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GAZETA DIARIO 468

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08 Geral Foz do Iguaçu, quinta-feira, 28 de dezembro de 2017<br />

NARCOTRÁFICO<br />

Fábio Campana<br />

Despacito<br />

Ora, pois, não é nada espetacular, mas as notícias da economia são<br />

melhores do que as que tivemos no final de 2016. Embora a oposição não<br />

aceite porque prefere o quanto pior melhor para continuar a dizer que depois<br />

do PT tudo piorou, a economia cresceu pouco, 0,1% no terceiro trimestre,<br />

mas acima do previsto.<br />

Os analistas mais preparados acreditam que em 2018 a produção<br />

cresça até 3% - também nada espetacular, mas bem mais do que os<br />

números habituais. Os shoppings centers, que tiveram queda de vendas<br />

nos dois últimos Natais, venderam 6% a mais neste ano.<br />

O Indicador Serasa-Experian teve o melhor desempenho desde 2011:<br />

na semana de Natal, as vendas subiram 5,2%. São números baixos, que<br />

partem de um patamar baixíssimo; não vão deixar consumidor algum com<br />

a sensação de que ficou mais rico. Mas podem deixá-lo com a sensação de<br />

que não ficou mais pobre.<br />

Recuperação<br />

O governador Beto Richa (PSDB) fecha 2017 com a certeza que seu<br />

governo recupera a avaliação positiva dos tempos da reeleição em 2014.<br />

Números do Instituto Paraná Pesquisa divulgados nesta segunda-feira, 25,<br />

foram um presente de natal para Richa. Entre os conceitos ótimo, bom e<br />

regular, o governo tucano é aprovado por 56,7% dos paranaenses.<br />

Acentuada<br />

Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, afirmou que a melhora<br />

de Richa pode ser considerada "acentuada" do começo do ano para cá.<br />

Manobra em curso<br />

Juarez José de Santana, investigado na Carne Fraca por lavar dinheiro<br />

usando franquias de fast food, pediu para o ministro Dias Toffoli trazer a<br />

operação para o STF. Segundo argumenta, o juiz de primeira instância<br />

homologou acordo de delação premiada do funcionário da JBS Flávio Cassou,<br />

no qual ele menciona o deputado federal Sérgio Souza. Santana defende<br />

que a referência a Souza deveria remeter o inquérito automaticamente à<br />

Suprema Corte. Raquel Dodge já se manifestou contrária à solicitação,<br />

argumentando que a menção é insuficiente para caracterizar participação<br />

efetiva do parlamentar no esquema.<br />

Portas abertas<br />

Pasmem, senhores, senhoras, senhoritas e assemelhados. Temer e<br />

Meirelles não são as únicas surpresas que podem ocorrer em 2018 (nem as<br />

mais prováveis). Alckmin chefia um partido forte, com boas raízes no Centro-Sul.<br />

Doria já surpreendeu uma vez (embora nenhum de seus possíveis<br />

padrinhos vá se surpreender de novo). Há os corredores paraguaios Marina<br />

e Ciro - e se um deles acertar o ritmo? Álvaro Dias, Arthur Virgílio? Eu não<br />

apostaria em nenhum deles, nem em Bolsonaro ou Lula (mas também não<br />

apostaria contra eles). Joaquim Barbosa? Tantos candidatos só indicam que<br />

não há candidato nenhum.<br />

Um país sem patrão<br />

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou o embaixador<br />

do Canadá em Caracas como "persona non grata" - ou seja, indesejável. O<br />

Canadá imediatamente expulsou de Ottawa o embaixador venezuelano - a<br />

retaliação tradicional diante do tipo de agressão cometido pela Venezuela.<br />

"Mais compreensivo"<br />

A Venezuela também declarou "persona non grata" o embaixador do<br />

Brasil, informando que a medida é um protesto pelo afastamento da presidente<br />

Dilma Rousseff. E o Brasil? Tão atrasado quanto os maduros, que só<br />

agora descobriram que Dilma foi afastada, o Governo brasileiro só retaliou a<br />

Venezuela na terça.<br />

Foto: Última Hora<br />

Extradição de Jarvis Pavão vira<br />

uma batalha judicial no Paraguai<br />

Sucessor de Beira-Mar seria extraditado na quarta, mas juiz<br />

suspendeu a medida por meio de habeas corpus genérico<br />

Pavão cumpriu oito anos de cadeia no Paraguai e deverá<br />

cumprir mais 17 anos no Brasil<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

Por decisão do juiz Crescêncio<br />

Ocampos, do Tribunal de Primeira<br />

Instância em Direito Civil<br />

e Comercial, a extradição do<br />

narcotraficante Jarvis Chimenes<br />

Pavão foi suspensa na tarde de<br />

quarta-feira (27). Nesse dia ele<br />

terminou de cumprir sua pena<br />

de oito anos no Paraguai.<br />

Ocampos concedeu habeas<br />

corpus genérico e logo em seguida<br />

saiu de férias. O documento<br />

do juiz diz que a extradição<br />

ficará suspensa até a decisão<br />

final e definitiva da Comissão<br />

Interamericana de Direitos<br />

Humanos.<br />

O juiz, de primeira instância,<br />

alegou em seu despacho que ainda<br />

existem recursos em andamento<br />

pelo fato de Pavão ser casado<br />

com uma paraguaia e ter<br />

filhos no país, o que lhe dá cidadania<br />

paraguaia. O juiz determinou<br />

ainda que Pavão permaneça<br />

preso no Grupamento Especializado<br />

da Polícia Nacional.<br />

A extradição do narcotraficante<br />

havia sido determinada pela juíza<br />

Lici Teresita Sanchez. Pavão<br />

viria ao Brasil para cumprir pena<br />

de 17 anos e oito meses por tráfico<br />

de drogas, lavagem de dinheiro<br />

e organização criminosa.<br />

"Sequestro"<br />

A advogada Laura Casuso,<br />

que defende o criminoso, concedeu<br />

entrevista logo após a decisão<br />

de Ocampos, dizendo que a<br />

extradição de seu cliente representaria<br />

"um sequestro", pois<br />

"fere um direito constitucional".<br />

Laura Casuso afirmou que<br />

Pavão "sempre foi um habitante<br />

de fronteira" e que "corre perigo<br />

de morte no Brasil, uma vez que<br />

vem sendo ameaçado e perseguido<br />

por grupos rivais". Durante a<br />

entrevista, a advogada citou a Lei<br />

1.500/99, alegando que o caso da<br />

extradição de Pavão deveria estar<br />

a cargo da Suprema Corte.<br />

Ministério Público abre<br />

investigação contra juiz<br />

O promotor adjunto de Crimes<br />

Econômicos e Anticorrupção do Paraguai,<br />

Federico Espinoza, abriu um inquérito<br />

contra o juiz Crescêncio Ocampos por<br />

prevaricação.<br />

O promotor alega que o magistrado<br />

violou gravemente o direito ao emitir o<br />

habeas corpus genérico para favorecer<br />

Pavão. O promotor Manuel Doldán disse<br />

que será "uma vergonha internacional"<br />

se o Paraguai não extraditar Pavão.<br />

Uma equipe da Corte Suprema de Justiça<br />

deslocou-se até o departamento de São<br />

Pedro para promover uma auditoria na<br />

sentença do juiz Crescêncio Ocampos.<br />

Corte Suprema decide<br />

manter a extradição<br />

No final da tarde de quarta (27), quando<br />

esta matéria estava concluída, as rádios<br />

de Assunção informaram que a Corte<br />

Suprema do Paraguai decidiu que Jarvis<br />

Pavão será extraditado ao Brasil, mesmo<br />

após a decisão do juiz Crescêncio<br />

Ocampos.<br />

Com isso, o tribunal respeitará a decisão<br />

da juíza Lici Teresita Sanchez, ratificada<br />

pela própria corte. A decisão da Corte<br />

Suprema foi divulgada depois que o<br />

comissário Javier Fleitas comunicou que a<br />

extradição estava suspensa.<br />

Se não ocorrer mais nenhuma<br />

reviravolta, é provável que Pavão seja<br />

extraditado nesta quinta (28). Por medida<br />

de segurança, o horário não foi<br />

divulgado.

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