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Revista Penha | setembro 2017

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

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Havia muita carência económica, conta,<br />

mas também “afeto nas famílias e<br />

muitos, nos primeiros dias, choravam<br />

à noite cheios de saudades de casa”.<br />

A “pobreza agora é algumas famílias<br />

não priorizarem o amor aos seus<br />

filhos”, desabafa.<br />

UMA VIDA<br />

DEDICADA<br />

AOS OUTROS<br />

Aos 15 anos, Isabel Serras começou a<br />

colaborar com o Centro Social Paroquial<br />

Nossa Senhora da <strong>Penha</strong> de<br />

França. Agora, já reformada, coordena<br />

as atividades sociais deste espaço<br />

que tem um jardim-de-infância,<br />

Atividades de Tempos Livres (ATL)<br />

para crianças e adolescentes, e várias<br />

valências para seniores.<br />

Destinado a amparar quem luta<br />

contra a escassez de bens materiais,<br />

mas também os que estão isolados,<br />

doentes e marginalizados, o Centro<br />

foi formalmente criado em 1967 pelos<br />

Padres dos Sagrados Corações. À<br />

época eram estes os párocos da Igreja<br />

de Nossa Senhora da <strong>Penha</strong> de França,<br />

originários de uma congregação<br />

que trabalha na rua e se dedica aos<br />

mais carenciados.<br />

Há 50 anos a realidade da <strong>Penha</strong> de<br />

França era muito diferente da atual.<br />

Isabel Serras, que trabalhou 37 anos<br />

na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,<br />

recorda que havia “muitas barracas,<br />

onde as pessoas, além de outros<br />

bens, não tinham nem água, nem luz”.<br />

E o trabalho do Centro começou com<br />

os mais novos, porque “não havia jardins-de-infância,<br />

não havia acolhimento<br />

para crianças, e este era prioritário",<br />

recorda.<br />

Foi, aliás, com meninos de um dos<br />

bairros da Freguesia à época composto<br />

por barracas que começou o seu<br />

voluntariado no Centro. Ficava com<br />

eles “noite e dia durante as colónias<br />

de férias, havia os que nunca tinham<br />

dormido numa cama, não tinham casa<br />

de banho, não comiam com talheres”.<br />

Economicamente, ao longo dos anos<br />

“as coisas mudaram muito, melhoraram<br />

muito!”. A “Freguesia está diferente”,<br />

comenta, “a Junta tem respondido<br />

e feito um trabalho bom com crianças<br />

e idosos”.<br />

Anos depois de ter iniciado o trabalho<br />

com as crianças, o Centro Paroquial<br />

abriu um convívio: inicialmente as<br />

pessoas eram “muito novas”, na casa<br />

dos 50 anos, e “a maioria não tinha<br />

ocupação profissional”. À medida que<br />

a população foi envelhecendo, “conforme<br />

as necessidades, o Centro tem<br />

respondido”, explica. Criou-se então o<br />

Centro de Dia, a seguir os serviços de<br />

apoio domiciliário, e depois o Lar para<br />

quem já está mais debilitado e dependente.<br />

No final dos anos 80 foram<br />

construídas pela Câmara Municipal<br />

de Lisboa as Casas do Padre Damião,<br />

cuja gestão foi entregue ao Centro, e<br />

são constituídas por 15 apartamentos<br />

para seniores autossuficientes, mas<br />

cujas casas não tinham condições<br />

adequadas às suas necessidades.<br />

As admissões são feitas em parceria<br />

com a Junta de Freguesia e o acompanhamento<br />

destes idosos é feito pelo<br />

Centro Social. “As primeiras residências<br />

assistidas em Portugal!” recorda<br />

Isabel Serras, com orgulho na voz.<br />

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