Anais DCIMA Final

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O CUIDADO COM A MEMÓRIA: LUTO E SUBJETIVIDADE NO
CASO “CHACINA DA FAZENDA UBÁ” - SUDESTE DO PARÁ
Maria Regina Ceo ANDRADE; Jerônimo da Silva e SILVA
Programa de Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA); Universidade Federal do
Sul e Sudeste da Amazônia (UNIFESSPA)
reginaceo@unifesspa.edu.br; jero1978@unifesspa.edu.br
Resumo. O estudo pretende refletir sobre a reelaboração de memórias em episódios de violência
cometidos contra trabalhadores rurais no Sul e Sudeste do Pará. Entre os dias 13 e 18 de junho de 1985
ocorreu o assassinato de camponeses na Fazenda Ubá, município de São João do Araguaia. O caso ficou
conhecido como “Chacina da Fazenda Ubá”, foi julgado apenas em 2006, e, a cada retomada do
processo burocrático emergiram processos de rememoração, intensificando o revisitar das perdas e o
prolongamento interminável da Chacina. Os referidos crimes envolvem um ritual de subjetividade da
morte, através de práticas cruéis empreendidas nos assassinatos. Este escrito busca analisar as várias
mudanças, permanências e sentidos dados na memória daqueles que perderam familiares, valorizando,
principalmente, a relação cuidadosa entre luto e subjetividade.
Palavras-chave: memória; luto; subjetividade.
Introdução
O presente trabalho é o início de uma pesquisa em andamento. A experiência com o tema ocorreu
através da atuação como profissional de psicologia em uma equipe interdisciplinar, através de uma organização
não governamental conhecida no Estado do Pará como SDDH-Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos
Humanos, que atendia casos emblemáticos de violação aos direitos humanos na cidade de Marabá e Belém,
em especial, violências cometidas contra trabalhadores rurais em luta pela terra e outras práticas de violência
no Estado. Além de desenvolver ações de caráter reparador às violações sofridas por pessoas na região sudeste,
o órgão desenvolvia ações conjuntas com outras organizações para a articulação e fortalecimento dos
movimentos sociais da região.
Falar sobre memória e subjetividade camponesa no sul e sudeste do Pará é tocar em histórias de luta,
morte, vida em morte, permeadas por muitos fios que formam as várias dimensões da vida. As experiências de
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