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Revista Curinga Edição 06

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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As manifestações<br />

em Minas<br />

As manifestações se espalharam<br />

por Minas Gerais.<br />

Belo Horizonte, cidade que<br />

será sede da Copa em 2014,<br />

assistiu durante os protestos<br />

o despreparo e a repressão<br />

policial. “A Praça Sete e a Avenida<br />

Antônio Carlos se transformaram<br />

em verdadeiros<br />

campos de guerra”, afirmou<br />

Fidélis Alcântara, membro<br />

do Copac-BH. A declaração<br />

remete ao papel violento da<br />

Número de desalojados<br />

polícia durante a manifestação<br />

que reuniu mais de 70 mil<br />

pessoas no dia 22 de junho. O<br />

uso indiscriminado de bombas<br />

de efeito moral e de balas<br />

de borracha é um exemplo de<br />

como a Polícia Militar e a Força<br />

Nacional estão “contendo”<br />

os manifestantes.<br />

A polêmica declaração do<br />

prefeito da capital mineira,<br />

Márcio Lacerda, no dia 24 de<br />

junho, de que a Polícia Militar<br />

“prendeu muito pouca gente”<br />

repercutiu entre os manifestantes<br />

que presenciaram cenas<br />

de horror na cidade. Segundo<br />

Fidélis “o prefeito de<br />

BH não está preparado para<br />

essas questões, assim como<br />

não está preparado para administrar<br />

a cidade. Ou ele não<br />

viu as imagens ou não sabe<br />

realmente o que está acontecendo”.<br />

O despreparo do Estado<br />

representado pela Polícia e<br />

pelos Governos Municipais<br />

e Estaduais que foram vistos<br />

em Belo Horizonte se repetem<br />

em outras cidades-sede dos<br />

Megaeventos Esportivos. Isso<br />

se confirma, segundo Isabela<br />

Miranda da Copac-BH, nas<br />

diversas declarações dos governantes<br />

de todas as esferas.<br />

Ainda para Isabela, um dos<br />

pontos positivos que surgiu<br />

com os protestos, foi que se<br />

gerou uma tentativa de organização<br />

popular, “pessoas<br />

que estiveram pela primeira<br />

vez nas ruas se sentiram<br />

motivadas a continuarem na<br />

luta, a se unirem à parcela<br />

da população organizada em<br />

movimentos que já estava nas<br />

ruas”, completa.<br />

O que se vê são diversos<br />

movimentos sociais, sindicais<br />

e de direitos humanos, que<br />

já estavam nas ruas, convocando<br />

toda a população em<br />

cada estado e cidade-sede.<br />

Diversas assembleias populares<br />

foram e seguiram sendo<br />

convocadas pelo país desde<br />

junho. Em Belo Horizonte, no<br />

dia 23, cerca de mil pessoas<br />

discutiram sobre a politização<br />

das manifestações embaixo<br />

do Viaduto Santa Tereza (no<br />

centro da capital). Com mais<br />

de cem inscrições de fala, a<br />

assembleia, que durou cerca<br />

de quatro horas, propôs que<br />

a população se organizasse<br />

para as próximas manifestações<br />

e que pautas e fóruns de<br />

discussões fossem criados. O<br />

Comitê Popular dos Atingidos<br />

pela Copa organizou em cada<br />

cidade-sede uma agenda de<br />

ações. Os seminários sobre<br />

financiamento público e violações<br />

de direitos pelos Megaeventos,<br />

que já aconteciam<br />

nessas cidades, são exemplos<br />

dessa agenda de ações.<br />

equivale a aproximadamente<br />

1000 desalojados<br />

Manaus<br />

3.600<br />

Fortaleza<br />

20.000<br />

Natal<br />

4.000<br />

Recife<br />

12.000<br />

Salvador<br />

24.000<br />

Cuiabá<br />

3.200<br />

Brasília<br />

2.000<br />

38<br />

Belo Horizonte<br />

14.000<br />

Rio de Janeiro<br />

38.297<br />

São Paulo<br />

89.200<br />

Curitiba<br />

6.000<br />

Porto Alegre<br />

32.000

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