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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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intestinais; as células epiteliais absortivas secretoras de citocinas; as células M<br />

apresentadoras de antígenos, encontradas em estruturas especializadas em forma<br />

de cúpula que recobrem os tecidos linfoides; e as células de Paneth secretoras de<br />

peptídios antibacterianos, encontradas na porção basal das criptas. Todos esses tipos<br />

de células contribuem de diferentes maneiras para a função de barreira da mucosa,<br />

como discutiremos posteriormente.<br />

A imunidade inata protetora no intestino é mediada, em parte, por barreiras físicas e<br />

químicas fornecidas por células epiteliais mucosas e suas secreções de muco. As<br />

células epiteliais intestinais adjacentes são unidas por proteínas que formam as<br />

junções de oclusão, incluindo a zônula ocludens 1 e claudinas, que bloqueiam o<br />

movimento de microrganismos pelos espaços intercelulares até a lâmina própria.<br />

Além disso, as células epiteliais mucosas produzem substâncias antimicrobianas,<br />

incluindo as defensinas (Cap. 4). Diversos tipos de células localizados na mucosa,<br />

incluindo células epiteliais, células dendríticas e macrófagos, são capazes de montar<br />

respostas inflamatórias e antivirais. A maioria dessas respostas é induzida pela<br />

interação entre receptores de reconhecimento de padrões moleculares associados a<br />

patógenos e ligantes microbianos, tema discutido no Capítulo 4. De modo<br />

interessante, alguns receptores da imunidade inata que promovem inflamação em<br />

outras partes do corpo têm ações anti-inflamatórias no intestino. Nesta seção,<br />

descreveremos características da imunidade inata que são exclusivas do intestino.<br />

Diversas proteínas extensamente glicosiladas, denominadas mucinas,<br />

formam uma barreira física viscosa que previne o contato entre<br />

microrganismos e células do trato gastrintestinal. As mucinas contêm diferentes<br />

oligossacarídios O-ligados e incluem glicoproteínas secretadas e de superfície celular.<br />

As mucinas secretadas, incluindo MUC2, MUC5 e MUC6, formam um gel hidratado<br />

de 300 a 700 μm de espessura que tem duas camadas: uma camada externa<br />

menos densa que normalmente é colonizada por bactérias e uma camada interna<br />

densa que está ligada ao epitélio e é livre de bactérias. Essas camadas de muco<br />

previnem o contato entre microrganismos e as células de revestimento do epitélio e<br />

também servem como uma matriz para exposição de substâncias antimicrobianas<br />

produzidas por células epiteliais. Algumas mucinas atuam como moléculas<br />

neutralizantes de adesinas de patógenos, ou seja, podem se desprender de células<br />

epiteliais para se ligarem a proteínas adesinas que bactérias patogênicas usam para<br />

a adesão às membranas celulares do hospedeiro. Além do muco secretado, a<br />

superfície apical das células epiteliais gastrintestinais é coberta com proteínas<br />

mucinas ligadas à membrana, incluindo MUC1, MUC3A/b, MUC12, MUC13 e<br />

MUC17. Essas mucinas ligadas à membrana combinam-se com vários glicolipídios<br />

para formar uma camada macromolecular densa na superfície de células epiteliais<br />

denominada glicocálice, com 30 a 500 nm de espessura em diferentes localizações<br />

no intestino. O glicocálice, como o muco secretado, serve como uma barreira física<br />

para prevenir o contato microbiano.

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