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06 Opinião<br />
Foz do Iguaçu, sexta-feira, 26 de maio de 2017<br />
Manifestação<br />
Não tem jeito, o Corvo vai dar pitacos<br />
na baderna. A CUT diz que levou 200<br />
mil pessoas até a Esplanada dos Ministérios<br />
para manifestar contra a permanência<br />
do presidente Michel Temer. A<br />
Polícia Militar disse que o número não<br />
superou os 45 mil manifestantes. A Força<br />
Sindical teria pago pela realização do<br />
evento. E no que isso deu? Deu numa<br />
baderna sem precedentes.<br />
Solicitação<br />
Quem solicitou o Exército no reforço<br />
da segurança? Foi um pedido do governo<br />
e por tabela do deputado Rodrigo<br />
Maia (presidente da Câmara). Um disse<br />
que pediu a Força Nacional, mas o outro<br />
(Temer) baixou decreto convocando as<br />
Forças Armadas. Parte da Câmara dos<br />
Deputados se revoltou com o pedido. O<br />
engraçado é ouvir de um deputado da<br />
oposição, que pedir a ajuda do Exército<br />
é criar um "Estado de Exceção". A PM<br />
mostrou que não tem condições de dominar<br />
a situação. E a Força Nacional<br />
existe para qual finalidade?<br />
Desespero<br />
Dizer que aquelas pessoas que depredaram<br />
os ministérios são manifestantes<br />
é muito para a cabeça deste Corvo.<br />
Que barbaridade! São baderneiros,<br />
depredadores e ainda por cima ladrões,<br />
pois surrupiaram equipamentos e pertences<br />
pessoais dos servidores. Aliás,<br />
diga-se, os servidores foram hostilizados<br />
e ameaçados. O que eles têm com isso?<br />
Dá uma tristeza ver cenas como as de<br />
quarta-feira. O Brasil não merece. E o Dr.<br />
Temer, que tanto diz ter combatido a ditadura<br />
militar, é quem chama os milicos<br />
para defendê-lo. Ironia desse destino<br />
cruel.<br />
Sai Temer<br />
Se o Corvo fosse o presidente Temer<br />
já teria enfiado o rabo entre as pernas e<br />
pedido para sair. E se isso acontecer, ele<br />
pode preparar os profissionais do seu<br />
escritório, porque precisará de muitos advogados.<br />
Cairá na mesma vala de Dilma,<br />
Lula, Eduardo Cunha, dentre outras estrelas<br />
desta República quebrada pela<br />
ladroagem.<br />
Arrependimento<br />
Há quem demonstre um desapontamento<br />
tão grande com Michel Temer, que<br />
não dorme com crises de consciência por<br />
ter votado no impeachment de Dilma<br />
Rousseff. Segundo uma fonte, os prejuízos<br />
causados pela crise são cem vezes<br />
maiores que a soma da corrupção. Por esta<br />
ótica dá para parodiar o técnico Parreira,<br />
em sistema democrático, a corrupção é<br />
apenas um detalhe. Cadeia neles!<br />
R<br />
Fogaréu<br />
O trânsito parou na<br />
Avenida Paraná e muita<br />
gente achou que a fila de<br />
carros era causada pela<br />
paralisação dos aduaneiros.<br />
Nada disso, foi um<br />
veículo que pegou fogo em<br />
plena via, nas proximidades<br />
do viaduto Zé Richa.<br />
Um Corvinho passava<br />
pelo local no exato momento<br />
e fez o registro. Prezados<br />
leitores, quando<br />
possuíres fotos semelhantes<br />
ou de situações inusitadas,<br />
por favor, enviem<br />
para a nossa coluna.<br />
PEC das "Eleições<br />
Diretas"<br />
A oposição quer aprovar o pleito eleitoral<br />
emergencial porque é uma forma de<br />
eleger Luiz Inácio Lula da Silva instantaneamente.<br />
Se ele não for impedido e sair<br />
candidato, será um abraço no gaiteiro. Por<br />
incrível que possa parecer, segundo um<br />
deputado disse ontem a este Corvo, há<br />
uma penca de políticos no Congresso<br />
Nacional, da situação, virando a casaca.<br />
Isso quer dizer que a PEC das eleições<br />
pode passar.<br />
Evacuação da<br />
Cracolândia<br />
Foi "evacuação" e não "desocupação".<br />
A chamada "cracolândia" de São<br />
Paulo deixou um local e já se instalou em<br />
outro. Mas a discussão é sobre a maneira<br />
com que milhares de pessoas foram<br />
retiradas das ocupações, totalmente irregulares.<br />
Os comerciantes e proprietários<br />
de imóveis foram aos poucos e literalmente<br />
expulsos pelos viciados.<br />
Liberação<br />
Pois então, dá para ter ideia do que<br />
seria a "legalização" das drogas no país:<br />
se com a proibição o tráfico atua livremente<br />
e sem controle, imagina o Brasil<br />
Cracolândia que existirá com as pessoas<br />
comprando drogas à vontade? Tudo bem,<br />
a questão é bem mais profunda, cheia de<br />
discussões sociais, afinal de contas, o que<br />
leva uma pessoa a usar crack? O prefeito<br />
João Dória quer impor o tratamento, mas<br />
a Justiça não deixou, muito menos os grupos<br />
de Direitos Humanos.<br />
O documento do delator<br />
O ex-presidente da Câmara Fernando Duso<br />
põe dúvida num documento que faz parte dos<br />
autos do maior imbróglio sobre supostos atos<br />
de corrupção em Foz e que foi entregue pelo<br />
também ex-presidente Carlos Budel. Antes eles<br />
eram amigos, unidos por um laço político muito<br />
consistente, do tipo criador e criatura. Agora a<br />
amizade acabou.<br />
Corvo orelhudo<br />
Para começo de conversa, não se trata de<br />
um bilhete, como este Corvo escreveu na nota<br />
intitulada "Artimanha", na edição de ontem. São<br />
"anotações". E as anotações originais estão inclusive<br />
acauteladas em cofre do MPF - Ministério<br />
Público Federal. Outra coisa, e isso é de<br />
certa forma uma bomba jornalística: as anotações<br />
não foram entregues aos procuradores<br />
pelo irmão de Budel, como se espalhou pela<br />
cidade, e sim pelo seu advogado, no caso, o dr.<br />
Oswaldo Loureiro. Mais uma coisa, os Corvos<br />
normalmente escrevem que o juiz pede, pediu,<br />
solicitou isso ou aquilo. Está errado. Juiz "ordena",<br />
manda, é daí que vem a palavra "mandado".<br />
Verdadeiro ou falso?<br />
E o documento? Será que Budel, na aflição<br />
de sua defesa, iria inventar um documento para<br />
se livrar? É o que o pedido de perícia gerou<br />
perante a opinião pública. Em verdade, o advogado<br />
primeiro levou uma cópia aos procuradores<br />
e depois o original. Essas dúvidas surgem,<br />
caros leitores, depois que a espada da<br />
Justiça se encrava entre os atos suspeitos e<br />
que colocam em risco o esforço da sociedade.<br />
Em condições assim amores terminam, longas<br />
amizades acabam, a defesa de uns é traição<br />
para outros e é aí que o bicho pega!<br />
A vida na terrinha<br />
São muitas as cartas para o Corvo tratando das ocorrências em Brasília. Se<br />
tudo o que é enviado fosse publicado, a coluna perderia a essência cotidiana<br />
local. Mas vamos tocando a vida, porque Foz não é muito diferente de<br />
Brasília em matéria de encrencas sobre corrupção.<br />
Independentemente...<br />
...do documento, ou "anotações", esse<br />
objeto que faz parte da delação de Budel<br />
é apenas uma peça, segundo informações,<br />
das muitas que sustentam a tese de<br />
"mensalinho" na inglória gestão passada.<br />
Ou alguém acredita que aquele monte de<br />
vereadores iria parar na cadeia por causa<br />
de um papel apenas? E assim segue a<br />
vida, na batalha entre acusadores e defensores.<br />
A única coisa que não se apaga<br />
é a memória do Corvo.<br />
Budel e Fernando Duso<br />
Todo mundo lembra de um tempo em<br />
que o Budel era o bam-bam-bam da política<br />
local; deitava e rolava na presidência<br />
do Legislativo. Quando Paulo Mac Donald<br />
era o prefeito, então, a queda de braço<br />
atingiu patamares inimagináveis. Paulo<br />
sofreu para governar, pois a saia era muito<br />
justa, se dependesse da Câmara. Foi aí<br />
que nasceu a rivalidade entre o ex-prefeito<br />
e Budel. Pois bem, naquele tempo, o<br />
diretor-geral do Legislativo era Fernando<br />
Duso, recebendo inclusive um<br />
supersalário. Do nada, o moço surgiu no<br />
cenário político.<br />
Fernando Duso e Budel<br />
E o Fernando Duso disse para várias<br />
pessoas que gostava da política e que<br />
estava na Câmara para aprender mais<br />
sobre o segmento. Queria fazer carreira.<br />
Também não escondia que o seu padrinho<br />
e iniciador era Carlos Budel, a quem<br />
devia muito pelas boas lições de aprendizado.<br />
Mais adiante, Duso enfrentou eleições<br />
e graças ao aprendizado, lições de<br />
seu grande mestre e inspirador, tornou-se<br />
habilmente - de cara - o presidente do<br />
Legislativo. Claro, manteve a cordialidade<br />
e a forte amizade com o professor<br />
Budel. Seguiram juntos na empreitada, inclusive<br />
ficaram detidos no mesmo presídio.<br />
E agora, o que será que deu errado?<br />
Suspeita<br />
Segundo uma informação e de fonte<br />
segura, um documento versa sobre uma<br />
suposta ação de estarem atrapalhando as<br />
investigações. Se isso for verdade, é bem<br />
provável que a carceragem da Polícia<br />
Federal volte a ser ocupada por ilustres.<br />
De bastidores<br />
Alguém teria comparecido em audiência<br />
e antes, no caminho, pediu ao advogado<br />
todas as garantias de que não seria preso<br />
no transcorrer dos trabalhos. O advogado<br />
teria dito: "fica calmo que isso é uma situação<br />
muito remota nesta fase, a não ser que<br />
possuam algo que a gente não saiba". A<br />
frase acabou causando mais desespero ainda.<br />
Por outro lado, corre pelos bastidores,<br />
que não faltou vontade para esse temor se<br />
concretizar. A lei falou mais alto.