L+D 65
Edição: setembro/outubro de 2017
Edição: setembro/outubro de 2017
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9HHBIAI*ijjajh+[A\A\A\G\F<br />
CENTRO CULTURAL ITAMAR FRANCO (BELO HORIZONTE)<br />
E MAIS: HARBIN OPERA HOUSE (CHINA); MUSEU ALEMÃO DO MARFIM (ALEMANHA);<br />
LOJA CARLA AMORIM (SÃO PAULO); 8º LEDFORUM (SÃO PAULO); FOTO LUZ FOTO: PETER SICHAU<br />
1
2 3
Uma edição<br />
que ficará<br />
na memória!<br />
Nos vemos em 2018.<br />
www.ledforum.com.br<br />
4 5
SUMÁRIO<br />
setembro | outubro 2017<br />
edição <strong>65</strong><br />
32<br />
40 48<br />
54 58 74<br />
10<br />
¿QUÉ PASA?<br />
32<br />
40<br />
48<br />
54<br />
CENTRO CULTURAL ITAMAR FRANCO<br />
Luzes da filarmônica<br />
HARBIN OPERA HOUSE<br />
Brilho sem ofuscamento<br />
MUSEU ALEMÃO DO MARFIM<br />
Presas flutuantes sobre a névoa<br />
LOJA CARLA AMORIM<br />
Preciosidade<br />
58<br />
60<br />
62<br />
67<br />
SEMANA DA LUZ 2017<br />
MASTERCLASS DA SEMANA DA LUZ 2017<br />
8º LEDFORUM<br />
PRODUTOS: ESPECIAL 8º LEDFORUM<br />
74<br />
FOTO LUZ FOTO<br />
Peter Sichau<br />
6 7
Romulo Fialdini<br />
Thiago Gaya<br />
publisher<br />
CENTRO CULTURAL ITAMAR FRANCO<br />
Iluminação: Sônia Mendes<br />
Foto: Jomar Bragança<br />
Orlando Marques<br />
editor-chefe<br />
INTERAÇÃO E CONHECIMENTO COMPARTILHADO<br />
PUBLISHER<br />
Thiago Gaya<br />
EDITOR-CHEFE<br />
Orlando Marques<br />
DIRETORA DE ARTE<br />
Thais Moro<br />
Este ano apresentamos algumas inovações no LEDforum. Além da cenografia do palco,<br />
que para muitos lembrou “fragmentos de um pôr do sol”, introduzimos também a dinâmica<br />
mesa360. A atividade reuniu os quatro principais segmentos da comunidade de iluminação<br />
no Brasil – educadores, fornecedores de equipamentos de iluminação, arquitetos e lighting<br />
designers – com a finalidade de responder a uma única pergunta: O que você e o outro<br />
podem fazer para contribuir com a comunidade de iluminação?<br />
Algumas respostas apontam para a ideia de “mais interação”, e outras, para o compartilhamento<br />
do conhecimento”. Há ainda aquelas que sugerem “incentivo à pesquisa”, “inovação com<br />
criatividade técnica”, “fortalecer o senso de comunidade”, “promover workshops” e “manter-se<br />
atualizado”; e há ainda 2.800 respostas que estamos transcrevendo, para, depois, analisálas<br />
com mais profundidade e, por fim, divulgá-las.<br />
De qualquer forma, acreditamos que o LEDforum tem contribuído – e espera continuar<br />
contribuindo –para muitas das questões apontadas até agora pelos participantes, seja na<br />
promoção da interação entre os principais agentes da nossa comunidade por meio dos<br />
eventos da Semana da Luz, seja pela disseminação do conhecimento por meio do LEDforum<br />
e das atividades da Semana da Luz em parceira com a AsBAI.<br />
Nesta edição trazemos a cobertura completa da Semana da Luz deste ano, incluindo<br />
todas as palestras proferidas nos dois dias do LEDforum 2018 e a Masterclass. Além, é<br />
claro, de todos os acontecimentos sociais do evento. Destacamos também o projeto do<br />
Centro Cultural Itamar Franco, da lighting designer mineira Sônia Mendes, capa da edição;<br />
o premiado projeto Harbin Opera House, do escritório chinês Beijing United Artists Lighting<br />
Design; o Museu Alemão do Marfim, do escritório alemão Licht Kunst Licht, com arquitetura<br />
da Sichal & Walter Architekten; e o projeto da joalheria Carla Amorim no Shopping JK, dos<br />
arquitetos do escritório paulistano da MS+M Associados.<br />
O fechamento da seção ¿Qué Pasa? foi destinada aos Lighting Planners Associates,<br />
que selecionaram o fórum dos Lighting Detectives, em Kyoto, no Japão, organizado pelo<br />
escritório. Os mais novos equipamentos de iluminação, muitos lançados no LEDforum,<br />
também recebem destaque especial nesta edição. Foto Luz Foto homenageia o arquiteto do<br />
Museu Alemão do Marfim, Peter Sichau, que, além de projetar o museu, foi quem fotografou<br />
o projeto da Licht Kunst Licht.<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
Carlos Fortes, Débora Torii, Fernanda Carvalho,<br />
Gilberto Franco, Lighting Planners Associates,<br />
Luciana Freitas, Orlando Marques, Peter Sichau,<br />
Valentina Figuerola, Waleria Mattos<br />
REVISÃO<br />
Débora Tamayose<br />
CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />
Márcio Silva<br />
PUBLICIDADE<br />
Lucimara Ricardi | diretora<br />
Avany Ferreira | contato publicitário<br />
Paula Ribeiro | contato publicitário<br />
PARA ANUNCIAR<br />
comercial@editoralumiere.com.br<br />
T 11 3062.2622<br />
PARA ASSINAR<br />
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T 11 3062.2622<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
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T 11 3062.2622<br />
TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />
Boa leitura!<br />
Orlando Marques<br />
Editor-chefe<br />
PUBLICADA POR<br />
Lighting Planners Associates<br />
O lighting designer Kaoru<br />
Mende do escritório Lighting<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Planners Associates é o<br />
Rua João Moura, 661 – cj. 72, 05412-001<br />
São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />
convidado na coedição do<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
¿Qué Pasa? de página dupla<br />
desta edição.<br />
8 9
Imagens: André Distel<br />
¿QUÉ PASA?<br />
EM BUSCA DA LUZ PERFEITA<br />
Inspirado e impressionado pelos milhares de fotografias<br />
que costumava observar no site de compartilhamento de<br />
imagens Flickr, o fotógrafo alemão André Distel comprou<br />
sua primeira câmera digital profissional em 2009. A partir<br />
de então, buscou ajuda em livros de fotografia para aprender<br />
a conseguir boas imagens. Oito anos depois, seu trabalho já<br />
ganhou prêmios e chegou até mesmo a ilustrar a capa de uma<br />
edição da prestigiosa revista National Geographic.<br />
André afirma que são quatro os elementos básicos que<br />
compõem uma imagem: composição, qualidade de imagem,<br />
locação e iluminação. Voltado à fotografia de paisagens, o<br />
fotógrafo trabalha somente com a luz natural disponível no<br />
local, não tendo, portanto, o poder de controlar a iluminação<br />
das cenas – o que considera ser o aspecto mais importante e<br />
também o mais difícil desse tipo de fotografia.<br />
Por isso, suas imagens contam com um toque especial:<br />
André manipula a luz em suas fotos, de maneira que reflitam,<br />
com fidelidade, aquilo que observou e vivenciou no momento<br />
de seu registro. Sua grande motivação por trás do trabalho<br />
é simplesmente o desejo de compartilhar suas experiências<br />
com outras pessoas: “Faço o que for preciso para que a<br />
imagem traduza a iluminação, os sentimentos e as emoções<br />
do momento. Basicamente, tento colocar o espectador<br />
diretamente na cena”, explica.<br />
O fotógrafo acredita que, apesar de as câmeras atuais<br />
permitirem a captura de uma grande variedade de luzes, o<br />
resultado obtido ainda está longe daquilo que o olho humano<br />
visualiza. Por isso, ao ajustar a exposição da câmera de<br />
acordo com um dos elementos da cena, outros podem ficar<br />
sub ou superexpostos. Para superar essas limitações dos<br />
equipamentos, Distel utiliza softwares de edição de imagens,<br />
como Photoshop e Lightroom, nos quais combina técnicas<br />
tradicionais – como a fusão de duas ou mais imagens<br />
capturadas sob diferentes parâmetros de exposições – com<br />
outras menos convencionais – como a aplicação de máscaras<br />
de luminosidade, que clareiam ou escurecem certas partes<br />
da imagem. Ele ressalta que seu objetivo é atrair a atenção e<br />
o foco dos espectadores para certos elementos da fotografia,<br />
sem nunca recorrer a adições, substituições ou eliminações<br />
de quaisquer elementos.<br />
Seu momento favorito do dia é o nascer do sol, quando<br />
geralmente consegue estar praticamente sozinho até mesmo<br />
nos locais mais movimentados. “É durante esses momentos<br />
que minha criatividade atinge o seu melhor em termos de<br />
composição de imagem. No entanto, um belo amanhecer é<br />
muito mais difícil de prever do que um grande pôr do sol,<br />
já que é praticamente impossível prever o movimento das<br />
nuvens na escuridão”, conta. (D.T.)<br />
10 11
¿QUÉ PASA?<br />
Imagens: Xavi Bové<br />
METAMORFOSE<br />
Durante três noites do mês de julho, o interior da Catedral<br />
de Girona, na Espanha, foi palco de Transfiguració de la nau,<br />
um espetáculo imersivo de luzes e música organizado como<br />
parte das comemorações pelo 600 o aniversário de sua<br />
nave principal. O espetáculo foi dividido em quatro atos,<br />
respectivamente intitulados: “Introspecção”, “Investigação”,<br />
“Transfiguração” e “Plenitude”.<br />
Sincronizados à música, 60 projetores de luz ins talados<br />
dentro e fora da nave central executavam uma complexa<br />
coreografia luminosa, desenvolvida pelo estúdio multidisciplinar<br />
catalão Onionlab. O complexo sistema de controle – composto<br />
de um software de gestão de ambientes em 3D combinado<br />
a outro de controle audiovisual e a plugins programados<br />
especialmente para o projeto – permitiu que cada projetor<br />
pudesse ser comandado individualmente. Assim, sua atuação<br />
se deu tanto em razão de cenas pré-programadas como de<br />
maneira áudio-reativa, ou ainda de acordo com comandos<br />
gerados por um operador, em tempo real, em resposta ao ritmo<br />
impresso pelo regente da orquestra. O movimento das luzes<br />
buscou também atrair atenção aos detalhes em estilo gótico<br />
da arquitetura.<br />
O espetáculo gratuito também pôde ser visualizado desde<br />
o exterior da catedral, através da grande rosácea em sua<br />
fachada principal e por meio das luzes provenientes de sua<br />
torre. O compositor visual e diretor artístico catalão Xavi Bové<br />
foi o idealizador e diretor do espetáculo, que definiu como<br />
“uma mescla de momentos de intimidade e de grandiosidade,<br />
com o objetivo de criar um movimento constante e um efeito<br />
hipnótico”. Vídeos deste e de outros projetos do artista podem<br />
ser conferidos em xavibove.com. (D.T.)<br />
12 13
2<br />
1<br />
Imagens: Andrew Gale<br />
3<br />
¿QUÉ PASA?<br />
TRANSITORIEDADE<br />
Partindo da investigação sobre a interação entre a luz e os<br />
mais variados materiais, o trabalho da artista galesa Jessica<br />
Lloyd-Jones pode ser resumido como a fusão entre arte, ciência<br />
e tecnologia. Interessada na luz como fenômeno natural e<br />
na intangibilidade de sua energia, Jessica busca capturá-la<br />
e transformá-la em intervenções artísticas que a utilizem de<br />
maneira criativa.<br />
Seu mais recente trabalho, Changing Light, traduz perfeitamente<br />
esse espírito. A obra é composta de um conjunto<br />
de cinco instalações que transformam alguns dos espaços<br />
internos comuns de Pontio, o novo Centro de Artes e Inovação<br />
da Universidade de Bangor, no País de Gales. As intervenções<br />
da artista fundem-se à arquitetura, ao mesmo tempo que<br />
convertem os espaços em ambientes sensoriais.<br />
O nome do projeto é uma referência à fluidez da luz<br />
natural que penetra no edifício através de suas extensas<br />
fachadas envidraçadas, junto das quais Jessica desenvolveu<br />
a maior das instalações do projeto. Solar Chroma 1 estendese<br />
por aproximadamente 40 metros lineares e consiste em<br />
uma série de painéis translúcidos coloridos suspensos, cujas<br />
cores e movimentos respondem às condições climáticas e à<br />
posição e à intensidade do Sol. Alimentados por energia solar,<br />
os mecanismos da instalação cinética rotacionam os painéis<br />
quando atingidos por uma luz solar intensa, gerando projeções<br />
dinâmicas e reflexos coloridos no ambiente.<br />
Já a instalação Spectral Shift 2 3 foi inspirada pela fotônica<br />
(ciência da geração, emissão, transmissão, modulação, pro–<br />
cessamento, amplificação e detecção da luz). Composta de<br />
uma série de tubos luminosos suspensos, a obra decompõe as<br />
cores do espectro da luz em decorrência do uso de materiais<br />
prismáticos. Durante o dia, os elementos pendentes parecem<br />
transparentes, revelando sua mágica ao entardecer, em um<br />
efeito acentuado pelos reflexos das texturas coloridas nas<br />
janelas do local.<br />
Segundo a artista, o trabalho inicialmente apresentouse<br />
como um desafio, que posteriormente se converteu na<br />
oportunidade de um experimento em grande escala, com<br />
grande impacto visual. “Foi uma oportunidade de ex perimentar<br />
com materiais e processos não convencionais e de<br />
alcançar resultados inesperados. As instalações têm certa<br />
transitoriedade, e isto me fascina: o fato de que estão sempre<br />
mudando e nunca parecem iguais”, conta Jessica. (D.T.)<br />
14 15
¿QUÉ PASA?<br />
NOVA CALCULADORA DE<br />
ESTÍMULO CIRCADIANO<br />
Para além da preocupação com o conforto visual<br />
proporcionado por um bom projeto de iluminação, hoje há uma<br />
crescente conscientização a respeito dos efeitos não visíveis<br />
da luz, mais especificamente com relação ao ciclo circadiano.<br />
Como se sabe, todo ser vivo tem em seu organismo um relógio<br />
biológico responsável por comandar seu ciclo diário de atividade<br />
e de sono, o qual é influenciado sobretudo pelas condições<br />
luminosas a que o indivíduo é exposto durante o dia.<br />
As características das fontes de luz que agem sobre<br />
o sistema circadiano são distintas daquelas que afetam a<br />
visibilidade. Dessa forma, a métrica tradicionalmente usada<br />
pelos lighting designers para criar e desenvolver seus projetos<br />
não pode ser a mesma empregada para avaliar sua influência<br />
no sistema circadiano. A avaliação circadiana de um sistema<br />
de iluminação deve levar em conta não somente a iluminância<br />
desejada e a temperatura de cor das fontes escolhidas mas<br />
também fatores como o horário e a duração da exposição a essa<br />
fonte e sua distribuição de energia espectral (SPD).<br />
Os pesquisadores do Lighting Research Center (LRC),<br />
parte do Instituto Politécnico Rensselaer, têm trabalhado no<br />
desenvolvimento de ferramentas e sistemas métricos que<br />
auxiliem os lighting designers no entendimento e na aplicação<br />
da iluminação circadiana no ambiente construído. Assim nasceu<br />
a Circadian Stimulus Calculator, uma ferramenta que auxilia<br />
os profissionais da iluminação na seleção de fontes luminosas<br />
e de níveis de iluminação que propiciem uma exposição mais<br />
adequada à iluminação circadiana. A calculadora utiliza como<br />
métrica o Circadian Stimulus (CS), uma medida do estímulo<br />
produzido por uma hora de exposição a uma fonte luminosa,<br />
com determinado SPD e iluminância, sobre o sistema circadiano<br />
humano. O CS pode variar entre 0.1 (limiar para a ativação do<br />
sistema circadiano) e 0.7 (saturação).<br />
Os pesquisadores do LRC afirmam que a exposição a um CS<br />
maior ou igual a 0.3, por ao menos uma hora durante o início<br />
do dia, é um estímulo eficaz ao sistema circadiano, podendo<br />
até mesmo ser associada a benefícios clínicos em quadros<br />
de depressão e de agitação em pacientes com doença de<br />
Alzheimer, além de melhorar as condições de sono e o humor<br />
de funcionários de escritórios.<br />
A Circadian Stimulus Calculator teve, recentemente, sua<br />
segunda versão lançada. Entre suas novas funcionalidades<br />
estão a possibilidade de calcular o CS em ambientes com<br />
múltiplas fontes luminosas e a possibilidade de combinar<br />
valores de SPD fornecidos pela calculadora com outros<br />
alimentados pelo usuário. A ferramenta pode ser baixada<br />
gratuitamente em lrc.rpi.edu/programs/lightHealth/index.asp. (D.T.)<br />
16 17
¿QUÉ PASA?<br />
Imagens: Pablo Enriquez<br />
REAÇÕES LUMINOSAS<br />
O centro de artes contemporâneas sem fins lucrativos MoMA<br />
PS1 – antigo P.S.1 Contemporary Art Center – é afiliado, desde o<br />
ano 2000, do tradicional Museu de Arte Moderna (MoMA) de<br />
Nova York, um dos maiores museus do mundo devotado à arte<br />
moderna e contemporânea. Desde essa união, o MoMA PS1,<br />
com o apoio do MoMA, promove anualmente o concurso Young<br />
Architects Program, do qual nasce a ambientação para o também<br />
anual Warm Up, festival composto de uma série de eventos<br />
musicais ao ar livre durante todo o verão.<br />
Já em sua 18ª edição consecutiva, o concurso visa oferecer<br />
aos jovens e emergentes talentos da arquitetura a oportunidade<br />
de criar e apresentar projetos temporários inovadores que<br />
ofereçam áreas de sombra e de descanso aos frequentadores do<br />
festival, além de, ao mesmo tempo, respirar diretrizes ambientais<br />
relacionadas à sustentabilidade e à reciclagem.<br />
A proposta selecionada neste ano foi Lumen, uma estrutura<br />
imersiva e interativa, exibida entre os meses de junho e setembro,<br />
que abordou os temas da arquitetura adaptativa, do meio ambiente<br />
e das interações humanas, por meio da exploração de novos<br />
materiais. Construída com aproximadamente mil quilômetros<br />
de fibras tecidas roboticamente, a estrutura tensionada era<br />
composta de 1.500 peças em formatos geométricos, além<br />
de 250 estruturas tubulares suspensas, costuradas entre si<br />
com tecnologia digital, conformando dois grandes dosséis que<br />
cobriam praticamente todo o pátio externo do MoMA PS1.<br />
O grande diferencial do material é sua capacidade responsiva,<br />
cujas superfícies adquiriam uma variedade de cores sutis durante o<br />
dia, em resposta à luz solar, e passavam a emitir luzes reluzentes ao<br />
anoitecer, em decorrência da luz absorvida e de suas propriedades<br />
fotoluminescentes. As variações comportamentais da estrutura<br />
reagiam ainda à densidade ocupacional e ao calor, resultando<br />
em uma instalação responsiva nos contextos social e ambiental.<br />
Complementares ao projeto, havia cerca de cem bancos, feitos das<br />
mesmas fibras, costuradas a grandes carretéis reciclados, e um<br />
sistema de nebulização de água que criava zonas refrescantes, de<br />
acordo com o movimento e a aproximação dos visitantes.<br />
O projeto foi assinado pelo Jenny Sabin Studio, escritório de<br />
arquitetura voltado a investigações nos âmbitos da ciência, da<br />
biologia e da matemática e suas interseções com a arquitetura.<br />
Sua diretora, a arquiteta e professora de design e tecnologias<br />
emergentes Jenny E. Sabin, relata que o trabalho é resultado<br />
da aplicação de teorias e princípios da biologia, da ciência dos<br />
materiais, da matemática e da engenharia, inspirados pela<br />
maleabilidade, pela ludicidade e pela interação. (D.T.)<br />
18 19
Imagens: Copyright Koninklijke Mosa bv<br />
¿QUÉ PASA?<br />
CERÂMICAS DINÂMICAS<br />
Há mais de 130 anos no mercado, a fabricante holandesa<br />
de ladrilhos cerâmicos Mosa fornece seus produtos a mais<br />
de 30 países, em quatro continentes. Seu mais recente<br />
lançamento é a linha μ (pronuncia-se “mi”), composta de<br />
revestimentos cerâmicos para pisos, capazes de interagir<br />
com o espaço e o tempo.<br />
Inspirados pela natureza, pela arte e pelas atuais<br />
tendências da arquitetura, os designers da Mosa utilizaram<br />
como base a relação entre a luz e seu espectro de cores,<br />
obtendo como resultado peças que respondem à iluminação<br />
ambiente de maneira dinâmica e prometem “adicionar uma<br />
quarta dimensão – o tempo – aos espaços tridimensionais”,<br />
afirmam seus criadores.<br />
Por meio do estudo de pigmentos cerâmicos e da maneira<br />
como interagem entre si, os especialistas criaram uma fusão<br />
óptica de milhares de grãos constituídos de pigmentos<br />
cerâmicos e de argila, tingidos com cores vivas. A partir<br />
dessa mistura, foi possível desenvolver um material capaz de<br />
absorver certas cores e refletir outras, o que permite sutis<br />
variações nas tonalidades das superfícies no decorrer do dia,<br />
de acordo com a condição luminosa a que está exposto.<br />
Disponíveis em quatro tonalidades base (branco, cinzaclaro,<br />
cinza e marrom), as peças quadradas de 60 centímetros<br />
de lado também têm a aparência influenciada pelas cores de<br />
objetos próximos, além de se transformarem de acordo com<br />
a distância e o ângulo dos quais são observadas.<br />
O fabricante promete proporcionar efeitos de cor<br />
intangíveis e surpreendentes com o produto, cujo caráter<br />
inovador foi reconhecido e premiado pelos Red Dot Awards<br />
deste ano. (D.T.)<br />
20 21
Imagens: CI&A Photography / Edward Hendricks<br />
¿QUÉ PASA?<br />
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />
Motivados pelo desejo de transformar seu país em uma<br />
nação inteligente, movido por indústrias inteligentes, a<br />
instituição Robotics Application Center for Excellence (RACE)<br />
recentemente inaugurou sua nova sede em Cingapura,<br />
dedicada à oferta de treinamentos e programas educacionais<br />
voltados à automatização das indústrias locais.<br />
Contratados para desenvolver a identidade corporativa<br />
da instituição e o projeto espacial do novo laboratório, os<br />
arquitetos do estúdio holístico de arquitetura Ministry of<br />
Design, sediado no mesmo país, tiveram como inspiração<br />
o desejo do RACE pelo pioneirismo na produção de robôs<br />
modulares intercambiáveis. Dessa forma, o conceito do<br />
projeto baseou-se nas ideias de modularidade, de precisão e<br />
de dinamismo, que culminaram na concepção de um espaço<br />
dotado da flexibilidade necessária para funcionar tanto como<br />
showroom quanto como centro de treinamento.<br />
Com uma área interna de 243 metros quadrados, o<br />
estabelecimento conta com planta livre, com acabamentos<br />
predominantemente escuros. As superfícies das paredes e do<br />
teto foram revestidas com uma “segunda pele”, constituída de<br />
tubos ocos de alumínio cortados à mão, cujo posicionamento<br />
desconstrói os limites entre esses dois planos, criando um<br />
efeito multidirecional. Apesar de parecerem aleatoriamente<br />
distribuídos, esses elementos auxiliam na fragmentação do<br />
espaço quando necessário – possibilitando o trabalho com<br />
múltiplos grupos, simultaneamente –, além de permitirem<br />
fácil acesso a todas as instalações elétricas e mecânicas, sem<br />
que fiquem aparentes.<br />
O espaço é iluminado de maneira uniforme e difusa<br />
por meio de LEDs customizados em formatos tubulares,<br />
instalados no teto e nas paredes, cuja perfeita integração<br />
aos cilindros metálicos contribui para a aparência futurista<br />
e vanguardista do laboratório. Sempre em tom branco frio,<br />
a iluminação é complementada por spots orientáveis que<br />
permitem dar destaque aos produtos a serem eventualmente<br />
exibidos. (D.T.)<br />
22 23
24 25
¿QUÉ PASA?<br />
1<br />
CreatAR<br />
ARCO-ÍRIS METÁLICO<br />
2<br />
3<br />
4<br />
HU Yijie<br />
HU Yijie<br />
CreatAR<br />
A nova unidade da livraria Zhongshu parece saída de<br />
um conto de fadas. Localizada em Suzhou, na China, a<br />
ampla loja de 1.380 metros quadrados divide-se em quatro<br />
zonas principais, para as quais os designers do Wutopia<br />
Lab, sob comando do arquiteto YU Ting, buscaram<br />
imprimir diferentes simbolismos, sempre remetendo a<br />
cada um de seus temas.<br />
Logo na entrada está o “Sanctuary of Crystal” (Santuário<br />
de Cristal) 1 , onde são exibidos os lançamentos. Os livros<br />
parecem flutuar no espaço, dispostos sobre prateleiras<br />
transparentes de acrílico pré-fabricado, em um ambiente<br />
predominantemente branco, delimitado por tijolos de<br />
vidro e por espelhos. A iluminação uniforme faz com que<br />
os acabamentos e os produtos sobressaiam, contribuindo<br />
para a criação de uma atmosfera etérea que atrai os<br />
consumidores para o interior da loja.<br />
A “Cave of Fireflies” (Caverna de Vaga-lumes) 2<br />
conecta a entrada ao salão principal da loja, criando um<br />
grande contraste. O túnel com acabamentos escuros é<br />
iluminado por centenas de fibras ópticas de tons azulados,<br />
que incentivam os visitantes a escolher seus livros e os<br />
guiam em direção à área principal de leitura.<br />
Chamada “Xanadu of Rainbows” (Xanadu dos Arco-íris)<br />
3 4 , a área central da livraria constitui um amplo ambiente<br />
aberto, para o qual os arquitetos tiveram como inspiração as<br />
variadas alturas do mobiliário do espaço (estantes, degraus,<br />
mesas e poltronas) para conceber uma espécie de relevo<br />
abstrato. Instaladas sobre teto e paredes, finas lâminas<br />
de alumínio perfurado, pintadas com as cores do arcoíris,<br />
simulam verdadeiros vales, penhascos, ilhas e oásis.<br />
Sua função é dividir o amplo espaço em zonas, de acordo<br />
com suas funções, o que é obtido em razão dos diferentes<br />
espaçamentos entre esses elementos. Beneficiando-se da<br />
abundância de luz natural durante o dia, as perfurações dos<br />
painéis proporcionam a sensação de um véu, que também<br />
pode ser observado desde o exterior do edifício, através de<br />
suas generosas aberturas.<br />
Como não poderia deixar de ser, ao final do arcoíris<br />
encontra-se o “Castle of Innocence” (Castelo da<br />
Inocência) 5 , área dedicada à literatura infantil. Revestido<br />
de materiais brancos e translúcidos, o setor tem ainda<br />
um “céu estrelado” de fibras ópticas, que potencializa seu<br />
caráter lúdico e divertido. (D.T.)<br />
26 27<br />
5<br />
CreatAR
Andrés Otero<br />
Justin Ford<br />
¿QUÉ PASA?<br />
IES ILLUMINATION AWARDS 2017<br />
Foram anunciados, no último dia 10 de agosto, os vencedores<br />
da 44ª edição dos IES Illumination Awards, em cerimônia de<br />
gala realizada durante a IES Annual Conference, neste ano<br />
sediada em Portland, Estados Unidos. Oferecidos anualmente<br />
pela Illuminating Engineering Society (IES), os prêmios visam ao<br />
reconhecimento de lighting designers por seu profissionalismo,<br />
sua criatividade e sua originalidade. Dentre as dezenas de<br />
projetos reconhecidos com prêmios de mérito, sete obtiveram<br />
maior pontuação nas avaliações dos jurados e receberam os<br />
prêmios de distinção e de excelência, sendo, desse modo,<br />
consagrados os grandes vencedores da noite.<br />
Na categoria Illumination Award for Outdoor Lighting<br />
Design, que ressalta a excelência dos projetos de iluminação para<br />
ambientes externos, foram premiados o escritório Brandston<br />
Partnership, pelo projeto luminotécnico para o Nanjing Youth<br />
Olympic Centre, em Nanjing Jiangsu, China; e os lighting designers<br />
Nick Puopolo, diretor do Salex, e Paul Boken, vice-presidente do<br />
escritório Mulvey & Banani Lighting, pela nova iluminação de<br />
destaque das famosas Niagara Falls, em Ontário, Canadá.<br />
Já os prêmios de excelência na categoria Illumination<br />
Award for Interior Lighting Design foram entregues ao<br />
projeto de iluminação das áreas comuns do hotel de luxo<br />
Park Hyatt Sanya Sunny Bay Resort, em Hainan, China,<br />
de autoria do The Flaming Beacon Lighting Designers; ao<br />
projeto luminotécnico da nova sede da companhia de<br />
serviços automotivos Edmunds, em Santa Monica, Estados<br />
Unidos, assinada pelo escritório Architecture & Light; e ao<br />
belíssimo lighting design do templo Baha’i – capa da edição<br />
63 da <strong>L+D</strong> –, em Peñalolén, Chile, criação do Limari Lighting<br />
Design, liderado por Pascal Chautard.<br />
A boa surpresa da noite veio com o prêmio entregue às<br />
arquitetas cariocas Monica Lobo e Daniele Valle, titulares<br />
do LD Studio, pela excelência do projeto de iluminação<br />
para o Museu do Amanhã, como reconhecimento pela<br />
excepcionalidade do projeto de iluminação de interiores e<br />
seu perfeito equilíbrio entre soluções de caráter funcional<br />
e artístico. Nossos parabéns às brasileiras e a todos os<br />
premiados! (D.T.)<br />
28 29
¿QUÉ PASA?<br />
LIGHTING DETECTIVES EM KYOTO<br />
Lighting Detectives deu início a suas atividades em 1990.<br />
Agora, após 27 anos, pode ser definido como um grupo<br />
sem fins lucrativos dedicado ao estudo, à observação e à<br />
discussão da cultura da iluminação. Em 1999, alcançamos<br />
uma escala global com nossas atividades e, assim, pudemos<br />
realizar, em 2002, a primeira edição do Fórum Transnacional<br />
Lighting Detectives, em Tóquio, Japão. Desde então, o<br />
fórum e seus workshops já foram levados a cidades como<br />
Nova York, Pequim, Estocolmo, Cingapura, Madri, Taipé, São<br />
Paulo, entre outras, totalizando 12 diferentes cidades-sede<br />
das atividades do grupo.<br />
Nosso objetivo é criar uma plataforma aberta para o<br />
compartilhamento de inspiração e de conhecimento sobre<br />
as culturas de iluminação locais. Assim, nosso desejo para a<br />
última edição do evento, sediado em Kyoto, Japão, foi atrair<br />
mais atenção à sua paisagem noturna, além de promover<br />
debates informais com a população local. Em conjunto com<br />
estudantes e habitantes da cidade, os focos do fórum foram a<br />
discussão e o debate acerca do estilo de iluminação adotado<br />
na província japonesa.<br />
Os debates foram conduzidos durante os três dias do<br />
evento, que também contou com visitas de campo improvisadas<br />
para analisar e estudar os padrões de iluminação adotados na<br />
vizinhança. O fórum culminou com propostas de iluminação,<br />
que foram testadas em uma rodada do Light Up Ninja, uma<br />
intervenção temporária que visa trazer mais conforto e beleza à<br />
paisagem noturna próxima, por meio da adição e da subtração<br />
de luzes. (Lighting Detectives)<br />
30 31
O projeto de iluminação evidencia a presença do centro de<br />
cultura à noite, valorizando a permeabilidade com o entorno<br />
por meio de uma iluminação suave e difusa, proporcionada<br />
por projetores com lâmpadas de vapor metálico CDM-TD de<br />
facho aberto (150 W, 3.000 K), suspensos por cabos de aço em<br />
quadrantes alternados da pérgula que se sobrepõe aos espaços,<br />
como a praça de acolhimento e lazer.<br />
LUZES DA<br />
FILARMÔNICA<br />
Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Jomar Bragança<br />
O<br />
Centro de Cultura Presidente Itamar Franco, em Belo<br />
Horizonte, Minas Gerais, abriga as sedes da Orquestra<br />
Filarmônica de Minas Gerais, da Rádio Inconfidência<br />
e da Rede Minas de Televisão. Projetado pelos arquitetos Jô<br />
Vasconcellos e Rafael Yanni, o conjunto arquitetônico é permeado<br />
por espaços públicos generosos, como a praça de acolhimento<br />
e lazer. E valorizar a arquitetura arrojada do complexo por meio<br />
da luz foi um dos objetivos da lighting designer Sônia Mendes,<br />
titular do escritório Arquitetura e Luz, ao realizar o projeto de<br />
iluminação do complexo arquitetônico.<br />
A praça de 8 mil metros quadrados, formada pelo vazio<br />
entre as construções, dispõe de jardins, um gazebo e uma<br />
pérgula quadriculada metálica branca. Suspensas por cabos de<br />
aço em quadrantes alternados da pérgula, luminárias do tipo<br />
projetor jogam a luz para baixo, iluminando o espaço público<br />
de maneira geral e uniforme. Instalados verticalmente, em<br />
arestas opostas de cada quadrante, duas barras de LED linear<br />
RGB são ligadas a um sistema de automação que permite a<br />
mudança de cores.<br />
32 33
Quando o Sol se põe, os três poliedros de acrílico translúcido são realçados pela iluminação dos projetores com lâmpadas de vapor<br />
metálico CDM-TD de facho aberto (150 W, 3.000 K), suspensos por cabos de aço no quadrante da pérgula.<br />
Como se fossem “abajures gigantes”, os poliedros dão um ar lúdico à praça, que em ocasiões especiais pode ser iluminada com cores distintas<br />
graças às duas barras de LED linear RGB (41 W, facho 60° × 120°) instaladas verticalmente nos quadrantes e ligadas ao sistema de automação.<br />
À noite, a praça ganha um ar lúdico quando os três grandes<br />
poliedros de acrílico translúcido (dois brancos e um amarelo)<br />
são iluminados por lâmpadas de vapor metálico atirantadas na<br />
estrutura metálica (a mesma solução adotada nos quadrantes<br />
vazados), criando “abajures gigantes” que atraem a atenção do<br />
público a distância, reforçando o caráter de marco arquitetônico<br />
e urbano do conjunto.<br />
Para Sônia, o maior desafio do projeto, além do prazo curto<br />
para seu desenvolvimento, foi iluminar, de maneira homogênea<br />
e suave, os foyers e as circulações adjacentes à Sala Minas<br />
Gerais, que é cercada pelo escultórico volume multifacetado<br />
vermelho. “Especificamos quatro soluções de iluminação ao<br />
longo dos foyers e de todas as circulações laterais, mesclando<br />
a tecnologia LED com lâmpadas convencionais”, revela a<br />
lighting designer.<br />
Uma das soluções consiste na iluminação frontal do foyer<br />
principal por oito projetores de LED de alto fluxo, instalados<br />
em quatro pilares metálicos (dois projetores de LED em cada<br />
pilar). Nesse mesmo trecho, barras de LED de 1,20 metro de<br />
comprimento, instaladas em nichos do piso, realçam a parte<br />
inferior do volume vermelho.<br />
Feitas sob medida para se encaixar nos perfis metálicos da<br />
estrutura dos elevadores e nas escadas do foyer principal, luminárias<br />
lineares para lâmpadas fluorescentes T5 proporcionam uma<br />
luz difusa no foyer principal, ao mesmo tempo que evidenciam<br />
a modularidade do sistema construtivo estrutural.<br />
Sônia explica que a maior parte da iluminação geral das<br />
circulações e dos foyers vem das grandes luminárias quadradas<br />
com difusor de acrílico de 1,20 m × 1,20 m para lâmpadas<br />
fluorescentes T5 ora embutidas em forros de gesso, ora<br />
sobrepostas em lajes de concreto, de acordo com o projeto<br />
de arquitetura.<br />
Instaladas no teto, ao redor de todo o volume vermelho,<br />
barras de LED de alto fluxo com dois tipos de facho assimétrico<br />
iluminam a parte superior do corpo multifacetado. Embutidos no<br />
teto, pontos de luz com lâmpadas vapor metálico complementam<br />
a iluminação dos espaços adjacentes à Sala Minas Gerais.<br />
Outro destaque do projeto arquitetônico, além do volume<br />
vermelho, é o acesso ao prédio da Rádio Inconfidência e da Rede<br />
Minas de Televisão, em frente à praça principal. A entrada é<br />
configurada por uma reentrância em forma de prisma irregular,<br />
delimitado por paredes e teto amarelos. “Procuramos valorizar este<br />
volume com luminárias lineares de LED instaladas no piso, para<br />
livrar o teto de equipamentos e, assim, preservar a arquitetura”,<br />
explica Sônia. A lighting designer especificou luminárias lineares<br />
embutidas no piso com barras de LED com emissão difusa de luz.<br />
O complexo arquitetônico inclui um casarão da década de 1930<br />
tombado pelo Patrimônio Histórico do município, onde fica a<br />
praça de alimentação. A iluminação cenográfica da fachada<br />
principal é composta de barras de LED com emissão assimétrica<br />
com 33 centímetros de comprimento, instaladas nos peitoris das<br />
janelas de modo que o efeito produzido pela luz possa enaltecer<br />
o contorno das janelas e os detalhes arquitetônicos de época.<br />
Ao iluminar as fachadas laterais cegas da casa com projetores<br />
de LED do tipo uplight embutidos no piso, o projeto de iluminação<br />
realça a volumetria da antiga construção. “Para valorizar as<br />
colunas, foram previstos spots de LED com temperatura de<br />
cor mais quente, com diferentes fluxos”, comenta a autora do<br />
projeto de iluminação.<br />
Próximo ao casarão e ao lado da passarela de acesso que<br />
cruza todo o terreno, as árvores são iluminadas pelos projetores<br />
de LED do tipo uplight embutidos no piso ao lado da passarela<br />
de acesso. “Ao iluminar a copa das árvores, criamos um efeito<br />
dramático”, finaliza a lighting designer.<br />
34 35
36 37
A parte inferior do volume vermelho é salientada por barras de LED Vaya White Cove (15 W, 3.000 K, 120°) de 1,20 m de comprimento,<br />
instaladas em nichos no piso. Já a parte superior é realçada pelas barras de LED Vaya (45 W, 3.000 K) com fachos fechados (10° × 50°)<br />
e fachos abertos (60° × 120°). Dentro do volume vermelho fica a Sala Minas Gerais, iluminada por plafons de LED de alta potência<br />
Quintessence da Erco (36 W, 3.000 K, 40°), estrategicamente distribuídos no espaço.<br />
SALA MINAS GERAIS<br />
Projetado pelo escritório Arquitetura e Luz em parceria com<br />
a empresa alemã Erco, o projeto de iluminação da Sala Minas<br />
Gerais baseia-se em equipamentos de iluminação distribuídos em<br />
linhas transversais e longitudinais, com o objetivo de proporcionar<br />
uma luz homogênea e agradável aos usuários do auditório. “Nos<br />
rasgos transversais do forro de gesso, foram embutidos plafons<br />
de LED de alto fluxo. Esses equipamentos iluminam a parte<br />
central da plateia”, explica a lighting designer.<br />
Longitudinalmente, em cada uma das laterais da sala,<br />
existem duas linhas de luz: a primeira, com três plafons de<br />
LED em cada nicho, proporciona uma iluminação central; a<br />
segunda, com dois plafons de LED por nicho, tem como função<br />
iluminar as velas acústicas acinzentadas. “Foram utilizados os<br />
mesmos plafons de LED dos rasgos transversais, porém com<br />
difusores diferentes”, conclui Sônia.<br />
CENTRO CULTURAL ITAMAR FRANCO<br />
Belo Horizonte, MG<br />
Projeto de iluminação:<br />
Arquitetura e Luz<br />
Sônia Mendes<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Jô Vasconcellos e Rafael Yanni<br />
Consultoria técnica, programa e arquitetura acústica:<br />
José Augusto Nepomuceno, Christopher Blair e Paul Scarbrough<br />
Fornecedores:<br />
Erco, Iluminar, Philips<br />
38 39
A relação entre superfícies opacas e<br />
transparentes, por onde expande-se<br />
a iluminação interna do teatro,<br />
caracteriza os projetos de arquitetura<br />
e iluminação, que buscaram o brilho e<br />
a luminosidade em diálogo com a fria<br />
paisagem do norte da China.<br />
BRILHO SEM<br />
OFUSCAMENTO<br />
Texto: Carlos Fortes | Fotos: Hufton+Crow e Adam Mørk<br />
A<br />
34ª edição da Premiação Anual da Associação<br />
Internacional de Lighting Designers (IALD) ocorreu no<br />
último dia 10 de maio, em Filadélfia , Estados Unidos.<br />
Dentre os 22 projetos de oito países que mereceram prêmios<br />
ou citações em diversas categorias (Interiores, Monumentos,<br />
Fachadas, Museus e Residência), destacou-se o projeto para<br />
o Teatro de Ópera de Harbin, China, que recebeu o prêmio<br />
principal do júri, o Radiance Award. O projeto foi desenvolvido<br />
pelo escritório Beijing Artists Lighting Design, pessoalmente<br />
representado por Dongning Wang.<br />
Harbin é conhecida pela alcunha de “cidade do gelo”, em razão<br />
da paisagem congelada do norte da China. O teatro localiza-se<br />
em uma região selvagem e desértica. Nas palavras dos lighting<br />
designers envolvidos no projeto do novo teatro de ópera, a<br />
equipe teve como lema “iluminar o ritmo da música congelada”.<br />
A arquitetura revela-se pelo jogo de volumes e transparências,<br />
buscando o brilho do cristal, numa tentativa de integrar-se à<br />
natureza e à topografia. Em resposta a esse conceito arquitetônico,<br />
os designers de iluminação buscaram as melhores maneiras de<br />
traduzir a pureza e a clareza do espaço, proporcionando aos<br />
visitantes uma experiência sensorial completa pela música e<br />
pela percepção da arquitetura.<br />
40 41
As três camadas de luz que iluminam o átrio conferem ao espaço hierarquia e dramaticidade. A “luz de boas-vindas” no piso do átrio e a<br />
iluminação indireta para a cobertura e a iluminação das superfícies verticais de madeira contam uma história daquela arquitetura, como<br />
que um preâmbulo para o que se desnuda ao adentrar na sala de espetáculos.<br />
O átrio principal foi iluminado em três camadas, que conferem<br />
ao espaço certa hierarquia e dramaticidade apesar da unidade da<br />
cobertura. Na primeira parte do foyer, ao adentrar no edifício, o piso<br />
recebe uma primeira camada de iluminação direta, configurando<br />
uma espécie de tapete de boas-vindas; em seguida, uma segunda<br />
camada de iluminação indireta valoriza a estrutura e a transparência<br />
da cobertura; por fim, a terceira camada banha homogeneamente<br />
as superfícies verticais revestidas de madeira. A valorização<br />
dessas superfícies traz “calor” ao ambiente em contraste com<br />
as superfícies brancas e com a paisagem gelada, conferindo ao<br />
espaço uma atmosfera acolhedora.<br />
Todas as fontes de luz foram cuidadosamente integradas<br />
à arquitetura, gerando um ritmo agradável e uma leitura dos<br />
interiores sem a interferência de elementos sobrepostos a<br />
ela. Essa preocupação priva ainda os visitantes de qualquer<br />
ofuscamento ou percepção de equipamentos técnicos estranhos<br />
à própria estrutura do edifício. Na marquise de acesso ao lobby,<br />
as luminárias foram locadas em nichos de maneira a iluminar<br />
o piso sem gerar qualquer ofuscamento, preservando a vista<br />
de dentro para fora.<br />
A cobertura principal do foyer é composta de um telhado<br />
com módulos piramidais de vidro de quatro faces. Para criar um<br />
efeito de alto brilho, principalmente na visualização externa do<br />
edifício, uma das quatro faces de cada módulo recebeu uma<br />
película serigrafada pontilhada. Esse artifício agrega ao ambiente<br />
uma riqueza de efeitos e percepções tanto durante o dia, quando<br />
a incidência de luz solar cria diferentes reflexos ao longo do dia,<br />
quanto à noite, quando a iluminação rasante de cada superfície<br />
com película brilha de dentro para fora, tornando o edifício<br />
perceptível de longe, como um corpo luminoso e brilhante.<br />
A iluminação entre o estacionamento, localizado no subsolo, e o<br />
foyer busca fazer referência ao conceito que privilegia o brilho, como<br />
um preâmbulo ao espetáculo de luz e brilho que será revelado nas<br />
principais áreas do teatro. O forro de gesso é tomado por inúmeros<br />
pontos luminosos de fibra óptica de baixa intensidade, iluminando<br />
a escadaria homogênea e, ao mesmo tempo, dramaticamente.<br />
42 43
A dramaticidade<br />
da arquitetura da<br />
sala de espetáculos,<br />
barroca e sensual<br />
com suas curvas e<br />
tonalidades quentes<br />
que contrastam com<br />
a rigidez geométrica<br />
e gelada do foyer, é<br />
reforçada pelas linhas<br />
sinuosas de luz, que<br />
revelam as texturas e<br />
as nuances da madeira,<br />
já presente com<br />
parcimônia no átrio.<br />
No grande teatro, as linhas sinuosas da arquitetura são<br />
enfatizadas por linhas luminosas contínuas, que se desenvolvem<br />
no ritmo das superfícies, reforçando o jogo de cheios e vazios.<br />
Aqui, como no lobby, as tonalidades quentes da madeira e dos<br />
estofados vermelhos agregam calor ao ambiente. As circulações<br />
são marcadas ora por balizadores embutidos nos degraus, ora por<br />
luminárias embutidas no piso, iluminando as paredes. O balcão<br />
principal destaca-se das demais áreas da plateia por um forro<br />
luminoso, formado por uma superfície prismática de “diamantes”<br />
de acrílico iluminados por um sistema de RGB, programável em<br />
tonalidades de branco que variam do branco frio ao âmbar, de<br />
acordo com o evento ou com a estação do ano.<br />
44 45
O pequeno teatro, cujo fundo do palco é de vidro, retoma o diálogo explícito com a paisagem. As paredes laterais, onduladas, são iluminadas<br />
de forma rasante, reforçando sua textura e seu brilho, como que projetando o movimento das águas geladas do lago mais adiante. Arquitetura<br />
impregnada de sutilezas musicais.<br />
O teatro menor tem o fundo do palco envidraçado, com<br />
uma grande janela panorâmica que se abre para o lago do lado<br />
de fora. As paredes laterais da plateia foram revestidas com<br />
uma superfície ondulada, que é iluminada de forma rasante de<br />
baixo para cima, a partir de luminárias de facho concentrado<br />
embutidas no piso das circulações laterais. Essa solução de<br />
grazing wall-washing cria um efeito intenso de luz e sombra<br />
nas paredes, numa referência à paisagem que dialoga com a<br />
ondulação das águas.<br />
O principal objetivo dos designers era que os visitantes<br />
vissem a luz sem perceber as fontes luminosas. Para isso, a<br />
equipe trabalhou integrada a um especialista em softwares e<br />
a um desenhista industrial. Essa equipe calculou e desenhou a<br />
luz para cada ambiente, estudando detalhadamente a melhor<br />
posição para fontes luminosas e acessórios. Assim, garantiram<br />
os efeitos desejados e a valorização do edifício, que brilha<br />
na paisagem e apresenta soluções sem gerar ofuscamento,<br />
enfatizando a arquitetura escultural e sua transparência.<br />
A integração entre o domínio da técnica e o desenho da luz,<br />
que traduz e reforça os conceitos da arquitetura, com soluções<br />
ousadas que cumprem sua função e revelam a força escultural<br />
do edifício, contribuíram para o destaque do projeto do Teatro<br />
de Ópera de Harbin na premiação do IALD deste ano, entre<br />
tantos projetos de inegáveis qualidades.<br />
HARBIN OPERA HOUSE<br />
Harbin, China<br />
Projeto de iluminação:<br />
Beijing United Artists Lighting Design<br />
Dongning Wang, Cheng Zhang, Ge Zhu,<br />
Hayano Yosuke, Huiying Liu, Junjie Wang<br />
Yansong Ma, Qiang Chen, Qun Dang, Wei Guo,<br />
Xiao Xia e Yang Chen<br />
Projeto de arquitetura e interiores:<br />
MAD Architects<br />
Projeto de interiores:<br />
Shenzhen Keyuan Construction Group, Harbin<br />
Weimeiyuan Decoration Design<br />
Projeto de engenharia:<br />
Beijing Institute of Architectural Design<br />
Institute Nº 3<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Beijing Turenscape Institute<br />
Fornecedores:<br />
AD Lighting, CDN Light, Geosheen, Rise<br />
Lighting, StrongLED, Thorn<br />
46 47
Na página ao lado uma linha de LED protegida por grelha honeycomb e escondida em uma cavidade inclinada no guarda-corpo desenha o<br />
percurso da exposição e define os limites entre a plataforma de circulação e o “vazio etéreo” – paredes escuras com acabamento cinza-escuro<br />
fosco. Nesta página: fitas de LED fixadas sob o topo inferior das vitrines realçam a “neblina” avermelhada, e definem as arestas de cada pano.<br />
de vidro.<br />
PRESAS FLUTUANTES<br />
SOBRE A NÉVOA<br />
Texto: Gilberto Franco | Fotos: Sichau & Walter Architekten<br />
A<br />
cidade alemã Erbach im Odenwald é conhecida naquele<br />
país como “a Cidade do Marfim”, graças à paixão de<br />
Franz I, conde de Erbach-Erbach (1754-1823), por<br />
colecionar objetos trazidos de suas inúmeras viagens. Durante<br />
muitos anos sua coleção vinha sendo exposta no museu Werner<br />
Borchers Halle, até seu fechamento em 2015. Mas, no final de<br />
2016, uma parte pequena, porém muito requintada, dessas<br />
esculturas de marfim voltou a ser exposta, ocupando uma<br />
área de 450 metros quadrados do palácio Erbach, justamente<br />
a antiga sede do condado que leva o nome da família.<br />
O conceito de exposição desenvolvido pelo escritório<br />
Sichau & Walter Architekten, cujo projeto de iluminação<br />
esteve a cargo do escritório Licht Kunst Licht, apresenta a<br />
coleção em salas escurecidas por uma pintura cinza fosca<br />
muito escura (antracite), criando a ilusão de limites infinitos.<br />
A exposição percorre esses ambientes sobre uma plataforma<br />
flutuante, ladeada por guarda-corpos e totalmente solta de<br />
seu envelope arquitetônico. O visitante é conduzido por entre<br />
os diversos cubos de vidro e cases expositores, alinhados no<br />
mesmo nível da plataforma.<br />
48 49
UMA LINHA VERMELHA<br />
Tanto a plataforma como seus limites laterais são revestidos<br />
de couro vermelho. Um emblemático fio de luz também nessa<br />
cor acompanha os guarda-corpos, interconectando todas as<br />
vitrines e fazendo a circulação pairar sobre um envelope espacial<br />
intangível e quase imperceptível. Para esse efeito, foi criado um<br />
sulco inclinado na parte superior da face interna do guardacorpo,<br />
orientado para o piso da circulação, acomodando fitas<br />
de LED de cor vermelha, protegidas por grelhas honeycomb,<br />
que impedem qualquer ofuscamento até mesmo a partir de<br />
visadas longitudinais. A parte superior do guarda-corpo pode<br />
ser facilmente removida para manutenção das fitas de LED,<br />
ainda que sua aparência seja a de uma peça única. Os drivers<br />
dos LEDs, por sua vez, estão escondidos remotamente em<br />
uma cavidade abaixo da plataforma.<br />
DÉGRADÉ DE NEBLINA<br />
A parte inferior dos vidros de cada vitrine é fosca e dotada<br />
de iluminação avermelhada, integrada em sua aresta. De baixo<br />
para cima, e gradativamente, o jateamento vai diminuindo até o<br />
vidro se tornar totalmente transparente. Com a luz, o jateamento<br />
assume um suave brilho, que vai se dissolvendo aos poucos,<br />
evocativo de uma névoa avermelhada a encobrir os suportes dos<br />
objetos de marfim.<br />
Nos cantos superiores de cada vitrine, perfis com miniprojetores<br />
com acabamento prateado dão o drama necessário às exposições,<br />
sem, contudo, causar qualquer ofuscamento ao visitante. A escolha<br />
desse acabamento não foi casual; um teste no local revelou ser<br />
essa a opção mais invisível dentro do contexto em que estão. As<br />
vitrines maiores alternam luminárias de fachos concentrados e<br />
médios, criando a impressão de que os pequenos objetos emergem<br />
de uma espécie de neblina. Os drivers de ambos os sistemas de<br />
iluminação são armazenados na base da vitrine, com fácil acesso.<br />
Na página ao lado<br />
microprojetores com<br />
fachos de 15° e 30°<br />
são fixados no topo<br />
das vitrines internas<br />
e externas . Acima:<br />
uma moldura vermelha<br />
define o espaço de<br />
exposições temporárias,<br />
onde presas de elefante<br />
e mamute em estado<br />
bruto expõem as<br />
contradições desta<br />
bela arte com visões<br />
mais contemporâneas<br />
do mundo.<br />
50 51
Acabamento<br />
interno dos<br />
armários em<br />
marrom acetinado<br />
Perfil metálico em ângulo<br />
Perfil linear de LED<br />
fixado no topo das<br />
vitrines<br />
Anteparo antiofuscamento<br />
Topo do guarda-corpo<br />
(removível)<br />
Acabamento interno das<br />
vitrines em marrom fosco<br />
Perfil linear de LED<br />
fixado nas laterais das<br />
vitrines<br />
Grelha “honeycomb” em<br />
acabamento preto fosco<br />
Fita de LED<br />
(10W/m)<br />
Luz difusa<br />
Guarda-corpo em<br />
madeira maciça<br />
Luz direta<br />
Iluminação<br />
contínua de<br />
balizamento<br />
Acima: vista geral do salão de armários históricos. Perfis lineares de LED com inclinação de 7° garantem iluminação homogênea aos objetos<br />
fixados sob o fundo fosco. Página, acima: esquemas da iluminação de um armário histórico e de um guarda-corpo com grelha honeycomb.<br />
Abaixo: vitrine situada no canto da circulação, de onde se vê emergirem os objetos.<br />
ARMÁRIOS HISTÓRICOS<br />
Em um dos espaços foram reaproveitados armários históricos,<br />
agora com a finalidade de abrigar os objetos expostos. As<br />
paredes internas de trás de cada armário foram revestidas de<br />
tecido marrom fosco, que serviu de fundo aos valiosos objetos.<br />
Linhas de luz foram escondidas no mobiliário – horizontalmente<br />
na parte superior e verticalmente nas laterais –, de forma a<br />
conseguir valorizar os objetos com excelente iluminação e<br />
nenhuma visibilidade das fontes.<br />
A EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA<br />
O espaço final, dedicado a exposições temporárias,<br />
surpreende o visitante com uma visão inusitada de presas<br />
de elefante e mamute ainda não processadas, de modo a<br />
criar um contraponto e revelar o lado controverso dessa arte.<br />
Para a iluminação das presas, pequenos projetores fixados<br />
sob o teto, similares ao sistema descrito para as vitrines,<br />
porém mais potentes, acentuam o caráter dramático da<br />
exposição. Nesse caso, entretanto, foi utilizado acabamento<br />
anodizado preto, de modo a fazer com que os projetores se<br />
integrem melhor ao espaço. As luminárias estão dispostas<br />
em uma malha regular, garantindo flexibilidade e afinações<br />
para diferentes exposições.<br />
Todos os sistemas da exposição podem ser acionados e<br />
dimerizados individualmente, por vitrine ou por sala. Os níveis<br />
de dimerização de cada componente podem ser ajustados para<br />
atender aos critérios cênicos e espaciais. Em consonância com<br />
as tonalidades vermelhas dos rodapés da vitrine e do perímetro,<br />
todos os elementos de iluminação utilizam temperatura de<br />
cor branca morna.<br />
Por meio do uso inteligente de fontes de luz ocultas, aliado<br />
a uma interpretação muito criativa, o escritório Licht Kunst<br />
Licht ressalta o cenário de exposição de modo contrastante,<br />
orquestrando de forma brilhante os tesouros expostos.<br />
MUSEU ALEMÃO DO MARFIM<br />
Erbach-im-Odenwald, Alemanha<br />
Projeto de iluminação:<br />
Licht Kunst Licht<br />
Stephanie Grosse-Brockhoff (coordenadora)<br />
Till Armbrüster, Felix Beier (colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Sichau & Walter Architekten<br />
Cliente:<br />
Administração dos palácios e jardins nacionais de Hesse<br />
Fornecedores:<br />
LED Linear, XAL<br />
52 53
Na página à esquerda: na fachada da loja Carla Amorim, os<br />
casulos são iluminados individualmente por meio de iluminação<br />
frontal linear e facho assimétrico 3.000 K, 2.800 lm/m e de<br />
iluminação de destaque com facho 10°, 1 W, 3.000 K, 76 lm<br />
e IRC > 80. Nesta página, acima: linhas luminosas no forro,<br />
no sentido longitudinal do espaço, enchem a cavidade do<br />
ambiente com iluminação difusa, por meio de perfis lineares<br />
com difusor baixo de LED com 3.000 K, 25,2 W/m, 2.900<br />
lm/m e IRC > 80. Junto aos espelhos, um par de luminárias<br />
orientáveis de LED com facho de 10º, 13,6 W, 3.000 K, 808 lm<br />
e IRC > 80. Abaixo: as mesas de atendimento foram iluminadas<br />
por luminárias lineares com rigoroso controle antiofuscamento<br />
e dimensões mínimas e fonte LED com facho de 12°, 20 W,<br />
3.000 K, 1.840 lm e IRC > 95.<br />
PRECIOSIDADE<br />
Texto: Fernanda Carvalho | Fotos: Andrés Otero<br />
Com linhas simples e elegantes, a arquitetura da joalheria<br />
Carla Amorim não se acanha diante da planta compacta<br />
que ocupa no Shopping JK, em São Paulo. No projeto da<br />
arquiteta Zize Zink, as dimensões da loja foram potencializadas<br />
pelo projeto de iluminação preciso do escritório MS+M Associados,<br />
dos arquitetos Ivone Magalhães Szabó e Orlando Marques.<br />
Partindo de uma planta estreita e do pé-direito alto da loja, o<br />
projeto de iluminação propôs uma solução sintética, hierarquizando<br />
a leitura visual do espaço por meio da luz, que se provou uma<br />
poderosa ferramenta para ampliar a percepção do ambiente.<br />
GEOMETRIA<br />
Logo ao entrar, deparamos com um ambiente esguio, cujas<br />
paredes são revestidas por espelhos e vidros serigrafados, que<br />
geram infinitos reflexos, lembrando um cristal multifacetado.<br />
Para evitar que as superfícies reflexivas multiplicassem as fontes<br />
luminosas, os lighting designers optaram por deixar o forro<br />
praticamente livre de luminárias. Duas linhas luminosas no<br />
sentido longitudinal da planta emitem uma luz suave e difusa<br />
com iluminância bastante alta. A intenção foi banhar o espaço,<br />
sem a presença de sombras duras.<br />
Para que o fundo da loja também pudesse ficar legível, os planos<br />
verticais foram iluminados com linhas luminosas inseridas nos<br />
acabamentos da arquitetura, permitindo que o olhar acompanhe<br />
toda a profundidade do espaço. Além dos planos verticais, alguns<br />
pontos focais do fundo da loja – como o vaso de flores e o mobiliário<br />
do estar – foram destacados por luminárias embutidas, que<br />
praticamente somem no forro.<br />
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Vista a partir da entrada da loja. Linhas luminosas na reflexão do vidro serigrafado.<br />
À esquerda, as naves expositoras foram iluminadas por meio de perfil linear de LED com difusor baixo e fonte com 2.700 K, 25,2 W/m,<br />
2.900 lm/m e IRC > 80 fixado na sua estrutura. Ao lado, detalhe da mesa. À direita, na área do café, as superfícies verticais foram<br />
iluminadas por meio de perfis lineares de LED integrados em detalhes no mobiliário e na arquitetura com 2.700 K, 11,7 W/m, 1,110 lm/m<br />
e IRC > 80. Para a iluminação da pia, foi fixado sob o balcão perfil linear de LED 2.700 K, 7,2 W/m, 560 lm/m e IRC > 80. Para destacar<br />
o arranjo de flores, luminária linear com rigoroso controle antiofuscante e dimensões mínimas com fonte de LED com facho de 12°, 20 W,<br />
3.000 K, 850 lm e IRC > 90.<br />
Os grandes panos de espelho, além de ampliar o espaço<br />
aparente, permitem que os clientes provem as joias vendo-se<br />
inteiramente. Quatro pontos de downlights, discretamente<br />
posicionados, foram suficientes para produzir uma luminosidade<br />
intensa e brilhante, que, somada à luz difusa do teto luminoso, não<br />
causa sombras desagradáveis, o que permite uma visualização<br />
melhor das peças.<br />
HIERARQUIA<br />
Uma das principais premissas do projeto foi tratar o ambiente<br />
e os elementos expositivos com diferentes intensidades luminosas,<br />
criando uma hierarquia que orienta a percepção visual.<br />
Após ser atraído pela luminosa vitrine emoldurada por<br />
uma cortina metálica, o observador entra no espaço banhado<br />
de uma luz suave, proporcionada pelo teto luminoso com<br />
iluminância de, aproximadamente, 500 lux. A essa luminosidade<br />
se somam mais 700 lux nas mesas de atendimento, que, assim,<br />
ficam preparadas para que as joias possam ser avaliadas pelos<br />
clientes. Já as naves expositivas, onde os produtos ficam expostos,<br />
contam com aproximadamente 5.000 lux de iluminância,<br />
para destacar o brilho das joias. Com essa escala luminosa, o<br />
olhar é facilmente atraído em um primeiro momento para os<br />
expositores. O segundo foco de interesse é concentrado na<br />
avaliação dos produtos nas mesas de atendimento, o que exige<br />
olhar concentrado nas joias. O terceiro é a prova de produtos<br />
junto aos espelhos.<br />
Com a ajuda de simulações digitais, os lighting designers<br />
puderam escolher criteriosamente os fluxos e as identidades<br />
dos equipamentos adequados e ter certeza de que alcançariam<br />
os níveis desejados para cada efeito luminoso, conseguindo<br />
criar a luz ideal para cada momento da compra.<br />
SÍNTESE<br />
Os diversos efeitos luminosos criados se somam, formando<br />
um todo, no qual a luz é ferramenta poderosa para expandir o<br />
espaço. Com cada elemento sendo destacado e pensado não<br />
isoladamente, mas como parte de um conjunto, essa pequena<br />
e estreita loja assume sua grandiosidade.<br />
LOJA CARLA AMORIM SHOPPING JK<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
MS+M Associados<br />
Ivone Magalhães Sazbó e Orlando Marques (arquitetos titulares)<br />
Fernanda Leite e Júlia Zaccarelli (colaboradoras)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Zize Zink Arquitetura<br />
Fornecedores:<br />
Artemide (e:light), DPS, iGuzzini (O/M), Lumini<br />
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SEMANA DA LUZ 2017<br />
Aconteceu, entre 16 e 18 de agosto, mais uma edição da<br />
aguardada Semana da Luz, que para seus participantes<br />
representa uma oportunidade única de aprendizado,<br />
networking e celebração da luz em território brasileiro.<br />
Neste ano, a abertura se deu com a Masterclass internacional<br />
Conhecendo contextos e formulando conceitos, ministrada pelo<br />
renomado lighting designer francês, radicado no Chile, Pascal<br />
Chautard, à frente do estúdio Limarí Lighting Design. A aula<br />
interativa, oferecida pelo LEDforum e pela Associação Brasileira<br />
de Arquitetos de Iluminação (AsBAI), contou com apoio didático<br />
das lighting designers brasileiras Diana Joels e Fernanda Carvalho<br />
e teve suas 20 vagas preenchidas em apenas 48 horas.<br />
Já em sua 8ª edição, o LEDforum deu continuidade às<br />
atividades da Semana da Luz. Realizado anualmente pela Editora<br />
Lumière, o LEDforum tem Thiago Gaya, publisher da editora e<br />
diretor de redação da <strong>L+D</strong>, e Orlando Marques, editor-chefe<br />
da publicação, por trás de sua organização e sua curadoria,<br />
os quais a cada ano dão mais personalidade ao congresso, já<br />
consolidado como um dos eventos mais importantes da agenda<br />
dos amantes da luz. Uma das novidades desta edição foi o palco<br />
do evento, desenvolvido pela cenógrafa Stella Tennenbaum,<br />
que trouxe cores, vida e, principalmente, luz para a sala de<br />
conferência. Outra inovação, como parte dos trabalhos de<br />
caráter institucional do LEDforum, foi a criação do evento<br />
mesa360, que promoveu o encontro de representantes dos<br />
principais segmentos da comunidade de iluminação, com o<br />
objetivo de refletir a respeito de seus papéis nesse universo.<br />
A movimentada Semana da Luz teve ainda dois eventos<br />
sociais realizados em cada uma das noites do congresso,<br />
oferecidos, respectivamente, pela e:light e pela AsBAI, em<br />
parceria com o LEDforum, que já se tornaram tradição na<br />
semana mais iluminada do ano.<br />
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MASTERCLASS DA<br />
SEMANA DA LUZ 2017<br />
Texto: Diana Joels e Fernanda Carvalho | Fotos: Pascal Chautard, Carolina Roese<br />
Dando sequência às atividades de formação e educação<br />
que marcam anualmente a Semana da Luz, a AsBAI<br />
e o LEDforum trouxeram este ano ao Brasil mais um<br />
expoente internacional do Lighting Design. Pascal Chautard,<br />
titular do premiado escritório Limarí Lighting Design, do Chile, foi<br />
o convidado de 2017 para compartilhar e gerar conhecimentos<br />
com nossa comunidade.<br />
O primeiro Workshop Internacional, ministrado em 2013 pelo<br />
professor Jan Ejhed da universidade sueca KTH – Instituto Real de<br />
Tecnologia, desenvolveu-se em torno da temática iluminação urbana<br />
do ponto de vista do pedestre, enfocando a análise e a observação<br />
da cidade noturna em três dias de atividades que tiveram a avenida<br />
Paulista como estudo de caso. Em 2014, o lighting designer japonês<br />
Kaoru Mende, titular do escritório Lighting Planners Associates,<br />
conduziu uma experiência que pela primeira vez mesclou duas<br />
atividades de seu coletivo, o Transnational Lighting Detectives: a<br />
metodologia dos “heróis e vilões da iluminação urbana” aplicada ao<br />
entorno do Edifício Copan, e o workshop Light Up Ninja na fachada<br />
do emblemático edifício. Em 2015, adicionamos o enfoque social<br />
no workshop oferecido pelo coletivo internacional Social Light<br />
Movement, nas imediações dos becos do Aprendiz e do Batman,<br />
na Vila Madalena. Foram quatro dias de atividades culminando em<br />
intervenções de luz efêmeras que ganharam até mesmo a capa<br />
do jornal Folha de S.Paulo na ocasião.<br />
Em 2017, pela primeira vez experimentamos o formato de<br />
Masterclass, com apenas um dia de atividade. Apesar de mais<br />
enxuto, manteve-se a característica de um ambiente de troca<br />
intenso e imersivo, com a participação de profissionais atuantes<br />
com experiências e perfis diversos.<br />
Ao longo do processo de concepção e desenvolvimento da<br />
atividade – uma verdadeira parceria entre o convidado Pascal<br />
Chautard e Diana Joels e Fernanda Carvalho da AsBAI –, rebatizamos<br />
o formato: de Masterclass passamos a chamá-lo de aula interativa.<br />
E foi realmente isso que ocorreu.<br />
Pascal iniciou o dia compartilhando referências teóricas relativas<br />
ao tema do curso, intitulado Conhecendo contextos e formulando<br />
conceitos, dando ênfase à necessidade de construção de um processo<br />
que inicia com a compreensão do projeto em profundidade e tem<br />
sequência na busca por ideias que estabelecerão uma narrativa,<br />
assumindo papel de fio condutor do processo de projeto: o conceito.<br />
Este deverá responder às perguntas da ordem do “o que” será<br />
feito. Já o “como” não é parte do conceito, e sim das “soluções”.<br />
A partir dessas referências, Pascal expôs o processo criativo de<br />
seu escritório, utilizando alguns projetos como exemplo. Munidos<br />
dessas referências e inspirações, os participantes debruçaram<br />
sobre o exercício prático. Pascal apresentou uma análise completa<br />
de um projeto de restauração de um teatro na cidade chilena de<br />
Valparaíso, repleto de referências urbanas, históricas e culturais,<br />
além dos dados programáticos e arquitetônicos. Cada equipe de<br />
três participantes foi incumbida de consolidar um diagnóstico<br />
para o projeto e, a partir dele, esboçar um conceito.<br />
Apesar do tempo curto, todas as equipes apresentaram<br />
resultados consistentes e alinhados com os objetivos. A<br />
diversidade de enfoques nos diagnósticos e de propostas<br />
conceituais demonstrou que a profundidade na fase de análise é<br />
fundamental para a construção de ideias fortes. A empolgação<br />
dos participantes na discussão final comprovou que o tema e o<br />
formato da aula interativa foram aprovados e bem-sucedidos!<br />
60 61
5<br />
6<br />
1 2 3 4<br />
7<br />
8º LEDFORUM<br />
Texto: Débora Torii | Fotos: Felipe Perazzolo<br />
Com conteúdo coeso e diversificado, o LEDforum oferece<br />
uma importante oportunidade de expansão e de troca de<br />
conhecimento, estimulando o encontro, o crescimento e<br />
o fortalecimento profissional da comunidade de iluminação no<br />
Brasil, com embasamento teórico e prático. O evento tornou-se<br />
o mais importante congresso brasileiro de iluminação – e, como<br />
disseram alguns palestrantes, do hemisfério sul. Prova disso foi<br />
o inédito esgotamento das vagas mais de dois meses antes da<br />
realização do evento, que neste ano teve também a mais expressiva<br />
participação de público internacional entre todas as edições.<br />
Abrindo o LEDforum deste ano, a panamenha Catherine Vega<br />
1 realizou uma impecável exposição de sua pesquisa acerca dos<br />
impactos da iluminação artificial sobre o comportamento e a<br />
segurança de diversas espécies animais e vegetais. Intitulada “O<br />
Lighting Design e suas consequências na flora e fauna: recomendações<br />
para Arquitetos de Iluminação”, sua pesquisa foi vencedora do<br />
concurso de trabalhos acadêmicos do Light Symposium Wismar<br />
2016, na Alemanha, cuja apresentação durante o 8º LEDforum<br />
foi um dos prêmios.<br />
As recomendações voltadas a um segmento de usuários<br />
pouco beneficiado por soluções adequadas de iluminação também<br />
foram pauta da palestra da lighting designer mineira Mariana<br />
Novaes 2 . Na apresentação de sua pesquisa, “Reflexões sobre<br />
iluminação para a terceira idade”, Mariana chamou a atenção para<br />
o fenômeno mundial do envelhecimento da população e dissertou<br />
sobre a importância da provisão de iluminação adequada aos<br />
requisitos visuais e biológicos dessa faixa etária.<br />
Dentre as apresentações com ênfase em recomendações, ainda<br />
estiveram o tecnólogo norte-americano Ralph Tuttle 3 , gerente<br />
de engenharia de aplicação na sede da Cree em Durham, Estados<br />
Unidos, com a palestra “A confiabilidade do LED e a manutenção de<br />
lumens – fatores a considerar”, que dissertou sobre os métodos de<br />
avaliação LM-80 e TM-21, entre outros parâmetros importantes<br />
a considerar; e os engenheiros Alexandre Kozik 4 e Roberto<br />
Mendonça 5 , da UL do Brasil, que falaram sobre os próximos passos<br />
para o mercado da iluminação na apresentação “Certificação para<br />
produtos de iluminação”, com ênfase na certificação das lâmpadas<br />
LED com dispositivo de controle integrado – objeto de uma recente<br />
portaria do Inmetro – e das luminárias para iluminação pública<br />
viária, equipadas com LEDs ou com lâmpadas de descarga.<br />
O futuro da iluminação como prática profissional também foi<br />
tema recorrente no LEDforum deste ano. Na simpática apresentação<br />
do lighting designer e educador britânico, radicado na Nova<br />
Zelândia, Christopher “Kit” Cuttle 6 , “Novos conceitos de Lighting<br />
Design para a redefinição da prática profissional de Iluminação”,<br />
foram abordados novos métodos de avaliação e de cálculo de<br />
iluminância desenvolvidos por ele, levando em conta fatores<br />
como a hierarquia das superfícies e a iluminância vertical, em<br />
detrimento da ultrapassada medição no plano horizontal de<br />
trabalho. Algumas das planilhas criadas por Cuttle com base<br />
nesse novo método foram disponibilizadas gratuitamente para<br />
os participantes do LEDforum.<br />
O finlandês Tero Mäkinen 7 , desenvolvedor de soluções<br />
ópticas da Ledil, apresentou a interessante e complexa palestra<br />
“Óptica inteligente – orientação e controle: como sistemas ópticos<br />
avançados levam o Human Centric Lighting do Branco Dinâmico<br />
a uma Experiência Humana Dinâmica”, na qual sugeriu, como<br />
próximo passo para o Human Centric Design, a adição de<br />
uma camada comportamental, por meio de luminárias com<br />
fluxos e fachos inteligentes, adaptáveis às diferentes funções<br />
62 63
10<br />
8 9 11 12 13 14<br />
e necessidades dos ambientes. Segundo ele, essa estratégia<br />
levaria a um incremento na produtividade, na segurança e na<br />
orientação dos usuários.<br />
Também abordando o tema inovações tecnológicas, a<br />
apresentação do engenheiro brasileiro Mauro Kusznir 8 ,<br />
“Iluminação inteligente e conectada: novas soluções para espaços<br />
residenciais e corporativos”, expôs alguns dos novos sistemas,<br />
interfaces e tecnologias que chegam ao mercado da automação<br />
visando prover maior facilidade aos usuários, em especial<br />
voltados à tipologia residencial.<br />
O futuro esteve presente ainda na palestra do lighting<br />
designer mexicano e atual presidente da IALD (International<br />
Association of Lighting Designers) Victor Palacio 9 , intitulada<br />
“O que vem aí para os arquitetos de iluminação?”. Do alto de<br />
suas mais de duas décadas de experiência, o lighting designer<br />
conduziu uma descontraída e inspiradora conversa, na qual<br />
abordou valores, definições e exemplos relacionados à prática<br />
do lighting designer, que definiu como um “especialista em<br />
especialidades”.<br />
“Inspiração, aliás, foi o que não faltou nesta edição do<br />
LEDforum. Para aqueles que não puderam participar da exitosa<br />
masterclass, uma síntese de seu conteúdo e dos resultados obtidos<br />
foi apresentada durante a palestra do lighting designer Pascal<br />
Chautard 10, na qual buscou ressaltar o valor do processo, e não<br />
somente do produto. Já lighting designer brasileiro radicado nos<br />
Estados Unidos Claudio Ramos 11 trouxe o tema “A integração<br />
física e profissional entre arquitetura e iluminação”, apresentando<br />
algumas de suas inspirações e suas motivações no exercício da<br />
profissão, cujo êxito, para ele, está fortemente ligado à observação<br />
e ao trabalho em equipe. A integração entre a iluminação e a<br />
arquitetura também foi enfatizada na fala da norte-americana<br />
Emily Monato 12, que compartilhou um pouco da sua experiência<br />
na palestra “Economia no luxo: uma discussão sobre os desafios e<br />
soluções da iluminação em projetos de varejo de alto padrão”.<br />
A iluminação urbana foi interpretada, sob diferentes aspectos,<br />
na apresentação conjunta “Luz e cidades: diferentes histórias, uma<br />
abordagem”. Os lighting designers Hanan Peretz 13 e Nora Imaz<br />
13 apresentaram seus pontos de vista por meio de suas pesquisas<br />
sobre o tema, ambas realizadas sob orientação de Diana Joels<br />
13 – que também contribuiu com seu próprio olhar sobre como<br />
a luz pode melhorar a qualidade dos espaços urbanos. Ao final<br />
da palestra, foi lançada aos participantes a oportunidade de<br />
escreverem, junto aos três palestrantes, uma nova história: o<br />
workshop “A ecologia da luz no ecobairro Vila Jataí”, que será<br />
oferecido durante a Semana da Luz de 2018, em parceria com<br />
a AsBAI e com o LEDforum.<br />
A palestra de encerramento desta edição proporcionou um<br />
momento de encantamento aos participantes. Em “Luz como material”,<br />
o especialista em mídias digitais alemão Christopher Bauder 14,<br />
à frente do estúdio multidisciplinar WHITEvoid, apresentou uma<br />
seleção de imagens e vídeos de seus mais expressivos trabalhos,<br />
contando, com detalhes, a história por trás de suas criações, com<br />
destaque para o projeto “Lichtgrenze”, concebido em razão da<br />
comemoração pelos 25 anos da queda do Muro de Berlin.<br />
Integração foi a palavra-chave da 8ª edição do LEDforum.<br />
Uma das grandes surpresas proporcionadas, neste ano, foi a<br />
introdução da dinâmica mesa360, que uniu lighting designers,<br />
arquitetos, fornecedores e educadores em um jogo de perguntas e<br />
respostas, baseado em uma nova metodologia de intercâmbio, com<br />
o intuito de estreitar o relacionamento entre os participantes. O<br />
mesa360 propôs que os representantes desses quatro segmentos<br />
respondessem à seguinte pergunta: “O que os educadores,<br />
fornecedores/fabricantes, arquitetos e lighting designers podem<br />
fazer para contribuir com a comunidade de iluminação?”.<br />
64 <strong>65</strong>
PRODUTOS: ESPECIAL 8º LEDFORUM<br />
por Luciana Freitas e Waleria Mattos<br />
AUDAX ELECTRONICS<br />
O LED Module 560 mm × 40 mm – 1.600 lm conta<br />
com driver incorporado, versões 110/220 V, Padrão Zhaga,<br />
e é fornecido com 03 SDCM (controle de tonalidade de<br />
cor). Possui eficácia de até 106 lm/W, potência 17 W, fluxo<br />
luminoso de até 1.600 lm, CCTs disponíveis em 3.000 K,<br />
4.000 K e 5.000 K e IRC 80 (mínimo).<br />
audax.ind.br<br />
BLINKIE LED<br />
A lâmpada PAR30 LED de alta potência, homologada<br />
e certificada, está disponível em três versões. Não possui<br />
reator, não transmite raios ultravioletas, e apresenta IRC 80 e<br />
vida útil de 25.000 horas. Disponível em 2.700 K (17.000 cd)<br />
e 3.000 K (26.000 cd).<br />
blinkieled.com.br<br />
BELLA LUCE<br />
A linha Luna possui sistema LED de placa de alumínio<br />
com alta eficiência na dissipação de calor e difusor de acrílico<br />
translúcido antiofuscante. Disponível nas potências de 15 W<br />
(1.500 lm) a 78 W (8.000 lm), proporciona iluminação de<br />
qualidade e baixo consumo. Apresenta fator de potência de 0,95<br />
e temperaturas de cor de 2.700 K, 3.000 K e 4.000 K. A linha<br />
Luna tem cinco anos de garantia e é fabricada no Brasil.<br />
bellaluce.com.br<br />
CDI BRASIL<br />
A Xicato é mundialmente reconhecida por sua qualidade de<br />
luz, com IRC ≥ 98 e com 1 × 2 MacAdam Ellipse. Está inovando<br />
novamente com seus módulos BLE (Bluetooth), simplificando<br />
a automação, para empresas, hospitais, residências, galerias,<br />
etc. A XIM Gen 4 oferece Software Open Source (mobile e<br />
desktop), Deep Dimming Superior com até 0,1% DALI e garantia<br />
operacional de 50.000 horas/sete anos.<br />
brasil.cdiweb.com<br />
O objetivo da dinâmica foi a criar um ambiente propício<br />
à geração de novas ideias, à dinamização da cadeia de<br />
profissionais que compõem o ecossistema da iluminação e<br />
ao engajamento na transformação das práticas profissionais<br />
da comunidade, visando à sua evolução. Com as respostas<br />
e as ideias apresentadas pelos participantes, o LEDforum se<br />
propõe também a refletir sobre o seu papel nessa comunidade<br />
e a continuar contribuindo com à sua evolução.<br />
Ao final, foi feita uma pergunta surpresa, cujas respostas<br />
foram lacradas em cápsulas do tempo individuais, que só serão<br />
abertas após um ano, durante a próxima edição do LEDforum.<br />
A comunidade da iluminação também pôde se unir e<br />
desfrutar dois eventos sociais realizados em cada uma das<br />
noites do LEDforum: o coquetel e o jantar oferecido pela<br />
e:light em seu Experience Room, durante a primeira noite<br />
do LEDforum, e a festa de encerramento Lighting Lovers,<br />
oferecida pela AsBAI em parceria com o evento, neste ano<br />
realizada no Rooftop Augusta.<br />
A Editora Lumière e a <strong>L+D</strong> agradecem a todos os<br />
participantes, patrocinadores, palestrantes e parceiros,<br />
que fizeram desta edição mais um sucesso! Nos vemos<br />
em 2018!<br />
BJB<br />
A BJB apresentou a segunda geração do sistema LED LFS<br />
(Linear Flat System), com comprimentos de 0,60 cm, 1,20 m<br />
e 1,50 m e eficiência de 150 lm/W. A solução tem fotometrias<br />
para diferentes aplicações (facho de luz largo, estreito, single<br />
e double assimétricos), e possibilidade de uso em trilhos<br />
eletrificados (Tracklight Systems). A BJB também exibiu seu<br />
novo portfólio de lentes (3 × 11, 2 × 2 e 2 × 6).<br />
bjb.com<br />
CELERA FIBRAS<br />
O gerenciamento térmico adequado é um dos elementos<br />
mais críticos no desenvolvimento de aplicações com LED<br />
confiáveis e de alta durabilidade. A linha Mantas de Grafite de<br />
Alta Performance FlexGRAF da Celera Fibras oferece produtos<br />
de altíssimo desempenho e com garantia de recall de dez anos.<br />
celerafibras.com.br<br />
66 67
CONEXLED<br />
A luminária Solar LED Linha Sahy para postes é ideal<br />
para instalações em áreas sem infraestrutura elétrica ou que<br />
necessitem de iluminação autônoma. Com sistema inteligente<br />
de detecção de luz, a luminária acende automaticamente ao<br />
anoitecer e se apaga ao amanhecer, possibilitando dimerização<br />
por meio do sensor de movimento para otimizar ainda mais a<br />
autonomia do produto.<br />
conexled.com.br<br />
CREE<br />
Os LEDs High Power XLamp® MHB-B e MHB-A da Cree,<br />
representada no Brasil pela Artimar, oferecem eficiência e vida<br />
útil superior quando comparados aos LEDs Mid-Power. A linha<br />
tem encapsulamento cerâmico e alta densidade de lumens, o<br />
que propicia ótima relação custo × performance. Indicados<br />
para aplicações direcionais e não direcionais, áreas internas e<br />
externas, etc.<br />
artimar.com.br<br />
EMBRALUZ<br />
A “Fit To Fix” é uma ampla linha de perfis para iluminação,<br />
permitindo utilização de fitas ou placas LED. Possui temperatura<br />
de cor de 2.400 K a 6.000 K, RGB, RGBW ou TW (branco<br />
quente e branco frio). Os perfis têm acabamento anodizado<br />
fosco ou com pintura microtexturizada. Difusores em branco<br />
opaco, translúcido e transparente. Fornecido com drivers e<br />
controladoras conforme tipo de LED adotado.<br />
embraluz.com.br<br />
INOVELED<br />
A Inoveled lançou no LEDforum a luminária Prisma, singular<br />
em sua forma de iluminar, que vem encantando lighting<br />
designers e arquitetos. Indicada para ambientes internos e<br />
externos, emite facho de luz em 270° ou 360°. A nova tecnologia<br />
pode ser customizada de 3.000 K a 6.000 K, e em RGB, além de<br />
possibilidade de automação, criando, assim, diferentes efeitos<br />
na iluminação.<br />
inoveled.com.br<br />
ITAIM ILUMINAÇÃO<br />
A Itaim Iluminação, por meio da Escola Itaim, apresentou<br />
o “Totem do Conhecimento”. O Totem demonstrou sete<br />
experimentos que comprovaram a importância da correta<br />
escolha da fonte de luz. A empresa também destacou o sistema<br />
de iluminação Special White desenvolvido para valorizar objetos<br />
em Retail e oferecer qualidade na reprodução dos tons de pele<br />
em hospitais e clínicas estéticas e de beleza.<br />
itaimiluminacao.com.br<br />
LEDPROFILES<br />
A Line UP é uma luminária linear para fitas de LED, fabricada<br />
no Brasil e feita de acrílico translúcido extrudado, o que<br />
permite uma perfeita difusão em um bloco de luz, mantendo a<br />
uniformidade em toda a extensão, sem a indesejável “marcação<br />
de pontos”. A instalação é simples e fácil, bastando unir a base<br />
de alumínio (com várias cores de acabamento) ao corpo difusor<br />
com um clique.<br />
ledprofiles.com.br<br />
E:LIGHT<br />
A família Tolomeo Mega dispõe de um novo produto para<br />
locais externos. A fonte de luz está encerrada numa tampa<br />
difusora instalada dentro de uma cápsula de plástico IP<strong>65</strong><br />
transparente. A linha conta com uma cúpula nas cores branca<br />
ou preta para adaptar a lâmpada para uso decorativo externo.<br />
LED de 3.000 K e 4.000 K e potência de 23 W.<br />
goelight.com.br<br />
INTERLIGHT<br />
A linha Sirius apresenta design contemporâneo, alta<br />
eficiência energética, opções de fluxo luminoso de 1.000 lm a<br />
3.200 lm, temperatura de cor de 3.000 K e 4.000 K e fachos<br />
de 10°, 24° e 36°. A tecnologia está disponível na cor preta ou<br />
branca e pode ser aplicada no teto ou em trilho, oferecendo<br />
72 variáveis de produto em uma só linha. Utiliza LED Nichia<br />
com LM-80 (> 56.000 h L70) e cromaticidade < 3SDCM.<br />
interlight.com.br<br />
LEDIL<br />
Molly é a nova família de lentes com tecnologia<br />
disruptiva criada pela LEDiL que se beneficia de COBs de<br />
grandes formatos. A construção robusta de PMMA fixa-se<br />
diretamente em soquetes e conectores, sem a necessidade<br />
de suportes extras. A iluminância uniforme com pico de<br />
facho plano sem spill light torna a solução uma excelente<br />
opção para a iluminação indoor profissional. Disponível em<br />
três fotometrias.<br />
ledil.com/molly_pr<br />
LEMCA ILUMINAÇÃO<br />
O lançamento da Lemca foi a luminária Lemca LED Tetris<br />
Magnética. O diferencial é o sistema integrado por ímã, recurso<br />
que facilita a montagem sem o uso de ferramentas. A luminária<br />
é customizável, pois permite a aplicação de vários modelos<br />
no mesmo perfil. Disponível nas potências de 15 W ou 22 W,<br />
ângulos de abertura de 15° ou luz difusa (120°) e temperatura de<br />
cor de 3.000 K. As opções de fixação são: pendente, embutir ou<br />
sobrepor.<br />
lemca.com.br<br />
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LIGHT DESIGN + EXPORLUX<br />
A linha Link é composta de um perfil de alumínio com<br />
seis dimensões e sistema de encaixe na moldura que permite<br />
aplicação na posição simétrica e a 45°. Desenvolvido com<br />
difusor de acrílico de alto rendimento e tecnologia LED integrada,<br />
a linha, que possui versões de embutir, sobrepor, arandela e<br />
pendente, possibilita a junção contínua dos módulos.<br />
lightdesign.com.br<br />
LUXION ILUMINAÇÃO<br />
O projetor Trit-One é uma luminária de alumínio injetado de<br />
alta perfomance pela combinação de lente e refletor, com baixo<br />
ofuscamento e spill light minimizado. Para utilização em trilhos<br />
eletrificados, é indicado para atender a projetos comerciais, redes<br />
de varejo e espaços museográficos. Design de Roque Frizzo.<br />
luxion.com.br<br />
LIS<br />
O pendente retangular modelo Textures Pendant,<br />
desenvolvido pela LIS, está disponível em diferentes<br />
acabamentos, como concreto e aço corten, concreto e madeira,<br />
concreto e cobre, madeira e aço corten e madeira e cobre. A<br />
luminária é feita à mão, com as dimensões: C = 122 cm; A = 8<br />
cm; L = 8 cm, e possui versões dimerizáveis.<br />
lis.com.br<br />
LUMITENZI<br />
A DPS Lumitenzi disponibiliza soluções de iluminação e<br />
acústica, como peças customizadas de telas tensionadas. Um<br />
dos destaques da empresa foi a tela tensionada LT-DPS T5500<br />
X-Cristal Large translúcida. A solução, com 5 m de largura,<br />
permite grandes vãos sem soldas. A empresa também trabalha<br />
com projetos especiais, telas impressas, microperfuradas<br />
acústicas e telas tensionadas coloridas.<br />
lumitenzi.com.br<br />
MISTER LED<br />
A Mister LED lançou no 8º LEDforum, o embutido linear<br />
Veneza. Com um sistema antiofuscamento, o embutido é<br />
fornecido na versão Frame e No Frame. Está disponível em<br />
dois tamanhos distintos: 147 mm ou 413 mm e potência de<br />
10 W ou 20 W. Fabricado com LED Nichia, o produto ainda<br />
tem a opção de três fachos de luz: 15°, 30° ou 45°.<br />
misterled.com.br<br />
OMEGA LIGHT<br />
A Omega Light lançou no LEDforum o sistema GAP. O<br />
nome remete ao espaço no perfil de alumínio extrudado feito<br />
para ser preenchido com diferentes opções de módulos de<br />
iluminação difusa, assimétrica, focal e até com fachos ovais e<br />
retangulares. Podendo ser aplicado como pendente, arandela,<br />
sobrepor ou embutido, as inúmeras possibilidades fazem do<br />
sistema a combinação ideal entre óptica, fonte de luz, estética,<br />
eficiência e flexibilidade.<br />
omegalight.com.br<br />
LUMICENTER<br />
A luminária LED tipo Mellow Light LML04, por meio da<br />
combinação do difusor translúcido e do conjunto óptico com<br />
aletas brancas, proporciona luz suave e agradável em iluminação<br />
direta para ambientes comerciais e corporativos. Possui eficiente<br />
controle de ofuscamento e está disponível nas temperaturas de<br />
cor 3.000 K, 4.000 K e 5.000 K, fluxo luminoso 3.000 lm, 37 W<br />
e driver dimerizável 0-10 V opcional.<br />
lumicenter.com<br />
LUTRON<br />
Da Lutron Electronics, destacam-se o Hi-Lume Premier<br />
0,1%, que proporciona dimerização uniforme e contínua<br />
até 0,1% de intensidade mínima para iluminação por LED,<br />
sem cintilação (sem flicar); e o Lutron Connect Bridge,<br />
que permite o controle das soluções HomeWorks QS<br />
ou RadioRA2, em nuvem, remotamente, a partir de um<br />
smartphone ou um tablet, com o aplicativo Lutron App.<br />
lutron.com<br />
MUNDIAL LUX<br />
A lâmpada LED Super Bulbo T100, modelo ML-0116,<br />
possui IRC > 80, temperatura de cor 6.500 K, tensão 127-<br />
220 V e soquete E27. Disponível na potência de 25 W, com<br />
acabamento de acrílico, o produto pode ser aplicado em<br />
galpões, pavilhões e indústrias.<br />
mundiallux.com.br<br />
OSRAM<br />
A função corredor é uma tecnologia dos Drivers de LED da Osram<br />
(versão DALI ed2 compatível). Essa funcionalidade dos Drivers, em<br />
conjunto com um sensor de presença, permite a configuração de<br />
um perfil de iluminação de até dois níveis. Isso define a extensão<br />
em que os níveis de intensidade da luz são mantidos a partir do<br />
momento em que uma pessoa deixa o ambiente.<br />
osram.com.br/cb/<br />
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OSVALDO MATOS<br />
Discreto e funcional, o novo projetor orientável da O/M<br />
expande as possibilidades criativas do desenho de luz.<br />
Disponível em quatro aplicações, com três tamanhos de snoot,<br />
opção de óptica spot 13°, medium 30° ou elíptico, por meio de<br />
um refrator, e ainda com possibilidade de louvre ou difusor soft,<br />
o Onit é ideal na modulação da luz de realce.<br />
om-ligth.com<br />
STELLA<br />
Compondo sua família de lâmpadas dimerizáveis, a Stella<br />
apresenta sua nova Vela Chama, com temperatura de cor de<br />
2.700 K e dimerização de alta performance. Tem fluxo luminoso<br />
de 490 lm e 6 W de potência. Com base E14, é indicada para<br />
aplicação em lustres e luminárias decorativos.<br />
stella.com.br<br />
TRACE LED SOLUTIONS<br />
Os módulos com CRI especiais fazem parte de um novo<br />
conceito de módulos de LED. Desenvolvida pela Trace LED Solutions,<br />
a tecnologia ajuda a destacar alimentos, como carnes, peixes, pães,<br />
etc., pois possui um CRI específico para cada tipo de aplicação.<br />
traceled.com.br<br />
UTILUZ<br />
O projetor embutido de solo da Utiluz possui facho<br />
assimétrico, em que toda a luz é aproveitada na parede.<br />
Fabricado de alumínio extrusado, usinado com acabamento<br />
anodizado natural e flange de aço inox escovado e<br />
eletropolido. Dispõe de driver interno com alto fator de<br />
potência e acompanha nicho para chumbamento em pisos.<br />
Disponível em 20 W, 30 W e 50 W.<br />
utiluz.com<br />
PHILIPS LIGHTING<br />
O projetor ArenaVision LED Gen2 é uma solução inovadora<br />
para iluminação esportiva de alta performance e compatível com<br />
os mais modernos sistemas de transmissão de TV. Dispõe de<br />
um sistema de controle que permite um gerenciamento rápido<br />
e confiável, proporcionando uma iluminação dinâmica e de fácil<br />
integração com sistemas de iluminação cênica (geralmente<br />
usados em shows).<br />
philips.com.br/lighting<br />
STILLUX<br />
A Stillux apresentou a luminária LED linear pendente<br />
Slim Lux, com lente de acrílico texturizado de facho aberto.<br />
Com apenas 62 mm de largura e 1.200 mm de comprimento,<br />
seu corpo de aço, com pintura a pó poliéster nas cores preta<br />
ou branca, confere excelente acabamento e integração ao<br />
ambiente.<br />
stillux.com<br />
ÜBER LICHT<br />
O UL5 KINE é desenhado e fabricado no Brasil para projetos<br />
submersos. Produzido em aço inox 316L, é composto de LED Cree<br />
e lentes ópticas LEDiL. Possui tensão 12 V, 463 lumens (3.000 K)<br />
e 536 lumens (5.000 K), ângulos de abertura disponíveis 21°, 42°<br />
e 62°, corrente constante de 0,8 A e IRC > 85.<br />
uberlicht.com.br<br />
POWER LUME<br />
A Linha Profile de perfis, com 11 modelos e aplicação pendente,<br />
arandela, sobrepor e embutido, tem corpo de alumínio extrudado<br />
com difusor de PMMA translúcido. Disponível nas potências entre<br />
10 W/M a 35 W/M, com IRC 85, LED 90 lm/W, temperaturas de<br />
cor 2.700 K, 4.000 K e 5.700 K e IP40. Peças com comprimento<br />
máximo de 3 metros, alimentação de 80 Vac a 250 Vac – opcional<br />
24 Vcc – e opção de dimerização.<br />
powerlume.com.br<br />
SYLVANIA<br />
A lâmpada LED A60 da Sylvania está disponível nas<br />
potências de 6,5 W e 9,5 W, e possui difusor de policarbonato,<br />
garantindo resistência mecânica. Fabricada com o corpo de<br />
alumínio, promove a dissipação do calor e contribui para a<br />
durabilidade do produto. A solução foi desenvolvida para<br />
otimizar a relação custo × benefício da tecnologia LED. Fluxo<br />
luminoso de 600 lm/820 lm.<br />
sylvania-americas.com<br />
UL<br />
A UL atua com pesquisa, serviços de certificação, ensaios<br />
e auditoria em mais de 140 países. A marca está presente em<br />
mais de 22 bilhões de produtos no mundo, e seus mais de 10 mil<br />
colaboradores têm expertise em compliance e segurança. No<br />
Brasil, a empresa atende a demandas de diferentes instituições.<br />
Em 2016, a UL inaugurou, em Porto Alegre (RS), um dos maiores<br />
laboratórios da América Latina (UL Testtech).<br />
ul.com.br<br />
VICHENZA<br />
A luminária Cubo de acrílico translúcido para áreas<br />
internas e externas está disponível nas versões: sobrepor,<br />
embutir, pendente, arandela e balizador. Sua fonte luminosa<br />
é o LED; potência por cubo: 4 W, 7 W e 9 W; fluxo luminoso<br />
por cubo: 480 lm, 600 lm e 803 lm; temperatura de cor:<br />
300 K e 6.500 K; IRC > 70; tensão: bivolt; e dimerizável. É<br />
comercializada de forma unitária, em módulos e sob medida.<br />
vichenza.com.br<br />
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FOTO LUZ FOTO<br />
PETER SICHAU<br />
Desde o princípio, a ideia era criar uma experiência “aurática”<br />
(auratisch em alemão), independentemente do espaço ou de<br />
qualquer outra referência. Uma simples composição de luz,<br />
espaço e objeto, ascendendo da névoa, sem justificativa ou<br />
orientação, sem saber o que é, sem nenhuma influência cognitiva<br />
do puro ato de ver, sozinho com sua própria percepção, somente<br />
eu e o objeto na escuridão, uma experiência arcaica em um<br />
mundo inundado por informações na velocidade da luz, tudo<br />
feito de marfim, mesmo material, mesmo estilo, mesma luz, em<br />
contraste com o vermelho.<br />
Uma passarela na escuridão, couro vermelho no piso, como<br />
um fio vermelho, sangue vermelho, um jogo de complexidade e<br />
de sutileza. Uma encenação de material e de cor, de sensualidade<br />
e de significado, de primeiro plano e de plano de fundo, um ato<br />
performático entre a arte e o observador em um espaço de<br />
representação e de impressão, transcendendo a ideia.<br />
Era necessário registrar esse cenário irreal, o que não seria<br />
fácil no ambiente lotado e completamente escuro da mansão.<br />
Não foram usadas fontes de luz artificial adicionais, flashes ou<br />
qualquer outro equipamento, de forma a preservar o irreal da<br />
maneira mais autêntica possível. Somente o alinhamento exato<br />
e preciso dos detalhes da imagem, o foco na ideia e... demoradas<br />
tentativas foram os requisitos para a gênesis das imagens.<br />
A imagem foi capturada com uma câmera Canon EOS 5DS R e<br />
com lente EF 11-24mm f/4L USM, utilizando ISO 400, velocidade<br />
do obturador 6s e abertura do diafragma f/11.<br />
Peter Sichau é graduado em Arquitetura e Urbanismo e também Filosofia, Sociologia e Literatura. Lecionou na Universidade de Kassel e é vencedor de diversos<br />
prêmios internacionais de arquitetura. É titular do escritório Sichal & Walter Architekten na Alemanha, com o arquiteto Hartmut Walter.<br />
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