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Biomas do Brasil: da exploração à convivência<br />
Revivendo a Amazônia<br />
— Bem, se estão de acordo, sugiro dar um passo novo — continuou<br />
Pedro. Vamos para a Amazônia. E para isso, como já sabem, vamos trabalhar<br />
juntos, organizando uma “brincadeira séria”: cada um e cada uma de vocês<br />
será um dos bichos da Amazônia. De acordo?<br />
— É claro que estamos — falou Lucas. Na verdade, nós até já escolhemos<br />
um bicho para cada um de nós: a Ana vai ser a onça pintada; a Andreia<br />
será a tartaruga; o Paulo será um macaco; o Francisco será o peixe-boi; a<br />
Laura vai ser a arara; e eu serei o uirapuru.<br />
— Tinha pensado, junto com Ana, de organizarmos um tribunal sobre<br />
a Amazônia, dando o poder de julgamento aos animais. Mas acho melhor<br />
encurtar nosso caminho. Mais adiante, com mais informações, quem<br />
sabe possamos fazer um julgamento do que está acontecendo em todos os<br />
biomas. Proponho, por isso, que cada bicho diga o que nota que está acontecendo<br />
na Amazônia, como se sente nas mudanças que estão acontecendo.<br />
Quem quer começar?<br />
— Eu posso começar — anunciou Paulo. Em geral, apresenta-se o macaco<br />
como um bicho falador. Na verdade, ele é esperto, atento. No meu caso,<br />
sou um macaco que nasceu na parte sul da Floresta Amazônica; já tive que<br />
fugir muitas vezes, correndo do fogo, primeiro, e dos que chegaram para<br />
criar bois, depois. É incrível como há pessoas que nem se perguntam o que<br />
vai acontecer com os animais que vivem tranquilos na floresta há muito<br />
tempo. Chegam, fazem um barulho danado com as motosserras, e derrubam<br />
todas as árvores, as grandes e as médias, sem respeitar as que produzem<br />
frutas, cocos, castanhas, flores maravilhosas, só deixando as mais baixas<br />
e fracas; em seguida, separam os galhos do troncos de algumas árvores<br />
maiores, arrastando-os para fora; depois, deixam tudo jogado, até secar;<br />
aí vem o pior: põem fogo em tudo. E nossa família, que já havia fugido de<br />
galho em galho, entrando mais na floresta, agora tem que fugir de novo,<br />
porque o calor é terrível, e o fogo atinge até mesmo parte da floresta verde.<br />
Então, o jeito é fugir para bem longe. Mesmo porque, se a macacada tenta<br />
voltar, depois da queimada, quando já há pasto para os bois, e as pessoas<br />
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