PUBLICACAO_GENERO_FINAL
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²Termo utilizado para designar pessoas cuja a<br />
identidade de gênero coincide com o sexo biológico.<br />
pessoa, tornando-se dimensão diferente também da orientação sexual, esta sim<br />
relacionada a sexualidade. Assim, pessoas transexuais podem ser heterossexuais,<br />
lésbicas, gays ou bissexuais, tanto quanto as pessoas cisgênero².<br />
A emergência desses novos sujeitos políticos (lésbicas, gays, bissexuais, travestis<br />
e transexuais) nos serviços públicos traz importantes questões para o debate, de<br />
modo que precisamos tornar dizíveis o preconceito e os estereótipos reproduzidos<br />
nesses espaços para que possamos avançar rumo à equidade. O preconceito pode<br />
ser tido como um mecanismo de manutenção da hierarquização entre grupos<br />
sociais e da legitimação da inferiorização social, o que, por si só, já revela seu<br />
estado de violência. Vemos os serviços públicos da rede de garantia de direitos da<br />
criança e do adolescente como instituições políticas e não apenas como técnico<br />
-educativas, desse modo esses serviços devem se colocar nos espaços públicos<br />
como espaços de discussão acerca das diferenças. Esses espaços são instituições<br />
da política e não instituições da moral. Assim, as práticas que moralizam os<br />
comportamentos, as quais estão muitas vezes presentes nesses espaços, devem<br />
ser problematizadas a fim de que possamos superá-las.<br />
Nas escolas, por exemplo, há um processo de expulsão e não de evasão dos<br />
alunos LGBT (Bento, 2011). É importante diferenciar esses dois termos, pois,<br />
ao apontar com maior precisão as causas que levam crianças e adolescentes<br />
a não frequentarem o espaço escolar, haverá como enfrentar com eficácia<br />
os dilemas que constituem o cotidiano escolar, entre eles, a intolerância<br />
alimentada pela homofobia.<br />
Bento (2011) nos apresenta alguns relatos acerca da experiência escolar<br />
feitos por transexuais: