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Revista Curinga Edição 12

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Marina Moreira existe<br />

nesse mundo há quatro anos, mas<br />

um mundo pra ela é pouco. Ela faz<br />

questão de inventar pelo menos<br />

mais dois, três. É pouca idade e<br />

muita imaginação. São tantos<br />

pensamentos e tantas ideias, que<br />

às vezes as palavras não conseguem<br />

acompanhar seu ritmo e acabam se<br />

perdendo ou se afogando na maré<br />

alta dos oceanos dos seus outros<br />

mundos.<br />

Ela estuda na Escola Municipal<br />

de Passagem, distrito da<br />

cidade de Mariana, na turma de<br />

Educação Infantil I. Suas covinhas<br />

mandam mensagens secretas<br />

para quem a olha e revelam a<br />

criança sapeca que é quando ela<br />

começa a falar a professora já avisa:<br />

“Essa daí é a dona das ideias”.<br />

A professora Jaqueline Tavares<br />

mantém seus alunos em<br />

contato frequente com a leitura.<br />

Todos os dias ela conta uma<br />

historinha diferente para eles.<br />

E quando são daquelas maiores,<br />

ela espera chegar em uma parte<br />

bem interessante e para. Entre os<br />

gritos de empolgação de alguns<br />

e das tentativas de abrir o livro<br />

e descobrir o final da história de<br />

outros mais espertinhos, a professora<br />

pede que eles façam um<br />

desenho em casa com o que eles<br />

imaginam que acontece e só na<br />

aula seguinte descobrem qual é o<br />

desfecho do livro.<br />

A historinha de hoje se chama<br />

“As cinco ovelhinhas”. É sobre<br />

um filhote de lobo que está<br />

tentando dormir, mas não consegue.<br />

Quando pede a ajuda de<br />

sua mamãe para conseguir dormir<br />

ela fala que é para ele contar<br />

ovelhinhas. Contando ovelhinhas<br />

o lobinho ficaria com sono e conseguiria<br />

dormir. Mas o problema<br />

é que ele só sabia contar até cinco.<br />

Então começa: 1, 2, 3, 4, 5. E<br />

nada. 1, 2, 3, 4, 5. E as ovelhinhas<br />

pulando para lá e para cá. 1, 2,<br />

3, 4, 5 e foi assim por mais umas<br />

três vezes. Até que elas param de<br />

pular e dizem que estão cansadas.<br />

A historinha é interrompida<br />

ai. Logo que Jaqueline fecha<br />

o livro, vários finais começam a<br />

aparecer nos gritos das crianças.<br />

E pra você? Como você acha que o<br />

lobinho vai conseguir dormir? As<br />

crianças já acharam várias saídas!<br />

Mamãe voltou no quarto e<br />

cantou pra ele dormir.<br />

Arthur Dutra, 5 anos<br />

O lobinho saiu procurando um outro<br />

lugar para dormir, não achou, se perdeu<br />

e ficou perdido pra sempre.<br />

Marina Moreira, 4 anos<br />

A ovelhinha fez ele dormir.<br />

Maria Fernanda Nepomuceno, 4 anos<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>12</strong><br />

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