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Revista Curinga Edição 12

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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O estudante Marconi Vaz de Mello começou a<br />

jogar RPG em meados de 2002 e percebeu que esses<br />

games têm grande incentivo sobre a criatividade.<br />

“Você precisa imaginar o que está acontecendo, afinal,<br />

quase nada lhe é dado visualmente. Cada cidade,<br />

cada encontro, cada personagem. É preciso falar por<br />

seu personagem, decidir cada palavra. Há mesas que<br />

se parecem mais a um teatro do que um jogo, contendo<br />

um personagem jogando como Bardo (músico),<br />

por exemplo, que realmente toca o seu violão durante<br />

a partida”, comenta o estudante.<br />

Hoje, a internet também pode ser utilizada para<br />

a prática do RPG, uma opção que se torna ideal<br />

para grupo de amigos que morem em longas distâncias<br />

ou não tenham tanto tempo para se reunir<br />

e jogar. O Play By Email, por exemplo, permite que<br />

as aventuras sejam narradas via e-mail ou por uma<br />

lista de discussão e, nesse modo de jogo, cada participante<br />

pode jogar na hora e no local que puder.<br />

Mas as partidas demoram mais tempo para terminar.<br />

RPG eletrônico<br />

Os “Computer Role Playing Games” (CRPGs), ou<br />

simplesmente RPGs eletrônicos, termo utilizado para<br />

jogos de computador e videogames se assemelham<br />

aos RPGs analógicos, porém no lugar das mesas, os<br />

computadores são o “palco”do jogo. Nesse formato<br />

de game, além da internet, os jogadores contam com<br />

mais um elemento, os recursos visuais. “A realidade<br />

desses jogos é um pouco diferente dos tradicionais<br />

RPGs analógicos, pois o jogador não precisa ficar imaginando<br />

como seria o cenário ou o seu personagem,<br />

porque tudo já está explícito na tela do computador<br />

ou da televisão, o que se torna o principal atrativo<br />

no RPG eletrônico”, afirma Guilherme Guimarães,<br />

que trabalha como criador de games há dois anos.<br />

Guimarães aponta que no mundo dos jogos, a<br />

fantasia se torna realidade, o que acaba tornando os<br />

desenvolvedores de games em criadores de sonhos.<br />

“Percebo que, a partir<br />

dessa perspectiva,<br />

conseguimos fazer<br />

que um rapaz<br />

ou uma moça,<br />

aparentemente<br />

pessoas comuns,<br />

se tornem grandes<br />

heróis como um<br />

guerreiro ou um forte<br />

e poderoso soldado, e assim,<br />

dentro do jogo, sentem-se realizados por atingir<br />

seus objetivos, o que resulta em uma sensação que só<br />

quem joga é capaz de sentir”, completa ele que atualmente<br />

desenvolve o game “Universal Police”.<br />

Jogador de RPGs eletrônicos desde 2004, o estudante<br />

de 24 anos, Lucas Ribeiro, aponta outras características<br />

desse formato de game: “para vencer as<br />

partidas, estratégias e táticas elaboradas pelos times<br />

se tornam elementos fundamentais. Por isso, tento<br />

estudar a parte tática, o ‘off game’ ao máximo. Vejo<br />

também os replays das partidas pois, apenas vendo<br />

nossos erros, podemos melhorar mais rápido que os<br />

demais jogadores”. Ribeiro também destaca a sensação<br />

que vive durante as partidas, “com certeza, enquanto<br />

jogamos, esquecemos por algum momento a<br />

vida real e vivemos dentro do game. Criamos identidade<br />

com o personagem que estamos jogando, e isso<br />

torna o jogo muito melhor, mas quando saímos do<br />

jogo, voltamos também para o mundo real”.<br />

Lançando em 1991 pela extinta editora GSA, Tagmar,<br />

foi o primeiro RPG nacional. Precursor de RPGs<br />

produzidos no Brasil, o game tem inspirado centenas<br />

de criadores, como Guilherme Guimarães, a se empenharem<br />

em produzir outros jogos (analógicos ou<br />

digitais) para que, a partir desses, vários outros jogadores<br />

possam viver uma fantasia, sendo personagens<br />

de uma grande aventura.<br />

Texto:Aldo Damasceno<br />

Arte: Sarah goncalves<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>12</strong> 11

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