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Revista Junho 04 final

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Iinicialmente uma devoção dominicana,<br />

a partir do século XVI, o Rosário passa a<br />

ser um dos principais meios de conquista<br />

e conversão para com os chamados gentios.<br />

Esse destaque que a devoção do<br />

Rosário toma dentro das ordens missionárias<br />

pode explicar, em um primeiro<br />

momento, o sucesso alcançado por esta<br />

invocação entre os convertidos. Mais<br />

tarde os africanos colonizados e descendentes<br />

parecem ter encontrado nas<br />

irmandades dedicadas à Nossa Senhora<br />

do Rosário um espaço próprio, reservado<br />

a seu povo. As irmandades foram um<br />

fenômeno típico do século XVIII e tiveram<br />

especial abrangência no território<br />

mineiro, tendo em vista a proibição das<br />

Ordens Religiosas no território. Instituídas<br />

nas matrizes, com seus santos<br />

padroeiros entronizados nos altares laterais<br />

das naves, as irmandades foram aos<br />

poucos alcançando autonomia financeira<br />

para construção de igreja própria. Curiosamente,<br />

as irmandades de Nossa<br />

Senhora do Rosário, são sempre as primeiras<br />

a sair das matrizes e suas capelas<br />

são construídas em locais afastados,<br />

revelando a polarização inicial das populações<br />

entre os brancos proprietários, ou<br />

comerciantes, e os negros escravos. As<br />

igrejas de Nossa Senhora do Rosário e<br />

São Pedro dos Clérigos são exemplos de<br />

igrejas mais recentes ocupando novas<br />

áreas de expansão urbana no topo dos<br />

morros.<br />

Localizada na Praça do Rosário, a Igreja<br />

Nossa Senhora dos Pretos de Mariana<br />

foi construída entre 1752 e 1758 por iniciativa<br />

das irmandades de São Benedito,<br />

de Santa Ifigênia e do Rosário. Erguida<br />

em alvenaria, ela pertence à terceira fase<br />

do barroco mineiro, o estilo rococó. O<br />

templo foi construído em alvenaria de<br />

pedra. Os destaques internos vão para<br />

as obras do pintor Ataíde e do escultor e<br />

entalhador Servas.<br />

Durante as obras de restauro da Igreja<br />

que se iniciaram em 4 de janeiro de 2016,<br />

contratadas pelo Instituto do Patrimônio<br />

Histórico e Artístico Nacional, com recursos<br />

do Programa de Aceleração do Crescimento<br />

(PAC) das Cidades Históricas,<br />

um anjo segurando uma guirlanda de<br />

flores foi revelado. A tinta, que cobriu a<br />

arte por anos, foi cuidadosamente removida<br />

pela equipe de restauradores. A pintura<br />

do século XIX foi localizada no retábulo<br />

esquerdo, no fundo do camarim do<br />

altar, e é atribuída, inicialmente, a Francisco<br />

de Assis Pacífico da Conceição,<br />

filho do Mestre Ataíde.<br />

A obra foi executada pela Prefeitura de<br />

Mariana, com recursos de R$ 1,6 milhão<br />

do governo federal, valoriza os elementos<br />

artíticos no interior da igreja, os altares<br />

esculpidos pelo português Francisco<br />

Vieira Servas (1720-1811) e o forro da<br />

capela-mor de autoria de Manuel da<br />

Costa Ataíde (1762-1830), o Mestre Ataíde.<br />

‟Quando da minha participação nos trabalhos<br />

pastorais na Igreja do Rosário, percebi<br />

que alguns desenhos coloridos na parte<br />

interna do altar de São Benedito, mas<br />

nunca poderia imaginar que seriam estas<br />

pinturas maravilhosa.”<br />

Sérgio Clarindo Teixeira :<br />

Membro da Equipe de Liturgia. (foto)<br />

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