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GAZETA DIARIO 292

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06 Opinião<br />

Foz do Iguaçu, sexta-feira, 26 de maio de 2017<br />

Manifestação<br />

Não tem jeito, o Corvo vai dar pitacos<br />

na baderna. A CUT diz que levou 200<br />

mil pessoas até a Esplanada dos Ministérios<br />

para manifestar contra a permanência<br />

do presidente Michel Temer. A<br />

Polícia Militar disse que o número não<br />

superou os 45 mil manifestantes. A Força<br />

Sindical teria pago pela realização do<br />

evento. E no que isso deu? Deu numa<br />

baderna sem precedentes.<br />

Solicitação<br />

Quem solicitou o Exército no reforço<br />

da segurança? Foi um pedido do governo<br />

e por tabela do deputado Rodrigo<br />

Maia (presidente da Câmara). Um disse<br />

que pediu a Força Nacional, mas o outro<br />

(Temer) baixou decreto convocando as<br />

Forças Armadas. Parte da Câmara dos<br />

Deputados se revoltou com o pedido. O<br />

engraçado é ouvir de um deputado da<br />

oposição, que pedir a ajuda do Exército<br />

é criar um "Estado de Exceção". A PM<br />

mostrou que não tem condições de dominar<br />

a situação. E a Força Nacional<br />

existe para qual finalidade?<br />

Desespero<br />

Dizer que aquelas pessoas que depredaram<br />

os ministérios são manifestantes<br />

é muito para a cabeça deste Corvo.<br />

Que barbaridade! São baderneiros,<br />

depredadores e ainda por cima ladrões,<br />

pois surrupiaram equipamentos e pertences<br />

pessoais dos servidores. Aliás,<br />

diga-se, os servidores foram hostilizados<br />

e ameaçados. O que eles têm com isso?<br />

Dá uma tristeza ver cenas como as de<br />

quarta-feira. O Brasil não merece. E o Dr.<br />

Temer, que tanto diz ter combatido a ditadura<br />

militar, é quem chama os milicos<br />

para defendê-lo. Ironia desse destino<br />

cruel.<br />

Sai Temer<br />

Se o Corvo fosse o presidente Temer<br />

já teria enfiado o rabo entre as pernas e<br />

pedido para sair. E se isso acontecer, ele<br />

pode preparar os profissionais do seu<br />

escritório, porque precisará de muitos advogados.<br />

Cairá na mesma vala de Dilma,<br />

Lula, Eduardo Cunha, dentre outras estrelas<br />

desta República quebrada pela<br />

ladroagem.<br />

Arrependimento<br />

Há quem demonstre um desapontamento<br />

tão grande com Michel Temer, que<br />

não dorme com crises de consciência por<br />

ter votado no impeachment de Dilma<br />

Rousseff. Segundo uma fonte, os prejuízos<br />

causados pela crise são cem vezes<br />

maiores que a soma da corrupção. Por esta<br />

ótica dá para parodiar o técnico Parreira,<br />

em sistema democrático, a corrupção é<br />

apenas um detalhe. Cadeia neles!<br />

R<br />

Fogaréu<br />

O trânsito parou na<br />

Avenida Paraná e muita<br />

gente achou que a fila de<br />

carros era causada pela<br />

paralisação dos aduaneiros.<br />

Nada disso, foi um<br />

veículo que pegou fogo em<br />

plena via, nas proximidades<br />

do viaduto Zé Richa.<br />

Um Corvinho passava<br />

pelo local no exato momento<br />

e fez o registro. Prezados<br />

leitores, quando<br />

possuíres fotos semelhantes<br />

ou de situações inusitadas,<br />

por favor, enviem<br />

para a nossa coluna.<br />

PEC das "Eleições<br />

Diretas"<br />

A oposição quer aprovar o pleito eleitoral<br />

emergencial porque é uma forma de<br />

eleger Luiz Inácio Lula da Silva instantaneamente.<br />

Se ele não for impedido e sair<br />

candidato, será um abraço no gaiteiro. Por<br />

incrível que possa parecer, segundo um<br />

deputado disse ontem a este Corvo, há<br />

uma penca de políticos no Congresso<br />

Nacional, da situação, virando a casaca.<br />

Isso quer dizer que a PEC das eleições<br />

pode passar.<br />

Evacuação da<br />

Cracolândia<br />

Foi "evacuação" e não "desocupação".<br />

A chamada "cracolândia" de São<br />

Paulo deixou um local e já se instalou em<br />

outro. Mas a discussão é sobre a maneira<br />

com que milhares de pessoas foram<br />

retiradas das ocupações, totalmente irregulares.<br />

Os comerciantes e proprietários<br />

de imóveis foram aos poucos e literalmente<br />

expulsos pelos viciados.<br />

Liberação<br />

Pois então, dá para ter ideia do que<br />

seria a "legalização" das drogas no país:<br />

se com a proibição o tráfico atua livremente<br />

e sem controle, imagina o Brasil<br />

Cracolândia que existirá com as pessoas<br />

comprando drogas à vontade? Tudo bem,<br />

a questão é bem mais profunda, cheia de<br />

discussões sociais, afinal de contas, o que<br />

leva uma pessoa a usar crack? O prefeito<br />

João Dória quer impor o tratamento, mas<br />

a Justiça não deixou, muito menos os grupos<br />

de Direitos Humanos.<br />

O documento do delator<br />

O ex-presidente da Câmara Fernando Duso<br />

põe dúvida num documento que faz parte dos<br />

autos do maior imbróglio sobre supostos atos<br />

de corrupção em Foz e que foi entregue pelo<br />

também ex-presidente Carlos Budel. Antes eles<br />

eram amigos, unidos por um laço político muito<br />

consistente, do tipo criador e criatura. Agora a<br />

amizade acabou.<br />

Corvo orelhudo<br />

Para começo de conversa, não se trata de<br />

um bilhete, como este Corvo escreveu na nota<br />

intitulada "Artimanha", na edição de ontem. São<br />

"anotações". E as anotações originais estão inclusive<br />

acauteladas em cofre do MPF - Ministério<br />

Público Federal. Outra coisa, e isso é de<br />

certa forma uma bomba jornalística: as anotações<br />

não foram entregues aos procuradores<br />

pelo irmão de Budel, como se espalhou pela<br />

cidade, e sim pelo seu advogado, no caso, o dr.<br />

Oswaldo Loureiro. Mais uma coisa, os Corvos<br />

normalmente escrevem que o juiz pede, pediu,<br />

solicitou isso ou aquilo. Está errado. Juiz "ordena",<br />

manda, é daí que vem a palavra "mandado".<br />

Verdadeiro ou falso?<br />

E o documento? Será que Budel, na aflição<br />

de sua defesa, iria inventar um documento para<br />

se livrar? É o que o pedido de perícia gerou<br />

perante a opinião pública. Em verdade, o advogado<br />

primeiro levou uma cópia aos procuradores<br />

e depois o original. Essas dúvidas surgem,<br />

caros leitores, depois que a espada da<br />

Justiça se encrava entre os atos suspeitos e<br />

que colocam em risco o esforço da sociedade.<br />

Em condições assim amores terminam, longas<br />

amizades acabam, a defesa de uns é traição<br />

para outros e é aí que o bicho pega!<br />

A vida na terrinha<br />

São muitas as cartas para o Corvo tratando das ocorrências em Brasília. Se<br />

tudo o que é enviado fosse publicado, a coluna perderia a essência cotidiana<br />

local. Mas vamos tocando a vida, porque Foz não é muito diferente de<br />

Brasília em matéria de encrencas sobre corrupção.<br />

Independentemente...<br />

...do documento, ou "anotações", esse<br />

objeto que faz parte da delação de Budel<br />

é apenas uma peça, segundo informações,<br />

das muitas que sustentam a tese de<br />

"mensalinho" na inglória gestão passada.<br />

Ou alguém acredita que aquele monte de<br />

vereadores iria parar na cadeia por causa<br />

de um papel apenas? E assim segue a<br />

vida, na batalha entre acusadores e defensores.<br />

A única coisa que não se apaga<br />

é a memória do Corvo.<br />

Budel e Fernando Duso<br />

Todo mundo lembra de um tempo em<br />

que o Budel era o bam-bam-bam da política<br />

local; deitava e rolava na presidência<br />

do Legislativo. Quando Paulo Mac Donald<br />

era o prefeito, então, a queda de braço<br />

atingiu patamares inimagináveis. Paulo<br />

sofreu para governar, pois a saia era muito<br />

justa, se dependesse da Câmara. Foi aí<br />

que nasceu a rivalidade entre o ex-prefeito<br />

e Budel. Pois bem, naquele tempo, o<br />

diretor-geral do Legislativo era Fernando<br />

Duso, recebendo inclusive um<br />

supersalário. Do nada, o moço surgiu no<br />

cenário político.<br />

Fernando Duso e Budel<br />

E o Fernando Duso disse para várias<br />

pessoas que gostava da política e que<br />

estava na Câmara para aprender mais<br />

sobre o segmento. Queria fazer carreira.<br />

Também não escondia que o seu padrinho<br />

e iniciador era Carlos Budel, a quem<br />

devia muito pelas boas lições de aprendizado.<br />

Mais adiante, Duso enfrentou eleições<br />

e graças ao aprendizado, lições de<br />

seu grande mestre e inspirador, tornou-se<br />

habilmente - de cara - o presidente do<br />

Legislativo. Claro, manteve a cordialidade<br />

e a forte amizade com o professor<br />

Budel. Seguiram juntos na empreitada, inclusive<br />

ficaram detidos no mesmo presídio.<br />

E agora, o que será que deu errado?<br />

Suspeita<br />

Segundo uma informação e de fonte<br />

segura, um documento versa sobre uma<br />

suposta ação de estarem atrapalhando as<br />

investigações. Se isso for verdade, é bem<br />

provável que a carceragem da Polícia<br />

Federal volte a ser ocupada por ilustres.<br />

De bastidores<br />

Alguém teria comparecido em audiência<br />

e antes, no caminho, pediu ao advogado<br />

todas as garantias de que não seria preso<br />

no transcorrer dos trabalhos. O advogado<br />

teria dito: "fica calmo que isso é uma situação<br />

muito remota nesta fase, a não ser que<br />

possuam algo que a gente não saiba". A<br />

frase acabou causando mais desespero ainda.<br />

Por outro lado, corre pelos bastidores,<br />

que não faltou vontade para esse temor se<br />

concretizar. A lei falou mais alto.

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