Revista Elas por elas 2014
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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nhamos dignidade e o conhecimento<br />
transmitido pelos nossos antepassados.<br />
Até que nos encontraram. Aí sim, começaram<br />
os nossos maiores problemas”.<br />
Cadê os homens?<br />
Sandra fala das dificuldades impostas<br />
para manter a identidade e a tradição<br />
nos quilombos, diante do acúmulo de<br />
funções das mulheres. “Agora, além<br />
de cuidar das tarefas do nosso dia a<br />
dia, temos que ter a disposição de ir<br />
para o enfrentamento, até mesmo sem<br />
os homens. Na nossa região, muitos<br />
homens morreram e outros foram embora<br />
em busca de trabalho e não voltaram.<br />
Hoje, somos, em maioria, mulheres,<br />
jovens e crianças. Com isso,<br />
somos nós que trabalhamos para manter<br />
a comunidade. Integramos a associação,<br />
ocupamos os conselhos e lutamos <strong>por</strong><br />
direitos. Na maioria das comunidades,<br />
as mulheres enfrentam fazendeiros, políticos,<br />
grandes empresários, drogas e<br />
prostituição”, ressalta. “Se você for à<br />
minha comunidade vai se perguntar:<br />
cadê os homens?”<br />
A Federação Quilombola reúne<br />
forças pelo empoderamento das mulheres.<br />
“Falta reconhecimento da própria<br />
comunidade e do poder público, ainda<br />
existe muito machismo também. As<br />
mulheres já conquistaram vários direitos,<br />
mas, na prática, são muitas as violações.<br />
Lutamos para que as políticas sejam<br />
efetivadas e as mulheres quilombolas<br />
ocupem lugares de destaque na sociedade.<br />
Não aceitamos mais ficar nos<br />
bastidores”.<br />
Em um processo de capacitação e<br />
formação para geração de emprego e<br />
renda, a Federação tem o foco na educação<br />
e seus dirigentes encaram esse<br />
fator como primordial para as mulheres.<br />
“Começamos pela alfabetização, depois<br />
o ensino básico, e pretendemos levar<br />
muitas mulheres à universidade. Sonhamos<br />
com um novo perfil de mulheres<br />
negras”.<br />
Crianças da comunidade são a esperança de um futuro melhor<br />
A entidade trabalha para mudar o<br />
paradigma que recai sobre a mulher<br />
negra de que ela só serve para serviços<br />
“menores”. “Essa coisa, <strong>por</strong> exemplo,<br />
de ser chamada de mulata... Não somos<br />
as ‘mulas’ dos brancos! A exposição<br />
do carnaval ajudou a vender essa<br />
imagem. Antes, era uma festa dos negros,<br />
feita nas comunidades. Agora, o<br />
dinheiro define como as coisas vão ser.<br />
Saulo Esllen Martins<br />
As celebridades pagam para ser destaque.<br />
Aquele carnaval nosso não existe<br />
mais. Até para assistir é preciso pagar.<br />
Nós somos negras e não mulatas. E a<br />
“globeleza” não me representa!”<br />
Sandra tem esperança de ver todas<br />
as comunidades com seu título, desenvolvidas<br />
socialmente e humanamente.<br />
“Queremos continuar contribuindo para<br />
o crescimento do nosso país. Quanto<br />
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