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Nascimento do Menino Jesus<br />
No afresco representando o Nascimento do Menino Jesus,<br />
São José está dormindo, as ovelhinhas estão ali perto, o<br />
burrico também e os Anjos enchem o céu, cantando a glória<br />
<strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Os pastores estão ouvindo o cântico celeste.<br />
“Glória a <strong>Deus</strong> no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos<br />
homens <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>” (Lc 2, 14). É exatamente o que a<br />
Liturgia, no dia 24 para 25 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, <strong>de</strong>verá estar cantando.<br />
É noite. Nossa Senhora acaba <strong>de</strong> dar à luz o Menino-<br />
-<strong>Deus</strong> <strong>de</strong> um modo misterioso e maravilhoso. A atitu<strong>de</strong><br />
d’Ela é <strong>de</strong> uma pessoa inteiramente sadia, que está aconchegando<br />
melhor seu Divino Filho numa manjedoura.<br />
Mas com um <strong>de</strong>sembaraço <strong>de</strong> movimentos que não é o <strong>de</strong><br />
uma mãe da qual acaba <strong>de</strong> nascer sua criança. Compreen<strong>de</strong>-se:<br />
o processo <strong>de</strong> nascimento é dolorido e difícil em virtu<strong>de</strong><br />
do pecado original, mas em Nossa Senhora não. Ela<br />
foi virgem antes, durante e <strong>de</strong>pois do parto. Esse nascimento<br />
se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> modo milagroso, <strong>de</strong> maneira a não represen-<br />
tar um esforço para Ela. Ali está seu Filho,<br />
e Ela, como quem tivesse acordado<br />
<strong>de</strong> um sono brando, abrisse um pouco os<br />
olhos para ver o Menino, e vai dormir dali<br />
a pouco <strong>de</strong> novo.<br />
De fato, é uma cena lindíssima, que<br />
empolga! Po<strong>de</strong>-se imaginar a situação<br />
<strong>de</strong> Maria Santíssima ao ver, pela primeira<br />
vez, o fruto do Divino Espírito Santo<br />
nas suas próprias entranhas. E que fisionomia<br />
tinha o Homem-<strong>Deus</strong> que acabava<br />
<strong>de</strong> nascer d’Ela! O Menino Jesus tomava<br />
toda a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong>ssa<br />
ida<strong>de</strong>. Ele teve, durante toda a vida, a atitu<strong>de</strong><br />
própria às ida<strong>de</strong>s que foi percorrendo,<br />
até os 33 anos com que Ele morreu.<br />
Porém, como Ele possuía a natureza<br />
humana ligada à divina pela união<br />
hipostática, em uma só Pessoa, teve<br />
<strong>de</strong> fato uma inteligência plena <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
primeiro instante em que sua Santíssima<br />
Mãe O concebeu. Já no claustro<br />
materno Ele rezava, oferecia a <strong>Deus</strong><br />
reparações, O adorava e implorava<br />
pelos homens. O Menino Jesus começou<br />
a sua vida inteiramente consciente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro<br />
momento em que passou a existir.<br />
De maneira que essa Criança, com o todo <strong>de</strong> um bebê,<br />
teve, entretanto, incontáveis comunicações místicas,<br />
talvez diretas, não se sabe como, com sua Mãe virginal<br />
já <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período da gestação. Nossa Senhora<br />
sabia que seu Filho era uma Criança inteiramente inteligente.<br />
Mas olhava para Ele, um Menininho, a quem<br />
a Segunda Pessoa da Santíssima Trinda<strong>de</strong> estava unida<br />
hipostaticamente.<br />
Maria Santíssima compreendia ser lúcido e cheio <strong>de</strong><br />
<strong>amor</strong> o olhar que Ele <strong>de</strong>itava n’Ela, e que os dois estavam<br />
Se conhecendo: o Filho tomava conhecimento da<br />
fisionomia <strong>de</strong> sua Mãe, e Ela <strong>de</strong> seu Filho. Foi um momento<br />
sublimíssimo da vida <strong>de</strong> ambos. Po<strong>de</strong>mos imaginar<br />
o auge <strong>de</strong> <strong>amor</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> a que Nossa Senhora<br />
chegou nesse momento!