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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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após a ligação a antígenos da superfície celular, porções Fc<br />

de IgGs adjacentes podem se ligar a e ativar C1 (D).<br />

C1r e C1s são serinoproteases que formam um tetrâmero contendo duas<br />

moléculas de cada uma das proteínas. A ligação de duas ou mais das cabeças<br />

globulares de C1q a regiões Fc de IgG ou de IgM leva à ativação enzimática do C1r<br />

associado, que cliva e ativa C1s (Fig. 13-9). C1s ativado cliva a proteína seguinte na<br />

cascata, C4, para gerar C4b. (O menor fragmento C4a é liberado e possui atividades<br />

biológicas que serão descritas mais adiante.) C4 é homóloga a C3, e C4b contém<br />

uma ligação de tioéster interno, semelhante àquele em C3b, que forma ligações<br />

covalentes do tipo amida ou éster com o complexo antígeno-anticorpo ou com a<br />

superfície adjacente de uma célula à qual o anticorpo está ligado. Esta ligação de C4b<br />

assegura que a ativação da via clássica prossiga sobre uma superfície celular ou<br />

complexo imune. A proteína seguinte do complemento, C2, forma então complexo<br />

com o C4b ligado à superfície celular e é clivada por uma molécula de C1s próxima<br />

para gerar um fragmento solúvel de C2b, de importância desconhecida, e um<br />

fragmento C2a maior que permanece fisicamente associado a C4b na superfície da<br />

célula. (Nota-se que a nomenclatura dos fragmentos C2 é diferente da das outras<br />

proteínas do complemento porque o fragmento ligado maior é chamado de peça a e<br />

a parte do fragmento liberado é b.) O complexo resultante, C4b2a, é a C3-convertase<br />

da via clássica; ela tem a capacidade de se ligar e clivar proteoliticamente C3. A<br />

ligação deste complexo enzimático a C3 é mediada pelo componente C4b, e a<br />

proteólise é catalisada pelo componente C2a. A clivagem de C3 resulta na remoção<br />

do fragmento pequeno C3a; e C3b pode formar ligações covalentes com as<br />

superfícies das células ou com o anticorpo em que está ocorrendo a ativação do<br />

complemento. C3b, uma vez depositado, pode se ligar ao Fator B e gerar mais C3-<br />

convertase pela via alternativa, como discutido anteriormente. O resultado final das<br />

diversas etapas enzimáticas e da amplificação é que uma única molécula de C3<br />

convertase pode levar à deposição de centenas ou milhares de moléculas de C3b na<br />

superfície da célula em que o complemento é ativado. Os passos-chave iniciais das<br />

vias alternativas e clássica são análogos: C3 na via alternativa é homóloga a C4 na<br />

via clássica, e o Fator B é homólogo a C2.<br />

Algumas das moléculas de C3b geradas pela C3-convertase da via clássica ligamse<br />

à convertase (como na via alternativa) e formam um complexo C4b2a3b. Este<br />

complexo funciona como a C5-convertase da via clássica; cliva C5 e inicia as etapas<br />

terminais da ativação do complemento.<br />

Em infecções por pneumococos, ocorre uma forma não usual da via clássica,<br />

independente de anticorpo mas dependente de C1, que é ativada pela ligação de<br />

carboidratos a uma lectina de superfície celular. Macrófagos da zona marginal<br />

esplênica expressam um tipo de C-lectina de superfície celular chamada SIGN-R1<br />

que pode reconhecer polissacarídios de pneumococos e também pode se ligar a

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