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Revista Curinga Edição 14

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Gourmetizar virou tendência<br />

Tudo começou nos Estados Unidos, após a 2ª Guerra Mundial, onde muitos<br />

caminhões que vendiam comida por um preço acessível, circulavam por<br />

onde não haviam restaurantes, mas muita gente. Isso durou décadas. A crise<br />

de 2008, que desestabilizou os negócios do país, levou muita gente à falência.<br />

Quando os donos dos restaurantes começaram a se recuperar dos danos<br />

que a crise causou, tiveram a ideia de levar a comida sofisticada que preparavam<br />

em seus estabelecimentos, para esses mesmos caminhões que antes<br />

alimentavam a população dos distritos e periferias. Era a solução, pois não<br />

havia aluguel, impostos e outras tantas burocracias que fazem parte do diaa-dia<br />

de um restaurante. Como a ideia deu tão certo lá, rapidinho a moda<br />

chegou no Brasil. Foi um pulo para que a padaria do bairro passasse a ser<br />

“Ateliê do Pão”, o salão da rua “Estúdio de Beauté,” e o barzinho da esquina,<br />

“Bistrô” , tudo assim em francês, que é pra deixar bem chique.<br />

Então, através do marketing, a palavra passou a ser usada, já no século<br />

XXI, para induzir a população ao consumo, já que esses produtos podem<br />

ser vendidos por um preço elevado, por serem classificados como itens com<br />

“distintivo de qualidade”. É por isso que ultimamente vemos ‘’gourmet’’<br />

escrito em todo canto. Quem nunca viu um um produto gourmet?<br />

O ex-professor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Roberto dos<br />

Santos, autor do livro “A Alimentação e seu lugar na História: Os tempos da<br />

memória gustativa” explica o porquê: “A historicidade da sensibilidade gastronômica<br />

explica as manifestações culturais e sociais como espelho de uma<br />

época”. Neste sentido, afirma o professor, “o que se come é tão importante<br />

quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem se come.”

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