen et al., 2014) para a transformação<br />

de Hellinger, matriz de distância de Bray-Curtis, Pcoa e PCA;<br />

mvabund (Wang et al., 2012), para o modelo linear generalizado<br />

multivariado, e labdsv (Roberts, 2014), para Análise de<br />

Espécies Indicadoras.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

De forma geral, o relevo da área é predominantemente<br />

plano (Ibge, 2007), com solos distróficos, ácidos, com elevada<br />

saturação por Al e com textura franco arenosa e franca a<br />

franco-siltosa (Sbcs, 2004; Embrapa, 2013). Foram encontradas<br />

quatro classes de solos: Cambissolos Húmicos, Gleissolos<br />

Háplicos, Neossolos Litólicos e Neossolos Flúvicos. Os Cambissolos<br />

predominaram na área, ocorrendo em 28 parcelas em<br />

todos os setores de distância do rio (borda, interior e rio).<br />

Os Gleissolos ocorreram em 10 parcelas nos setores interior<br />

e borda do campo. Os Neossolos Flúvicos ocorreram em sete<br />

parcelas, restritas ao setor rio, e os Neossolos Litólicos ocorreram<br />

em apenas três parcelas, nos setores rio e borda.<br />

Apenas 16 parcelas (33%), principalmente de Gleissolos<br />

Háplicos, apresentaram água próximo da superfície (acima de<br />

Espécies<br />

Annona rugulosa (Schltdl.) H. Rainer<br />

Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk<br />

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg<br />

Myrcia hartwegiana (O.Berg) Kiaersk<br />

Dalbergia frutescens (Vell.) Britton<br />

Matayba elaeagnoides Radlk.<br />

Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg<br />

Rudgea parquioides (Cham.) Mull.Arg<br />

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze<br />

Prunus myrtifolia (L.) Urb.<br />

Banara tomentosa Clos<br />

Miconia cinerascens Miq<br />

Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl<br />

Myrcia laruotteana Cambess.<br />

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez<br />

p: significância da Análise de Espécies Indicadoras.<br />

Setor<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

Borda<br />

p<br />

0,001<br />

0,001<br />

0,008<br />

0,003<br />

0,025<br />

0,010<br />

0,021<br />

0,030<br />

0,011<br />

0,009<br />

0,044<br />

0,028<br />

0,028<br />

0,050<br />

0,015<br />

<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

69


ARTIGO<br />

O estudo levou em conta informações levantadas<br />

em 48 unidades distintas com relevos variados<br />

1 m de profundidade), indicando maior seletividade ambiental<br />

nestes locais. Devido à limitação de profundidade dos canos (1<br />

m), quando o lençol freático estava abaixo desse valor, não se<br />

tinha referência para saber sua profundidade exata. Em média,<br />

considerando-se os valores do nível freático como de 1 m<br />

para os poços onde não foi encontrado água, o lençol freático<br />

esteve a uma profundidade de 93,2 cm da superfície do solo.<br />

Ao se considerar as leituras no mês de maior encharcamento<br />

(Março), a profundidade média foi de 85,2 cm. Apesar de apenas<br />

16 parcelas apresentarem profundidade do lençol inferior<br />

a 1 m, a variação espacial no nível freático sugere a existência<br />

de locais com ocorrência de alagamentos sazonais, o que pode<br />

influenciar no estabelecimento dos regenerantes.<br />

O dossel esteve predominantemente fechado (91,2%),<br />

quando comparado com outro fragmento florestal em avançado<br />

estágio de sucessão avaliado por Higuchi et al. (2012b)<br />

no mesmo município, que encontraram um valor de 87,2%. O<br />

nível de impacto ambiental pode ser considerado baixo (0,55),<br />

sugerindo baixa intervenção antrópica na área de estudo. O<br />

baixo nível de impacto encontrado indica que, provavelmente,<br />

o estabelecimento e a sobrevivência das plântulas não são afetados<br />

significativamente por fatores como pisoteio de bovinos,<br />

etc.<br />

A PCA indicou que o Eixo 1, com uma explicação de 27,5%<br />

da inércia total, apresentou forte correlação, principalmente,<br />

com o teor de Ca (-0,94), saturação por alumínio (0,91) e saturação<br />

por bases (-0,93), sintetizando um gradiente de disponibilidade<br />

de nutrientes. O Eixo 2 explicou 19,25% da variação<br />

total, apresentando forte correlação, principalmente, com os<br />

teores de areia (0,83), de silte (-0,73) e de argila (-0,67), indicando<br />

variação textural do solo. A setorização relacionada à<br />

distância do rio demonstrou que parcelas próximas da borda<br />

ficaram ordenadas à direita do gráfico, com menor fertilidade,<br />

e o setor próximo ao rio ordenaram-se à esquerda do gráfico,<br />

com maior fertilidade. O setor interior apresentou parcelas ao<br />

longo de todo o gradiente. A setorização definida em função<br />

da classe de solo demonstrou que Neossolo Litólico ocorreu<br />

em áreas mais arenosas e declivosas e Neossolo Flúvico associou-se<br />

a locais com maior fertilidade natural. Cambissolo<br />

Húmico e Gleissolo Háplico distribuíram-se de forma ampla<br />

ao longo dos gradientes definidos pela PCA, indicando elevada<br />

heterogeneidade destas classes de solos.<br />

Os resultados sugerem que eventos de alagamentos representam<br />

um importante fator determinante na qualidade dos<br />

solos, uma vez que as parcelas do setor rio e as parcelas de<br />

Neossolo Flúvico foram as que apresentaram maior disponibilidade<br />

de nutrientes. Este padrão já foi relatado em outros estudos<br />

(Oliveira-Filho et al., 1994b; Budke et al., 2007) e indicam<br />

que os pulsos de inundação podem atuar como uma fonte de<br />

nutrientes, aumentando a fertilidade natural destas áreas. Porém,<br />

segundo Junk (1993), o aumento da fertilidade em áreas<br />

sujeitas a alagamentos depende da qualidade dos sedimentos<br />

depositados.<br />

A comunidade regenerante foi representada por 818 indivíduos<br />

(26.771 ind.ha-1) amostrados, pertencentes a 30 famílias,<br />

42 gêneros e 59 espécies. De acordo com o teste de<br />

Mantel, a organização florística-estrutural não ocorreu de forma<br />

espacialmente estruturada na área (r = 0,0387, p = 0,223),<br />

porém, foi influenciada de forma significativa (p = 0,001) pela<br />

setorização definida em função do distanciamento do rio. As<br />

classes de solos não foram determinantes (p = 0,205).<br />

Desta forma, infere-se que as diferenças ambientais associadas<br />

ao distanciamento do rio foram determinantes para o<br />

estabelecimento inicial da comunidade de espécies arbóreas,<br />

refletindo na florística e na estrutura do estrato regenerante.<br />

A heterogeneidade vegetacional em ambientes ripários e aluviais<br />

tem sido frequentemente relatada na literatura (Ferreira;<br />

Stohlgren, 1999; Ferreira, 2000; Silva et al., 2009; Budke et al.,<br />

2010; Scipioni et al., 2013), sendo explicada como uma resposta<br />

a gradientes ambientais associados aos solos e ao regime de<br />

inundação. Como ressaltado por Junk et al. (1989), pulsos de<br />

inundação representam um dos principais aspectos ecológicos<br />

para a biota em ambientes aluviais. Esses pulsos resultam na<br />

geração de diferentes micro-hábitats, que exigem das populações<br />

existentes a adoção de novas estratégias de sobrevivência<br />

e estabelecimento, bem como de adaptação às condições<br />

locais.<br />

A ordenação produzida pela PCoA evidenciou que o setor<br />

borda adjacente ao campo foi o que apresentou a composição<br />

florística-estrutural mais distinta entre os setores. Este padrão<br />

também foi confirmado pela Análise de Espécies Indicadoras,<br />

onde este setor apresentou 14 espécies indicadoras, enquanto<br />

70<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Disco de corte para Feller<br />

os setores rio e interior apresentaram, respectivamente, apenas<br />

uma e nenhuma espécie indicadora. No setor adjacente ao<br />

rio, Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez foi a única indicadora,<br />

sugerindo que a mesma seja adaptada a se desenvolver<br />

na interface próxima de cursos d’água. As demais espécies que<br />

ocorreram na área não foram caracterizadas como indicadoras,<br />

ocorrendo em todos os setores. Estas possuem plasticidade<br />

ambiental, tendo alguma tolerância tanto ao estresse hídrico,<br />

podendo ocorrer em condições limitantes de umidade<br />

(rio), quanto à luminosidade limitada (interior). A ocorrência<br />

de maior número de espécies indicadoras no setor borda pode<br />

ser explicada pelo fato destas serem espécies que provavelmente<br />

não conseguiram ter maior abundância próxima ao rio<br />

em função da elevada umidade, ou no interior, pois necessitam<br />

de maior quantidade de luz.<br />

Tomados em conjunto, os resultados demonstraram que os<br />

setores de borda adjacente ao rio e borda adjacente à matriz<br />

campestre representaram os dois extremos de um gradiente<br />

ambiental associado à fertilidade do solo e ao regime de inundação,<br />

que deu origem a um componente arbóreo regenerante<br />

com elevada distinção florística. Neste sentido, reforça-se<br />

a importância de planos de restauração e conservação de florestas<br />

aluviais considerarem a existência dos diferentes micro-<br />

-hábitats, por estes suportarem conjuntos de espécies distintos.<br />

Considerando a fitofisionomia (FOM) e a região estudada<br />

(Planalto Sul Catarinense), infere-se que Nectandra megapotamica<br />

é uma espécie com grande potencial para ser utilizada<br />

em programas de reflorestamento em áreas de interface com<br />

cursos d’água, de maior fertilidade e diretamente impactadas<br />

por pulsos de inundação. Por outro lado, um grande número<br />

de espécies, dentre elas Araucaria angustifolia, não deve ser<br />

empregado em locais sujeitos a inundações, pois ocorreu com<br />

forte associação aos ambientes distantes dos rios, com solos<br />

menos férteis e bem drenados. Porém, ressalta-se que a seleção<br />

de espécies para serem empregadas em condições ambientais<br />

específicas, não devem ser restritas apenas aquelas<br />

consideradas indicadoras, mas sim a todo conjunto de espécies<br />

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• Discos especiais<br />

• Pistões hidráulicos<br />

(fabricação e reforma)<br />

• Usinagem de médio e grande porte<br />

CONCLUSÕES<br />

O componente regenerativo apresentou variações espaciais<br />

que refletem a heterogeneidade ambiental existente na<br />

área em função da setorização. Os fatores ambientais foram<br />

determinantes na formação dos grupos florísticos, com a determinação<br />

de espécies indicadoras, decorrente, sobretudo,<br />

do fator distância do rio.<br />

Foi possível determinar espécies indicadoras dos setores<br />

borda adjacente ao rio e borda adjacente ao campo. Assim, a<br />

vegetação existente nesses ambientes não deve ser tratada de<br />

forma genérica, devendo ser consideradas as suas variações e<br />

peculiaridades. Desse modo, estudos nesse contexto se mostram<br />

fundamentais para subsidiar medidas de proteção mais<br />

efetivas.<br />

Usimaq Indústria Metal Mecânica<br />

Rua Borges de Medeiros, 836<br />

Carlos Barbosa, RS<br />

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Modelo RLE MINI<br />

O modelo RLE MINI é um<br />

produto feito para o uso<br />

doméstico para facilitar a difícil<br />

tarefa de rachar lenhas, é de fácil<br />

transporte e funcionamento, já<br />

vem equipado com motor<br />

monofásico.<br />

Modelo RLT<br />

O modelo RLT é um produto<br />

desenvolvido para quem precisa<br />

operar lenhas de grande porte<br />

diretamente no mato. Depois de<br />

acoplado ao trator é só acionar a<br />

alavanca do comando do trator para<br />

abrir e fechar o cilindro hidráulico.


AGENDA<br />

ABRIL <strong>2017</strong><br />

APRIL <strong>2017</strong><br />

VI Workshop Internacional Mogno Africano<br />

7<br />

São Paulo (SP)<br />

www.workshopmognoafricano.org.br<br />

II Seminário sobre Sanidade <strong>Florestal</strong><br />

25 e 26<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

MAIO <strong>2017</strong><br />

MAY <strong>2017</strong><br />

Agrishow<br />

1 a 5<br />

Ribeirão Preto (SP)<br />

www.agrishow.com.br<br />

Ligna<br />

22 a 26<br />

Hannover - Alemanha<br />

www.ligna.de<br />

JUNHO <strong>2017</strong><br />

JUNE <strong>2017</strong><br />

Elmia Wood<br />

7 a 10<br />

Jönköping – Suécia<br />

www.elmia.se<br />

DESTAQUE<br />

II Seminário sobre Prevenção e Controle de Incêndios<br />

Florestais<br />

7 e 8<br />

Viçosa (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

Cibio <strong>2017</strong><br />

20 a 22<br />

Curitiba (PR)<br />

www.congressobiomassa.com<br />

JULHO <strong>2017</strong><br />

JULY <strong>2017</strong><br />

Interforst<br />

18 a 22<br />

Munique (Alemanha)<br />

www.interforst.com<br />

SETEMBRO <strong>2017</strong><br />

SEPTEMBER <strong>2017</strong><br />

Lignum Brasil<br />

20 a 22<br />

Curitiba (PR)<br />

www.lignumbrasil.com.br<br />

Expobiomassa<br />

26 a 29<br />

Valladolid (Espanha)<br />

www.expobiomasa.com<br />

II SEMINÁRIO SOBRE SANIDADE FLORESTAL<br />

25 e 26 de abril<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

A SIF (Sociedade de Investigações Florestais) promove<br />

o segundo seminário sobre saúde florestal. Serão<br />

abordados cuidados e utilização de produtos para previnir<br />

e combater pragas e doenças que atacam espécies<br />

arbóreas.<br />

Imagem: reprodução<br />

72<br />

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ESPAÇO ABERTO<br />

LÍDER SERVIDOR:<br />

COMO A EMPATIA PODE<br />

TRANSFORMAR O CLIMA<br />

ORGANIZACIONAL<br />

Foto: divulgação<br />

Por Neto Mello<br />

Gerente de RH e Relações Institucionais da OJI Papéis Especiais<br />

T<br />

alvez o segredo das relações, e também o mais desafiador,<br />

seja realmente calçar o sapato do outro. E esta<br />

é uma realidade intrínseca a qualquer relação, que não<br />

difere no mundo corporativo. Todo resultado, seja positivo ou<br />

negativo, é consequência de um trabalho realizado por pessoas<br />

felizes, ou não. Esse deve ser o lema da empresa contemporânea,<br />

em que a liderança, mais do que gerir, deve se comprometer com<br />

o processo e dar o exemplo com o desafio de buscar a felicidade<br />

da equipe.<br />

A essência da motivação de um time está em conhecer o que<br />

se realiza. Sem entendimento qualquer ação cairá na inutilidade,<br />

uma vez que as pessoas são motivadas por si mesmas a partir<br />

do momento que passam a entender e participar dos processos<br />

e resultados. Por isso, além de todas as competências pessoais<br />

tão amplamente divulgadas, o líder atual deve ser servidor, não<br />

apenas em suas ações, mas em seu íntimo. O serviço aproxima as<br />

pessoas e revela um interesse genuíno no próximo demonstrando,<br />

acima de habilidades ou conhecimentos técnicos, qualidades<br />

relacionadas à educação de cada um.<br />

Muito se pode aprender para uma função de liderança. Competências<br />

e habilidades podem ser desenvolvidas e conhecimento<br />

técnico pode ser obtido através de bons cursos, processo de<br />

coaching ou mentoring. Porém, a liderança servidora está muito<br />

ligada aos valores morais obtidos a partir dos princípios nos quais<br />

uma pessoa foi criada. O líder servidor emerge com qualidades<br />

como respeito, solidariedade, empatia e humildade, características<br />

mais predominantes do meio em que viveu e das experiên-<br />

cias pessoais.<br />

Este modelo de liderança é facilitador e apoiador da equipe,<br />

ao contrário do líder autoritário. Ele influencia muito pouco nas<br />

decisões, mas está sempre perto o suficiente para ajudar. Deve<br />

apontar o caminho a ser seguido e também dar o exemplo, pois<br />

o senso de utilidade das pessoas é um agente motivador e deve<br />

ser incentivado pela liderança.<br />

Tendo em vista que ninguém pode motivar ao outro, uma vez<br />

que a motivação é gerada dentro de cada um por razões individuais,<br />

o líder servidor aparece mostrando à equipe a importância<br />

de cada um no processo, sendo transparente com relação a<br />

metas e resultados e proporcionando condições para tomada de<br />

decisões, com foco em gerar melhores resultados.<br />

É preciso ter em mente que os liderados podem até errar,<br />

mas caberá à liderança medir os impactos. Com os riscos calculados,<br />

deixar as pessoas tomarem as próprias decisões não é um<br />

posicionamento difícil para a liderança. Em uma organização estruturada<br />

com base em servir, a motivação minimiza os riscos.<br />

As relações de trabalho podem ser transformadas a partir<br />

dos princípios da liderança servidora genuína. O líder que se importa<br />

realmente com o próximo, que tem paixão pelo que faz,<br />

que gosta de gente, que olha nos olhos e tem relacionamento<br />

pessoal com sua equipe não teme os desafios. Ele sabe que as<br />

pessoas estarão comprometidas com sua liderança porque passaram<br />

a entender o que faz e porque faz. Um ambiente feliz é<br />

feito de pessoas felizes e pessoas felizes é o foco do líder servidor.<br />

Os resultados virão a partir daí.<br />

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