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Anais DCIMA Final

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Página 365<br />

tanto no Pará, quanto no Maranhão. Segundo o Aryon Rodrigues (1997), “o grande tronco linguístico Tupi,<br />

que se espalha por toda a América do Sul, está dividido em 10 famílias linguísticas. A língua Tenetehara<br />

pertence à família linguística Tupi-Guarani.” Atualmente há duas sociedades, com todas as suas singularidades<br />

linguísticas, falantes desta língua: os Tembé, concentrados no estado do Pará e os Guajajara, que vivem no<br />

estado do Maranhão.<br />

Dentre os Tembé-Tenetehara somente alguns dos mais novos são falantes da língua Tenetehara, a<br />

maior parte dos que falam essa língua são os mais velhos, no entanto, recentemente, foi implantado na aldeia<br />

sede um programa que visa o ensinamento da língua Tenetehara. A disciplina é ministrada por dois professores<br />

indígenas Kúza e Bëwäre. Pela parte da manhã em pelo menos dois dias na semana é ministrada a aula em<br />

língua Tenetehara para as crianças da aldeia e no turno da noite a aula é ministrada para os adultos.<br />

2. PRÁTICAS DISCURSIVAS TEMBÉ-TENETEHARA: AS NARRATIVAS ORAIS<br />

Para Foucault, todo discurso se configura como uma prática, o discurso – como prática discursiva –<br />

pode ser definido pelo status do sujeito que fala, pelos lugares de onde fala e pela posição do sujeito enquanto<br />

fala.<br />

A grande analise a ser feita acerca da noção de prática discursiva não é a de delimitar conceito, mas a<br />

de explorar como essas práticas influenciam nas sociedades que as utilizam. No caso deste artigo o<br />

interessante não é esclarecer teoricamente as narrativas orais como prática discursiva, mas mostrar como<br />

essas narrativas influenciam a vida dos Tembé como dispositivos identitários que são revelados por redes de<br />

memórias.<br />

Como não trabalha com o conceito de cultura, mas sim com o de saberes, em Foucault (1972), o estudo<br />

do sujeito está diretamente associado ao estudo do discurso, e o sujeito torna-se um objeto do discurso. Em<br />

sua proposta de arquegenealogia, o discurso constitui-se como uma atividade social historicamente construída,<br />

que se propõe a compreender os processos de silenciamento e visibilidade dos discursos marginais. O que<br />

significa pensar que o discurso materializa as ações dos sujeitos nos movimentos da história. Segundo Gregolin<br />

(2004), a teoria do discurso pode ser resumida nos seguintes pontos:<br />

g) o discurso é uma prática que provém da formação dos saberes e que se articula<br />

com outras práticas não discursivas;<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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