Trendbook | Comunicação no centro da mudança
A publicação reúne entrevistas e artigos que abordam a comunicação como pilar para mudar o mundo.
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INOVAR PRA QUÊ? PROPÓSITO, TECNOLOGIA E DESIGN<br />
CLARA BOMFIN CECCHINI<br />
são expressões de um tipo particular de ação que se realiza apenas através <strong>da</strong> interação fértil entre<br />
o huma<strong>no</strong> e a técnica (...) Nesta perspectiva a ação sócio-técnica pode ser defini<strong>da</strong> como uma<br />
ação transorgânica que decorre <strong>da</strong>s condições de hibri<strong>da</strong>ção entre orgânico e i<strong>no</strong>rgânico.” 12<br />
Não há mais uma fronteira clara, na experiência, entre o que é natureza e o que é técnica.<br />
Não estamos mais frontalmente postos “diante <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de”, mas finalmente estamos entendendo<br />
que estamos imersos nela. São sistemas híbridos de técnica e natureza, <strong>no</strong>s quais<br />
somos apenas um dos elementos.<br />
Segundo essa perspectiva, a exponencialização <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des de i<strong>no</strong>vação e o crescimento<br />
<strong>da</strong> interdependência são duas características de <strong>no</strong>sso tempo, indissociáveis e inexoráveis.<br />
https://www.youtube.com/watch?v=lyLWD9zG80c&feature=youtu.be<br />
“As redes digitais exprimem, além de uma <strong>no</strong>va forma comunicativa, um outro tipo de complexi<strong>da</strong>de,<br />
não mais sistêmica, mas interativa e conectiva. Além <strong>da</strong> superação <strong>da</strong> frontali<strong>da</strong>de, a dimensão reticular<br />
tem substituído a concepção ecológica-analógica por uma forma ecológica conectiva, ou seja,<br />
por uma <strong>no</strong>va condição habitativa que se exprime nas <strong>no</strong>vas preocupações ecológicas coletivas.<br />
O processo de digitalização tem produzido uma inédita conexão entre a biodiversi<strong>da</strong>de, os ocea<strong>no</strong>s,<br />
a atmosfera, as geleiras, desenvolvendo uma <strong>no</strong>va sensibili<strong>da</strong>de ecológica e uma cultura <strong>da</strong> interdependência.<br />
(...)<br />
Existem instituições de ensi<strong>no</strong> que se dedicam a esses temas, como a a Singularity University<br />
e a Schumacher College. A Singularity foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Peter Diamandis e Ray Kurzweil,<br />
<strong>no</strong> Vale do Silício, com a missão de “educar, inspirar e empoderar líderes a aplicarem tec<strong>no</strong>logias<br />
exponenciais para solucionar os grandes desafios <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de” 13 . Já a Schumacher<br />
College, <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> Unido, “trabalha para inspirar, desafiar e questionar o ser-huma<strong>no</strong><br />
enquanto co-habitante do mundo, para responder perguntas com as quais todos nós debatemos,<br />
buscar respostas e soluções por meio do conhecimento, <strong>da</strong> intuição e do maravilhamento<br />
(“wonder”)”. 14 Enquanto a Singularity mobiliza recursos <strong>da</strong> fronteira <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia<br />
para a solução dos problemas <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, a Schumacher proporciona uma compreensão<br />
integra<strong>da</strong>, estendendo os estudos <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de a campos como ecologia profun<strong>da</strong>,<br />
física quântica e espirituali<strong>da</strong>de.<br />
O processo de digitalização se transformou em um processo total pondo em rede tudo que existe,<br />
objetos, pessoas, árvores, animais, territórios, constituindo uma quanti<strong>da</strong>de infinita de informações<br />
(big <strong>da</strong>ta) e criando interações que têm desenvolvido uma <strong>no</strong>va condição habitativa e uma<br />
10 11<br />
inédita ecologia transorgânica. (...)”<br />
Di Felice, professor Doutor <strong>da</strong> Escola de Comunicações e Artes <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo,<br />
defende que <strong>no</strong>vos tempos necessitam de uma <strong>no</strong>va semântica e uma <strong>no</strong>va linguagem. Não<br />
temos palavras para <strong>no</strong>mear o que vivemos, e por isso,<br />
muitas vezes, deixamos de enxergar a reali<strong>da</strong>de e li<strong>da</strong>r<br />
com ela. Em um esforço de <strong>no</strong>mear os <strong>no</strong>vos fenôme<strong>no</strong>s,<br />
a palavra “transorgânico” é essencial:<br />
“As perspectivas <strong>da</strong> biotec<strong>no</strong>logia, as práticas dos esportes<br />
radicais, as várias formas de ações hackers, a cultura<br />
dos social games e as diversas formas de net-ativismo<br />
SEGUNDO ESSA PERSPECTIVA,<br />
A EXPONENCIALIZAÇÃO DAS<br />
OPORTUNIDADES DE INOVAÇÃO E O<br />
CRESCIMENTO DA INTERDEPENDÊNCIA<br />
SÃO DUAS CARACTERÍSTICAS DE<br />
NOSSO TEMPO, INDISSOCIÁVEIS E<br />
INEXORÁVEIS.<br />
PT<br />
https://www.youtube.com/watch?v=JB13x1SFcLM<br />
11 http://www.massimodifelice.net/#!redes-digitais/c10ab. 12 di Felice, Massimo. Net-ativismo e ecologia <strong>da</strong> ação em contextos reticulares.<br />
Intercom – Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Estudos Interdisciplinares <strong>da</strong> <strong>Comunicação</strong> XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências <strong>da</strong> <strong>Comunicação</strong> –<br />
Manaus, AM – 4 a 7/9/2013 . http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2013/resumos/R8-1960-1.pdf (grifo <strong>no</strong>sso)<br />
13 http://singularityu.org . 14 https://www.schumachercollege.org.uk/about<br />
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