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Iinicialmente uma devoção dominicana,<br />
a partir do século XVI, o Rosário passa a<br />
ser um dos principais meios de conquista<br />
e conversão para com os chamados gentios.<br />
Esse destaque que a devoção do<br />
Rosário toma dentro das ordens missionárias<br />
pode explicar, em um primeiro<br />
momento, o sucesso alcançado por esta<br />
invocação entre os convertidos. Mais<br />
tarde os africanos colonizados e descendentes<br />
parecem ter encontrado nas<br />
irmandades dedicadas à Nossa Senhora<br />
do Rosário um espaço próprio, reservado<br />
a seu povo. As irmandades foram um<br />
fenômeno típico do século XVIII e tiveram<br />
especial abrangência no território<br />
mineiro, tendo em vista a proibição das<br />
Ordens Religiosas no território. Instituídas<br />
nas matrizes, com seus santos<br />
padroeiros entronizados nos altares laterais<br />
das naves, as irmandades foram aos<br />
poucos alcançando autonomia financeira<br />
para construção de igreja própria. Curiosamente,<br />
as irmandades de Nossa<br />
Senhora do Rosário, são sempre as primeiras<br />
a sair das matrizes e suas capelas<br />
são construídas em locais afastados,<br />
revelando a polarização inicial das populações<br />
entre os brancos proprietários, ou<br />
comerciantes, e os negros escravos. As<br />
igrejas de Nossa Senhora do Rosário e<br />
São Pedro dos Clérigos são exemplos de<br />
igrejas mais recentes ocupando novas<br />
áreas de expansão urbana no topo dos<br />
morros.<br />
Localizada na Praça do Rosário, a Igreja<br />
Nossa Senhora dos Pretos de Mariana<br />
foi construída entre 1752 e 1758 por iniciativa<br />
das irmandades de São Benedito,<br />
de Santa Ifigênia e do Rosário. Erguida<br />
em alvenaria, ela pertence à terceira fase<br />
do barroco mineiro, o estilo rococó. O<br />
templo foi construído em alvenaria de<br />
pedra. Os destaques internos vão para<br />
as obras do pintor Ataíde e do escultor e<br />
entalhador Servas.<br />
Durante as obras de restauro da Igreja<br />
que se iniciaram em 4 de janeiro de 2016,<br />
contratadas pelo Instituto do Patrimônio<br />
Histórico e Artístico Nacional, com recursos<br />
do Programa de Aceleração do Crescimento<br />
(PAC) das Cidades Históricas,<br />
um anjo segurando uma guirlanda de<br />
flores foi revelado. A tinta, que cobriu a<br />
arte por anos, foi cuidadosamente removida<br />
pela equipe de restauradores. A pintura<br />
do século XIX foi localizada no retábulo<br />
esquerdo, no fundo do camarim do<br />
altar, e é atribuída, inicialmente, a Francisco<br />
de Assis Pacífico da Conceição,<br />
filho do Mestre Ataíde.<br />
A obra foi executada pela Prefeitura de<br />
Mariana, com recursos de R$ 1,6 milhão<br />
do governo federal, valoriza os elementos<br />
artíticos no interior da igreja, os altares<br />
esculpidos pelo português Francisco<br />
Vieira Servas (1720-1811) e o forro da<br />
capela-mor de autoria de Manuel da<br />
Costa Ataíde (1762-1830), o Mestre Ataíde.<br />
‟Quando da minha participação nos trabalhos<br />
pastorais na Igreja do Rosário, percebi<br />
que alguns desenhos coloridos na parte<br />
interna do altar de São Benedito, mas<br />
nunca poderia imaginar que seriam estas<br />
pinturas maravilhosa.”<br />
Sérgio Clarindo Teixeira :<br />
Membro da Equipe de Liturgia. (foto)<br />
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