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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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microrganismos acentuam a produção do HIV e a progressão<br />

para a AIDS.<br />

A infecção aguda (inicial) caracteriza-se pela infecção das células T de<br />

memória CD4 + em tecidos linfoides das mucosas e morte de muitas células<br />

infectadas. Como os tecidos da mucosa constituem o maior reservatório de células T<br />

no corpo e o principal reservatório das células T de memória, esta perda local se<br />

reflete em uma depleção considerável de linfócitos. Na verdade, cerca de duas<br />

semanas após a infecção, uma grande fração de células T CD4 + pode estar<br />

destruída.<br />

A transição da infecção da fase aguda para a fase crônica é acompanhada<br />

pela disseminação do vírus, viremia e o desenvolvimento de respostas<br />

imunes pelo hospedeiro. As células dendríticas do epitélio no local de entrada viral<br />

captura o vírus e, em seguida, migram para os linfonodos. As células dendríticas<br />

expressam uma proteína com um domínio de lectina ligante de manose, chamada de<br />

DC-SIGN, que pode ser particularmente importante na ligação do envelope do HIV e<br />

no transporte do vírus. Uma vez nos tecidos linfoides, as células dendríticas podem<br />

transmitir o HIV aos linfócitos T CD4 + por contato direto célula-célula. Após alguns dias<br />

a primeira exposição ao HIV, a replicação viral pode ser detectada nos linfonodos.<br />

Esta replicação causa viremia, quando há um grande número de partículas do HIV<br />

presentes no sangue do paciente, acompanhada por uma síndrome aguda do HIV,<br />

que inclui vários sinais e sintomas inespecíficos típicos de muitas infecções virais<br />

(descritos mais adiante). A viremia permite que o vírus se dissemine por todo o corpo<br />

e infecte as células T auxiliares, macrófagos e células dendríticas nos tecidos linfoides<br />

periféricos. À medida que a infecção pelo HIV se espalha, o sistema imune adquirido<br />

desenvolve respostas imunes humoral e celular direcionadas aos antígenos virais,<br />

descritos mais adiante. Estas respostas imunes controlam parcialmente a infecção e a<br />

produção viral, e este controle reflete-se em diminuição da viremia para níveis baixos,<br />

mas detectáveis, aproximadamente 12 semanas após a exposição primária.<br />

Na fase seguinte da doença, a fase crônica, o baço e os linfonodos<br />

constituem locais de replicação contínua do HIV e de destruição celular<br />

(Fig. 21-7). Durante este período da doença, o sistema imune permanece capaz de<br />

combater a maioria das infecções por microrganismos oportunistas, e poucas ou<br />

nenhuma manifestação clínica da infecção pelo HIV está presente. Portanto, esta fase<br />

da infecção pelo HIV é chamada de período de latência clínica. Embora a maioria das<br />

células T do sangue periférico não abrigue o vírus, a destruição das células T CD4 +<br />

no interior de tecidos linfoides progride de forma constante durante o período latente e<br />

o número de células T CD4 + sanguíneas circulantes declina constantemente (Fig. 21-<br />

8). Mais de 90% das cerca de 10 12 células T do organismo normalmente são<br />

encontradas em tecidos linfoides periféricos e das mucosas, e estima-se que o HIV

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