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GAZETA DIARIO 288

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Foz do Iguaçu, segunda-feira, 22 de maio de 2017<br />

INVESTIMENTO<br />

Região<br />

11<br />

Banco do Brasil vai liberar R$ 1 bilhão em<br />

crédito para projetos de Agro Energia no oeste<br />

Só na cadeia produtiva de suíno, o financiamento pode ajudar a dois mil produtores da região<br />

DI Itaipu<br />

Reportagem<br />

Alexandre Marchetti / Itaipu<br />

Fotografias<br />

O Banco do Brasil deve investir<br />

nos próximos anos até<br />

R$ 1 bilhão na região do oeste<br />

paranaense, em linhas de financiamento<br />

voltadas à produção<br />

de energia a partir da biomassa.<br />

O Programa Agro Energia<br />

foi lançado em uma solenidade<br />

no Espaço Milton Santos,<br />

no Parque Tecnológico Itaipu,<br />

em Foz do Iguaçu. Voltado, na<br />

região, ao biogás, o programa<br />

conta com a parceria da Itaipu<br />

Binacional e do Centro Internacional<br />

de Energias Renováveis<br />

- Biogás (CIBiogás), entre<br />

outros.<br />

"Já existe, aqui na região,<br />

um elo produtivo identificado<br />

e mapeado. O trabalho que a<br />

Itaipu e o CBIogás vêm fazendo<br />

facilita nosso acesso aos<br />

produtores de forma mais organizada",<br />

resume o diretor de<br />

Agronegócios do Banco do Brasil,<br />

Marco Túlio Moraes da<br />

Costa. Em abril, o mesmo programa,<br />

mas voltado especificamente<br />

aos projetos fotovoltaicos,<br />

já havia sido lançado em<br />

Rio Verde (GO). "A Itaipu faz<br />

um trabalho de sustentabilidade<br />

na região e o Banco do Brasil<br />

só vem para apoiar esta iniciativa",<br />

reforça.<br />

Para o superintendente de<br />

Energias Renováveis da Itaipu,<br />

Paulo Schmidt, a empresa já<br />

tem atuado na preservação dos<br />

recursos hídricos e destinação<br />

correta dos resíduos. Agora, é<br />

um segundo momento. "Temos<br />

a possibilidade de gerar ganhos<br />

aos produtores rurais, especialmente<br />

nas cadeias de proteína<br />

animal. Mas se não tivermos<br />

incentivos, isso pode não acontecer",<br />

afirma. Ele lembra a parceria<br />

entre Itaipu e Copel, por<br />

meio do Programa Mais Clique<br />

Rural, que tem o objetivo de<br />

modernizar a distribuição de<br />

energia e internet no meio rural.<br />

As linhas de crédito serão<br />

usadas para a instalação dos<br />

biodigestores, compra dos geradores<br />

e integração da propriedade<br />

agrícola à rede elétrica. Os<br />

juros subsidiados variam de<br />

2,5% a 8,5% ao ano, dependendo<br />

do tamanho da propriedade.<br />

Estima-se que o retorno do investimento<br />

aconteça em no<br />

máximo cinco anos. O valor<br />

investido na região vai depender<br />

dos projetos que chegarem<br />

ao Banco do Brasil.<br />

Durante a solenidade, a<br />

Cooperativa LAR assinou um<br />

memorando de intenções para<br />

levar o financiamento do Banco<br />

do Brasil aos seus associados.<br />

O CBIogás e a Itaipu Binacional<br />

também assinaram o<br />

documento.<br />

Pioneirismo regional<br />

A criação da linha de crédito<br />

do Banco do Brasil tem origem<br />

em uma demanda levantada<br />

pela Câmara Técnica de<br />

Energias Renováveis do Programa<br />

Oeste em Desenvolvimento,<br />

do qual Itaipu e CBIogás<br />

Lançamento do Programa Agro Energia no Espaço Milton Santos, do PTI<br />

fazem parte. "Vimos que o principal<br />

gargalo era a falta de um<br />

financiamento para tocar os<br />

projetos. Então, tivemos uma<br />

reunião com o Banco do Brasil<br />

sobre a possibilidade de ampliar<br />

o financiamento e encarar<br />

os projetos de biogás como<br />

um negócio", explica o diretorpresidente<br />

do CIBiogás, Rodrigo<br />

Régis.<br />

De acordo com ele, a região<br />

Oeste do Paraná tem um enorme<br />

potencial na área de agroenergia.<br />

Só na suinocultura, há<br />

mais de dois mil produtores<br />

com potencial de criação de<br />

usinas geradoras de energia<br />

elétrica a partir da biomassa.<br />

O retorno do produtor, caso<br />

ele faça uma unidade geradora<br />

com recursos próprios, é da<br />

ordem de 18%. Se a criação do<br />

empreendimento for subsidiada<br />

por financiamentos como o<br />

do Banco do Brasil, o retorno<br />

sobe para 24%. O tempo de recuperação<br />

do investimento cai<br />

de cinco para três anos.<br />

Além disso, completa Régis,<br />

há uma perspectiva do aumento<br />

de produtividade na já pujante<br />

região oeste do Paraná.<br />

"Um produtor que quer aumentar<br />

o número de cabeças de<br />

gado, por exemplo, precisa resolver<br />

a questão dos dejetos<br />

para conseguir as licenças ambientais.<br />

Hoje, vai ter produtor<br />

que subirá de 500 para 2<br />

mil cabeças porque poderá dar<br />

fim aos dejetos, obedecer às leis<br />

ambientais e criar renda", conta.<br />

"Nós temos que aproveitar<br />

este momento, sermos assertivos<br />

e agirmos rápido. Já foi feito<br />

um mapeamento na região,<br />

agora precisamos mostrar aos<br />

produtores que este é um negócio<br />

viável", afirma Régis. E completa:<br />

"Investir nesta tecnologia<br />

não é só produzir energia, mas<br />

fazer o saneamento ambiental.<br />

Livrar-se de um passivo e gerar<br />

outra fonte de renda."<br />

Segundo um levantamento<br />

feito pela Federação das Indústrias<br />

do Estado de São Paulo<br />

(FIESP), o agronegócio responde<br />

por 46% das exportações do<br />

Brasil e por 25% do Produto<br />

Interno Bruto (PIB) do País.<br />

No Sul do País, o setor é responsável<br />

por 70% das exportações<br />

e 35% das riquezas. O<br />

agronegócio é um dos maiores<br />

demandantes de energia elétrica<br />

para sue funcionamento.<br />

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