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44<br />
DIVERSIDADE<br />
FLORESTAL<br />
Plantio misto cresce no país<br />
BUROCRACIA<br />
Mato Grosso luta<br />
por isonomia no setor62 ENTREVISTA<br />
Ute Seeling,<br />
diretora do KWF<br />
Gestão eficaz<br />
Resultado nas operações<br />
em campo no controle<br />
de formigas cortadeiras<br />
Effecient<br />
management<br />
A result of leaf-cutting<br />
ant control operations<br />
in the field
Os fueiros ,<br />
os mais leves do mercado e líder de vendas<br />
na América Latina, são fabricados pela Unylaser.<br />
A Unylaser é uma empresa do grupo PCP Steel, que tem 40 anos de mercado e é a pioneira na manufatura de<br />
aços de alta resistência no Brasil. A empresa opera no fornecimento de soluções completas a partir do aço.<br />
Atua em diversos segmentos de mercado e busca oferecer ao cliente a melhor proposta de custo-benefício<br />
na manufatura de componentes e conjuntos metálicos; de médio e grande porte. Com 13.000m 2 de área<br />
disponível, é a maior fábrica de fueiros da América Latina e uma das maiores do mundo; e com capacidade<br />
anual de transformação de mais de 20.000 t de aço em componentes.<br />
No processo de produção dos fueiros Raptor, são utilizados software de simulação virtual, análise de elementos<br />
finitos, análise de impacto ambiental, testes por ciclos, ensaios destrutivos, metalografia e performance<br />
estrutural.<br />
Entre os diferenciais a Unylaser oferece soluções customizadas em um processo de cocriação de produtos em<br />
parceira com os seus clientes.<br />
//Fueiros customizados para a sua operação.<br />
//Versões com capacidade de até 18.000 kg.<br />
//Fabricados em aço de alta e ultra alta resistência.
RAPTOR 600<br />
Capacidade 6.000kg | Peso 77kg<br />
RAPTOR 800 STD/L<br />
Capacidade 8.000kg | Peso 123/126kg<br />
MAIS<br />
LEVE<br />
DO MERCADO<br />
RAPTOR 800 HR<br />
Capacidade 8.000kg | Peso 160kg<br />
RAPTOR 1250 DUO/HD<br />
Capacidade 12.500kg | Peso 190/215kg<br />
+55 54 3290.4800 | comercial@raptorflorestal.com.br | www.raptorflorestal.com.br
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 11<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 71<br />
40<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 53<br />
Denis Cimaf ................................................................... 09<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
Encapp ............................................................................ 29<br />
44<br />
Ferro Extra ..................................................................... 23<br />
Exte ................................................................................... 76<br />
H Fort ................................................................................ 15<br />
62<br />
Heinnings ...................................................................... 49<br />
Himev .............................................................................. 21<br />
J de Souza ........................................................................ 47<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Silvicultura<br />
Legislação<br />
Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Pragas<br />
Especial<br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
16<br />
28<br />
30<br />
32<br />
34<br />
40<br />
44<br />
50<br />
54<br />
58<br />
62<br />
66<br />
72<br />
74<br />
Lignum ............................................................................ 27<br />
Mill Indústrias .............................................................. 57<br />
Mill Indústrias .............................................................. 65<br />
Ponsse ............................................................................. 13<br />
Sergomel ....................................................................... 19<br />
Tissue World ................................................................. 31<br />
TMO ................................................................................. 75<br />
Unylaser ......................................................................... 04<br />
Usimaq ........................................................................... 71<br />
Ventura Máquinas .................................................... 61<br />
Waratah ......................................................................... 07<br />
Workshop Futuro Florestas .................................. 25<br />
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A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
DIVERSIDADE<br />
FLORESTAL<br />
Plantio misto cresce no país<br />
44<br />
BUROCRACIA<br />
Mato Grosso luta<br />
por isonomia no setor62 ENTREVISTA<br />
Ute Seeling,<br />
diretora do KWF<br />
Gestão eficaz<br />
Resultado nas operações<br />
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EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
8<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XIX • N°<strong>184</strong> • <strong>Abril</strong> <strong>2017</strong><br />
Effecient<br />
management<br />
A result of leaf-cutting<br />
ant control operations<br />
in the field<br />
A gestão precisa do manejo de<br />
formigas em plantios florestais foi<br />
o mote da capa desta edição<br />
BURROCRACIA<br />
Processos e procedimentos ajudam a manter padrões, coibir a ilegalidade e melhorar<br />
práticas em diversas atividades. Porém, o excesso de burocracia ou a instituição<br />
de exigências que fogem à realidade de um segmento ou região, inibem a<br />
competitividade, enfraquecem o setor econômico e desestimulam até mesmo os<br />
mais persistentes. Acompanhe a reportagem especial que produzimos sobre a atividade<br />
florestal no Mato Grosso. O Estado possui empresas sérias, setor organizado<br />
consciente do papel que tem diante da preservação das riquezas naturais e determinação<br />
no cumprimento das leis. Mesmo diante de todo este contexto, a indústria<br />
florestal motogrossense é frequentemente colocada à prova e vem dando resposta.<br />
A expectativa é que em breve, questões regulatórias sejam superadas e a iniciativa<br />
privada volte a se concentrar no principal: gerar riqueza e manter a floresta em pé.<br />
Já no campo tecnológico, para trazer também um pouco do que acontece lá fora,<br />
conversamos com duas especialistas no segmento florestal. Entrevistamos Ute Seeling,<br />
diretora do KWF (Centro Alemão para o Trabalho e Tecnologia <strong>Florestal</strong>), da<br />
Alemanha. Também produzimos uma reportagem sobre o estudo da pesquisadora<br />
norte-americana, Laura Williams, sobre a produtividade superior de plantios mistos<br />
frente à monocultura. Desejamos uma ótima leitura!<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Fernanda Maier<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Colaboreadores / Colaborators<br />
Fotógrafos: Mauricio de Paula<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
BUREAUCRACY<br />
Processes and procedures help to maintain standards, curbing illegalities and improving<br />
practices in various activities. However, the excessive bureaucracy or the imposition of requirements<br />
that are outside the reality of a segment or region, inhibit competitiveness, weaken the<br />
economic sector, and discourage even the most persistent. Read the special story we produced<br />
about the forestry activity in the State of Mato Grosso. The State has serious companies and<br />
an organized sector aware of the role that it plays in the preservation of natural resources and<br />
determination in the compliance with laws. Even in the face of all this, the forest industry in the<br />
State of Mato Grosso is often put to the test and is able to come back in response. The expectation<br />
is that soon, regulatory issues will be overcome and the private sector can get back to concentrate<br />
on its main function: generating wealth and keeping the forest standing. In the technological<br />
field, in order to provide you with some of what is happening out there in the world,<br />
we talked to two experts in the forest segment. We interviewed Ute Seeling, Director of KWF<br />
(German Board of Forestry and Forestry Technology. We also produced a study on the research<br />
being carried out by the American Scientist, Laura Williams, about the increased productivity of<br />
mixed plantations compared to that of monoculture plantations. We wish you pleasant reading!<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
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to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
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CARTAS<br />
MANEJO FLORESTAL<br />
TECNOLOGIA<br />
Capa da Edição 183 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de março de <strong>2017</strong><br />
Por Carlos Henrique<br />
Severiano - Belém (PA)<br />
Gostei do que estão fazendo<br />
para o aprimoramento do<br />
manejo florestal conforme<br />
retratado na reportagem da<br />
última edição. Bom saber das<br />
boas práticas que acontecem<br />
na Amazônia.<br />
Foto: IFT<br />
Por Bernardo Conci de Oliveira - Lages (SC)<br />
Olá, gostaria de ver uma reportagem sobre técnologia e<br />
mecanização florestal.<br />
ORGULHO<br />
Por Clarissa Bianquini - Curitiba (PR)<br />
Resposta: Obrigado pela sugestão, Bernardo. Em breve<br />
vamos participar da Elmia Wood, feira que acontece<br />
na Suécia. Já definimos um roteiro bem interessante<br />
para cobrir o evento e visitar fábricas de equipamentos,<br />
aguarde.<br />
Muito boa a matéria sobre os benefícios que as empresas,<br />
e o próprio setor florestal, trazem ao meio ambiente e<br />
comunidades. Precisamos mostrar mais o que fazemos<br />
pelas pessoas e pelo verde.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
TRUMP<br />
PROTEÇÃO<br />
Por Jorge Almeida Landin -<br />
Piracicaba (SP)<br />
Por Diego Cardoso -<br />
Três Lagoas (MS)<br />
Parabéns pela reportagem<br />
sobre as políticas prejudiciais<br />
do Presidente dos EUA (Estados<br />
Unidos da América) para o meio ambiente. É legal ter uma<br />
visão do que acontece lá fora e como pode nos afetar.<br />
Foto: divulgação<br />
Estou gostando das<br />
seguidas matérias<br />
sobre combate a pragas<br />
florestais. Continuem<br />
abordando o importante<br />
tema.<br />
Foto: divulgação<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
10<br />
www.referenciaflorestal.com.br
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
PAPO EM DIA<br />
A equipe comercial da REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL passou praticamente o mês<br />
todo na estrada. Entre uma parada<br />
e outra foi possível trocar ideia e<br />
conhecer as novidades apresentadas<br />
durante a Três Lagoas <strong>Florestal</strong>, feira<br />
que aconteceu de 28 a 30 de março, no<br />
Mato Grosso do Sul.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Gerson Penkal, do<br />
departamento comercial<br />
da REFERÊNCIA FLOESTAL,<br />
e Augusto Gabriel Claro<br />
de Melo, coordenador<br />
do curso de Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong> da Faef (Faculdade<br />
de Ensino Superior e<br />
Formação Integral)<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Eduardo Maggioni, do departamento comercial da<br />
Unylaser e Roger Viezzer, gerente comercial da empresa<br />
Osvaldo Gomes, diretor da Sergomel, e<br />
Elaine Cristina Gomes, do departamento de marketing<br />
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reposicionados considerando uma maior facilidade para o operador, a<br />
nova cabine oferece muito espaço, os melhores controles ergonômicos<br />
disponíveis no mercado e uma excelente visibilidade durante a<br />
operação. Além disso, o intervalo para manutenção programada da<br />
máquina foi estendido para 1.800 horas, contribuindo para a redução<br />
de custos e o aumento da produtividade na colheita. O forwarder ainda<br />
conta com a excepcional grua PONSSE K100+ e excelente área de<br />
carga colocando o PONSSE ElephantKing como o forwarder mais eficaz<br />
no mercado, seja para áreas planas ou declivosas.<br />
A melhor amiga do produtor florestal<br />
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COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
EUCALYPTUS COMO<br />
MATÉRIA-PRIMA PARA<br />
INDÚSTRIA DE PRODUTOS<br />
DE MADEIRA SÓLIDA<br />
Gênero oferece opções de produtos nobres e com maior valor, além<br />
das toras finas para processo<br />
O<br />
Eucalyptus é um gênero com um grande número de<br />
espécies (mais de 700), nativas da Austrália e da Indonésia.<br />
Em função da capacidade de adaptação das<br />
diferentes espécies a condições de solo e clima, o Eucalyptus foi<br />
introduzido em um grande número de países na Europa, Américas,<br />
África e Ásia. O gênero tem a maior área plantada no mundo.<br />
No Brasil, e na maioria dos outros países, os plantios de<br />
Eucalyptus foram implantados para atender, principalmente, a<br />
demanda de madeira para energia (lenha e carvão), estacas e<br />
postes, e para produção de polpa. No entanto, cada vez mais,<br />
a madeira deste gênero tem sido utilizada para outras aplicações,<br />
incluindo madeira serrada, lâminas e painéis de madeira<br />
(compensados, aglomerado e MDF).<br />
O desenvolvimento da silvicultura e no manejo dos plantios,<br />
permitiram ganhar produtividade e competitividade. Mais importante<br />
ainda foram os desenvolvimentos genéticos: com grandes<br />
ganhos em produtividade, melhor adaptação a diferentes<br />
solos e climas, e ainda a obtenção de madeira com propriedades<br />
e qualidade necessária aos diversos produtos de madeira.<br />
A madeira de Eucalyptus tem, cada vez mais, sido uma substituta<br />
da madeira tropical na produção de serrados e compensados.<br />
As razões estão associadas à oferta de uma matéria-prima<br />
mais competitiva, com propriedades semelhantes às espécies<br />
tropicais e ainda com menor pressão dos grupos ambientalistas.<br />
No Uruguai, existem diversas unidades industriais que<br />
produzem compensados e serrados baseados, em madeira de<br />
plantações de Eucalyptus (grandis e diversos clones). O Uruguai<br />
possui atualmente uma área de florestas plantadas de 1 milhão<br />
de ha (hectares) e tem priorizado o plantio de Eucalyptus.<br />
O maior produtor de compensados do Uruguai, com a<br />
capacidade de produção de 260 mil m³/ano (metros cúbicos),<br />
tem como principal matéria-prima a madeira de Eucalyptus.<br />
A empresa exporta para os EUA (Estados Unidos da América),<br />
México, Europa, Argentina, Chile e outros países. Existem ainda<br />
no Uruguai serrarias de grande porte baseadas exclusivamente<br />
em madeira de Eucalypus. A maior delas tem uma capacidade<br />
de produção próxima de 180 mil m³/ano.<br />
Na Argentina também existem diversos produtores de<br />
madeira serrada e compensados baseados em madeira de<br />
Eucalyptus de plantações florestais, e que comercializam sua<br />
produção tanto no mercado nacional como exportam.<br />
Nos últimos 10 anos, tanto no Uruguai como na Argentina<br />
houve uma mudança na silvicultura e no manejo dos plantios<br />
florestais de Eucalyptus. Atualmente os plantios têm densidade<br />
máxima 600 mudas/ha, utilizam material clonal selecionado, são<br />
feitas podas de até 9 metros de altura com a realização de no<br />
máximo dois desbastes, e uma rotação de 12-15 anos. Com isto,<br />
o custo de implantação é reduzido e a produção de madeira de<br />
maior diâmetro com alta qualidade é priorizada.<br />
O Brasil tem em torno de 5 milhões de ha de plantio de<br />
Eucalyptus, prioritariamente implantados e manejados para<br />
produção de madeira para energia/carvão painéis reconstituídos<br />
e celulose. Os plantios destinados à produção de toras com<br />
maior diâmetro, para suprir a indústria de madeira sólida, são<br />
uma pequena parcela, e isto tem limitado o desenvolvimento<br />
da indústria de produtos de madeira sólida no país.<br />
Mesmo com esta limitação, é esperado que o Eucalyptus<br />
venha a ser uma fonte importante de matéria-prima para a indústria<br />
brasileira de serrados e compensados no futuro próximo.<br />
Existem alguns investidores florestais implantando e manejando<br />
plantios de Eucalyptus para produção de toras de qualidade,<br />
especialmente na região sul e centro oeste.<br />
O aumento na oferta de madeira do gênero com maior<br />
diâmetro e de qualidade será importante para o desenvolvimento<br />
da indústria de produtos de madeira sólida no Brasil<br />
nos próximos anos.<br />
O aumento na oferta de madeira do Eucalyptus com maior diâmetro e de<br />
qualidade será importante para o desenvolvimento da indústria de produtos<br />
de madeira sólida no Brasil nos próximos anos<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
TECNOLOGIA<br />
DE PRODUTOS<br />
FLORESTAIS<br />
Foto: divulgação<br />
Com o tema: Tecnologia de produtos florestais;<br />
foi realizado o primeiro encontro do<br />
programa Florestas em Pauta, promovido pela<br />
Embrapa Florestas, em Colombo (PR). O evento<br />
reuniu empresários, pesquisadores e estudantes<br />
com o objetivo de conversar sobre os<br />
principais gargalos neste tema. Com a dinâmica<br />
proposta de bate-papo, os participantes conversaram sobre pesquisas realizadas em tecnologia da madeira, como elas<br />
se inserem no setor produtivo e as necessidades para inovação no setor. O encontro começou com uma visita a laboratórios<br />
que fazem parte do Núcleo de Tecnologia de Produtos Florestais da Unidade: Tecnologia da Madeira, Tecnologia de<br />
Produtos Não Madeiráveis. O grupo de pesquisadores da Embrapa Florestas está investindo no conceito de biorrefinaria,<br />
em qual os plantios florestais têm potencial para dar origem a uma gama enorme de produtos além dos tradicionais.<br />
Ou seja, a matéria-prima de base florestal ou seus resíduos podem ser utilizados para produtos de alto valor agregado.<br />
Pesquisas já têm trabalhado com o desenvolvimento de preservativos de madeira extraídos de serragem, bio-óleo de<br />
eucalipto para preservação de madeira de pinus ou fabricação de biocidas.<br />
RETOMADA<br />
FLORESTAL EM MT<br />
Com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva de<br />
madeira, a Sedec-MT (Secretaria de Estado de Desenvolvimento<br />
Econômico do Mato Grosso) promoveu um encontro<br />
com representantes do setor. O objetivo é elaborar, em<br />
conjunto, uma proposta que atenda a necessidade do setor.<br />
Temos ciência da importância do potencial florestal”, afirmou<br />
o secretário da Sedec, Ricardo Tomczyk (foto). Ele citou o<br />
exemplo da mineração, que possui grande potencial em Mato<br />
Grosso, mas tem dificuldade de se estabelecer em sua capacidade<br />
máxima. Segundo Tomczyk, além da questão tributária a Sedec se coloca à disposição para destravar o processo. A<br />
Secretaria vai intermediar o diálogo do setor de base florestal com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e o Governo<br />
Federal (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).<br />
Foto: divulgação<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MÓVEIS COM<br />
MADEIRA DE<br />
MANEJO<br />
Foto: divulgação<br />
Como desdobramento do seu projeto de<br />
Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável, a Coomflona<br />
(Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós)<br />
inaugurou a Movelaria Ambé, localizada<br />
no Pátio Central do Km 117 da BR 163, interior<br />
da Floresta Nacional do Tapajós – UC (Unidade<br />
de Conservação) administrada pelo ICMBio<br />
no Pará. O evento reuniu parceiros do projeto,<br />
como a Fundação Banco do Brasil, além de organizações comunitárias, autoridades locais e cooperados. A cooperativa<br />
vai aproveitar os galhos oriundos da área de manejo florestal para a confecção de móveis. A localização da movelaria,<br />
dentro do Pátio Central da área de manejo florestal, foi pensada estrategicamente, de modo a auxiliar na logística e<br />
diminuir custos. A próxima etapa será a seleção de cerca de 20 trabalhadores, entre moradores da UC e profissionais<br />
experientes, para as atividades de secagem da madeira e manuseio das máquinas.<br />
PAPEL E<br />
CELULOSE NO PR<br />
De acordo com o Panorama Setorial da Indústria de Papel,<br />
Celulose, Embalagens e Artefatos, o Paraná concentra 11,4%<br />
da base florestal do Brasil. O setor reúne 470 indústrias no<br />
Paraná. Elas respondem por 12% do valor da produção nacional,<br />
correspondendo a R$ 8,3 bilhões. Juntas, estas indústrias<br />
geram 22 mil empregos, que representam mais de R$ 423<br />
milhões em salários. No total, 108 indústrias responderam<br />
ao questionário, correspondendo a um aumento de 22% em<br />
relação ao estudo da edição anterior. O Estudo, apresentado<br />
recentemente, foi desenvolvido em conjunto pela Fiep (Federação<br />
das Indústrias do Paraná) e pelo Sinpacel (Sindicato da<br />
Indústria de Papel e Celulose).<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
17
NOTAS<br />
MADEIRA<br />
AO MAR<br />
Foto: divulgação<br />
A Fibria está investindo R$ 54,4 milhões na modernização<br />
do transporte marítimo de madeira, realizado entre o sul<br />
da Bahia e o norte do Espírito Santo. A primeira fase do projeto<br />
tem início previsto para maio e a segunda e última fase<br />
começa a operar no mês de agosto. A madeira irá abastecer<br />
a unidade industrial em Aracruz (ES). Serão instalados guindastes<br />
de grande porte no Terminal Marítimo de Caravelas<br />
(BA), onde a madeira é embarcada, e no Terminal Marítimo<br />
de Barra do Riacho (ES), onde é feito o desembarque. Os<br />
equipamentos são fabricados pela finlandesa Mantsinem.<br />
De acordo com a empresa, as novas máquinas permitirão<br />
reduzir em 42% o tempo de carga e descarga das barcaças<br />
que transportam madeira. Atualmente, o ciclo de viagem<br />
da barcaça que transporta madeira entre os terminais é de<br />
12 horas. Cada barcaça comporta carga equivalente a 100<br />
viagens de um tritrem.<br />
MUDANÇA<br />
DE ARES<br />
Após seis anos de dedicação, Fabio Schvartsman, diretor-geral<br />
da Klabin, comunicou sua saída da companhia para assumir mais<br />
um importante desafio de carreira: a presidência da Vale. Durante<br />
o período em que esteve à frente da Klabin, Schvartsman estabeleceu<br />
um novo ciclo de gestão e de resultados na companhia.<br />
Desde 2011, a empresa dobrou sua capacidade de produção, entrou<br />
em novos negócios, triplicou seu valor de mercado e manteve<br />
seus resultados financeiros em crescimento por 22 trimestres<br />
consecutivos. Em termos de gestão, Schvartsman sempre atuou<br />
na valorização dos profissionais e, especialmente na diretoria,<br />
fortaleceu a atuação do time de maneira integrada e orientada<br />
para resultados e alta performance. A Klabin Irmãos e Companhia<br />
- controladora da Klabin S.A., indicou o executivo Cristiano Cardoso<br />
Teixeira como diretor-geral da empresa. A indicação será submetida<br />
para deliberação do Conselho de Administração da Klabin.<br />
Foto: divulgação<br />
18<br />
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NOTAS<br />
DIA DA<br />
FLORESTA<br />
Foto: divulgação<br />
Para lembrar as pessoas da importância<br />
das florestas na manutenção da vida do<br />
Planeta Terra, em 1971 a FAO (Organização<br />
das Nações Unidas para a Alimentação e<br />
a Agricultura) sugeriu a criação do “Dia<br />
Mundial da Floresta”. A comemoração<br />
da data foi estabelecida para o dia 21 de<br />
março, em virtude do início da Primavera<br />
no Hemisfério Norte, de onde partiu a<br />
ideia da criação da data. No ano seguinte,<br />
foi comemorada também na Europa e em<br />
muitas outras regiões do mundo, tornando<br />
o dia internacional, mas ainda de maneira<br />
informal. Somente em 2012, a ONU (Organização das Nações Unidas) lançou uma resolução para a criação do “Dia Internacional<br />
das Florestas”, adotado mundialmente.<br />
MANEJO<br />
AUMENTA<br />
ABSORÇÃO<br />
DE CARBONO<br />
Foi realizado o primeiro mapeamento de recuperação<br />
de carbono nas florestas amazônicas<br />
e emissões lançadas pela atividade de colheita<br />
de madeira comercial na Amazônia. O estudo<br />
foi publicado no periódico eLife pela rede pan-<br />
-tropical de pesquisadores chamada Observatório<br />
de Florestas Tropicais Manejadas, que congrega 19 instituições internacionais, entre elas a Esalq (Escola Superior de<br />
Agricultura Luiz de Queiroz) da USP. O professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Edson Vidal, integrou<br />
a equipe de cientistas. “Os resultados levam ao reconhecimento de que o Manejo <strong>Florestal</strong> com Exploração de Impacto<br />
Reduzido pode ser uma atividade econômica que, além de gerar conservação e desenvolvimento, ainda poderá contribuir<br />
para redução das emissões de gases de efeito estufa quando árvores sadias são preservadas.”<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
20<br />
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ecotritus<br />
TRITURADOR<br />
FLORESTAL<br />
O TRITURADOR FLORESTAL<br />
ECOTRITUS foi desenvolvido<br />
levando em conta a forte vegetação<br />
brasileira, bem como a severidade do<br />
clima predominantemente tropical. Apesar<br />
da dureza das condições de trabalho, o<br />
Triturador FLORESTAL ECOTRITUS apresenta<br />
elevada PRODUTIVIDADE aliada a baixa e<br />
ECONÔMICA MANUTENÇÃO.<br />
FABRICADO NO BRASIL<br />
Matriz europeia adaptada para a realidade brasileira.<br />
Peças e assistência técnica brasileira.<br />
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NOTAS<br />
MYANMAR SOFRE<br />
RESTRIÇÕES<br />
Foto: divulgação<br />
A Dinamarca pediu para que as importadoras de teca vinda de Myanmar<br />
tornem mais rigorosos os procedimentos de controle caso queiram permanecer<br />
no comércio de produtos madeireiros desta espécie na União Europeia. As autoridades<br />
dinamarquesas concluíram que o sistema utilizado por sete empresas<br />
do país não é robusto o bastante para demonstrar a legalidade da madeira<br />
importada. As suspeitas sobre o produto vindo de Myanmar se intensificaram<br />
depois que Bélgica, Itália, Holanda e Reino Unido abriram investigações para<br />
apontar possíveis brechas na entrada de madeira ilegal na União Europeia vindas<br />
daquele país. Em uma aparente reação, o Ministro de Recursos Naturais e<br />
Conservação do Meio Ambiente de Myanmar, divulgou um comunicado em que<br />
reconhece os desafios de rastrear a madeira até a floresta porque, no momento,<br />
os sistema está desenhado para registrar estatísticas. Até que haja uma resposta<br />
mais convincente do que o país pretende fazer para fortalecer seu controle<br />
interno, a teca de Myanmar sofrerá restrições para entrar na União Europeia.<br />
SOLO<br />
CORRIGIDO<br />
Parte dos resíduos produzidos na unidade<br />
da Fibria em Jacareí (SP) passa por<br />
uma etapa de industrialização na Planta<br />
de Corretivo, instalada nas proximidades<br />
da fábrica. Desta forma, esse material é<br />
transformado em corretivo de acidez de<br />
solo para utilização nas florestas da própria<br />
empresa e parte é doada para pequenos<br />
produtores rurais da região. O insumo<br />
proporciona condições necessárias para o<br />
solo absorver melhor os nutrientes e, consequentemente,<br />
aumentar a produtividade<br />
agrícola. O produto é composto basicamente<br />
por resíduos inorgânicos, que contém cálcio e magnésio e auxiliam no processo de correção do pH do solo. A doação do<br />
corretivo de acidez do solo é feita por meio de uma parceria que a Fibria firmou com a Prefeitura Municipal de da cidade.<br />
Foto: divulgação<br />
22<br />
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NOTAS<br />
TRIMBLE<br />
COMPRA SAVCOR<br />
OY E SILVADATA<br />
Foto: divulgação<br />
A Trimble anunciou que adquiriu o negócio florestal da Savcor<br />
Oy, fornecedora global de soluções florestais para otimização de<br />
desempenho e gerenciamento empresarial. A Trimble também<br />
adquiriu a Silvadata, prestadora de serviços relacionados a dados<br />
em nuvem, colaboração e automação de fluxo de trabalho<br />
para pequenas e médias empresas florestais. Essas aquisições<br />
expandem o alcance global da Trimble e complementam as<br />
soluções Connected Forest da Trimble. "As aquisições da Savcor<br />
e da Silvadata baseiam-se em nossa estratégia de oferecer aos<br />
clientes globais um ecossistema completo ponta a ponta para<br />
gerenciamento florestal, rastreabilidade e processamento de<br />
madeira", disse Ken Moen, gerente geral da Divisão <strong>Florestal</strong> da<br />
Trimble. Termos financeiros não foram divulgados.<br />
FLORESTA<br />
EM PÉ<br />
Nos dias 6 e 7 de abril, São Luís (MA) sediou o XIV Fórum de Secretários<br />
de Meio Ambiente da Amazônia Legal, que contou com a presença<br />
do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho. No evento, ele ressaltou<br />
a necessidade da busca de recursos internacionais para a conservação<br />
da floresta em pé, a exemplo da consolidação do mecanismo de<br />
Redd+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Ambiental),<br />
previsto no Acordo de Paris e que permite a compensação de<br />
emissões de gases de efeito estufa. Na reunião, o Fórum de Secretários<br />
de Meio Ambiente da Amazônia Legal analisou a proposta da Resolução<br />
6 da Conaredd (Comissão Nacional de Redd+). Ela indica 37,5% dos<br />
direitos de captação para o governo federal e 62,5% para os Estados.<br />
Os secretários entendem que precisam ter participação maior porque<br />
caberia a eles as principais responsabilidades de licenciamento e fiscalização<br />
de atividades florestais e a criação de programas jurisdicionais<br />
de Redd+ para distribuição dos benefícios entre prefeituras e comunidades locais. A União se concentraria em ações de<br />
monitoramento, fiscalização, incentivo a atividades produtivas sustentáveis e de redução do desmatamento.<br />
Foto: divulgação<br />
24<br />
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NOTAS<br />
MAIOR<br />
DIVERSIDADE<br />
DO PLANETA<br />
Foto: divulgação<br />
O Brasil é o país com a maior biodiversidade<br />
de árvores do mundo, aponta um levantamento<br />
inédito. Há 8.715 espécies de árvores no território<br />
brasileiro, 14% das 60.065 que existem no<br />
planeta. Em segundo na lista vem a Colômbia,<br />
com 5.776 espécies, e a Indonésia, com 5.142.<br />
Publicado no periódico Journal of Sustainable<br />
Forestry, o estudo foi realizado pela Botanical<br />
Gardens Conservation International (BGCI na<br />
sigla em inglês), uma organização sem fins<br />
lucrativos, com base nos dados de sua rede de<br />
500 jardins botânicos ao redor do mundo. A expectativa é que a lista, elaborada a partir de 375,5 mil registros e ao longo de<br />
dois anos, seja usada para identificar espécies raras e ameaçadas e prevenir sua extinção.<br />
OPORTUNIDADE<br />
Eldorado Brasil está com vagas abertas<br />
em Três Lagoas (MS) e Inocência (MS). As<br />
oportunidades são para Supervisor de Serviços<br />
Gerais, Líder de Serviços Gerais, Analista<br />
<strong>Florestal</strong>, Estagiário de Controle Técnico e<br />
Vigilante Patrimonial. Para todas as oportunidades,<br />
a Eldorado Brasil busca profissionais<br />
que tenham como característica a competitividade,<br />
a inovação, a sustentabilidade e a valorização<br />
das pessoas. Para a vaga de analista<br />
florestal pede-se ensino superior completo<br />
(desejável Engenharia <strong>Florestal</strong> ou Agronomia,<br />
conhecimento de normas de qualidade,<br />
segurança e Meio Ambiente), gerenciamento da rotina, inglês e conhecimento de informática. Os cadastros devem ser<br />
feitos pelo site da empresa: www.eldoradobrasil.com.br/Institucional/carreira/Oportunidades.<br />
Foto: divulgação<br />
26<br />
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ALTA E BAIXA<br />
DIA MUNDIAL DA ÁGUA<br />
A Suzano Papel e Celulose e a The Nature Conservancy promoveram no Dia Mundial da Água, em março, no<br />
entorno da unidade industrial da Suzano, em Mucuri (BA), um plantio de mudas de vegetação nativa para<br />
marcar o início das ações do Projeto Nascentes do Rio Mucuri. O evento contou com a participação<br />
de cerca de 100 pessoas, entre elas representantes do poder público da região, imprensa local e<br />
colaboradores da empresa. As próximas etapas da parceria da Suzano Papel e Celulose com a The<br />
Nature Conservancy envolvem outras três ações de restauração no segundo semestre. Além<br />
disso, a empresa desenvolverá, com a Atados, uma plataforma social que conecta pessoas e<br />
organizações para facilitar o engajamento.<br />
ALTA<br />
DEU PIZZA NA FLORESTA<br />
Uma técnica que utiliza pedaços de papelão com custo até 50% menor em relação aos métodos tradicionais<br />
passou a ser usado no plantio de nativas. No formato de discos ou placas, o material é aplicado<br />
para o controle da matocompetição com as mudas nos primeiros anos de desenvolvimento. Caixas que<br />
transportam as pizzas têm todas as características para essa aplicação e já estão sendo utilizadas. Segundo<br />
os pesquisadores da Embrapa que conduzem o estudo, os experimentos no campo mostraram que,<br />
além de impedir o crescimento das gramíneas, o papelão aumenta a taxa de sobrevivência das mudas.<br />
EXTERMINADOR DO FUTURO<br />
O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, criticou o fato de o presidente dos EUA<br />
(Estados Unidos da América), Donald Trump, querer impulsionar a exploração de carvão, quando esse<br />
combustível mata muito mais pessoas que o grupo terrorista Estado Islâmico. “Só alguém que vive na<br />
Idade de Pedra quer recuperar o carvão como fonte de energia", disse Schwarzenegger. “Sete milhões<br />
de pessoas morrem a cada ano pela contaminação do ar e Trump quer recuperar o carvão", completou.<br />
BAIXA<br />
DESINFORMÇÃO E DESSERVIÇO<br />
"Não bastassem a desertificação, o esgotamento hídrico, a erosão do solo, a alteração<br />
do microclima e o ataque brutal à biodiversidade, as monoculturas de eucalipto<br />
também podem intensificar o problema da febre amarela no Espírito Santo." Assim inicia<br />
matéria publicada no site www.seculodiario.com.br, com sede em Vitória (ES). De acordo com<br />
o texto, os macacos, principais transmissores da doença ao homem, utilizam as copas dos eucaliptos<br />
para passarem de um remanescente de floresta a outro, carregando o vírus para diversas<br />
regiões da Mata Atlântica capixaba.<br />
28<br />
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BIOMASSA<br />
PNEU<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Foto: divulgação<br />
P<br />
esquisadores da Universidade<br />
de Minnesota, nos EUA<br />
(Estados Unidos da América)<br />
desenvolveram uma nova tecnologia<br />
para produzir pneus de automóveis<br />
usando matérias-primas vegetais. A<br />
equipe que desenvolveu o novo processo<br />
afirma que os pneus de carro<br />
produzidos a partir da biomassa serão<br />
idênticos aos atuais, com a mesma<br />
composição química, cor, forma e desempenho.<br />
"Nossa equipe criou um<br />
novo processo químico para fazer isopreno, a molécula-chave nos pneus de carro, a partir de produtos naturais como<br />
árvores, gramíneas ou milho. Esta pesquisa poderá ter um grande impacto sobre a multibilionária indústria de pneus<br />
de automóveis," disse o professor Paul Dauenhauer. A tecnologia foi patenteada e está disponível para licenciamento<br />
pela Universidade.<br />
MOTOR VERDE<br />
DA INDÚSTRIA<br />
N<br />
a ocasião do Dia Internacional das Florestas, o<br />
Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)<br />
lembrou a importância do Projeto<br />
Siderurgia Sustentável, que incentiva o desenvolvimento de<br />
uma cadeia de produção siderúrgica de baixa emissão de gases<br />
de efeito estufa, que utiliza carvão vegetal produzido com<br />
matéria-prima de origem legal. O Brasil é pioneiro no setor.<br />
Entre 2005 e 2016, cerca de 25% do ferro-gusa foi produzido<br />
com carvão vegetal no país, enquanto no restante do mundo<br />
a siderurgia utiliza o carvão mineral, insumo de origem fóssil,<br />
com maior potencial de emissão de gases de efeito estufa.<br />
Minas Gerais abriga a maior produção siderúrgica a carvão<br />
vegetal. Por isso, o projeto é implementado no Estado, que foi<br />
o primeiro a limitar, por lei, o uso de produtos ou subprodutos<br />
florestais de mata nativa a somente 5% do consumo total<br />
das indústrias a partir de 2018.<br />
Foto: Fabio Ortolan<br />
30<br />
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FRASES<br />
Esperamos<br />
que que os EUA<br />
cumpram os<br />
compromissos<br />
assumidos no<br />
âmbito do acordo<br />
de Paris para<br />
combater a<br />
mudança<br />
climática<br />
É uma legislação muito complexa, inovadora,<br />
conciliatória, capaz de favorecer tanto a produção<br />
quanto a conservação, mas ela precisa ser<br />
implementada de forma completa<br />
Tiago Reis, pesquisador do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia),<br />
coordenador do estudo que aponta que, quase cinco anos depois da aprovação, o<br />
Código <strong>Florestal</strong> ainda não foi totalmente implementado<br />
Muitos municípios desconhecem o Icms<br />
Ecológico. Iniciamos o trabalho de divulgação,<br />
mostrando o potencial florestal que eles têm e que<br />
podem gerar recurso para a sociedade, para que<br />
prefeitos e secretários municipais entendessem que<br />
a floresta pode ajudá-los<br />
Marcos Zeschotko, chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná)<br />
de Pitanga (PR)<br />
Declarou o comissário Europeu<br />
de Energia, Miguel Arias Cañete,<br />
após a decisão de Donald Trump,<br />
presidente norte-americano, de<br />
interrompaer todas as ações em<br />
favor do clima estruturadas na<br />
gestão anterior<br />
A FAO (Organização das Nações Unidas para<br />
Alimentação e Agricultura) reconhece o manejo<br />
florestal sustentável como uma atividade de<br />
muito baixo impacto que cria uma alternativa<br />
de uso da floresta<br />
Gerente de Monitoramento do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), José Humberto<br />
Chaves, ao defender o modelo de manejo florestal praticado no país<br />
Nos anos 90, os pastos ocupavam 210 milhões<br />
de ha (hectares), contra 165 milhões hoje, enquanto<br />
as cabeças de gado bovino passaram de 140<br />
milhões para 209 milhões<br />
Foto: divulgação<br />
Chefe da vigilância por satélite da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária), Evaristo Eduardo de Miranda, sobre a queda no avanço da<br />
pecuária sobre a floresta Amazônica<br />
32<br />
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sites<br />
assessoria<br />
de imprensa<br />
vídeos<br />
projetos<br />
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slide<br />
apresentação<br />
revistas<br />
Comunicação inteligente.<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Ute Seeling<br />
DATA DE NASCIMENTO<br />
24.11.1964<br />
November 24, 1964<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Diretora do KWF (Centro Alemão de Trabalho e Tecnologia <strong>Florestal</strong>)<br />
Managing Director of KWF (Forestry Work and Technology)<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Phd em Ciências Florestais<br />
PhD. in Forest Sciences<br />
Pressão freia mecanização na Alemanha<br />
Pressure puts a brake on mechanization in Germany<br />
A<br />
Alemanha enfrenta grande comoção pelo uso sustentável<br />
do solo. A pressão é tanta que o país europeu está<br />
retomando práticas manuais na colheita e transporte<br />
florestais para atender às exigências de organizações ambientais.<br />
O KWF (Centro Alemão de Trabalho e Tecnologia <strong>Florestal</strong>) está<br />
entre as entidades técnicas mais respeitadas em todo o mundo<br />
na área, cabe a ela auxiliar o segmento privado a evoluir tecnologicamente<br />
e se adaptar às novas demandas. Foi fundado em<br />
1962, pelo governo federal e conta atualmente com mais de 2.500<br />
membros – pessoas e empresas relacionadas à cadeia florestal<br />
e da madeira. Conversamos com a diretora da instituição, Ute<br />
Seeling, para saber o que há de mais atual no segmento florestal<br />
alemão, o que pode ser aplicado por aqui e de que maneira estão<br />
conciliando competitividade com sustentabilidade.<br />
T<br />
here is an uproar over the sustainable use of the soil in<br />
Germany. The pressure is such that several operations in<br />
the European Country are reverting to manual practices<br />
for forest harvesting and handling in order to meet the demands<br />
of environmental organizations. KWF (German Board of Forestry<br />
and Forestry Technology) is amongst the most respected technical<br />
entities around the world, and it is assisting the private sector to<br />
evolve technologically and adapt to these new demands. It was<br />
founded in 1962, by the Federal Government and currently has<br />
more than 2,500 members – individuals and companies related to<br />
the forest and forest product chain. We talked with Ute Seeling,<br />
the Managing Director of the Institution, to learn about the current<br />
happenings in the German forest, and which can be applied<br />
here, as well as how they're reconciling competitiveness with sustainability.<br />
34<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Quais foram as grandes mudanças do segmento florestal alemão<br />
nos últimos anos?<br />
Durante os últimos 25 anos, o manejo florestal na Alemanha<br />
ampliou intensamente o grau de mecanização e automação.<br />
Hoje em dia, 65% da madeira do país é colhida de forma totalmente<br />
mecanizada. Apesar disto, os requisitos ecológicos<br />
de Ongs (Organizações não-governamentais) voltadas ao meio<br />
ambiente, assim como demandas da sociedade, têm ampliado<br />
a pressão, o que impõe várias restrições às empresas florestais.<br />
Parece que existe bastante pressão no setor florestal, ela chega<br />
a frear a mecanização?<br />
Para os profissionais da floresta na Alemanha, a mecanização é<br />
algo essencial e traz muito progresso. Porém, Ongs e processos<br />
de certificação são bastante críticos, além disto as pessoas que<br />
vivem nas cidades, às vezes, criticam o uso de máquinas na<br />
floresta. Desta maneira, em algumas regiões o uso de cavalos e<br />
derrubadas manuais de árvores têm renascido. Alguns programas<br />
de certificação definem locais de colheita muito distantes,<br />
o que impede a mecanização completa da operação. Na Alemanha,<br />
aqueles que têm investido em tecnologia florestal são, na<br />
maioria, empresários, que , no momento, estão com margem<br />
de lucro muito pequena.<br />
Isto quer dizer que os equipamentos manuais são muito utilizados<br />
na Alemanha, imagino que para compensar está havendo<br />
evoluções tecnológicas nessas ferramentas.<br />
Conforme comentei, acabamos de ressuscitar o uso de motosserras.<br />
A razão para isso são as exigências de proteção do solo<br />
e ecológicas. O problema é que a utilização das motosserras em<br />
larga escala traz perigo para os operadores florestais, tornam<br />
o trabalho muito mais físico e pesado. Então, existem poucos<br />
jovens se interessando em trabalhar na área. Nas florestas com<br />
operações certificadas é permitido somente o uso de fluídos<br />
hidráulicos biologicamente degradáveis. Desta maneira, a tendência<br />
tecnológica desses equipamentos manuais é a introdução<br />
de um chip para o gerenciamento de frota. Você pode gravar<br />
no chip todas as informações relevantes e também o tempo<br />
de serviço, gasto de combustível, paradas e assim por diante.<br />
Mas os trabalhadores preferem utilizar equipamentos movidos<br />
a combustíveis fósseis. Existem muitas críticas e debates dos<br />
sindicatos de trabalhadores neste sentido, até porque fora do<br />
ambiente florestal a tendência é usar tecnologia de ponta.<br />
Como o KWF auxilia o segmento a evoluir e atender essas<br />
demandas?<br />
Em primeiro lugar, por meio de diversas atividades voltadas<br />
para estruturas físicas das empresas e equipamentos. Assim,<br />
o KWF tem realizado muitos estudos para adaptar e melhorar<br />
equipamentos e tecnologias de maneira que eles possam<br />
servir melhor ao segmento florestal respeitando as condições<br />
europeias. A entidade realizou muitos esforços para otimizar a<br />
cadeia de suprimento da madeira e gerar um panorama com<br />
What have been the major changes in the German Forestry<br />
Sector over recent years?<br />
Over the last 25 years, Forest Management in Germany has<br />
expanded intensively as to the degree of mechanization and<br />
automation. Today, 65% of timber harvesting in the Country is<br />
completely mechanized. Despite this, the ecological demands<br />
from NGO’s dedicated to the environment, as well as demands<br />
from civil society, are increasingly putting on pressure, imposing<br />
various restrictions on forestry companies.<br />
Does there seem to be so much pressure on the Forestry Sector<br />
that it has to curb mechanization?<br />
For forestry professionals in Germany, mechanization is something<br />
essential and very much needed. However, NGO’s and<br />
certification processes, besides the people living in cities who<br />
are becoming very vocal, are going as far as criticizing the use<br />
of machines in the forest. In this way, some regions have reverted<br />
to the use of felling trees manually and handling the<br />
logs by horse. Some certification programs cover harvesting<br />
located in distant places, which impedes the full mechanization<br />
of the operation. In Germany, those who have invested<br />
in forestry technology are mostly businessmen, who currently<br />
operate with very low profit margins.<br />
Is that to say manual equipment is being widely used in Germany,<br />
I would imagine that this, in a way, nullifies what has<br />
been happening as to technological developments in these<br />
tools?<br />
As I mentioned, we have just reverted to the use of chainsaws.<br />
The reason for this is the soil and ecological protection<br />
requirements. The problem is that the use of chainsaws on a<br />
large scale results in danger to forestry workers, in making the<br />
job much more physical and strenuous. As well, there are few<br />
young people interested in working in the area. In the forests<br />
with certified operations only the use of biologically degradable<br />
hydraulic fluids is allowed. In this way, the technological<br />
trend of the manual equipment is the introduction of an<br />
electronic chip to aid fleet management. You can record all<br />
relevant information on the chip, as well as the time of service,<br />
fuel use, stoppages, and so on. But workers prefer to use<br />
fossil fuel-powered equipment. There are many studies and<br />
discussions being carried out by the labor unions in this sense,<br />
because outside of the forest environment, the trend is to use<br />
leading-edge technology.<br />
How has KWF assisted the Sector to evolve and meet these<br />
demands?<br />
Firstly, through various activities aimed at company physical<br />
structures and equipment. Thus, KWF has carried out several<br />
studies as to adapting and improving equipment and technology<br />
so that they can better serve the forest segment, respecting<br />
European conditions. Secondly, the entity had made many<br />
efforts to optimize the timber supply chain and create a pan-<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35
ENTREVISTA<br />
How do you compete with countries like Sweden, Finland,<br />
and Russia?<br />
Actually, we don't compete with these countries. Forest Management<br />
in Germany is very different from what is being carried<br />
out in Central and Northern Europe. We have a very dioportunidades<br />
e custos nos diferentes sistemas de colheita,<br />
plantio, construção de estradas e etc. Além disto, o KWF tem organizado<br />
muitos workshops, seminários, campanhas educativas<br />
e feiras para informar profissionais florestais sobre o potencial<br />
de modernização da tecnologia florestal. O resultado destes<br />
esforços foi uma importante redução nos acidentes de trabalho.<br />
O trabalho florestal na Alemanha se tronou muito mais seguro<br />
e ambientalmente amigável.<br />
Temos no Brasil um bom nível de mecanização da colheita,<br />
porém na silvicultura ainda estamos iniciando. Como é este<br />
cenário na Alemanha, o que poderíamos aproveitar por aqui?<br />
Na Alemanha optamos por programas de regeneração natural<br />
das florestas porque o objetivo é torná-las as mais naturais<br />
possíveis (alta porcentagem de folhosas). Quando há plantio<br />
no próximo ciclo, ele acontece nas mudas com raízes nuas (não<br />
possuem proteção do sistema radicial no momento de plantio)<br />
e são plantadas manualmente. No caso de mudas com tubetes,<br />
existem diversas máquinas que realizam o plantio mecanizado.<br />
Sempre mostramos estas tecnologias durante nosso evento<br />
KWF-Tagung.<br />
Então qual será o futuro para a colheita florestal na Alemanha?<br />
Para o futuro, nós precisaremos de tecnologia na colheita para<br />
um manejo florestal mais diversificado em florestas naturais.<br />
Isto quer dizer: troncos com diferentes tamanhos, baixo volume<br />
de madeira por hectare e distâncias mais longas das áreas<br />
de colheita. Sendo que as exigências de proteção do solo vão<br />
aumentar. São demandas complicadas de cumprir por conta do<br />
aquecimento do clima, os períodos de congelamento do inverno<br />
são mais curtos e as fortes chuvas acontecem com mais frequência.<br />
Por isso mesmo, a tração com o uso de guinchos serão<br />
mais comuns para evitar danos causados pelas máquinas ao<br />
patinarem. Estão sendo realizadas experiências com sistemas<br />
de gruas com cabos horizontais para evitar o uso de máquinas<br />
nas áreas de colheita.<br />
Como conseguem competir com países como Suécia, Finlândia,<br />
Rússia?<br />
Na verdade não competimos com estes países. O gerenciamento<br />
das florestas na Alemanha é bem diferente do que é feito no<br />
orama with opportunities and costs in different harvesting,<br />
planting, forest road construction systems etc. Lastly, KWF has<br />
organized workshops, seminars, trade fairs and educational<br />
campaigns to inform forest professionals as to the potential<br />
for the modernization of forestry technology. The result of<br />
these efforts has been an important reduction in work related<br />
accidents. Forestry in Germany has become much safer and<br />
more environmentally friendly.<br />
In Brazil, we have achieved a relatively high level of mechanization<br />
in forest harvesting, but we're still beginners as to<br />
replanting mechanization. What is this scenario in Germany,<br />
what could we take advantage of here?<br />
In Germany, we chose natural regeneration programs for our<br />
forests because the goal is to make them as natural possible<br />
(high percentage of hardwoods). When there are plantings<br />
for the next cycle, they are mostly carried out using seedlings<br />
with bare roots (i.e. there is no radial protection system at the<br />
time of planting) and are planted by hand. In the case of seedlings<br />
in tubes, there are several machines that can be used to<br />
perform mechanized planting. We always demonstrate these<br />
technologies during our KWF-Tagung event.<br />
So what is the future for forest harvesting in Germany?<br />
For the future, we need to adapt harvesting technology to<br />
a more diverse Forest Management in natural forests. This<br />
means: trunks with different sizes, low wood volume per<br />
hectare, longer distances to harvest areas, etc. Soil protection<br />
requirements will increase. These will be complicated by<br />
complying with demands due to climate warming, shorter<br />
winter freezing periods, and heavy rains occurring more often.<br />
Therefore, the use of traction winches will be more common to<br />
avoid damage caused by machines skating. Experiments are<br />
being carried out with cranes using horizontal cabling systems<br />
to avoid the use of machinery in harvesting areas.<br />
"Estão sendo realizadas experiências com sistemas<br />
de gruas com cabos horizontais para evitar o uso de<br />
máquinas nas áreas de colheita"<br />
36<br />
www.referenciaflorestal.com.br
"Existem na Alemanha alguns fabricantes altamente<br />
especializados em máquinas florestais com produções<br />
menores em termos de números, até mesmo com<br />
equipamentos personalizados"<br />
centro e no norte da Europa. Temos uma natureza muito diversificada<br />
e regulamentos legais bem restritivos. Então, isto não nos<br />
permite realizar cortes rasos e assim por diante. As florestas da<br />
Alemanha oferecem uma grande gama de sortimentos de toras,<br />
desde grandes dimensões de troncos para produção de lâminas<br />
e móveis, como também madeira mole para aplicação na construção,<br />
e também toras pequenas para produtos de madeira,<br />
celulose, papel e geração de energia. O mercado de madeira<br />
é bem aberto e a Alemanha tem exportado por muitos anos<br />
grandes volumes de toras, por exemplo, para a China. Da Rússia,<br />
nós importamos vigas, na maioria das vezes de madeira mole.<br />
Apesar de enfrentar algumas restrições podemos considerar<br />
que a mecanização na Alemanha é alta. Porém, as grandes<br />
marcas de máquinas florestais pertencem a outros países.<br />
Por que este segmento não se desenvolveu com grande força?<br />
A origem da mecanização foi a Escandinávia. No início, o segmento<br />
florestal alemão estava convencido que para nossa variedade<br />
de sortimento (corte no comprimento e de todo o caule) para<br />
os diferentes padrões e locais, as máquinas escandinavas não<br />
se adaptariam. Os enormes danos das tempestades, no início<br />
dos anos 90, forçaram a mecanização na Alemanha. Porém,<br />
onde estão os fabricantes de equipamentos? As máquinas são<br />
produzidas, em sua grande maioria, na Escandinávia e EUA<br />
(Estados Unidos da América) e em grande escala. Hoje em dia,<br />
não há muitos, porém existem na Alemanha alguns fabricantes<br />
altamente especializados em máquinas florestais com produções<br />
menores em termos de números, até mesmo com equipamentos<br />
personalizados (HSM, Werner etc.). O cliente pode encomendar<br />
máquinas de acordo com as necessidades individuais (corte<br />
no comprimento, caules compridos, máquinas combinadas...).<br />
Como estão os estudos voltados para biomassa? Quais são os<br />
trabalhos do KWF neste campo?<br />
Durante alguns anos o KWF está envolvido em estudos sobre<br />
planto florestal e nós testamos a colheita de madeira para a<br />
geração de energia (não somente dentro da floresta ao utilizar<br />
feller-buncher, mas também nas estradas, perto de rios e demais<br />
locais). Acabamos de testar um equipamento para geração de<br />
cavaco e estamos envolvidos em um projeto de descasque com<br />
cabeçotes harvester.<br />
verse nature and very restrictive legal rules. Thus, we are not<br />
allowed to carry out short cut and so on. German forests offer<br />
a wide range of log assortments, from large trunks for furniture<br />
and veneer production, to softwood for use in construction,<br />
and also small logs for other forest products, such as pulp<br />
and paper production and power generation. The timber market<br />
is wide open, and for many years, Germany has exported<br />
large volumes of logs, for example, to China. From Russia, we<br />
import beams, mostly of softwood.<br />
Although facing several restrictions, can we consider that<br />
mechanization in Germany is large scale? However, the big<br />
named forest machine brands belong to other countries.<br />
Why has this segment not developed more?<br />
Mechanization originated in Scandinavia. At first, the German<br />
forest segment was convinced that for our variety of<br />
assortment (cut-to- length and full length) for the different<br />
standards and places, Scandinavian machines would not be<br />
useful. The enormous storm damage at the beginning of the<br />
90’s, forced mechanization in Germany. However, where are<br />
the equipment manufacturers? The machines are produced in<br />
the vast majority, in Scandinavia and the United States and<br />
on a large scale. Nowadays, there are not many, but there<br />
are some highly specialized forest machine manufacturers in<br />
Germany with a small production in terms of numbers, even<br />
some producing custom equipment (HSM, Werner etc.). The<br />
customer can order machines according to individual needs<br />
(cut-to -length, full length, machine combinations ...).<br />
Are studies being carried out focused on biomass? What is<br />
KWF doing in this field?<br />
For some years now, KWF has been involved in studies on forest<br />
plantings and we have also tested timber harvesting for<br />
energy generation (not only within the forest using fellerbunchers,<br />
but also roadside, near rivers and other locations).<br />
We just tested equipment for wood chip generation and are<br />
involved in a debarking project using harvester heads.<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
37
PRINCIPAL<br />
Mais<br />
ganhos com<br />
otimização<br />
de custo<br />
Fotos: divulgação<br />
INOVAÇÃO NOS SERVIÇOS<br />
PARA AS OPERAÇÕES DE<br />
MANEJO DAS FORMIGAS<br />
CORTADEIRAS<br />
38<br />
www.referenciaflorestal.com.br
INCREASED EARNINGS<br />
BY OPTIMIZING COSTS<br />
INNOVATION IN LEAF-CUTTING ANT<br />
CONTROL OPERATION SERVICES<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
PRINCIPAL<br />
AUGUSTO TAROZZO<br />
GERENTE COMERCIAL E<br />
MARKETING ATTA-KILL,<br />
EMPRESA DO<br />
GRUPO AGROCERES<br />
I<br />
novação em serviços voltados para o controle das<br />
formigas cortadeiras vai ao encontro dos resultados<br />
esperados pelas empresas florestais com otimização<br />
dos custos operacionais e eficiência no controle. Um impacto<br />
bastante positivo para competitividade das reflorestadoras.<br />
Por trás desses resultados há um inovador modelo de<br />
gestão das operações lastreado em tecnologia das conceituadas<br />
iscas formicidas Mirex-S, uso de ferramentas para<br />
planejamento das operações, análises dos levantamentos<br />
de infestações e capacitação da mão de obra operacional.<br />
Trata-se do Programa Result, soluções personalizadas em<br />
manejo das Formigas Cortadeiras.<br />
Augusto Tarozzo, Gerente Comercial & Marketing da<br />
Atta-Kill, explica que “o programa Result está voltado ao<br />
cliente florestal, alinhando-se perfeitamente às necessidades<br />
específicas de cada empresa e alocando os recursos<br />
adequados para a operação de controle, visando os resultados<br />
esperados pelos clientes.”<br />
Sintonizada com a vanguarda dos sistemas produtivos<br />
florestais, a REVISTA REFERÊNCIA fez uma entrevista com<br />
Augusto Tarozzo para falar sobre as atuais exigências e alinhamentos<br />
para a eficiência no combate às cortadeiras, o<br />
principal desafio fitossanitário da área florestal.<br />
COMO REDUZIR OS CUSTOS OPERACIONAIS E AU-<br />
MENTAR A EFICIÊNCIA NO CONTROLE DAS FORMIGAS<br />
CORTADEIRAS?<br />
O setor florestal, por si só, produz, e vem produzindo,<br />
melhorias significativas nas operações de controle das<br />
I<br />
nnovation in services aimed at leaf-cutting ant control<br />
provides the expected results by optimizing reforesting<br />
operating costs and control efficiency. A<br />
very positive impact on the competitiveness for companies<br />
carrying out forest replanting.<br />
Behind these results, there is an innovative control<br />
management model based on the well-known Mirex-S<br />
ant bait based technology and by using tools for operating<br />
planning, carrying out infestation survey analysis, and<br />
training workers. This is the Result Program, with customized<br />
solutions for leaf-cutting ant control management.<br />
Augusto Tarozzo, Sales and Marketing Manager for<br />
Atta-Kill, explains “the Result Program is aimed specifically<br />
at each reforesting customer, especially aligned to<br />
the needs of each company and allocating adequate resources<br />
for the control operation, leading to the better<br />
results desired by the customer.”<br />
In tune with being at the forefront of forest productive<br />
systems, Revista REFERÊNCIA interviewed Augusto<br />
Tarozzo to talk about the current requirements and guidelines<br />
for efficiency in combating the leaf-cutter, the main<br />
phytosanitary challenge in the forest area.<br />
HOW CAN YOU REDUCE OPERATING COSTS AND<br />
INCREASE EFFICIENCY IN LEAF-CUTTING ANT CON-<br />
TROL?<br />
The Forest Sector alone produces, and has been<br />
producing, significant operating improvements in leafcutting<br />
ant control, culminating with the evolution of a<br />
technology specifically for infestation control. If you want<br />
40<br />
www.referenciaflorestal.com.br
formigas cortadeiras, culminando com evolução em tecnologia<br />
aplicada no manejo das infestações. Se quero reduzir<br />
os custos operacionais e quero obter alta eficiência<br />
de controle, não existe outro caminho. Isso é possível por<br />
meio de estratégias alinhadas junto ao cliente florestal,<br />
produzindo um planejamento preciso, que combina o uso<br />
de produtos eficazes com ferramentas tecnificadas nos<br />
diagnósticos. Desta forma, sabe-se o real perfil de infestação<br />
e a melhor alocação de recursos operacionais, otimizando<br />
assim as operações de aplicação das iscas Mirex-S<br />
para se obter melhor controle e diminuir as infestações.<br />
QUAL O MODELO PROPOSTO PELO PROGRAMA<br />
RESULT?<br />
Estabelecer um programa de gerenciamento das operações<br />
e acompanhamento por meio de relatórios, que asseguram<br />
padrões de eficiência e custos operacionais, disponibilizando<br />
ferramentas com acompanhamento de uma<br />
equipe técnica altamente capacitada e parcerias técnicas.<br />
DE QUE MANEIRA O PROGRAMA FUNCIONA?<br />
Nossa equipe desenvolve todo esse trabalho lado a<br />
lado com o cliente, junto com sua equipe, mantendo perfeita<br />
sintonia com o perfil técnico e de negócios da refloto<br />
reduce operating costs and achieve high control efficiency,<br />
there is no other way. It is possible only by means<br />
of using strategies defined together with the forest planting<br />
customer, producing a precise plan that combines the<br />
use of effective products with the use of technological<br />
tools in diagnostics. In this way, the real profile of the infestation<br />
and the best allocation of operating resources<br />
can be determined, thus leading to optimizing Mirex-S<br />
bait application operations to achieve better control and<br />
progressively reduce infestations.<br />
WHAT IS THE MODEL PROPOSED BY THE RESULT<br />
PROGRAM?<br />
Establishing an operating management program and<br />
monitoring through reports, ensuring operating cost and<br />
efficiency standards, by making available tools with monitoring<br />
by a highly qualified technical staff and technical<br />
partnerships.<br />
HOW DOES THE PROGRAM WORK?<br />
Our team develops a work program alongside the<br />
customer, together with its team, keeping in perfect sync<br />
with the technical and business profile of the reforesting<br />
company. With this line of action, tasks are developed<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
PRINCIPAL<br />
restadora. Isso inclui ações, tais como:<br />
Levantamento do grau de infestação em cada área;<br />
Definição da dosagem de Mirex-S a ser usada em<br />
cada área;<br />
Estabelecimento do melhor procedimento relacionado<br />
às operações de manejo;<br />
Identificação de pontos críticos de melhoria;<br />
Acompanhamento dos resultados para aferir em<br />
que grau os objetivos traçados foram alcançados e<br />
identificar oportunidades de melhoria do processo.<br />
ALÉM DO CONTROLE EFICAZ, QUE OUTROS BENE-<br />
FÍCIOS O PROGRAMA PODE TRAZER?<br />
A redução da infestação de formigas cortadeiras, por<br />
si só, já será uma conquista de grande valor para o resultado<br />
econômico da reflorestadora. Mas há benefícios que<br />
agregam valor, como a otimização de processos e a melhoria<br />
nos custos operacionais; a racionalização no uso de<br />
produtos, capacitação das equipes e o alinhamento com as<br />
exigências das certificações ambientais.<br />
QUANTO TEMPO LEVA PARA SE OBSERVAR OS RE-<br />
SULTADOS DO PROGRAMA RESULT?<br />
Um dos grandes méritos do Result é o conceito alinhado<br />
com as metas dos clientes em controle de infestações<br />
com os melhores custos operacionais. Esse é o objetivo<br />
such as:<br />
Survey of the degree of infestation in each area;<br />
Definition of the Mirex-S dosage to be used<br />
in each area;<br />
Establishment of the best procedures related<br />
to the control operations;<br />
Identification of critical improvement points;<br />
Monitoring of the results to assess to what<br />
extent the objectives have been achieved and<br />
identify process improvement opportunities.<br />
IN ADDITION TO MORE EFFECTIVE CONTROL,<br />
WHAT OTHER BENEFITS DOES THE PROGRAM PRO-<br />
VIDE?<br />
The reduction of leaf-cutting ant infestation in itself<br />
is an achievement of great value to the economic result<br />
of the reforesting company. But there are benefits that<br />
add value, such as process optimization and operating<br />
cost improvement, product use rationalization, worker<br />
training, and alignment with environmental certification<br />
requirements.<br />
HOW LONG DOES IT TAKE TO OBSERVE THE RE-<br />
SULTS OF THE RESULT PROGRAM?<br />
One of the greatest merits of the Result Program is<br />
the concept of being in-line with customer goals as to in-<br />
42<br />
www.referenciaflorestal.com.br
primordial do programa, que também identifica pontos de<br />
melhorias nas estratégias, planejamento e operações de<br />
controle, promovendo uma evolução contínua de eficiência<br />
ao longo de todo o processo de manejo.<br />
NESSA NOVA ABORDAGEM, COMO AS METAS SÃO<br />
ESTABELECIDAS?<br />
Fundamentalmente, as metas são alinhadas com as necessidades<br />
dos clientes e definidas em conjunto com suas<br />
equipes. O alvo é redução de infestações e diminuição de<br />
custos operacionais.<br />
QUAIS PRODUTOS A ATTA-KILL OFERECE DENTRO<br />
DA SOLUÇÃO RESULT?<br />
Disponibilizamos a conceituada linha de iscas formicidas<br />
Mirex-S, líder de mercado e consagrada por mais<br />
de 45 anos de desenvolvimento. E isso inclui o inovador<br />
Mirex-S2, uma nova solução técnica em iscas formicidas,<br />
com alta eficiência de controle e que vem ao encontro de<br />
certificações. Mirex-S2 representa eficiência e confiança,<br />
com menor quantidade de ingrediente ativo por área controlada.<br />
festation control with the least operating costs. This is the<br />
primary objective of the Program, which also identifies<br />
improvement points in strategies, planning and control<br />
operations, promoting a continuous evolution of efficiency<br />
throughout the control process.<br />
UNDER THIS NEW APPROACH, HOW ARE THE<br />
GOALS ESTABLISHED?<br />
Fundamentally, the goals are aligned with customer<br />
needs, defined together with their teams. The aim is to<br />
reduce infestations and decrease operating costs.<br />
WHAT PRODUCTS DOES ATTA-KILL OFFER WITH-<br />
IN THE RESULT PROGRAM?<br />
We make available the highly regarded Mirex-S line<br />
of ant baits, a market leader and enshrined by more than<br />
45 years of development. And includes the new innovative<br />
Mirex-S2 products, a new technical solution in ant<br />
baits, providing highly efficient control, and that meets<br />
certification needs. Mirex-S2 represents efficiency and<br />
confidence, with the least amount of active ingredient per<br />
controlled area.<br />
Foto: Mirex-s<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
43
SILVICULTURA<br />
Foto: Eduardo Stehling<br />
Foto: Eduardo Stehling<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
DIVERSIDADE<br />
FAZ BEM PARA<br />
A FLORESTA<br />
44<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: divulgação<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ESTUDO NORTE-<br />
AMERICANO APONTA<br />
QUE PLANTIOS<br />
CONSORCIADOS COM<br />
VÁRIAS ESPÉCIES TÊM<br />
RENDIMENTO MAIOR<br />
QUE MONOCULTURAS<br />
A<br />
complementaridade espacial das copas das<br />
árvores, uma teoria conhecida mas pouco<br />
estudada, explica porque plantios mistos obtêm<br />
melhores resultados de produtividade no arranque<br />
da floresta do que a monocultura. De acordo com<br />
o estudo realizado por pesquisadores da Universidade<br />
de Minnesota, nos EUA (Estados Unidos da América) e<br />
Universidade de Qubec (Canadá), indivíduos de diferentes<br />
espécies encontram maneiras de se adaptar a<br />
seus vizinhos enquanto crescem, obtendo mais luz do<br />
sol e ampliando o volume de madeira no caule.<br />
De maneira geral o recado dos especialistas é que<br />
plantios consorciados são mais produtivos que as monoculturas.<br />
Além disso, criam ambiente mais favorável<br />
para mais diversidade da fauna e até de microorganismo<br />
que interagem e fazem bem ao solo. Foram experi-<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
45
SILVICULTURA<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
IMAGENS AÉREAS<br />
DE UM DOS LOCAIS<br />
DA PESQUISA QUE<br />
REUNIU MAIS DE<br />
UMA ESPÉCIE NO<br />
MESMO SITE<br />
mentadas 12 espécies comuns em climas temperados<br />
e da floresta boreal, entre elas os Pinus strobus e Pinus<br />
resinosa.<br />
A explicação da pesquisa para o rendimento superor<br />
é que em florestas com multiplas espécies as árvores<br />
direcionam os galhos para os espaços com mais<br />
disponibilidade de sol, se adaptando ao crescimento<br />
dos indivíduos a seu redor, o que amplia o crescimento<br />
de biomassa. Isto se deve à variabilidade de árvores e<br />
da diferença entre elas quanto à necessidade de luz.<br />
As florestas foram plantadas, há quatros anos,<br />
em 37 agrupamentos com alta densidade, na cidade<br />
de Montreal (Canadá) com as seguintes composições:<br />
monocultura, duas espécies, quatro e por fim 12 espécies<br />
distintas na mesma área.<br />
Os cientistas mediram o volume de biomassa<br />
comparando o tamanho das árvores plantadas em<br />
monocultura e no mix. Eles também mediram detalhadamente<br />
as copas das árvores. Essas aferições permitiram<br />
reconstruir as copas das árvores em 3D e avaliar<br />
se elas estavam expondo suas folhas em alturas diferentes<br />
no dossel.<br />
“Demonstramos que este conceito está relacionado<br />
com diferenças de taxas de crescimento máximo<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
46<br />
www.referenciaflorestal.com.br
e de tolerância à sombra e, o mais importante, que a<br />
complementaridade explica os padrões do ganho superior<br />
de biomassa no caule das árvores em plantios<br />
mistos”, garante a pesquisadora líder Laura Williams,<br />
da Universidade de Minnesota.<br />
ESTUDO APONTA QUE<br />
MONOCULTURAS<br />
ACUMULAM MENOR<br />
QUANTIDADE DE BIOMASSA<br />
NOS PRIMEIROS QUATRO<br />
ANOS EM COMPARAÇÃO A<br />
PLANTIOS MISTOS<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Equipamentos Florestais
SILVICULTURA<br />
Os estudos também comprovaram que o formato<br />
das copas das árvores se altera de acordo com seus<br />
vizinhos, e que isto acontece com mais evidência em<br />
plantios consorciados do que em monoculturas. “Essas<br />
mudanças nas formas do dossel são muito importantes<br />
para o acúmulo de biomassa no caule”, conclui.<br />
GANHOS EM NÚMEROS<br />
As diferenças de rendimento apresentadas entre<br />
as florestas estudas são consideráveis. As descobertas<br />
são baseadas em uma vasta gama de amostras, foram<br />
coletados dados de 700 mil plots (modelo gráfico desenhado<br />
para comparar o efeito de um tratamento em<br />
múltiplos estudos científicos quantitativos com mesmo<br />
tema).<br />
“Dentro do modelo de plantio com alta densidade,<br />
todos com os mesmos espaçamentos, observamos<br />
que, em média, o misto cresceu até 33.4 Mg ha-¹ (megagramas<br />
por hectare) a mais que as monoculturas<br />
com as mesmas espécies no período de quatro anos”,<br />
afirma Laura. No consórcio de Betula papyrifera e Pinus<br />
strobus, a produção foi de 79.88 Mg de biomassa<br />
no caule por ha, durante o período de estudos, ou seja,<br />
24.3 Mg. ha-¹ a mais do que as duas espécies produziram<br />
quando plantadas separadamente.<br />
Pedimos para a pesquisadora sugerir um consórcio<br />
com espécies plantadas no Brasil. Laura afirmou que<br />
unir eucalipto e acácia pode render bons resultados.<br />
“Pela diferença da necessidade de luz destas duas espécies,<br />
elas funcionam muito bem nesta modalidade<br />
de plantio.”<br />
Outro ponto defendido pelos pesquisadores se<br />
refere às mudanças do clima. Mais árvores crescendo<br />
no mesmo espaço ajudam na luta contra as mudanças<br />
climáticas, maior quantidade de biomassa crescendo<br />
proporcionalmente, significa mais carbono sendo retirado<br />
da atmosfera.<br />
“Pode ser mais fácil plantar uma única espécie, em<br />
especial para a indústria. Mas se a idiea é obter mais<br />
biomassa e que todo o ecossistema seja mais saudável,<br />
então plantar espécies diferentes, obviamente, traz<br />
benefícios”, aponta Jeannine Cavender-Bares, professora<br />
da Universidade de Minnesota e participante do<br />
estudo.<br />
CONSORCIAR ACÁCIA<br />
E EUCALIPTO FOI UMA<br />
DAS SUGESTÕES DE<br />
PLANTIO MISTO PARA A<br />
REALIDADE BRASILEIRA<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
48<br />
www.referenciaflorestal.com.br
“A COMPLEMENTARIDADE<br />
EXPLICA OS PADRÕES DO<br />
GANHO SUPERIOR DE<br />
BIOMASSA NO CAULE DAS<br />
ÁRVORES EM PLANTIOS<br />
MISTOS”<br />
LAURA WILLIAMS,<br />
PESQUISADORA DA<br />
UNIVERSIDADE DE<br />
MINNESOTA<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação
LEGISLAÇÃO<br />
50<br />
www.referenciaflorestal.com.br
DA FLORESTA<br />
ATÉ A LOJA<br />
SISTEMA ELETRÔNICO INTEGRA<br />
INFORMAÇÕES QUE PERMITEM<br />
RASTREAR A MADEIRA DESDE<br />
A COLHEITA<br />
Fotos: divulgação<br />
C<br />
omeçou a entrar em cena o novo sistema de<br />
controle para transporte e armazenamento de<br />
produtos florestais. O Sinaflor (Sistema Nacional<br />
de Controle da Origem e dos Produtos Florestais) permitirá<br />
aos órgãos fiscalizadores o acompanhamento de<br />
toda a cadeia produtiva da madeira, da origem ao destino<br />
final, tudo de forma eletrônica. As entidades federais e<br />
estaduais responsáveis pelo controle têm até 31 de dezembro<br />
deste ano para implementarem o sistema. Até o<br />
momento, somente os Estados de Roraima e Maranhão<br />
contam com a novidade. Rondônia está em fase de implantação<br />
assistida.<br />
As atividades florestais, empreendimentos de base<br />
florestal e processos relacionados sujeitos ao controle<br />
dos órgãos integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do<br />
Meio Ambiente) serão efetuadas por meio do Sinaflor, ou<br />
por sistemas estaduais e federais a ele integrados, desde<br />
o início da cadeia, que começa com a emissão das autorizações<br />
de exploração.<br />
De acordo com o MMA (Ministério do Meio Ambiente)<br />
e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos<br />
Recursos Naturais Renováveis), o novo sistema proporciona<br />
mais transparência ao processo de exploração florestal<br />
e servirá como ferramenta de combate ao desmatamento<br />
ilegal. Até mesmo a fiscalização dos projetos de<br />
manejo será realizada eletronicamente.<br />
O próprio empresário florestal deverá fornecer todas<br />
as informações básicas sobre o seu empreendimento e<br />
poderá também acompanhar o andamento de seu processo<br />
online. O coordenador de Uso Sustentável de Recursos<br />
Florestais do Ibama, André Sócrates, explicou que<br />
o responsável técnico terá acesso a um módulo próprio<br />
com controle de demanda, onde apresentará o projeto<br />
técnico e o analista do órgão ambiental realizará a análise<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
51
LEGISLAÇÃO<br />
Sistema vai permitir órgãos ambientais rastrear com mais<br />
precisão a origem da madeira e dos produtos<br />
do processo. A partir daí, após a emissão da autorização<br />
de exploração, haverá uma expectativa de crédito para<br />
o empreendimento. Omitir informações ou inserir fatos<br />
alternativos no sistema pode levar ao cancelamento do<br />
projeto e à punição do responsável, que terá o número<br />
de Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura)<br />
inserido na identificação de cada árvore.<br />
A entrada dos créditos florestais é feita pelo responsável<br />
técnico, tora por tora, direto no Sinaflor, que é integrado<br />
ao CAR (Cadastro Ambiental Rural). O técnico irá<br />
declarar o corte de cada árvore e se houver um erro de<br />
amostragem no inventário, o que é comum no cotidiano<br />
das empresas, esse erro poderá ser corrigido sem burocracias.<br />
Ao declarar o volume real da produção, o sistema<br />
fecha o ciclo da cadeia produtiva ao gerar o DOF. Segundo<br />
o Ibama, o sistema facilitará também a criação de relatórios<br />
gerenciais, emissão de autorizações e a geração de<br />
volume de crédito por espécie em todo o Brasil.<br />
A base de dados do sistema reúne informações de<br />
imóveis rurais obtidas a partir do Sicar (Sistema de Cadastro<br />
Ambiental Rural), CTF (Cadastro Técnico Federal),<br />
ADA (Ato Declaratório Ambiental) e DOF, sem se sobrepor<br />
a estes sistemas. “O Sinaflor é um sistema de gestão<br />
florestal e não de fiscalização. No entanto, suas informações<br />
poderão ser utilizadas para orientar ações de fiscalização”,<br />
informou a assessoria do Ibama.<br />
52<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Representantes do setor florestal receberam positivamente<br />
o Sinaflor. “O sistema é um avanço para a cadeia<br />
produtiva de madeira nativa, que sofre com irregularidades<br />
em seus processos de produção. O ministro Sarney<br />
Filho e a presidente do Ibama, Suely Araújo, se comprometeram<br />
a lançar até o final do ano uma nova versão do<br />
Sinaflor, respondendo aos desafios da rastreabilidade e<br />
da transparência”, afirmou Marcelo Furtado, facilitador<br />
do Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.<br />
Por outro lado, empresários também atentaram para<br />
alguns detalhes que devem ser ajustados, como a dificuldade<br />
de acessar a internet em regiões afastadas, o que é<br />
o caso de muitos planos de manejo na Amazônia. Como<br />
o envio dos dados é feito somente de forma eletrônica,<br />
muitos empresários podem enfrentar problemas.<br />
Setor produtivo necessita de ajustes para<br />
melhorar o sistema
MANEJO FLORESTAL<br />
VALORIZAR<br />
PARA<br />
PROTEGER<br />
54<br />
www.referenciaflorestal.com.br
INICIATIVA COMPROVA QUE MANEJO EM PLANTIO DE<br />
ARAUCÁRIA DENTRO DE RESERVA LEGAL É VIÁVEL E<br />
AUXILIA NA PRESERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA<br />
Fotos: divulgação<br />
COLABORAÇÃO ACR (ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE EMPRESAS FLORESTAIS)<br />
Florestas nativas<br />
de araucária foram<br />
dizimadas no<br />
passado, porém<br />
a proibição do<br />
manejo sustentável<br />
não impede o<br />
desmatamento<br />
ilegal<br />
E<br />
nquanto o Paraná fica para trás em meio a debates<br />
ideológicos, Santa Catarina sai na frente com iniciativas<br />
para conferir valor às florestas de araucária.<br />
Para especialistas a simples proibição do corte não impediu<br />
o desmatamento ilegal, porém inibiu o plantio de mais florestas.<br />
Com o apoio de entidades de pesquisa e do órgão<br />
ambiental do Estado, uma empresa criou um modelo de manejo<br />
das florestas nativas e que também contempla novos<br />
plantios da espécie.<br />
A fabricante de papel e embalagens WestRock, que possui<br />
cerca de 54 mil ha (hectares) de florestas que abrangem<br />
municípios na região de Três Barras (Planalto Norte Catarinense)<br />
e também no Paraná, desenvolveu um trabalho para<br />
consolidar o manejo florestal dentro de uma área de RL (Reserva<br />
Legal).<br />
INÍCIO DE TUDO<br />
Nas décadas de 60 e 70, muitas áreas da região Sul foram<br />
reflorestadas com araucárias, algumas como uma forma<br />
de compensação ambiental pelas empresas que atuavam no<br />
Paraná e Santa Catarina. Boa parte desses terrenos em que<br />
as árvores de araucária estão plantadas foram averbados a<br />
título de RL, para atendimento das exigências legais. O professor<br />
Alexandre Siminski, da Ufsc (Universidade Federal de<br />
Santa Catarina), lembra que o caráter das áreas de RL foi<br />
sendo alterado ao longo do tempo. Pelo atual Código <strong>Florestal</strong><br />
essas áreas têm diversas funções, entre elas assegurar o<br />
uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais<br />
do imóvel rural.<br />
Por falta de mais clareza quanto à possibilidade do manejo<br />
de araucária plantada em RL, e pela polêmica que se<br />
levanta quando surge o debate do manejo dessas florestas,<br />
a maioria dos plantios de araucária na região sul não sofreu<br />
intervenções nos últimos 25 anos. Nas áreas de propriedade<br />
da WestRock isso só aconteceu em alguns momentos entre<br />
as décadas de 70 e 80. Como consequência, os plantios<br />
entraram em estágio de estagnação, as árvores cessaram o<br />
crescimento e o sub-bosque se desenvolveu muito pouco.<br />
O corte indiscriminado de araucária ocorrido em toda<br />
a região no início do século XX, carregando a bandeira do<br />
progresso, quase extinguiu essa espécie. Por outro lado, o<br />
excesso de restrições ao uso com que vem sendo tratada<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
55
MANEJO FLORESTAL<br />
atualmente, tornando-a intocável, não garantiu a conservação<br />
desejada.<br />
Foi este cenário que levou a WestRock ao desenvolvimento<br />
de um plano de manejo sustentável inovador e pioneiro.<br />
Um processo amplo, com foco para a conservação da<br />
espécie por meio do seu uso adequado e enriquecimento<br />
do sub-bosque. Tudo isso sem desconsiderar o aspecto econômico,<br />
tendo em vista que a madeira é de alta qualidade,<br />
especialmente para construção civil.<br />
MANEJO SUSTENTÁVEL<br />
O plano indicou os volumes de madeira potencial a serem<br />
colhidos em cada talhão e estabelecendo condicionantes<br />
ambientais. O início das atividades aconteceu mediante<br />
autorização da Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa<br />
Catarina). A liberação de manejo para a primeira área foi<br />
emitida em agosto de 2016.<br />
Todo o processo tornou necessária uma discussão mais<br />
profunda sobre o tema, com decisões embasadas por experiências<br />
institucionais e dados científicos. A WestRock<br />
buscou especialistas no Brasil e, no mês de junho de 2016,<br />
promoveu o Fórum da Araucária. Foram reunidas, entre<br />
outras instituições: a Fatma, Ministério Público, Embrapa<br />
Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Dicasc<br />
(Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de<br />
Santa Catarina), Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
e Extensão Rural de Santa Catarina), Ufsc, UnC (Universidade<br />
do Contestado), Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação<br />
da Biodiversidade), Ifsc (Instituto Federal) e Polícia<br />
Militar Ambiental de Santa Catarina.<br />
Para o professor da Ufsc a iniciativa é um importante<br />
passo para discussões mais amplas no Estado de Santa Catarina,<br />
em relação à temática da conservação pelo uso de<br />
espécies nativas da flora. “Diretrizes para a Política <strong>Florestal</strong><br />
Catarinense do Consema (Conselho Estadual do Meio<br />
Ambiente) e as iniciativas do CG <strong>Florestal</strong> (Comitê Estadual<br />
de Gestão <strong>Florestal</strong>) apontam que iniciativas como essa são<br />
fundamentais para o Estado de Santa Catarina. Adicionalmente,<br />
a realização do Fórum amplia a visibilidade da ação,<br />
permitindo maior transparência ao processo”, afirma Alexandre<br />
Siminski.<br />
O Plano de Manejo Sustentável foi discutido na íntegra<br />
durante o fórum. A empresa criou um ambiente para que vários<br />
pontos de vista fossem apresentados. Além das discussões<br />
técnicas, aconteceu uma visita ao campo. "Com essas<br />
ações, foi possível apresentar aos envolvidos as metodologias<br />
que seriam aplicadas pelo nosso plano de manejo, de<br />
que forma seria feito o desbaste, como a madeira seria retirada,<br />
que ações de compensação seriam aplicadas e como o<br />
ecossistema reagiria", explica Jacson Guimarães, gerente de<br />
Meio Ambiente WestRock no Brasil.<br />
Seguindo o Plano de Manejo, entre outras condicionantes,<br />
o desbaste deveria ser feito preservando espécies remanescentes,<br />
tomando os devidos cuidados com a direção<br />
de queda das árvores. O monitoramento de fauna e flora,<br />
identificando e quantificando os animais e vegetais presentes<br />
na área, o mapeamento identificando espécies nativas,<br />
também entraram como condicionantes. Outro ponto de<br />
destaque foi a oportunidade da área de manejo servir como<br />
uma unidade de pesquisa, onde será feita coleta de dados e<br />
monitoramento.<br />
Antes do início do desbaste, os exemplares de Xaxim<br />
Manejo sustentável de araucárias confere valor à floresta e<br />
ajuda na presevação da espécie<br />
Projeto tem participação de entidades ligadas à conservação<br />
e fiscalização do meio ambiente<br />
56<br />
www.referenciaflorestal.com.br
(Dicksonia sellowiana) foram replantados dentro do próprio<br />
talhão, onde não seriam afetados pela rota de queda das<br />
árvores de araucária. "Ao longo de 33 ha foram replantadas<br />
789 árvores de xaxim. Outras espécies nativas, cujo porte inviabiliza<br />
o replantio, foram desviadas", lembra o engenheiro<br />
florestal Rhafael de Oliveira. "Depois de garantida a preservação<br />
dessas espécies é que o desbaste iniciou", completa.<br />
O MEIO AMBIENTE AGRADECE<br />
Algo comum nos plantios sem manejo é que quando as<br />
copas das árvores começam a se tocar o crescimento das<br />
árvores é interrompido. A disputa por luz, solo e ar é limitante<br />
ao desenvolvimento dos indivíduos, podendo inclusive<br />
levar à estagnação, ou até mesmo à retração. O manejo<br />
permite dinamizar o ambiente, criando espaço para que os<br />
indivíduos voltem a se desenvolver. Outro ponto importante<br />
é que, após as ações de manejo e enriquecimento, será<br />
possível avaliar a dinâmica que será estabelecida nesse novo<br />
ambiente, pois foram implantadas em parceria com a UFSC<br />
parcelas de pesquisa na área manejada. Segundo o Professor<br />
Siminski, esses dados são fundamentais para entender<br />
o processo que se estabelecerá na área, além de permitir<br />
o monitoramento e a avaliação de possíveis impactos das<br />
práticas adotadas, permitindo corrigi-las, caso necessário.<br />
As árvores foram plantadas em linhas, com uma distância<br />
de 2,5 m (metros) entre elas. Na área de manejo, a cada<br />
cinco linhas uma foi subtraída por inteiro, através de um desbaste<br />
sistemático. Nas demais linhas foram feitos desbastes<br />
seletivos, respeitando a distribuição diamétrica estabelecida<br />
na proposta do Plano de Manejo. O sistema para desbaste<br />
indicado foi de toras curtas, utilizando equipamentos de<br />
harvester e forwarder. O objetivo foi proteger as árvores que<br />
ficaram e garantir o mínimo de impacto no local. Foi possível<br />
direcionar a queda de cada árvore para a quinta linha, que<br />
já estava aberta. Depois de processadas, as toras são carregadas<br />
no forwarder, que baldeia a madeira para fora do<br />
talhão. Em seguida, a madeira é carregada em caminhões<br />
que realizam o transporte até as serrarias.<br />
O plano de manejo da araucária foi embasado no tripé<br />
da sustentabilidade, sendo ambientalmente correto, economicamente<br />
viável e socialmente justo. O que pode ser visto<br />
agora, caminhando em meio às araucárias remanescentes,<br />
é um novo ambiente, propício à renovação e ao enriquecimento<br />
da floresta. Observa-se presença de fauna e diversas<br />
plantas nativas que iniciam o processo de regeneração.
PRAGAS<br />
PROTEÇÃO<br />
SOB MEDIDA<br />
Fotos: divulgação<br />
CUIDADOS COM<br />
APLICAÇÃO DO<br />
DEFENSIVO SÃO<br />
ESSENCIAIS PARA MANTER<br />
A FLORESTA LIVRE DE<br />
PRAGAS SEM GASTAR<br />
ALÉM DO NECESSÁRIO<br />
58<br />
www.referenciaflorestal.com.br
A<br />
s pragas podem corroer o lucro em plantios florestais.<br />
Sair espalhando defensivo pela floresta não<br />
resolve o problema. Até porque, o custo de uma<br />
aplicação desmedida é alto, sem contar que se for feita de<br />
maneira incorreta o resultado será nulo, ou seja, dinheiro jogado<br />
no ralo. Mais do que saber qual produto é o indicado<br />
para determinada praga, é imprescindível também adotar<br />
técnica e modo corretos de aplicação.<br />
A intenção é simples: eliminar ou diminuir sensivelmente<br />
o grau de infestação da floresta. Neste sentido, a tecnologia<br />
de aplicação coloca em contato os produtos químicos nos<br />
alvos, de modo uniforme, contínuo e na quantidade necessária.<br />
Para isso, deve-se levar em consideração diversos aspectos<br />
como: temperatura, umidade relativa do ar, correntes<br />
de vento e precipitações. Também é preciso entender a capacidade<br />
de retenção da solução, posicionamento de pragas no<br />
dossel, características de relevo, entre outros.<br />
Os principais métodos de aplicação de químicos para<br />
combate de insetos e fungos são pulverização e imersão. O<br />
primeiro pode ser feito por aeronaves como aviões, helicópteros<br />
e mais recentemente até drones estão sendo testados.<br />
Ainda por via terrestre, podem ser utilizados os pulverizadores<br />
mecanizados, puxados por tratores, ou costais. Já no<br />
método de imersão, partes das mudas são mergulhadas em<br />
soluções cupinicidas antes do plantio.<br />
“Todos são utilizados em maior ou menor grau de acordo<br />
com as características físicas das áreas, do tipo de alvo (plantas<br />
daninhas, pragas e doenças), caraterísticas do produto a<br />
ser aplicado, dinâmica e histórico das áreas em relação aos<br />
problemas a serem controlados”, detalha o especialista no<br />
assunto e diretor da Apoiotec Rudolf Woch.<br />
Para identificar o procedimento mais indicado é preciso<br />
avaliar ainda a extensão do problema, idade da floresta,<br />
custos com aplicação e logística nas diferentes modalidades.<br />
“Por exemplo, se houver um ataque de Psilídeo de concha na<br />
parte aérea de uma floresta com quatro m (metros) de altura,<br />
não é possível optar por aplicações com costais”, aponta<br />
Rudolf. Do mesmo modo, o controle de plantas daninhas em<br />
áreas com declividade acentuada não pode ser realizado com<br />
conjuntos mecanizados (tratores + pulverizadores).<br />
PULO DO GATO<br />
Em geral, os produtos químicos, sejam inseticidas, herbicidas,<br />
fungicidas ou nutrientes, são diluídos em veículos<br />
como água e óleo, o que é chamado de calda para aplicação.<br />
Esse fluído passa por circuitos hidráulicos e é projetado em<br />
forma de gotas. Ao chegarem ao alvo, as gotas precisam se<br />
manter nos pontos desejados conforme cada produto. “Por<br />
exemplo, inseticidas que funcionam por ingestão precisam<br />
estar onde os insetos irão se alimentar, herbicidas pré-emergentes<br />
devem estar na solução do solo”, comenta.<br />
As condições meteorológicas têm influência direta sobre<br />
a eficiência e a eficácia das aplicações em vários aspectos.<br />
O processo de pulverização, basicamente, quebra um líquido<br />
em gotas para ser distribuído sobre os alvos biológicos.<br />
“Em geral, são formadas gotas de tamanho diferentes em um<br />
mesmo espectro”, explica o especialista. As grandes ficam sujeitas<br />
a ação da força gravitacional e em geral são arrastadas<br />
no sentido do solo. As pequenas se deslocam de acordo com<br />
a movimentação do ar e podem ter destinos variados: depositarem-se<br />
no alvo, deslocarem-se em grandes distâncias por<br />
ação de ventos ou até mesmo evaporar em condições de alta<br />
temperatura e umidade relativa do ar baixa.<br />
O método de aplicação pode sofrer impactos diferentes,<br />
por exemplo, uma aplicação aérea na qual gotas médias são<br />
lançadas a três metros do alvo é diferente de uma aplicação<br />
costal com gotas laçadas a 0,3 m com chapéu protetor<br />
e gotas grandes. A presença de chuvas leves pode contribuir<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
59
PRAGAS<br />
A aplicação aérea é<br />
indicada para cobrir<br />
mais área em menor<br />
tempo, mas precisa ser<br />
bem dimensionada<br />
com aplicações de herbicidas pré-emergentes porque ajuda<br />
a direcionar o produto para o solo. Mas retiram do alvo herbicidas<br />
pós-emergentes, que precisam ficar depositados nas<br />
folhas. “A seleção da tecnologia de aplicação, a definição de<br />
limites meteorológicos para a atividade e o monitoramento<br />
ambiental, são portanto fundamentais para o resultado obtido”,<br />
afirma Rudolf.<br />
plo, de modo a se prever um possível ataque.”<br />
Um detalhe importante é ficar atendo às doses descritas<br />
pelo fabricante do defensivo. Para economizar, alguns silvcultures<br />
pulverizam soluções com subdosagem do químico. Este<br />
tipo de prática, além de não ser eficaz pode induzir resistência<br />
em plantas daninhas, pragas e patógenos, aumentando os<br />
problemas de controle no médio e longo prazos.<br />
SEGURANÇA<br />
Toda a manipulação de produtos químicos devem seguir<br />
as orientações de uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual).<br />
Por lei, os trabalhadores responsáveis pela aplicação<br />
precisam passar por treinamento para serem habilitados<br />
conforme a NR31 (Segurança e Saúde no Trabalho Rural). Os<br />
equipamentos de proteção e cuidados estão descritos na<br />
bula dos produtos e no receituário agronômico referente ao<br />
tratamento recomendado. “O agricultor deve utilizar somente<br />
produtos registrados para cultura e para aquele tipo de<br />
praga que esta sendo controlada”, ressalta Fabio Marques,<br />
60<br />
QUANDO E QUANTO APLICAR<br />
Existem diferentes possibilidades de manejo envolvendo<br />
controle de plantas daninhas, a definição do manejo influi diretamente<br />
na quantidade de aplicações a serem realizadas.<br />
Neste caso, é possível definir previamente com bom índice<br />
de acerto a quantidade de operações a serem realizadas.<br />
Quando se trata de controle de pragas e doenças as aplicações<br />
ocorrem em função de características regionais e da<br />
incidência ou não dos problemas. “Existem alguns trabalhos<br />
sendo feitos buscando identificar os padrões que precedem a<br />
incidência de pragas, como o percevejo bronzeado por exemwww.referenciaflorestal.com.br
Defensivos que funcionam<br />
por ingestão devem ficar<br />
depositados nas partes que<br />
servem de alimentos para as<br />
pragas, como as folhas<br />
Procura-se distribuidor no Brasil.<br />
Interessado entre<br />
em contato!<br />
Percevejo-bronzeado está<br />
entre as pragas mais perigosas<br />
para plantios de eucalipto<br />
gestor de Contas e Desenvolvimento <strong>Florestal</strong> da FMC Agricultural<br />
Solutions.<br />
Outro aspecto é a aplicação aérea. A liberação de um<br />
químico para este tipo de uso leva em consideração à classe<br />
toxicologica e o comportamento no meio ambiente. “Produtos<br />
mais amigáveis ao meio ambiente conseguem o registro”,<br />
completa Fabio. Não é permitido pulverizar produtos<br />
por meio aéreo que não tenham este tipo de autorização do<br />
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mesmo<br />
que estejam registrados para o uso florestal.<br />
Tel. (+34) 972 401 522 | Fax. (+34) 972 400 163<br />
export@venturamaq.com<br />
Crta. Vilablareix, 18-20 – Pol. Ind. Mas Aliu<br />
17181 AIGUAVIVA (SPAIN)<br />
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ESPECIAL<br />
ESTAR PERTO DA<br />
FLORESTA NÃO É<br />
SUFICIENTE<br />
EXPORTAÇÕES EM QUEDA E BUROCRACIA EXCESSIVA<br />
TRAVAM EMPRESAS DO MATO GROSSO<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
62<br />
www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
setor madeireiro do Mato Grosso aguarda por<br />
definições. Parte das expectativas está voltada<br />
para a melhoria no sistema de controle, principalmente<br />
na liberação dos PMF (Planos de Manejo <strong>Florestal</strong>).<br />
Os industriais, que estão ao lado da Floresta Amazônica,<br />
também torcem para o reaquecimento das exportações,<br />
que desde meados do ano passado diminuíram. Ainda assim,<br />
o segmento econômico ocupa posto de destaque com<br />
altos índices na geração de empregos e na contribuição<br />
para a arrecadação de impostos.<br />
O Estado possui mais de 3,5 mil empresas florestais,<br />
de acordo com dados do Cipem (Centro das Indústrias<br />
Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />
Grosso). Dentre elas, 1,6 mil são indústrias. O setor de base<br />
florestal é a principal atividade econômica de, pelo menos,<br />
44 municípios do interior. A atividade é responsável pela<br />
geração de 110 mil empregos diretos e indiretos. “Temos<br />
potencial de ampliação de 40%, ou seja, ainda podemos gerar<br />
mais de 65 mil empregos”, calcula José Eduardo Pinto,<br />
presidente da entidade.<br />
Em relação à arrecadação de impostos, em 2015 o setor<br />
gerou mais de R$ 45 milhões em Icms. Até outubro de 2016,<br />
o dado mais recente, já havia gerado mais de R$ 35 milhões.<br />
A indústria é muito expressiva no mercado internacional.<br />
“Em 2015, exportamos mais de U$ 110 milhões, e em 2016<br />
mais de U$ 140 milhões.”<br />
Além dos impostos tradicionais, o Estado ainda tem<br />
mais uma especificidade. Os empresários contribuem com<br />
o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), um<br />
tributo voltado para financiamento de obras e serviços de<br />
transporte. Em 2015, foram mais de R$14 milhões para o<br />
Fethab. De janeiro a outubro de 2016, outros R$ 13 milhões.<br />
DIRETO DA FLORESTA<br />
As essências mais utilizadas são o cedrinho, cambará,<br />
itaúba, angelim-pedra, cumaru, garapeira, ipê, amescla,<br />
angelim e cupiúba, entre outras. “Somos um setor bem diversificado”,<br />
garante José Eduardo. Entre os principais produtos<br />
de madeira serrada bruta, estão as pranchas, tábuas,<br />
vigas, caibros, ripas, mata juntas, sarrafo, ripão, pontaletes,<br />
mourão, palanques e postes.<br />
Já os beneficiados, são o S2S, S4S, piso, deck, forro,<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
63
ESPECIAL<br />
O IPÊ ESTÁ ENTRE<br />
AS ESPÉCIES MAIS<br />
PROCURADAS PARA<br />
O BENEFICIAMENTO<br />
DE DECKS,<br />
PISOS E OUTROS<br />
PRODUTOS<br />
lambril, assoalho, alizar, batente, portais, sarrafos e ripões<br />
beneficiados, palets, cantoneira, barra de cama, portas, janelas,<br />
cabos de vassouras e ferramentas.<br />
A madeira utilizada para a fabricação de produtos vem<br />
de planos de manejo florestal. “Aqui na região trabalhamos<br />
em regime de safras. Fazemos a colheita de junho até<br />
outubro. Nos outros meses é o período de chuvas, não é<br />
permitida a exploração”, afirma Gilberto Cezimbra, diretor<br />
da MGM Industrial. A empresa localizada em Colniza, desde<br />
2003, beneficia em torno de 2 mil m³ (metros cúbicos) de<br />
toras ao mês.<br />
Cerca de 60% da produção está voltada para atender o<br />
mercado externo. “Os principais compradores são China e<br />
EUA (Estados Unidos da América)”, detalha Gilberto. A região<br />
sul consome 80% do total de produtos vendidos pela<br />
MGM no mercado doméstico, o restante é destinado ao<br />
norte e nordeste. Ao todo, a empresa produz 800 mil m³ de<br />
produtos acabados. A empresa trabalha com 23 espécies,<br />
as interessantes no momento são ipê, jatobá e cumaru.<br />
De acordo com o diretor da MGM, trabalhar no Mato<br />
Grosso tem a vantagem de estar perto da floresta. Por outro<br />
lado, a infraestrutura logística é bastante precária. “Outro<br />
problema é a demora para a liberação dos projetos de manejo”,<br />
ressalta.<br />
Desde o final do ano passado o mercado comprador diminuiu<br />
o volume de pedidos. “Não estamos muito otimistas<br />
pelo mercado que está parado, mas vamos continuar trabalhando”,<br />
garante Gilberto. De acordo com ele, o montante<br />
das exportações caiu 80% desde outubro de 2016.<br />
JUNP<br />
A Junp Madeiras, também localizada em Colniza, possui<br />
suprimento de toras vindas de dois projetos de manejo nas<br />
fazendas Santa Maria e Vale do Jumo. “Este ano vamos começar<br />
a comprar de terceiros”, aponta Junior Polles, diretor<br />
da empresa. Todo o volume produzido pela Junp é exporta-<br />
O MERCADO<br />
EXTERNO É<br />
O GRANDE<br />
COMPRADOR<br />
DOS PRODUTOS<br />
MADEIREIROS DE<br />
MATO GROSSO<br />
64<br />
www.referenciaflorestal.com.br
do. São consumidos todos meses 1.650 m³ de toras para a<br />
fabricação de 750 m³ de decks e S4S. Os mercados compradores<br />
estão na Bélgica, Alemanha, Dinamarca, EUA e China.<br />
O diretor da Junp conta que também enfrenta dificuldades<br />
com a liberação dos planos de manejo feitos pela Sema<br />
(Secretaria de Estado de Meio Ambiente). “Chega a levar<br />
até um ano e meio para receber as autorizações.”<br />
Ainda existe outra dificuldade. Após a diminuição no<br />
índice do CRV (Coeficiente de Rendimento Volumétrico) de<br />
45% para 35%, promovida pelo Conama (Conselho Nacional<br />
do Meio Ambiente), as empresas que possuem rendimentos<br />
superiores têm que provar os números e arcar com os<br />
custos deste estudo. Este é o caso da Junp Madeiras. “Ele<br />
varia conforme a espécie, mas ficamos na faixa de 45% a<br />
51% de aproveitamento. Por isso, estamos fazendo o estudo<br />
técnico espécie por espécie”, revela Junior Polles.<br />
AS TORAS VÊM DE PROJETOS DE MANEJO<br />
AUTORIZADO PELA SEMA (MT), PORÉM AS<br />
LIBERAÇÕES PODEM DEMORAR MAIS DE UM ANO
ARTIGO<br />
HETEROGENEIDADE<br />
AMBIENTAL E<br />
REGENERAÇÃO<br />
NATURAL EM<br />
UMA FLORESTA<br />
OMBRÓFILA MISTA<br />
ALUVIAL<br />
Fotos: divulgação<br />
O<br />
principal objetivo do estudo foi determinar a influência<br />
da heterogeneidade ambiental sobre o<br />
componente regenerante de uma FOM (Floresta<br />
Ombrófila Mista) aluvial no Planalto Sul Catarinense. Os regenerantes<br />
foram amostrados em 48 parcelas alocadas em três<br />
setores: rio, interior e borda. O levantamento das variáveis ambientais<br />
foi realizado em todas as parcelas, obtendo-se as variáveis<br />
edáficas, topográficas, do nível freático, de fechamento<br />
do dossel, de impacto ambiental e classe de solo. A partir dos<br />
dados ambientais, foi realizada uma Análise de Componentes<br />
Principais para identificar os gradientes existentes. Foram utilizados<br />
modelos lineares generalizados para avaliar a influência<br />
das setorizações ambientais em função da distância do rio e da<br />
classe de solo sobre a composição florística-estrutural dos regenerantes.<br />
A organização da vegetação foi verificada por meio<br />
de uma Análise de Coordenadas Principais. A existência de espécies<br />
indicadoras foi verificada para os setores com efeito<br />
significativo sobre a vegetação. Os Cambissolos predominaram<br />
na área, cujo relevo é predominantemente plano e os solos<br />
são distróficos, ácidos, álicos e com textura franco arenosa a<br />
franco siltosa. Um terço das parcelas apresentou água próximo<br />
da superfície, indicando maior seletividade ambiental nestes<br />
locais. O dossel esteve predominantemente fechado (91,16%)<br />
e o nível de impacto ambiental foi considerado baixo. A setorização,<br />
definida em função da distância do rio, apresentou<br />
influência significativa no padrão de distribuição das espécies,<br />
sendo que o setor borda foi o que apresentou a composição<br />
florística-estrutural mais distinta, com 14 espécies indicadoras.<br />
O componente regenerativo apresentou variações espaciais<br />
que refletiram a heterogeneidade ambiental em função da setorização,<br />
sendo a distância do rio determinante na formação<br />
dos grupos florísticos.<br />
A FOM é caracterizada pela presença da Araucaria angustifolia<br />
(Bertol.) Kuntze em seu dossel superior (Klein, 1960),<br />
porém, em nível regional, apresenta elevada substituição florística,<br />
tanto para o componente adulto (Higuchi et al., 2012a),<br />
quanto para o regenerante (Polisel et al., 2014). De acordo com<br />
a classificação do Ibge (2012), a áreas de FOM podem ser classificadas<br />
em subformações de acordo com altitude (Submontana,<br />
Montana e Alto-Montana) e a presença de planícies aluviais<br />
(Aluvial). A subformação FOM Aluvial se diferencia dos demais<br />
tipos por ocorrer, geralmente, próxima a cursos de água e ser<br />
66<br />
www.referenciaflorestal.com.br
JÉSSICA ONEDA SILVA<br />
MESTRE EM ENGENHARIA FLORESTAL DA UDESC (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE<br />
SANTA CATARINA)<br />
ANA CAROLINA SILVA<br />
PROFESSORA ASSOCIADA DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL DA<br />
UDESC<br />
PEDRO HIGUCHI E ÁLVARO LUIZ MAFRA<br />
PROFESSORES ASSOCIADOS DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL<br />
UDESC<br />
RODINELI LOEBENS<br />
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE SOLOS E RECURSOS NATURAIS DA<br />
UDESC<br />
LUIZ CARLOS RODRIGUES JÚNIOR, ANGÉLICA DALLA ROSA,<br />
CARLA LUCIANE LIMA E FERNANDO BUZZI JÚNIOR<br />
GRADUADOS EM ENGENHARIA FLORESTAL UDESC<br />
predominantemente plana, estando sujeita a alagamentos periódicos<br />
(Ibge, 2012). Os pulsos de inundação, compreendidos<br />
como fenômenos temporais de inundação (Junk et al., 1989),<br />
se apresentam como um processo essencial na dinâmica e ecologia<br />
do ambiente. Junk et al. (1989) definem esse processo<br />
como chave para a existência de interações entre a biota em<br />
sistemas aluviais, capaz de gerar estratégias e adaptações nas<br />
espécies presentes na transição aquática/terrestre.<br />
As florestas aluviais consistem em manchas de vegetação<br />
com características próprias, produto da combinação de fatores<br />
abióticos como a topografia, regime de cheias e variações<br />
edáficas (Oliveira Filho et al., 1997), com as condições ecológicas.<br />
Essa particularidade resulta na formação de ambientes<br />
sujeitos ao estresse hídrico, que pode selecionar espécies tolerantes,<br />
influenciando na composição florística e estrutural da<br />
floresta (Silva et al., 2012).<br />
A heterogeneidade ambiental tem sido apontada como um<br />
dos principais fatores que atuam nessa composição florístico-<br />
-estrutural (Oliveira Filho et al., 1994b; botrel et al., 2002; Higuchi<br />
et al., 2012b; Carvalho et al., 2005), sendo associada ao<br />
regime de inundação, diferentes níveis de oxigenação do solo e<br />
padrões de sedimentação (Silva et al., 2007). Para Rodrigues et<br />
al. (2007), essa heterogeneidade é resultado da diversidade de<br />
fatores que interagem nas comunidades. Além disso, a heterogeneidade<br />
ambiental produz micro-hábitats que são ocupados<br />
por espécies indicadoras, que são aquelas com preferências<br />
ecológicas que podem identificar as condições ambientais locais<br />
(Hill et al., 1975).<br />
Neste sentido, estudos que contribuam para o entendimento<br />
de como a heterogeneidade ambiental pode influenciar<br />
a distribuição espacial de espécies arbóreas regenerantes são<br />
relevantes para a definição de estratégias de conservação e<br />
restauração de florestas aluviais. A presença de espécies indicadoras<br />
em condições ambientais específicas, associadas, por<br />
exemplo, ao regime de inundação e aos tipos de solos, pode<br />
evidenciar que a manutenção de certas condições ambientais<br />
é fundamental para a conservação da biodiversidade em nível<br />
regional. Além disso, identificar espécies associadas a setores<br />
distintos de um ambiente aluvial permite a escolha adequada<br />
de táxons a serem utilizados em programas de restauração florestal,<br />
evitando-se, assim, possíveis problemas, como a elevada<br />
mortalidade de mudas ou sementes não adaptadas.<br />
Dentro deste contexto, considerando a importância ecológica<br />
de florestas aluviais, uma vez que as mesmas desempenham<br />
importantes funções ambientais e apresentam um subconjunto<br />
relevante da flora regional, o presente estudo teve<br />
como objetivos: i) determinar a influência da heterogeneidade<br />
ambiental sobre o componente regenerante de uma FOM<br />
aluvial no Planalto Sul Catarinense; ii) determinar a correlação<br />
entre a vegetação e setorizações ambientais em função da dis-<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
67
ARTIGO<br />
FLORESTAS OMBRÓFILAS<br />
MISTAS OCUPAM ÁREAS<br />
PRINCIPALMENTE NO PARANÁ<br />
E SANTA CATARINA<br />
tância do rio e classes de solos; e iii) determinar as espécies<br />
indicadoras de cada setor com influência significativa na organização<br />
do componente regenerante.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
O estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Ombrófila<br />
Mista Aluvial, no município de Lages, SC. Com coordenadas<br />
centrais de 27°51’03’’S e 50°13’31’’O, o remanescente<br />
se encontra nas margens do Rio Caveiras e possui altitude média<br />
de 902 m. De acordo com a classificação de Köppen, o clima<br />
da região é Cfb, mesotérmico subtropical úmido com verões<br />
frescos, sem estação seca, com geadas severas, temperatura<br />
média de 15,9ºC e precipitação anual média em torno de 1.400<br />
mm (Brasil, 1992). Siltitos da Formação Rio do Rasto e arenitos<br />
da Formação Botucatu compõem o substrato geológico.<br />
Os solos são Cambissolo Húmico nas porções mais drenadas<br />
e Gleissolo Háplico nas áreas mais úmidas, ocorrendo também<br />
Neossolo Litólico e Neossolo Flúvico (Embrapa, 2013)<br />
O levantamento da vegetação regenerante foi realizado<br />
em 48 unidades amostrais alocadas de forma estratificada, em<br />
três setores (16 parcelas por setor): rio (borda adjacente ao<br />
rio), interior do fragmento e borda do campo (borda adjacente<br />
à matriz campestre). Indivíduos arborescentes com menos<br />
de 5,0 cm de DAP foram considerados como parte do estrato<br />
regenerante. Para o levantamento destes, cada uma das 48<br />
unidades amostrais foi dividida em parcelas com área variável<br />
de acordo com a classe de tamanho de planta, segundo adaptação<br />
da metodologia proposta por Volpato (1994): i) Classe<br />
1, plantas com altura entre 15 cm e 1 m, foram avaliadas em<br />
parcelas de 5 m² (metros quadrados), o que totalizou uma área<br />
amostral de 240 m2; ii) Classe 2, plantas com altura entre 1 e 3<br />
m, foram avaliadas em parcelas de 10 m², o que totalizou uma<br />
área amostral de 480 m2, e; iii) Classe 3, plantas com altura<br />
maior que 3 m e DAP (diâmetro a altura do peito) menor que<br />
5 cm, foram avaliadas em parcelas 20 m², o que totalizou 960<br />
m2 inventariados. Todos os indivíduos dentro das parcelas pertencentes<br />
a espécies arborescentes regenerantes foram marcados,<br />
classificados em sua respectiva classe e identificados,<br />
sendo as identificações realizadas por meio de literatura (e.g.<br />
Sobral et al., 2013) e especialistas. A classificação das famílias<br />
de angiospermas foi realizada de acordo com o sistema APG<br />
III (APG, 2009). As coordenadas de latitude e longitude foram<br />
obtidas no centro de cada parcela com o auxílio de um GPS<br />
Garmin Gpsmap 76CSx.<br />
O levantamento das variáveis ambientais foi realizado em<br />
cada uma das 48 parcelas utilizadas para o levantamento florístico.<br />
Para obtenção das variáveis edáficas, em cada parcela foram<br />
coletadas nove amostras de solo com o trado no perfil de<br />
0 a 20 cm, de maneira a cobrir a variação existente na unidade<br />
amostral, e destas foi obtida uma amostra composta por parcela.<br />
As amostras foram submetidas à análise química e física<br />
no Laboratório de Análises da Udesc. Foram quantificados pH,<br />
potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), matéria<br />
orgânica (MO), capacidade de troca catiônica efetiva (CTC), saturação<br />
por base na CTC efetiva (V), saturação por Al e os teores<br />
de areia, silte e argila. Também foi realizada a classificação<br />
dos solos de cada parcela por meio da abertura do perfil com o<br />
trado até a profundidade de 1 m (Embrapa, 2013).<br />
A luminosidade foi avaliada por meio da abertura do dossel,<br />
utilizando-se um densiômetro esférico (modelo A) côncavo<br />
(Lemmon, 1956). No centro de cada parcela, foram realizadas,<br />
no mês de fevereiro, quatro leituras nas direções Norte, Sul,<br />
Leste e Oeste, sendo obtida a média por parcela. O impacto<br />
ambiental foi determinado conforme metodologia utilizada<br />
por Silva et al. (2009), pela atribuição de nota de zero a cinco,<br />
de acordo com o que era perceptível na parcela, considerando<br />
trilhas, estradas, gado, fogo e corte seletivo, sendo zero para<br />
a ausência de impacto e cinco para o máximo de impacto observável.<br />
Os valores dos níveis freáticos foram obtidos por meio da<br />
leitura em poços de observação, instalados no centro de cada<br />
parcela, de acordo com a metodologia utilizada por Barddal et<br />
al. (2004), Silva et al. (2009) e Silva et al. (2010). Esses poços<br />
foram perfurados com um trado, até a profundidade de 1 m,<br />
onde foram instalados canos de PVC com pequenos furos para<br />
permitir o fluxo da água, com o propósito de se evitar o assoreamento<br />
dos mesmos ao longo das observações. As leituras<br />
foram feitas com auxílio de trena e lanterna, durante um ano,<br />
com frequência bimestral. Foi retirada uma média anual por<br />
parcela e também utilizados os dados do mês de nível freático<br />
68<br />
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mais próximo à superfície.<br />
O levantamento topográfico foi realizado por meio da coleta<br />
de três variáveis em cada parcela: cota média, desnível máximo<br />
e declividade média, para tal foram utilizados clinômetro<br />
e GPS. O desnível máximo correspondeu à maior diferença<br />
entre os valores de cota de cada vértice das parcelas e a cota<br />
média foi considerada como o valor médio obtido a partir dos<br />
quatro vértices de cada parcela. A declividade média foi calculada<br />
por meio da média das declividades dos lados da parcela<br />
(Oliveira Filho et al., 1994a).<br />
A partir dos dados ambientais, foi realizada a PCA (Análise<br />
de Componentes Principais), para identificar os gradientes<br />
existentes. A existência de estruturação espacial da organização<br />
da comunidade regenerante foi verificada por meio de um<br />
teste de Mantel, utilizando uma matriz de distância de Bray-<br />
-Curtis e uma matriz de distância espacial.<br />
Para testar a hipótese de existência de variações florísticas-<br />
-estruturais em função das diferentes condições ambientais<br />
consideradas, utilizou-se a metodologia proposta por Wang et<br />
al. (2012). Para isto, foram ajustados modelos lineares generalizados,<br />
tendo como variáveis dependentes as abundâncias<br />
das espécies e como variáveis independentes os diferentes setores<br />
de distância do rio e classes de solos. Considerando que<br />
muitas espécies apresentam poucos indivíduos, considerou-se<br />
uma distribuição binomial negativa para os modelos. A matriz<br />
de abundância de espécies por parcelas passou por uma transformação<br />
de Hellinger, com o propósito de reduzir a assimetria<br />
entre as espécies mais abundantes e raras (Legendre; Legendre,<br />
2012).<br />
A organização florística-estrutural do componente regenerante<br />
foi verificada por meio de uma Pcoa (Análise de Coordenadas<br />
Principais), a partir de uma matriz de distância de Bray-<br />
-Curtis. Foi realizada a Análise de Espécies Indicadoras para<br />
verificar espécies características dos setores com influência<br />
significativa na organização da comunidade regenerante.<br />
Todas as análises foram realizadas no programa estatístico<br />
R versão 3.1.0 (R Development Core Team, 2014), junto com as<br />
bibliotecas vegan (Oksanen et al., 2014) para a transformação<br />
de Hellinger, matriz de distância de Bray-Curtis, Pcoa e PCA;<br />
mvabund (Wang et al., 2012), para o modelo linear generalizado<br />
multivariado, e labdsv (Roberts, 2014), para Análise de<br />
Espécies Indicadoras.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
De forma geral, o relevo da área é predominantemente<br />
plano (Ibge, 2007), com solos distróficos, ácidos, com elevada<br />
saturação por Al e com textura franco arenosa e franca a<br />
franco-siltosa (Sbcs, 2004; Embrapa, 2013). Foram encontradas<br />
quatro classes de solos: Cambissolos Húmicos, Gleissolos<br />
Háplicos, Neossolos Litólicos e Neossolos Flúvicos. Os Cambissolos<br />
predominaram na área, ocorrendo em 28 parcelas em<br />
todos os setores de distância do rio (borda, interior e rio).<br />
Os Gleissolos ocorreram em 10 parcelas nos setores interior<br />
e borda do campo. Os Neossolos Flúvicos ocorreram em sete<br />
parcelas, restritas ao setor rio, e os Neossolos Litólicos ocorreram<br />
em apenas três parcelas, nos setores rio e borda.<br />
Apenas 16 parcelas (33%), principalmente de Gleissolos<br />
Háplicos, apresentaram água próximo da superfície (acima de<br />
Espécies<br />
Annona rugulosa (Schltdl.) H. Rainer<br />
Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk<br />
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg<br />
Myrcia hartwegiana (O.Berg) Kiaersk<br />
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton<br />
Matayba elaeagnoides Radlk.<br />
Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg<br />
Rudgea parquioides (Cham.) Mull.Arg<br />
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze<br />
Prunus myrtifolia (L.) Urb.<br />
Banara tomentosa Clos<br />
Miconia cinerascens Miq<br />
Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl<br />
Myrcia laruotteana Cambess.<br />
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez<br />
p: significância da Análise de Espécies Indicadoras.<br />
Setor<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
Borda<br />
p<br />
0,001<br />
0,001<br />
0,008<br />
0,003<br />
0,025<br />
0,010<br />
0,021<br />
0,030<br />
0,011<br />
0,009<br />
0,044<br />
0,028<br />
0,028<br />
0,050<br />
0,015<br />
<strong>Abril</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
69
ARTIGO<br />
O estudo levou em conta informações levantadas<br />
em 48 unidades distintas com relevos variados<br />
1 m de profundidade), indicando maior seletividade ambiental<br />
nestes locais. Devido à limitação de profundidade dos canos (1<br />
m), quando o lençol freático estava abaixo desse valor, não se<br />
tinha referência para saber sua profundidade exata. Em média,<br />
considerando-se os valores do nível freático como de 1 m<br />
para os poços onde não foi encontrado água, o lençol freático<br />
esteve a uma profundidade de 93,2 cm da superfície do solo.<br />
Ao se considerar as leituras no mês de maior encharcamento<br />
(Março), a profundidade média foi de 85,2 cm. Apesar de apenas<br />
16 parcelas apresentarem profundidade do lençol inferior<br />
a 1 m, a variação espacial no nível freático sugere a existência<br />
de locais com ocorrência de alagamentos sazonais, o que pode<br />
influenciar no estabelecimento dos regenerantes.<br />
O dossel esteve predominantemente fechado (91,2%),<br />
quando comparado com outro fragmento florestal em avançado<br />
estágio de sucessão avaliado por Higuchi et al. (2012b)<br />
no mesmo município, que encontraram um valor de 87,2%. O<br />
nível de impacto ambiental pode ser considerado baixo (0,55),<br />
sugerindo baixa intervenção antrópica na área de estudo. O<br />
baixo nível de impacto encontrado indica que, provavelmente,<br />
o estabelecimento e a sobrevivência das plântulas não são afetados<br />
significativamente por fatores como pisoteio de bovinos,<br />
etc.<br />
A PCA indicou que o Eixo 1, com uma explicação de 27,5%<br />
da inércia total, apresentou forte correlação, principalmente,<br />
com o teor de Ca (-0,94), saturação por alumínio (0,91) e saturação<br />
por bases (-0,93), sintetizando um gradiente de disponibilidade<br />
de nutrientes. O Eixo 2 explicou 19,25% da variação<br />
total, apresentando forte correlação, principalmente, com os<br />
teores de areia (0,83), de silte (-0,73) e de argila (-0,67), indicando<br />
variação textural do solo. A setorização relacionada à<br />
distância do rio demonstrou que parcelas próximas da borda<br />
ficaram ordenadas à direita do gráfico, com menor fertilidade,<br />
e o setor próximo ao rio ordenaram-se à esquerda do gráfico,<br />
com maior fertilidade. O setor interior apresentou parcelas ao<br />
longo de todo o gradiente. A setorização definida em função<br />
da classe de solo demonstrou que Neossolo Litólico ocorreu<br />
em áreas mais arenosas e declivosas e Neossolo Flúvico associou-se<br />
a locais com maior fertilidade natural. Cambissolo<br />
Húmico e Gleissolo Háplico distribuíram-se de forma ampla<br />
ao longo dos gradientes definidos pela PCA, indicando elevada<br />
heterogeneidade destas classes de solos.<br />
Os resultados sugerem que eventos de alagamentos representam<br />
um importante fator determinante na qualidade dos<br />
solos, uma vez que as parcelas do setor rio e as parcelas de<br />
Neossolo Flúvico foram as que apresentaram maior disponibilidade<br />
de nutrientes. Este padrão já foi relatado em outros estudos<br />
(Oliveira-Filho et al., 1994b; Budke et al., 2007) e indicam<br />
que os pulsos de inundação podem atuar como uma fonte de<br />
nutrientes, aumentando a fertilidade natural destas áreas. Porém,<br />
segundo Junk (1993), o aumento da fertilidade em áreas<br />
sujeitas a alagamentos depende da qualidade dos sedimentos<br />
depositados.<br />
A comunidade regenerante foi representada por 818 indivíduos<br />
(26.771 ind.ha-1) amostrados, pertencentes a 30 famílias,<br />
42 gêneros e 59 espécies. De acordo com o teste de<br />
Mantel, a organização florística-estrutural não ocorreu de forma<br />
espacialmente estruturada na área (r = 0,0387, p = 0,223),<br />
porém, foi influenciada de forma significativa (p = 0,001) pela<br />
setorização definida em função do distanciamento do rio. As<br />
classes de solos não foram determinantes (p = 0,205).<br />
Desta forma, infere-se que as diferenças ambientais associadas<br />
ao distanciamento do rio foram determinantes para o<br />
estabelecimento inicial da comunidade de espécies arbóreas,<br />
refletindo na florística e na estrutura do estrato regenerante.<br />
A heterogeneidade vegetacional em ambientes ripários e aluviais<br />
tem sido frequentemente relatada na literatura (Ferreira;<br />
Stohlgren, 1999; Ferreira, 2000; Silva et al., 2009; Budke et al.,<br />
2010; Scipioni et al., 2013), sendo explicada como uma resposta<br />
a gradientes ambientais associados aos solos e ao regime de<br />
inundação. Como ressaltado por Junk et al. (1989), pulsos de<br />
inundação representam um dos principais aspectos ecológicos<br />
para a biota em ambientes aluviais. Esses pulsos resultam na<br />
geração de diferentes micro-hábitats, que exigem das populações<br />
existentes a adoção de novas estratégias de sobrevivência<br />
e estabelecimento, bem como de adaptação às condições<br />
locais.<br />
A ordenação produzida pela PCoA evidenciou que o setor<br />
borda adjacente ao campo foi o que apresentou a composição<br />
florística-estrutural mais distinta entre os setores. Este padrão<br />
também foi confirmado pela Análise de Espécies Indicadoras,<br />
onde este setor apresentou 14 espécies indicadoras, enquanto<br />
70<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Disco de corte para Feller<br />
os setores rio e interior apresentaram, respectivamente, apenas<br />
uma e nenhuma espécie indicadora. No setor adjacente ao<br />
rio, Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez foi a única indicadora,<br />
sugerindo que a mesma seja adaptada a se desenvolver<br />
na interface próxima de cursos d’água. As demais espécies que<br />
ocorreram na área não foram caracterizadas como indicadoras,<br />
ocorrendo em todos os setores. Estas possuem plasticidade<br />
ambiental, tendo alguma tolerância tanto ao estresse hídrico,<br />
podendo ocorrer em condições limitantes de umidade<br />
(rio), quanto à luminosidade limitada (interior). A ocorrência<br />
de maior número de espécies indicadoras no setor borda pode<br />
ser explicada pelo fato destas serem espécies que provavelmente<br />
não conseguiram ter maior abundância próxima ao rio<br />
em função da elevada umidade, ou no interior, pois necessitam<br />
de maior quantidade de luz.<br />
Tomados em conjunto, os resultados demonstraram que os<br />
setores de borda adjacente ao rio e borda adjacente à matriz<br />
campestre representaram os dois extremos de um gradiente<br />
ambiental associado à fertilidade do solo e ao regime de inundação,<br />
que deu origem a um componente arbóreo regenerante<br />
com elevada distinção florística. Neste sentido, reforça-se<br />
a importância de planos de restauração e conservação de florestas<br />
aluviais considerarem a existência dos diferentes micro-<br />
-hábitats, por estes suportarem conjuntos de espécies distintos.<br />
Considerando a fitofisionomia (FOM) e a região estudada<br />
(Planalto Sul Catarinense), infere-se que Nectandra megapotamica<br />
é uma espécie com grande potencial para ser utilizada<br />
em programas de reflorestamento em áreas de interface com<br />
cursos d’água, de maior fertilidade e diretamente impactadas<br />
por pulsos de inundação. Por outro lado, um grande número<br />
de espécies, dentre elas Araucaria angustifolia, não deve ser<br />
empregado em locais sujeitos a inundações, pois ocorreu com<br />
forte associação aos ambientes distantes dos rios, com solos<br />
menos férteis e bem drenados. Porém, ressalta-se que a seleção<br />
de espécies para serem empregadas em condições ambientais<br />
específicas, não devem ser restritas apenas aquelas<br />
consideradas indicadoras, mas sim a todo conjunto de espécies<br />
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CONCLUSÕES<br />
O componente regenerativo apresentou variações espaciais<br />
que refletem a heterogeneidade ambiental existente na<br />
área em função da setorização. Os fatores ambientais foram<br />
determinantes na formação dos grupos florísticos, com a determinação<br />
de espécies indicadoras, decorrente, sobretudo,<br />
do fator distância do rio.<br />
Foi possível determinar espécies indicadoras dos setores<br />
borda adjacente ao rio e borda adjacente ao campo. Assim, a<br />
vegetação existente nesses ambientes não deve ser tratada de<br />
forma genérica, devendo ser consideradas as suas variações e<br />
peculiaridades. Desse modo, estudos nesse contexto se mostram<br />
fundamentais para subsidiar medidas de proteção mais<br />
efetivas.<br />
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produto feito para o uso<br />
doméstico para facilitar a difícil<br />
tarefa de rachar lenhas, é de fácil<br />
transporte e funcionamento, já<br />
vem equipado com motor<br />
monofásico.<br />
Modelo RLT<br />
O modelo RLT é um produto<br />
desenvolvido para quem precisa<br />
operar lenhas de grande porte<br />
diretamente no mato. Depois de<br />
acoplado ao trator é só acionar a<br />
alavanca do comando do trator para<br />
abrir e fechar o cilindro hidráulico.
AGENDA<br />
ABRIL <strong>2017</strong><br />
APRIL <strong>2017</strong><br />
VI Workshop Internacional Mogno Africano<br />
7<br />
São Paulo (SP)<br />
www.workshopmognoafricano.org.br<br />
II Seminário sobre Sanidade <strong>Florestal</strong><br />
25 e 26<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
MAIO <strong>2017</strong><br />
MAY <strong>2017</strong><br />
Agrishow<br />
1 a 5<br />
Ribeirão Preto (SP)<br />
www.agrishow.com.br<br />
Ligna<br />
22 a 26<br />
Hannover - Alemanha<br />
www.ligna.de<br />
JUNHO <strong>2017</strong><br />
JUNE <strong>2017</strong><br />
Elmia Wood<br />
7 a 10<br />
Jönköping – Suécia<br />
www.elmia.se<br />
DESTAQUE<br />
II Seminário sobre Prevenção e Controle de Incêndios<br />
Florestais<br />
7 e 8<br />
Viçosa (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
Cibio <strong>2017</strong><br />
20 a 22<br />
Curitiba (PR)<br />
www.congressobiomassa.com<br />
JULHO <strong>2017</strong><br />
JULY <strong>2017</strong><br />
Interforst<br />
18 a 22<br />
Munique (Alemanha)<br />
www.interforst.com<br />
SETEMBRO <strong>2017</strong><br />
SEPTEMBER <strong>2017</strong><br />
Lignum Brasil<br />
20 a 22<br />
Curitiba (PR)<br />
www.lignumbrasil.com.br<br />
Expobiomassa<br />
26 a 29<br />
Valladolid (Espanha)<br />
www.expobiomasa.com<br />
II SEMINÁRIO SOBRE SANIDADE FLORESTAL<br />
25 e 26 de abril<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
A SIF (Sociedade de Investigações Florestais) promove<br />
o segundo seminário sobre saúde florestal. Serão<br />
abordados cuidados e utilização de produtos para previnir<br />
e combater pragas e doenças que atacam espécies<br />
arbóreas.<br />
Imagem: reprodução<br />
72<br />
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LÍDER SERVIDOR:<br />
COMO A EMPATIA PODE<br />
TRANSFORMAR O CLIMA<br />
ORGANIZACIONAL<br />
Foto: divulgação<br />
Por Neto Mello<br />
Gerente de RH e Relações Institucionais da OJI Papéis Especiais<br />
T<br />
alvez o segredo das relações, e também o mais desafiador,<br />
seja realmente calçar o sapato do outro. E esta<br />
é uma realidade intrínseca a qualquer relação, que não<br />
difere no mundo corporativo. Todo resultado, seja positivo ou<br />
negativo, é consequência de um trabalho realizado por pessoas<br />
felizes, ou não. Esse deve ser o lema da empresa contemporânea,<br />
em que a liderança, mais do que gerir, deve se comprometer com<br />
o processo e dar o exemplo com o desafio de buscar a felicidade<br />
da equipe.<br />
A essência da motivação de um time está em conhecer o que<br />
se realiza. Sem entendimento qualquer ação cairá na inutilidade,<br />
uma vez que as pessoas são motivadas por si mesmas a partir<br />
do momento que passam a entender e participar dos processos<br />
e resultados. Por isso, além de todas as competências pessoais<br />
tão amplamente divulgadas, o líder atual deve ser servidor, não<br />
apenas em suas ações, mas em seu íntimo. O serviço aproxima as<br />
pessoas e revela um interesse genuíno no próximo demonstrando,<br />
acima de habilidades ou conhecimentos técnicos, qualidades<br />
relacionadas à educação de cada um.<br />
Muito se pode aprender para uma função de liderança. Competências<br />
e habilidades podem ser desenvolvidas e conhecimento<br />
técnico pode ser obtido através de bons cursos, processo de<br />
coaching ou mentoring. Porém, a liderança servidora está muito<br />
ligada aos valores morais obtidos a partir dos princípios nos quais<br />
uma pessoa foi criada. O líder servidor emerge com qualidades<br />
como respeito, solidariedade, empatia e humildade, características<br />
mais predominantes do meio em que viveu e das experiên-<br />
cias pessoais.<br />
Este modelo de liderança é facilitador e apoiador da equipe,<br />
ao contrário do líder autoritário. Ele influencia muito pouco nas<br />
decisões, mas está sempre perto o suficiente para ajudar. Deve<br />
apontar o caminho a ser seguido e também dar o exemplo, pois<br />
o senso de utilidade das pessoas é um agente motivador e deve<br />
ser incentivado pela liderança.<br />
Tendo em vista que ninguém pode motivar ao outro, uma vez<br />
que a motivação é gerada dentro de cada um por razões individuais,<br />
o líder servidor aparece mostrando à equipe a importância<br />
de cada um no processo, sendo transparente com relação a<br />
metas e resultados e proporcionando condições para tomada de<br />
decisões, com foco em gerar melhores resultados.<br />
É preciso ter em mente que os liderados podem até errar,<br />
mas caberá à liderança medir os impactos. Com os riscos calculados,<br />
deixar as pessoas tomarem as próprias decisões não é um<br />
posicionamento difícil para a liderança. Em uma organização estruturada<br />
com base em servir, a motivação minimiza os riscos.<br />
As relações de trabalho podem ser transformadas a partir<br />
dos princípios da liderança servidora genuína. O líder que se importa<br />
realmente com o próximo, que tem paixão pelo que faz,<br />
que gosta de gente, que olha nos olhos e tem relacionamento<br />
pessoal com sua equipe não teme os desafios. Ele sabe que as<br />
pessoas estarão comprometidas com sua liderança porque passaram<br />
a entender o que faz e porque faz. Um ambiente feliz é<br />
feito de pessoas felizes e pessoas felizes é o foco do líder servidor.<br />
Os resultados virão a partir daí.<br />
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