PUBLICACAO_GENERO_FINAL
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²A ideia é que os sujeitos também tenham agência e<br />
possam interferir nas estruturas e que o movimento<br />
não seja somente da estrutura para o indíviduo.<br />
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como parâmetro para todas as outras pessoas, afinal, há tantas formas de viver<br />
quanto há pessoas neste mundo...<br />
Assim sendo, além de uma mudança individual também apostamos em ações<br />
coletivas como forma de intervenção e transformação das estruturas sociais². São<br />
necessárias discussões e reflexões acerca das construções culturais para que os<br />
conflitos não fiquem individualizados de modo a esconder as dimensões sociais<br />
que estão atravessando a referida situação.<br />
Diariamente, milhares de mulheres são violentadas – das mais diversas formas –<br />
em nosso país; cotidianamente, a população LGBT sofre diferentes consequências<br />
por não se enquadrar nos padrões heteronormativos; todos os dias, meninos<br />
e meninas (mesmo que heterossexuais) são vítimas de preconceitos por terem<br />
atitudes e gostos que não condizem com o que a sociedade entende como<br />
adequado para o seu gênero. É preciso ter cuidado para não tratar cada caso<br />
desses como algo isolado e entender que cada uma dessas situações está<br />
situada numa estrutura social definida.<br />
Desse modo, o processo restaurativo deve abrigar um duplo movimento:<br />
entender a situação específica, detectar sentimentos e, necessidades dos/<br />
as envolvidos/as a fim de que possa ser construída uma atitude empática e<br />
ao mesmo tempo, o/a facilitador/a e o/a cofacilitador/a devem estar atentos<br />
para as dimensões estruturais e culturais presentes na situação para que<br />
essas reflexões sobre a sociedade como um todo também possam vir à<br />
tona, de modo a escancarar preconceitos, estereótipos e violências que são<br />
naturalizadas em nosso cotidiano.