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Boletim Setcepar

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ESPECIAL<br />

Reforma trabalhista garante segurança<br />

para empresas e trabalhadores<br />

A nova lei trabalhista será menos<br />

hostil com empresários. Esta é a<br />

afirmação de Marlos Melek, juiz de<br />

carreira do TRT, que desde dezembro<br />

atua na comissão da Câmara<br />

Federal encarregada de elaborar o<br />

relatório da reforma trabalhista,<br />

assinado pelo deputado Rogério<br />

Marinho. O conteúdo do relatório,<br />

que já foi aprovado pela Câmara e<br />

agora segue para o Senado, foi o<br />

principal tema da palestra de Melek<br />

no <strong>Setcepar</strong>, para uma plateia de<br />

empresários e técnicos do TRC paranaense.<br />

Embora o texto da reforma seja alvo<br />

de polêmicas e críticas, especialmente<br />

entre sindicatos e o próprio Ministério<br />

Público do Trabalho, Melek<br />

entusiasmou os presentes ao destacar<br />

que o relatório contém cerca de<br />

uma centena de modificações na<br />

legislação trabalhista, que reduzem a<br />

interferência do Estado e da Justiça<br />

na relação patrão/empregado.<br />

Para o juiz, a legislação precisa ser<br />

menos hostil com os empreendedores,<br />

especialmente micro e pequenos<br />

empresários. "Nós temos um estudo<br />

do Instituto de Pesquisa Econômica<br />

Aplicada (Ipea) que mostra que 70%<br />

das empresas brasileiras têm até 15<br />

empregados. As pequenas e microempresas<br />

geram a força de trabalho<br />

que move essa grande roda que é<br />

Brasil. Por isso, nós temos que prestigiar<br />

essas pessoas que colocam em<br />

risco o seu patrimônio todos os dias<br />

para gerar emprego, oportunidade e<br />

renda no Brasil. Nós precisamos<br />

atrair capital interno e externo para<br />

voltarmos a prosperar”, acredita.<br />

“A empresa passa a ser<br />

protegida também por atos<br />

ilícitos de funcionários que<br />

violem sua honra e<br />

imagem.” Marlos Melek<br />

Melek lembrou que a legislação<br />

trabalhista teve origem nos anos<br />

1940, em plena ditadura Getúlio<br />

Vargas. Por isso, a reforma deve ser<br />

objeto de grande debate em busca<br />

de modernização e atualização. “A<br />

cada 20 processos que chegam à<br />

Justiça, sete são trabalhistas, em<br />

grande parte resultantes de erros<br />

cometidos pela precariedade do<br />

conhecimento da legislação”, diz. O<br />

projeto de reforma contempla itens<br />

como a flexibilização de jornada, a<br />

ampliação do período para contratação<br />

temporária e a definição de que<br />

acordos coletivos de trabalho definidos<br />

entre as empresas e os representantes<br />

dos trabalhadores poderão<br />

se sobrepor à CLT. Melek também<br />

explicou que a reforma garante<br />

segurança jurídica maior para pequenos,<br />

médios e grandes empresários.<br />

“A empresa passa a ser protegida<br />

também por atos ilícitos de funcionários<br />

que violem sua honra e imagem”,<br />

explica.<br />

Ações trabalhistas<br />

Além da reforma trabalhista, o juiz<br />

Marlos Melek apresentou seu livro<br />

“Trabalhista, e agora? Onde as<br />

empresas mais erram”, escrito sem o<br />

uso do “juridiquês”, com a finalidade<br />

de orientar os empresários a evitar<br />

armadilhas que possam dar causa a<br />

ações trabalhistas. Melek evita usar<br />

citações de súmulas, OJs e jurisprudência,<br />

e as dicas tomam como base<br />

o entendimento predominante nos<br />

principais tribunais. “Escrevi o livro<br />

com cabeça de juiz e coração de<br />

empresário. Atualmente os empresários<br />

sofrem ações trabalhistas por<br />

erros na administração das horas<br />

extras, sistema de compensação de<br />

horas, assédio moral e sexual, rescisão<br />

do contrato de trabalho, além de<br />

pequenas armadilhas ocultas na<br />

legislação que acabam gerando<br />

grandes condenações", explicou.<br />

4 | BOLETIM SETCEPAR

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