revista_aba_nov_2016_v2
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vimento de inclusão social pelo consumo, observado<br />
há pelo menos uma década, fez com<br />
que a relação do público com as marcas se<br />
intensificasse. Hoje, o brasileiro vê as empresas<br />
como o tipo de instituição que reúne mais<br />
recursos para entregar valor à sociedade. São<br />
ainda as entidades que mais se aproximaram<br />
das pessoas, por conta da inclusão de milhões<br />
no mercado consumidor – e as marcas são as<br />
que mais investem em credibilidade. Além<br />
disso, as companhias privadas são vistas pela<br />
população como motores do desenvolvimento<br />
econômico, responsáveis pela geração de<br />
empregos e pela dinamização da economia.<br />
O propósito impacta a confiança de maneira<br />
significativa. As principais razões para<br />
o aumento da confiança nas empresas são<br />
o impulso ao crescimento econômico e a<br />
contribuição delas para um bem maior. De<br />
fato, a proporção dos que concordam que<br />
uma empresa pode tomar atitudes que<br />
aumentem os lucros e, ao mesmo tempo,<br />
contribuem para melhorar as condições<br />
econômicas e sociais na comunidade onde<br />
atua já era alta em 2015 (83%) e cresceu<br />
ainda mais, chegando a 90% em <strong>2016</strong>, segundo<br />
a pesquisa.<br />
CEOs como agentes<br />
de transformação<br />
Além da qualidade de seus produtos e<br />
serviços – que é essencial –, o que qualifica<br />
uma empresa atualmente é o seu comportamento.<br />
E aí entra o papel do líder. No<br />
mundo todo, e no Brasil mais ainda, há uma<br />
grande expectativa no que se refere ao papel<br />
dos CEOs no posicionamento da organização.<br />
“Como no Brasil temos um vácuo de<br />
liderança, sobretudo na política, o CEO ac<strong>aba</strong><br />
se tornando a principal figura do comportamento<br />
empresarial. Além de resultados<br />
financeiros, ele tem que atender às demandas<br />
da sociedade para que seja porta-voz<br />
de causas e se envolva nas questões do seu<br />
setor econômico”, analisa Rodolfo Araújo, líder<br />
de pesquisa e métricas, conhecimento e<br />
i<strong>nov</strong>ação da Edelman Significa.<br />
Não por acaso, a credibilidade dos CEOs<br />
e dos membros da diretoria foi a que mais<br />
aumentou do ano passado para cá, de acordo<br />
com o Trust Barometer (11 e 14 pontos<br />
percentuais, respectivamente). Para os brasileiros,<br />
a palavra dos líderes tem grande<br />
relevância. Eles são considerados os porta-vozes<br />
mais confiáveis para comunicar<br />
investimentos em i<strong>nov</strong>ação, práticas da<br />
empresa e gestão de crises, e ainda na<br />
hora de fornecer informações sobre o lucro<br />
financeiro e o desempenho operacional.<br />
Estão também entre os criadores de conteúdo<br />
com mais credibilidade no meio digital<br />
(mídias sociais, sites de compartilhamento<br />
de conteúdo e mídias online), à frente de<br />
jornalistas e celebridades.<br />
“O CEO precisa entender que sua agenda<br />
se ampliou. Agora ele é chief engagement<br />
officer. Ele vai responder cada vez<br />
mais pelo comportamento das marcas”,<br />
afirma Araújo. No momento, a visão que o<br />
público tem dos líderes empresariais é que<br />
eles estão mais ligados aos aspectos operacionais<br />
do negócio e menos preocupados<br />
com integridade e engajamento. A maioria<br />
(85%) acha que eles devem ter visibilidade<br />
na discussão de temas de interesse geral,<br />
como desigualdade de renda, políticas públicas<br />
e questões sociais.<br />
O desafio, então, é conciliar propósito<br />
e lucro. E confiança é um ativo intangível<br />
de gestão da marca. Quanto mais confiável<br />
a empresa, melhores seus resultados<br />
financeiros. Outro aspecto importante a se<br />
levar em conta é que corporações mais engajadas<br />
são mais bem-sucedidas em reter<br />
seus talentos e fazem com que eles abracem<br />
melhor as estratégias da empresa.<br />
Com o aumento do engajamento interno, a<br />
tendência é os colaboradores entregarem<br />
melhores experiências para o público – e,<br />
quanto melhor ela for, maior a confiança.<br />
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