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9912312357/2012-DR/RO<br />

SICOOB NORTE<br />

Revista da Cooperativa Central de Crédito do Norte do Brasil | 03 | junho 2015<br />

INAUGURAÇÕES |<br />

As novas agências<br />

do Sicoob Norte<br />

Cidade<br />

das águas<br />

Manaus consolida status de moderno centro urbano e econômico,<br />

movido pela intensa atividade de sua zona industrial Pág. 16<br />

TAMBAQUI<br />

De Rondônia<br />

para o Brasil<br />

INGLÊS<br />

Do Amazonas<br />

para o mundo<br />

EMPRESAS<br />

A hora de passar<br />

o bastão<br />

FUNDO<br />

O primeiro ano<br />

do FGCoop<br />

pág_8<br />

pág_28<br />

pág_40<br />

pág_15


3<br />

sumário<br />

editorial<br />

CONSTRUÇÃO<br />

Sofisticação<br />

do piso<br />

ao teto<br />

34<br />

Cidade<br />

das águas<br />

42<br />

52<br />

Revista da Cooperativa Central de Crédito<br />

do Norte do Brasil | 03 | Junho 2015<br />

Av. Nações Unidas, 555, Nossa Sra. das Graças<br />

Porto Velho - Rondônia | (69) 2181-1007<br />

sicoobnorte@sicoobnorte.com.br<br />

CRISE<br />

A fórmula para<br />

enfrentar a<br />

tempestade<br />

AGRONEGÓCIO<br />

Sicoob bate<br />

recorde na<br />

Rondônia<br />

Rural Show<br />

NOVO RECORDE<br />

Credisul<br />

anuncia<br />

R$ 395 milhões<br />

em ativos<br />

AUTOMÓVEIS<br />

Importados<br />

comemoram<br />

25 anos<br />

50<br />

57<br />

Coordenação Editorial: Verbo Comunicação Ltda<br />

Cartas para a redação: revista.socios.negocios@gmail.com<br />

Contatos: (69) 8161-8919 | PUBLICIDADE: (69) 8456 1956<br />

Jornalista responsável:<br />

Sandro Benjamim André (MTB 2425/PR)<br />

foto capa: Shutterstock.com<br />

FOTOS: Érico Xavier, Governo de Rondônia,<br />

Zaltana Pescados, Sandro André, Shutterstock.com,<br />

Sistema OCB/Sescoop, Bancoob, FGCoop.<br />

Projeto gráfico e diagramação:<br />

Simon Taylor e Kelly Sumeck | Ctrl S Comunicação<br />

www.ctrlscomunicacao.com.br<br />

Tiragem: 10.000 exemplares<br />

Manaus, grande centro<br />

econômico e industrial<br />

da região norte, está<br />

descobrindo sua vocação para o<br />

cooperativismo de crédito. Mas,<br />

para entender melhor essa história,<br />

é preciso voltar no tempo.<br />

Desde a sua fundação, há<br />

mais de 160 anos, a cidade<br />

já experimentou períodos de<br />

grande riqueza, como no ciclo<br />

da borracha, quando ostentou o<br />

título de cidade mais rica do país.<br />

Nos últimos 50 anos, porém,<br />

Manaus baseou sua economia<br />

nas grandes indústrias instaladas<br />

dentro de sua zona franca, que<br />

gera milhares de empregos e<br />

milhões de dólares anualmente.<br />

Sua força econômica influencia<br />

não apenas o estado do Amazonas,<br />

mas toda a região norte.<br />

Nesta edição, procuramos<br />

apresentar a cidade de Manaus,<br />

sua vocação empresarial e seu<br />

grande mercado consumidor. Em<br />

especial, a conhecida preferência<br />

dos manauaras pelos pescados.<br />

Não por acaso, a cidade<br />

é conhecida como a “Capital<br />

Mundial do Tambaqui”. Afinal,<br />

além de ser abastecida pelos<br />

exuberantes rios amazônicos,<br />

a cidade também consome boa<br />

parte da produção de pescados<br />

do vizinho estado de Rondônia,<br />

hoje o maior produtor nacional de<br />

peixes em cativeiro.<br />

Mas, o que o cooperativismo<br />

de crédito tem a ver com tudo<br />

isso? É o que o leitor poderá<br />

descobrir, ao longo das próximas<br />

páginas, nas reportagens especiais<br />

sobre Manaus e o cooperativismo<br />

de crédito do Sistema Sicoob<br />

Norte.<br />

Boa leitura!


4 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

entrevista<br />

José Carlos Castelo Alves,<br />

presidente da Cooperativa Sicoob Manaus<br />

Fotos: Érico Xavier<br />

Livre para voar<br />

Servidor da Fazenda Estadual, Castelo Alves destaca<br />

a história de cooperativismo da Credfaz Manaus<br />

e sua transformação em Cooperativa Sicoob Manaus


5<br />

diretor-presidente da Cooperativa<br />

O Sicoob Manaus, José Carlos Castelo<br />

Alves, tem bons motivos para comemorar.<br />

A instituição financeira inaugurou, em<br />

fevereiro, a primeira agência para atendimento<br />

a cooperados em sistema de livre<br />

admissão na cidade de Manaus.<br />

Servidor da Fazenda Estadual, como<br />

todos os associados da antiga Cooperativa<br />

Credfaz, que deu origem à instituição<br />

atual, Castelo acredita que o crescimento<br />

de 60% no resultado do ano passado é um<br />

retrato de tudo que vem sendo executado<br />

pela cooperativa. “Merece ser ressaltado o<br />

trabalho realizado por toda a nossa equipe”,<br />

destaca.<br />

Cidadão manauara, Castelo trabalhou<br />

no comércio até concluir o curso de graduação<br />

em Ciências Contábeis, pela Universidade<br />

Federal do Amazonas. Funcionário<br />

de carreira da Sefaz desde 1990, trabalhou<br />

nos primeiros anos como auditor de barreira.<br />

“Cuidava do trânsito de mercadorias<br />

nos rios”, recorda.<br />

Na cooperativa, ocupa o posto de diretor-presidente<br />

desde o início da instituição,<br />

em 2003, e está atualmente em seu<br />

quarto mandato. “Será o último, acredito<br />

que dei minha contribuição, outras pessoas<br />

certamente virão para dar continuidade”,<br />

explica.<br />

Na entrevista a seguir, o presidente<br />

fala sobre a origem da cooperativa, o crescimento<br />

econômico, sua função social e os<br />

desafios para os próximos anos.<br />

Vale a pena<br />

destacar<br />

a portabilidade<br />

salarial: hoje, todos<br />

os funcionários da<br />

Sefaz e dos demais<br />

órgãos públicos podem<br />

optar por receber seus<br />

salários diretamente<br />

pela cooperativa<br />

José Carlos Castelo Alves<br />

Como surgiu a cooperativa?<br />

Nossa cooperativa surgiu como forma de defender nossos<br />

companheiros de trabalho, os servidores da Sefaz<br />

(Secretaria da Fazenda do Estado do Amazonas).<br />

Como assim, defender?<br />

Havia muitas histórias de servidores que possuíam empréstimos<br />

junto a agiotas e essas dívidas, ao invés de diminuírem,<br />

só aumentavam, por causa da cobrança abusiva<br />

de juros. Então a cooperativa de crédito teve essa<br />

“missão” de defender os interesses dos seus associados.<br />

Com o seu surgimento, nossos cooperados puderam quitar<br />

todas as suas dívidas, pagando juros muito, mas muito<br />

menores, diretamente para a cooperativa.<br />

Então, na verdade, foi puro cooperativismo?<br />

Com certeza, desde o início ficou muito claro que, dentro<br />

da cooperativa, todos são iguais. Então houve essa união<br />

muito forte desde o princípio, todos nós falamos a mesma<br />

linguagem. E depois, com essa necessidade de “fugirmos”<br />

dos agiotas, a cooperativa surgiu como o ponto da<br />

virada, pela facilidade de se tomar o empréstimo, pelo<br />

acesso rápido, e até mesmo pelo atendimento personalizado<br />

que é oferecido.<br />

Mas o objetivo era atender somente os fazendários?<br />

A cooperativa foi criada originalmente para atender o<br />

público da Sefaz. Por isso, seu nome de origem era Credfaz,<br />

que era uma instituição de cooperativismo de crédito<br />

exclusiva dos fazendários e de seus dependentes.<br />

Mas, a partir de 2013, nossa cooperativa passou a ter autorização<br />

do Banco Central para atuar como cooperativa<br />

de crédito de livre admissão. Mudou também o nome da<br />

cooperativa, que passou a se chamar Cooperativa Sicoob<br />

Manaus.<br />

E agora? O que muda e o que não muda com a livre admissão?<br />

Então, muda no sentido de que todas as pessoas agora<br />

podem ser cooperadas, desde que sejam aprovadas pela<br />

instituição, é claro. Muda também porque a instituição<br />

apresenta um crescimento rápido, com resultados bastante<br />

expressivos, e isso é fácil de visualizar.<br />

Porém, não muda a maneira da instituição trabalhar<br />

com seus cooperados. A função de uma cooperativa é diferente<br />

das instituições bancárias. Ela não visa lucro a<br />

qualquer custo. Ela tem objetivos bem definidos, desde<br />

oferecer orientação financeira aos seus cooperados, de<br />

proporcionar atendimento personalizado, em ambiente<br />

de amizade. Na cooperativa, o cooperado não é mais um<br />

número. Aqui, o cooperado é dono. E isso não muda.<br />

Sendo assim, o que estes novos cooperados podem<br />

esperar encontrar na cooperativa?<br />

A cooperativa oferece basicamente os mesmos serviços<br />

de um grande banco, com a diferença, que as nossas taxas<br />

de serviços são muito mais competitivas. Hoje, por<br />

exemplo, temos as mais diversas linhas de crédito disponíveis,<br />

incluindo o crédito consignado, crédito empresarial,<br />

pelo cartão BNDES, com juros muito competitivos, e<br />

até mesmo o crédito rural.<br />

segue


6 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Também oferecemos seguros, através da<br />

seguradora Sicoob, nos mais diversos segmentos.<br />

Nosso próximo produto será o crédito<br />

imobiliário, o Sicoob está trabalhando para<br />

isso. Também vale a pena destacar a portabilidade<br />

salarial, hoje todos os funcionários da<br />

Sefaz e dos demais órgãos públicos podem<br />

optar por receber seus salários diretamente<br />

pela cooperativa. E, claro, todos os serviços<br />

básicos, incluindo cartões de crédito e débito,<br />

internet banking e tudo mais.<br />

E quais são as vantagens que a cooperativa<br />

oferece e que não são encontradas nos<br />

bancos, por exemplo?<br />

O cooperativismo não visa lucro. Então, ao final<br />

de cada exercício, são apuradas as sobras.<br />

Essas sobras são distribuídas aos verdadeiros<br />

donos da cooperativa, que são os seus cooperados.<br />

Quanto mais o cooperado movimenta<br />

sua conta, mais sobras ele receberá ao final do<br />

exercício anual.<br />

Além disso, como eu já citei, a cooperativa<br />

não tem interesse em lucrar sobre o cooperado,<br />

por isso nós também orientamos financeiramente<br />

o nosso cooperado. Sem esquecer<br />

que nossas taxas são sempre diferenciadas, o<br />

atendimento é personalizado, tudo isso conta.<br />

Você falou sobre as vantagens aos cooperados.<br />

E para a comunidade?<br />

Sim, esse é um detalhe muito importante:<br />

toda a movimentação financeira permanece<br />

gerando novos negócios em nossa região. É<br />

importante ressaltar que esse é o espírito do<br />

cooperativismo de crédito, ou seja, estar inserido<br />

na comunidade e ajudar a promover o<br />

desenvolvimento.<br />

Vou até citar um exemplo prático: estamos<br />

negociando uma parceria com a associação de<br />

camelôs de Manaus. A prefeitura está criando<br />

shoppings populares para este segmento,<br />

e nós temos a proposta de fornecer máquinas<br />

de cartões para estes pequenos empreendedores.<br />

É uma forma de estimular o microcrédito,<br />

que é um setor muitas vezes esquecido<br />

pelas instituições bancárias, mas que pode ser<br />

atendido através do cooperativismo.


7<br />

NOTAS<br />

Workshop<br />

de Negócios<br />

Realizado em maio, o 3º<br />

Workshop de Negócios<br />

Sicoob Norte reuniu cerca de<br />

140 participantes das onze cooperativas do sistema, em um hotel<br />

fazenda de Ji-Paraná.<br />

O encontro foi aberto com a palestra magna do diretor de<br />

Operações do Bancoob, Ênio Meinem, e teve as presenças de<br />

superintendentes e gerentes de áreas estratégicas do Bancoob<br />

e da Sicoob Corretora, de diretores e colaboradores das<br />

cooperativas, além de representantes da Mapfre Seguros e Porto<br />

Seguros, que foram patrocinadoras do evento.<br />

Durante o<br />

evento, foram<br />

realizadas<br />

atividades<br />

voltadas para o<br />

tema principal do<br />

workshop este<br />

ano: “Integrar para<br />

Crescer”. Divididos<br />

em grupos,<br />

com membros<br />

de todas as<br />

cooperativas,<br />

foram<br />

organizadas<br />

diversas<br />

provas que<br />

incentivaram,<br />

acima de tudo,<br />

a cooperação<br />

mútua.<br />

SICOOB CREDIP<br />

1ª Colocada na venda de<br />

cotas de consórcios do<br />

Sicoob Nacional.<br />

SICOOB OUROCREDI<br />

Maior crescimento<br />

percentual na carteira de<br />

crédito comercial.<br />

SICOOB ACRE<br />

1ª Colocada em vendas<br />

de contratos de crédito<br />

consignado tradicional.<br />

SICOOB CREDJURD<br />

Maior percentual de<br />

retorno sobre os ativos<br />

(10,33%).<br />

SICOOB VALE DO<br />

JAMARI - 1ª Cooperativa<br />

do Sicoob Norte a captar<br />

fundos previdenciários.<br />

SICOOB PORTOCREDI<br />

Maior crescimento<br />

percentual da carteira de<br />

crédito rural.<br />

O workshop também premiou<br />

as cooperativas de acordo<br />

com o seu desempenho ao<br />

longo do ano:<br />

SICOOB CREDISUL<br />

Melhor Índice de<br />

Eficiência Administrativa<br />

do Sicoob Norte<br />

(26,68%).<br />

SICOOB CENTRO<br />

Maior crescimento em<br />

percentual das receitas de<br />

seguros (347%).<br />

SICOOB<br />

CREDEMPRESAS-AM<br />

Melhor gestão da<br />

cobrança de cartões de<br />

cessão de crédito.<br />

SICOOB MANAUS<br />

Maior percentual de<br />

cartões de crédito sobre a<br />

base de cooperados.<br />

SICOOB CREDIFORTE<br />

1ª Filiada a implantar o<br />

Sistema de Cálculo de<br />

Risco e Limites.<br />

Orientação financeira<br />

Cooperativa Sicoob Credip está promovendo um ciclo<br />

A de palestras sobre Educação Financeira. Inicialmente,<br />

as atividades são voltadas aos colaboradores das 27<br />

agências e pontos de atendimento da instituição. Mas o<br />

objetivo é abrir espaço a todo o público cooperado.<br />

As palestras têm a orientação do empresário,<br />

economista e presidente do Conselho de Administração da<br />

Credip, Oberdan Ermita. Além de aprender a economizar,<br />

cortar gastos e<br />

poupar dinheiro, as<br />

palestras orientam<br />

os participantes<br />

a buscarem uma<br />

melhor qualidade<br />

de vida no tempo<br />

presente, sem abrir<br />

mão da segurança<br />

necessária para o<br />

futuro.<br />

Sicoob em Triunfo<br />

A Cooperativa<br />

Sicoob Portocredi<br />

inaugurou, em maio, o<br />

Ponto de Atendimento<br />

do distrito de Triunfo,<br />

a 100 quilômetros de<br />

Porto Velho. O evento<br />

teve comparecimento<br />

de toda a comunidade e contou com a presença dos<br />

diretores da instituição.


8 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Fotos: Governo de Rondônia<br />

pescado<br />

Na mesa do brasileiro<br />

Tambaqui de Rondônia vem ganhando espaço nos<br />

supermercados das principais capitais do país e<br />

garantindo bons preços para o produtor rondoniense<br />

produção de peixes no estado de Rondônia<br />

cresceu muito e vem garantindo a<br />

A<br />

abertura de novos mercados para o setor. Somente<br />

nos últimos quatro anos, a produção<br />

saltou de 12 mil toneladas para aproximadamente<br />

80 mil toneladas por ano.<br />

A expectativa é atingir, em 2018, perto de<br />

250 mil toneladas anuais, principalmente na<br />

produção do tambaqui, mas também de outras<br />

espécies, como o pintado e o pirarucu. E o<br />

melhor é que toda essa produção tem compra<br />

garantida nos maiores centros do país.<br />

Mesmo com o aumento da concorrência<br />

de outras regiões produtoras pelo tradicional<br />

mercado consumidor de Manaus, o pescado<br />

rondoniense se manteve forte no Amazonas e<br />

ainda vem conquistando novos mercados no<br />

Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste, com<br />

preços atraentes e boa margem de lucro para<br />

o produtor.<br />

“Até 2011, cerca de 80% da produção de<br />

Rondônia era destinada a Manaus, mas isso<br />

mudou completamente e hoje temos grandes<br />

mercados consumidores sendo abertos, principalmente<br />

devido ao estímulo dado aos produtores<br />

e ao consequente aumento na produção”,<br />

diz a coordenadora de Aquicultura e<br />

Pesca do Governo de Rondônia, Ilce Santos<br />

Oliveira.<br />

“O resultado é que, em 2015, Rondônia<br />

receberá novos e modernos frigoríficos para<br />

atender a crescente demanda pelo tambaqui,<br />

por parte das principais redes de supermercados<br />

de todo o país”, acrescenta.


9<br />

Despesca realizada<br />

em tanque de<br />

produção de peixes<br />

em cativeiro em<br />

Mirante da Serra (RO)<br />

Outro fator que deverá impulsionar a<br />

piscicultura no estado é a destinação de<br />

grandes áreas de lâmina d´água nos lagos<br />

das usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio<br />

Madeira, para a criação de peixes no sistema<br />

de tanques-rede. A expectativa é de<br />

que, por esse sistema, possam ser produzidas<br />

futuramente mais de 100 mil toneladas<br />

de peixes por ano, a custos relativamente<br />

baixos.<br />

Tambaqui | A principal espécie produzida<br />

no estado e que vem motivando produtores<br />

e consumidores é sem dúvida o<br />

tambaqui. Peixe rústico, com reprodução<br />

dominada e em escala, de fácil manejo e<br />

cultivo, adaptado ao consumo de ração e<br />

com boa conversão alimentar, o tambaqui<br />

é um peixe nobre, de boa carne e com larga<br />

aceitação no mercado regional, e que<br />

vem gradualmente conquistando também<br />

o consumidor em todo o Brasil.<br />

A procura pelo tambaqui vem motivando<br />

investimentos na abertura de novos<br />

frigoríficos dentro de Rondônia, além da<br />

modernização e ampliação de estruturas já<br />

existentes. Pelo menos três novas plantas<br />

industriais estão em fase de estudos e deverão<br />

ser construídas em 2015 em municípios<br />

do eixo da BR-364, como Porto Velho,<br />

Itapuã e Ji-Paraná.<br />

Essas estruturas irão se somar à produção<br />

dos dois principais frigoríficos existentes<br />

no estado: Zaltana, em Ariquemes;<br />

e Santa Clara, em Vilhena, ambos com SIF<br />

(Sistema de Inspeção Federal, do Ministério<br />

da Agricultura).<br />

Ariquemes | Não por mera coincidência,<br />

é no Vale do Jamari, que concentra cerca de<br />

70% de toda a produção do estado, que se<br />

localiza o principal frigorífico de peixes de<br />

Rondônia, de forma estratégica, no município<br />

de Ariquemes. Em fase de ampliação,<br />

o frigorífico Zaltana já fornece cortes especiais<br />

de tambaqui congelado para as redes<br />

Extra/Pão-de-Açúcar, Atacadão e Comper,<br />

e está com negociações avançadas com os<br />

gigantes Carrefour e Walmart.<br />

Para atender tantos clientes, o grupo<br />

empresarial está investindo cerca de R$ 2,6<br />

milhões nas obras de ampliação do frigorífico<br />

de pescados, que deverá dobrar sua<br />

capacidade atual, de 400 toneladas mensais<br />

de peixes industrializados, para cerca de<br />

800 toneladas. Nada mal, considerando que<br />

a unidade produzia cerca de 60 toneladas<br />

por mês até o início de 2013.<br />

“Em menos de três anos, nossa produção<br />

está sendo ampliada em mais de<br />

O tambaqui industrializado<br />

segue congelado em cortes<br />

especiais, sem espinhas e<br />

fáceis de preparar<br />

Fotos: Zaltana Pescados<br />

dez vezes”, diz o gerente geral da Zaltana<br />

Pescados, Weberton José de Mello. “Atendemos<br />

onze estados nas mais diferentes<br />

regiões do país”, diz. A demanda do frigorífico<br />

é tão grande que novos pedidos chegam<br />

a demorar cerca de 30 dias para serem<br />

atendidos, mesmo com a unidade trabalhando<br />

hoje em três turnos de produção.<br />

Na outra ponta, o grupo está destinando<br />

R$ 20 milhões para construir sua<br />

primeira fábrica de rações. As obras civis<br />

estão bastante adiantadas e a unidade deverá<br />

iniciar suas operações até outubro de<br />

2015. Com capacidade para 100 mil sacas<br />

por mês, a fábrica atenderá inicialmente<br />

segue


10 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

50 grandes produtores da região que abastecem<br />

o frigorífico. “Nossa ração será específica<br />

para o tambaqui, algo que ainda não existe no<br />

mercado”, confirma.<br />

Sabor diferenciado | A instalação de novas<br />

plantas industriais mostra uma tendência:<br />

a procura dos consumidores por cortes<br />

que valorizam o tambaqui produzido em<br />

Rondônia, e que se reflete no crescimento<br />

anual acima de 20% na produção de peixes<br />

em Ariquemes e região.<br />

Com maior valor agregado, é natural que<br />

surjam investimentos e isso deverá provocar<br />

um aumento significativo em curto espaço de<br />

tempo. “A capacidade atual de industrialização<br />

do estado, de 15 toneladas diárias, deverá<br />

saltar para aproximadamente 50 toneladas<br />

até o final deste ano”, estima o engenheiro de<br />

pesca Jenner Bezerra de Menezes, diretor de<br />

projetos da empresa Biofish.<br />

“Estamos ajudando a fortalecer o ‘case’ do<br />

tambaqui de Rondônia, único estado que produz<br />

o peixe totalmente puro, sem mistura com<br />

outras espécies, como acontece por exemplo<br />

em Goiás, Amazonas e Roraima”, acrescenta<br />

Weberton Mello, da Zaltana Pescados.<br />

Praticidade | O tambaqui industrializado<br />

segue congelado em cortes especiais, sem espinhas<br />

e fáceis de preparar. “Os bares e restaurantes<br />

das grandes cidades oferecem o petisco<br />

com a costelinha do tambaqui, em casa<br />

as pessoas gostam do churrasco feito com a<br />

banda do peixe, e no dia-a-dia a opção é pelo<br />

filé e pela costela do tambaqui, que são fáceis<br />

de preparar e o que é melhor, sem espinhas”.<br />

O preço de toda essa qualidade tem sido<br />

atrativo para os consumidores, que pagam<br />

cerca de R$ 17,00 pelo quilo de tambaqui<br />

congelado em cortes especiais na gôndola<br />

dos grandes supermercados paulistanos. Já<br />

o pirarucu custa um pouco mais, cerca de<br />

R$ 25,00 o quilo, e ainda busca encontrar a<br />

mesma popularidade do tambaqui. “O tambaqui<br />

já é um case de sucesso, enquanto o<br />

mercado para o pirarucu ainda se mantém<br />

morno”, garante Jenner Bezerra, da Biofish.<br />

Alevinos | No período que coincide com o<br />

final da estação das águas, a compra de alevinos<br />

de tambaquis é intensificada em Rondônia.<br />

Especialista na produção de alevinos, Megumi<br />

Fotos: Sandro André<br />

Em 2015, Rondônia receberá novos e<br />

modernos frigoríficos para atender a<br />

crescente demanda pelo tambaqui, por parte das<br />

principais redes de supermercados de todo o país<br />

Ilce Santos Oliveira


11<br />

Yokoyama, de Pimenta Bueno, comercializa cerca<br />

de oito milhões de alevinos entre os meses de<br />

março, abril e maio. “Essa é a melhor época para<br />

vender alevinos”, diz o criador, popularmente<br />

conhecido como “Seu” Pedrinho.<br />

Em sua propriedade, são vendidos espécimes<br />

de 60 a 70 dias de vida, com medidas<br />

entre cinco e seis centímetros, ao custo de<br />

R$ 180 o milheiro. “Alevinos com essas dimensões<br />

têm apresentado melhores resultados e<br />

um índice de sobrevivência maior”, explica<br />

“Seu” Pedrinho.<br />

Produção | Em Ariquemes, são produzidas<br />

cerca de oito mil toneladas de peixe em cativeiro<br />

por ano, em mais de 1.350 hectares de<br />

áreas alagadas. O município de Ariquemes é<br />

campeão na produção de peixes em cativeiro<br />

no estado de Rondônia, seguido por Urupá,<br />

com 5,5 mil toneladas; Mirante da Serra, com<br />

pouco mais de 5 mil toneladas; e Cujubim,<br />

acima das 4,3 mil toneladas - segundo dados<br />

da secretaria estadual de Meio Ambiente.<br />

Os preços médios pagos pelo quilo do tambaqui<br />

para o produtor variam de acordo com<br />

o peso, ou seja, quanto maior e mais pesado,<br />

mais valorizado é o peixe e maior o preço por<br />

quilo. Outros fatores, como a origem do comprador<br />

e a quantidade comercializada, também<br />

influenciam na rentabilidade do produtor.<br />

Nelore das águas | Em média, os valores<br />

pagos pelo quilo do tambaqui in natura dentro<br />

da fazenda variam de R$ 3,50 a R$ 5,50.<br />

Já o pintado retirado na fazenda alcança de<br />

R$ 6,50 a R$ 6,80 o quilo, em média. O produtor<br />

do pirarucu, por sua vez, tem obtido o valor<br />

médio de R$ 8,50 o quilo do peixe retirado<br />

em sua propriedade.<br />

“O tambaqui, conhecido como o nelore das<br />

águas, predomina com 80% a 90% das vendas,<br />

enquanto o pintado, com cerca de 10% a 20%<br />

do volume total, também vem tendo bom desempenho”,<br />

explica. “Já o mercado do pirarucu<br />

ainda está buscando espaço para crescer”,<br />

analisa Jenner.<br />

Quanto maior, melhor<br />

Preços médios do tambaqui retirado na fazenda aumentam de acordo com o peso<br />

e o tamanho dos peixes, conforme o gráfico:<br />

1,5 a 2 kg<br />

2 a 2,5 kg 2,5 a 3 kg<br />

Acima<br />

de 3 kg<br />

R$ 3,50 a<br />

R$ 3,70/kg<br />

R$ 4,00 a<br />

R$ 4,50/kg<br />

R$ 4,50 a<br />

R$ 5,00/kg<br />

R$ 5,00 a<br />

R$ 5,50/kg<br />

* Preços médios do tambaqui na fazenda (em R$/Kg) | ** Fonte: Biofish


12 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

consumo<br />

Mercado de Manaus<br />

ainda é importante<br />

Apesar de dividir espaço com consumidores de outros<br />

grandes centros, a capital do Amazonas ainda compra<br />

boa parte da produção de pescados de Rondônia<br />

Até 2011, o mercado consumidor de Manaus<br />

(AM) era responsável pela compra<br />

de aproximadamente 80% de todo o pescado<br />

produzido em Rondônia. Os outros 20% acabavam<br />

sendo consumidos pelos rondonienses.<br />

Mas, a partir de 2012, começou a ocorrer<br />

um acirramento na concorrência pelo importante<br />

mercado manauara.<br />

Houve um grande aumento no volume de<br />

pescados produzidos dentro do próprio estado<br />

do Amazonas e de outros estados, como Roraima<br />

e Tocantins. Além disso, a produção de<br />

Rondônia também começou a crescer. Com o<br />

aumento na oferta, houve um movimento de redução<br />

nos preços pagos pelo peixe rondoniense<br />

em Manaus, principalmente o tambaqui.<br />

Isso motivou a busca por novos mercados<br />

em outras regiões do país. Assim, gradualmente,<br />

os produtores rondonienses passaram a contar<br />

com novas opções para comercializar sua<br />

produção. O pescado de Rondônia voltou a ser<br />

valorizado, mesmo com o grande aumento verificado<br />

na produção de peixes. Como resultado,<br />

o consumidor manauara continua sendo muito<br />

importante, mas a dependência do mercado de<br />

Manaus vem diminuindo ano após ano.<br />

Foto: Sandro André<br />

Mercado<br />

Municipal<br />

Adolpho Lisboa:<br />

construído em<br />

estilo francês


13<br />

Pintado Tambaqui Pirarucu<br />

“Peixeiro” | De Porto Velho, são despachadas<br />

semanalmente para os mercados populares<br />

de Manaus cerca de duas mil toneladas<br />

de peixes produzidos em Rondônia. A grande<br />

maioria dessa carga, perto de 90%, é exclusiva<br />

de tambaquis. O restante é de diferentes espécies,<br />

em especial o pintado e o pirarucu.<br />

“O tambaqui de Rondônia é muito apreciado<br />

pelos manauaras”, diz Wilson Guerino<br />

Bertoli, que há mais de doze anos abastece<br />

o mercado amazonense. Wilson “Peixeiro”,<br />

como é conhecido o atacadista, negocia cerca<br />

de 400 toneladas de peixes mensalmente,<br />

a maioria tambaquis, com os compradores do<br />

Amazonas.<br />

A cada trinta dias, cerca de oito mil toneladas<br />

de peixes saem de Porto Velho com destino<br />

a Manaus, das mãos de vinte compradores diferentes,<br />

que dominam esse segmento comercial<br />

entre as duas capitais.<br />

Panair | Os peixes viajam durante cerca de<br />

quatro dias a bordo de dezenas de pequenos<br />

barcos, como o “Herói de Guerra”, do pescador<br />

manauara Antonio Fontão do Nascimento, que<br />

partiu do porto do Cai N´Água, em Porto Velho,<br />

Rio Madeira abaixo, com uma carga de 20<br />

toneladas de tambaquis. “São dez anos nessa<br />

lida”, explica o barqueiro.<br />

Os peixes seguem inteiros e refrigerados,<br />

sem congelar, para atender o gosto dos manauaras.<br />

Nas bancas de mercados populares<br />

de peixes em Manaus, como a feira da Panair,<br />

os tambaquis são vendidos in natura, inteiros<br />

e sem gelo. “No máximo, se joga um pouco<br />

d´água de vez em quando para os peixes ficarem<br />

mais reluzentes”, explica o comerciante<br />

Edvaldo Rodrigues, que trabalha há 18 anos<br />

no mercado de peixes.<br />

“Manaus é a capital mundial do tambaqui”,<br />

afirma Raimundo Nonato Souza Pereira<br />

Costa, superintendente federal de Pesca<br />

e Aquicultura do Amazonas. Ele explica que<br />

cada cidadão manauara consome, em média,<br />

mais de 60 quilos de peixes por ano. “Nos<br />

doze frigoríficos de peixes do Amazonas são<br />

produzidas perto de 200 mil toneladas por<br />

ano”, calcula.<br />

segue<br />

Manaus é a capital<br />

mundial do tambaqui<br />

Raimundo Nonato Souza Pereira Costa


14 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Cultural | Na banca, o tambaqui inteiro,<br />

de cinco quilos em média, custa<br />

entre 40 e 60 reais. Os manauaras<br />

também consomem o pirarucu seco<br />

e salgado, que custa de 20 a 30 reais<br />

o quilo, imitando o bacalhau português.<br />

“Não sei preparar o pirarucu<br />

de outra maneira”, admite o consumidor<br />

Nilton Cerdeira da Costa.<br />

No mercado municipal Adolpho<br />

Lisboa, construído em estilo francês<br />

e frequentado por turistas estrangeiros<br />

que chegam a bordo de<br />

navios de cruzeiro, os peixes estão<br />

sobre prateleiras de aço. Mesmo assim,<br />

o comércio não utiliza gelo nem<br />

câmara frigorífica. “É cultural, o manauara<br />

prefere assim”, diz o comerciante<br />

Nelson Pereira da Silva.<br />

Gradualmente, os empresários<br />

rondonienses tentam mudar essa<br />

mentalidade. “Estamos inserindo o<br />

tambaqui congelado, sem espinhas,<br />

nas gôndolas dos grandes supermercados<br />

de Manaus, da mesma forma<br />

que já fazemos nas principais capitais<br />

brasileiras”, sugere Weberton, do<br />

frigorífico Zaltana. “Aos poucos, vamos<br />

modificando a maneira do manauara<br />

consumir nosso pescado”.<br />

Trazido de Porto Velho por barqueiros<br />

como Antonio, o tambaqui de Rondônia<br />

é vendido no mercado de peixes de<br />

Manaus, em bancas como a de Nelson


15<br />

cooperativismo<br />

FGCopp completa primeiro ano<br />

Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito<br />

é relevante instrumento de proteção, de credibilidade<br />

e de segurança para os associados de todo o país<br />

FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo<br />

de Crédito) completou, em abril,<br />

O<br />

um ano de atividades. União e cooperação foram<br />

a marca desse primeiro ano, com a soma<br />

de esforços de administradores, sistemas cooperativistas<br />

e OCB para implantação do fundo<br />

no menor prazo possível.<br />

O FGCoop tornou-se o primeiro instrumento<br />

de congregação de todo o cooperativismo<br />

de crédito brasileiro, estando representados<br />

em seu Conselho de Administração os<br />

sistemas organizados em dois e três níveis e<br />

as cooperativas singulares não filiadas a centrais,<br />

formando um colegiado de deliberações<br />

suprassistêmicas.<br />

O FGCoop tem como associados os dois<br />

bancos cooperativos e todas as cooperativas<br />

singulares de crédito, garantindo depósitos e<br />

aplicações nessas instituições até o limite de<br />

R$ 250 mil por pessoa física ou jurídica, nas<br />

mesmas condições de cobertura oferecidas<br />

pelo FGC aos clientes de bancos comerciais.<br />

O FGCoop chega ao primeiro ano com todas<br />

as cooperativas singulares de crédito recolhendo<br />

regularmente suas contribuições, o<br />

que retrata o entendimento que o segmento<br />

tem da importância do fundo para o <strong>SN</strong>CC<br />

(Sistema Nacional de Crédito Cooperativo),<br />

como um relevante instrumento da rede de<br />

proteção do sistema, de credibilidade e de segurança<br />

para os associados.<br />

No futuro, essa precisão na análise das contas<br />

será fundamental para que o fundo cumpra<br />

— com segurança — o desafio de oferecer suporte<br />

financeiro preventivo a suas associadas,<br />

aumentando a solidez do mercado cooperativo.<br />

Por tudo isso, é grande a expectativa do<br />

FGCoop e do próprio segmento quanto à regulamentação<br />

da auditoria cooperativa colocada<br />

em audiência pública, que assegurará a<br />

todo o cooperativismo de crédito uma auditoria<br />

especializada, com escopo padrão mínimo<br />

e a necessária independência para condução<br />

dos trabalhos e, ainda, igualando o marco<br />

regulatório brasileiro ao de países com alta<br />

participação do cooperativismo de crédito no<br />

sistema financeiro.<br />

As operações de assistência e de suporte<br />

financeiro serão viabilizadas quando o patrimônio<br />

do FGCoop for suficiente para garantir<br />

1,5% do montante de contas garantidas, percentual<br />

este que se encontra hoje em 0,32%.<br />

Lúcio César de Faria<br />

Diretor-Executivo do<br />

FGCoop<br />

Auditoria | Como mais um instrumento dessa<br />

rede de proteção, está em curso a regulamentação<br />

da auditoria cooperativa, colocada<br />

em audiência pública pelo Banco Central do<br />

Brasil, com o que as auditorias internas nas cooperativas<br />

de crédito passarão a ser realizadas<br />

por EAC (Entidade de Auditoria Cooperativa).<br />

A auditoria cooperativa irá aliar-se ao<br />

Fundo Garantidor como mecanismo de garantia<br />

da confiabilidade e estabilidade do<br />

<strong>SN</strong>CC. Para o FGCoop, a auditoria cooperativa<br />

é fundamental, hoje e sempre, para garantir<br />

a solidez do <strong>SN</strong>CC, evitando riscos de descontinuidade<br />

de cooperativas e ampliando a<br />

confiança da população no cooperativismo<br />

de crédito.


16 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

Manaus


17<br />

Cidade<br />

das águas<br />

Terra selvagem da tribo Manaós e das<br />

lendárias histórias de míticas guerreiras,<br />

mais tarde transformada na exuberante<br />

“Metrópole da Borracha”, em período de<br />

grande riqueza e esplendor, a capital do<br />

Amazonas ocupa hoje o status de moderno<br />

centro urbano e econômico, movido pela<br />

intensa atividade de sua zona industrial<br />

segue


18 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Foto: Filipe Frazao / Shutterstock.com<br />

Foto: Filipe Frazao / Shutterstock.com<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

Manaus, a moderna cidade que hoje abriga<br />

cerca de dois milhões de pessoas, não<br />

passava de um pequeno aglomerado urbano<br />

quando recebeu o título de município, no dia<br />

24 de outubro de 1848. O povoado de três mil<br />

habitantes, localizado à margem esquerda do<br />

rio Negro, era um conjunto arquitetônico formado<br />

por uma única praça, dezesseis ruas e<br />

cerca de 250 casas.<br />

Entretanto, poucas décadas depois, a cidade<br />

experimentaria uma explosão de beleza e<br />

de riquezas. E, no final do século 19, passaria<br />

a ser conhecida como a “Metrópole da Borracha”.<br />

Com sua economia apoiada na revolução<br />

financeira proporcionada pelo látex, se<br />

tornaria a cidade mais rica do país.<br />

A riqueza do latéx levou Manaus a uma<br />

reviravolta estrutural, implantando serviço<br />

de transporte coletivo de bondes elétricos,<br />

sistema de telefonia, eletricidade e água encanada,<br />

além de um porto flutuante, que passou<br />

a receber navios de diversas bandeiras e<br />

tamanhos.<br />

Nessa época, o crescimento e desenvolvimento<br />

da capital do Amazonas aconteceram<br />

com fortes traços culturais, políticos e econômicos<br />

herdados dos portugueses, espanhóis e<br />

franceses.<br />

Foto: Shutterstock.com


19<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

Por tudo isso, Manaus foi na época a cidade<br />

que mais conheceu as riquezas, os encantos<br />

e o glamour do primeiro mundo no Brasil,<br />

somando a seus rios e florestas, o ouro e a sofisticação<br />

importados da Europa.<br />

Zona Franca | Depois do ciclo da borracha,<br />

muitos anos depois, já na segunda metade<br />

do século 20, surgiu a Zona Franca de<br />

Manaus. A cidade ganhou um comércio de<br />

importados e, mais tarde, um moderno polo<br />

industrial, onde hoje se concentram centenas<br />

de fábricas.<br />

Com a ZFM, a capital voltou a experimentar<br />

um súbito crescimento demográfico: a<br />

população passou de 200 mil habitantes na<br />

década de 1960 para 900 mil nos anos 80 e,<br />

finalmente, 1,5 milhão em 2002, até beirar a<br />

casa dos dois milhões na atualidade.<br />

Seu parque industrial hoje abriga mais de<br />

400 empresas mundialmente conhecidas, gerando<br />

mais de 50 mil empregos diretos e outros<br />

350 mil empregos indiretos somente na<br />

cidade de Manaus. A estimativa do governo<br />

é de que outros 20 mil empregos são gerados<br />

nos demais estados da região. Atualmente, o<br />

volume de capital gerado pela ZFM ultrapassa<br />

os US$ 10 bilhões por ano.<br />

segue


20 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Foto: FCG / Shutterstock.com<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

Teatro Amazonas<br />

e o auge da borracha<br />

Um dos mais belos e imponentes<br />

teatros do país, o Teatro Amazonas<br />

é um dos principais prédios<br />

históricos de Manaus. Construído<br />

no auge do ciclo da borracha,<br />

o teatro é o maior símbolo desse<br />

período de esplendor vivido pela<br />

capital do Amazonas.<br />

A riqueza originada do látex<br />

da seringueira, produto altamente<br />

valorizado pelas indústrias européias<br />

e americanas, fez com que<br />

Manaus se tornasse a cidade mais<br />

próspera do país durante um curto<br />

período de tempo.<br />

No auge desse ciclo econômico,<br />

entre 1898 a 1910, a borracha foi<br />

o segundo produto da exportação<br />

brasileira, com cerca de 25% das<br />

vendas externas do país, atrás apenas<br />

do café, que na época somava<br />

mais de 50% do total.<br />

CARTÃO POSTAL<br />

ocalizado no Largo São<br />

LSebastião, zona central da<br />

cidade, o Teatro Amazonas<br />

foi inaugurado em 1896.<br />

Foram trazidos arquitetos,<br />

construtores, pintores e<br />

escultores da Europa para a<br />

realização da grandiosa obra.<br />

A sala de espetáculos<br />

do teatro foi reformada por<br />

diversas vezes e mantém sua<br />

beleza e imponência. Tem<br />

capacidade para 685 pessoas,<br />

distribuídas entre a platéia e os<br />

três andares de camarotes. Em<br />

seu interior predomina o lustre<br />

dourado com cristais importado<br />

de Veneza.<br />

O prédio, considerado<br />

o cartão-postal da cidade e<br />

reconhecido mundialmente<br />

por sua arquitetura imponente,<br />

está aberto para visitação do<br />

público e mantém uma agenda<br />

permanente de espetáculos.<br />

Fonte: Governo do Amazonas.


21<br />

HISTÓRIAS<br />

DO OURO E<br />

DAS AMAZONAS<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

primeiro registro de uma<br />

O expedição à região onde<br />

está localizada hoje a moderna<br />

cidade de Manaus tem mais<br />

de quatro séculos e meio. Foi<br />

um espanhol, Francisco de<br />

Orellana, quem primeiro buscou<br />

identificar as riquezas locais,<br />

principalmente ouro e prata,<br />

para relatar à coroa espanhola,<br />

nos idos de 1541.<br />

Durante a viagem, os<br />

espanhóis teriam encontrado as<br />

amazonas, mulheres guerreiras<br />

sobre as quais há muitas lendas<br />

e folclore, e que acabariam<br />

cedendo seu nome à imensa<br />

região de florestas que corta<br />

toda a parte setentrional da<br />

América do Sul.<br />

Após tantas aventuras e<br />

descobertas, a região acabou<br />

ficando abandonada e caiu no<br />

esquecimento por quase um<br />

século. Porém, em 1637, após<br />

a expedição de Pedro Teixeira,<br />

foi expedida a Carta Régia de<br />

criação da capitania do Cabo do<br />

Norte, por Felipe IV da Espanha.<br />

Pouco mais de trinta anos<br />

se passariam, até a origem de<br />

um pequeno arraial, formado<br />

em torno da fortaleza de São<br />

José do Rio Negro, na margem<br />

esquerda desse mesmo<br />

rio. O forte foi criado pelos<br />

portugueses para guarnecer a<br />

região de possíveis investidas<br />

dos inimigos, em 1669.<br />

Esse pequeno arraial seria o<br />

início de um povoado que, dois<br />

séculos mais tarde, em 1833,<br />

seria elevado à condição de Vila<br />

de Manaós, uma homenagem à<br />

tribo de mesma denominação,<br />

que se recusou a ser dominada<br />

pelos portugueses e negou<br />

ser mão-de-obra escrava de<br />

militares e religiosos, e em 1848,<br />

à cidade de Manaós.<br />

Foto: Shutterstock.com Foto: T photography / Shutterstock.com


22 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Amazonas<br />

Sicoob Manaus<br />

em novo endereço<br />

Cooperativa registrou crescimento de 60% em seu<br />

resultado anual e já projeta novos negócios com<br />

o funcionamento de sua nova agência na capital<br />

cidade de Manaus ganhou este ano uma<br />

A nova e moderna agência do Sistema Sicoob<br />

Norte. O novo prédio da Cooperativa Sicoob<br />

Manaus simboliza o atual momento da<br />

instituição, que registrou um crescimento de<br />

cerca de 60% em seu resultado anual. Desempenho<br />

que começou a ser desenhado há dois<br />

anos, quando a cooperativa obteve autorização<br />

do Banco Central para trabalhar em regime<br />

de livre admissão de cooperados.<br />

A diretora-executiva, Maria Elizabeth Alves<br />

de Castro, destaca o histórico da instituição<br />

financeira, que está completando 12 anos<br />

de atividades. “A nossa cooperativa surgiu por<br />

iniciativa dos servidores públicos estaduais<br />

vinculados à Sefaz (Secretaria de Estado da<br />

Fazenda)”, recorda. “Um grupo de 25 pessoas,<br />

verdadeiros abnegados, que lutaram para que<br />

a cooperativa desse seus primeiros passos”.<br />

Durante os primeiros anos, a cooperativa<br />

funcionou com o nome de Credfaz Manaus,<br />

até que em 2010 a instituição passou a fazer<br />

parte do Sistema Sicoob Norte. Como cooperativa<br />

de livre admissão de cooperados, a partir<br />

de 2013, passou a ser denominada de Cooperativa<br />

Sicoob Manaus. “A partir da filiação<br />

ao Sicoob, nossa cooperativa ampliou muito<br />

rapidamente a sua gama de serviços oferecidos<br />

aos associados”, lembra Elizabeth.<br />

Com a abertura da nova agência, a expectativa<br />

é de realização de muitos negócios.<br />

“Nossa projeção é a melhor possível, temos<br />

uma ampla variedade de serviços para empresas<br />

e pessoa física, incluindo aplicações, empréstimos,<br />

seguros, poupança e financiamento<br />

de veículos, além do cartão de crédito, que<br />

se tornou um dos serviços mais rentáveis para<br />

a instituição”, explica.


23<br />

Fotos: Érico Xavier<br />

Equipe de colaboradores da Cooperativa Sicoob Manaus<br />

História | A Credfaz iniciou suas atividades<br />

com um capital social de R$ 5 mil, mas em seu<br />

primeiro ano já apresentou bons resultados.<br />

Criada para atender os funcionários da Secretaria<br />

da Fazenda e seus familiares, em instalações<br />

dentro da Associação dos Servidores<br />

da Sefaz, a instituição financeira enfrentou<br />

grandes desafios, em especial frente aos bancos<br />

concorrentes.<br />

Com a implantação do primeiro sistema<br />

automático, a cooperativa passou a crescer.<br />

Mas sua marca principal, representada pelo<br />

bom atendimento aos cooperados, e o clima de<br />

amizade e de atenção a todas as pessoas que se<br />

dirigem à cooperativa, esteve sempre presente<br />

e continua a fazer parte da instituição.<br />

Com a portabilidade dos salários, instituída<br />

a partir de 2014, a cooperativa apresentou<br />

um desempenho muito acima da média.<br />

“Tivemos um crescimento de 60% em nosso<br />

resultado global”, ressalta.<br />

Com ativos de R$ 22 milhões e uma carteira<br />

de empréstimos de R$ 18 milhões no ano<br />

passado, a diretora prevê números ainda melhores<br />

para os próximos anos. “Como cooperativa,<br />

temos uma função social que é gerar<br />

economia para a comunidade onde estamos<br />

inseridos, visando sustentabilidade e fundamentados<br />

nos princípios que regem o cooperativismo”,<br />

diz.<br />

Durante a inauguração, a diretora leu uma<br />

passagem bíblica (Salmos 126, 4-6). “Esse<br />

mesmo texto foi citado pelo presidente do<br />

Bancoob, Marco Aurélio Almada, há cerca de<br />

dez anos, quando ele ainda era gerente de<br />

uma agência que estava sendo inaugurada”,<br />

recorda. “Da mesma forma com que todo o<br />

Sistema Sicoob cresceu e deu frutos em todos<br />

esses anos, hoje nós plantamos essa semente<br />

e acredito que poderemos vê-la frutificar”,<br />

conclui Elizabeth.<br />

Novas instalações<br />

nova agência está instalada na<br />

A Avenida Mário Ipiranga (antiga<br />

Rua Recife), em região privilegiada no<br />

centro-sul de Manaus, e conta com<br />

área de 330 metros quadrados, em<br />

prédio moderno com três pavimentos<br />

e estacionamento para cooperados. A<br />

cooperativa Sicoob Manaus também<br />

dispõe de um ponto de atendimento<br />

na Associação dos Servidores da<br />

Secretaria da Fazenda.<br />

A diretora-executiva,<br />

Maria Elizabeth Alves<br />

de Castro


24 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

CREDFAZ<br />

Somos todos “fazendários”<br />

A antiga Cooperativa Credfaz foi fundada por<br />

servidores da Secretaria da Fazenda do Amazonas<br />

(Sefaz). Eles são os grandes protagonistas<br />

do sucesso financeiro da instituição, que se<br />

transformou em Cooperativa Sicoob Manaus<br />

Fotos: Sandro André<br />

Prédio da Associação<br />

dos Fazendários, onde<br />

foi aberto o primeiro<br />

posto de atendimento da<br />

cooperativa


25<br />

Três gerações<br />

de cooperados<br />

Raimunda de Souza Barros, a popular “dona<br />

Raimundinha”, é uma das cooperadas mais<br />

antigas da Sicoob Manaus. Auditora aposentada<br />

da Secretaria de Estado da Fazenda, há muitos<br />

anos dona Raimundinha transferiu todas as suas<br />

aplicações para a cooperativa.<br />

“Na época, a cooperativa já funcionava no<br />

prédio da Associação dos Fiscais, então fui<br />

descobrindo as vantagens de trabalhar com a<br />

cooperativa, desde o empréstimo facilitado, as<br />

sobras todo final de ano, o atendimento rápido,<br />

sem filas, e as amizades, hoje tenho muitas<br />

amigas por aqui”, explica.<br />

Raimundinha conta que se deu tão bem com<br />

a cooperativa que decidiu trazer o filho e a nora<br />

para abrirem conta. “Eles são concursados da<br />

Sefaz e deixaram a conta em outro banco pra<br />

trabalharem com a cooperativa”.<br />

E Raimundinha foi mais longe. “Também<br />

abri contas para as minhas netas. Sofia tem<br />

sete anos e Natália tem cinco”, conta. “As duas<br />

poderão no futuro usar o dinheiro da poupança<br />

do Sicoob para estudar, fazer uma viagem ou<br />

realizar algum projeto de vida”, acredita.<br />

Uma calculadora<br />

“insubstituível”<br />

vida do economista Eliezer Aquino não seria a mesma sem a<br />

A calculadora financeira HP12C. No início dos anos 80, a máquina<br />

era considerada uma verdadeira “jóia” por todos os profissionais da<br />

área de Ciências Exatas.<br />

“Essa calculadora sempre foi extremamente eficaz, tanto que<br />

fizemos um “consórcio” entre dez colegas da Sefaz, na época, e a cada<br />

mês um de nós era “contemplado” com o equipamento”, recorda<br />

Eliezer. “Realmente, era bastante cara, mas compensava cada centavo<br />

investido”, confirma.<br />

Formado em Economia e Ciências Contábeis pela Universidade<br />

Federal do Amazonas, Eliezer chegou a trabalhar durante dez<br />

anos no antigo Banco do Estado (BEA). “Eu também era instrutor<br />

de calculadora financeira HP12C, dava treinamento para todos os<br />

funcionários do banco, e mais tarde da Sefaz, e todo o nosso pessoal<br />

utilizava esse equipamento”.<br />

Como ainda não existiam celulares potentes, muito menos os<br />

modernos aplicativos de hoje, a calculadora se encarregava de fazer<br />

os mais complicados cálculos. “Todas as simulações de taxas, prazos<br />

de financiamento, valores das prestações, juros de empréstimos e<br />

tudo mais, eram<br />

feitas com a<br />

HP”, diz.<br />

Eliezer<br />

explica que a<br />

calculadora não<br />

caiu em desuso,<br />

mesmo com o<br />

passar dos anos<br />

e com as novas<br />

tecnologias.<br />

“Pelo contrário,<br />

hoje eu tenho<br />

a HP12C<br />

baixada no meu<br />

smartphone”,<br />

diz. “Ela é<br />

simplesmente<br />

insubstituível”,<br />

arremata.<br />

Poupança para o bebê<br />

Rossclei Batista abriu uma caderneta de poupança na<br />

Cooperativa Sicoob Manaus para o seu bebê. “Resolvi abrir a<br />

conta no início da gravidez”, recorda. “É um investimento para o<br />

futuro”, explica Rossclei, que tem outros dois filhos maiores e uma<br />

neta, Débora.<br />

Paraense de Santarém, Rossclei chegou a Manaus aos 17 anos,<br />

para estudar no colégio agrícola. Formou-se e passou a trabalhar<br />

com jardinagem. Tornou-se cooperada há sete anos. “O Sicoob tem<br />

muitas vantagens, seu atendimento supera em qualidade a todos<br />

os bancos com os quais já trabalhei”, finaliza.<br />

segue


26 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Salário direto na conta<br />

Maria Dorotéa Bernardo do Carmo é auditora fiscal<br />

da Sefaz, em Manaus. Há dez anos, Dorotéa<br />

decidiu abrir uma conta na Cooperativa Credfaz, que<br />

depois se tornaria Cooperativa Sicoob Manaus.<br />

Com a vigência da lei da portabilidade salarial,<br />

solicitou que seu salário fosse depositado pelo<br />

governo diretamente na conta da cooperativa. “Só<br />

trabalho com o Sicoob”, diz. “Aqui sou dona, sou<br />

cooperada, e também já trouxe meu marido e minha<br />

filha para se tornarem associados”.<br />

Entre os motivos apontados por Dorotéa para<br />

trabalhar com a cooperativa, está o baixo custo das<br />

operações e a remuneração das aplicações. “É muito<br />

vantajoso, ajuda a formar um bom capital ao longo dos<br />

anos, é uma segurança para a família”, conta.<br />

A participação nas atividades promovidas pela<br />

instituição é outro ponto que a cooperada elogia<br />

muito. “Estive presente no evento Concred, no ano<br />

passado, e foi muito gratificante fazer parte, fico<br />

muito feliz em ver a participação efetiva das pessoas”,<br />

explica. “Tenho uma confiança muito grande no<br />

Sicoob”, encerra.<br />

Casamento financiado<br />

José Dias de Araújo viu a cooperativa nascer. “Cinco<br />

funcionários da Sefaz começaram a discutir a ideia,<br />

realmente foi uma ideia sensacional”, diz. A Credfaz<br />

cresceu, depois virou Sicoob Manaus. “Em três anos,<br />

aumentou cinco vezes o seu tamanho”, calcula.<br />

“Com o Sicoob, a instituição agregou muitos produtos<br />

novos. Aqui tem poupança, previdência privada, cheque<br />

especial, cartão de crédito e débito, portabilidade<br />

salarial”, diz. “Até a festa de casamento da minha filha eu<br />

pude financiar pela cooperativa”, recorda.<br />

“Quem é de fora e está acostumado com o tratamento<br />

de outras instituições talvez não acredite, mas aqui as<br />

pessoas te tratam pelo nome, com carinho e amizade”,<br />

conta. “Mas a cooperativa também sabe dizer não, sempre<br />

que é preciso”, alerta. “A fiscalização do Banco Central<br />

também é algo digno de ser ressaltado”, acrescenta.<br />

Nascido em Itacoatiara, no interior do estado, José<br />

Dias é<br />

técnico em<br />

arrecadação<br />

do Tesouro<br />

Estadual.<br />

Ele destaca<br />

aquilo que<br />

considera<br />

o principal<br />

“produto”<br />

oferecido pela<br />

cooperativa:<br />

“é o<br />

tratamento<br />

de qualidade”,<br />

dispara.<br />

Solidariedade<br />

com as crianças<br />

técnico em finanças Azemar Contreiras Maciel<br />

O destaca o lado solidário do Sicoob Manaus. “A<br />

cooperativa tem feito um bom trabalho, exemplo é a<br />

arrecadação que faz todos os anos para o natal das<br />

crianças carentes, além de outras atividades”, lembra.<br />

Azemar afirma que é “um defensor da cooperativa<br />

desde a fundação”. E lembra: “Já tive conta em<br />

diversos bancos, onde os juros eram muito elevados e a<br />

burocracia bem complicada”, diz. “Acredito que o Sicoob<br />

faz toda diferença”.<br />

Manauara da Praça 14, um dos bairros mais tradicionais da capital do Amazonas, Azemar elogia o atendimento no<br />

Sicoob, que sempre é feito “na hora em que o associado precisa”. E conclui: “aqui na cooperativa, me sinto em casa”.


27<br />

Manaus<br />

Cooperativismo no Amazonas<br />

presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Magalhães Júnior, fala sobre o<br />

O crescimento do cooperativismo de crédito no estado do Amazonas. Na entrevista<br />

a seguir, Petrucio ressalta a atuação do Sistema Sicoob Norte, que está ampliando sua<br />

área de abrangência, com a inauguração de novas agências em Manaus e também em<br />

localidades do interior do estado, como Apuí e Matupi.<br />

O cooperativismo de crédito está crescendo<br />

muito no Brasil. Como o sr. avalia o desempenho<br />

desse sistema em Manaus e no estado<br />

do Amazonas?<br />

De fato, o cooperativismo de crédito teve um desempenho<br />

formidável em 2014. Os ativos totais<br />

das cooperativas financeiras cresceram mais de<br />

20 % em relação ao mesmo indicador em 2013.<br />

No Norte do país e, especialmente no Amazonas,<br />

o crescimento também acompanhou a<br />

média nacional. Entretanto, em nosso estado<br />

as cooperativas de crédito estão concentradas<br />

na capital, Manaus, e isso se deve a pujança<br />

econômica do pólo industrial da Zona Franca<br />

de Manaus.<br />

Mas a região metropolitana da capital e<br />

alguns municípios que são polos de desenvolvimento<br />

no interior do estado também oferecem<br />

ambiente propício para o desenvolvimento<br />

das cooperativas financeiras.<br />

O Sistema Sicoob Norte está ampliando<br />

suas atividades na capital e também no<br />

interior do estado, com a inauguração de<br />

diversas agências. Quais são as vantagens<br />

do cooperativismo de crédito para a população<br />

em geral?<br />

Entendo que a democratização e o acesso aos<br />

serviços financeiros com juros adequados às<br />

pessoas seja a principal vantagem. Temos<br />

municípios no estado que não dispõem de nenhuma<br />

agência bancária e as cooperativas podem<br />

ser a solução para muitos desses locais,<br />

sobretudo, operacionalizando programas e<br />

políticas públicas de desenvolvimento, como<br />

por exemplo, na aplicação do PRONAF, Programa<br />

Nacional de Fortalecimento da Agricultura<br />

Familiar, entre outros.<br />

Quais são as principais ações efetivadas pela<br />

OCB no sentido de estimular o cooperativismo<br />

de crédito no estado do Amazonas?<br />

O Sistema OCB - Organização das Cooperativas<br />

Brasileiras juntamente com o Sescoop -<br />

Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo,<br />

a CNCoop - Confederação Nacional<br />

das Cooperativas e as organizações estaduais<br />

estão permanentemente representando, defendendo<br />

e apoiando as cooperativas financeiras<br />

juntos aos três poderes constituídos:<br />

Executivo, Legislativo e Judiciário.<br />

Essa articulação é feita de maneira organizada<br />

e coordenada nas reuniões do CECO<br />

- Conselho Especializado das Cooperativas de<br />

Crédito que funciona dentro da OCB em Brasília.<br />

Esse conselho é composto pelas lideranças<br />

e legítimos representantes dos Sistemas<br />

de Crédito que definem as estratégias e todas<br />

as demandas que serão apoiadas pelo Sistema<br />

OCB e pela Frencoop - Frente Parlamentar do<br />

Cooperativismo composta por parlamentares<br />

supera-partidários. O trabalho é intenso e o<br />

compromisso é com o cooperativismo.<br />

Temos municípios no estado que não dispõem<br />

de nenhuma agência bancária e as cooperativas<br />

podem ser a solução para muitos desses locais<br />

Cabe ainda o meu registro e<br />

reconhecimento ao trabalho<br />

desenvolvido pela Central Sicoob Norte,<br />

presidida pelo empresário Ivan Capra,<br />

junto com os conselheiros e colaboradores<br />

que não medem esforços para<br />

desenvolver as cooperativas<br />

financeiras no Norte do país.<br />

Prova disso foi a realização<br />

do CONCRED, no ano<br />

passado em Manaus, e a<br />

atuação permanente da<br />

Central em disseminar<br />

a cultura do<br />

cooperativismo<br />

na região<br />

Petrucio Magalhães Júnior


28 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

empresário Durval Braga Neto, da escola<br />

O de idiomas Alliance Manaus, foi um dos<br />

primeiros empreendedores a se associar à Cooperativa<br />

Sicoob Manaus após a instituição<br />

passar a operar no sistema de livre admissão.<br />

Durval assinou sua ficha de cooperado no ano<br />

passado. “O Sicoob Manaus é o padrinho financeiro<br />

dos novos projetos de ensino da Alliance”,<br />

explica.<br />

Mas quem conhece de perto o sucesso alcançado<br />

pela empresa não faz ideia dos desafios<br />

enfrentados em seu início. Tudo começou<br />

em uma pequena sala alugada por Durval junto<br />

com um sócio, em 1996.<br />

“Éramos dois professores de inglês e nosso<br />

foco estava voltado no ensino do idioma aos<br />

funcionários de empresas multinacionais da<br />

zona industrial de Manaus”, conta. “Fizemos<br />

um empréstimo pessoal na época, no valor de<br />

R$ 2,5 mil, para mobiliar a sala”, recorda.<br />

A parceria dos dois professores funcionou<br />

e, apenas três anos depois, Durval decidiu amensino<br />

Fotos: Érico Xavier<br />

Inglês para<br />

o futuro<br />

Escola de idiomas<br />

de Manaus, com<br />

foco no ensino do<br />

inglês de negócios<br />

para executivos<br />

de multinacionais,<br />

inova em programa<br />

pioneiro para jovens<br />

de escolas públicas


29<br />

Projeto Amazonas Bilíngue<br />

Alliance atende o público adulto, mas sem deixar de lado a<br />

A formação dos mais jovens. Em 2013, a escola foi vencedora<br />

num processo de licitação da Secretaria de Educação do Estado<br />

do Amazonas, dentro do projeto Amazonas Bilíngue.<br />

O projeto é pioneiro no estado e atende cerca de mil jovens por<br />

ano. São estudantes oriundos de escolas da rede pública em diversos<br />

municípios do estado. Os alunos têm a oportunidade de estudar<br />

inglês, com material didático gratuito e um curso online incluído.<br />

O projeto também abre a oportunidade para 400 alunos terem<br />

acesso a um exame de proficiência, com certificação internacional.<br />

Anualmente, os quarenta estudantes com melhores resultados no<br />

exame participam de um intercâmbio de duas semanas no Canadá,<br />

para aprimorar o aprendizado da língua.<br />

A partir do sucesso desse projeto, Durval acredita que outras<br />

iniciativas poderão surgir. “O Sicoob Manaus foi o nosso grande<br />

parceiro financeiro dentro do Amazonas Bilíngue e já temos em<br />

mente novas iniciativas na área educacional”, diz. “Contamos<br />

com o apoio do Sicoob em todos os nossos programas”.<br />

O Sicoob Manaus foi o<br />

nosso grande parceiro<br />

financeiro dentro do Amazonas<br />

Bilíngue e já temos em mente<br />

novas iniciativas na área<br />

educacional. Contamos com o<br />

apoio do Sicoob em todos os<br />

nossos programas”<br />

Durval Braga Neto<br />

pliar o negócio. Em São Paulo, conheceu a rede CNA, e trouxe a<br />

franquia para Manaus. O sucesso foi imediato. “Em quatro anos,<br />

já tínhamos mais de mil alunos”.<br />

Mas o empresário queria manter o foco no inglês para executivos.<br />

Em 2004, resolveu vender sua parte na franquia da CNA e<br />

abriu sua própria escola de inglês, a Alliance Manaus, com um público<br />

voltado para negócios. Deu certo. Atualmente, a escola possui<br />

modernas instalações, em prédio de 1.200 metros quadrados,<br />

com dez salas de aula.<br />

“Hoje temos perto de 100 colaboradores, a maioria professores,<br />

e atendemos cerca de 50 empresas do pólo industrial”,<br />

diz. “Em dez anos de existência, a Alliance já recebeu mais de<br />

3.500 alunos vindos dessas empresas”.<br />

O empresário ressalta que aprender inglês é imprescindível<br />

para não ficar de fora do mercado de trabalho, cada vez mais globalizado.<br />

“Hoje, praticamente todas as profissões demandam o<br />

conhecimento do inglês, e em muitas é impossível avançar sem o<br />

domínio do idioma”, diz. “Para atuar numa empresa multinacional,<br />

dependendo da função, de início o profissional terá de cursar<br />

no mínimo 250 horas de aula de inglês”, observa.


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32 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Manaus<br />

Espírito empreendedor<br />

Cooperativa Credempresas funciona ao lado do prédio<br />

da Fecomércio, em Manaus, e atende público formado<br />

por empresários, com vantagens exclusivas<br />

Cooperativa Sicoob Credempresas, de<br />

A Manaus, já nasceu com vocação para o<br />

empreendedorismo. Criada em 2009, tendo<br />

como berço a Federação do Comércio do Estado<br />

do Amazonas (Fecomércio), a cooperativa<br />

tem todas as suas atenções voltadas para o<br />

empresariado do estado.<br />

A cooperativa de crédito passou a funcionar<br />

numa agência instalada em anexo ao prédio<br />

da Fecomércio, em Manaus. Hoje, a instituição<br />

conta com cerca de 300 cooperados.<br />

O diretor-presidente da Cooperativa Sicoob<br />

Credempresas, Enock Luniére Alves, lembra<br />

que a instituição passa por um momento de<br />

crescimento.<br />

“Temos uma instituição rentável e de forte<br />

solidez”, destaca. “Acumulamos uma carteira<br />

de R$ 12 milhões em ativos e estamos em processo<br />

de ampliação de nossa sede, junto à Fecomércio,<br />

além da implantação de um ponto<br />

de atendimento dentro de um shopping center<br />

da zona leste de Manaus”, ressalta.<br />

Com mais de quarenta anos de trabalho<br />

dentro do sistema financeiro de Manaus,<br />

Enock permaneceu por três décadas no antigo<br />

Banorte e, durante dez anos, ocupou uma cadeira<br />

como diretor do Banco Safra.<br />

Em todo esse tempo, o diretor acumulou<br />

larga experiência para iniciar o projeto de cooperativismo<br />

de crédito da Sicoob Credempresas,<br />

a partir de 2009. “A cooperativa tem uma vocação<br />

para atender o micro e pequeno empresário<br />

manauara e de todo o nosso estado”, revela.<br />

Enock, que também ocupa os cargos de diretor-tesoureiro<br />

da Fecomércio, membro efetivo<br />

do Conselho Fiscal do Sebrae e membro<br />

do Conselho de Recursos Fiscais da Secretaria<br />

de Estado da Fazenda, faz uma projeção de<br />

crescimento financeiro da cooperativa para<br />

os próximos dois anos.<br />

Temos uma<br />

instituição rentável<br />

e de forte solidez<br />

Enock Luniére Alves


33<br />

Cooperativa<br />

terá novos<br />

pontos de<br />

atendimento<br />

em 2015<br />

Vantagens | O gerente administrativo<br />

da Cooperativa Sicoob Credempresas, Djalma<br />

Alves de Araújo Filho, lembra que “todos são<br />

empresários e recebem atendimento personalizado,<br />

com direito a taxas de juros diferenciadas<br />

e alguns benefícios que só o cooperativismo<br />

de crédito oferece, como por exemplo,<br />

menor tributação do IOF”, afirma Djalma.<br />

Os empresários cooperados à Sicoob Credempresas<br />

dispõem de outros benefícios exclusivos,<br />

como o recebimento de sobras, de acordo<br />

com a movimentação financeira no período.<br />

“São valores que a cooperativa devolve anualmente<br />

aos cooperados”, ressalta. “Além disso,<br />

todos os recursos ajudam a gerar negócios e<br />

criar empregos dentro da nossa cidade”, diz.<br />

Djalma destaca que, além dos empresários,<br />

todos os funcionários da empresa também<br />

podem ser cooperados e desfrutar dos<br />

benefícios da cooperativa, que está em fase<br />

de expansão.<br />

Recursos ajudam a gerar negócios e criar<br />

empregos dentro da nossa cidade<br />

Djalma Alves de Araújo Filho<br />

Equipe da Cooperativa Sicoob Credempresas, de Manaus<br />

Prédio da Federação do<br />

Comércio do Amazonas


34 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Fotos: Sandro André<br />

construção<br />

O empresário<br />

Manacir Porto dos<br />

Santos Filho, do<br />

Grupo Aquarela<br />

Acabamento de primeira<br />

Com origem e tradição familiares, grupo empresarial<br />

se destaca com revenda de materiais e construtora<br />

de condomínios residenciais em Manaus


35<br />

Foram trazidos<br />

materiais do Brasil<br />

inteiro para fazer<br />

a decoração dos<br />

ambientes internos<br />

da loja<br />

Especializado na revenda de materiais<br />

de construção de elevado nível de sofisticação,<br />

com mais de três décadas de presença<br />

no mercado consumidor de Manaus,<br />

o Grupo Aquarela também se destaca na<br />

construção de condomínios residenciais<br />

de alto padrão na capital do Amazonas.<br />

A loja é referência na cidade, principalmente<br />

no atendimento ao público das<br />

classes A-B e entre os profissionais do<br />

ramo, como projetistas, arquitetos e decoradores,<br />

justamente pela qualidade dos<br />

materiais de acabamento.<br />

“Estamos ampliando nossa loja e trouxemos<br />

materiais do Brasil inteiro para fazer<br />

a decoração dos ambientes internos,<br />

exatamente da maneira como planejamos”,<br />

conta o empresário Manacir Porto<br />

dos Santos Filho. Ele destaca o crescimento<br />

da empresa, que tem origem e tradição<br />

familiares: o pai fundou a loja de materiais<br />

de construção, que hoje é dirigida por Manacir<br />

e seu irmão.<br />

Ambos também são sócios na construtora,<br />

que conta com mais de 15 anos de<br />

atividades e acaba de concluir um condomínio<br />

residencial de alto padrão na capital.<br />

“São 18 residências com cerca de 170<br />

metros quadrados, construídas de maneira<br />

personalizada”, explica. O próximo projeto<br />

é um condomínio fechado de 90 residências<br />

de alto padrão, em região privilegiada.<br />

Ao todo, o grupo conta com mais de 50 colaboradores<br />

diretos.<br />

Habituado a trabalhar com instituições<br />

financeiras, o empresário é associado<br />

à Cooperativa Sicoob Credempresas.<br />

“O cooperativismo de crédito do Sicoob<br />

é uma das melhores invenções que poderiam<br />

ter sido criadas nesta área”, diz.<br />

“Nas instituições convencionais, os clientes<br />

são, na maioria dos casos, apenas números<br />

na tela de um computador, e esta<br />

é uma das diferenças para a cooperativa,<br />

que trata seus associados de maneira personalizada”,<br />

compara.<br />

O cooperativismo de crédito<br />

do Sicoob é uma das melhores<br />

invenções que poderiam ter sido<br />

criadas nesta área<br />

Manacir Porto dos Santos Filho


36 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

móveis<br />

Projetos personalizados<br />

Empresa de Manaus possui expertise na fabricação<br />

de móveis sob medida para residências<br />

e escritórios, além da representação exclusiva<br />

de grandes marcas nacionais do segmento<br />

segmento de móveis residenciais e comerciais<br />

planejados, de alto padrão, com<br />

O<br />

tecnologia e sofisticação e de acordo com o<br />

estilo de cada consumidor, é a especialidade<br />

da empresa Móveis Multimarcas, de Manaus.<br />

A empresa fabrica móveis sob medida para<br />

consumidores de de todo o estado do Amazonas<br />

e também representa uma das principais<br />

indústrias nacionais deste segmento.<br />

“Dispomos de uma unidade industrial<br />

para produção de móveis residenciais de alto<br />

padrão de acabamento, em Manaus, através<br />

de nossa marca Projettare Planejados, e também<br />

somos representantes exclusivos dos<br />

produtos Celmar, uma das mais renomadas<br />

e tradicionais indústrias nacionais de móveis<br />

planejados do país”, revela o empresário Teófilo<br />

Gomes da Silva Neto.<br />

Com mais de trinta anos de atuação no<br />

mercado, a empresa também fabrica e revende<br />

toda linha de móveis para escritório sob<br />

medida para empresas. “Projetamos e mobiliamos<br />

grandes indústrias de Manaus, como<br />

Samsung e LG, e também atendemos empresas<br />

de todos os perfis”, exemplifica. “Nosso<br />

público é formado por empresas e consumidores<br />

das classes A-B, que podem conhecer<br />

toda linha através do nosso show-room”, diz.<br />

Fotos: Érico Xavier


37<br />

A empresa fabrica móveis personalizados com requinte, sofisticação<br />

e garantia estendida. “Nosso cliente tem a opção de escolher<br />

pelos móveis da marca Celmar, de fabricação nacional, ou da<br />

Projettare, ambas com alto padrão de acabamento”, explica. “No<br />

caso da Projettare, mesmo sendo uma empresa local, utilizamos<br />

somente chapas de qualidade superior, em MDF-18, de marcas<br />

consagradas como Duratex, Eucatex e Berneck”, ressalta.<br />

Teófilo Gomes da Silva Neto, que também é membro do Conselho<br />

de Administração da Cooperativa Sicoob Credempresas,<br />

diretor da Fecomércio e co-fundador do Sebrae do Amazonas,<br />

lembra que é importante contar com a parceria de uma instituição<br />

como o Sicoob. “Sou empresário e conheço muito bem os<br />

desafios de quem trabalha na iniciativa privada, nesse sentido o<br />

Sicoob é o grande parceiro do empreendedor”, confirma.<br />

Tradição em inovação<br />

Com mais de 60 anos de mercado,<br />

a Celmar é hoje uma referência<br />

entre as mais importantes indústrias do<br />

setor moveleiro. A qualidade de seus<br />

produtos está associada à matéria–<br />

prima utilizada e a alta tecnologia dos<br />

equipamentos, muitos deles importados<br />

da Europa, e que resultam em produtos<br />

de ótimo acabamento e qualidade.<br />

A preocupação com o meio<br />

ambiente é uma constante, por isso só<br />

são utilizadas chapas provenientes de<br />

florestas renováveis, ecologicamente<br />

manejadas e com o Selo Verde (FSC).<br />

Mas a indústria também é referência<br />

em inovação. A Celmar foi a primeira<br />

fábrica do Brasil a produzir armários<br />

embutidos em série. Também foi a<br />

inventora da cama com gavetas, tendo<br />

desfrutado por 10 anos da exclusividade<br />

concedida pela patente conquistada<br />

junto ao INPI.<br />

Desenvolveu e patenteou o<br />

sistema de cama giratória e embutida<br />

em armários, conhecida como<br />

Versátile, para ampliação do espaço<br />

de dormitórios. Criou a cama-box com<br />

estrado articulado, tipo basculante,<br />

acionado por molas e pistões, com<br />

patente requerida ao INPI no início<br />

da década de 80. Além disso, possui<br />

diversas patentes de produtos,<br />

ferragens e sistema de montagem.<br />

Nosso público<br />

é formado<br />

por empresas e<br />

consumidores das<br />

classes A-B, que<br />

podem conhecer<br />

toda linha através do<br />

nosso show-room<br />

Teófilo Gomes da Silva Neto


38 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

licitações<br />

Construindo<br />

para o governo<br />

Especializada na execução de obras destinadas<br />

a órgãos públicos federais, empresa já construiu<br />

até um bairro inteiro em Manaus<br />

Fotos: Érico Xavier


39<br />

engenheiro civil Frederico Araújo Vieiralves<br />

atua na construção civil há quase<br />

O<br />

quatro décadas. Ele é sócio da Construtora Elpar,<br />

que tem como foco as licitações de obras<br />

do governo federal em Manaus.<br />

“Chegamos a construir um bairro inteiro,<br />

o Novo Aleixo, em 1994”, recorda. “Fizemos<br />

todo o trabalho de arruamento, asfalto e eletrificação<br />

do bairro, que tinha na época cerca<br />

de 130 casas”, diz. “Hoje, esse bairro já tem<br />

mais de três mil casas”, calcula.<br />

Trabalhar com licitações é um nicho de<br />

mercado que, como qualquer atividade eco-<br />

nômica, necessita de conhecimento. “É preciso<br />

estar sempre atento aos editais de chamamento<br />

das obras e aos prazos”, afirma.<br />

“A rapidez com que um processo é realizado<br />

depende basicamente da burocracia de cada<br />

órgão”, explica.<br />

No início do ano, a construtora executou a<br />

estrutura metálica que sustenta a cobertura do<br />

prédio da Eletrobras. Em paralelo, promoveu<br />

a reforma da cobertura do prédio da Fiocruz e<br />

as obras de revestimento interno e externo do<br />

Hospital da Zona Norte.<br />

Atualmente, a empresa trabalha na construção<br />

de dois pavilhões para a Universidade<br />

Federal do Amazonas. Com mais de 60<br />

colaboradores diretos, a construtora opta<br />

por trabalhar com máquinas e equipamentos<br />

alugados. “É mais interessante economicamente”,<br />

diz.<br />

Suplente do Conselho Fiscal da Cooperativa<br />

Sicoob Credempresas, Frederico Araújo<br />

Vieiralves destaca a parceria do empresariado<br />

com a instituição. “Na cooperativa, cada associado<br />

é dono”, conclui.<br />

Entre dezenas de serviços realizados, a<br />

construtora executou, no início do ano,<br />

a estrutura metálica que sustenta a cobertura<br />

do prédio da Eletrobras, em Manaus<br />

Frederico Araújo Vieiralves


40 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

gestão<br />

Transição planejada<br />

Empresário tradicional do segmento de peças,<br />

equipamentos e serviços de refrigeração de<br />

Manaus começa a preparar a segunda geração<br />

de gestores da empresa<br />

Fotos: Érico Xavier<br />

empresário Renato Aguiar Dias<br />

O é um dos pioneiros no segmento<br />

de comércio e serviços de refrigeração<br />

de Manaus. Há cerca de trinta<br />

anos, ele criou a Genial Refrigeração,<br />

que atende estabelecimentos comerciais<br />

e consumidores finais, com a<br />

venda de peças e equipamentos em<br />

geral. A empresa também oferece<br />

assistência técnica especializada em<br />

grandes marcas para todo o estado<br />

do Amazonas.<br />

Um dos principais segmentos da<br />

empresa é a linha de aparelhos de<br />

ar-condicionado. A Genial também<br />

distribui peças para toda a linha de<br />

refrigeração, que inclui freezers,<br />

bebedouros, refrigeradores e equipamentos<br />

para ventilação. Trabalha<br />

ainda com peças para lavadoras,<br />

secadoras, fornos de micro-ondas e<br />

aparelhos de aquecimento.<br />

A empresa oferece ainda uma<br />

variedade muito grande de equipamentos<br />

voltados para a gastronomia,<br />

atendendo o segmento de<br />

bares, hotéis, restaurantes e lanchonetes.<br />

De acordo com o empresário<br />

Renato Aguiar Dias, a empresa<br />

possui de mais de 10 mil itens em<br />

estoque, disponíveis num prédio de<br />

três andares em Manaus.<br />

Ele destaca os serviços de instalação,<br />

manutenção e assistência<br />

técnica autorizada em aparelhos<br />

de ar-condicionado, que são fabricados<br />

no distrito industrial de Manaus,<br />

além da comercialização de<br />

peças e equipamentos de diversas<br />

linhas, incluindo estabelecimentos<br />

comerciais e consumidores residenciais.<br />

O empresário Renato Aguiar Dias, com o genro<br />

Cláudio Ribeiro e a filha Renata Alcântara<br />

Transição | Renato Aguiar Dias<br />

explica que a empresa se aproxima<br />

de completar três décadas de ativi-


41<br />

dades e que o momento é de transição. “Como<br />

acontece em toda empresa, chegará a hora de<br />

passar o bastão para os meus filhos”, avalia.<br />

A empresa é de origem familiar. Renato e<br />

a esposa são os únicos sócios. O empresário<br />

prepara a empresa para o momento em que o<br />

filho, filha e genro poderão assumir a gestão.<br />

“Pessoalmente, essa etapa tem sido de muito<br />

estudo e inclui também muito treinamento<br />

interno e externo de todos os colaboradores”,<br />

diz. “As coisas estão sendo feitas de maneira<br />

lenta e gradual, para preparar a segunda geração<br />

de gestores da empresa”.<br />

A empresa dispõe de modernos sistemas<br />

automatizados e informatizados, que facilitam<br />

a execução e também o controle de todos<br />

os processos. “Isso nos permite um pouco<br />

mais de tempo disponível para discutir o<br />

planejamento estratégico da empresa para os<br />

próximos anos”, avalia.<br />

O planejamento já vem rendendo resultados<br />

de maneira prática na empresa. “Éramos<br />

fortes na venda de produtos, e com os estudos<br />

acabamos optando por investir na distribuição<br />

de peças, que vem sendo um novo e importante<br />

nicho de mercado para a empresa”.<br />

Economista por formação e sócio-fundador<br />

da Cooperativa Sicoob Credempresas, de<br />

Manaus, Renato Aguiar Dias é também diretor<br />

da Fecomércio. “O cooperativismo do Sicoob<br />

é importante, pois fortalece o empresariado e<br />

apoia fortemente o desenvolvimento das regiões<br />

em que atua”, resume.


42 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Foto: Shutterstock.com<br />

crise<br />

Enfrentando a tempestade<br />

É nesse cenário de crise que o sistema de cooperativas<br />

se apresenta como alternativa para quem precisa<br />

de ajuda e incentivo para os negócios<br />

Qual o tamanho da crise financeira enfrentada<br />

pelo país? De que modo o cooperativismo<br />

de crédito pode atuar? Essas e outras<br />

questões são analisadas pelo diretor-presidente<br />

do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob),<br />

Marco Aurélio Almada.<br />

Administrador de Empresas, com mais de<br />

trinta anos de atividade profissional, Almada<br />

já viveu inúmeras crises econômicas no Brasil.<br />

Ele lembra uma citação do ex-ministro Delfim<br />

Neto, que deu ao complexo cenário atual, o<br />

nome de “tempestade perfeita”.<br />

“A consequência imediata desse quadro<br />

tem sido uma postura conservadora e defensiva<br />

por parte de investidores e banqueiros”,<br />

diz Almada, que reúne em seu currículo um<br />

MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC,<br />

além de especializações em Gestão Estratégica<br />

de Custos pela Oklahoma Baptist University,<br />

nos EUA, e Monitoria e Avaliação de<br />

Projetos pela Inwent, na Alemanha.<br />

Dentro do cooperativismo de crédito,<br />

já ocupou os cargos de superintendente da<br />

Confederação Nacional do Sicoob e diretor<br />

do Fundo Garantidor do Sicoob (FGS). Desde<br />

março de 2009, é diretor-presidente do<br />

Bancoob.<br />

Na entrevista a seguir, ele faz uma análise<br />

bastante detalhada sobre a atual crise econômica<br />

brasileira e aponta o cooperativismo de<br />

crédito como alternativa natural para o país<br />

voltar a estimular o setor produtivo.


43<br />

No atual cenário de crise econômica do país,<br />

com juros altos e restrição ao crédito, o cooperativismo<br />

de crédito pode ser uma solução?<br />

É notório que estamos num momento político<br />

de razoável complexidade. Faz parte da agenda<br />

do Palácio do Planalto o enfrentamento de<br />

pelo menos seis crises paralelas e simultâneas:<br />

1) Crise econômica, potencializada por falhas<br />

de gestão, notadamente, do Ministério<br />

da Fazenda no passado recente, e sua<br />

consequente repercussão nos indicadores<br />

econômicos, sobretudo, a inflação e baixo<br />

crescimento econômico;<br />

2) Crise política, agravada por dificuldade<br />

de relacionamento do Palácio do Planalto<br />

com sua base aliada, levando a dificuldade<br />

de alinhamento de prioridades entre o<br />

poder executivo e o legislativo, o que dificulta<br />

a aprovação de medidas importantes<br />

para vencermos as dificuldades inerentes<br />

à economia;<br />

3) Crise de credibilidade da máquina pública,<br />

proveniente dos sucessivos escândalos<br />

de corrupção, principalmente, o que<br />

envolve a Petrobras;<br />

4) Crise hídrica, sobre a qual o governo não<br />

se responsabiliza, mas que tem impacto<br />

negativo na produção do agronegócio e da<br />

indústria;<br />

5) Crise de energia, provocada por problemas<br />

ambientais, mas agravada pelo intervencionismo<br />

do governo;<br />

6) Potencial crise advinda da reversão das<br />

políticas de juros baixos da dívida pública<br />

dos Estados Unidos e da queda do preço<br />

das commodities no mercado internacional,<br />

que interferem negativamente na<br />

manutenção de nossas reservas internacionais<br />

e, indiretamente, em nossa perspectiva<br />

de crescimento econômico, o que<br />

foi agravado pelas diretrizes de política<br />

externa e pela dificuldade que o Itamaraty<br />

tem enfrentado.<br />

À soma dessas seis crises, o ex-ministro<br />

Delfim Neto, com a perspicácia que lhe é peculiar,<br />

deu o nome de “tempestade perfeita”.<br />

A consequência imediata desse quadro tem<br />

sido uma postura conservadora e defensiva<br />

por parte de investidores e banqueiros.<br />

Na medida em que o quadro vai se revertendo,<br />

aos poucos, o otimismo vai voltando,<br />

trazendo consigo novas possibilidades de<br />

crescimento econômico, restabelecimento da<br />

confiança e normalidade ao mercado.<br />

Historicamente, são em momentos como<br />

este que o cooperativismo financeiro mostra<br />

o seu valor. Somos um instrumento para a<br />

superação de dificuldades. Posicionamo-nos<br />

ao lado do cooperado que quer trabalhar e<br />

superar os desafios.<br />

No momento que os bancos, por conservadorismo,<br />

tornam-se restritivos ao crédito,<br />

não em função do risco do tomador, mas em<br />

função das condições econômicas, nós avançamos,<br />

apoiamos nossos cooperados atuais e<br />

atraímos novos. Assim temos crescido e ganhado<br />

mercado. Isto não quer dizer que não<br />

tenhamos obstáculos, mas que avançamos<br />

com firmeza para superá-los.<br />

No momento, nossa maior apreensão refere-se<br />

às mudanças nas políticas de subsídios<br />

públicos para linhas de Crédito Rural e BN-<br />

DES. Nestes dois pontos os bancos convencionais<br />

pressionam para o governo subir as taxas<br />

para os tomadores finais, enquanto nós propugnamos<br />

pela manutenção das taxas, mantendo<br />

nossa tradição de estar do lado do tomador<br />

e não do banqueiro. É nesse cenário de<br />

crise que o sistema de cooperativas se apresenta<br />

como alternativa para quem precisa de<br />

ajuda e incentivo para os negócios.<br />

segue<br />

Historicamente, são em momentos como<br />

este que o cooperativismo financeiro<br />

mostra o seu valor. Somos um instrumento para<br />

a superação de dificuldades<br />

Marco Aurélio Almada, diretor-presidente do Bancoob


44 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Quais seriam as vantagens do sistema em relação<br />

ao modelo financeiro tradicional?<br />

Os bancos convencionais estão mantendo uma<br />

postura conservadora com relação ao crédito.<br />

Alguns estão até cortando limites. Nós, ao contrário!<br />

Por sermos comprometidos com nossos<br />

cooperados, continuamos avançando. O mesmo<br />

aconteceu na crise de 2008. Os bancos reduziram<br />

e nós mantivemos nosso ritmo!<br />

O cooperativismo financeiro tem o comprometimento<br />

de promover a inclusão financeira,<br />

impulsionar o desenvolvimento<br />

regional e oferecer produtos e serviços financeiros<br />

a preços justos aos associados. Assim,<br />

buscamos o alcance de nossa visão, que é de<br />

nos tornar a principal instituição financeira<br />

do associado. Não queremos que nenhum cooperado<br />

nosso tenha que ter conta em outro<br />

banco porque faltam produtos financeiros na<br />

sua cooperativa.<br />

Atualmente, as cooperativas do Sicoob disponibilizam<br />

aos associados não só operações<br />

de crédito, mas também cartões de crédito,<br />

de débito e pré-pago, captação de poupança e<br />

LCA, consórcios, previdência complementar,<br />

seguros, cobrança bancária e maquininhas<br />

de captura de transações com cartões. Estamos<br />

disponíveis via Internet, aplicativos para<br />

Smartphones e TV Banking. Para o ano de<br />

2015, estamos trabalhando para operarmos<br />

com crédito imobiliário.<br />

Somos comprometidos não só em oferecer<br />

boas taxas de juros e baixas tarifas de prestação<br />

de serviços. Também procuramos atender<br />

consultivamente nosso cooperado e apoiá-lo<br />

com mais eficiência na utilização de nossos<br />

produtos. Trabalhamos com três pilares: preço,<br />

qualidade e facilidade. Tudo isso reúne<br />

em vantagem do cooperativismo financeiro e<br />

contribui para o nosso avanço.<br />

Um estudo realizado pela Organização Internacional<br />

do Trabalho mostra que o cooperativismo<br />

consegue gerar desenvolvimento e<br />

distribuir riquezas de modo muito mais eficiente.<br />

No caso brasileiro, o que falta para<br />

que esse modelo tenha uma presença maior?<br />

De fato, nosso modelo tem características que<br />

o tornam diferenciado tanto na geração de benefícios<br />

específicos para os nossos cooperados<br />

como para as comunidades onde estão inseridos.<br />

A face mais visível dos nossos diferenciais<br />

está na forma de distribuir resultados.<br />

No nosso caso, o fazemos proporcional à<br />

movimentação que o cooperado mantém conosco<br />

e não em função do capital empregado,<br />

como ocorre em empresas convencionais.<br />

Assim, nossos resultados são democratizados.


45<br />

Embora existindo no Brasil desde 1902, foi só depois de 1980 que<br />

o cooperativismo passou a contar com o apoio das autoridades<br />

públicas via regulamentação e supervisão<br />

Marco Aurélio Almada, diretor-presidente do Bancoob<br />

E toda a comunidade é beneficiada no momento<br />

em que, ao aplicar os recursos captados<br />

na própria praça, além de trazermos recursos<br />

de fora, dinamizamos a economia local<br />

e geramos boas oportunidades de emprego.<br />

No Brasil, ainda não somos tão conhecidos<br />

por estarmos operando de forma estruturada<br />

e regulamentada há pouco tempo. Mas, o importante<br />

é que estamos crescendo acima do<br />

mercado e com nosso avanço, estamos disseminando<br />

cada vez mais o cooperativismo.<br />

Na Europa, em países como a Alemanha e a<br />

Espanha, o cooperativismo de crédito tem<br />

uma participação de mercado superior à dos<br />

grandes bancos. Esse exemplo pode ser seguido<br />

também no Brasil? Pode-se dizer que é<br />

apenas uma questão de tempo?<br />

O cooperativismo de crédito europeu teve início<br />

no século 19, com o surgimento da primeira<br />

cooperativa na Alemanha. No Brasil, as cooperativas<br />

apareceram apenas no século 20 por<br />

iniciativa de imigrantes que trouxeram de seus<br />

países de origem a bagagem cultural e a experiência<br />

de atividades familiares comunitárias.<br />

A diferença de tempo de implantação é<br />

muito grande, interferindo no tamanho das cooperativas.<br />

Uma coisa é uma cooperativa com<br />

150 anos de crescimento, outra é uma cooperativa<br />

com menos de 20 anos de crescimento.<br />

Embora existindo no Brasil desde 1902,<br />

foi só depois de 1980 que o cooperativismo<br />

passou a contar com o apoio das autoridades<br />

públicas via regulamentação e supervisão. Em<br />

1995 foram autorizados os bancos cooperativos<br />

que alavancaram a organização sistêmica.<br />

Produziram novos produtos e serviços e criaram<br />

as bases para o desenvolvimento atual.<br />

A maioria das cooperativas brasileiras, hoje,<br />

tem cerca de 20 anos de existência.<br />

Sob essa constatação histórica, verificamos<br />

que o cooperativismo financeiro, no modelo<br />

em vigor, é muito jovem e por isso ainda<br />

relativamente pequeno e desconhecido. No<br />

entanto, nos últimos 10 anos apresentou uma<br />

taxa de crescimento maior que a do sistema<br />

financeiro convencional.<br />

O número de cooperados mais que dobrou<br />

na última década e conta atualmente com<br />

aproximadamente 7 milhões de associados.<br />

As cooperativas brasileiras geram hoje mais<br />

de 40 mil empregos diretos.<br />

De que modo o Fundo Garantidor de Crédito<br />

Cooperativo pode contribuir para o crescimento<br />

desse modelo? A legislação brasileira<br />

ainda é um entrave?<br />

O FGCoop representa um importante passo na<br />

equiparação das cooperativas financeiras aos<br />

bancos convencionais no quesito proteção do<br />

depositante. É instrumento regulamentado<br />

pelo Conselho Monetário Nacional – CMN,<br />

como é o Fundo Garantidor de Créditos – FGC<br />

dos bancos e presta garantias equivalentes.<br />

Nós o consideramos um avanço e uma<br />

vitória do nosso segmento. De fato, entendemos<br />

que a existência do FGCoop fortalece<br />

nossas estratégias de crescimento. Quanto<br />

a regulamentação, a consideramos bastante<br />

equiparada a dos bancos e não esperamos ou<br />

necessitamos de grandes alterações para continuarmos<br />

avançando.<br />

O cooperativismo de crédito tem importância<br />

cada vez maior para o estado de Rondônia,<br />

principalmente com o Sistema Sicoob<br />

Norte, que cresceu mais de 30% no ano passado.<br />

Em sua avaliação, o exemplo rondoniense<br />

pode ser aplicado em outros estados?<br />

A região Norte abriga a maior parte da população<br />

não “bancarizada” do país. Nesse sentido,<br />

o cooperativismo financeiro vem contribuindo<br />

de maneira bastante expressiva para a<br />

inclusão financeira e para o desenvolvimento<br />

econômico e social.<br />

Nos últimos cinco anos, o Sicoob Norte<br />

dobrou seu número de associados. Essa significativa<br />

ascensão resultou em grande expressão<br />

do Sicoob na região. Em 2014, no estado<br />

de Rondônia, por exemplo, o Sicoob foi líder,<br />

dentre as instituições financeiras privadas,<br />

em operações de crédito.<br />

A atuação do Sicoob Norte é, sim, um exemplo<br />

de alinhamento com a visão sistêmica do<br />

Sicoob, que é ser a principal instituição financeira<br />

dos associados, oferecendo não só acesso<br />

ao crédito, mas produtos e serviços financeiros<br />

diversificados, como cartão de crédito, consórcio,<br />

previdência privada, entre outros.<br />

Tudo isso nos leva na correta direção para<br />

crescer com sustentabilidade. Não só reconhecemos<br />

o belo trabalho feito na região pelo<br />

Sicoob, como o divulgamos como case de sucesso<br />

e procuramos reproduzi-lo em outras<br />

regiões do Brasil.


46 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

crediforte<br />

Conforto e sofisticação<br />

aos cooperados<br />

Nova agência da Cooperativa Sicoob Crediforte, inaugurada<br />

em Porto Velho, chama a atenção pela arquitetura<br />

sofisticada e pelo conforto oferecido aos cooperados<br />

Fotos: Imagem Digital Fest<br />

Uma noite de gala, com personalidades do<br />

segmento cooperativista. Assim foi a festa<br />

de inauguração da nova agência da Cooperativa<br />

Sicoob Crediforte, de Porto Velho.<br />

A solenidade aconteceu no dia 30 de abril e<br />

teve as presenças do vice-governador de Rondônia,<br />

Daniel Pereira; do diretor de operações do<br />

Bancoob, Enio Meinem; do diretor do Sistema<br />

Sicoob Norte, Henrique Pacheco; do diretor do<br />

Sistema OCB/Sescoop de Rondônia, Salatiel Rodrigues;<br />

do diretor administrativo e financeiro da<br />

Crediforte, João de Souza Sobrinho; e demais autoridades<br />

políticas e lideranças cooperativistas.<br />

Em seu discurso, a presidente da Cooperativa<br />

Sicoob Crediforte, Simone da Silva Neres<br />

Sant´Anna, ressaltou a história da instituição.<br />

“Após mais de 15 anos, hoje temos a satisfação<br />

de contar uma ampla e moderna sede<br />

própria para o atendimento de nossos mais de<br />

1.700 cooperados”, afirmou Simone.


47<br />

A presidente lembrou ainda as dificuldades<br />

encontradas nos primeiros anos da<br />

cooperativa. “No início, em 1996, éramos<br />

um pequeno grupo, formado por 25 sócios-<br />

-fundadores e com um capital de pouco mais<br />

de mil e duzentos reais”, disse. “Com a autorização<br />

do Banco Central, a cooperativa<br />

passou a operar em 1999, e de lá para cá superamos<br />

grandes desafios”, lembrou. “Hoje,<br />

somos uma instituição que opera com mais<br />

de R$ 20 milhões”, comentou. “Nosso maior<br />

capital, sem sombra de dúvida, é nossa solidez<br />

e credibilidade”.<br />

Prédio | As novas instalações da Cooperativa<br />

Crediforte oferecem conforto e agilidade<br />

no atendimento aos cooperados. A agência<br />

fica na Rua João Goulart, 1500, em região privilegiada<br />

na capital rondoniense.<br />

Foram investidos cerca de R$ 6 milhões,<br />

entre aquisição do terreno e construção. O<br />

projeto arquitetônico chama a atenção. São<br />

mais de 1.700 metros quadrados de área construída.<br />

O prédio, de dois pavimentos, conta<br />

com amplo auditório que pode ser dividido<br />

em dois ambientes, com sistema de divisórias<br />

e capacidade para mais de 230 espectadores.<br />

No mezanino, diretores, conselheiros e cooperados<br />

dispõem de espaços modernos em<br />

ambientes sofisticados.<br />

A área de atendimento ao público conta<br />

com ambiente amplo e confortável e inclui<br />

caixas exclusivos aos cooperados. O cooperado<br />

também dispõe de caixas automáticos<br />

e salas exclusivas de negócios para o atendimento<br />

em assuntos como consórcios, cartões,<br />

seguros, previdência e todos os demais<br />

serviços disponíveis pela cooperativa. O prédio<br />

dispõe ainda de garagem subterrânea<br />

para mais de 40 veículos.


48 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

Acre<br />

Promoção Capital Seguro<br />

Cooperativa de Rio Branco comemora<br />

resultados da campanha com uma grande<br />

festa aos mais de trezentos cooperados<br />

Cooperativa Sicoob Acre realizou, no início<br />

do ano, uma grande confraternização<br />

A<br />

que marcou o fechamento da Campanha Capital<br />

Seguro 2014. A confraternização contou<br />

com a presença dos mais de trezentos cooperados<br />

e de seus familiares, que acreditaram<br />

no projeto de capitalização da cooperativa,<br />

investindo o valor de mil reais por título.<br />

Com esta promoção, ao final, tanto a cooperativa<br />

quanto os seus cooperados saíram<br />

fortalecidos. Durante o evento, também foi<br />

promovido o lançamento da Campanha Capital<br />

Seguro 2015, que premiará os vencedores<br />

com um automóvel e três motocicletas.<br />

O evento, realizado no Clube de Oficiais<br />

da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros<br />

do Estado do Acre, foi preparado com uma<br />

estrutura completa de lazer. As crianças<br />

contaram com diversos brinquedos e distribuição<br />

de pipoca e algodão-doce. Os adultos<br />

tiveram música ao vivo e atividades esportivas,<br />

incluindo um torneio de futebol de campo,<br />

entre os próprios cooperados, contra o<br />

time da imprensa local.<br />

O comandante da Polícia Militar do Acre,<br />

coronel Júlio Cesar, é associado da Cooperativa<br />

Sicoob Acre. Ele destacou a importância<br />

do Sicoob para os servidores da Segurança do<br />

Estado. “O Sicoob surgiu num momento de<br />

dificuldade financeira dos servidores e veio<br />

para nos ajudar. E nós temos apoiado essa<br />

entidade por entender e acreditar na sua importância”.<br />

O presidente da cooperativa, José Generoso<br />

dos Santos, afirmou que esse é o momento<br />

da Cooperativa Sicoob Acre, e se mostrou<br />

animado com o excelente desempenho<br />

da campanha. “Foi realmente um grande<br />

desafio para todos nós que estivemos envolvidos<br />

nesta promoção, que suamos a camisa<br />

para trazer esse resultado e temos plena<br />

convicção de que a edição 2015 será ainda<br />

melhor e alcançará um número ainda maior<br />

de nossos cooperados”.<br />

Fotos: Rodrigo Neves


49<br />

O Sicoob surgiu num momento<br />

de dificuldade financeira dos<br />

servidores e veio para nos ajudar. E nós<br />

temos apoiado essa entidade por entender<br />

e acreditar na sua importância<br />

Júlio Cesar, comandante da Polícia Militar do Acre


50 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

cooperativismo<br />

Novo recorde de resultados<br />

Balanço da Cooperativa Sicoob Credisul aponta<br />

R$ 395 milhões em ativos e a distribuição de mais<br />

de R$ 30 milhões em sobras e juros aos cooperados<br />

Fotos: Marketing Credisul<br />

O Conselho de<br />

Administração<br />

comemorou o<br />

resultado obtido<br />

pela Cooperativa<br />

Sicoob Credisul<br />

Sicoob Credisul (Cooperativa de Crédito<br />

A de Livre Admissão do Sudoeste da Amazônia)<br />

anunciou um novo resultado recorde, a<br />

centenas de cooperados que participaram de<br />

sua pré-assembleia em Vilhena, onde está localizada<br />

a sede da cooperativa e outros quatro<br />

PAs (Posto de Atendimento).<br />

O Conselho de Administração do Sicoob<br />

Credisul realizou pré-assembleias em todas<br />

as cidades que contam com postos de atendimento<br />

(Cerejeiras, Cabixi, Corumbiara, Colorado<br />

do Oeste e Pimenteiras, em Rondônia,<br />

além de Campos de Júlio no Mato Grosso e<br />

Rio Branco no Acre).<br />

Já no dia seguinte aconteceu a Assembleia<br />

Geral Ordinária com a presença apenas dos<br />

delegados, diretores e conselheiros fiscais e<br />

administrativos.<br />

A necessidade de realizar as pré-assembleias<br />

se dá pelo crescimento da cooperativa<br />

que conta hoje com quase 9 mil cooperados,<br />

em oito municípios dos três estados, sendo<br />

inviável reunir todos os associados em uma<br />

única reunião.<br />

“Como muitos dos cooperados destes municípios<br />

não conseguiriam participar da assembleia<br />

geral em Vilhena, devido à distância,<br />

realizamos pré-assembleias para que eles tomem<br />

conhecimento dos assuntos a serem tratados,<br />

tirem suas dúvidas e deem sugestões”,<br />

explica o diretor-presidente da Credisul, Ivan<br />

Capra. “São princípios da governança corporativa<br />

que a Credisul faz questão de aplicar”.<br />

Nas pré-assembleias, os cooperados dos<br />

oito municípios tomam ciência dos balancetes<br />

financeiros da cooperativa, conhecem as<br />

propostas de destinação de sobras e de metas<br />

a serem alcançadas no exercício de 2015.


51<br />

Diretor-presidente da Sicoob Credisul, Ivan Capra<br />

O Sicoob é a maior instituição<br />

financeira privada no estado de<br />

Rondônia. Em relação ao ranking das 100<br />

maiores cooperativas de crédito do país,<br />

a Cooperativa Sicoob Credisul está na 69ª<br />

posição, levando em conta os ativos totais<br />

das cooperativas de todo o Brasil<br />

Vilmar Saúgo, diretor-administrativo<br />

Para o diretor-administrativo Vilmar Saúgo, as pré-assembleias<br />

são ferramentas importantes para aproximar<br />

ainda mais a diretoria dos cooperados. “As participações<br />

foram significativas, numa demonstração de que os cooperados<br />

estão interessados e atentos ao que acontece com<br />

a cooperativa”, analisou.<br />

Números | Os números apresentados aos cooperados<br />

apontam R$ 395 milhões em ativos, o que elevou o Sicoob<br />

Credisul ao posto de maior cooperativa de crédito do estado.<br />

“O Sicoob é a maior instituição financeira privada no<br />

estado de Rondônia. Em relação ao ranking das 100 maiores<br />

cooperativas de crédito do país, a Cooperativa Sicoob Credisul<br />

está na 69ª posição, levando em conta os ativos totais<br />

das cooperativas de todo o Brasil”, comemora Saúgo.<br />

Já as operações de crédito do Sicoob Credisul atingiram<br />

R$ 287 milhões, um crescimento de 41,5% em relação ao<br />

exercício anterior. E o patrimônio líquido da cooperativa se<br />

aproximou da marca de 90 milhões de reais. Em 2014, a Sicoob<br />

Credisul gerou R$ 30 milhões em sobras e juros ao capital,<br />

uma crescimento de 30,8% comparado ao ano anterior.<br />

As sobras e juros sobre o capital são devolvidos aos cooperados,<br />

após as destinações legais e aprovação na Assembleia<br />

Geral. “Esse é o grande diferencial da cooperativa de crédito<br />

em comparação com as demais instituições financeiras”, comemora<br />

o diretor-operacional, Nilton Cezar Castaman.<br />

Diretor-administrativo da cooperativa, Vilmar Saúgo<br />

Diretor-operacional, Nilton Cezar Castaman


52 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

agronegócio<br />

4ª Rondônia Rural Show<br />

Sistema Sicoob Norte cadastrou 383 propostas<br />

de financiamento. Os valores ultrapassaram<br />

a casa dos R$ 31,5 milhões, estabelecendo novo<br />

recorde dentro do evento do agronegócio<br />

Fotos: Rodrigo Neves<br />

Sistema Sicoob Norte mostrou toda a força<br />

do cooperativismo de crédito durante a<br />

O<br />

4ª edição da Rondônia Rural Show. O principal<br />

evento do calendário do agronegócio da região<br />

norte do país foi promovido em maio, no Parque<br />

de Exposições de Ji-Paraná, e contou com<br />

um público de mais de 50 mil pessoas.<br />

Durante a Rondônia Rural Show, as cooperativas<br />

do Sistema Sicoob Norte cadastraram<br />

383 propostas de financiamento. Os valores<br />

ultrapassaram a casa dos R$ 31,5 milhões, estabelecendo<br />

um novo recorde para o sistema<br />

que, no ano passado, já havia cadastrado mais<br />

de R$ 22 milhões em propostas.<br />

Uma moderna agência foi construída pelo<br />

Sicoob Norte para recepcionar empresários,<br />

produtores rurais e cooperados, com conforto<br />

e agilidade, durante os quatro dias do evento,<br />

destacando o Sicoob entre todas as instituições<br />

financeiras presentes.<br />

O diretor-operacional do Sistema Sicoob<br />

Norte, Tadashi Hattori, destacou a importância<br />

da participação das cooperativas do<br />

Sicoob na feira. “Estamos com as nossas seis<br />

cooperativas que atuam com crédito rural no<br />

interior e na capital do Estado e é de fundamental<br />

importância a presença delas em um<br />

evento desse porte, onde o cooperado é atendido<br />

pela sua própria cooperativa e assim se<br />

sente muito bem recebido”.<br />

Em ambiente climatizado, moderno e<br />

aconchegante, os visitantes da feira puderam<br />

usufruir da verdadeira hospitalidade<br />

que todos os cooperados do Sicoob já conhecem.<br />

O resultado é que, durante boa parte<br />

do tempo, a agência ficou completamente<br />

lotada e os representantes das cooperativas<br />

mostraram agilidade para dar conta das<br />

muitas propostas de financiamento que<br />

chegaram.


53<br />

Estamos com<br />

as nossas seis<br />

cooperativas que<br />

atuam com crédito<br />

rural no interior e na<br />

capital do Estado e<br />

é de fundamental<br />

importância a<br />

presença delas em<br />

um evento desse<br />

porte, onde o<br />

cooperado é atendido<br />

pela sua própria<br />

cooperativa e assim<br />

se sente muito bem<br />

recebido<br />

Tadashi Hattori,<br />

diretor-operacional<br />

do Sistema Sicoob Norte


54 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

inauguração<br />

Nova agência em Ariquemes<br />

Cooperativa Sicoob Vale do Jamari comemora<br />

presença da instituição numa das regiões que<br />

mais crescem economicamente em Rondônia<br />

Cooperativa Sicoob Vale do Jamari inaugurou,<br />

em março, uma ampla e moderna<br />

A<br />

agência em Ariquemes. O evento teve as presenças<br />

dos diretores da cooperativa, de lideranças<br />

empresariais e políticas e de diretores<br />

do Sistema Sicoob Norte.<br />

O presidente da cooperativa, Elias Alves Pereira,<br />

destacou o crescimento da instituição de<br />

crédito. Já o diretor Alecsandro Lemos de Miranda<br />

ressaltou a solidez e a credibilidade do Sistema<br />

Sicoob Norte em todo o estado de Rondônia.<br />

O evento teve ainda as presenças do prefeito<br />

de Ariquemes, Lorival Amorim; do diretor-presidente<br />

do Sistema Sicoob Norte, Ivan<br />

Capra; do diretor administrativo-financeiro<br />

do Sistema Sicoob Norte, Edson Soares Quevedo;<br />

além de políticos e empresários de destaque<br />

na região.<br />

Com localização privilegiada, na Avenida<br />

Tancredo Neves, a agência oferece conforto e<br />

praticidade a todos os cooperados da instituição.<br />

Confira as imagens do evento.<br />

O prefeito de Ariquemes,<br />

Lorival Amorim, ao lado<br />

de lideranças empresariais<br />

e políticas e de diretores<br />

do Sistema Sicoob Norte<br />

O presidente Elias Alves<br />

Pereira destacou o<br />

crescimento da cooperativa<br />

O diretor Alecsandro Lemos<br />

de Miranda discursa durante<br />

a inauguração da agência


55<br />

Fotos: Ariquemes Agora<br />

Cooperados e amigos<br />

marcaram presença na<br />

inauguração em Ariquemes<br />

A gerente Renata (ao centro) com<br />

os empresários Adriana e Geraldo<br />

Equipe de colaboradores<br />

da Cooperativa Sicoob Vale do Jamari<br />

Vereador Vanio Marques e sua esposa Rose<br />

Empresários Donizete José e Antônio<br />

Custódio, prefeito Lorival Amorim<br />

e os diretores do Sicoob Norte,<br />

Edson Quevedo e Ivan Capra


56 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

finanças<br />

A crise não é igual<br />

para todo mundo<br />

A crise em Rondônia não impedirá o estado de crescer, no<br />

mínimo, o triplo do crescimento experimentado pelo Brasil<br />

Silvio Persivo<br />

Doutor em<br />

Desenvolvimento<br />

Sustentável<br />

pelo NAEA/<br />

UFPª e professor<br />

de Economia<br />

Monetária da<br />

UNIR<br />

Quando se observa a atividade<br />

econômica de Rondônia,<br />

e mais particularmente de Porto<br />

Velho, da qual a Federação do<br />

Comércio do Estado de Rondônia<br />

-Fecomércio/RO possui pesquisas<br />

mensais de intenção de consumo,<br />

inadimplência e endividamento,<br />

verifica-se que a intenção de consumo<br />

cresceu, em abril de 2015,<br />

3,5% no mesmo período em que<br />

a intenção de consumo nacional<br />

registrou uma queda de -6,9% na<br />

comparação com o mês imediatamente<br />

anterior.<br />

É preciso ressaltar ainda que<br />

o endividamento das famílias<br />

de Porto Velho teve, em abril, uma queda de<br />

-3,7% encontrando-se em 59,8% da população,<br />

enquanto, segundo a Confederação Nacional<br />

do Comércio (CNC), o percentual de<br />

endividados no país subiu de 59,6% em março<br />

para 61,6% em abril deste ano.<br />

Ou seja, os indicadores demonstram claramente<br />

que, apesar da crise atingir, como não<br />

poderia deixar de ser, Rondônia, ainda estamos<br />

sentindo menos que a maioria do restante<br />

do Brasil.<br />

Isto não impede que o comércio, em especial,<br />

os micros e os pequenos, destilem uma<br />

choradeira só. Como são a grande maioria,<br />

não há como não pensar que estamos imersos<br />

numa crise terrível, mas, não é o que se observa<br />

quando se analisa os dados estatísticos<br />

que existem.<br />

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-<br />

-IBGE, informa que as vendas do comércio varejista<br />

fecharam março com queda de -0,5%,<br />

mas, que a receita nominal fechou o mês com<br />

uma alta de 0,5%, em relação a fevereiro, na<br />

série ajustada sazonalmente.<br />

E, mais ainda, ao analisar por estados, que<br />

quatorze estados tiveram resultados positivos<br />

na comparação com o mês anterior. As<br />

maiores variações positivas ocorreram na Paraíba<br />

(3,3%); no Amapá (2,3%); em Rondônia<br />

(1,8%); no Piauí (1,5%) e no Maranhão (1,1%).<br />

O que explica, então, que os empresários<br />

reclamem tanto do desempenho da atividade<br />

econômica? A explicação reside, principalmente,<br />

em que os micros e pequenos estão sentindo<br />

mais profundamente os efeitos dos custos<br />

da inflação e do maior cuidado dos consumidores<br />

com os preços que favorecem as vendas das<br />

médias e grandes empresas que ganham maior<br />

competitividade por causa da escala.<br />

Também, como aponta o IBGE, as vendas<br />

não são uniformes por ramos. Assim enquanto<br />

alguns setores, em abril, tiveram crescimento<br />

de suas vendas, como móveis e eletrodomésticos<br />

(1,5%); livros, jornais, revistas e papelaria<br />

(1,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos,<br />

de perfumaria e cosméticos (0,5%).<br />

Mas, outros tiveram queda nas vendas,<br />

como foi o caso de hipermercados, supermercados,<br />

produtos alimentícios, bebidas e fumo<br />

(-1,0%); combustíveis e lubrificantes (-1,5%);<br />

material de construção (-3,1%); e equipamentos<br />

e material para escritório, informática<br />

e comunicação (-4,5%).<br />

É preciso ainda dizer que Rondônia, no<br />

ano passado, foi castigada pela cheia histórica<br />

do Madeira, ou seja, tem um movimento<br />

mais uniforme de vendas que no ano passado,<br />

e ainda apresenta situações específicas como,<br />

por exemplo, contrariando as expectativas o<br />

mercado da construção está muito aquecido<br />

em algumas cidades de Rondônia, há fila de<br />

espera de 30 dias para compra de automóveis<br />

de luxo, e até cobrança de ágio para alguns<br />

modelos intermediários.<br />

Mas, ao mesmo tempo, perguntem às revendoras<br />

de caminhões como estão suas vendas e<br />

terá a visão correta de que, há uma crise, na média,<br />

mas que nem todos estão imersos nela.<br />

De qualquer forma, basta verificar as vendas<br />

em dias festivos e os restaurantes lotados,<br />

a crise em Rondônia ainda não impedirá<br />

o estado de crescer, no mínimo, o triplo do<br />

crescimento experimentado pelo Brasil. Não<br />

é o melhor dos mundos, mas, mostra que somos<br />

quase um dos poucos oásis no deserto de<br />

crescimento atual do país.


57<br />

auto-peças<br />

José Eugenio:<br />

importação de veículos<br />

impulsionou o mercado<br />

de auto-peças<br />

Sonho de brasileiro<br />

O empreendedor de Espigão do Oeste viu seus negócios crescerem<br />

a partir da reabertura da importação de veículos no país, em 1990<br />

José Eugenio de Oliveira deixou a lavoura<br />

na zona rural de Fátima do Sul, município<br />

da região de Dourados (MS), para buscar<br />

a realização do sonho de empreendedor em<br />

Rondônia. Em 1986, o empresário chegou a<br />

Presidente Médici, determinado a trabalhar<br />

no comércio. “Trabalhei como funcionário de<br />

uma loja de materiais de construção e, com<br />

isso, juntei algumas economias para abrir<br />

meu próprio negócio”, conta.<br />

A oportunidade surgiu em Espigão do Oeste,<br />

onde Eugenio iniciou sua atividade como<br />

empreendedor a partir de 1991. “Um ano antes,<br />

com o governo Collor, houve uma abertura comercial<br />

muito grande, sobretudo na indústria<br />

de veículos e de auto-peças, e acabei aproveitando<br />

o momento para fixar meu próprio estabelecimento<br />

e, assim, realizar meu sonho”.<br />

Dono da Central Auto-Peças, Eugenio emprega<br />

hoje cerca de 10 funcionários e comercializa<br />

mais de 30 mil itens de componentes<br />

para veículos, das mais diversas marcas e modelos.<br />

Ele destaca a parceria de sua empresa<br />

com a Cooperativa Sicoob Credip, de Espigão<br />

do Oeste. “O Sicoob é o grande parceiro comercial<br />

das empresas da nossa região, nossa<br />

atividade pode ser resumida em duas fases:<br />

antes e depois do Sicoob”, diz o empresário.<br />

Há 25 anos, Brasil reabria as portas<br />

voo 743 da extinta empresa aérea Varig trazia uma carga<br />

O preciosa: um automóvel Mercedes-Benz 300E. O avião<br />

pousou no aeroporto do Galeão, no dia 28 de julho de 1990, vindo<br />

diretamente de Frankfurt. O automóvel alemão custou US$ 50<br />

mil. Foi o primeiro carro importado a desembarcar no Rio, após a<br />

abertura comercial do governo Collor. Assim, tinha início um novo<br />

ciclo para o mercado automotivo brasileiro.<br />

Proibidas desde 1976, as importações de automóveis foram<br />

liberadas pelo governo no dia 9 de maio de 1990. No ano anterior,<br />

a inflação havia fechado em incríveis 1.782,90%. Em 1989, 760 mil<br />

carros foram emplacados no Brasil. Em 2014, foram cerca de 2,5<br />

milhões de veículos novos. Marcas desconhecidas do grande público<br />

viriam para ficar. E a indústria brasileira nunca mais seria a mesma.


58 Sócios&Negócios 03 | junho 2015<br />

NOTAS<br />

Cooperativismo Financeiro<br />

diretor de Operações do Bancoob, Enio Meinem, proferiu<br />

O palestra sobre Cooperativismo Financeiro a funcionários<br />

do TRT da 14ª Região, a convite da Cooperativa Sicoob<br />

Credijurd, de Porto Velho. Enio destacou a força do Sicoob,<br />

instituição que conta com mais de três milhões de cooperados<br />

em todo o país.<br />

Durante o evento, foram sorteadas três viagens com<br />

acompanhante para Brasília, para conhecer o Sicoob<br />

Confederação e o Bancoob. Os participantes também foram<br />

presenteados com camisetas e livros sobre o Cooperativismo<br />

Financeiro, autografados pelo autor Enio Meinem.<br />

Reunião<br />

em Nova Aliança<br />

Cooperativa Sicoob Centro promoveu uma<br />

A reunião com produtores rurais do distrito de Nova<br />

Aliança, a 20 quilômetros de Urupá. O encontro foi<br />

organizado pelo PA de Urupá, com objetivo de divulgar<br />

o cooperativismo financeiro na região, caracterizada<br />

pelo seu potencial no agronegócio. “Nova Aliança se<br />

destaca pela produção do leite, criação do pescado<br />

e gado bovino”, enfatiza o gerente de agronegócio e<br />

palestrante, Leonardo Mileski.<br />

Na oportunidade, os produtores rurais foram<br />

orientados sobre as linhas de financiamentos do Crédito<br />

Rural Sicoob. “Nosso desejo é que os cooperados e toda<br />

a comunidade na qual estamos inseridos cresçam junto<br />

com a Cooperativa Sicoob Centro”, diz o gerente da<br />

agência em Urupá, Ilson Novaes.<br />

Foto: Priscila Lima<br />

Diretores e colaboradores do Sistema<br />

Sicoob Norte receberam o diretor do<br />

Bancoob, Enio Meinem (Centro)<br />

A Sicoob Centro já<br />

disponibilizou mais de<br />

R$ 700 mil<br />

em investimento<br />

no campo em Urupá.<br />

e conta<br />

com cerca de<br />

300<br />

Atualmente, o PA de<br />

Urupá administra<br />

um capital social<br />

superior a<br />

R$ 1 milhão<br />

cooperados<br />

Ji-Paraná de casa nova<br />

Cooperativa Sicoob Centro reinaugurou um<br />

A de seus pontos de atendimento em Ji-Paraná.<br />

Localizada no centro da cidade, as novas instalações<br />

oferecem mais comodidade e modernidade aos seus<br />

cooperados e usuários.<br />

A agência conta com mais de 800 associados e<br />

administra um capital social de R$ 4,2 milhões. Com<br />

a reinauguração, a unidade passa a contar com dois<br />

caixas eletrônicos e sala exclusiva para atendimento<br />

de malotes. “Nossa agência cresce com números<br />

positivos e solidez no mercado”, ressalta o gerente<br />

Luiz Armando.<br />

Foto: Priscila Lima


Débito<br />

Automático<br />

Sicoob<br />

59<br />

Evite problemas.<br />

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e fique tranquilo.<br />

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das suas faturas. É muito simples.<br />

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www.sicoob.com.br | Central de Atendimento 0800 642 0000 | Ouvidoria: 0800 725 0996

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