Trendbook | Comunicação no centro da mudança
A publicação reúne entrevistas e artigos que abordam a comunicação como pilar para mudar o mundo.
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CLARA BOMFIN CECCHINI<br />
A coerência aparece também <strong>no</strong> fato de oferecerem cursos de formação em sua metodologia<br />
para formar “colegas de profissão”: a vinculação ao propósito é tamanha que, em momento<br />
algum, aparece o termo “concorrência”. Além disso, promovem continuamente outras iniciativas<br />
que têm afini<strong>da</strong>de ao propósito <strong>da</strong> Oficina, tais como educação financeira para mulheres,<br />
nutrição e consumo consciente.<br />
O exercício continuado dessa <strong>no</strong>va linguagem <strong>da</strong> abundância e não <strong>da</strong> escassez é muito mais<br />
coerente ao mundo em que vivemos, resultando na aglutinação de pessoas que acompanham<br />
o trabalho “<strong>da</strong>s meninas” há a<strong>no</strong>s, fazem cursos, compram livros, geram <strong>no</strong>vas oportuni<strong>da</strong>des<br />
de negócio. Intuitivamente, foram construindo ao longo dos a<strong>no</strong>s o que Nilofer<br />
Merchant chama de “uma <strong>no</strong>va linguagem para a era <strong>da</strong> colaboração”:<br />
“Enquanto vivemos, trabalhamos e criamos valor <strong>no</strong> século XXI, continuamos usando a linguagem<br />
e os paradigmas do século XX. Honramos a antiga e aceita linguagem <strong>da</strong> captação / captura (“capture”)<br />
de valor, mas desprezamos a <strong>da</strong> criação de valor. Mas a reali<strong>da</strong>de <strong>no</strong>s mostra que esse consumidor<br />
desinformado que aceitava a lógica top-down está <strong>da</strong>ndo lugar a um participante com<br />
voz que se interconecta na criação de valor. Precisamos repensar não só qual é <strong>no</strong>ssa vantagem<br />
competitiva, mas também se o próprio conceito continua se aplicando.<br />
Vamos ter cocriadores desenhando o que iremos construir!<br />
Vamos pedir para comuni<strong>da</strong>des criarem escala!<br />
Então, quando estivermos imersos nesta <strong>no</strong>va linguagem social – com palavras como colaboração,<br />
propósito e comuni<strong>da</strong>de – a criação de valor vai fluir.<br />
Relacionamentos são na era social o que eficiência era na era industrial.<br />
E todos <strong>no</strong>s lembramos qual a base <strong>da</strong> construção de relacionamento, não lembramos?<br />
Confiança.” 20<br />
Essa clareza <strong>da</strong> importância do cui<strong>da</strong>do com os relacionamentos aparece também <strong>no</strong> trabalho<br />
de Thais Moura. Seu método propõe uma concepção integra<strong>da</strong> do corpo e <strong>da</strong> sua relação<br />
com o ambiente, enquanto agente na ci<strong>da</strong>de. Com presença constante nas redes sociais,<br />
preza pela produção de conteúdo original diretamente relacionado ao método ou a causas<br />
complementares, tais como o cicloativismo, o feminismo e o direito à ci<strong>da</strong>de. Com posts de<br />
quali<strong>da</strong>de literária, sua presença traz pílulas de reflexão para seus seguidores. Assim, ela<br />
divulga suas ativi<strong>da</strong>des profissionais, como o atendimento individualizado e a condução de<br />
grupos para prática de ativi<strong>da</strong>de física ao ar livre nas praças de São Paulo.<br />
“Conversa de vestiário.<br />
- quantos a<strong>no</strong>s cê acha que eu tenho?<br />
- cinquenta e poucos<br />
- 72!<br />
- uau, tá super bem, não aparenta<br />
Gente, ter 50 e poucos não é melhor que 72. Não aparentar também não mu<strong>da</strong> na<strong>da</strong>.<br />
Passa um tempo.<br />
- a pessoa tem que ser força<strong>da</strong> a se movimentar. Onde já se viu, não é porque está velha que tem que<br />
fazer só o que quer. Tem que forçar.<br />
*coro de um grupo de mulheres nuas adultas com frio saí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> piscina concor<strong>da</strong>ndo com isso*<br />
20<br />
70 http://www.wired.co.uk/article/we-need-a-new-language-for-the-collaborative-age (a<strong>da</strong>ptado) 71