“For helping each other to un<strong>de</strong>rstand what it’s like to be us.” NICK. CHIEF CREATIVE OFFICER thankyoucreativity.com Cannes Lions International Festival of Creativity 18 25.06.<strong>2016</strong>
editorial Armando Ferrentini aferrentini@editorareferencia.com.br Caminho a seguir Anunciantes, agências, meios, produtoras e fornecedores do mercado têm redobrado seus esforços para superar este período econômico recessivo do mercado brasileiro. Isto significa que a iniciativa privada <strong>de</strong>sempenha bem o papel que lhe cabe no cenário nacional, compreen<strong>de</strong>ndo as dificulda<strong>de</strong>s presentes e procurando saídas para a crise. Falta, porém, a colaboração do governo, incapaz <strong>de</strong> assumir seu protagonismo por não enten<strong>de</strong>r, ao que tudo indica, do que se trata o atual quadro <strong>de</strong> retração da nossa economia. O que mais se vê nas hostes oficiais é uma postura <strong>de</strong> alheamento em relação à realida<strong>de</strong>, lembrando o famoso baile da Ilha Fiscal às vésperas da queda do Império. Se o ex-presi<strong>de</strong>nte Lula da Silva, ainda figura atuante na política nacional, <strong>de</strong>clara em alto e bom som não aguentar mais ouvir falar do tríplex do Guarujá e do sítio em Atibaia, a população brasileira não aguenta mais suportar os efeitos <strong>de</strong> uma crise que em sua gran<strong>de</strong> maioria não contribuiu para ocorrer. Jogando para uma plateia específica, a presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff procura falar o que os seus seguidores querem ouvir e não o que a nação <strong>de</strong>seja e necessita. Seria melhor para todos que ela rapidamente apresentasse um plano <strong>de</strong> salvação nacional, em vez <strong>de</strong> somente insistir na volta da CPMF e nos ataques verbais a quem lhe faz oposição, ela que tanto fala em <strong>de</strong>mocracia. A população aguarda <strong>de</strong>cisões sérias como o prometido corte dos não concursados do seu governo e um movimento inteligente <strong>de</strong> estímulo aos setores que produzem a riqueza do país e contribuem <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva com os números do nosso PIB. O cansativo comportamento <strong>de</strong> quem parece estar sempre em campanha, já não satisfaz o povo, que tem evoluído na sua percepção e sabe distinguir o fato caricato. Enten<strong>de</strong>mos que o impeachment já é coisa que passou da hora, o que S. Exa. <strong>de</strong>ve comemorar e resolver governar para todos e não apenas para os grupos ao seu entorno, <strong>de</strong>vidamente instruídos para lhe aplaudir. Seu compromisso é com 204 milhões <strong>de</strong> habitantes <strong>de</strong>ste país, que passam - ressalvadas conhecidas exceções – por momentos que a cada dia ficam mais difíceis. Pense S. Exa. no exemplo da iniciativa privada, que, em crises como a atual, corta <strong>de</strong>spesas e exige mais dos seus colaboradores, indicando o caminho a seguir. *** Sempre à frente do seu tempo, a AlmapBBDO concluiu um gran<strong>de</strong> estudo sobre o relacionamento das emoções com a publicida<strong>de</strong>. Segundo Annamaria Marchesini, o grupo <strong>de</strong> trabalho que se <strong>de</strong>bruçou sobre o tema <strong>de</strong>ntro da agência partiu da neurociência para atingir in- FraSeS sights muito interessantes e até curiosos sobre a relação <strong>de</strong> consumidores e marcas. A agência promoverá a apresentação <strong>de</strong> um preview do estudo na próxima quarta-feira (24), em um auditório <strong>de</strong> hotel em São Paulo, seguido <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate mediado por Monica Waldvogel, com a participação <strong>de</strong> Marisa Orth, Amora Mautner e Jorge Forbes. *** Após sua mal pensada campanha publicitária, através da qual procurou amenizar os danos causados à sua imagem pelo <strong>de</strong>sastre ambiental <strong>de</strong> Mariana (MG), que se espalhou por todo o trajeto do Rio Doce até atingir o Atlântico, passando pelo Espírito Santo, a Samarco volta ao noticiário <strong>de</strong>vido à abertura <strong>de</strong> processo do Conar. A entida<strong>de</strong> do tra<strong>de</strong> da propaganda brasileira, reconhecida inclusive pela Justiça Comum, que lhe remete ações da sua competência analisar e julgar, preten<strong>de</strong> verificar <strong>de</strong>núncias que tem recebido sobre a campanha Fazer o que <strong>de</strong>ve ser feito, o que certamente a empresa não fez para prevenir o colossal dano causado ao meio ambiente e às pessoas vítimas da arrebentação da barragem que retinha os resíduos químicos e minerais processados pela empresa. A campanha publicitária, segunda ação <strong>de</strong> comunicação da Samarco com o público após o <strong>de</strong>sastre, po<strong>de</strong>ria ter sido mais sutil ou até mesmo não existido, após tamanha infelicida<strong>de</strong> causada pela incúria da empresa anunciante. Nela, não há sequer um leve pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas por parte da Samarco, possivelmente fazendo crer que o ocorrido não passou <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte da natureza. *** Merece elogios a iniciativa da Fenapro lançando o Decálogo da Propaganda, objeto <strong>de</strong> matéria em nossa última <strong>edição</strong> (15/2). Como a ativida<strong>de</strong> publicitária não tem poucos inimigos, é sempre bom que as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe se movimentem com certa frequência e saiam em sua <strong>de</strong>fesa, esclarecendo ao gran<strong>de</strong> público sobre os benefícios por ela proporcionados à coletivida<strong>de</strong>. O Decálogo da Propaganda foi inspirado na iniciativa do mercado publicitário espanhol, <strong>de</strong>nominada PublicidadSi!, o que revela que o movimento crítico não se restringe ao Brasil. A campanha do Decálogo está sendo distribuída a todo o país pelos Sinapros, para ser veiculada o mais intensamente possível. O item 5 do Decálogo merece reprodução: “(A propaganda) Sustenta os meios <strong>de</strong> comunicação que garantem a informação livre e acessível, além <strong>de</strong> entretenimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”. Simples assim, mas tem <strong>de</strong> ser periodicamente lembrado. “Queremos ser o ambiente on<strong>de</strong> todos se encontram. enten<strong>de</strong>mos mídia como instrumento <strong>de</strong> uma organização social que viabilize a felicida<strong>de</strong>.” (Frase na entrada do edifício da TV Globo, SP) “a propaganda hoje é ao vivo o tempo inteiro.” (Fernando Musa, Ogilvy, programa Todo Seu, TV Gazeta, 1/2) “Não existe nada melhor do que administrar por objetivos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se saiba quais são os objetivos. Noventa por cento das empresas não sabem.” (Peter Drucker, 100 anos, 100 lições, Madia Marketing School) “Uma empresa po<strong>de</strong> ser do estado, mas não po<strong>de</strong> ser do governo.” (Isela Costantini, CEO da Aerolineas Argentinas, Veja, 17/2) jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 3