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Revista Dr. Plinio 238

Janeiro de 2018

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Editorial<br />

A vida social no Céu<br />

Chamado por Deus à missão de sacralizar a ordem temporal, <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> tomava como padrão para<br />

o relacionamento humano o convívio entre os bem-aventurados no Céu. É a partir desse modelo<br />

supremo – sobre o qual nos fala o excerto abaixo * – que melhor se compreendem suas explicitações,<br />

presentes nesta edição, a respeito do trato social.<br />

A vida social considerada no sentido em que ela existe aqui na Terra, ou seja, um convívio mais ou<br />

menos cerimonioso e festivo de pessoas que, além de se distraírem juntas, fazem desse entretenimento<br />

uma oportunidade para cada uma marcar e fazer sentir o respectivo valor, é-me difícil admitir que<br />

haja, propriamente assim, no Céu.<br />

A meu ver, a vida social no Céu empíreo é toda ela compreendida em função de Deus. Assim, poder-se-ia<br />

supor circunstâncias nas quais Deus beneficia, privilegia alguma alma para relembrar a<br />

ação excelente realizada por ela na Terra, em determinada ocasião. Isso daria lugar a algo à maneira<br />

de comemoração social entre os bem-aventurados para festejar o que Deus fez para aquele Santo.<br />

Portanto, Deus está sempre como o centro e o ápice de tudo, e o mais importante não foi o fato de tal<br />

pessoa ter recebido um benefício, mas que Deus a tenha exaltado.<br />

O mistério da Visitação nos faz pensar nisso quando, ao chegar Nossa Senhora à casa de Zacarias,<br />

Santa Isabel diz a Ela que a criança se tinha rejubilado em seu ventre com a chegada do Menino-Deus.<br />

Esse júbilo, a seu modo, é uma espécie de arte de vida social. Quer dizer, certamente São<br />

João Batista, pressentindo a chegada do Salvador, apresentou-Lhe sua primeira homenagem.<br />

Esse seria um modo de ver as relações sociais no Céu. Deus diz tal coisa a respeito de tal Santo e<br />

isso produz uma movimentação dentro de todo o mundo dos bem-aventurados, que comentam e glorificam<br />

aquilo que aquele Santo fez.<br />

É interessante notar que, propriamente, o auxílio prestado pela Santíssima Virgem a Santa Isabel<br />

era um tanto servil. Se Deus queria d’Ela a prestação desse serviço, era para que, em última análise,<br />

o Menino Jesus vivendo n’Ela fizesse de São João Batista o primeiro beneficiado d’Ele. Porque os<br />

benefícios que Ele deve ter feito a São João Batista, na ordem da alma, já naquele momento em que<br />

os dois se comunicavam, foi uma coisa colossal!<br />

Mas Nosso Senhor quis também que Nossa Senhora prestasse à sua prima uma certa reverência, e<br />

isso se traduzia em termos de serviço. Dando a entender dessa maneira que, nas relações hierárquicas,<br />

um dos requintes está em que o superior, por perfeição, chegue a servir o seu subordinado. Isso<br />

é tão contrarrevolucionário que pode até exasperar alguns, mas é ótimo para a Contra-Revolução.<br />

Penso que isso tudo caracterizaria uma vida social celeste, diferente da terrena por causa da presença<br />

suprema de Deus, em função da qual tudo se realiza.<br />

* Conferência de 27/1/1995.<br />

Declaração: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625 e<br />

de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras ou<br />

na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não têm<br />

outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />

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