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Revista CriticArtes 7 Ed

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<strong>Revista</strong> Criticartes | 2º Trimestre de 2017 / Ano II - nº. 07<br />

Amou tanto o Sol, a Lua,<br />

A mulher, a Terra, o Mar,<br />

Que nem sei se teve tempo<br />

Para parar e pensar<br />

Na sua própria existência,<br />

Porque sua inteligência<br />

Não parava de sonhar.<br />

A “Sonata Enluarada”<br />

Que o gênio Beethoven fez,<br />

Já encantou os ouvidos<br />

De quem lhe ouviu uma vez,<br />

Mas o “Luar do Sertão”<br />

Toca mais o coração.<br />

É mais sensível, talvez!<br />

Cantou pra o Chefe de Estado,<br />

Chamado Nilo Peçanha.<br />

Logo após, do Presidente<br />

Da República Velha ganha<br />

Um convite oficial.<br />

Cantar para o Marechal<br />

Foi uma grande façanha.<br />

Com o violão em punho<br />

Subiu toda a escadaria<br />

Do Palácio do Catete,<br />

Que lhe deu naquele dia<br />

O passaporte final<br />

Pra sua fama geral<br />

Na música e na poesia.<br />

O próprio Ademar de Barros,<br />

Que era o interventor,<br />

Do Estado de São Paulo,<br />

Foi seu admirador.<br />

Tanto que lhe deu acesso<br />

Pra ver de perto o sucesso<br />

Do poeta e escritor.<br />

Mas Catullo gostou mesmo<br />

Foi de merecer ganhar<br />

Todas as honras e glórias<br />

Da devoção popular,<br />

Porque quando o povo aclama<br />

Bota um coração na fama<br />

Pra vida continuar.<br />

O “Poeta Sertanejo”<br />

Foi sábio como um profeta.<br />

Criou bonitos poemas<br />

Pra atingir sua meta:<br />

“O Sol e a Lua” e o gentil<br />

“Aos Sargentos do Brasil”,<br />

Além do “Fala o Poeta”.<br />

Quinze livros de poemas,<br />

Ele escreveu com louvor.<br />

Entre os quais podemos ver:<br />

“Meu Brasil”, “Sertão em Flor”,<br />

“Um Boêmio no Céu”, belo!<br />

“Luar do Sertão”, singelo<br />

Tanto quanto “O Lenhador”.<br />

Compôs também outras músicas<br />

De beleza grandiosa,<br />

Como: “Rasga o Coração”,<br />

“Ao Luar”, “Flor Amorosa”<br />

“Caboca di Caxangá”,<br />

“A Flor do Maracujá”<br />

E o “Luar...”, a mais famosa.<br />

Foi com “O tostão do povo”,<br />

Um movimento bem justo,<br />

Que se conseguiu dinheiro<br />

Para pagar todo o custo<br />

Do desejo do poeta,<br />

Que viu de forma concreta<br />

Inaugurarem seu busto.<br />

Nos últimos dias de vida,<br />

Em seu barracão pacato,<br />

Recebeu velhos amigos,<br />

Como Monteiro Lobato,<br />

Escritores estrangeiros,<br />

Além de outros companheiros<br />

A quem se sentia grato.<br />

Aos oitenta e três anos<br />

Seu coração se rendeu.<br />

A tarde ficou pequena<br />

No dia do enterro seu,<br />

Devido a tanta homenagem<br />

Durante aquela passagem<br />

Que o fim da vida lhe deu.<br />

A Lua mais uma vez<br />

Deixou o céu encantado,<br />

Rasgou nuvens só pra ver<br />

O seu poeta deitado,<br />

Dormindo o sono profundo,<br />

Como quem pedia ao mundo<br />

Pra se enterrar ao seu lado.<br />

Mas “Catullo não morreu”,<br />

Afirmou Mário Quintana,<br />

Apenas “luarizou-se”...<br />

Em uma bela cabana<br />

Construída pela Lua,<br />

Onde a inspiração sua<br />

Continua soberana.<br />

Há muito ainda a se ver<br />

Sobre a obra desse artista<br />

Que soube viver com arte,<br />

Porque a arte conquista,<br />

Transforma, ensina, liberta,<br />

Podendo ser descoberta<br />

Pelo prazer de ser vista.<br />

Zé Adalberto é o nome<br />

artístico de José Adalberto<br />

Ferreira, nascido no sítio Juá,<br />

Município de Itapetim, PE em<br />

25 de junho de 1962; é filho do<br />

casal Odon Ferreira Campos<br />

(Odon Preto) e Maria Xavier<br />

d e S o u z a ( M ã e z i n h a )<br />

s o b r i n h a d o f o l c l ó r i c o<br />

Severino Cassiano Pereira (Biu<br />

Doido).<br />

Foto: Arquivo pessoal<br />

- 18 - www.revistacriticartes.blogspot.com.br

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