Agosto/2017 - Referência Industrial 188
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ENTREVISTA - Marcelo Prado, sócio-diretor do Iemi, prevê reaceleração econômica ainda em <strong>2017</strong><br />
I N D U S T R I A L<br />
Carregando tudo<br />
Máquinas viram case de sucesso<br />
com durabilidade e assistência técnica<br />
Handling everything<br />
Machines become a case of success with<br />
their durability and technical assistance<br />
Destaque – Internet revoluciona a produção de móveis e portas no Brasil com demanda online
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
SUMÁRIO<br />
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Congresso Moveleiro 21<br />
30<br />
DRV Ferramentas 09<br />
Empimaq 29<br />
Fezer 59<br />
36<br />
46<br />
Formóbile 2018 17<br />
Gaidzinski 51<br />
Indumec 67<br />
Lignum 19<br />
Metalcava 49<br />
Mill Indústrias 07<br />
Mill Indústrias 45<br />
Mill Indústrias 68<br />
Montana Química 02<br />
MSM Química 11<br />
Razi Máquinas 41<br />
Siempelkamp 05<br />
Siromat 15<br />
Vantec 13<br />
04 Editorial<br />
06 Cartas<br />
08 Bastidores<br />
10 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
12 Notas<br />
18 Aplicação<br />
20 Alta e Baixa<br />
22 Frases<br />
24 Entrevista<br />
28 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />
30 Principal Carga pesada<br />
36 Especial Revolução virtual<br />
42 Madeira Tratada<br />
46 Indústria<br />
52 Química na Madeira<br />
54 Artigo<br />
60 Construção Civil<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
AGOSTO | 03
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
EDITORIAL<br />
ENTREVISTA - Marcelo Prado, sócio-diretor do Iemi, prevê reaceleração econômica ainda em <strong>2017</strong><br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
I N D U S T R I A L<br />
Carregando tudo<br />
Máquinas viram case de sucesso<br />
com durabilidade e assistência técnica<br />
Ano XIX - Edição n.º <strong>188</strong> - <strong>Agosto</strong> <strong>2017</strong><br />
Year XIX - Edition n.º <strong>188</strong> - August <strong>2017</strong><br />
Ilustra a capa dessa edição da<br />
REFERÊNCIA INDUSTRIAL, as máquinas<br />
da Empimaq, empresa especializada em<br />
máquinas para movimentação de carga,<br />
de Ibirama (SC)<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XIX • N°<strong>188</strong> • <strong>Agosto</strong> <strong>2017</strong><br />
Handling everything<br />
Machines become a case of success with<br />
their durability and technical assistance<br />
Destaque – Internet revoluciona a produção de móveis e portas no Brasil com demanda online<br />
INOVAÇÕES<br />
INDUSTRIAIS<br />
INDUSTRIAL<br />
INNOVATIONS<br />
As inovações tecnológicas avançam em passos largos.<br />
Assim como o nosso dia a dia, nos últimos anos, foi modificado<br />
pelas redes sociais, smartphones e outros gadgets, o meio<br />
industrial também se modificou. Nesta edição de REFERÊN-<br />
CIA INDUSTRIAL, revelamos os principais avanços do setor<br />
moveleiro aliado à Indústria 4.0, já introduzido no país e aos<br />
poucos tornando cada vez mais uma realidade.<br />
Mostramos também como a internet tem sido um grande<br />
canal de venda e interação com o cliente para produtores de<br />
móveis, auxiliando na personalização e produção de produtos<br />
antes mesmo de serem construídos. Falamos também sobre<br />
o investimento da Prefeitura de Piracicaba (SP) para a instalação<br />
de pontos de ônibus de madeira tratada, somando um<br />
total de investimentos de R$ 500 mil. Algo que não é inédito,<br />
porém bastante significativo, principalmente pela escolha<br />
assertiva. Excelente leitura!<br />
Technological innovations advance each year. Just as our<br />
daily life in recent years has been modified by social networks,<br />
smartphones and other gadgets, the industrial environment<br />
also has changed. This issue of REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> reveals<br />
the main advances in the Furniture Sector allied to Industry 4.0,<br />
already a reality.<br />
We show how the internet has also become a major sales<br />
channel providing an interaction between customers and furniture<br />
producers, assisting in customization and production of<br />
products even before they are built. We also speak about investments<br />
made by the City of Piracicaba (SP) in the installation of<br />
bus stops made from treated wood, adding up to an investment<br />
totaling R$ 500,000. Something that’s new, but quite significant<br />
due to the high volume. Pleasant reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
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joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
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Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida<br />
aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de<br />
pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais, ONG’s, entidades de<br />
classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao segmento madeireiro.<br />
A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por conceitos<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CARTAS<br />
ENTREVISTA - Marcos Lélis, da Abimóvel, comenta sobre a retomada da economia em <strong>2017</strong><br />
Capa da Edição 187 da<br />
Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
mês de julho de <strong>2017</strong><br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
I N D U S T R I A L<br />
Produção<br />
personalizada<br />
Indústria desenvolve soluções<br />
para demandas do setor moveleiro<br />
Ano XIX • N°187 • Julho <strong>2017</strong><br />
Custom production<br />
Industry develops solutions to meet<br />
furniture sector demands<br />
Destaque – Especialistas apontam formas de aumentar o uso de madeira na arquitetura<br />
Economia ascendente<br />
Pontos de ônibus<br />
Por Carlos Guerra –<br />
Araucária (PR)<br />
Muito lúcida e informativa a<br />
entrevista de Marcos Lélis.<br />
Com o consumo das famílias<br />
voltando, a indústria<br />
voltará de vez a crescer.<br />
Foto: divulgação<br />
Por Jefferson Egídio – Catalão (GO)<br />
Excelente a iniciativa dos pontos de ônibus serem todos de<br />
madeira em Piracicaba (SP). Parabéns à prefeitura.<br />
Arquitetura<br />
Foto: divulgação<br />
Por Manoel Carlos – Bento Gonçalves (RS)<br />
Interessante perceber que o Brasil ainda está atrasado na<br />
divulgação da madeira como matéria-prima para arquitetura.<br />
Já passou da hora.<br />
Espaço aberto<br />
Por Emerson Dias –<br />
Rio Negrinho (SC)<br />
A seção Espaço Aberto<br />
sempre nos brinda com a<br />
opinião de grandes players<br />
do mercado. Parabéns pela<br />
seleção.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião<br />
é fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
06 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados para redação ou siga:
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
BASTIDORES<br />
Amanda Carla Ulkowski,<br />
financeiro da Sutil Máquinas,<br />
e Leandro Sutil, diretor da<br />
empresa<br />
SUTIL MÁQUINAS<br />
A Sutil Máquinas, empresa especializada na fabricação de<br />
máquinas personalizadas para madeiras, biomassa e reciclagem,<br />
marcou presença no Cibio <strong>2017</strong> (Congresso Internacional de Biomassa),<br />
que ocorreu na Fiep (Federação das Indústrias do Estado<br />
do Paraná), no Jardim Botânico.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Fábio Alexandre Machado,<br />
diretor comercial do<br />
GRUPO JOTA, Tatiano<br />
Segalin, show manager da<br />
Informa Exhibitions, Liliane<br />
Bortolucci, show director<br />
da Informa Exhibitions, e<br />
Pedro Bartoski Jr, diretor<br />
executivo do GRUPO JOTA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
INFORMA EXHIBITIONS<br />
Responsável pela execução da Formóbile e outras feiras<br />
importantes do setor, a diretoria da Informa Exhibitions veio a<br />
Curitiba (PR) visitar a sede do GRUPO JOTA.<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA<br />
Flavio C. Geraldo<br />
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Contato: flavio@fg4mad.com.br<br />
IGNORÂNCIA CERTIFICADA<br />
Enquanto a União Europeia avança nas medidas para diminuição de emissão de carbono,<br />
o Brasil persiste em burocracias<br />
Foto: divulgação<br />
A<br />
madeira é uma matéria-prima de incomparável<br />
versatilidade, sendo o único material construtivo<br />
renovável pela natureza. Considerando<br />
a nova ordem eco econômica do mundo dos negócios<br />
— especialmente dentro do setor construtivo — essa<br />
deveria ser uma afirmação, no mínimo, contundente.<br />
Estruturas de madeira são usualmente caracterizadas<br />
por uma combinação de diferentes componentes que,<br />
juntos, nos entregam a melhor capacidade de carga,<br />
isolamento termoacústico, resistência ao fogo e durabilidade.<br />
A engenharia construtiva em países mais desenvolvidos<br />
reconhece, há tempos, que com o aumento<br />
no uso de componentes de madeiras na construção<br />
há benefícios em relação ao uso de materiais como o<br />
concreto, o aço e tijolos, que não são materiais renováveis<br />
e requerem alto consumo de energia para sua<br />
produção, além, é claro, da elevada emissão de gases<br />
de efeito estufa.<br />
Países membros da União Europeia concordaram<br />
com os termos de um plano de longo prazo para o<br />
estabelecimento de uma economia baseada na baixa<br />
emissão de carbono, chamado de Roadmap 2050, cujo<br />
direcionamento para tal transição será a eficiência<br />
energética. Um modelo econômico de baixo carbono<br />
demanda maior necessidade de fontes de energia renováveis,<br />
assim como por materiais de construção obtidos<br />
de fontes renováveis. Neste contexto, o aumento na<br />
utilização de produtos madeireiros é parte da solução.<br />
Tudo isto explica o rápido desenvolvimento da engenharia<br />
madeireira em apoio a projetos envolvendo<br />
desde a produção de madeira, até a elaboração de<br />
projetos construtivos nas últimas duas décadas dentro<br />
dos países da União Europeia. Só como exemplo, 80%<br />
da energia consumida dentro das serrarias da Suécia<br />
derivam de biocombustíveis, das suas próprias linhas<br />
de produção, como cascas, galhos, cavacos e outros<br />
resíduos. Nos processos de produção de outros materiais<br />
construtivos, o ponto crucial é, primeiramente, o<br />
fato de se ter materiais finitos, não renováveis, além<br />
da alta demanda de combustíveis fósseis. A produção<br />
de cimento, por exemplo, gera substanciais emissões<br />
de carbono, assim como o aço, deixando uma pegada<br />
positiva de carbono, ou seja, uma herança negativa relacionada<br />
às medidas de emissões de dióxido de carbono<br />
e outros gases de efeito estufa.<br />
Já a madeira é denominada como carbono negativo,<br />
a partir do momento em que o carbono é sequestrado<br />
durante o processo de produção da madeira através do<br />
crescimento das árvores. Como exemplo: na Suécia há<br />
alguns modelos de certificação ambiental para edificações<br />
que podem levar em consideração os impactos<br />
ambientais sobre o ciclo de vida dos materiais utilizados<br />
e algumas empresas de construção fornecem esses<br />
cálculos aos seus clientes.<br />
Há também certificações ambientais voltadas à<br />
eficiência energética da edificação, que podem ser<br />
usadas tanto para novas como edificações já existentes.<br />
Existem várias outras certificações europeias ou mesmo<br />
norte-americanas voltadas ao consumo energético<br />
durante o período que uma edificação está em uso,<br />
por exemplo o sistema denominado Green Building ou<br />
mesmo o conhecido Leed (Leadership in Energy and Environmental<br />
Design) e o britânico Breeam (BRE Environmental<br />
Assessment Method Design), muito semelhante<br />
ao Leed. No Brasil, bem… no Brasil ainda persistem as<br />
restrições com as companhias seguradoras ou restrições<br />
para aprovações de obras pelo poder público onde há<br />
a predominância do material madeira, afinal, parece<br />
que a ignorância está merecendo certificações por aqui.<br />
Um modelo econômico de baixo carbono demanda maior<br />
necessidade de fontes de energia renováveis<br />
10 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Exportações de<br />
madeira, papel e<br />
celulose crescem<br />
O setor de produção de madeira, papel e celulose do Brasil<br />
aumentou em 7,3% as exportações no primeiro semestre deste<br />
ano, alcançando faturamento de US$ 4 bilhões. Os dados foram<br />
divulgados pela Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), que<br />
representa empresas da cadeia produtiva de árvores plantadas,<br />
reunindo 60 companhias e nove entidades estaduais<br />
vinculadas às lavouras de eucaliptos, pinus e outros espécies<br />
florestais. O balanço indica que foram exportados de janeiro a<br />
junho deste ano 597 mil m³ (metros cúbicos) de madeira, 34,8%<br />
acima de igual período de 2016 com uma receita de US$ 137<br />
milhões, valor 25,7 % maior do que no primeiro semestre do<br />
ano passado. Os principais parceiros comerciais de papel e de<br />
painéis de madeira são os países latino-americanos que, juntos,<br />
geraram um faturamento de US$ 593 milhões em compras<br />
de US$ 75 milhões em painéis de madeira, total que representa<br />
aumento de 27,1 %. As vendas de papel ao mercado interno encolheram<br />
1,6%, fechando os primeiros seis meses do ano com<br />
2,6 milhões de t (toneladas). Houve recuo ainda de 1,6% na<br />
comercialização doméstica de painéis de madeira que atingiu<br />
movimento de 3,1 milhões de metros cúbicos.<br />
Duratex inova com<br />
MDF de eucalipto<br />
A Duratex continua seu compromisso de investir<br />
em avançadas tecnologias para oferecer produtos<br />
com qualidade e design. O MDF de Eucalipto, produzido<br />
a partir de madeira de reflorestamento certificada,<br />
possui opções com tripla proteção, garantindo<br />
maior resistência à umidade e defesa contra cupins<br />
e bactérias, mais de 70 padrões de cores, desenhos<br />
e texturas diferenciadas e uma grande inovação: é<br />
o primeiro do mercado brasileiro a se enquadrar nas<br />
especificações exigidas pela Instrução Técnica 10 do<br />
Corpo de Bombeiros relacionada à propagação de<br />
chama e densidade óptica de fumaça. Renata Braga,<br />
Gerente de Marketing e Produtos da Duratex, destaca<br />
o compromisso e a parceria da Duratex com o setor<br />
de marcenaria. “A Duratex investe constantemente<br />
na criação de produtos que possam atender às exigências<br />
do mercado e ofereçam condições, principalmente,<br />
ao profissional de marcenaria de entregar um<br />
trabalho com um nível superior de qualidade”, afirma.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Turquia construirá<br />
museu de madeira<br />
O projeto ainda está em desenvolvimento, mas o Museu de<br />
Arte Moderna Odunpazari, na cidade de Eskisehir, na Turquia,<br />
deve ser construído com madeira empilhadas de várias dimensões.<br />
A proposta é do escritório japonês Kengo Kuma & Associates,<br />
ainda sem data de conclusão. O novo museu será localizado<br />
no bairro Odunpazari, uma área da cidade caracterizada por ruas<br />
estreitas. A inspiração do escritório japonês veio, tanto em escala<br />
como material, das tradicionais e históricas casas de madeira otomanas, que apresentam balanços nos níveis superiores. Esta linguagem<br />
foi adaptada para a concepção do museu. A intenção é de que a construção se torne um novo espaço cultural de destaque na<br />
paisagem urbana. Um átrio central, construído com blocos de madeira, conectará visualmente todos os níveis e permitirá que a luz<br />
natural permeie o edifício através da claraboia na cobertura.<br />
12 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Foto: divulgação<br />
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
H.B. Fuller Company<br />
compra Adecol<br />
A H.B. Fuller Company assinou um acordo para aquisição<br />
da companhia de adesivos industriais Adecol, fabricante de<br />
tecnologias de adesivos de alta qualidade no Brasil. A empresa<br />
trabalha em conjunto com seus clientes para desenvolver<br />
soluções adesivas inovadoras e de alta qualidade em hot melt,<br />
reativas e a base de polímeros para empresas nos mercados de<br />
embalagens, conversão e montagem. Sediada em Guarulhos<br />
(SP), a companhia gerou cerca de US$ 40 milhões em receitas<br />
no ano fiscal de 2016. A H.B. Fuller pagou oito vezes esse valor<br />
pelo negócio. “Com esta aquisição, aprimoraremos ainda mais<br />
nossos negócios no Brasil ao fazer parceria com clientes para<br />
produzir novos e melhores bens de consumo duráveis nesta região<br />
dinâmica”, projetou Jim Owens, presidente e CEO da H.B.<br />
Fuller. “A H.B. Fuller tem um foco estratégico em ampliar sua<br />
presença em mercados emergentes. A equipe da Adecol conta<br />
com conhecimento profundo do mercado latino-americano e<br />
capacidades locais de manufatura, que nos permitirão fazer<br />
uma parceria mais próxima aos clientes e crescer no país e em<br />
toda a América Latina. Estamos ansiosos em dar boas-vindas<br />
aos funcionários da Adecol à equipe H.B. Fuller”, concluiu.<br />
Abimci completa<br />
45 anos<br />
A Abimci (Associação da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente) completou em julho 45 anos<br />
de sua fundação. Uma entidade que ao longo desse<br />
tempo acredita na capacidade produtiva, criativa, inovadora<br />
e de superação dos industriais brasileiros. Baseada<br />
nessas premissas, a associação tem atuado em<br />
várias frentes com o objetivo maior de fortalecer a indústria<br />
nacional. Para o presidente da Abimci, José Carlos<br />
Januário, o papel das entidades setoriais é essencial<br />
para o fortalecimento do setor produtivo. “A força do<br />
associativismo é estratégica para o desenvolvimento<br />
das empresas”, afirma. Na avaliação do presidente, o<br />
trabalho que vem sendo desenvolvido nessas mais de<br />
quatro décadas consolidou a representatividade da associação.<br />
“Hoje a entidade é a principal fonte de informações<br />
para organismos governamentais brasileiros e<br />
estrangeiros. Somos referência. Além disso, as demandas<br />
por participação da associação nos mais diversos<br />
eventos de base florestal, por exemplo, cresceram de<br />
maneira expressiva devido à credibilidade conquistada<br />
pela instituição.”<br />
Foto: divulgação<br />
Imagem: divulgação<br />
MT discute madeira<br />
na construção<br />
O Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado<br />
do Mato Grosso) realiza entre os dias 18 e 20 de outubro, em Cuiabá (MT), o<br />
1º Florestal Tech. O evento reunirá representantes do setor florestal de Mato Grosso<br />
e de várias partes do país para apresentar e discutir as tendências, inovações e<br />
oportunidades para o setor. Para o presidente do Cipem, José Eduardo Pinto, a<br />
Florestal Tech é uma oportunidade única para o setor de base florestal do Estado. “Teremos em um único lugar formação, informação,<br />
exposição de produtos e um ambiente favorável aos novos negócios. Além disso, é uma oportunidade de mostrarmos o setor sob uma<br />
nova perspectiva para a sociedade mato-grossense, fortalecendo nossa imagem positiva”, garante o empresário. Serão realizados<br />
painéis e debates sobre a tecnologia Woodframe e a Madeira Laminada Colada, com representantes de empresas e pesquisadores da<br />
área, que permitirão a atualização e ampliação do conhecimento dos produtores, identificação de oportunidades e novas possibilidades<br />
de investimento. A programação prevê ainda rodada de negócios entre os participantes.<br />
14 |<br />
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Indústria 4.0<br />
é debatida no<br />
Congresso Movergs<br />
Durante o 27º Congresso Movergs, realizado no dia<br />
13 de julho, em Bento Gonçalves (RS), cerca de 500 profissionais<br />
de diversos estados se reuniram para refletir<br />
sobre os desafios da retomada e as expectativas para a<br />
economia no Brasil. Além desses temas, o engenheiro<br />
alemão e especialista na área de produção conectada,<br />
Ernst Esslinger, debateu sobre a chegada da indústria<br />
4.0 na indústria moveleira. Interfaces padronizadas e a<br />
importância da segurança na área de TI foram destacados<br />
por Esslinger como pontos que são motivos de atenção<br />
na implementação da Indústria 4.0 no mundo. Mas<br />
foi positivo quando afirmou que a indústria moveleira é<br />
a que está mais próxima da Indústria 4.0, em determinados<br />
países, se comparada à de outros segmentos. Já<br />
a respeito do Brasil, o palestrante destacou que o investimento<br />
é o principal obstáculo para a implantação da<br />
Indústria 4.0, por conta da crise, os altos custos da instalação<br />
ainda não são viáveis.<br />
Fiep elogia<br />
corte nos juros<br />
A nova queda na taxa básica de juros Selic, definida<br />
no fim de julho, é mais um incentivo importante para a<br />
retomada da atividade econômica no Brasil. A opinião é<br />
do presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná),<br />
Edson Campagnolo. Ele ressalta, no entanto, que<br />
o governo federal precisa solucionar seus problemas fiscais<br />
para que a tendência de queda nos juros se sustente<br />
em longo prazo. “O Banco Central conseguiu controlar<br />
a inflação, abrindo margem para mais esta queda nos<br />
juros. É uma medida importante para a retomada do investimento<br />
produtivo e para que a economia recupere<br />
seu dinamismo”, almeja Campagnolo. “Mas, para que<br />
tenhamos espaço para novos cortes e a possibilidade de<br />
manutenção de uma taxa de juros baixa em longo prazo,<br />
é preciso que o governo equacione a questão fiscal, fundamental<br />
para evitar a volta da inflação e para manter a<br />
confiança do mercado. Isso passa pela aprovação da Reforma<br />
da Previdência, que é responsabilidade também<br />
do Congresso Nacional.”<br />
Foto: divulgacão<br />
Foto: divulgação<br />
Masisa vende ativos na<br />
Argentina, Brasil e México<br />
A Masisa, fabricante chilena de painéis de madeira, decidiu vender os ativos<br />
industriais na Argentina, Brasil e México, avaliadas em mais de US$ 500<br />
milhões, para reduzir sua dívida. A empresa anunciou que focará sua atuação<br />
na Região Andina, da América Central, EUA (Estados Unidos da América) e<br />
Canadá, mantendo a capacidade de produção dessas regiões a partir das fábricas<br />
no Chile e Venezuela. “Esta decisão de desinvestimentos representa a<br />
estratégia mais atrativa para os acionistas e é uma importante captura de valor<br />
para melhorar a rentabilidade em longo prazo, reduzir as necessidades de investimento futura e baixar significativamente o nível<br />
de endividamento”, informou a empresa, em nota divulgada à imprensa. Sobre os negócios no Brasil, a Masisa assinalou que recebeu<br />
ofertas e mostras de interesse. A Masisa chegou ao País em 1995 com o MDF importado das fábricas do Chile e Argentina. Em 2001,<br />
inaugurou a fábrica em Ponta Grossa (PR) e, em 2010, em Montenegro (RS), sua segunda fábrica no Brasil.<br />
16 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
8ª FEIRA INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA DE MÓVEIS E MADEIRA<br />
10 A 13<br />
JULHO<br />
SÃO PAULO EXPO<br />
2018<br />
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MOVELEIRA DA<br />
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Promoção e<br />
Organização<br />
Local<br />
Filiada a
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
APLICAÇÃO<br />
GADGET<br />
DE MADEIRA<br />
Foto: divulgação<br />
N<br />
ão nos atrevemos a ir a qualquer<br />
lugar sem os nossos smartphones,<br />
não é mesmo? Pensando nesse<br />
mercado potencial e em plena expansão há<br />
anos, a australiana Mod-Case criou uma alternativa<br />
às capas de plástico: cases maleáveis de<br />
madeira de eucalipto, que servem como apoio<br />
para assistir a vídeos e realizar outras tarefas.<br />
Mais que sustentável, também é uma<br />
iniciativa de filantropia: a cada<br />
capinha vendida, a Mod-Case<br />
planta uma árvore no país que<br />
adquirir o produto.<br />
SOFÁ DE PALETE<br />
U<br />
ma forma de incluir madeira<br />
nos ambientes que<br />
vem ganhando popularidade<br />
é o uso de paletes como estrutura<br />
para sofás. Pela facilidade<br />
de encontrar produtos usados à<br />
venda em metrópoles e empresas,<br />
a pegada da sustentabilidade tem<br />
se tornado popular, com o uso de<br />
peças rústicas. Os modelos mais<br />
comuns de sofás de palete são<br />
aqueles em que as peças são empilhadas<br />
um futon que faz as vezes de assento.<br />
Neste caso, o sofá fica sem encosto e o conforto<br />
fica por conta das almofadas.<br />
Foto: divulgação<br />
18 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
20 a 22 de Setembro de <strong>2017</strong><br />
Curitiba - PR - Brasil<br />
2ª FEIRA DE TRANSFORMAÇÃO, BENEFICIAMENTO,<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ALTA E BAIXA<br />
ALTA<br />
CONFIANÇA DA CONSTRUÇÃO AVANÇA<br />
EM JULHO<br />
O índice de confiança da construção, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), avançou 0,4 ponto<br />
em julho, para 74,6 pontos, retornando ao patamar de março (76,5 pontos), considerando-se<br />
dados ajustados sazonalmente. Assim como no mês passado, a alta em julho decorreu tanto da<br />
avaliação presente das empresas quanto das perspectivas no curto prazo. O índice de situação<br />
atual cresceu 0,5 ponto, para 64,4 pontos, com destaque para o indicador que mede a satisfação<br />
com a situação corrente dos negócios, que avançou 1,4 ponto, para 67,2 pontos, maior nível<br />
desde janeiro (67,4 pontos).<br />
EXPORTAÇÃO DE PAINÉIS CRESCE<br />
Segundo os dados da 37ª edição do Cenários Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), o saldo da balança comercial do setor<br />
brasileiro de árvores plantadas atingiu US$ 2,9 bilhões de janeiro a maio de <strong>2017</strong>, alta de 4,9% em relação ao mesmo<br />
período do ano passado. No acumulado do ano, o setor registrou um total de exportações de US$ 3,3 bilhões, 3,2% acima<br />
do registrado no mesmo período de 2016. Nesse cenário, as vendas externas de painéis de madeira alcançaram US$ 113<br />
milhões (+25,6%). A América Latina se mantém como principal mercado para o segmento de painéis de madeira, gerando<br />
receita de US$ 62 milhões em <strong>2017</strong>, 26,5% a mais do que os US$ 49 milhões de 2016.<br />
IPCA-15 MOSTRA NOVA QUEDA NO PREÇO DE MÓVEIS<br />
Em julho, segundo o Ipca-15 do Ibge (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística), o item mobiliário apresentou deflação<br />
de -0,45%. É a sexta vez consecutiva que o índice recua, deixando o acumulado do ano em -0,60% ante um Ipca-15<br />
geral de 1,44%. Nos últimos 12 meses, para um Ipca geral de 2,78%, mobiliário registra queda de 1,01%. Na análise<br />
regional, em julho, apenas duas capitais não tiveram deflação nos preços dos móveis: Curitiba e Goiânia. Apesar disso, no<br />
acumulado do ano e nos últimos 12 meses, as maiores quedas são em Curitiba, com -3,41% e -5,24%, respectivamente.<br />
BAIXA<br />
INDÚSTRIA MOVELEIRA PAULISTA FECHA<br />
MAIS DE MIL VAGAS DE EMPREGO<br />
A indústria paulista demitiu 9,5 mil trabalhadores em junho, o que representa queda de 0,44%<br />
na comparação com o mês anterior. Os dados são da Pesquisa de Nível de Emprego em âmbito<br />
estadual da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O resultado foi negativo<br />
em 17 setores e quatro permaneceram estáveis. Entre os que tiveram resultado negativo, o<br />
destaque foi o de móveis, com fechamento de 1.118 vagas. As maiores quedas foram registradas<br />
em Botucatu, Santos e Matão.<br />
20 |<br />
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BOAS IDEIAS.<br />
O PONTO DE PARTIDA<br />
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DOS PALESTRANTES:<br />
RICHARD RYTENBAND<br />
Diretor Executivo e co-fundador da Holding Timos<br />
A Cadeia de Valor do Setor Moveleiro<br />
no Brasil - Perspectivas e Impactos<br />
LUIGI DE VITO<br />
Diretor da Divisão SCM Madeira Machinery<br />
Soluções Tecnológicas para a Indústria<br />
de Movelaria com ênfase na Indústria 4.0<br />
FERNANDO JAEGER<br />
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Como aproveitar a tecnologia atual para<br />
produzir o autoral, a qualidade e o seriado<br />
na Movelaria?<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
FRASES<br />
O governo está propondo aumento de<br />
impostos porque o plano de fazer o ajuste<br />
fiscal fracassou por culpa da própria<br />
equipe econômica, que insistiu no corte<br />
de gastos em meio à maior recessão da<br />
história do país e não se preocupou em<br />
criar mecanismos para a retomada do<br />
crescimento econômico<br />
Foto: divulgação<br />
José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Máquinas e Equipamentos)<br />
Se for necessário, vamos aumentar impostos<br />
Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, durante evento em São Paulo (SP)<br />
Isso é uma pegadinha, uma piada, e eu não vim fazer piada.<br />
Estou levando o Brasil a sério<br />
Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, respondendo à acusação de que<br />
recebeu R$ 700 mil em propinas do Grupo JBS<br />
Em relação ao relatório de abril de <strong>2017</strong>,<br />
a previsão de crescimento para o Brasil<br />
está agora mais alta em vista do primeiro<br />
trimestre forte, mas a contínua fraqueza<br />
na demanda doméstica e um aumento<br />
na incerteza política será refletido em um<br />
ritmo mais fraco de recuperação<br />
Foto: divulgação<br />
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI<br />
22 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
MARCELO<br />
PRADO<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
PLACE OF BIRTH:<br />
27/09/65, Itu (SP)<br />
September 27, 1965, Itu (SP)<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL<br />
EDUCATION:<br />
Graduação em Economia pela Unicamp (Universidade<br />
Estadual de Campinas)<br />
BSc. In Economics, State University of Campinas (Unicamp)<br />
CARGO<br />
PROFESSION:<br />
Sócio-diretor do Iemi (Inteligência de Mercado)<br />
Managing Partner of Inteligência de Mercado (Iemi)<br />
Foto: divulgação<br />
Índices concretos<br />
Concrete Indexes<br />
N<br />
úmeros positivos. É isso que a confiança do empresariado<br />
industrial e de construção civil precisa<br />
para voltar a investir no país. É o que destaca<br />
Marcelo Prado, sócio-diretor do Iemi (Inteligência de Mercado),<br />
um dos fornecedores de números sobre a indústria de<br />
transformação. Para o economista, os números positivos dos<br />
últimos dois meses – aliados à alta do PIB (Produto Interno<br />
Bruto) – são a prova concreta de que a recessão perdeu muita<br />
força no primeiro semestre. O terceiro trimestre, avalia ele<br />
em entrevista à REFERÊNCIA INDUSTRIAL, será o primeiro,<br />
em muito tempo, de bonança para os moveleiros.<br />
P<br />
ositive numbers. This is the confidence that industrial<br />
and construction managers need to return to<br />
making investments in the Country. This is what<br />
Marcelo Prado, Managing Partner of Inteligência de Mercado<br />
(Iemi), highlights, as one of the suppliers of numbers on<br />
the manufacturing industry. For the Economist, the positive<br />
numbers over the last two months – coupled with GDP<br />
increases – are proof that the recession has lost a lot of its<br />
strength in the first half. The third quarter, he evaluates in<br />
the REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> interview, will be a bonanza for<br />
furniture makers, the first in a long time.<br />
24 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Recentemente participou da Movergs, congresso<br />
voltado ao setor industrial moveleiro. Como avalia hoje<br />
a situação do segmento?<br />
O setor está pegando carona nesse início de retomada<br />
da economia. Os setores de bens duráveis sofrem mais, por<br />
depender de crédito e disponibilidade dos consumidores<br />
– essa foi a tônica dos últimos dois anos, com as famílias<br />
tentando reduzir seu endividamento – há redução do juros<br />
e melhoria dos empregos nos últimos dois meses. Há também<br />
redução da inflação, que ajuda a aumentar o poder de<br />
compra das pessoas. Há um fator ainda que pesa muito, a<br />
construção civil. É muito estimulante para a demanda de<br />
imóveis. É um segmento que ainda não reagiu e não está<br />
ajudando o setor moveleiro. Ainda está no final da lista dos<br />
movimentos que estão em recuperação na crise.<br />
O Iemi avalia que em <strong>2017</strong> o setor industrial moveleiro<br />
tem como sair do vermelho? O que é necessário?<br />
Confiança. Disponibilidade de crédito e dinheiro mais<br />
acessível. Parte dos empréstimos mais baratos já foram<br />
todos tomados esse ano, no mercado mais popular. Aos<br />
poucos, a construção civil está voltando. Independente<br />
da construção civil, a indústria de móveis já está com 4%<br />
acima de empregos do que fechou em 2016, uma melhoria<br />
nítida. Pela primeira vez, em dois anos, a produção mensal<br />
está acima do mesmo período do ano anterior (maio). Maio<br />
foi o primeiro mês em que houve um crescimento de 11%<br />
em relação a abril. A partir do momento que você registra<br />
o fim da recessão na indústria de móveis, a tendência é<br />
continuar melhorando.<br />
Podemos dizer que o período de incerteza já passou?<br />
A incerteza ainda existe, mas já há os sinais de que<br />
estamos saindo. A exportação, aos poucos, também está<br />
reagindo e ampliando o faturamento da indústria local. São<br />
números que começam a mostrar a inflexão da curva. A<br />
tendência é consolidar. Para o terceiro trimestre, temos um<br />
panorama bem mais positivo para a indústria de móveis.<br />
Como o Iemi avalia o PIB positivo no primeiro semestre?<br />
Se olhar para todos os números da economia, estamos<br />
com expectativas positivas para a indústria. Um PIB de<br />
0,7% para a indústria. Ou seja, não é só a agricultura que<br />
vai bem. Apesar de ter tido um desempenho muito bom<br />
na agricultura, deve fechar com pouco mais de um crescimento<br />
de 9% em relação ao PIB. A indústria já tem um<br />
peso bem maior e tem dados positivos. A de transformação<br />
deve chegar em um crescimento de quase 2% esse ano,<br />
You recently participated in Movergs, a Congress aimed<br />
at the Furniture Manufacturing Sector. Today, how<br />
do you see the situation in the Sector?<br />
The Sector is hitching a ride on the beginning of the<br />
upturn. The durable goods sectors suffered the most, by<br />
relying on credit and consumer spending – this was the keynote<br />
of the last two years, with families trying to reduce<br />
their debt – there has been a lowering of interest rates and<br />
improvement in employment, over the past two months.<br />
There is also a reduction in inflation, which helps increase<br />
the population’s purchasing power. There is a factor that<br />
still weighs heavily: building construction. It’s a large stimulant<br />
in the demand in the housing market. It is a segment<br />
that still has not reacted and is not helping the Furniture<br />
Sector. It is at the end of the list of changes necessary<br />
for recovery.<br />
Does Iemi see any way how the furniture industry<br />
can get out of the red in <strong>2017</strong>? What is needed?<br />
Confidence. Availability of credit and more accessible<br />
funds. The part of cheaper loans made available for the<br />
year has been used up, the most popular market. Gradually,<br />
building construction is coming back. Regardless of<br />
building construction, employment in the furniture industry<br />
has already increased, at 4% above that than at the end of<br />
2016, a significant improvement.<br />
For the first time in two years, monthly production rose<br />
in the same period as in the previous year (May). May was<br />
the first month in which there was an increase over the<br />
previous month, 11% compared to April. From the moment<br />
you record the end of the recession in the furniture industry,<br />
the trend is for continuing improvement.<br />
É necessário que o<br />
governo taxe a renda,<br />
assim como acontece lá<br />
fora. Se você quer ficar<br />
rico com sua empresa,<br />
socialize-a<br />
AGOSTO | 25
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
por exemplo. Quem realmente fica pra trás é a indústria<br />
da construção civil, que esperamos que possa reagir com<br />
a recuperação das famílias, que precisam das condições<br />
adequadas para tais gastos. Móveis, de todos os bens duráveis,<br />
é o que menos se promove. Isso faz com que perca<br />
um pouco a prioridade nessa retomada.<br />
Quais as principais sugestões que podem ser feitas<br />
hoje aos produtores para que haja lucro nos negócios?<br />
A importação não ameaça a indústria de móveis brasileiras,<br />
principalmente na linha de madeira que é 80% do<br />
nosso mercado. Ela é mais competitiva quando se trata de<br />
plástico, metais e outras matérias-primas. No geral, nossa<br />
indústria é bem mais competitiva. Poucos países do mundo<br />
têm madeira e a estrutura que a indústria brasileira tem.<br />
Nossa indústria de reflorestamento é fortíssima. Temos<br />
uma oferta muito rica para desenvolver no Brasil. Com o<br />
câmbio fortalecido, temos possibilidade de exportação<br />
desses produtos. Às vezes, no entanto, não priorizamos<br />
exportação por questões de logística, burocracia e estar<br />
distante dos maiores mercados consumidores. Exportar<br />
não é simples, mas o Brasil tem condições de competir<br />
em qualquer lugar do mundo. Falta, sim, incentivos do<br />
governo que pratica uma política anti inflação com um<br />
câmbio fajutado, como tivemos durante quase todo o<br />
governo do PT, que destrói a indústria. Ajuda a controlar<br />
a inflação, mas prejudica aqueles que empregam muito<br />
mais que uma indústria agrícola, por exemplo. Acaba nos<br />
relegando à produção de commodities.<br />
Sobre o governo que sucedeu o do PT, é possível<br />
indicar acertos?<br />
As decisões foram ótimas, em todos os sentidos: a<br />
política de governo atual dá de 200 mil a zero no PT. O<br />
Independente da<br />
construção civil, a<br />
indústria de móveis<br />
já está com 4% acima<br />
de empregos do que<br />
fechou em 2016<br />
Can we say that the period of uncertainty is over?<br />
Uncertainty still exists, but already there are signs that<br />
we are coming out of the crisis. Little by little, exports are<br />
also reacting and expanding local industry revenue. The<br />
numbers are beginning to show an inflection in the curve.<br />
The trend is to consolidate. For the third quarter, we have a<br />
much more positive outlook for the furniture industry.<br />
How does Iemi see the positive GDP numbers obtained<br />
in the first half?<br />
If you consider all the numbers for the economy, we see<br />
positive expectations for industrial production, with industrial<br />
GDP rising 0.7%. In other words, it's not just the Agricultural<br />
Sector that is growing. Despite very good performance<br />
in agriculture, it should end <strong>2017</strong> with GNP growth<br />
of a little more than 9%. <strong>Industrial</strong> production has a much<br />
greater weight in GNP and should show positive data. The<br />
transformation industry should have a growth of almost<br />
2% this year, for example. What is really behind is the building<br />
construction industry, which we hope can react with<br />
the recuperation of family income, providing the appropriate<br />
conditions for such spending. Furniture, as a durable<br />
good, is being the least promoted. This leads it to having<br />
the least priority in this recovery.<br />
What are the main suggestions that you can make<br />
today so that furniture producers become profitable?<br />
Imports do not threaten the Brazilian furniture industry,<br />
mainly wood furniture that is 80% of our market. When<br />
it comes to furniture made from plastic, metals and other<br />
raw materials, the market is different. Overall, our industry<br />
is far more competitive. Few countries in the world have<br />
wood and the Brazilian industry has. Our reforestation industry<br />
is very strong and offers a very rich supply to producers<br />
in Brazil. With a weakening exchange rate, we have<br />
a better possibility to export these products. Sometimes,<br />
however, we don’t prioritize exports due to logistics and bureaucracy<br />
issues, and being a part of one of the biggest consumer<br />
markets. Exporting is not simple, but Brazil is able<br />
to compete anywhere in the world. There are problems,<br />
yes, Government incentives aimed at an anti-inflationary<br />
policy and an unreasonable foreign exchange policy, such<br />
as we had for almost the entire PT Government, destroyed<br />
the industry. It helps control inflation, but harms those<br />
who employ many more than the agricultural industry, for<br />
example. It ends up relegating everything to the production<br />
of commodities.<br />
26 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
governo anterior estava com um trem sem maquinista,<br />
prestes a cair no abismo. Não havia outra descrição pra<br />
isso. Não é possível nenhum governo – de esquerda ou de<br />
direita – gastar mais do que arrecada. Quando o governo<br />
vai à bancarrota, ele quebra empresas, famílias e tudo<br />
que vier pela frente. O governo que sucedeu trouxe, na<br />
área econômica, os melhores disponíveis no momento,<br />
que assumiram as rédeas. O presidente tem muito pouco<br />
a ver com isso, a não ser pelo mérito da escolha: deu carta<br />
branca ao formar uma boa equipe. Nesse processo, as<br />
decisões foram tomadas de forma alinhada. Isso corrigiu o<br />
Brasil, embora ainda dependamos de reformas estruturais<br />
que se prolongam desde que saí da faculdade. Para ser<br />
sustentáveis tais mudanças, é necessário continuidade. A<br />
dívida hoje é decrescente.<br />
Como vê os atuais indicadores da economia? Há<br />
otimismo concreto neles?<br />
Há credibilidade nesses indicadores, que abrem um<br />
campo imenso de investimento para o Brasil em infraestrutura<br />
e entrada de capital estrangeiro. Assim, criamos<br />
condições de crescimento para o país. Precisamos, agora,<br />
de uma reforma que priorize a produção industrial: precisamos<br />
de dinheiro barato, subsidiado, assim como acontece<br />
na agricultura, que paga valores muito aquém de outros<br />
setores. É necessário que o governo taxe a renda, assim<br />
como acontece lá fora. Se você quer ficar rico com sua empresa,<br />
socialize-a. Assim, paga menos impostos de renda e<br />
divide sua riqueza com a sociedade. É lógico e é assim nos<br />
EUA (Estados Unidos da América), o mais inteligente em<br />
termos tributários que poderíamos observar.<br />
As to the Government that succeeded the PT, can<br />
you point out any successes?<br />
The decisions that have been taken were correct in<br />
every way: the current Government policy wins out 200<br />
thousand to zero over that of the PT. The previous Government<br />
was a train without an engineer, about to fall into an<br />
abyss. There is no other description for it. It is not possible to<br />
have no Government – to the left or to the right – spending<br />
more than it collects. When the Government goes bankrupt,<br />
it breaks companies, families and everything that comes in<br />
its way. The Government that followed brought in the best<br />
available people at the time to manage the economic area,<br />
who took over the reins.<br />
The President has very little to do with it, except for the<br />
merit of choice: he gave them a free hand to form a good<br />
team. In this process, the decisions were taken in an aligned<br />
way. This corrected Brazil, though this still depends on<br />
structural reforms, which has been the case since I left College.<br />
To sustain such changes, it is necessary to continue.<br />
Government debt today is decreasing.<br />
How do you see the current economic indicators? Do<br />
they reflect concrete evidence for optimism?<br />
There is credibility in these indicators, which opens up a<br />
huge field in Brazil for investments in infrastructure and the<br />
entry of foreign capital. So, we have created conditions for<br />
growth in the Country. But what we now need is a reform to<br />
prioritize industrial production: we need more inexpensive<br />
money, subsidized, as in agriculture, which contributes far<br />
less to government revenue than other sectors. It is necessary<br />
that the Government tax income, the ways it occurs<br />
outside of Brazil. If you want to become rich from your company,<br />
socialize it. However, if you pay less income tax, the<br />
wealth can be split with society. This is logical and is so in<br />
the United States, the smartest in fiscal terms that we can<br />
see.<br />
Não é possível<br />
nenhum governo<br />
gastar mais do<br />
que arrecada<br />
AGOSTO | 27
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA ABIMCI<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
INDÚSTRIA DA MADEIRA, UM SETOR PUJANTE E EM<br />
CONSTANTE ALERTA<br />
Incertezas econômicas persistirão no segundo semestre de <strong>2017</strong><br />
Q<br />
uando avaliamos somente os números macros do<br />
setor madeireiro, por muitas vezes os mesmos não<br />
nos revelam algumas informações importantes da<br />
rotina das empresas. O resumo das exportações brasileiras de<br />
produtos de madeira no primeiro semestre de <strong>2017</strong>, compilado<br />
pela Abimci, nos dá mostras claras que uma avaliação sempre<br />
cuidadosa e mais profunda se faz necessária em todos os<br />
momentos, quando se avalia e se questiona o mercado. Em<br />
especial, o externo.<br />
Ao olharmos os resultados obtidos nos primeiros seis<br />
meses do ano, comparados com o mesmo período em 2016,<br />
vemos uma boa recuperação e aumento do volume exportado<br />
na maioria dos produtos madeireiros, mas isso não se<br />
reflete, em muitos casos, no valor faturado pelas empresas.<br />
A Abimci, inclusive, salienta que apesar desse aumento do<br />
volume exportado, a média de faturamento não aumentou<br />
na mesma proporção no período, mostrando sinais de que<br />
os preços internacionais estão estáveis e em alguns casos<br />
sofreram queda.<br />
Esse aumento do volume exportado também pode ser<br />
explicado pela migração constante de produtos do mercado<br />
interno para o externo, muito em decorrência da situação da<br />
demanda desaquecida da economia nacional. Essa migração<br />
vem acontecendo na maioria dos produtos madeireiros exportados<br />
pelo país, desde 2015, com tendência mais acentuada<br />
a partir do segundo semestre de 2016.<br />
É um reflexo claro da baixa demanda no mercado doméstico<br />
e da demora da recuperação de nossa economia. Em<br />
resumo: não temos ainda muitos motivos para comemorar<br />
e, sim, manter a cautela e olhar constante sobre as transformações<br />
do mercado, trabalhar no planejamento constante<br />
e, a cada dia, tentar ser mais competitivo dentro da gestão<br />
nas empresas.<br />
Seria possível listar aqui uma série de outros fatores<br />
que contribuem para o momento de atenção: da perda de<br />
competitividade diante de outros países à falta de acordos<br />
comerciais, passando pela incerteza econômica e a insegurança<br />
jurídica do país que influenciam diretamente no<br />
volume de negócios. Some-se ainda a questões como custos<br />
operacionais e a enorme e inconsequente burocracia para se<br />
colocar, embarcar e receber um produto via nossos portos.<br />
Apesar das dificuldades enfrentadas com a crise interna<br />
e mudanças no mercado mundial de madeira, a indústria<br />
brasileira está se desenvolvendo de forma competente e<br />
consolidada nos principais mercados do mundo. Estamos<br />
novamente em uma posição de destaque em alguns mercados<br />
importantes e, inclusive, vitórias significativas como a obtida<br />
recentemente em ação da Abimci junto ao governo dos EUA<br />
(Estados Unidos da América) que pediu a revisão da isenção<br />
fiscal para a madeira perfilada de coníferas (Htsus 4409.10.05)<br />
dentro do SGP (Sistema Geral de Preferência) dos EUA. Garantimos<br />
a comercialização desse produto para o mercado<br />
americano sem a incidência de imposto de importação por<br />
mais cinco anos.<br />
Na outra ponta, quando avaliamos alguns indicadores<br />
socioeconômicos do setor, nos deparamos com números estáveis<br />
de mão de obra contratada (somos um setor intensivo<br />
em mão de obra e muito dependente, diante do baixo nível<br />
de tecnologia e automação do setor) que mostra a exposição<br />
de muitas empresas, com alto custo operacional para suas<br />
unidades. Quando falamos de participação do setor na balança<br />
comercial do Brasil, somos responsáveis por uma boa<br />
fatia do lado positivo da nossa economia. Mas, infelizmente,<br />
continuamos a sermos tratados pelo Governo Federal — e por<br />
praticamente todos os governos estaduais — como o patinho<br />
feio do setor produtivo e ambiental. Certamente uma visão<br />
equivocada e tendenciosa por quem está no poder.<br />
Assim, em um momento no qual precisamos estar mais<br />
unidos e fortalecidos, vale lembrar que cada empresa do<br />
setor tem o desafio e papel primordial para fazer com que o<br />
setor avance e consiga terminar o ano com o sentimento de<br />
que é possível encontrar novos caminhos. Somos um setor<br />
pujante com geração de emprego e renda, presente em um<br />
grande número de municípios do país. Onde as indústrias de<br />
madeira se instalam, principalmente em localidades menores,<br />
levam prosperidade econômica e o envolvimento de toda uma<br />
cadeia que começa antes mesmo do plantio florestal, com o<br />
trabalho de pesquisa e desenvolvimento de insumos, além<br />
de contribuir para o equilíbrio social no meio em que atua.<br />
Certamente não teremos um segundo semestre fácil.<br />
As incertezas ainda são muitas. Será preciso trabalhar mais,<br />
planejar melhor e pensar fora da caixa. Prospectar novos mercados,<br />
encontrar outros usos para os produtos, desenvolver<br />
e melhorar aquilo que já fazemos.<br />
28 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Minístério do<br />
Desenvolvimento Agrário<br />
MÁQUINAS<br />
PROJETADAS PARA<br />
TODO TIPO DE<br />
TERRENO<br />
EMPILHADEIRA<br />
• Capacidade de Carga até 4.000kg<br />
• Altura de Elevação até 5,50 metros<br />
• Versões 4x2 e 4x4”<br />
• Opcional: Cabine Fechada com<br />
Ar-Condicionado<br />
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• Altura de Elevação até 4 metros<br />
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• Opcionais: Cabine Fechada com<br />
Ar-Condicionado, Concha e Garra<br />
Hidráulica Central.<br />
Financiamentos:<br />
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Rod. SC 340 km 4,7 nº5597 – Dalbérgia – Ibirama – SC.<br />
Fone: (47) 3357-0004<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
30 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
CARGA<br />
PESADA<br />
Fotos: divulgação<br />
HEAVY<br />
LOADS<br />
THE EXPERTISE<br />
GAINED FROM<br />
MORE THAN 30 YEARS’<br />
EXPERIENCE IS THE<br />
KEY TO EMPIMAQ’S<br />
SUCCESS, A COMPANY<br />
SPECIALIZING IN<br />
FORKLIFTS AND CARGO<br />
HANDLING<br />
MACHINES<br />
EXPERTISE DE MAIS DE<br />
30 ANOS É A CHAVE<br />
DO SUCESSO DA<br />
EMPIMAQ, EMPRESA<br />
ESPECIALIZADA EM<br />
MÁQUINAS PARA<br />
MOVIMENTAÇÃO DE<br />
CARGA<br />
AGOSTO | 31
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
O<br />
trabalho com empilhadeiras é parte fundamental<br />
da atuação de uma empresa. O deslocamento<br />
e movimentação de cargas deve ser preciso,<br />
contínuo e ágil. Para isso é necessário um maquinário especializado<br />
por trás: alguém que ofereça produtos de alta<br />
resistência, mas com pós-venda e assistência técnica de<br />
qualidade. Prezando pelo aspecto completo da produção de<br />
empilhadeiras e carregadeiras, a Empimaq consolida uma<br />
história de sucesso que já dura mais de 30 anos.<br />
Localizada no município de Ibirama (SC), na região do<br />
Alto Vale do Itajaí, a Empimaq iniciou as atividades em 1979<br />
como oficina mecânica de tratores, sob o nome de Odorico<br />
de Andrade, fundador da empresa. A partir de 1986, passou<br />
a explorar a compra e venda de tratores usados e, no mesmo<br />
ano, iniciou suas atividades metalúrgicas na fabricação de<br />
equipamentos para movimentação de cargas.<br />
Em 1988, agora com o nome Andrade Comércio de<br />
Tratores, Implementos e Peças, foi vendida a primeira empilhadeira<br />
projetada para trabalhar em todos os tipos de<br />
terrenos, podendo ser acoplada a tratores agrícolas novos ou<br />
usados. Cerca de 20 anos após a fundação, em 2001 o nome<br />
da empresa mudou para Empimaq Empilhadeiras Andrade,<br />
já com a marca registrada Empimaq. Atualmente, conta com<br />
25 colaboradores que executam todas as tarefas, do projeto<br />
até o acabamento, além da reforma de usados. A marca, com<br />
presença em nível nacional, tem máquinas espalhadas por<br />
todo o Brasil e representantes em múltiplos Estados, sempre<br />
buscando maior proximidade junto aos clientes.<br />
Além do setor madeireiro — onde atua desde a coleta<br />
da matéria-prima até a movimentação do produto acabado<br />
W<br />
orking with forklifts is a fundamental part of any<br />
company’s operations. Materials moving and<br />
handling needs to be precise, continuous and<br />
responsive. This requires specialized machinery: products<br />
that provide endurance, but with quality aftermarket service.<br />
Well known for its complete line of truck lifts and forklifts,<br />
Empimaq consolidates a success story that has lasted for<br />
more than 30 years.<br />
Located in Ibirama (SC), in the Alto Vale do Itajaí Region,<br />
Empimaq began its activities in 1979 as a repair shop for<br />
tractors, under the name of Odorico de Andrade, founder of<br />
the Company. Starting in 1986, the Founder began to explore<br />
the buying and selling of used tractors, and later in the same<br />
year, he began metallurgical activities for the manufacture of<br />
materials handling equipment.<br />
In 1988, now with the name Andrade Comércio de Tratores,<br />
“SEMPRE QUE<br />
ENCONTRAMOS<br />
ALGUMA LIMITAÇÃO<br />
OU PRECISAMOS<br />
DE MELHORIA COM<br />
RELAÇÃO AO USO DOS<br />
EQUIPAMENTOS, SOMOS<br />
BEM ASSISTIDOS PELO<br />
CANAL DE<br />
PÓS-VENDAS”<br />
ALEX WELLINGTON,<br />
DA MANOEL<br />
MARCHETTI (SC)<br />
32 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
AS MÁQUINAS SE<br />
ADAPTAM EM VÁRIOS<br />
SEGMENTOS, COMO<br />
O MOVELEIRO,<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
E AGRÍCOLA<br />
— as máquinas da Empimaq se adaptam em vários segmentos,<br />
como o moveleiro, construção civil, agrícola, materiais<br />
de construção, reciclagem e cerâmico, entre outros. Com<br />
uma média de produção anual entre 40 e 50 máquinas, a<br />
Empimaq preza pelo acabamento nos produtos.<br />
“Valorizamos a qualidade, durabilidade, segurança,<br />
agilidade, versatilidade e conforto, além de uma assistência<br />
técnica ágil e peças de reposição de alto nível”, destaca Samuel<br />
de Andrade, gerente industrial da empresa. “Mesmo<br />
com o Brasil passando por esta forte turbulência política e<br />
econômica nos últimos anos, mantivemos a média de produção<br />
e vendas, pois em <strong>2017</strong> buscamos novos mercados e<br />
novas parcerias. Assim, pretendemos fechar bem este ano e<br />
já vislumbrando um crescimento para 2018. Novos projetos<br />
já estão caminhando, seja para o setor de máquinas como<br />
para o de equipamentos. Vamos ampliar ainda mais nossa<br />
atuação”, valoriza.<br />
Desde a criação da empresa, surgiram novos equipamentos<br />
que ampliam a linha de produtos, além de empi-<br />
ODORICO DE<br />
ANDRADE,<br />
FUNDADOR<br />
DA EMPRESA<br />
Implementos e Peças, the first lift designed to work on all types<br />
of terrain was sold, and it could be coupled to new or used<br />
agricultural tractors. In 2001, about 20 years after its founding,<br />
the Company changed its name to Empimaq Empilhadeiras<br />
Andrade, with the Empimaq brand name. It currently has 25<br />
employees who perform all the tasks from design to the final<br />
touches, in addition to the restoration of used machines. The<br />
brand, with a presence at a national level, has machines spread<br />
throughout all of Brazil and representatives in multiple States,<br />
always seeking to become closer to its customers.<br />
In addition to the Forest Products Sector — where it operates<br />
from the handling of the raw material to the finished<br />
product — Empimaq machines are adapted for use in several<br />
segments, such as agricultural and building construction,<br />
furniture making, construction materials, recycling, and ceramic,<br />
amongst others. With an average annual production<br />
of between 40 and 50 machines, Empimaq is well known for<br />
the final touches of its products.<br />
“We value the quality, durability, safety, agility, versatility,<br />
and comfort afforded by our product, as well as providing high<br />
level technical assistance and spare part service,” highlights<br />
Samuel de Andrade, Sales Manager for the Company. “Even<br />
with Brazil going through the intense political and economic<br />
turmoil over the recent years, we have kept up our average<br />
level of production and sales, and in <strong>2017</strong>, we are seeking out<br />
new markets and new partnerships. As such, we expect to end<br />
this year on the up side, and our plans for 2018 are calling for<br />
growth. New projects are already well on their way, be they<br />
for the machinery or equipment segments. We will be able to<br />
further expand our activities,” he values.<br />
AGOSTO | 33
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
“A PRODUTIVIDADE DAS<br />
MÁQUINAS EMPIMAQ<br />
DENTRO DE UMA LINHA<br />
DE PRODUÇÃO CONTÍNUA<br />
É BEM SATISFATÓRIA,<br />
PRINCIPALMENTE PELO<br />
FATO DO CUSTO DE PÓS-<br />
VENDAS SER ATRATIVO”<br />
FLÁVIO MORO, DA SENA<br />
MADEIRAS (RS)<br />
lhadeiras e carregadeiras, carregadores frontais, garras<br />
hidráulicas, prolongadores de garfos, transportador florestal<br />
(skidder), plataforma traseira e 3º ponto hidráulico (para tratores<br />
agrícolas). Além da vasta linha de produtos, a empresa<br />
também é especializada em projetos personalizados, como<br />
colocação de garfos e torres em pás carregadeiras e também<br />
sistemas de garras especiais, que facilitam o transporte e o<br />
empilhamento.<br />
Clientes da Empimaq desde sua fundação, a Manoel<br />
Marchetti, de Ibirama (SC), sempre teve um ótimo relacionamento<br />
– e amizade – com a empresa. “Como diz o nosso<br />
diretor-presidente, Ayres Marchetti, os negócios sempre<br />
foram secundários”, cita Alex Wellington, do setor comercial.<br />
“Nós da Manoel Marchetti sempre visamos desenvolver<br />
fornecedores competitivos, com iniciativas inovadoras que<br />
proporcionem maior desempenho em suas atividades. Atualmente,<br />
temos nove empilhadeiras da Empimaq em nosso<br />
parque fabril. Desde a implantação, adaptação, treinamento<br />
e prática diária, temos a certeza de trabalhar com uma<br />
empresa que proporciona qualidade no atendimento e na<br />
execução no processo produtivo. Os efeitos positivos desta<br />
parceria estão presentes nos nossos resultados”, destaca.<br />
Atualmente, a Manoel Marchetti conta com um quadro<br />
de 700 colaboradores, cujo carro-chefe é a fabricação de<br />
portas, trabalhando com mais de 25 mil portas para o mercado<br />
externo e cerca de 30 mil para o interno. Os produtos<br />
também contemplam acessórios para portas, kit porta<br />
Since the creation of the Company, a new generation of<br />
equipment was created, which expanded the product line to<br />
forklifts, loaders, frontend loaders, hydraulic lifts, fork extensions,<br />
forestry transporters (skidders), rear platform lifts,<br />
and 3 point hydraulics (for agricultural tractors). In addition<br />
to the wide range of products, the Company also specializes in<br />
custom designs, such as the placement of forks and extensions<br />
on pallet loaders, and also special jaw systems that facilitate<br />
transport and stacking.<br />
An Empimaq customer since its founding, Manoel Marchetti,<br />
Ibirama (SC), has always had a good relationship<br />
- and friendly - with the Company. “As Ayres Marchetti, our<br />
Managing Director, says, negotiations have always been secondary,”<br />
cites Alex Wellington, from the Sales Department.<br />
“We, at Manoel Marchetti, always aim to develop competitive<br />
suppliers, who present innovative solutions that provide increased<br />
performance in their activities. We currently have nine<br />
Empimaq lifts in our industrial park. From implementation,<br />
adaptation, training and daily use, we are sure that we are<br />
working with a company that provides quality services and<br />
implementation in the production process. The positive effects<br />
of this partnership are shown in our results,” he says.<br />
Currently, Manoel Marchetti has 700 employees on its<br />
payroll, whose flagship is the manufacture of doors, producing<br />
over 25 thousand doors for the foreign market and about 30<br />
thousand for the domestic market. The products also include<br />
doors with accessories, ready to install door kits, as well as<br />
34 |<br />
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pronta, edificações pré-fabricadas, carretéis e biomassa.<br />
Mais do que uma relação transparente e de fornecimento<br />
de produtos de qualidade, os efeitos sentidos também<br />
foram econômicos. Apesar de não falar em números, Alex<br />
diz que os resultados são nitidamente positivos. O sucesso<br />
é principalmente na questão de durabilidade das máquinas.<br />
“A Empimaq vem contribuindo, principalmente, no que diz<br />
respeito a robustez, versatilidade e durabilidade de seus<br />
equipamentos”, elogia. “Recomendaríamos a empresa por<br />
seu profissionalismo, além da preocupação em nos atender<br />
bem e de forma rápida.”<br />
O pós-venda e assistência técnica sempre foram prestativos<br />
e rápidos, confirma Alex. “Sempre que encontramos<br />
alguma limitação ou precisamos de melhoria com relação<br />
ao uso dos equipamentos, somos bem assistidos pelo canal<br />
de pós-vendas e recebemos a assistência de profissionais<br />
especializados, que nos passam a segurança de que estamos<br />
trabalhando com uma equipe responsável”, relata.<br />
Com a Sena Madeiras, de São José do Norte (RS), a<br />
Empimaq começou a parceria por meio de indicações, pois<br />
na região já havia clientes utilizando suas empilhadeiras de<br />
forma bem-sucedida. Criada em 1999, a madeireira adquiriu<br />
a primeira empilhadeira no ano seguinte. A máquina era<br />
responsável por toda a movimentação de madeira serrada<br />
antes e depois da secagem, carregando madeira nos caminhões<br />
para expedição.<br />
“Em 2002, iniciamos um projeto de serraria no município<br />
de Rio Grande (RS), quando adquirimos a segunda máquina”,<br />
conta Flávio Moro, sócio-administrador da empresa.<br />
“Com a carregadeira da Empimaq, nós descarregávamos e<br />
abastecíamos a serraria. A produtividade das máquinas da<br />
marca dentro de uma linha de produção contínua é bem satisfatória,<br />
principalmente pelo fato do custo de pós-vendas<br />
ser atrativo. As manutenções são simples de efetuar e a<br />
assistência técnica é rápida e eficiente.”<br />
Todas as intervenções corretivas feitas pela Sena Madeiras<br />
nestes 17 anos sempre foram atendidas prontamente<br />
pela Empimaq, relata Flávio. Com tamanha satisfação, em<br />
<strong>2017</strong> adquiriram a terceira máquina, para uma serraria onde<br />
processam 8 mil t (toneladas) de toras mensais. “A demanda<br />
da máquina é levar da saída do gradeamento até a entrada<br />
do túnel de secagem mais de 3 mil m³ (metros cúbicos) de<br />
madeira serrada por mês”, detalha ele, que indica a empresa<br />
para todos os amigos e parceiros. “É com muita satisfação<br />
que realizamos essa parceria de anos com a Empimaq.”<br />
prefabricated buildings, bobbins and biomass.<br />
More than a transparent relationship and delivery of<br />
quality products, the effects are also on the economic side.<br />
Although not talking in numbers, Manoel Marchetti’s Alex says<br />
that the results are clearly positive. The success is mainly as<br />
to the issue of machine durability. “Empimaq equipment has<br />
been contributing, especially as to robustness, versatility and<br />
durability,” he praises. “I would recommend the company for<br />
its professionalism, in addition to its concern with good and<br />
fast service.”<br />
Aftermarket and technical assistance services have<br />
always been helpful and fast, confirms Alex. “Whenever we<br />
find any limitations or improvement that could be made in<br />
respect to the use of the equipment, we are well served by the<br />
aftermarket channel and receive the assistance of specialized<br />
professionals, who provide us with the assurance that we are<br />
working with a responsible team,” he reports.<br />
With the Sena Madeiras, from São José do Norte (RS),<br />
Empimaq began its partnership as a result of recommendations<br />
from others, because in the region, there were already<br />
customers using their lift trucks very successfully. Sena Madeiras<br />
was created in 1999, and the sawmill acquired its first<br />
forklift in the following year. The machine was responsible for<br />
the movement of the sawnwood before and after drying, and<br />
loading the sawnwood on to trucks for shipment.<br />
“In 2002, we initiated a sawmill project in the Municipality<br />
of Rio Grande (RS), when we acquired the second machine,”<br />
says Flávio Moro, Administrative Partner of the Company.<br />
“With the Empimaq lift, we are able to unload the timber<br />
logs and supply the mill. The productivity of the brand named<br />
machines within the continuous production line is quite<br />
satisfactory, mainly because aftermarket costs are attractive.<br />
Maintenance is simple to carry out and the technical support<br />
is fast and efficient.”<br />
All corrective interventions made by Sena Madeiras over<br />
these 17 years were promptly carried out by Empimaq, says<br />
Administrative Partner Flávio. In <strong>2017</strong>, being very satisfied<br />
with Empimaq equipment and service, the Company acquired<br />
its third machine for a sawmill, which monthly processes<br />
eight thousand mt of logs. “The machine is used to move the<br />
timber from grading to the entrance of the drying tunnel, more<br />
than 3 thousand m³ of sawnwood per month,” he details,<br />
and recommends Empimaq’s equipment to all friends and<br />
business partners. “It is with great satisfaction that we have<br />
this partnership with Empimaq<br />
AGOSTO | 35
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
36 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Fotos: divulgação<br />
REVOLUÇÃO<br />
VIRTUAL<br />
Fotos: divulgação<br />
INTERNET REINVENTA E FACILITA<br />
FORMA DE PENSAR A PRODUÇÃO DE<br />
MÓVEIS E PORTAS NO BRASIL<br />
AGOSTO | 37
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
PEÇAS CUSTOMIZADAS SÃO O PONTO FORTE DA MOVE MÓVEL,<br />
QUE INVESTE NO MERCADO SEGMENTADO<br />
A LOJA FÍSICA DA<br />
N<br />
o mundo do empreendimento, existem termos<br />
e definições que se referem às formas de pagamento,<br />
negociações e outras especificações. No<br />
comércio eletrônico, conhecido como e-commerce, as transações<br />
feitas são dos tipos B2C (business to commerce) e<br />
B2B (business to business). A primeira define transações comerciais<br />
entre empresas e consumidor final — por meio do<br />
comércio virtual — geralmente para fins de consumo. Já a<br />
B2B faz referência às transações comerciais entre empresas<br />
— também em ambiente eletrônico — com fins de revenda,<br />
transformação ou o próprio consumo.<br />
Nesse cenário de investimentos em nível nacional e internacional,<br />
o setor moveleiro também agrega valor às suas<br />
marcas ao disponibilizar formas de personalizar e ligar seus<br />
produtos ao consumidor final. Mais que uma mera tendência,<br />
investir nos meios online tem se provado uma necessidade<br />
em tempos de reinvenção do mercado.<br />
PERSONALIZAÇÃO ONLINE<br />
Por dentro de um segmento que cresce a pleno vapor e<br />
liga diretamente a fábrica ao consumidor final, o site Move<br />
Móvel (SP) tem se destacado, desde 2010, como sinônimo<br />
38 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
de personalização moveleira sem precisar sair de casa. A<br />
proposta apresenta benefícios: produção direcionada que já<br />
sai da fábrica vendida, facilidade de interação com clientes<br />
finais, economia na publicidade e, mais importante, fidelização.<br />
“No nosso site, o consumidor monta seu móvel escolhendo<br />
pernas, dimensão e cor”, explica a arquiteta e designer<br />
Moricy Chaim, que cria as peças customizadas. “Após as<br />
escolhas feitas, o cliente nos envia uma mensagem com a<br />
imagem do que havia escolhido e o que gostaria como resultado<br />
final. As imagens são renderizadas em um programa<br />
para então serem coloridas no Photoshop. Após a aprovação<br />
do cliente partimos para a execução.”<br />
Devido ao sucesso atingido com a empreitada, pouco<br />
após dois da criação do site a Move Móvel foi além. Em 2012,<br />
foi criado um e-commerce com os móveis personalizados<br />
mais vendidos. Em 2013, a ferramenta de criação de móveis<br />
foi aprimorada pelo Estúdio Colletivo, permitindo ao usuário<br />
ainda mais controle sobre suas criações.<br />
“Neste ano de <strong>2017</strong>, a principal ferramenta de personalização<br />
tem sido o whatsApp”, conta Moricy. “Chega a ser<br />
ainda mais rápido que o Monte Seu Móvel: o cliente faz sua<br />
solicitação, nos informa o que gostaria, a partir daí enviamos<br />
as possibilidades de personalização e orçamentos já na hora.<br />
Assim que decidir pela compra, o móvel é inserido no ícone<br />
Móveis Personalizados do site onde é possível fazer a compra<br />
em até 10 vezes sem acréscimo.”<br />
Nenhuma ideia inovadora surge de repente. Moricy já ti-<br />
MOVE MÓVEL, EM SÃO PAULO (SP)<br />
nha expertise na área há anos, tendo trabalhado com design<br />
de interiores e marcenaria de madeira maciça. Hoje, a Move<br />
Móvel produz cerca de 50 móveis por mês, todos com destino<br />
encomendado. “Buscamos oferecer sempre aos clientes<br />
produtos únicos, já que esse é o grande diferencial da marca”,<br />
ressalta. “Nossos produtos são todos trabalhados em<br />
madeira maciça como eucalipto e teca. Buscamos atender<br />
aos que buscam estilo, acabamentos e dimensões diferentes<br />
do que é oferecido pelo mercado em grande escala. É um<br />
nicho específico que oferece bom retorno.”<br />
AGILIDADE ONLINE<br />
Em 2011, três jovens brasileiros decidiram tomar para si<br />
um desafio: tornar a indústria brasileira de móveis mais ágil<br />
e moderna. Victor Noda e Mário Fernandes criaram a Mobly<br />
e, logo em seguida, chamaram Marcelo Marques, que havia<br />
fundado recentemente a Kanui, de artigos esportivos. Os<br />
três tinham acabado de voltar de um período de estudos dos<br />
EUA (Estados Unidos da América) e queriam replicar modelos<br />
de grandes companhias internacionais.<br />
Para se diferenciar, a empresa optou por investir fortemente<br />
em tecnologia: integrou sistemas de todos os fornecedores<br />
para ter uma entrega mais ágil, além de usar os<br />
dados de compra e navegação dos clientes para criar móveis<br />
exclusivos, todos campeões de venda. A maior síntese disso<br />
é o aplicativo da empresa: com a ferramenta de realidade<br />
aumentada, o app projeta itens em 3D em qualquer cômodo.<br />
Também é possível, após fotografar um objeto, localizar<br />
A LOJA FÍSICA DA MOVE<br />
MÓVEL, EM SÃO PAULO (SP)<br />
COM A FERRAMENTA DE REALIDADE AUMENTADA, O APP DA<br />
MOBLY PROJETA ITENS EM 3D EM QUALQUER CÔMODO<br />
AGOSTO | 39
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
opções que têm semelhança com a foto.<br />
Antes de chegar ao tamanho atual, a empresa precisou<br />
resolver um problema que assombra todas as lojas de móveis<br />
no Brasil: logística. Transportar móveis é caro, a montagem<br />
é complexa e o consumidor não consegue acompanhar<br />
o trajeto de seu pedido, que pode demorar até dois meses<br />
para chegar. Por isso, criou sua própria transportadora, a<br />
MoblyLog.<br />
A companhia tem 350 funcionários – a maior parte atua<br />
no atendimento ao cliente e no centro de logística. O plano<br />
é expandir para 700 colaboradores nos próximos dois anos.<br />
Sem revelar o faturamento, garante que cresceu 25% ao ano<br />
entre 2014 e 2016, enquanto a indústria moveleira inicia sua<br />
recuperação em <strong>2017</strong>, após longos três anos de queda. No<br />
segundo semestre deste ano, a Mobly pretende abrir sua primeira<br />
loja física, em São Paulo, que contará com produtos<br />
prontos para venda.<br />
“Queremos que o consumidor saiba que irá encontrar<br />
o que procura no nosso site”, diz Marcelo Marques, um dos<br />
donos da empresa. O grande número de produtos se tornou<br />
um dos maiores diferenciais da marca. Ela tem mais de 185<br />
mil produtos diferentes, feitos por 600 fornecedores. São<br />
mais de 2.000 lançamentos por semana.<br />
KIT PORTA PRONTA ONLINE<br />
A Pormade Portas, fundada em 1939 na cidade de União<br />
da Vitória (PR), contabiliza ser responsável pela produção<br />
de 15% das portas feitas em território nacional. Em <strong>2017</strong>, no<br />
entanto, decidiu abranger ainda mais a sua trajetória com<br />
uma inovação tecnológica: a venda online do kit porta pronta.<br />
O cliente que acessa o portal online tem diversas maneiras<br />
de entrar em contato com os atendentes da Pormade,<br />
como pelo chat virtual, e-mail, whatsapp e Facebook. "Nós<br />
precisávamos chegar ao consumidor e nas pequenas obras.<br />
E o momento chegou", comemora o diretor-presidente da<br />
Pormade, Claudio Zini.<br />
No seu novo site, a empresa atende os clientes em tempo<br />
real na loja online. A porta pronta, por exemplo, chega na<br />
casa do cliente em, no máximo, 20 dias úteis. "É um grande<br />
avanço para a Pormade”, afirma a diretora de marketing da<br />
empresa, Beatriz Bolbuck. “Se a pessoa tiver alguma dúvida,<br />
simula a compra no cartão de crédito, recebe o retorno do<br />
nosso pessoal e vem retirar o produto aqui na loja.”<br />
No ar desde abril, o site oferece inúmeras opções de escolha<br />
dentro das peças produzidas pela Pormade. "O cliente<br />
pode escolher a porta pronta com as medidas que quiser”,<br />
destaca. Segundo a analista de e-commerce da empresa,<br />
Bianca Venturin da Costa, também há a opção de escolher<br />
produtos avulsos, como folhas de porta, jogo de batente,<br />
guarnições e rodapés, entre outros.<br />
NO MOVELARIA ONLINE, O CONSUMIDOR PODE VISUALIZAR<br />
COMO OS MÓVEIS FICARÃO EM SEU PRÓPRIO ESPAÇO<br />
NO DECORADORNET, CADEIA PRODUTIVA, PROFISSIONAIS<br />
E CONSUMIDOR FINAL PODEM MANTER DIÁLOGO PARA<br />
ENCOMENDAS ONLINE<br />
40 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
INTEGRANDO PRODUTOR E CONSUMIDOR<br />
Buscando inovar e democratizar o mercado de decoração<br />
de móveis no Brasil, a arquiteta Mariana Albuquerque e<br />
o engenheiro Guilherme Ommundsen fundaram o Decoradornet,<br />
primeira plataforma de atendimento online a projetos<br />
de decoração no Brasil. O site foi criado com tecnologia<br />
avançada que facilita todo o processo do projeto, sendo realizado<br />
totalmente online e reduz prazos e custos para todos<br />
os envolvidos.<br />
Os sócios perceberam que, cada vez mais, os brasileiros<br />
queriam contar com um serviço de decoração profissional,<br />
mas nem todos poderiam arcar com os custos de uma<br />
empresa tradicional. Para atingir esse público, criaram a<br />
plataforma com investimento próprio de R$ 450 mil. A solução<br />
oferece para os clientes a oportunidade de escolher<br />
designers de interior a partir do estilo, através de afinidades.<br />
“Buscamos criar uma plataforma simples e intuitiva para<br />
otimizar os processos e criar uma experiência para o cliente.<br />
Além disso, nosso investimento nos proporcionou um sistema<br />
que reduz os custos, ponto que reflete diretamente na<br />
democratização do serviço”, aponta Mariana.<br />
Para a cadeia produtiva, o Decoradornet oferece a oportunidade<br />
de divulgar suas peças e ampliar a cartela de clientes,<br />
de maneira fácil e prática a um custo fixo mensal. “Cliente<br />
e profissional podem manter contato e trocar ideias sobre<br />
o projeto em tempo real”, explica Guilherme.<br />
PERSONALIZAÇÃO DE MÓVEIS E<br />
AMBIENTES INTEGRADA<br />
A Movelaria On Line chegou em 2013 ao mercado com<br />
a promessa de facilitar a compra on-line de móveis, além<br />
de oferecer aos consumidores a opção de personalizar ambientes<br />
da casa. Atualmente, a operação atende a todo o<br />
território nacional com linhas de produtos de marcas como<br />
Tramontina, Roncali e Barka, entre outras.<br />
Ao acessar a Movelaria On Line, o consumidor tem acesso<br />
a mais de 1.000 produtos e diversas sugestões de móveis<br />
de madeira para todos os tipos de ambientes. “O consumidor<br />
pode fazer a escolha por produtos a partir de aspectos que<br />
levem em conta funcionalidade e design”, explica o idealizador<br />
e diretor executivo, Rosandré Giacomello. “Há ainda a<br />
opção do recurso Monte do Seu Jeito, em que o consumidor<br />
pode alterar cor e tamanho dos produtos ou acessórios e visualizar<br />
o ambiente em diferentes ângulos. Além disso, pode<br />
trocar a cor da parede e do piso, a fim de visualizar como os<br />
móveis ficarão em seu próprio espaço.”<br />
Rosandré acrescenta que a Movelaria On Line possui<br />
vantagens especiais para arquitetos e designers de interiores,<br />
que podem tornar-se parceiros da loja. O público-alvo da<br />
empresa é composto por homens e mulheres da classe C+, B<br />
e A, de 25 a 55 anos, que utilizam a internet e que já tiveram<br />
experiências de compras online anteriores.<br />
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• Velocidade de Avanço: 6-25m/min<br />
• Potência do Motor da Serra: 14,5CV<br />
• Potência Total: 16,5CV<br />
COMPACT<br />
A serra circular refiladeira COMPACT,<br />
é ideal para todas as situações:<br />
• Diâmetro da Serra: 305mm<br />
• Altura Máxima de Corte: 85mm<br />
• Rotação do Eixo da Serra:<br />
4000r/min<br />
• Comprimento Mínimo da Peça:<br />
250mm<br />
• Passagem interna lateral: 360mm<br />
• Velocidade de Avanço: 12-22m/min<br />
• Potência do Motor da Serra: 10CV<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
GESTÃO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Fotos: divulgação<br />
42 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
PREFEITURA DE PIRACICABA (SP) INVESTIRÁ R$<br />
460 MIL EM MADEIRA TRATADA PARA PONTOS<br />
DE ÔNIBUS<br />
AS ESTAÇÕES<br />
DE CONEXÃO<br />
CONTARÃO COM<br />
BANCOS EM MADEIRA<br />
TRATADA DE PINUS,<br />
CUJA ESTRUTURA<br />
DE FIXAÇÃO É<br />
INCORPORADA AO<br />
EQUIPAMENTO<br />
AGOSTO | 43
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
A<br />
Prefeitura de Piracicaba (SP) abriu, em julho,<br />
uma licitação para contratar uma empresa que<br />
executará a reforma de 50 pontos de ônibus<br />
com alta concentração de passageiros e passagens de linhas.<br />
O investimento para restauração das chamadas estações<br />
de conexão é estimado em R$ 460 mil e a previsão<br />
é de que os serviços comecem a ser executados no final<br />
deste ano, todos utilizando a madeira tratada de pinus<br />
como principal matéria-prima.<br />
“Estamos implantando os abrigos previstos no projeto<br />
dos corredores de ônibus e temos uma licitação em<br />
andamento, com previsão de encerramento em 30 dias,<br />
para a colocação de pontos de bairro, que são aqueles<br />
menores”, explica o secretário municipal de Trânsito e<br />
Transportes, Jorge Kobayashi. “Com essa nova licitação<br />
pra reforma das estações, vamos melhorar muito as condições<br />
de espera dos nossos passageiros.”<br />
O tamanho das estações de conexão varia de 5 a 10 m<br />
(metros) de comprimento por 2,40 m de profundidade,<br />
com bancos em madeira tratada de pinus, cuja estrutura<br />
de fixação é incorporada ao equipamento. Segundo<br />
edital, eles passarão por limpeza, pintura e substituição<br />
de peças danificadas. Eles também devem receber nova<br />
comunicação visual.<br />
DE ACORDO COM<br />
O EDITAL, A PARTIR<br />
DA EMISSÃO<br />
DA ORDEM DE<br />
SERVIÇO, A EMPRESA<br />
CONTRATADA TERÁ<br />
12 MESES PARA<br />
CONCLUIR AS<br />
REFORMAS<br />
PONTOS DE ÔNIBUS DE MADEIRA<br />
JÁ SÃO CASE DE SUCESSO EM MACEIÓ<br />
Os pontos de ônibus de madeira tratada já são<br />
uma alternativa bem sucedida há algum tempo<br />
no país. Maceió (AL) já possui seu case de sucesso.<br />
A prefeitura instalou, em 2015, nove pontos na extensão<br />
da orla de Ponta Verde. A implantação dos<br />
abrigos foi uma proposta sustentável e mais adequada<br />
ao local, pois a madeira é mais resistente à<br />
maresia. Maiores que os anteriores, eles possuem<br />
uma área coberta de 10 m² (metros quadrados) e<br />
contam com assentos mais confortáveis, compostos<br />
por uma base lisa de madeira.<br />
“Os abrigos foram construídos com eucalipto<br />
tratado, uma madeira ecológica e que possui garantia<br />
de dez anos. Também utilizamos uma telha<br />
ecologicamente correta, mais leve e resistente”,<br />
explica o coordenador de Projetos de Transportes,<br />
Leônidas Calheiros.<br />
44 |<br />
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As empresas interessadas no produto estão em fase<br />
de disputa do certame. Elas deverão realizar visita técnica<br />
nos locais onde serão executados os serviços, de forma<br />
que tenham conhecimento pleno das condições técnicas<br />
para a sua efetiva realização, até sete dias antes da data<br />
marcada para entrega dos envelopes da concorrência pública.<br />
Do total dos abrigos, 31 encontram-se estocados<br />
na sede da Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito<br />
e Transportes), na avenida Luciano Guidotti, de onde deverão<br />
ser retirados pela empresa vencedora. Os demais<br />
estão instalados em pontos de parada na área urbana.<br />
Após os serviços de manutenção devem ser montados e<br />
instalados em local a ser indicado pelo Departamento de<br />
Transportes Públicos.<br />
Segundo a Semuttran, Piracicaba tem hoje 2.507<br />
pontos de ônibus. Desse total, 922 possuem cobertura.<br />
Outros 300 devem receber abrigos nos próximos meses.<br />
O recurso que será investido provém do Fundo Municipal<br />
de Transporte. De acordo com o edital, a partir da emissão<br />
da ordem de serviço, a empresa contratada terá 12<br />
meses para concluir as reformas. O cronograma prevê<br />
entregas mensais de quatro ou cinco estações reformadas,<br />
de acordo com o mês de execução.<br />
“COM ESSA NOVA<br />
LICITAÇÃO PRA<br />
REFORMA DAS<br />
ESTAÇÕES, VAMOS<br />
MELHORAR MUITO<br />
AS CONDIÇÕES DE<br />
ESPERA DOS NOSSOS<br />
PASSAGEIROS”<br />
JORGE KOBAYASHI, SECRETÁRIO<br />
MUNICIPAL DE TRÂNSITO E<br />
TRANSPORTES
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
INDÚSTRIA<br />
O<br />
FUTURO<br />
BATE À<br />
PORTA<br />
Fotos: divulgação<br />
INDÚSTRIA 4.0 É<br />
UMA REALIDADE NA<br />
EUROPA E AMÉRICA<br />
DO NORTE COM<br />
AUTOMATIZAÇÃO<br />
E PRODUTOS<br />
POLIVALENTES DE<br />
MADEIRA<br />
46 |<br />
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Fotos: divulgação<br />
AGOSTO | 47
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
INDÚSTRIA<br />
T<br />
ivemos três revoluções industriais no passado. A invenção<br />
do motor a vapor conduziu à primeira, enquanto<br />
a segunda se deu com a implementação de<br />
energia elétrica e linhas de montagem no início do século 20.<br />
A partir disso, veio a terceira: o uso de eletrônicos, TI (tecnologia<br />
da informação) e robôs para automatizar ainda mais<br />
a produção. Agora, a tecnologia de ponta está novamente<br />
entrando em uma mudança drástica. A quarta Revolução<br />
<strong>Industrial</strong> – ou Indústria 4.0 – é alimentada pela necessidade<br />
de recuperar a parcela de fabricação perdida em regiões<br />
com baixos salários na Ásia e América do Sul. A Europa está<br />
impulsionando o desenvolvimento em uma combinação de<br />
financiamento da indústria e do governo.<br />
A Indústria 4.0 já está em andamento para o setor industrial<br />
madeireiro: as previsões são que o ambiente físico<br />
seja perfeitamente integrado à rede de informação. A internet<br />
está combinando processos, sistemas e máquinas inteligentes<br />
para formar uma rede sofisticada. As publicações<br />
referem-se à IOT (Internet das Coisas, em português) e à IOS<br />
(Internet dos Serviços). As empresas estão implementando<br />
softwares de fabricação cada vez mais sofisticados: por<br />
exemplo, já é possível processar pedidos de móveis e, por<br />
meio de tecnologias de automação, produzi-los em qualquer<br />
lugar do mundo.<br />
Com alguns cliques, as ordens de compra são lançadas<br />
para fornecedores e as de trabalho são transmitidas ao<br />
chão de fábrica, fornecendo informações em linguagem<br />
de máquina para a produção. O plano de corte necessário,<br />
transmitido através de programas CNC (Comando Númerico<br />
Computadorizado) está quase sempre disponível para as<br />
máquinas produzidas atualmente. Porém, por incrível que<br />
pareça, isso ainda é considerado parte da terceira Revolução<br />
<strong>Industrial</strong>. Para entrar na nova tecnologia, primeiro você<br />
precisa construir bases sólidas implementando a tecnologia<br />
acima.<br />
WOOD-SKIN: A PELE POLIVALENTE<br />
FEITA DE MADEIRA<br />
Um problema comum: criar formas delicadas e complexas<br />
de madeira compensada. Tal prática pode deixar de ser<br />
uma problema em breve, devido ao estúdio de design milanês<br />
MammaFotogramma. O estúdio criou a Wood-Skin, espécie<br />
de madeira flexível composta por partes triangulares<br />
de compensado.<br />
A pele de madeira foi concebida para uma competição<br />
de design chamada Autoprogettazione 2.0, que o estúdio<br />
participou. Inspirados pelo potencial que o novo material<br />
apresentava, o estúdio aplicou-o em uma parede de escaladas<br />
de uma academia em Montreal (Canadá), projeto em<br />
que estavam trabalhando. Perceberam, então, que havia um<br />
longo caminho pela frente: a técnica precisava ser aprimorada.<br />
Para isso, Giulio Masotti e Gianluca Lo Presti se mudaram<br />
para Montreal, para que pudessem experimentar diferentes<br />
materiais e componentes visando aperfeiçoar a<br />
técnica. O resultado é uma chapa de compensado formada<br />
por uma série de triângulos presos por uma malha vinílica.<br />
“Estávamos pesquisando uma solução que nos permitisse<br />
criar formas complexas” alerta Masotti. “O que criamos é<br />
uma pele que permite nos concentrarmos na estrutura que<br />
se adapta a ela, dando ao construtor total controle, podendo<br />
mudar as formas a qualquer momento durante o processo<br />
de construção.”<br />
“GRAÇAS ÀS NOVAS<br />
TECNOLOGIAS DA<br />
INDÚSTRIA 4.0, AS<br />
ESTRUTURAS ESTÃO<br />
FICANDO MUITO<br />
PARECIDAS COM NOSSOS<br />
PRÓPRIOS CORPOS”<br />
AFIRMA MASOTTI<br />
48 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
O projeto da Woodskin está sendo patenteado e o grupo<br />
está ansioso para continuar desenvolvendo o material. A<br />
equipe iniciou uma colaboração com a Biffi carpintaria, em<br />
Milão; eles esperam descobrir outros usos possíveis para o<br />
material, por exemplo em revestimentos e paredes. “Graças<br />
às novas tecnologias da Indústria 4.0, as estruturas estão ficando<br />
muito parecidas com nossos próprios corpos”, afirma<br />
Masotti. “A Wood-Skin é simplesmente um modo conveniente<br />
e inovador de tornar isso visível.”<br />
PRODUÇÃO AUTOMATIZADA ALEMÃ<br />
Especialistas alemães estão dando um passo além na<br />
construção das plantas fabris interligadas. Pesquisadores<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
INDÚSTRIA<br />
da empresa Schopfloch, parceira da Homag, estão ativos em<br />
projetos de pesquisa que geram backup de dados, uma vez<br />
que esse é um assunto importante à medida que as redes em<br />
produção crescem.<br />
As plantas de produção de móveis de alta tecnologia conceituais,<br />
elaboradas pela Schopfloch para a Feira Ligna deste<br />
ano, que aconteceu na Alemanha, incorporaram inúmeros<br />
componentes que o produto exige ao longo da cadeia de processo<br />
para produzir móveis personalizados e de alta qualidade<br />
para atender aos padrões mais rigorosos.<br />
Um deles é o Profi KAL 610, processador de borda com<br />
um sistema de circulação sem precedentes. O coração da<br />
planta fabril foi demonstrado para produzir peças de cozinha<br />
em uma variedade de dimensões, cores e materiais. O Kal 610<br />
oferece manuseio de peças totalmente automatizado, com<br />
um nível impressionante de desempenho, velocidade e eficiência.<br />
Outro destaque e interligado ao KAL 610, o ABF 600 é<br />
uma máquina CNC com alimentação robótica, usada para processar<br />
as frentes e garantir que os elementos mais delicados<br />
dos móveis sejam tratados com cuidado. O ABF 600 completa<br />
o processamento de forma profissional e eficiente, independentemente<br />
de as frentes serem perfuradas ou inseridas.<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E COMUNICAÇÃO<br />
DO CAMPO FABRIL<br />
A eficiência energética é uma solução sustentável que,<br />
além de se economizar energia devido ao uso de baterias que<br />
podem durar até sete anos, ainda se economiza na aquisição<br />
de materiais. No momento, a questão é, principalmente, criar<br />
a tecnologia da informação necessária para a Indústria 4.0.<br />
Para isso, os especialistas estão testando diversos métodos<br />
para emprestar inteligência aos produtos sendo fabricados.<br />
Duas opções em potencial são os códigos de resposta rápida<br />
(códigos QR) e os Rfid (chips de identificação por rádio frequência,<br />
em português).<br />
Estes meios de comunicação são somente uma parte<br />
dos assim chamados Cpps (Sistemas de Produção Ciberfísicos),<br />
que nada mais são que uma rede de produção na qual<br />
as máquinas inteligentes, os sistemas de armazenamento e<br />
os recursos de operação, autonomamente, trocam informações<br />
e, se necessário, disparam ações. A comunicação entre<br />
máquinas e produtos requer protocolos de comunicação completamente<br />
novos, porque não é mais uma simples questão<br />
de transmissão de dados.<br />
Os novos protocolos terão de ser capazes de descrever<br />
os dados de forma que sejam legíveis para as máquinas. Isso<br />
permitirá que outras máquinas e sistemas realizem ações, baseados<br />
nesta informação. Tecnologias semânticas como estas<br />
são essenciais para garantir a interoperabilidade de cada um<br />
dos sistemas. Mesmo hoje, o Cpps está sendo testado em fábricas<br />
experimentais.<br />
Nos esforços para reduzir a complexidade, os pesquisadores<br />
estão projetando sistemas modulares de produção. Assim<br />
eles podem ampliar a fábrica aos poucos, adicionando componentes<br />
individuais, conforme necessário. Outra vantagem<br />
é que as falhas podem ser localizadas e corrigidas mais facilmente.<br />
A INDÚSTRIA 4.0 JÁ ESTÁ<br />
EM ANDAMENTO PARA<br />
O SETOR INDUSTRIAL<br />
MADEIREIRO: PREVÊ-SE<br />
QUE O AMBIENTE FÍSICO<br />
SEJA PERFEITAMENTE<br />
INTEGRADO COM A REDE<br />
DE INFORMAÇÃO<br />
50 |<br />
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5<br />
CARACTERÍSTICAS<br />
DA INDÚSTRIA 4.0<br />
EXISTEM CINCO PRINCÍPIOS QUE<br />
CARACTERIZAM A INDÚSTRIA 4.0:<br />
Interoperabilidade: equipamentos, ferramentas de<br />
software, peças de trabalho e humanos são conectados em<br />
rede e se comunicarão entre si. Os protocolos de comunicação<br />
padrão são essenciais.<br />
Virtualização: os processos de fabricação são replicados<br />
e vinculados a modelos e simulações virtuais.<br />
Descentralização: permite a tomada de decisão localizada<br />
para tarefas de rotina. Somente problemas críticos,<br />
como falha na máquina, são delegados em níveis mais altos.<br />
Capacidade em tempo real: permite que a planta reaja<br />
imediatamente à falha do equipamento e encaminhe novamente<br />
as ordens de produção restantes.<br />
Orientação do serviço: todos os serviços das empresas,<br />
sistemas e funcionários, são refletidos e armazenados<br />
na internet e, se necessário, podem ser utilizados internamente<br />
e externamente.
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
QUÍMICA NA MADEIRA<br />
EDIFÍCIOS ALTOS DE<br />
MADEIRA<br />
Fotos: divulgação<br />
HÁ DESAFIOS TECNOLÓGICOS IMPORTANTES EM PROJETOS PARA CONSTRUÇÃO<br />
DE EDIFÍCIOS ALTOS DE MADEIRA, COM GRANDE POTENCIAL BRASILEIRO NESTE<br />
SEGMENTO DO MERCADO DE CONSTRUÇÃO<br />
E<br />
m entrevista recente à REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
o engenheiro Joseph Gulden, diretor de projetos da<br />
norte-americana DeSimone e especialista em edifícios<br />
de madeira, aborda desenvolvimentos tecnológicos recentes<br />
no setor. Fala também das oportunidades de mercado<br />
para esse tipo de construção em diversos países e no Brasil,<br />
em particular.<br />
Para Gulden, as construções em madeira têm vantagens<br />
muitas vezes imbatíveis. Por exemplo, a rapidez na obra com<br />
menores exigências em termos de fundações. “Os impactos<br />
ambientais são, contudo, os mais importantes. O material é<br />
naturalmente renovável e estoca o carbono. É também excelente<br />
isolante térmico”, destacou.<br />
Nos EUA (Estados Unidos da América), afirma o especialista,<br />
a legislação ainda não acompanha o desenvolvimento<br />
tecnológico do setor madeireiro. Persiste o temor ao risco de<br />
incêndio, por isso o código local da construção não permite<br />
projetos de edificações com mais de cinco andares. Por outro<br />
lado, na avaliação de Gulden, o Brasil é um país com ampla<br />
aptidão florestal. Por isso, construir em madeira no país é boa<br />
oportunidade, que também implica em algumas necessidades.<br />
“Madeira exige mais atenção a aspectos de impermeabilização,<br />
resistência à decomposição e ao fogo. A comunidade<br />
brasileira de projetos deve abraçar a construção de edifícios<br />
altos em madeira”, ressaltou.<br />
Soluções à mão: no Brasil, a Montana Química disponibiliza<br />
produtos e serviços que contribuem para maior segurança<br />
nos projetos construtivos em madeira. Casos, por exemplo,<br />
dos preservativos químicos para proteção contra fungos e<br />
insetos xilófagos Osmose K33 e MOQ OX 50, e o inovador retardante<br />
de chamas Osmoguard FR 100, que promove a proteção<br />
passiva da madeira em situações de incêndio.<br />
Embora ainda em pequeno número, existem edificações<br />
altas construídas em madeira no Brasil. Casos, por exemplo,<br />
de um edifício com estrutura em madeira tratada da empresa<br />
Tecverde, construído na cidade de Araucária (PR), região metropolitana<br />
de Curitiba, e de um shopping center em Fortaleza<br />
(CE), projetado pelo engenheiro Alan Dias, da Carpinteria. A<br />
parte interna de uma edificação é onde são maiores as exigências<br />
de segurança, mesmo porque teria pouca eficácia aplicar<br />
52 |<br />
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O RETARDANTE DE CHAMAS<br />
AMPLIA DE 2 PARA 20<br />
MINUTOS O TEMPO DE<br />
SAÍDA DAS PESSOAS EM<br />
AMBIENTES CONTENDO<br />
ACABAMENTO EM MADEIRA<br />
um retardante de fogo na parte externa. Em uma fachada,<br />
existe o risco do produto ser liberado da madeira com as chuvas.<br />
O retardante de chamas inibe a liberação de fumaça e retarda<br />
a propagação do fogo, dando o tempo necessário aos<br />
usuários para sair com segurança do imóvel. Na hipótese de<br />
um incêndio começar a partir dos andares mais baixos, estaria<br />
cortada qualquer rota de fuga caso não houvesse a aplicação<br />
preventiva de um produto retardante.<br />
O retardante de chamas amplia de 2 para 20 minutos o<br />
tempo de saída das pessoas em ambientes contendo acabamento<br />
em madeira. O Osmoguard FR-100 da Montana passou<br />
por ensaios no Laboratório de Segurança ao Fogo do IPT, realizados<br />
de acordo com a Instrução Técnica número 10 do Corpo<br />
de Bombeiros do Estado de São Paulo. Com os resultados<br />
obtidos, o produto alcançou a classificação II-A, logo abaixo<br />
da categoria dos materiais considerados incombustíveis como<br />
cimento, ferro, rochas e cerâmicas, entre outros (normas NBR<br />
9442 e Astm E662), atendendo às condições mais agressivas<br />
de uso e sob maior grau de risco ao fogo.<br />
Igualmente importante para a segurança e durabilidade<br />
da madeira em uso numa edificação é o tratamento preservativo<br />
em autoclave. É fundamental observar os termos da<br />
norma NBR 16143/13, da Abnt (Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas): Preservação de Madeiras - Sistema de Categorias<br />
de Uso. A norma indica níveis de retenção e proteção,<br />
com preservativo químico Osmose K33 ou MOQ OX 50, dependendo<br />
da finalidade de uso da peça. Peças estruturais externas,<br />
expostas ao intemperismo e em contato com o solo,<br />
exigem maior proteção. Hoje, muitas construções de grande<br />
porte têm estruturas de madeira assentadas em alvenaria,<br />
sem contato direto com o solo. É uma estratégia do projetista<br />
para a durabilidade do conjunto. Há também possibilidades<br />
de materiais de qualidade e padronização industrial,<br />
como o MLC, a madeira laminada colada.<br />
No caso brasileiro deve-se pensar, antes de tudo, em<br />
projetos de casas de madeira que poderão atender setores<br />
mais amplos da população. Entretanto, falta ainda maior<br />
aprofundamento na formação de profissionais voltados ao<br />
uso da madeira e no desenvolvimento de seus produtos.<br />
A PARTE INTERNA DE UMA<br />
EDIFICAÇÃO É ONDE SÃO MAIORES<br />
AS EXIGÊNCIAS DE SEGURANÇA,<br />
MESMO PORQUE TERIA POUCA<br />
EFICÁCIA APLICAR UM RETARDANTE<br />
DE FOGO NA PARTE EXTERNA<br />
AUTORES:<br />
JACKSON VIDAL,<br />
GILMAR SOARES SILVA<br />
E MARILUZ FERNANDEZ NATALE<br />
MONTANA QUÍMICA S.A.<br />
AGOSTO | 53
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
ANÁLISE DA<br />
VIABILIDADE DE<br />
INVESTIMENTO DE UM<br />
NOVO SISTEMA DE<br />
PRODUÇÃO EM UMA<br />
FÁBRICA DE MÓVEIS<br />
SOB MEDIDA<br />
Fotos: divulgação<br />
CAMILA DOMINGUINI<br />
DE SOUZA<br />
Administração de Empresas –<br />
Udesc (Universidade do Extremo<br />
Sul Catarinense)<br />
RESUMO<br />
O<br />
setor moveleiro vem passando por uma boa fase e<br />
pensando nisso, a empresa em questão decidiu fazer<br />
investimento em um novo sistema de produção.<br />
A automação industrial trata-se dos processos de produção<br />
realizado por máquinas, com o apoio de programas computadorizados,<br />
controlados por pessoas. Já o investimento é a<br />
aplicação de um capital em um determinado projeto, do qual<br />
seus retornos e benefícios serão observados no futuro. O objetivo<br />
deste trabalho foi verificar o retorno sobre o investimento<br />
em automação do processo produtivo em uma fábrica de móveis<br />
sob medida, localizada na região sul de Santa Catarina. A<br />
metodologia quanto aos fins pode ser caracterizada como estudo<br />
de caso e quanto aos meios de investigação, a pesquisa<br />
foi bibliográfica, documental, entrevista e estudos estatísticos<br />
das séries temporais. Os documentos analisados para a realização<br />
da pesquisa foram orçamentos de máquinas adquiridas,<br />
relatórios atuais de faturamento, despesas e saldo de caixa, e a<br />
entrevista realizada com o responsável pela empresa, relatando<br />
seu histórico. Após realização dos cálculos, o índice de Valor<br />
Presente Líquido se apresentou positivo, o payback é de quatro<br />
meses e a TIR (Taxa Interna de Retorno) teve resultado economicamente<br />
atrativo. Porém, a empresa precisa de cuidado no<br />
setor financeiro, por apresentar uma grande variação de saldo<br />
de caixa mensal.<br />
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www.referenciaindustrial.com.br
INTRODUÇÃO<br />
Não se sabe ao certo como ou quando surgiu o primeiro<br />
móvel, mas pode-se afirmar que os móveis surgiram devido à<br />
necessidade do homem, aos seus costumes e cultura. No passado,<br />
estes eram produzidos apenas por madeira maciça e de<br />
forma artesanal. O modelo e a qualidade das peças eram relativamente<br />
ligados à experiência e habilidade do artesão que a<br />
produzia, desta forma, eram produzidos por cada artesão, de<br />
maneira diferente, peças para mesma utilização. Esta habilidade<br />
de fabricação de móveis era muito comum entre os povos da<br />
Europa. (Marion Filho; Bacha, 1998)<br />
No ano de 1836 a produção de móveis se iniciava no Brasil,<br />
quando Michel Thonet fabricou os primeiros móveis de madeira<br />
compensada. Anos depois, em 1890, começou a produção de<br />
móveis em escala no Brasil, mais especificamente no estado do<br />
Rio de Janeiro. Em seguida a produção de móveis avança ao território<br />
nacional, principalmente ao sul e sudeste (Sebrae, 2013).<br />
Os móveis têm grande importância na sociedade e na vida<br />
do ser humano. Com o passar dos tempos e variação de cultura,<br />
costumes, eles vão ganhando diferentes formatos, modelos e<br />
utilidades. Como função básica, são usados para por e guardar<br />
objetos, utensílios, diversidade de coisas (Ex: mesas, armários,<br />
estantes) e também para as pessoas sentarem, se acomodarem,<br />
dormirem (Ex: cadeiras, camas, sofás). Existem móveis<br />
dos mais variados design e valores, que são consumidos por<br />
pessoas de diferentes posições sociais, tornando os móveis<br />
além de básicos no dia a dia, também alvo do desejo consumista<br />
(Silva, 2013).<br />
O setor moveleiro vem passando por uma boa fase. Em<br />
2012 apresentou resultados satisfatórios e em 2013 prevê um<br />
crescimento ainda maior. O relatório produzido pelo Iemi (Instituto<br />
de Estudos e Marketing <strong>Industrial</strong>), em parceria com a<br />
Movergs (Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio<br />
Grande do Sul), prevê um aumento na produção de 5,5% para<br />
este setor em 2013. Ivo Cansan, presidente da Movergs, acredita<br />
que, com a construção civil em alta e a facilidade de crédito<br />
para a compra de móveis e imóveis, o setor pode crescer mais<br />
do que o esperado (Quadros, 2013).<br />
Tendo em vista estes indicadores, a empresa precisa estar<br />
preparada para aproveitar as oportunidades do mercado, aumentar<br />
a produção e ir em busca de um maior faturamento.<br />
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho será analisar a viabilidade<br />
de investimento em um novo sistema de produção, em<br />
uma fábrica de móveis sob medida, para verificar-se se automatização<br />
dos processos trará retorno ao investimento.<br />
AGOSTO | 55
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA<br />
Muitas empresas, ao longo de seus anos de atuação, optam<br />
por investimentos em novas máquinas na produção, ampliação<br />
do espaço físico, novas tecnologias e até mesmo a mudança de<br />
seu público-alvo. Apostam nessa mudança pois acreditam que<br />
essa possa ser a oportunidade de aumentarem seus lucros, vendas<br />
e produção, reduzindo gastos com matérias primas, mão de<br />
obra, entre outros.<br />
Porém são mudanças que precisam de estudo e planejamento,<br />
pois um investimento mal feito pode levar a empresa<br />
a ter um grande prejuízo, perdendo parte de seu mercado consumidor<br />
atual, produzindo peças que não agradem seu público,<br />
desperdiçando matéria prima, gerando gastos excessivos,<br />
tendo assim um resultado contrário ao esperado no início do<br />
projeto e podendo levar a empresa à falência.<br />
A empresa em questão iniciou suas atividades há 18 anos,<br />
trabalha no segmento de móveis sob medida e conta atualmente<br />
com 18 funcionários. Na busca por lucros maiores, aumento<br />
na produção e vendas, acredita-se que será necessário o investimento<br />
em novo sistema de produção, em novas máquinas,<br />
automatizando e padronizando alguns processos de produção<br />
já existentes, sem mudança de ramo ou produto final. Considerando<br />
esta situação, pergunta-se:<br />
Será viável o investimento em automação do processo produtivo<br />
em uma fábrica de móveis sob medida?<br />
1.2 OBJETIVOS<br />
1.2.1 Objetivo geral<br />
Analisar a viabilidade de investimento para a automação do<br />
processo produtivo em uma fábrica de móveis sob medida.<br />
1.2.2 Objetivos específicos<br />
a) Analisar investimentos em máquinas e equipamentos entre<br />
os anos de 2010 a 2013.<br />
b) Fazer uma projeção de saldo de caixa para os anos de<br />
2014; 2015 e 2016, baseado em estudos estatísticos das séries<br />
temporais.<br />
c) Calcular indicadores como: VPL (Valor Presente Líquido),<br />
a TIR (Taxa Interna de Retorno) e o payback.<br />
1.3 JUSTIFICATIVA<br />
A empresa onde se deu o estudo trabalha no ramo de móveis<br />
personalizados e é reconhecida por seus clientes pela riqueza<br />
nos detalhes, bons acabamentos e um pós venda atencioso.<br />
Porém vem sofrendo com a dificuldade em encontrar mão de<br />
obra especializada. É cada vez mais raro encontrar profissionais<br />
neste ramo, profissionais especializados e qualificados custam<br />
caro e estão em escassez, fazendo com que a empresa se torne<br />
dependente de seus funcionários, podendo assim prejudicar o<br />
seu futuro.<br />
Diante desta situação, a alternativa pode ser o investimento<br />
em novas máquinas que possam substituir alguns trabalhos<br />
manuais e que produzam em menor tempo. Para isso é necessário<br />
analisar a viabilidade de investimento em um novo sistema<br />
de produção, verificando se automatização dos processos<br />
trará o retorno positivo esperado.<br />
Este estudo mostrará a muitos investidores deste ramo algumas<br />
etapas que podem ser analisadas antes de tomar esta<br />
decisão. Aos administradores da empresa em estudo, uma projeção,<br />
focada nos resultados, mostrando se realmente este investimento<br />
trará os retornos esperados em questão de aumento<br />
de vendas, lucratividade, redução de custos na fabricação.<br />
Com o aumento que vem apresentando o setor da construção<br />
civil, consequentemente prevê-se também o aumento nas<br />
vendas e oportunidade de negócio no setor moveleiro. Após a<br />
compra da sua casa, apartamento, escritório, a segunda coisa a<br />
se pensar é na mobília, por isso este setor está em alta, sendo<br />
necessário o estudo para verificar também a possibilidade de<br />
aumento na produção. Este estudo é viável por apresentar uma<br />
análise de interesse da empresa, autorizando, por este motivo,<br />
a acadêmica a visitar e coletar as informações necessárias para<br />
a realização deste estudo.<br />
A EMPRESA PRECISA<br />
ESTAR PREPARADA<br />
PARA APROVEITAR AS<br />
OPORTUNIDADES DO<br />
MERCADO, AUMENTAR A<br />
PRODUÇÃO E IR EM BUSCA DE<br />
UM MAIOR FATURAMENTO<br />
56 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
NA BUSCA POR LUCROS<br />
MAIORES, AUMENTO NA<br />
PRODUÇÃO E VENDAS,<br />
ACREDITA-SE QUE<br />
SERÁ NECESSÁRIO O<br />
INVESTIMENTO EM NOVO<br />
SISTEMA DE PRODUÇÃO<br />
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
2.1 Administração<br />
A administração é uma palavra comum, bastante usada no<br />
dia a dia, da qual pode-se encontrar vários conceitos relacionados<br />
a ela.<br />
Citando Chiavenato (2001, p. 09) “[...] a palavra administração<br />
vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação<br />
ou obediência) e significa a realização de uma função<br />
abaixo do comando de outrem, isto é, a prestação de um serviço<br />
a alguém.”<br />
Mas Chiavenato (2001) acredita que o significado desta<br />
palavra tenha passado por uma grande alteração, que mudou<br />
o seu sentido original. O dever da administração é entender e<br />
identificar os objetivos da organização e através de planejamento,<br />
controle, organização e poder de liderança, transformar<br />
estes objetivos em ações, a fim de alcançá-los de forma eficiente<br />
e eficaz.<br />
O administrador deve ter conhecimento em quatro principais<br />
áreas da empresa: marketing, recursos humanos, produção<br />
e financeiro.<br />
2.2 Produção<br />
A produção é a parte operacional da empresa, onde será<br />
transformada a matéria-prima em produto final. Gaither; Fraizer<br />
(2002 p. 05) afirma que: “APO (Administração da Produção<br />
e Operações) é a administração do sistema de produção de<br />
uma organização, que transforma os insumos nos produtos e<br />
serviços da organização.” Podem ser considerados insumos as<br />
pessoas, as máquinas, matérias-primas e vários outros recursos<br />
disponíveis que são transformados em produtos ou serviços.<br />
Já Chase; Jacobs; Aquilano (2006 p 22) dizem que “AP (Administração<br />
da Produção) é o projeto, a operação e a melhoria<br />
dos sistemas que criam e distribuem os principais produtos e<br />
serviços de uma empresa.” Acrescentando que além da transformação<br />
da matéria-prima em produto, é preciso estar atento<br />
a melhorias neste sistema de produção.<br />
O responsável por esta área pode ser denominado gerente<br />
de produção.<br />
2.3 Processo de Automação<br />
A palavra automação vem de automation, termo criado na<br />
década de 1960 pelo marketing da indústria de equipamentos.<br />
Palavra esta, que foi criada com intenção de chamar a atenção<br />
e destacava principalmente o controle da indústria de forma<br />
mais automática, através de computadores (Moraes; Castrucci,<br />
2001).<br />
O trabalho manual, onde o homem precisa usar sua força<br />
braçal vem sendo substituído por máquinas e equipamentos<br />
que conseguem exercer este mesmo trabalho de forma eficiente,<br />
a também mecanização, que se iniciou na época da primeira<br />
revolução industrial (Sighieri; Nishinari, 1973).<br />
De acordo com Moraes e Castrucci (2001, p. 15) automação<br />
é “qualquer sistema, apoiado em computadores, que substitua<br />
o trabalho humano e que vise a soluções rápidas e econômicas<br />
para atingir os complexos objetivos das indústrias e dos serviços.”<br />
Neste caso, irão ser apresentados conceitos mais focados<br />
na área de automação industrial.<br />
2.3.1 Automação <strong>Industrial</strong><br />
Segundo dados da ECS Assessoria e Consultoria Técnica<br />
(2010) automação industrial é o grupo de atividades desenvolvidas<br />
pelas máquinas e programas, atividades estas planejadas<br />
e estabelecidas pelo homem, onde as máquinas produzem sequencialmente,<br />
sem intervenção humana. Os comandos para<br />
essas máquinas podem ser passados através de aparelhos que<br />
permitem programar as atividades, onde dá liberdade para a<br />
produção sem muita dependência humana. Este sistema envolve<br />
áreas da engenharia como a, integração de sistemas mecânicos,<br />
eletrônicos e computacionais.<br />
Para o Instituto Federal de São Paulo (2013), pode-se dizer<br />
também que a automação industrial faz parte dos processos,<br />
contínuos ou discretos, que transformam matéria prima em<br />
produtos finais ou peças para produção. Esse processo exige<br />
uma infraestrutura de energia e de redes de comunicação. Porém<br />
a instituição destaca em sua publicação que, de qualquer<br />
forma, as pessoas são indispensáveis no controle destes processos,<br />
sendo necessário nesta área um profissional capaz de<br />
desenvolver atividades de planejamento, instalação, operação,<br />
manutenção, qualidade e produtividade.<br />
2.3.1.1 Vantagens da automação<br />
A automação industrial se faz necessária por apresentar<br />
AGOSTO | 57
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
uma série de vantagens na produção, seja por redução de custo<br />
de fabricação, qualidade e até diminuição de riscos. Conforme<br />
dados da Automatec (2013), destacam-se algumas vantagens,<br />
sendo:<br />
a) Auxilia na verificação de falhas no processo, através de<br />
sensores que indicam estas falhas, sendo possível uma solução<br />
mais rápida e exata;<br />
b) O controle pode ser feito de apenas um ponto ou em alguns<br />
pontos principais ao decorrer do processo;<br />
c) Controle do processo, do inicio ao fim, sendo informado<br />
de falhas no mesmo;<br />
d) Relatórios com as produções por períodos (Ex: relatórios<br />
diários, relatórios a cada troca de turno);<br />
e) Sistema de automação interligado ao sistema geral da<br />
organização, sendo possível acessar as informações da produção<br />
em outras áreas de gerenciamento que necessitem delas;<br />
f) Menores percas de matéria prima na produção, diminuição<br />
de erros;<br />
g) Maior segurança em algumas atividades de risco, onde se<br />
pode substituir o trabalho humano, pela máquina;<br />
h) Padronização de processos;<br />
i) Maior qualidade no produto final.<br />
Moraes e Castrucci (2001) ainda acrescentam, citando outras<br />
vantagens como:<br />
a) Menor dependência de mão de obra especializada;<br />
b) Aumento na quantidade de produção;<br />
c) Processos repetitivos;<br />
d) Realização de tarefas que não seriam possíveis ao homem;<br />
e) Respostas rápidas a produção;<br />
f) Menores custos para produção;<br />
g) Em alguns casos, menor espaço na área de fabricação.<br />
As vantagens são muitas, porém há outros pontos que se<br />
deve analisar, para poder realizar esta mudança.<br />
2.3.1.2 Desvantagens da automatização<br />
A automatização apresenta também alguns desafios, o<br />
principal citado são os custos envolvidos. Silveira e Santos<br />
(2002) destacam alguns outros pontos:<br />
a) É um processo que dificilmente pode-se voltar atrás, só<br />
sendo possível avaliar suas consequências futuramente;<br />
b) Exige profissionais mais qualificados para operarem essas<br />
máquinas, diminuindo as opções de profissionais disponíveis<br />
no mercado de trabalho;<br />
c) Toda nova tecnologia pode trazer grandes riscos à produção;<br />
d) Devido a globalização, as grandes empresas possuem<br />
acesso a nova tecnologia mais rapidamente que as empresas<br />
menores e acabam ganhando vantagem nessa disputa;<br />
e) Redução de empregos devido a substituição do trabalho<br />
humano;<br />
f) Em busca de produções maiores é deixado de lado o trabalho<br />
artesanal, tornando o homem sempre mais dependente<br />
da tecnologia.<br />
2.6.2 Retorno sobre Investimento<br />
A principal razão para um investimento é o seu retorno esperado.<br />
Para ter um investimento bem sucedido é necessário<br />
antes um estudo que apresente quais os riscos envolvidos e<br />
se há possibilidades de retorno. Após a sua efetivação, deve-<br />
-se haver um acompanhamento para verificar se está dando<br />
o resultado esperado. Isso se dá por meio de vários cálculos,<br />
baseados nas finanças da empresa e no valor do investimento.<br />
“Esses investimentos podem ser em ativos físicos ou em títulos<br />
do mercado” (Rigo; Cherobim; Lemes, 2010 p. 135).<br />
No caso da empresa em foco, serão analisados os investimentos<br />
em ativos físicos, que são eles:<br />
a) Estreia de novos produtos;<br />
b) Estabelecimento de novas instalações industriais;<br />
c) Inserção em um mercado novo;<br />
d) Compra e incorporação de outras empresas;<br />
e) Compra de máquinas e equipamentos. (Rigo; Cherobim;<br />
Lemes, 2010).<br />
Brigham e Houston (1999) entendem que todo investimento<br />
envolve retornos e riscos, onde um bom investimento é<br />
A PRODUÇÃO É A PARTE<br />
OPERACIONAL DA EMPRESA,<br />
ONDE SERÁ TRANSFORMADA<br />
A MATÉRIA-PRIMA EM<br />
PRODUTO FINAL<br />
58 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
aquele que traz a taxa de retorno esperada. Quando há muitas<br />
chances deste retorno ser abaixo do esperado, quer dizer que<br />
há grandes riscos no investimento. O ideal é que “nenhum investimento<br />
seja feito a menos que a taxa de retorno esperada<br />
seja suficientemente alta para compensar o investidor pelo risco<br />
percebido do investimento” (Brigham; Houston 1999 p. 158).<br />
Por isso considera-se de grande importância a previa análise,<br />
deste retorno e deste risco ao investir.<br />
CONCLUSÃO<br />
Ao início deste estudo, foi destacado como objetivo principal<br />
a análise de investimento em um novo sistema de produção,<br />
e a verificação de que este investimento realizado pela empresa<br />
traria o retorno esperado, empresa esta no ramo de móveis sob<br />
medida, localizada no sul de Santa Catarina.<br />
Foram usadas para os cálculos três indicadores, a TIR, o<br />
VPL e o payback. Foram usadas para os cálculos citados anteriormente,<br />
projeções feitas através de estudos estatísticos das<br />
séries temporais, para os anos de 2014, 2015, 2016, <strong>2017</strong>.<br />
Após reunir todas as variáveis possíveis, foi calculado o<br />
valor presente líquido deste estudo. O VPL baseado em quatro<br />
anos de saldo de caixa do investimento apresentou-se em<br />
R$140.683,12, um resultado positivo para o investimento. Após<br />
a definição da TMA de 0,95% ao mês, que é a taxa equivalente<br />
a 12% ao ano, foi realizado o cálculo da TIR, que ficou de 7,8%<br />
a mês, mostrando-se uma taxa interna de retorno sobre o investimento<br />
atraente e superior a taxa mínima de atratividade.<br />
O payback foi o último indicador a ser analisado neste estudo.<br />
Diminuindo o saldo de caixa mensal do investimento, do<br />
valor inicial do investimento, o resultado do payback foi de quatro<br />
meses.<br />
Os resultados de VPL, TIR e payback foram positivos para<br />
este investimento. Porém, apesar dos três resultados de retorno<br />
de investimentos positivos, esta empresa apresenta uma<br />
situação financeira muito instável, desde o ano de 2010, até as<br />
projeções de <strong>2017</strong>, o faturamento apresenta grandes variações,<br />
passando de positivo para negativo em quase todos os meses.<br />
Conclui-se que o investimento, de certo modo, apresentou<br />
resultados positivos, mas percebeu-se que as decisões da<br />
parte financeira não são baseadas em conceitos técnicos, podendo<br />
ser esta uma das causas de tal instabilidade financeira.<br />
É importante que o gestor financeiro verifique com cuidado os<br />
faturamentos mensais e tome medidas de controle, buscando<br />
estabilizar positivamente, e reduzindo os custos nos meses que<br />
apresentam baixo faturamento.<br />
Leia este artigo na íntegra em:<br />
http://repositorio.unesc.net/handle/1/2898<br />
POWER MACHINES<br />
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AGOSTO | 59
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
LATINA<br />
Fotos: divulgação<br />
60 |<br />
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TÉCNICOS ITALIANOS<br />
CONSTROEM EM BLUMENAU<br />
CASA DE ALTO PADRÃO COM<br />
SISTEMA INOVADOR, EM QUE A<br />
MADEIRA É PROTAGONISTA<br />
AGOSTO | 61
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
A MONTAGEM DO<br />
PROTÓTIPO, DURANTE O<br />
MÊS DE FEVEREIRO, FOI<br />
REALIZADA POR 16 TÉCNICOS<br />
DA HABITECH TRENTO E<br />
APRENDIZES LOCAIS<br />
O<br />
Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem <strong>Industrial</strong>)<br />
Blumenau (SC), entidade da Fiesc (Federação<br />
das Indústrias do Estado de Santa Catarina),<br />
entregou, em julho, uma casa de tecnologia italiana com<br />
ênfase em sustentabilidade e inovação. Localizada em uma<br />
área construída de 200 m² (metros quadrados) no Instituto<br />
Senai de Tecnologia Ambiental, o projeto da Casa Habitech-<br />
-Itália é uma parceria com o instituto italiano Habitech e o<br />
Sinduscon Blumenau.<br />
A casa de alto padrão, com construção modular em<br />
madeira MLC (Madeira Laminada Cruzada Colada), foi toda<br />
erguida com painéis pré-moldados em madeira renovável,<br />
tão resistentes quanto a alvenaria. Trata-se de uma tecnologia<br />
desenvolvida pelo instituto italiano Habitech Trento, que<br />
escolheu Blumenau para receber o primeiro protótipo desse<br />
tipo de construção nas Américas, em virtude de um trabalho<br />
articulado pelo Sistema Fiesc e Sinduscon.<br />
Com o conceito greenbuild business (construções de baixo<br />
impacto ambiental, alto conforto e produtoras de energia) o<br />
projeto traz o modelo de construção a seco, que dispensa o<br />
uso de água o que também diminui o impacto na natureza.<br />
Os painéis pré-moldados garantem uma execução muito mais<br />
rápida dos trabalhos, reduzindo custos com mão de obra. Com<br />
a estrutura toda em madeira, a casa resiste ao tempo e conta<br />
PARA RODRIGO<br />
DE BORTOLI, DO<br />
LABORATÓRIO<br />
DE TECNOLOGIA<br />
AMBIENTAL DO SENAI,<br />
A INICIATIVA SÓ<br />
TEM A BENEFICIAR<br />
ESTUDANTES E O<br />
SETOR, AO TRAZER<br />
MAIS UMA OPÇÃO<br />
SUSTENTÁVEL PARA A<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
NACIONAL<br />
62 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
EQUIPE DA HABITECH QUE<br />
PARTICIPOU DA CONSTRUÇÃO<br />
DA CASA<br />
com tecnologia avançada, para captação de energia solar e<br />
controle de temperatura.<br />
A proposta do projeto é quebrar o paradigma de que casas<br />
de madeiras são ultrapassadas e inserir um novo formato de<br />
construção, onde o material e seus conceitos agregados são<br />
fundamentais. A parceria com a Habitech iniciou em 2013 e o<br />
projeto foi uma doação da entidade italiana, formada por um<br />
grupo de empresas da região ligadas ao setor e em parceria<br />
com a Universidade de Trento. O projeto foi instalado no<br />
Bairro Escola Agrícola, em um terreno cedido pelo Sistema<br />
Fiesc e pelo Senai.<br />
A montagem do protótipo, durante o mês de fevereiro,<br />
foi realizada por 16 técnicos da Habitech Trento e aprendizes<br />
locais. A atividade durou 13 dias, três dos quais para a montagem<br />
da estrutura e 10 para os acabamentos. No ato da<br />
inauguração, o primeiro vice-presidente da Fiesc, Mario Cezar<br />
de Aguiar, destacou que “a casa é uma realidade que vai trazer<br />
benefícios a todas as entidades envolvidas”. O presidente do<br />
Instituto Habitech, Marco Predi, disse estar entusiasmado<br />
e emocionado pela dedicação à ideia, que começou a ser<br />
desenhada há aproximadamente três anos, e agora se concretizou.<br />
Segundo o vice-presidente do Sinduscon, Amauri<br />
Alberto Buzzi, que esteve à frente do projeto desde o início,<br />
a Casa Habitech é inovadora, com uma maneira diferente<br />
de construir, pensando principalmente na sustentabilidade<br />
do projeto.<br />
Para Rodrigo De Bortoli, do Laboratório de Tecnologia<br />
Ambiental do Senai, a iniciativa só tem a beneficiar estudantes<br />
e o setor, ao trazer mais uma opção sustentável para a construção<br />
civil nacional. “Surgiu do Sinduscon a ideia de fazer a<br />
casa”, conta. “Um dos empresários da associação visitou a<br />
Itália e tinha interesse de trazer essa tecnologia para o Brasil.<br />
Foi quando a Habitech achou mais interessante já construir<br />
uma casa pra demonstrar isso na íntegra.”<br />
Doada pela Habitech, a casa teve isenção de impostos.<br />
Os custos, portanto, foram apenas de parte logística e importação<br />
de peças. No total, foi gasto em torno de R$ 400 mil.<br />
Bortoli calcula que se não houvesse isenção, o custo total seria<br />
de R$ 2 milhões. Para ele é possível viabilizar a tecnologia no<br />
país, mesmo assim. “Tudo que tem na casa há no Brasil, por<br />
preços mais em conta”, analisa. “A empresa que nos vendeu<br />
a maioria das peças tem filial no país. A viabilização depende<br />
do uso do pinus nacional. Já há empresas que trabalham no<br />
Brasil com isso, fazendo vigas de telhado, e podem realizar o<br />
trabalho com a mesma proposta. Basta aprimorar o ofício”,<br />
conclui.<br />
A CASA HABITECH É<br />
INOVADORA, COM<br />
UMA MANEIRA<br />
DIFERENTE DE<br />
CONSTRUIR,<br />
PENSANDO<br />
PRINCIPALMENTE NA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
DO PROJETO<br />
AGOSTO | 63
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
AGENDA<br />
AGOSTO <strong>2017</strong><br />
SETEMBRO <strong>2017</strong><br />
Construsul<br />
2 a 5<br />
Novo Hamburgo (RS)<br />
www.feiraconstrusul.com.br<br />
ReproLignum<br />
6 a 8<br />
Zagreb (Croácia)<br />
www.reprolignum.drvo.hr<br />
WoodTech India<br />
4 a 8<br />
Chennai (Índia)<br />
www.woodtechindia.in<br />
Timber and Working with<br />
Wood Show<br />
8 a 10<br />
Melbourne (Austrália)<br />
Fenafor<br />
24 a 26<br />
Lima (Peru)<br />
www.fenafor.com<br />
Lignum<br />
20 a 22<br />
Curitiba (PR)<br />
www.lignumbrasil.com.br<br />
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setor de móveis da Argentina. Expositores de todos os<br />
países da América do Sul estarão presentes no evento,<br />
cujo objetivo é impulsionar a economia do setor, um dos<br />
mais importantes e dinâmicos da economia latina.<br />
Imagem: reprodução<br />
64 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
sites<br />
assessoria<br />
de imprensa<br />
vídeos<br />
projetos<br />
especiais<br />
banner<br />
slide<br />
apresentação<br />
revistas<br />
Comunicação inteligente.<br />
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Cobertura especial da<br />
maior feira do mundo, na Suécia<br />
Tecnologias futuristas<br />
Fernando Raga,<br />
presidente da Corma<br />
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ENTREVISTA<br />
Juliana Meda<br />
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPAÇO ABERTO<br />
EFICIÊNCIA PRODUTIVA NA<br />
PAUTA DA INDÚSTRIA<br />
D<br />
e acordo com o Ibge (Instituto Brasileiro de<br />
Geografia e Estatística), a produção industrial<br />
subiu 0,8% em maio quando comparado a abril,<br />
melhor desempenho para o mês desde a alta de 2,7% em<br />
2011, ou seja, o melhor maio em seis anos. Um dos motores<br />
propulsores da economia brasileira na indústria é setor de<br />
alimentos e bebidas. No ano passado, o faturamento nominal<br />
cresceu 9,3% em relação a 2015, fechando o ano com<br />
R$ 614,3 bilhões, de acordo com o balanço econômico da<br />
Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação),<br />
composta pelos setores de produtos alimentícios e bebidas.<br />
Com 32,5 mil empresas, é um dos setores que mais emprega:<br />
algo em torno de 1,6 milhão de trabalhadores.<br />
Os números da Abia com relação à produção foram de<br />
evolução de um ano para o outro, porém, ainda negativado,<br />
isto é, queda de 0,96%, embora um pouco melhor que o índice<br />
do ano anterior, quando ficou em -2,9% na produção. A<br />
expectativa é de que o setor possa recuperar-se na produção<br />
física, em volume, atingindo um percentual entre 0,6% a<br />
1,2% de crescimento.<br />
Em meio a um cenário de tímida recuperação econômica,<br />
cogitar aumento da capacidade produtiva traz à cabeça<br />
de empresários e representantes de entidades do setor um<br />
atributo fundamental: eficiência. Segundo dados da FAO<br />
(Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura),<br />
28% dos alimentos são desperdiçados ao longo da<br />
cadeia produtiva, em média, na America Latina, e grande<br />
parte é devido aos processos de produção.<br />
O caminho necessário para se atingir índices aceitáveis<br />
com relação à eficiência produtiva é a automação. O domínio<br />
das informações do processo industrial é peça fundamental.<br />
Podemos ter análises que indicam o que vai acontecer, antecipando<br />
medidas corretivas antes que uma parada ocorra<br />
ou mesmo que um produto saia do padrão de qualidade, por<br />
exemplo. O avanço da tecnologia é fundamental à eficiência<br />
produtiva: com a automação dos processos, a indústria de<br />
alimentos e bebidas pode obter ganhos entre 7% e 15%.<br />
Embora o custo Brasil seja um entrave para a adoção em<br />
larga escala de soluções que visam aperfeiçoar a eficiência<br />
do processo produtivo, trata-se de um caminho natural e<br />
sem volta, uma vez que não há mais espaço para gastos desnecessários,<br />
não apenas pela cadeia de custos envolvidos,<br />
mas também pelos aspectos de segurança e meio ambiente.<br />
Foto: divulgação<br />
Por Julio Molinari<br />
Presidente da Danfoss na América Latina<br />
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Ano XIX • N°187 • Julho <strong>2017</strong><br />
ENTREVISTA - Marcos Lélis, da Abimóvel, comenta sobre a retomada da economia em <strong>2017</strong><br />
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Ano IV • N°22 • <strong>Agosto</strong> <strong>2017</strong><br />
Financiamento: opções ajudam a expandir energia solar no Brasil<br />
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