Anais DCIMA Final

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Este artigo analisa a cobertura dos jornais impressos do Grupo Folha (Folha de S.Paulo – doravante
denominado FSP –, Folha da Manhã e Folha da Noite 82 ) sobre a cocaína entre os anos 1933-2013. Busca-se
compreender por meio da Análise do Discurso (AD) as correspondentes posições-sujeito ocupadas pelo Grupo
Folha quando mobiliza o lexema “cocaína”, principalmente quando discorre acerca dos usuários e dos
vendedores da droga, utilizando diferentes nomenclaturas para denominá-los conforme as distintas classes
sociais às quais pertencem. Assim, compreendendo a cobertura jornalística sobre a cocaína como uma questão
discursivo-comunicacional, encaramos o Grupo Folha como sujeito do discurso, definido como:
[...] uma noção necessária para precisar o estatuto, o lugar e a posição do sujeito
falante (ou do locutor) com relação a sua atividade linguageira. Ela leva a
considerar as relações que o sujeito mantém com os dados da situação de
comunicação na qual ele se encontra, os procedimentos de discursivização,
assim como os saberes, opiniões e crenças que possui e que supõe serem
compartilhados pelo seu interlocutor. (CHARAUDEAU & MAINGUENEAU,
2016, p. 457).
No primeiro semestre de 2014, empreendemos a busca pelo lexema "cocaína" no acervo digital do
Grupo Folha. Encontramos resultados entre os anos de 1933 e 2013 – este último, o ano em que concluímos a
pesquisa. Percebemos aumento de menção ao lexema entre os anos 1970 e início dos anos 2000 – período
coincidente com o aumento do uso da droga no Brasil e sua popularização (Fig. 1). Já depois de 2002, o número
de citações a "cocaína" diminui gradativamente até 2013, ano em há baixa veiculação de notícias acerca da
droga. Um dos motivos para isso poderia ser o surgimento de novas substâncias psicoativas
Figura 5. Quantidade de páginas com o lexema "cocaína", por década, nos jornais impressos do
Grupo Folha.
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O Grupo Folha surgiu em 1921, com o jornal impresso Folha da Noite. Quatro anos depois foi criada a Folha da Manhã.
Passados mais 24 anos, nasceu a Folha da Tarde e, por fim, em 1960 essas três edições dos jornais fundiram-se na Folha
de S.Paulo.
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