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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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ligação covalente de um produto de C3, denominado C3b, a superfícies<br />

celulares microbianas ou ao anticorpo ligado ao antígeno (Fig. 13-6). A ativação<br />

do complemento depende da geração de dois complexos proteolíticos: a C3-<br />

convertase, que cliva C3 em dois fragmentos proteolíticos denominados C3a e C3b;<br />

e a C5-convertase, que cliva C5 em C5a e C5b. Por convenção, os produtos<br />

proteolíticos de cada proteína do complemento são identificadas por sufixos em letras<br />

minúsculas, sendo a referente ao produto menor e b ao maior. C3b torna-se<br />

covalentemente ligado à superfície celular microbiana ou a moléculas de anticorpos<br />

no local de ativação do complemento. Todas as funções biológicas do complemento<br />

são dependentes da clivagem proteolítica de C3. Por exemplo, a ativação do<br />

complemento promove a fagocitose porque o C3b torna-se covalentemente ligado<br />

aos microrganismos e os fagócitos (neutrófilos e macrófagos) expressam receptores<br />

para C3b. Os peptídios produzidos por proteólise de C3 (e de outras proteínas do<br />

complemento) estimulam a inflamação. A C5-convertase é montada após a geração<br />

prévia de C3b; e essa convertase contribui para a inflamação (pela geração do<br />

fragmento C5a) e para a formação de poros nas membranas dos alvos microbianos.<br />

As vias de ativação do complemento diferem na forma como o C3b é produzido, mas<br />

seguem uma sequência comum de reações após a clivagem de C5.<br />

Com essa introdução, prosseguimos para uma descrição mais detalhada das vias<br />

alternativa, clássica e das lectinas.<br />

Via Alternativa<br />

A via alternativa de ativação do complemento resulta na proteólise de C3 e na<br />

fixação estável do produto de degradação de C3b nas superfícies<br />

microbianas, sem a necessidade de anticorpo (Fig. 13-7 e Tabela 13-4).<br />

Normalmente, o C3 é continuamente clivado no plasma a uma taxa baixa para gerar<br />

C3b em um processo que é chamado amplificação de C3. A proteína C3 contém uma<br />

ligação de tioéster reativa que fica escondida em uma região da proteína conhecida<br />

como domínio de tioéster. Quando C3 é clivado, a molécula de C3b sofre uma<br />

mudança conformacional dramática e o domínio tioéster é exteriorizado (uma<br />

mudança maciça de cerca de 85 Å), expondo a ligação tioéster reativa anteriormente<br />

oculta. Uma pequena quantidade de C3b pode se tornar covalentemente ligada às<br />

superfícies de células, incluindo de microrganismos, através do domínio tioéster, o<br />

qual reage com os grupos amino ou hidroxila das proteínas de superfície celular ou<br />

dos polissacarídios para formar ligações amida ou éster (Fig. 13-8). Se não ocorrer a<br />

formação dessas ligações, o C3b permanece na fase fluida e a ligação de tioéster<br />

reativa e exposta é rapidamente hidrolisada, inativando a proteína. Como resultado, a<br />

ativação do complemento não pode continuar.

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