Trendbook | Comunicação no centro da mudança
A publicação reúne entrevistas e artigos que abordam a comunicação como pilar para mudar o mundo.
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MARCELO VIEIRA<br />
TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS E SOCIAIS<br />
POSSIBILITARAM O SURGIMENTO DE UM<br />
JORNALISMO ATIVISTA<br />
TENDÊNCIA 1: A SUPERAÇÃO DO INTERMEDIÁRIO<br />
A crise <strong>da</strong> comunicação tradicional, em especial do jornalismo clássico, na primeira déca<strong>da</strong><br />
do século 21, ironicamente, atingiu a mais promissora geração de jovens formados pelas<br />
escolas de comunicação até então.<br />
UM NOVO TIPO DE JORNALISMO, MAIS ATIVISTA,<br />
DESCENTRALIZADO E TECNOLÓGICO, QUE<br />
AJUDA A MUDAR COMPLETAMENTE A MANEIRA<br />
COMO O TEXTO JORNALÍSTICO É PRODUZIDO E A<br />
DESLOCAR O SEU PRÓPRIO PAPEL SOCIAL.<br />
Mais viajados, mais tec<strong>no</strong>lógicos, mais fluentes<br />
em outros idiomas, mais socialmente diversos,<br />
os jornalistas do milênio foram resultado do<br />
enriquecimento do Brasil pós-inflação, <strong>da</strong> revolução<br />
tec<strong>no</strong>lógica e de mais de uma déca<strong>da</strong> de<br />
glamorização <strong>da</strong> profissão: durante praticamente<br />
to<strong>da</strong> a déca<strong>da</strong> de 1990 e o início dos a<strong>no</strong>s 2000, os cursos de publici<strong>da</strong>de e jornalismo estavam<br />
entre os mais concorridos <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des brasileiras, inclusive as de ponta.<br />
Ao mesmo tempo, essa geração foi potencializa<strong>da</strong> pelas mu<strong>da</strong>nças tec<strong>no</strong>lógicas, políticas<br />
e sociais ocorri<strong>da</strong>s na socie<strong>da</strong>de brasileira neste início de século. O encontro de vetores de<br />
mu<strong>da</strong>nça tão fortes resultou <strong>no</strong> surgimento de um <strong>no</strong>vo tipo de jornalismo, mais ativista,<br />
descentralizado e tec<strong>no</strong>lógico, que aju<strong>da</strong> a mu<strong>da</strong>r completamente a maneira como o texto<br />
jornalístico é produzido e a deslocar o seu próprio papel social.<br />
Neste capítulo, vamos conhecer seis tendências que contribuem para desenhar esse cenário<br />
e exemplos de iniciativas que aju<strong>da</strong>m a construir e crescem nesse momento de transformação.<br />
Para <strong>no</strong>s aju<strong>da</strong>r na compreensão desse processo, contamos ao final do capítulo com<br />
uma entrevista do professor e ativista Fábio Malini, coordenador do Laboratório de estudos<br />
sobre Internet e Cultura <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Espírito Santo.<br />
O surgimento dos <strong>no</strong>vos narradores e formatos de jornalismo tem em junho de 2013 um<br />
ponto central. O protagonismo obtido por esses movimentos sociais empodera também<br />
os produtores de informação, que se apropriam <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de narrar, superando a<br />
cultura <strong>da</strong> intermediação.<br />
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